FACE – FUMEC Curso de Graduação Superior em Tecnologia de Processamento de Dados Administração e Operação de CPDs *** Versão 2.20 *** Abril / 2002 Professor: Roberto Luís Capuruço Gattoni FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs ÍNDICE 1. Dado X Informação .......................................................................................... 1 2. Conceitos sobre Sistemas ................................................................................... 7 3. Organização Geral da Área de Informática ..................................................... 9 4. Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas.............................................. 13 5. Sistemas de Informações Empresariais........................................................... 21 5.1. Os Níveis Organizacionais de Tomada de Decisões..........................................................21 5.2. Fontes de Informação Gerenciais......................................................................................22 5.3. Tipos de Sistemas de Informação Empresariais ................................................................23 5.4. Sistemas de Processamento de Transações .......................................................................24 5.5. Sistemas de Informações Gerenciais.................................................................................26 5.6. Sistemas de Suporte à Decisão .........................................................................................28 5.7. Sistemas de Inteligência Artificial / Sistemas Especialistas...............................................31 6. O Analista de Negócios e da Informação ........................................................ 34 7. O Gerente de Sistemas .................................................................................... 37 8. CIO – Chief Information Officer ................................................................... 39 9. Integração dos Serviços e Sistemas de Informação Corporativos ................. 41 10. Gerência de Projetos ........................................................................................ 44 10.1. Conceito de Projeto........................................................................................................44 10.2. Exemplos de Projetos.....................................................................................................45 10.3. Exemplos de Não-Projetos .............................................................................................45 10.4. Metodologias para o Desenvolvimento de Projetos ........................................................45 Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 1 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10.5. O Gerente de Projetos ....................................................................................................46 10.6. O Ciclo de Vida de um Projeto.......................................................................................47 10.7. Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos..................................................49 11. Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação................................... 50 11.1. Planejamento Estratégico Empresarial............................................................................50 11.2. Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação.....................................................50 11.3. Objetivos da elaboração de um PESI..............................................................................51 11.4. Dificuldades na implantação de um PESI.......................................................................51 11.5. Desafios a serem superados por um PESI.......................................................................52 11.6. Aumento de competitividade através do PESI ................................................................52 11.7. Como o PESI pode reduzir as ameaças? .........................................................................53 11.8. Características Organizacionais da Área de TI para elaboração de um PESI...................53 11.9. Metodologias e abordagens existentes para o desenvolvimento de um PESI...................54 11.10. Uma metodologia genérica para a definição de um PESI ...........................................54 12. Referências Bibliográficas ............................................................................... 55 Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 2 FACE -FUMEC Curso de Graduação Superior em Tecnologia de Processamento de Dados Disciplina : Administração e Operação de CPDs Professor : Roberto Luís Capuruço Gattoni 1. Dado X Informação Segundo Barbieri: • DADO – “expressão em estado bruto de um fato ou evento”. Ex. R$100.000,00 é a rentabilidade da IBM por funcionário, no ano de 1997 (este fato é um dado para guardas de trânsito, uma vez que não alteram seu contexto pessoal ou profissional); 33% é a taxa de crescimento de empresas baseadas na Web, por ano, desde 1997 (esse número é um dado para donas de casa aposentadas da região norte de Belo Horizonte, pois não agregam a elas nenhum valor informativo em suas vidas); 5 anos é a idade máxima para vacinar uma criança contra a pólio (isso é um dado para mulheres sem filhos e que não se interessem por crianças, pois não afetarão seu estado de conhecimentos de forma substancial); • INFORMAÇÃO – interpretação fornecida a um dado, de forma a possuir relevância e propósito para um determinado indivíduo/grupo. “A informação é um dado em um contexto”. Ex. Salário anual médio dos executivos de nossa divisão = R$100.000,00; Aumento previsto das demissões deste ano na subsidiária da Ásia = 33%; tempo máximo de vida de um determinado produto de nossa linha para mercados de baixa renda = 4 anos. Os exemplos acima somente poderão ser considerados “informação” se estiverem inseridos em um contexto que os considere de forma a alterar ou a condicionar novos raciocínios a partir dos mesmos (do contrário, seriam considerados meros “dados”, conforme já foi explicado entes). Desta forma, consideremos os mesmos exemplos fornecidos para a definição de “dado”, logo acima. Os mesmos poderão ser considerados “informação” em um contexto distinto daqueles em que não encontravam propósito. Deta forma, os R$100.000,00 podem não significar nada para os guardas de trânsito, mas são informação preciosa para os funcionários da IBM que receberão mais (ou menos) participação sobre os resultados da empresa, no fechamento anual; sendo 33% o crescimento anual das empresas baseadas na Web pode significar algo valioso para investidores e incubadoras de empresas de pequeno porte e de alta tecnologia; 5 anos como idade máxima para vacinar uma criança contra pólio significa muito para os pediatras, pais e pesquisadores demográficos e relativos ao planejamento da saúde no âmbito municipal. Em suma, a informação é dependente do contexto do receptor. Segundo Davenport (1999, 2) • “Dados são um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos”; • “Num contexto organizacional, dados são utilitariamente descritos como registros estruturados de transações”; • “Informações são dados dotados de relevância e propósito” (citando Peter Drucker) • “A informação tem por finalidade mudar o modo como o destinatário vê algo, exercer algum impacto sobre seu julgamento ou seu comportamento. Informações são os dados que fazem a diferença” Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 1 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Segundo CHRISTÓVÃO e BRAGA: • “Informação pode ser definido como a interface, o evento, entre um estímulo externo (mensagem) e um cognóscio, que tal estímulo ou mensagem altera”; • Cognóscio: tesauro interno, mapa cognitivo, conjunto de conhecimentos, reflexões, idéias, noções; • Estímulo externo: o que se percebe sensorialmente. Ex. Um texto, uma fala, uma imagem; • Documento <> Mensagem <> Informação 3 Documento: base de conhecimento fixada materialmente e suscetível de estudo; 3 Mensagem: o que é levado de um emissor humano a um receptor humano em um processo de comunicação - é a emissão deliberada de um estímulo externo; 3 Shannon desvinculou informação e documento: documentos não são nem contém informação. Documentos contêm mensagens que podem ou não produzir informação. Por exemplo, sistemas de recuperação da informação não recuperam informação, mas documentos. • Como se dá o processo de comunicação? 3 O indivíduo emissor codifica o seu próprio conhecimento em mensagem ou mensagens para transferi-la(s) a um indivíduo receptor; tal mensagem ou tais mensagens poderão ou não se transformar em informação, dependendo do fato de alterarem ou não a estrutura mental do receptor; 3 Desta forma, é factível “comunicar conhecimento”, ou “transmitir conhecimento”, desde que a mensagem transmitida transforme-se em informação para o receptor. Fato / Evento NÃ O In fo rm aç ão In fo rm aç ão Estrutura de Cognóscios Inf or ma o çã ã o ç a m r fo In Mensagem Emissor O NÃ Receptor A figura abaixo, baseada em BARBIERI (1994, p. 7), sintetiza “o ciclo que envolve os dados, a sua transformação em informações e a consequente estruturação em sistemas (...) num processo de usinagem”. Como pode ser percebido, a organização depende dos dados e informações que recebe do meio em que atua, influenciando o mesmo em contrapartida através de suas decisões. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 2 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Empresa Realidade Fatos Tratamento DADOS Informação Estruturação Automatização Negócios Sistemas Decisões Utilização Mercado Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 3 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Informação como Diferencial Competitivo - Preceitos Fundamentais Dados Modelados Dados rigorosamente identificados em sua composição e em sua semântica, quanto a: Ø Formato Ø Origem Ø Meio Ø Natureza Ø Formação Ø Relacionamento com outros dados “Os dados pertencem ao acervo da empresa, e não a grupos e/ou pessoas específicos” Dados Resguardados: Ø Integridade – garantia de veracidade lógica; Ø Segurança –fisicamente protegidos 1; Ø Privacidade – as pessoas devidamente autorizadas devem ter acesso aos dados de que necessitam; Ø Documentação – representa a permanência de sua verdade semântica e a garantia de seu entendimento ao longo do tempo; Ø Liquidez (ou Disponibilidade) – oferta de ferramentas que permitam o acesso, a atualização, a consolidação, a tabulação e a simulação de informações; garantia de continuidade dos serviços oferecidos. 1 A empresa Módulo, uma das principais empresas de consultoria em Segurança de Informações da América Latina, entende o termo Segurança a partir de três conceitos: Integridade, Confidencialidade e Disponibilidade. No entanto, seguiremos a divisão presente na bibliografia adotada (Modelagem de Dados - Barbieri). Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 4 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Detalhando cada um dos preceitos fundamentais: Integridade – Garantia de veracidade lógica da informação Ø Consistências em programas de entradas de dados Ø Integridade referencial Ø Credibilidade das fontes de informação Ø Triggers de SGBDs Ø Exemplos: 3 A cada crédito existe um débito associado; 3 Não existe funcionário que não esteja alocado a um departamento; 3 Cada cópia de filme somente poderá ser locado a um sócio ou a um dependente de um sócio; 3 Cada jogo de um campeonato deve estar associado a um estádio, um juiz e um placar; 3 Integridade na inclusão, na alteração e na exclusão de dados. Segurança – Garantia da proteção física do acervo de dados: Ø Backup / Restore / Teste de recuperação de dados Ø Analisadores de erros físicos e lógicos Ø Backout dinâmico (roll-back de transações) Ex. Transferência de Poupança para ContaCorrente com interrupção da transação por pique de luz; Privacidade – Garantia do acesso às informações somente por pessoas ou órgãos devidamente autorizados Ø Autenticação: garantia de alguém é quem diz ser; Ø Autorização (dois momentos: 1> Atribuição de direitos e privilégios de acesso a determinados recursos; 2> Concessão do acesso aos recursos após checagem dos direitos em função do solicitante) Ø Criptografia: cifragem de dados de forma que somente quem tem a chave de decodificação consiga obter os dados originais; Ø Software especializado de segurança (Ex. IBM RACF, CA TOP SECRET) 3 Problema: o dia seguinte ao da implantação Ø Mecanismos de privacidade para sistemas On-Line 3 Passwords de acesso 3 Chaves seletivas em transações – Classes de Segurança, perfis de usuário 3 Chaves seletivas em ocorrências de dados – Grant, Revoke 3 Views de bancos de dados. Ex. Listar os funcionários sem mostrar o salário, ou a data de nascimento, ou os nomes, endereços residenciais e telefones de clientes; Documentação – Garantia da existência de informações sobre os dados. Ø Ex. Dicionários de dados, Vocabulários corporativos Ø Quais dados existem na empresa? Por assunto, entidades, funções, áreas, sistemas Ø Quais os seus significados? Ø Como se credenciar para acessá-los? Ø Como acessá-los? Ø Quais os níveis de autorização necessários para acessá-los? Ø Quem pode atualizá-los? Ø Quais são seus sinônimos? Ø Quais as inter-relações entre os dados (referência cruzada entre os metadados) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 5 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Ø Quais os departamentos responsáveis por sua gestão? Ø Quais os impactos ao atualizar-se determinados dados? Liquidez (ou Disponibilidade) – Possibilidade de se obter o dado necessário, no momento certo, através de ferramentas e mecanismos simplificados; garantia da continuidade da oferta de dados, mesmo após falhas de um dos mecanismos responsáveis pela sua oferta. Ø Multiplicidade de canais de acesso; Ø Múltiplas ferramentas de acesso aos dados; Ø Redundância de mecanismos que provêem o acesso aos dados (Ex.: redundância de alimentação de energia, RAID, ambientes clusterizados) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 6 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 2. Conceitos sobre Sistemas “Conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo”, BIO (1989). “Um grupo de itens que interagem entre si, ou que sejam interdependentes, formando um todo unificado”, YOURDON (1990), citando o Webster’s New Collegiate Dictionary Sistemas fechados X Sistemas abertos Ø Sistemas fechados: nenhum material entra ou deixa-o; Ø Sistemas abertos: existe permanente relação de interdependência com o ambiente externo. Ex. empresa. Está constantemente sujeita a alterações devido a influência no estado do ambiente macroeconômico, político, social, tecnológico. Subsistemas: sistemas dentro de sistemas. Ex. Sistemas de informação são subsistemas do sistema empresa; Segundo YOURDON (1990): 1> Quanto mais especializado um sistema, menos capaz ele será de se adaptar a circunstâncias diferentes. Ex. sistemas de tempo-real – que se valem de idiossincrasias e especificidades de hardware e software; sistemas muito customizados para seus clientes específicos; 2> Quanto maior for um sistema, maior o número de seus recursos que serão destinados a à manutenção. Ex. Sistemas de mainframe com milhares de usuários x sistemas de microcomputador com apenas um único usuário (planilha); 3> Os sistemas sempre fazem parte de sistemas maiores e sempre podem ser divididos em sistemas menores. (particularmente problemática é a definição do escopo) Ex. A maçaneta – págs. 41-42; 4> Os sistemas crescem. Não se deve presumir que os sistemas estão concluídos. Deve-se analisar a relação custo-benefício ao se propor a expansão de um sistema. Eficácia x Eficiência Extraído de BIO (1989) Eficácia: Ø Ø Ø Ø Ø Diz respeito aos resultados, aos produtos decorrentes de uma atividade qualquer; Refere-se a escolha da solução certa para um determinado problema; É medida pela relação entre os resultados pretendidos e os resultados alcançados; Uma empresa eficaz consegue colocar no mercado o volume pretendido do produto certo para atendimento de determinada necessidade; Ex. Cumprimento de metas. Eficiência: Ø Diz respeito ao processo, ao método certo de se fazer as coisas; Ø É definida pela relação entre volumes produzidos / recursos consumidos; Ø Uma empresa eficiente é aquela que consegue seu volume de produção com o menor dispêndio possível de recursos. Em outras palavras, é a que consegue o menor custo por Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 7 FACE – FUMEC – Curso: STPD Ø Disciplina: Administração e Operação de CPDs unidade produzida; Ex. Otimização de processos. ATENÇÃO: A eficácia de uma empresa depende não somente de decisões estratégicas acertadas, e das ações tomadas no ambiente externo, mas também do nível de eficiência (condição esta altamente considerada em ambientes muito competitivos). Bons níveis de eficiência oferecem a possibilidade de sobrevivência e continuidade de resultados satisfatórios no médio e longo prazos, mesmo considerando que outros fatores como inovação, aproveitamento de oportunidades ou condições ambientais favoráveis também poderão oferecer bons resultados a uma empresa, ainda que não necessariamente duradouros. Mas, por que mudar (se “sempre foi assim por aqui”)? 1> O ambiente externo está em constante mutação, tanto em termos de ameaças como em termos de oportunidades; 2> As medidas tomadas externamente devem ter sua contrapartida interna correspondente; 3> Eficiência exige aperfeiçoamento contínuo; 4> Deve-se monitorar o impacto da mudança no ambiente organizacional de forma global. (Ex. A implantação de um sistema de informação na área de estoques em uma empresa oferece impactos significativos nas estruturas de poder, na cultura empresarial, nos fluxos de informações, nos processos produtivos e administrativos, entre muitos outros) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 8 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 3. Organização Geral da Área de Informática Conforme o Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas (CVDS), podemos atribuir funções de diversos profissionais a cada uma das fases propostas para o processo como um todo. Da mesma forma, o setor de informática de uma organização deverá se organizar para acomodar tanto os profissionais participantes como os recursos computacionais e informacionais envolvidos. Podemos considerar que a área de informática de uma organização subdivide-se nas seguintes áreas e sub-áreas principais, de uma forma genérica: Estrutura Organizacional de um Setor Corporativo de TI Área de Tecnologia da Informação Assessoria de Tecnologia Desenvolvimento de Sistemas Suporte Técnico Produção Unidade de Desenvolvimento de Sistemas I Sistemas Operacionais Operação de Sistemas / Monitoramento Unidade de Desenvolvimento de Sistemas II Redes de Computadores Entrada de Dados Unidade de Desenvolvimento de Sistemas n Redes de Telecomunicações Controle de Qualidade Centro de Desenvolvimento Administração de Bancos de Dados Help-Desk Administração de Dados Centro de Informações Manutenção de Hardware 1> Área de Desenvolvimento de Sistemas: este setor trata das questões relativas ao software aplicativo das organizações, e agrega diversas unidades de desenvolvimento de sistemas que são normalmente orientadas às áreas de negócio específicas de cada organização. Em cada uma das unidades de desenvolvimento de sistemas, encontram-se seus respectivos coordenadores de sistemas, bem como seus analistas e programadores, tanto responsáveis pela implementação de novas soluções quanto pela manutenção Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 9 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs corretiva, adaptativa e evolutiva das que já estejam desenvolvidas. O diagrama apresenta apenas 3 unidades distintas de desenvolvimento de sistemas, mas considera-se que podem existir um grande número de unidades, de acordo com o desmembramento do negócio ao qual a organização se dedica. Algumas empresas já oferecem o conceito de fábrica de software, uma unidade separada composta de profissionais de desenvolvimento de sistemas que constróem programas a partir de especificações bem definidas pelos analistas de sistemas. As fábricas de software podem ser terceirizadas para empresas especializadas na codificação de programas. Tanto com uma fábrica de software interna quanto no caso da mesma ser assumida por um terceiro, as unidades de desenvolvimento de sistemas seriam compostas basicamente por analistas de negócios, que coordenariam a especificação de sistemas juntamente com sua respectiva implementação. Como apoio ao desenvolvimento, podemos encontrar ainda duas unidades que atuam como consultores internos ao pessoal de desenvolvimento: 1.1> Centro de Desenvolvimento: refere-se ao pessoal de apoio no que tange à definição, manutenção e divulgação da metodologia e padrões para o desenvolvimento de sistemas, pela implementação de objetos e funções de utilização geral por parte dos analistas e programadores de desenvolvimento de sistemas (Ex. Cálculo de dígito de CPF/CNPJ, ou rotina de conversão de um número por seu equivalente por extenso, entre outros), pela administração de bibliotecas de funções e de módulos de software, pela administração de classes e funções, entre outros 2; 1.2> Administração de Dados: refere-se aos analistas que oferecerão apoio ao processo de análise dos dados a serem modelados pelos sistemas a serem desenvolvidos, gerenciando os padrões de nomes de campos, entidades e outros elementos de dados, bem como zelar pela sua adequada normalização e documentação, estabelecidas nos dicionários de dados e objetos. Além disso, esta unidade mantém a garantia das integridades exigidas pelos diagramas de dados de cada sistema, de forma a mantê-los consistentes com os modelos de dados corporativos; 2> Área de Suporte Técnico: esta área refere-se ao tratamento dos recursos computacionais que suportam os aplicativos a serem desenvolvidos na organização. Neste caso, o foco não está direcionado aos sistemas aplicativos, como o setor de Desenvolvimento de Sistemas, mas ao software básico subjacente às aplicações desenvolvidas. Além disso, esta área pode fomentar o desenvolvimento e a implantação de soluções tecnológicas de alto impacto na organização, pois é uma divisão intensamente voltada para as inovações tecnológicas disponibilizadas pelo mercado. Internamente, divide-se entre as seguintes unidades: 2.1> Sistemas Operacionais: normalmente refere-se ao gerenciamento dos recursos de software básico dos grandes servidores corporativos, como mainframes, por exemplo, monitorando seu desempenho e realizando o planejamento de capacidade mais adequado; 2.2> Redes de Computadores: aplica-se ao tratamento das mídias físicas, protocolos e elementos de interconexão das redes locais de computadores (LANs); 2 Em algumas empresas, tanto a unidade de Centro de Desenvolvimento quanto a de Administração de Dados podem encontrar-se na Área de Suporte Técnico, ou mesmo como parte de uma área neutra, ou seja, longe das influências dos dirigentes dos processos de Desenvolvimento de Sistemas. Ainda, estas duas áreas podem ser fundidas em uma única área, seja internamente à área de Desenvolvimento, seja inserida na área de Suporte Técnico. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 10 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 2.3> Bancos de Dados: refere-se à implementação física dos dados dos sistemas aplicativos a desenvolvidos pelas unidades de Desenvolvimento de Sistemas. Possui estreita interface com o pessoal da unidade de Administração de Dados; 2.4> Telecomunicações: enquanto a unidade de Redes de Computadores focaliza com maior ênfase o cabeamento, os protocolos e os dispositivos de conexão em redes locais de computadores (LANs), a unidade de Telecomunicações está mais voltada às tecnologias de conexões geograficamente distribuídas (WANs), tanto de voz quanto de dados3; 2.5> Centro de Informações: esta é uma unidade voltada para os usuários finais, responsável pela avaliação, seleção, instalação e treinamento de ferramentas e pacotes de Office Automation, bem como o desenvolvimento de pequenas soluções baseadas em produtos específicos (Ex. Anti-vírus, correio eletrônico, compactadores de dados, etc.). Também se dedica ao desenvolvimento e gestão de sistemas de informações não estruturados, como os implementados em planilhas, por exemplo. Esta unidade também oferece treinamento aos usuários finais, principalmente nas ferramentas de Office Automation. Atualmente, a unidade Centro de Informações vem sendo pouco implementada, pois suas funções acabam por ser absorvidas por outras unidades, como coordenações de sistemas departamentais (vinculadas à Área de Desenvolvimento de Sistemas), por exemplo; 3> Área de Produção: esta área tem por objetivo principal manter os sistemas de informação operando de forma consistente, atuando tanto na Entrada de Dados (via digitação, leitura ótica ou digitalização de dados e documentos, entre outras formas), o Controle de Qualidade dos dados inseridos nos sistemas e a correta Operação e Monitoração do ambiente computacional (via o scheduling dos jobs a serem executados, os procedimentos de substituição de mídias, a programação e o acompanhamento dos backups dos dados corporativos, o monitoramento das conexões e dos status de conclusão de cada um dos jobs processados pelo ambiente). Esta área também pode oferecer Manutenção do Hardware da empresa, seja atuando diretamente sobre o mesmo, seja acionando os fornecedores e prestadores de serviço externos à organização. Além disso, esta área também é responsável pelos atendimentos de suporte nos níveis primários aos usuários dos recursos computacionais da organização (Help-Desk) 4. 4> Assessoria de Tecnologia: esta área está voltada para projetos e atividades não necessariamente afeitas a cada uma das outras já citadas, e cuja autonomia justifica-se pelos níveis de responsabilidade e abrangência que necessitam. Enquadrariam nesta área funções como segurança e auditoria de sistemas, pesquisa e prospecção de novas tecnologias, gestão de projetos avançados em TI (ERP, CRM, Knowledge Management, e-Business, entre outros) e o planejamento estratégico de sistemas de informações. 3 As unidades de Redes de Computadores e Telecomunicações podem ser fundidas em uma única unidade, principalmente porque, nos tempos atuais, deve haver grande sinergia nas soluções providas por ambas. A unidade de Sistemas Operacionais, por sua vez, também pode ser unida à de Redes de Computadores mas, neste caso, a unidade de Telecomunicações costuma existir em separado de ambas. 4 A unidade de Help-Desk costuma-se dividir-se em 4 níveis. O 1o. Nível, mais básico, procura atender às solicitações dos usuários de forma imediata, e para problemas de baixa complexidade técnica. O 2o. Nível, um pouco mais especializado, procura atender as demandas após um rápido estudo técnico do problema, e a partir da utilização de scripts de atendimento preparados pelo pessoal de Suporte Técnico. Problemas mais complexos são redirecionados à área de Suporte Técnico (também chamado Help-Desk de 3o. Nível), que pode atender à demanda ou consultar fornecedores e consultores externos para apoiá-lo (este último caso é chamado Help-Desk de 4o. Nível). Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 11 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Mesmo considerando que muitas empresas vêem seus próprios CPDs estruturados de forma diferente desta que apresentamos, enfatizamos que o modelo organizacional de gestão dos recursos informacionais importa pouco neste caso. Verificamos que as novas empresas, bem como as antigas que estão “se mexendo” de forma ágil, estão se tornando baseadas em um ciclo de vida cada vez mais curto de produtos e soluções, sendo usuárias intensivas de ferramentas tecnológicas de alta produtividade. Desta forma, vêm apresentando estruturas cada vez mais enxutas e focadas quase que estritamente em seu negócio final. Assim, tem sido observado um grande acúmulo de funções de diversas unidades em setores únicos, bem como a uma forte terceirização de outras unidades não voltadas diretamente para o core business das mesmas. Como exemplos mais notórios, algumas empresas estão segmentando sua área de e-business como uma divisão à parte, e toda ela devotada ao desenvolvimento de soluções B2B (business-tobusiness) ou B2C (business-to-consumer), assumindo tanto as funções de desenvolvimento como de suporte técnico, entre outras. Por outro lado, encontra-se forte tendência à terceirização de alguns tipos de serviço tradicionalmente pertencentes às grandes empresas de processamento de dados, como o tratamento das telecomunicações, Help-Desk, entrada de dados e controle de qualidade, e até mesmo a hospedagem de aplicativos (ASP – Application Service Providers), entre outras funções. Adicionalmente, não devemos deixar de notar que a própria estruturação de dados e sistemas em plataformas distribuídas bem como a implementação de novas soluções sob a abordagem de projetos que vêm contando com equipes multifuncionais e multidisciplinares vêm trazendo consigo culturas gerenciais de desenvolvimento absolutamente distintas das que são até então cultivadas no interior dos grandes e pesados CPDs. Sendo assim, consideramos que nosso “organograma” ilustrado acima apresenta-se apenas como um mero recurso didático, e somente desta forma atendendo ao seu papel principal, que é o de esclarecer as diversas porções necessárias para o desenvolvimento de grandes soluções de software corporativo. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 12 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 4. Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas Usuários Direção políticas do usuário requisitos do sistema 1 LEVANTAMENTO relatório experimental de custo/benefício charter 2 ANÁLISE 3 PROJETO especificação estruturada especificação estruturada relatório de custo/ benefício especificação de projeto 4 IMPLEMENTAÇÃO 7 conjunto de teste de controle de qualidade 8 CONVERSÃO DE BANCOS DE DADOS especificação de projeto DESCRIÇÃO DE PROCEDIMENTOS 5 GERAÇÃO DO TESTE DE ACEITAÇÃO banco de dados existente restrições operativas restrições restrições Direção Operações manual do usuário banco de dados convertido sistema integrado 9 INSTALAÇÃO 6 CONTROLE DE QUALIDADE sistema aceito sistema instalado Fonte: YOURDON, Edward. Análise Estruturada Moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1990. p. 110. Segundo STAIR (1998. pp. 279-358), para o desenvolvimento de um sistema deve-se partir para as seguintes fases de abordagem: 1> 2> 3> 4> 5> Avaliação de sistemas (entender o problema) Análise de sistemas (entender a solução) Projeto de sistemas (selecionar e planejar a melhor solução) Implementação de sistemas (fazer a solução funcionar) Manutenção e Revisão de sistemas (avaliar os resultados da solução) Vejamos, a seguir, como se daria o detalhamento de cada uma destas fases. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 13 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 1. Avaliação 1.1. Definição da causa do problema que motiva o sistema 1.2. Identificação de possíveis soluções e oportunidades 1.3. Definição do escopo da solução e/ou oportunidade 1.4. Análise de viabilidade: 1.4.1. Viabilidade Técnica – o HW, SW e demais componentes do sistema poderão ser assimilados pela organização? 1.4.2. Viabilidade Econômica – o projeto é financeiramente exequível? (apenas estimativas poderão ser feitas nesta fase) 1.4.3. Viabilidade Operacional – o projeto poderá ser posto em operação? (questões logísticas, culturais, motivacionais e políticas da organização) 1.4.4. Viabilidade de Cronograma – o projeto poderá ser concluído em um período razoável de tempo? 1.5. Participantes 1.5.1. Usuário 1.5.2. Analista de Sistemas 1.5.3. Assessoria de TI (para verificação da viabilidade técnica e operacional, pode envolver eventualmente analistas de suporte e analistas de administração de dados, que auxiliarão no processo de entendimento do problema e de suas diversas alternativas de solução) 1.5.4. Direção Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 14 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 2. Análise 2.1. Coleta de dados e requisitos apropriados 2.1.1. Identificação das fontes de dados 2.1.2. Realização da coleta de dados 2.1.2.1. 2.1.2.2. 2.1.2.3. Entrevistas estruturadas – perguntas redigidas antecipadamente Entrevistas não-estruturadas – perguntas elaboradas on-the-fly (baseado na experiência do entrevistador) Observação direta – participantes da equipe observam diretamente o sistema atual em ação 2.2. Análise dos dados coletados – tratamento dos dados para posterior utilização 2.2.1. Modelagem de dados (DER) 2.2.2. Modelagem de atividades – fluxos de dados (DFD) 2.2.3. Podem ser utilizadas outras técnicas, como: 2.2.3.1. 2.2.3.2. 2.2.3.3. Fluxogramas de aplicações Diagramas de grade Ferramentas CASE 2.3. Análise dos requisitos coletados – identificação das necessidades dos usuários, dos beneficiários e da organização 2.3.1. Perguntas diretas 2.3.2. Fatores Críticos de Sucesso – itens essenciais para o sucesso de uma área ou organização 2.3.3. Plano de SI – tradução das metas estratégicas e organizacionais em termos das iniciativas de desenvolvimento de sistemas da corporação. 2.4. JAD – Joint Application Design – pode ser utilizado em lugar da coleta de dados tradicional e dos procedimentos da análise de requisitos 2.5. Desenvolvimento Rápido de Aplicações (RAD) – combina JAD, prototipagem e outras técnicas estruturadas. Melhor para sistemas complexos sobre os quais os usuários possuem pouco conhecimento, ou de novos sistemas sem modelos anteriores 2.6. Participantes 2.6.1. Usuário 2.6.2. Analista de Sistemas 2.6.3. Administrador de Dados (para validação dos modelos de dados e informações sobre bases de dados já existentes) 2.6.4. Analista de Centro de Desenvolvimento (eventualmente, para acompanhamento da utilização da metodologia) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 15 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 3. Projeto 3.1. Projeto lógico – especificação da maneira como os diversos componentes trabalharão em conjunto 3.1.1. Projeto das Saídas: tipos, formato, conteúdo e frequência das informações de saída – podem ser utilizadas ferramentas de diagramação e de elaboração de lay-out de telas e relatórios 3.1.2. Projeto das Entradas: tipo, formato, conteúdo e frequência das informações de entrada – podem ser utilizadas ferramentas de diagramação e de elaboração de lay-out de telas e relatórios 3.1.3. Projeto de Processamento: especifica os cálculos e os processos de transformação dos dados de entrada em dados de saída 3.1.4. Projeto de Arquivos e de Bancos de Dados: especificação de como os dados serão representados nos bancos de dados, dicionarizando-os e definindo-os em termos de quais serão os tipos que representarão cada dado, como se relacionarão, triggers, regras de domínio, de precisão, de atualização, de deleção, entre outras. 3.1.5. Projeto de telecomunicações: especifica como as diversas partes (ou camadas, ou “tiers”) do sistema se comunicarão entre si; 3.1.6. Projeto de procedimentos: a serem adotados para executar aplicações ou quando ocorrerem problemas a serem resolvidos (destinado ao ambiente de operações da empresa); 3.1.7. Projeto de pessoal e cargos: para os sistemas que exigirão novo tipo de pessoal, bem como uma estrutura organizacional a ser montada para atendê-lo. Ex. CRM, Call Center, ou Help Desk; 3.1.8. Projeto de Controle e Segurança: frequência e características dos sistemas de backup. Envolve também as questões relativas à privacidade e à disponibilidade dos mesmos, 3.2. Projeto físico – especificação dos componentes físicos reais 3.2.1. Projeto de Hardware: equipamentos necessários 3.2.2. Projeto de Software: software básico, sistemas operacionais, sistemas gerenciadores de bancos de dados, gateways, pacotes (ex. solução de CTI – Computer Telephony Integration, solução de correio eletrônico, ou de workflow) ferramentas de extração de dados (Ex. geradores de relatórios, ou ferramentas de OLAP client) e outras ferramentas de apoio ao usuário; 3.2.3. Projeto de Bancos de Dados: distribuição de dados, sincronização, ou seja, recursos específicos dos produtos de bancos de dados a serem empregados no projeto; 3.2.4. Projeto de Telecomunicações: software, nós de rede, internetworking, configurações específicas de servidores, protocolos, endereçamento, conexões externas, serviços de terceiros (Ex. linhas dedicadas, canais X.25 ou Frame Relay, links PPP, VPNs); 3.2.5. Projeto de Pessoal: especificação do conhecimento e dos “skills” necessários para profissionais que deverão satisfazer os requisitos das descrições de cargos especificadas no projeto lógico; 3.2.6. Projeto de Procedimentos e Controle: especifica a forma de executar cada aplicação, manuais de recomendações contra crimes ou fraudes. Devem incluir métodos para auditoria, backup e distribuição das saídas. 3.3. Participantes: 3.3.1. Analista de Sistemas (Projeto Lógico e Físico) 3.3.2. Analistas de Suporte (Projeto Lógico e Físico) 3.3.2.1. 3.3.2.2. 3.3.2.3. 3.3.2.4. 3.3.2.5. Bancos de Dados Sistemas Operacionais Redes de Computadores Telecomunicações Segurança 3.3.3. Analistas de Produção (Projeto Físico) 3.3.4. Documentadores 3.3.5. Administrador de Dados (Projeto Lógico, e eventualmente no Projeto Físico) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 16 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 3.3.6. Analistas de Centro de Desenvolvimento (construção de rotinas especializadas de baixo nível e acompanhamento da utilização da metodologia – pode não ser envolvido, dependendo do nível de complexidade do sistema) 3.3.7. Pode envolver, eventualmente, programadores, que contribuiriam com alternativas eficientes para aspectos técnicos a serem empregados na implementação dos sistemas Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 17 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 4. Implementação 4.1. Aquisição de Hardware / Telecomunicações 4.2. Aquisição/Desenvolvimento de Software 4.2.1. Aquisição de Software básico 4.2.2. Desenvolvimento do Software Aplicativo 4.3. Contratação / Treinamento de Pessoal de SI – para desempenho de funções específicas (ex. coletores de pedidos, operadores de PDVs) 4.4. Preparação / Treinamento dos Usuários – para utilizarem adequadamente o sistema 4.5. Preparação dos Locais – locais físicos onde serão acomodados os equipamentos onde rodarão os sistemas 4.5.1. Projeto e Mudança de lay-out físico 4.5.2. Trabalhos de engenharia civil 4.5.3. Cabeamento estruturado 4.5.4. Instalações elétricas estabilizadas 4.6. Preparação / Conversão dos Dados – digitação de dados, conversão de dados de outros sistemas / bancos de dados 4.7. Testes 4.7.1. Testes de unidade – programas individuais 4.7.2. Testes do sistema – todo o sistema 4.7.3. Testes de volume – teste do sistema com grande volume de dados 4.7.4. Testes de integração – com os sistemas relacionados 4.7.5. Testes de aceitação – os que o usuário demandar 4.8. Aceitação por parte do Usuário 4.9. Instalação e Implantação 4.9.1. Dos componentes do aplicativo e dos equipamentos nos locais de utilização do sistema 4.9.1.1. Implantação piloto – na primeira unidade de negócio da organização; 4.9.1.2. Roll-Out – extensão da implantação para todas as demais unidades de negócio (Ex. Agências, escritórios regionais, PDVs – pontos de venda); 4.10. Participantes 4.10.1. 4.10.2. 4.10.3. 4.10.4. Usuário (exclusivamente nos processos de Testes e Aceitação) Analista de Sistemas Programador Administrador de Dados (eventualmente, pode acompanhar a implementação dos dados nos sistemas gerenciadores de bancos de dados, verificando as regras de integridade, de domínio, de deleção e exceção, bem como verificar a normalização dos dados a serem estruturados fisicamente). 4.10.5. Analistas de Suporte 4.10.5.1. 4.10.5.2. 4.10.5.3. 4.10.5.4. 4.10.5.5. Bancos de Dados Sistemas Operacionais Redes de Computadores Telecomunicações Segurança 4.10.6. Analista de Produção (sobretudo na implantação dos sistemas em um ambiente final, passível de acompanhamento e monitoração, além do envolvimento do pessoal de HelpDesk, para atendimento aos usuários no caso de problemas); 4.10.7. Analistas de Centro de Desenvolvimento (acompanhamento de rotinas especializadas de baixo nível e acompanhamento da utilização da metodologia. Pode não ser envolvido se a complexidade do sistema a ser desenvolvido não exigir sua intervenção) Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 18 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5. Manutenção e Revisão 5.1. A manutenção pode envolver todo um projeto de re-desenvolvimento do sistema vigente. Pode haver pequenas implementações mas, preferencialmente, nesta fase não há implementação, mas apenas seu planejamento. Desta forma, e caso haja necessidade de desenvolvimento de novas funcionalidades, deve-se retornar, no mínimo, à fase de Implementação 5.2. Tipos de manutenção 5.2.1. Corretiva – falhas e defeitos detectados 5.2.2. Adaptativa – funcionalidades que devem ser atualizadas em função de um novo contexto do mundo real (Ex. Bug do milênio, mudanças na tributação do IR na fonte em um sistema de folha de pagamento, incorporação de novos impostos em sistemas bancários) 5.2.3. Evolutiva – Incorpora melhoramentos no sistema 5.3. Tipos de Revisão 5.3.1. Direcionadas por eventos 5.3.1.1. 5.3.1.2. 5.3.1.3. Ocorrência de erros Fusões de empresas Surgimento de novos cenários (mercados, produtos, etc.) 5.3.2. Direcionadas por Tempo – periódicas 5.4. Participantes 5.4.1. Usuário 5.4.2. Analista de Sistemas 5.4.3. Programador (eventualmente, pois pode oferecer alternativas técnicas para a manutenção do sistema em termos de implementação) 5.4.4. Analista de Suporte, Administrador de Dados, Analista de Centro de Desenvolvimento e Analista de Produção (podem ser eventualmente envolvidos de forma a contribuir com sua experiência e conhecimento para a melhoria, correção ou adaptação do sistema vigente) 5.4.5. Auditor de Sistemas Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 19 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Resumo das fases do processo de Desenvolvimento de Sistemas e as interações entre elas Avaliação Avaliação Projeto Lógico Codificação Análise Análise Projeto Físico Testes / Aceite Projeto Implantação Implementação Implementação Manutenção Manutenção // Revisão Revisão Quadro resumo –Nível de envolvimento no processo de Desenvolvimento de Sistemas Avaliação Analista de Sistemas Diretoria Programador Usuário Analista de Suporte Administrador de Dados Analista de Centro de Desenv. Analista de Produção Legenda: C - Obrigatório Prof.: Roberto L. C. Gattoni C C D C I I D D Análise Projeto Lógico Físico C C D D D D C I D C C C I I D D I - Eventual D - Não Participa C D I D C I I C Implementação Manutenção / Revisão C D C C C I I C C D I C I I I I Pág. 20 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5. Sistemas de Informações Empresariais Extraído de STAIR (1998), Caps. 8, 9 e 10 5.1. Os Níveis Organizacionais de Tomada de Decisões Podemos considerar que existem 3 níveis de gerência nas organizações: Gerência Estratégica Ø Decisões sobre metas corporativas Ø Alocação de recursos para o cumprimento das metas corporativas Ø Grande necessidade de dados externos Ø Decisões com horizontes de tempo maiores Ø Maior impacto gerado pelas decisões sobre pessoas e funções comerciais Gerência Tática Ø Direcionados para a eficácia dos processos corporativos (As tarefas corretas estão sendo feitas?) Ø Compartilham responsabilidades com os gerentes operacionais Gerência Operacional Ø Visam à eficiência dos processos corporativos (As tarefas estão sendo bem-feitas?) Ø Supervisão de empregados do setor não administrativo Ø Controle de atividades de rotina Funcionários não Gerenciais Ø Atividades rotineiras e repetitivas Dimensões de Decisão Autoridade de Decisão Impacto nas Singularidade Horizonte Metas Corporativas dos Problemas de Tempo Campo de Ação Necessidade de Dados Externos Alto Gerência Estratégica Gerência Tática Gerência Operacional Funcionários não-Gerenciais Baixo Fonte: STAIR, Ralph. Princípios de Sistemas de Informação - Uma Abordagem Gerencial. Rio de Janeiro: LTC. 1998. p. 183 Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 21 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.2. Fontes de Informação Gerenciais Fontes de Informações Gerenciais Internas Internas Externas Externas Informações Informações recebidas recebidas informalmente informalmente das das fontes fontes internas internas ee externas externas Relatórios Relatórios escritos escritos dos dos STPs, STPs, sistemas sistemas manuais manuais ee fontes fontes externas externas Sistemas Sistemas de de Informações Informações Gerenciais Gerenciais Relatórios Relatórios Relatórios Relatórios Administrador Sistemas Sistemas de de Apoio Apoio às às Decisões, Decisões, Sistemas Sistemas de de Apoio Apoio aa Executivos Executivos ee Sistemas Sistemas Especialistas Especialistas Fontes de Dados Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 22 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.3. Tipos de Sistemas de Informação Empresariais Sistemas de Processamento de Transações Ø Ligados às atividades organizacionais da rotina diária que ocorrem no curso normal dos negócios Ø Frequentemente relacionadas com os contatos com os clientes Ø Alimentam os Sistemas de Informações Gerenciais Ø Atendem ao nível operacional – gerência e funcionários Sistemas de Informações Gerenciais Ø Atendem aos níveis de gerência intermediários Sistemas de Suporte à Decisão Ø Atendem ao nível de gerência estratégica, podendo atender também às demais gerências Sistemas de Inteligência Artificial / Sistemas Especialistas Ø Desenvolvidos de forma a reaplicar o conhecimento humano em determinados tipos de problemas bem definidos, auxiliando as organizações a atingirem as suas metas A ilustração abaixo sintetiza a área de abrangências dos diversos tipos de sistemas de informações empresariais, de acordo com os níveis de gerência já apresentados: Sistemas de Informações Empresariais Funcionais Específicos SPT SIG SSD IA / SE Gerência Estratégica Gerência Tática Gerência Operacional Funcionários não-Gerenciais Fonte: STAIR, Ralph. Princípios de Sistemas de Informação - Uma Abordagem Gerencial. Rio de Janeiro: LTC. 1998. p. 183 Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 23 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.4. Sistemas de Processamento de Transações Características das transações: Ø Entrada e alimentação de dados Ø Processamento e Armazenamento Ø Geração de documentos e relatórios Sistemas de Processamento de Transações Processamento Processamento Nota Fiscal Entrada e Alimentação de Dados Bancos Bancos de de Dados Dados Documentos e Relatórios Características Gerais dos SPT Ø Grande quantidade de dados de entrada Ø Grande quantidade de saídas (incluindo arquivos de dados, documentos e relatórios) Ø Necessidade de eficiência no processamento Ø Capacidades de entradas e saídas rápidas Ø Alto grau de repetição no processamento Ø Computação simples, em geral Ø Grande necessidade de armazenamento Ø Necessidade de edição de dados, para garantia de precisão e atualização dos dados Ø Necessidade de auditoria para garantia de que a entrada, o processamento, os procedimentos e as saídas estejam corretas, precisas e válidas Ø Alto potencial de problemas de segurança Ø Impacto do sistema sobre um grande número de usuários Ø Impacto grave sobre a organização em caso de falha de operação ou pane Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 24 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Atividades de processamento de transações Ø Coleta de Dados Ø Manipulação/Processamento de Dados Ø Armazenamento dos Dados Ø Produção de Relatórios e Documentos Métodos de Processamento de Dados Ø Batch (baseados em processamento em lote) Ø On-Line (sistemas OLTP) Ø “Entrada on-line com processamento posterior” Objetivos de um sistema de processamento de transações Ø Processar dados gerados por e sobre transações Ø Manter um elevado grau de precisão Ø Assegurar a entrada dos dados e da informação Ø Produzir documentos e relatórios em tempo Ø Aumento da eficiência do trabalho Ø Ajuda no fornecimento de mais serviços e serviços melhorados Exemplos de Aplicações dos Sistemas de Processamento de Aplicações Ø Sistemas de Processamento de Pedidos (com aplicações de faturamento) Ø Sistemas de Controle de Estoques Ø Sistemas de Contas a Receber Ø Sistemas de Contas a Pagar Ø Sistemas de Compras Ø Sistemas de Folha de Pagamento Ø Sistemas de Contabilidade Geral Sistemas Especializados de Processamento de Transações Ø Indústrias de Investimentos e Bancárias Ø Indústria de Aviação Ø Indústria de Distribuição Ø Indústria Varejista Ø Indústria de Serviços de Saúde Ø Gerenciamento de Energia e Serviços Públicos Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 25 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.5. Sistemas de Informações Gerenciais Finalidade principal dos SIGs: fornecer aos administradores informações sobre as operações regulares da empresa permitindo que eles possam controlar, organizar e planejar os processos de forma mais eficaz e eficiente. Os SIGs (Sistemas de Informações Gerenciais) utilizam-se de fontes de informação internas e externas para a tomada de decisões, quais sejam: Ø Informações recebidas informalmente das fontes internas e externas; Ø Relatórios gerados pelos SPTs, sistemas manuais e fontes externas; Ø Relatórios gerados pelos SIGs; Ø Sistemas de Suporte à Decisão, Sistemas de Informações Executivas, Sistemas Especialistas. Os relatórios dos SIGs diferem dos relatórios dos SPTs das seguintes formas: Ø Os relatórios dos SPTs dão suporte predominantemente à tomada de decisão nos níveis operacionais, focando na eficiência da empresa; Ø Os relatórios dos SIGs dão suporte aos níveis gerenciais voltados para a eficácia organizacional (nível tático, e eventualmente estratégico), onde as decisões são menos rotineiras e menos estruturadas. Entradas de um SIG Ø Dados dos SPT (arquivos e bancos de dados utilizados nas transações da empresa) Ø Missão estratégica / Plano da Organização; Ø Dados de áreas funcionais específicas da empresa (marketing, vendas, financeiro, estoques, etc.) Ø Dados de fontes externas (clientes, fornecedores, concorrentes e acionistas, por exemplo) Saídas de um SIG Ø Relatórios programados – periódicos; Ø Relatórios indicadores de pontos críticos – posição diária de estoques, desempenho mensal de agências, volume semanal de vendas, etc. É um tipo especial de relatório programado geralmente ligados a fatores críticos de sucesso de uma organização; Ø Relatórios sob solicitação – produzidos sob demanda do executivo; Ø Relatórios de exceção – produzidos automaticamente e baseados em situações incomuns (por exemplo, itens com estoque abaixo do normal, funcionários trabalhando mais de 40 horas por semana, projetos em atraso, etc.). Os pontos de corte ideais devem ser selecionados. Pontos de corte muito altos podem ocultar problemas; pontos de corte muito baixos podem gerar informação em abundância como ruído. Características Gerais de um SIG Ø Produzem relatórios programados, sob solicitação e de exceção; Ø Relatórios de saída possuem formatos fixos e padronizados; Ø Produzem relatórios impressos e em tela; Ø Utilizam dados predominantemente armazenados em sistemas computacionais; Ø Seus relatórios são desenvolvidos e implementados por equipes de desenvolvimento de sistemas; Ø Necessitam de solicitações formais por parte dos usuários. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 26 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Um exemplos de SIG – Financeiro Ø Objetivos específicos: î Analisar atividades financeiras históricas e atuais; î Projetar as necessidades financeiras futuras; î Monitorar e controlar o uso dos recursos através do tempo. Ø Entradas: î Plano Estratégico ou políticas corporativas; î Sistemas de Processamento de Transações; î Fontes Externas Ø Subsistemas: î Previsão Financeira î Dados financeiros dos departamentos (lucros/perdas/custos) î Auditoria Ø Saídas: î Auditorias internas e externas î Previsões financeiras î Extratos financeiros î Usos e gerenciamento de verbas î Estatísticas financeiras para controle Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 27 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.6. Sistemas de Suporte à Decisão Antes de tratarmos especificamente a respeito dos SSD (Sistemas de Suporte à Decisão), convém explicarmos como ocorre o processo de tomada de decisão, que é parte de um processo maior, o de solução de problemas: Inteligência Inteligência Tomada de Decisão Projeto Projeto Escolha Escolha Solução de Problemas Implementação Implementação Monitoramento Monitoramento Sendo assim, vejamos alguns dos tipos de problemas a serem resolvidos pelos tomadores de decisão: Ø Problemas estruturados: diretos, requerem fatos e relacionamentos conhecidos, e os dados para sua resolução são conhecidos e prontamente disponíveis (Ex. Escolha da aplicação com melhor retorno financeiro); Ø Problemas semi-estruturados ou não-estruturados: problemas complexos, em que os relacionamentos entre seus dados nem sempre são claros, e onde estes dados podem se encontrar em diversos formatos e ser difícil realizar sua manipulação ou obtenção. Além disso, neste tipo de problema o próprio tomador de decisões pode não conhecer antecipadamente os requisitos das informações da decisão (Ex. Onde instalar uma nova fábrica, ou filial? O tomador de decisão pode desconhecer as principais informações a não ser durante o próprio processo decisório). Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 28 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Objetivo principal dos SSDs: dar suporte à tomada de decisões específicas de um problema. Os problemas focalizados pelos SSD podem ser estruturados, mas é de especial interesse o tratamento dos problemas semi-estruturados ou não-estruturados por parte dos SSD. Onde são aplicáveis? Mesmo sendo destinados ao nível da gerência estratégica, podem ser utilizados em todos os níveis gerenciais, porque todos eles podem ter que lidar eventualmente com problemas nãoestruturados ou não-rotineiros, auxiliando no processo decisório envolvido. Características principais dos SSD: Ø Grandes volumes de dados; Ø Dados oriundos de diferentes fontes, tanto internas quanto externas; Ø Alta flexibilidade no formato de apresentação de seus relatórios e saídas, oferecidas tanto em formato gráfico quanto textual (ao contrário das saídas dos SPTs e SIGS, normalmente em formato fixo); Ø Realiza análises e comparações complexas e sofisticadas, podendo utilizarem-se de pacotes de software especializados para isso; Ø Arquitetura modular: o SSD pode agregar diversos módulos de software independentes para a incorporação de funcionalidades na confecção de suas análises e diversidade de formatos de apresentação; Ø Suporte às abordagens de otimização (busca da solução ótima) ou de satisfação e heurística (em que soluções muito boas podem ser encontradas, mas não necessariamente as melhores); Ø Execução de análises de simulação (dadas modificações hipotéticas em dados de um problema e observar-se o impacto nos resultados ) ou de atingimento de metas (processo de determinação dos dados de um problema a partir da fixação de um certo resultado). Recursos de um SSD: Ø Suporte em diversas fases de solução de problemas (inteligência, projeto, escolha, implementação e monitoramento); Ø Suporte nas diversas frequências de decisão: de únicas (fusão com outra empresa, por exemplo, tratadas pelos SSDs ad hoc) a repetidas (quantidades de produtos que devem ser solicitadas por semana para atendimento aos níveis adequados dos estoques, tratadas pelos SSDs institucionais); Ø Suporte a diversas estruturas de problemas (estruturados e semi-estruturados/nãoestruturados); Ø Suporte a diversos níveis na tomada de decisões: estratégico, tático e operacional. SIE – Sistema de Informações Executivas Ø SSD especializado, voltado a executivos de nível estratégico nas organizações; Ø Caracterizam-se basicamente por: î Orientar-se para o futuro: decisões de alto impacto; î Alto grau de informações externas envolvidas; î Alto grau de incerteza nas decisões a serem tomadas. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 29 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Componentes de um SSD: Ø Sistemas gerenciadores de bancos de dados (com suas bases de dados associadas); Ø Sistemas gerenciadores de modelos (que podem ser modelos financeiros, de análise estatística, de gráficos ou de gerenciamento de projetos, por exemplo); Ø Interface com o usuário; Ø Mecanismos de acesso a outros sistemas computacionais; Ø Mecanismos de acesso a bancos de dados externos; Sistemas de Suporte à Decisão Banco Banco de de Dados Dados Banco Banco de de Modelos Modelos SGBD SGBD SGM SGM Gerador Gerador de de SSD SSD Acesso Acesso aa outros outros sistemas sistemas computacionais computacionais Interface Interface com com oo usuário usuário Acesso Acesso aa bancos bancos de de dados dados externos externos Bancos Bancos de de Dados Dados Externos Externos Usuários Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 30 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 5.7. Sistemas de Inteligência Artificial / Sistemas Especialistas Os sistemas de inteligência artificial incluem as pessoas, os procedimentos, hardware, software, dados e conhecimento necessários para desenvolver sistemas computacionais e máquinas que demonstram características de inteligência. O objetivo no desenvolvimento contemporâneo de sistemas de IA não é substituir completamente a tomada de decisões humana, mas sim reaplicá-la em determinados tipos de problemas bem definidos, auxiliando as organizações a alcançar suas metas. Características de um comportamento inteligente: Ø Aprender com a experiência; Ø Aplicar o conhecimento adquirido da experiência; Ø Tratar situações complexas; Ø Resolver problemas quanto faltam informações importantes; Ø Determinar o que é importante; Ø Capacidade para raciocinar e pensar; Ø Reagir rápida e corretamente a novas situações; Ø Compreender imagens visuais; Ø Processar e manipular símbolos; Ø Ser criativo e imaginativo; Ø Utilização da heurística (normas práticas advindas da experiência). Categorias de sistemas de Inteligência Artificial: Ø Sistemas especialistas – Sistemas que agem ou se comportam como um ser humano experiente em um campo ou área. Alguns exemplos de SE atuam no diagnóstico de problemas, na previsão de eventos futuros e no auxílio de novos produtos e sistemas. Suas principais características serão apresentadas com mais profundidade logo adiante; Ø Robótica – envolve o desenvolvimento de dispositivos mecânicos ou baseados em computador para realizar tarefas que exigem alto grau de precisão, ou são tediosas ou perigosas para a execução por parte de seres humanos. Aplicações: indústrias mecânica e automobilística, área de instrumentação cirúrgica, entre outros; Ø Sistemas de visão – hardware e software que possibilitam aos computadores capturar, armazenar, e manipular imagens visuais e figuras. Ex. Sistemas de reconhecimento de impressões digitais, sistemas de rastreamento de incêndios por satélite, entre outros; Ø Sistemas de processamento da linguagem natural – possibilitam que computadores compreendam e reajam a instruções emitidas em uma linguagem natural, como o português ou o inglês, por exemplo. Dificultadores: entendimento do contexto (Ex. Conserto e concerto); Ø Sistemas de aprendizagem – combinação de hardware e software que opermite ao computador modificar a maneira como ele funciona ou reage a situações com base no retorno que recebe. Neste caso, demanda o feedback de suas ações e decisões, que o retroalimenta continuamente. Ex. Comportamento de vídeo-games. Ø Redes neurais – sistemas com funcionamento similar ao cérebro humano, utilizando normalmente funcionamento maciçamente paralelo, possibilitando o processamento de vários dados e informações ao mesmo tempo e com a possibilidade de reconhecimento de padrões. Ex. Sistemas de Data Mining. Algumas de suas características específicas são: î Capacidade de recuperação de informações mesmo quando alguns de seus nós neurais falhem; î Modificação rápida de dados armazenados como resultados de novas informações; Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 31 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs î Capacidade de descobrir relacionamentos e tendências em grandes bancos de dados; î Capacidade de resolver problemas complexos para os quais não se dispõem de informações completas. Sistemas Especialistas Características dos Sistemas Especialistas: Ø Explicar seu raciocínio ou as decisões sugeridas; Ø Apresentar comportamento “inteligente”, propondo novas idéias e abordagens para a solução de problemas; Ø Manipular informações simbólicas e tirar conclusões; Ø Tirar conclusões de relacionamentos complexos; Ø Proporcionar conhecimento portátil; Ø Poder lidar com a incerteza. Aspectos restritivos dos Sistemas Especialistas: Ø Não amplamente utilizados ou testados; Ø Difíceis de serem usados; Ø Limitados a problemas relativamente simples; Ø Não podem lidar prontamente com conhecimento “mesclado”; Ø Possibilidade de erro; Ø Não podem refinar o próprio banco de conhecimentos; Ø Dificuldade de manutenção; Ø Podem ter elevados custos de desenvolvimento; Ø Levantam questões legais e éticas. Aplicações dos Sistemas Especialistas Ø Suporte à tomada de decisões; Ø Estabelecimento de metas estratégicas; Ø Planejamento; Ø Projeto de produtos; Ø Controle de qualidade e monitoramento; Ø Diagnose. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 32 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Componentes de um Sistema Especialista Sistema Especialista Motor Motor de de Inferência Inferência Banco Banco de de conhecimento conhecimento Recurso Recurso de de aquisição aquisição de de banco banco de de conhecimentos conhecimentos Especialistas Prof.: Roberto L. C. Gattoni Recurso Recurso de de Explicação Explicação Interface Interface com com oo usuário usuário Usuários Pág. 33 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 6. O Analista de Negócios e da Informação Extraído de SAVIANI (1995). Ø Evolução dos profissionais voltados a sistemas: î Analistas de O&M • Início na década de 60; • Oriundos de áreas distintas (contábil, finanças, desenho técnico, auditoria, etc.); • Sem formação uniforme; • Heterogeneidade de conhecimentos e objetivos; • Foco nos processos organizacionais e em sua documentação; • Principal produto: manuais. î Analistas de Sistemas • Voltado aos sistemas computacionais; • Vinculado aos pesados investimentos da área computacional; • Forte investimento em qualificação e treinamento; • Acúmulo de “poder” devido à proximidade com a máquina; • Acúmulo de mais responsabilidades organizacionais nos sistemas (os altos custos deveriam ser justificados!); • Principal produto: sistemas de informação automatizados. Ø Consequências quanto à existência e ao início da animosidade entre ambos: î Insegurança dos usuários quanto aos profissionais de O&M; î Imagem negativa da área de O&M; î Dificuldades na Avaliação do profissional de O&M; î Produto final diferente do desejado; î Distanciamento crescente entre o profissional de O&M e o profissional de sistemas; î Desigualdade salarial entre o profissional de O&M e o de sistemas. Ø Evolução dos analistas de sistemas î Segmentação de cargos • Analistas de Sistemas • Analistas de Desenvolvimento • Analistas de Aplicação • Analistas de Suporte • Programador Analista î Problemas: • Atendimento voltado às capacidades da máquina; • Pouco interesse às necessidades dos usuários; • Conflitos de interesses e de prazos dos usuários com a atuação dos profissionais de informática; • Linguajar e larga utilização de jargões da área, pouco auxiliando as aspirações dos usuários. î Contextos desfavoráveis ao “poder” dos analistas de sistemas: • Aumento da oferta de cursos e faculdades para formação de analistas de sistemas; • Queda radical nos custos de hardware e software; • Popularização da informática. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 34 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Ø Novos contextos empresariais î Descentralização administrativa: unidades de negócio; î Descentralização dos CPDs; î Velocidade das mudanças nos mercados e da tecnologia de suporte aos negócios; î Necessidade da integração das funções organizacionais com as funções vinculadas ao tratamento da informação corporativa; î Consequência: a informática deve ser utilizada como ferramental estratégico, e não uma mera processadora de dados. Para isso, são necessários profissionais que aliem visão de negócio à visão da tecnologia da informação, na busca de resultados organizacionais efetivamente positivos. Ø O Analista de Negócios e da Informação î Conceito: “O analista de Negócios e da Informação é um agente de mudanças ligado ao ramo de negócios da organização, que procura a cada momento desenvolver sistemas que inovem a participação da empresa em seu mercado de atuação. Atualização técnica, constantes leituras específicas, novos comportamentos e uma sensibilidade para o mercado são providências urgentes a serem iniciadas”. SAVIANI (1995, p. 16) î Demanda pela visão do negócio por parte dos analistas de sistemas; î Pode originar-se das áreas de sistemas como das áreas de negócio; î Deve possuir um perfil tanto voltado ao entendimento dos problemas organizacionais como voltado à contínua formação e atualização tecnológica; î Funciona como “ponte” para o entendimento das questões oriundas dos usuários e as possibilidades de implementação de soluções por parte do pessoal técnico. Ø Perfil ideal para o Analista de Negócios e da Informação: î Características inatas desejáveis (herdadas geneticamente): • Criatividade • Bom-senso • Liderança • Extroversão î Características adquiridas: • Conhecimento de Tecnologia • Empatia – colocar-se no “lugar do outro” • Bom-senso empresarial – visão adequada ao contexto empresarial • Diplomacia – saber tratar o outro interlocutor, ouvindo-o sempre com paciência e ponderação • Domínio do idioma î Conhecimentos técnicos imprescindíveis • Metodologias de desenvolvimento de sistemas • Hardware e software de micros • Hardware e software de mainframes e servidores • Filosofia de Bancos de Dados • Filosofia de Redes de Computadores e de Telecomunicações • Filosofia de Sistemas centralizados/descentralizados Ø Formas de atuação do Analista de Negócios e da Informação (Caps. 5 e 7) î Alocados em diversas áreas de negócio; Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 35 FACE – FUMEC – Curso: STPD î î î î î î Disciplina: Administração e Operação de CPDs Centralizados; Integrando sistemas e soluções; Liderando projetos de TI; Pesquisando e prospectando soluções futuras; Realizando planejamentos estratégicos de longo prazo; Diagnosticando novas oportunidades e sistemas. Ø Estágio seguinte: CIO!!! Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 36 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 7. O Gerente de Sistemas 5 Normalmente egressos das “carreiras em Y”, ou seja, excelentes técnicos são promovidos a gerentes. Pode ocorrer que se perca o técnico, e não se ganhe o gerente. Vejamos quais seriam as principais características de um bom gerente de informática: 1. Conhecimento da empresa: o negócio, seus métodos, técnicas e processos, as pessoas envolvidas, suas idéias, aspirações, comportamentos e modos de trabalhar; 2. Visão sistêmica: capacidade de enxergar o todo, possuir uma visão macro, reconhecer o papel e o potencial de cada parte e sua possível contribuição no conjunto; 3. Relações interpessoais: sem relacionamentos, provavelmente o gerente terá maiores dificuldades em administrar conflitos, fazer solicitações, requerer novos recursos, requerer condições favoráveis à sua equipe e ao seu projeto, satisfazer aos seus usuários e clientes; 4. Capacidade de planejamento: estimar prazos, recursos, custos e resultados para iniciativas empresariais inovadoras, como no gerenciamento de projetos corporativos, por exemplo; 5. Capacidade de liderança: influenciando pessoas para conseguir resultados e atingir objetivos, principalmente através da “venda” de idéias e serviços; 6. Habilidade de negociação: a negociação é a estratégia através da qual se busca um acordo ou compromisso entre as partes na troca de bens e serviços. Boas técnicas habilitam o gerente a negociar prazos, tarefas, atrasos, recursos materiais e humanos, equipamentos, especificações e outros aspectos inerentes à sua função ou de acordo com as funções pelas quais se responsabilize; 7. Coerência e firmeza: o que alicerçará a confiança e a credibilidade depositadas pela equipe em sua pessoa; 8. Bom senso: administrar decisões gerencias buscando a sabedoria, a justiça e a clareza de princípios; 9. Conhecimento técnico: uma sólida experiência e vivência técnica prévia enriquecem a capacidade de planejamento, análise e tomada de decisões de um gerente. Deve-se contemplar um período de tempo para que o gerente mantenha-se atualizado, e sempre de forma abrangente, sem que sejam considerados detalhes excessivos acerca das novas tecnologias, produtos, serviços e metodologias disponíveis no mercado e no universo acadêmico; 10. Reconhecimento salarial: é importante que uma organização valorize seus gerentes, atribuindo a eles uma remuneração digna de suas responsabilidades bem como de seu conhecimento e capacidade de gerência que é colocado à disposição da empresa; As habilidades que devem ser desenvolvidas por um novo gerente podem ser classificadas nos seguintes grandes grupos: Ø Entendimento do ambiente Ø Planejamento e análise Ø Relacionamento e Comunicação com a Equipe 5 Extraído de NETO, Fernando Henrique da Silveira. O Gerente de Informática (Além do C.P.D.). Rio de Janeiro: COD Editora, 1989. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 37 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs E estes grupos de habilidades devem ser considerados tanto num plano pessoal quanto num plano interpessoal. Sendo assim, podemos chegar a um quadro em que cruzamos os grupos de habilidades com os planos de desenvolvimento (pessoal e interpessoal), chegando às seguintes habilidades desejáveis a serem desenvolvidas/procuradas em um gerente: Planos Pessoal Grupos de Habilidades Ø Conhecimento da empresa Entendimento do Ambiente Planejamento e Análise Ø Ø Ø Ø Relacionamento e comunicação com equipes Ø Criatividade Ø Redação de relatórios Prof.: Roberto L. C. Gattoni Motivação Administração do tempo Pensamento criativo Processo decisório Interpessoal Ø Ø Ø Ø Processo gerencial Relacionamento interpessoal Gerência de projetos Técnicas de planejamento e controle Ø Organização de equipes Ø Técnicas de apresentação Ø Liderança Ø Delegação Ø Condução de reuniões Ø Técnicas de negociação Ø Condução de entrevistas Pág. 38 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 8. CIO – Chief Information Officer 6 Consideramos o executivo de Tecnologia da Informação de uma organização como um novo conceito de gerente de recursos informacionais. O CIO (Chief Information Officer) é o executivo de mais alto posicionamento hierárquico com responsabilidade primária de gerência da informação. Pesquisas realizadas entre os CIOs de empresas situadas no topo do ranking da revista Fortune apontam os seguintes resultados: 1. Há uma consciência crescente de que a informação é um recurso crítico; 2. A gerência dos recursos informacionais é uma iniciativa de altos executivos; 3. O CIO tem de ser um executivo forte, com habilidades de negócios e técnicas; 4. Os dados devem ser acessíveis nas organizações; 5. O CIO deve ter uma visão corporativa; 6. O CIO deve ser separado das atividades do dia a dia; 7. O CIO deve consolidar e harmonizar recursos distribuídos; 8. O CIO deve ser parte da alta direção da empresa; 9. O CIO mantém custódia da informação, mas não é seu possuidor; 10. A Tecnologia da Informação pode impactar custos e lucros; 11. Os sistemas de informação devem ser integrados com o planejamento estratégico dos negócios. Outras pesquisas realizadas comprovam o crescimento nas organizações de cargos similares aos de CIO: Ø 1979 – Ø 1984 – Ø 1988 – 5 % das empresas americanas 33 % " " " 63 % dos bancos comerciais 100 % das empresas financeiras 50 % das empresas de transporte 100 % das empresas de seguro de vida O CIO deve ser um executivo com três características principais: Ø Homem de negócios: conhecer o negócio da empresa, mercado, clientes, concorrentes, etc. Ser articulador e saber lidar com gerentes, clientes entre outros; Ø Gerente: como um gerente de pessoas e projetos, ele deve saber lidar com orçamentos, planejamento, organização, direção e controle; Ø Técnico: devem ser generalistas, sabendo onde aplicar tecnologia nos negócios, planejando e elaborando estratégias de hardware, telecomunicações e sistemas. 6 Extraído de GONÇALVES, Cid. A informação como ferramenta de vantagem competitiva: motivação, estratégias e arquitetura de sistemas e recursos das organizações. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 39 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs No novo contexto em que o CIO atuará, considere uma classificação em termos da “metamorfose” do que se denominou “Era dos Computadores” para o que veio a ser chamada “Era da Informação” 7: Era do Computador Centralização Computadores Era da Informação Descentralização Computadores e todos os recursos informacionais da organização Técnico Gerentes de negócios Gerência de Processamento de Dados Gerência de recursos da informação Informação / Informática como tarefa de apoio Vantagem competitiva e inovação tecnológica 1960 1980 2000 Um quadro comparativo entre o tradicional gerente de Processamento de Dados e a visão de CIO: Papel Subordinado a Envolvimento gerencial Gerência de Enfoque de recursos Habilidades necessárias Planejamento Foco Tecnológico Missão Investimento em tecnologia Integração tecnológica Tipo de gerência Era do Computador Gerente de PD Diretor Financeiro Médio PD / Sistemas Computador Técnicas Técnico Produtividade Controle Conservador Arquitetura de PD Controle Era da Informação CIO Presidente Sênior Recursos informacionais Dados e comunicação Gerenciais e negócios Estratégico Vantagem competitiva Inovação tecnológica Agressivo Recursos informacionais Influência Para maiores informações sobre a atuação dos CIOs, consulte regularmente o site: http://www.computerworld.com.br/cabeca/cio.htm (Revista online CIO.com) Textos para leitura adicional: . FIELD, Tom. O novo diretor de informática. HSM Management. São Paulo: Editora Savana, núm. 9, ano 2, p. 46-54, Jul./Ago. 1998; . LOPES, Mikhail. “Eles vão chegar ao poder?”. EXAME, edição 697, ano 33, Nº 19, p. 144-146, 22 de setembro de 1999; . RADOSEVICH, Linda. GLASER, Perry. Os líderes que fazem o mundo. HSM Management. São Paulo: Editora Savana, núm. 10, ano 2, p. 24-42, Set./Out. 1998. 7 Conforme SYNNOT, William R. The Information Weapon – winning customers and markets with technology. New York: Jonh Wiley and Sons, 1987. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 40 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 9. Integração dos Serviços e Sistemas de Informação Corporativos Integração dos Serviços de TI Customer Relationship Management Enterprise Client Enterprise Knowledge Management Plataformas Plataformas Legacy Legacy ERP ERP Apps Apps Integradas Integradas Enterprise Enterprise Supplier Client eCommerce Collaboration Segurança Segurança Enterprise Enterprise Client Business Business Intelligence Intelligence Enterprise EnterpriseSupplier Supply Chain Management Supplier O ERP (Enterprise Resource Planning) e as aplicações legadas (por exemplo, os sistemas corporativos não cobertos pela plataforma ERP, muitos deles departamentais, ou baseados em mainframes) devem interoperar-se, em termos seus processos e dados, de forma a compor um todo integrado no plano operacional. Com a implementação de uma camada de segurança para o acesso aos dados e sistemas da plataforma integrada daí resultante, podem ser desenvolvidas aplicações robustas voltadas ao comércio eletrônico e ao trabalho colaborativo. Ampliando este quadro, o relacionamento com os clientes pode ser ampliado através da implementação de sistemas de gestão específicos (CRM – Customer Relationship Management), bem como no relacionamento com os parceiros e fornecedores, principalmente através da sistemas de gestão de logística e da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management). O fluxo de informações entre os sistemas de CRM e de Supply Chain alimentariam um ao outro, enriquecendo o conhecimento acerca do comportamento dos mercados da empresa, e fortalecendo as parcerias já firmadas. Desta forma, uma vez que estas ferramentas estariam aptas a antecipar as necessidades e desejos dos clientes, a cadeia de valor da organização receberia importantes insumos para a inovação, e inovação esta que seria revertido em mais conhecimento acerca do comportamento do cliente. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 41 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Deste modo, surge uma questão importante: dadas as dimensões e o alcance das informações e sistemas que as gerenciam, onde se situariam as fronteiras da empresa, de fato? Uma provável resposta seria no limite entre os sistemas de CRM e Supply Chain, pois é neste ponto que se favorece o intercâmbio de informações entre empresa com seus parceiros e clientes, agregando valor às cadeias de valor de todos eles. Enfim, e ainda voltando-se internamente à empresa, a mesma teria muito mais informações a serem capitalizadas em seu favor, tanto através da gestão de seu conhecimento coletivo organizacional (Knowledge Management), quanto através de ferramentas de recuperação da inteligência do negócio, estas últimas fortemente baseadas em análises massivas de dados e as relações que os mesmos guardam entre si, muitas delas ainda ocultas (Business Intelligence). Para um melhor entendimento de algumas das tecnologias citadas anteriormente, passemos à uma breve explicação de cada uma delas: 1> ERP – Enterprise Resource Planning: termo que descreve uma série de atividades de gestão empresarial suportadas por aplicações de TI. Estas são compostas de muitos módulos, incluindo planejamento de produto, compras, estoque, relacionamento com fornecedores, atendimento ao cliente e acompanhamento de pedidos. Em seu uso corrente, o termo ERP engloba também módulos para as áreas financeira e de recursos humanos. Normalmente um ERP utiliza ou é integrado a um banco de dados, e a implantação de um sistema de ERP envolve uma profunda análise do negócio da empresa, treinamento de funcionários e modificações ou criação de procedimentos; 2> CRM – Customer Relationship Management: uma combinação de processos de negócio e tecnologia, que busca entender os clientes das empresas mediante várias perspectivas: quem são eles, o que eles fazem, do que eles gostam. O CRM pode ser classificado em três fase: aquisição, intensificação e retenção. Existem quatro tipos de programas de CRM: recuperação de clientes que planejam desertar da empresa ou que já a desertaram; conquistar a lealdade entre os clientes existentes; executar serviços de cross-sell (ofertas complementares às já adquiridas) e up-sell (ofertas mais avançadas que as já adquiridas); e a transformação de prospects em clientes; 3> Supply Chain Management: aplicativos projetados para aumentar a eficiência do planejamento da produção, para diminuir inventários, descobrir gargalos e responder rapidamente aos pedidos dos clientes. Quando usado apropriamente, o software remove barreiras logísticas, criando um fluxo de suprimentos e de produtos acabados sem emendas. Sistemas SCM dedicam-se a integrar a demanda de mercado com aprimoramento de recursos e da capacidade de produção, de forma a realizar agendamento de entregas em tempo real. Estes sistemas estão relacionados diretamente com os mecanismos de gerência de suprimentos, de aquisição de insumos básicos e de componentes, fabricação e montagem, armazenamento, controle de estoque, gerência de requisições, distribuição através de canais e entrega ao cliente. A ênfase, em sistemas deste tipo, está na interação eletrônica com fornecedores, parceiros, vendedores e clientes, principalmente através do intercâmbio de documentos eletrônicos, e sobretudo através da Internet; Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 42 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 4> Business Intelligence: utilização de variadas fontes de informação para se definir estratégias de competitividade nos negócios da empresa. O conceito de Business Intelligence pode ser desdobrado no conceito de Data Warehouse, que são bancos de dados destinados a sistemas de apoio à decisão e cujos dados foram armazenados em estruturas lógicas dimensionais, possibilitando seu processamento analítico por ferramentas especiais, como OLAP e Mining. O termo OLAP (On-Line Analytical Processing), atualmente muito difundido, representa essa característica de se trabalhar com dados, com operadores dimensionais, possibilitando uma forma múltipla e combinada de análise. O conceito de Data Mining, por outro lado, está relacionado com os processos de análise de inferência do que com os de análise dimensional de dados e representa uma forma de busca de informação baseada em algoritmos que objetivam o reconhecimento de padrões escondidos nos dados e não necessariamente revelados pelas outras abordagens analíticas, como OLAP; 5> Knowledge Management: gestão do conhecimento é a arte de criar valor a partir da alavancagem dos ativos intangíveis de uma organização. Os ativos intangíveis são representados pelos seguintes elementos: estrutura externa (relacionamentos com os clientes, parceiros e fornecedores, bem como a imagem da organização no mercado), estrutura interna (patentes, os conceitos, as marcas, os manuais, os modelos, os sistemas administrativos e computadorizados que fazem parte de uma organização, além de questões pouco estruturadas como, por exemplo, a “cultura” da empresa) e a competência dos empregados (capacidade dos empregados para agir em uma grande variedade de situações, como quem lida com o relacionamento com clientes, parceiros e fornecedores, sua educação, suas habilidades, experiências, energias e atitudes que irão construir ou quebrar as relações com tais entidades externas, via os produtos e serviços oferecidos ou solicitados). Outros autores entendem que a gestão do conhecimento compõe-se de, pelo menos, três etapas, não necessariamente consecutivas ou ordenadas: geração, codificação e coordenação, e transferência do conhecimento. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 43 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10. Gerência de Projetos OBS. Grande parte das referências bibliográficas contidas neste capítulo foram, propositadamente, suprimidas, para facilitar o entendimento do assunto. Contudo, maiores informações podem ser verificadas nas seguintes referências: PMI, 1996; VARGAS, 2000; PRADO, 1999. 10.1.Conceito de Projeto Para abordarmos o tema de gerência de projetos devemos, em primeiro lugar, definir o conceito de projeto: “Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto ou serviço único. Temporário significa que todo projeto tem um início e um término bem definidos. Único significa que o produto ou serviço distingue-se substancialmente de todos os produtos e serviços existentes” (PMI, 1996, p. 4). Outras definições de projeto vêm a seguir: “Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de evento, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.” “Projeto é uma combinação de recursos organizacionais colocados juntos para criarem ou desenvolverem algo que não existia previamente, de modo a prover um aperfeiçoamento da capacidade de performance no planejamento e na realização de estratégias organizacionais” De forma mais simplificada, “projetos são esforços temporários levados a efeito para produzir um produto ou serviço único”. Características principais dos projetos: Temporariedade e individualidade do produto ou serviço a ser desenvolvido pelo projeto. Outras características relevantes: Ø Empreendimento não repetitivo; Ø Envolve uma sequência clara e lógica de eventos; Ø Objetivos claros e bem definidos; Ø Conduzido por pessoas; Ø Utiliza recursos; Ø Possui parâmetros bem definidos: como valores para custos, materiais, equipamentos e prazos para cada uma de suas atividades previstas e a serem executadas; Ø Raridade; Ø Restrições: limitadores vinculados aos fatores tempo, capital e/ou recursos; Ø Multidisciplinaridade: requer integração e coordenação entre atores e áreas diversos; Ø Complexidade: principalmente no que tange aos aspectos de divergência de objetivos e da mudança tecnológica constante. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 44 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10.2.Exemplos de Projetos Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Implantação de uma nova solução de Tecnologia da Informação em uma organização; Construção de uma casa; Estudo de um acidente aéreo com vítimas; Elaboração de uma tese de doutorado; Realização de uma viagem; Desenvolvimento de um novo sistema de informações; Planejamento para a realização de um concurso de misses. 10.3.Exemplos de Não-Projetos Ø Ø Ø Ø Manutenção rotineira de equipamentos; Preenchimento de um formulário; Atendimento a clientes via telemarketing; Configuração de um vídeo-cassete para gravar um determinado programa. 10.4.Metodologias para o Desenvolvimento de Projetos Metodologias de gerenciamento de projetos variam para cada organização em geral, e muitas vezes, diferem-se significativamente para cada uma das diversas iniciativas conduzidas mesmo no interior de cada organização em específico. Uma abordagem metodológica mais ampla para o tema, em tese, abriga todas as demais sob suas definições, sendo as demais consideradas como variantes ou especializações deste modelo mais abrangente. Existe uma organização internacional que se propõe a padronizar os principais conceitos, diretrizes, princípios e aspectos metodológicos de projetos de qualquer natureza, o Project Management Institute – PMI. Sendo assim, nos basearemos nos documentos publicados por este organismo, em especial o intitulado “A guide to the project management body of knowledge” (PMI, 1996), mais conhecido por “PMBOK Guide”, que contém as padronizações efetuadas pelo comitê de padronização do PMI. A respeito do “PMBOK Guide”, o próprio PMI (1996) entende que seu conteúdo é “geralmente aceito”, o que não significa que “o conhecimento e práticas descritas [no PMBOK] são ou deveriam ser aplicadas uniformemente em todos os projetos; a equipe de gerenciamento de projetos é sempre responsável por determinar o que é apropriado para cada projeto dado” (p. 3). Para descrevermos a metodologia de desenvolvimento de projetos proposta pelo PMI (1996), descrevermos o perfil desejado para os gerentes de projeto, o ciclo de vida dos projetos e as áreas de conhecimento existentes em cada projeto. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 45 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10.5.O Gerente de Projetos Responsável por planejar, conduzir, controlar e finalizar um projeto, um gerente de projetos deve possuir habilidades específicas para um bom gerenciamento de projetos. As seguintes habilidades gerenciais-chave aplicam-se não somente para um gerente de projetos, mas para os diversos indivíduos participantes nos mesmos, quais sejam: 1> Liderança: através do estabelecimento de direções voltadas para objetivos, metas ou visões comuns, do alinhamento dos demais participantes em função da visão comum estabelecida, da motivação e inspiração a ser energizada nos membros das equipes de projeto de forma a suplantar os eventuais obstáculos de ordem política, burocrática e de recursos por vir; 2> Comunicação: troca de informações com eficiência e eficácia, e tanto nas funções de emissor quanto de receptor, de forma clara, não ambígua e completa, e sob as diversas dimensões comunicacionais disponíveis (escrita e oral, interna/externa ao projeto/organização/inter-organização, formal/ informal, vertical/horizontal, entre outras); 3> Negociação: a capacidade de negociar com outros de forma a chegar a acordos benéficos aos objetivos dos projeto, e no que tange aos aspectos de escopo, custo, cronograma, mudanças, termos e condições contratuais, atribuições e responsabilidades, alocação de recursos, por exemplo; 4> Resolução de problemas: “refere-se a uma combinação de definição de problemas e tomada de decisões”. No primeiro caso, a definição de um problema “requer a distinção entre causas e sintomas”, e os problemas podem ser de ordem interna ou externa, técnicos, gerenciais ou inter-pessoais, entre outros. A tomada de decisões inclui a “análise do problema para identificar as soluções viáveis, e posteriormente fazer uma escolha dentre elas (...) Uma vez feita [a escolha], as decisões devem ser implementadas” (p. 24). Há que se observar, neste caso, que uma decisão certa pode não ser a melhor decisão, dadas as circunstâncias de tempo, por exemplo; 5> Influência na organização: refere-se à habilidade de efetivamente realizar coisas. Para isso, é necessário o conhecimento das estruturas formais e informais da organização como as esferas culturais, de poder e da política interna da organização. Também deve levar em consideração as relações entre clientes, parceiros, fornecedores e concorrentes, como os fluxos de informação estão estruturados internamente, e suas interfaces com as entidades externas à organização. Outras habilidades pessoais e inter-pessoais: honestidade, integridade, lealdade, automotivação, pró-atividade, auto-confiança, estabilidade emocional, maturidade, tolerância, flexibilidade, entre outras não menos importantes. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 46 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10.6.O Ciclo de Vida de um Projeto Um projeto é divido em fases, e cada uma delas é caracterizada pela entrega ou finalização de produtos, trabalhos ou resultados, que devem ser tangíveis e de fácil identificação: 1> Fase de definição: fase inicial de um projeto em que ocorre a identificação da necessidade a ser atendida pelo mesmo e sua consequente estruturação em termos de um problema a ser resolvido por ele. Neste momento define-se a missão e os objetivos do projeto; 2> Fase de planejamento: responsável por identificar e selecionar as melhores estratégias para que um projeto seja abordado adequadamente. Neste momento são definidas as etapas e atividades específicas de um projeto bem como suas inter-relações e sua distribuição ao longo do tempo (os cronogramas), além de serem definidos os recursos, os custos, os produtos de cada etapa bem como demais parâmetros que permitam uma execução com um mínimo de dificuldades e imprevistos; 3> Fase de execução: é a fase que implementa o que foi planejado na fase anterior, demandando grande parte do esforço e do orçamento do projeto; 4> Fase de controle: paralelamente às fases de planejamento e execução do projeto, objetiva o acompanhamento e controle das tarefas previstas e executadas, de forma a permitir ações corretivas e preventivas, almejando a minimização dos impactos a serem causados por anormalidades eventuais, e muitas vezes não previstas; 5> Fase de finalização: é o encerramento do projeto, onde ocorre a finalização da documentação do projeto, a avaliação dos trabalhos realizados bem como discussões sobre aspectos positivos e negativos encontrados no decorrer do mesmo. Iniciação Tais fases também são conhecidas por “grupos de processos”, e podem ser vistas num processo interativo e cíclico, conforme pode ser melhor visualizado através da ilustração a seguir: Planejamento Controle Finalização Execução Inter-relação entre as fases de um projeto Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 47 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs Iniciação O conceito de fases de um projeto pode ser desenvolvido, e considera-se que cada uma das fases também pode ser vista como um projeto por si, possuindo, portanto, seu próprio ciclo de vida. Sendo assim, cada uma das fases pode ser dividida em termos recorrentes, ou seja, incorporando ciclos de vida internos, até o nível em que isso não for mais considerado necessário. A figura abaixo oferece uma idéia deste raciocínio: Iniciação Planejamento Controle Planejamento Controle Execução Finalização Finalização Execução Fase de execução detalhada em seu próprio ciclo de vida Umas das ferramentas gerenciais mais conhecidas, representada pela sigla 5W-2H, pode ser utilizada para cada uma das fases de um projeto, de forma a suportar a definição estrita dos parâmetros de cada uma delas. Vejamos no que consistiria a implementação desta ferramenta no contexto de cada uma das fases genéricas de um projeto: 1. WHY: considera a justificativa, o PORQUÊ aquela fase deverá ser executada; 2. WHAT: O QUÊ necessitará ser feito na fase específica. Refere-se aos produtos e entregas a serem realizados ao término da fase; 3. WHO: descreve QUEM serão os responsáveis por executar ou participar da fase; 4. WHEN: descreve a distribuição das atividades da fase ao longo do tempo, ou seja, QUANDO começa, QUANDO termina e qual a INTENSIDADE ou FREQUÊNCIA em que a tarefa será executada; 5. WHICH: discrimina QUAIS os recursos físicos serão empregados em cada fase, seja em termos de equipamentos, materiais, serviços de terceiros, mobiliário, entre outros; 6. HOW: estabelece o COMO as pessoas e recursos estarão envolvidos e inter-relacionados em cada fase, de forma a permitir sua distribuição, monitoramento e controle ao longo do período pelo qual estender-se a fase ou atividade; 7. HOW MUCH: considera o CUSTO relativo a cada elemento existente na fase, bem como seus CUSTOS e INVESTIMENTOS totais. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 48 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 10.7.Áreas de Conhecimento do Gerenciamento de Projetos De acordo com o PMI (1996), há diversas áreas de conhecimento ou de atuação gerencial na gestão de projetos. Neste caso, cada uma das áreas de conhecimento estão definidas em termos de processos, e cada um de seus processos inserem-se em cada uma das fases (ou grupos de processos) descrita acima, conforme apropriado. Vejamos quais seriam as áreas de conhecimento gerencial de cada projeto: 1> Gerência de integração: inclui os processos necessários para a coordenação dos diversos elementos de um projeto. Aplica-se ao desenvolvimento do Plano de Ação como à execução e controle de alterações do projeto; 2> Gerência de escopo: considera os processos necessários para assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário e somente ele, de forma a permitir sua execução e conclusão com sucesso. Engloba tanto a definição do escopo quanto de seu controle ao longo da execução do projeto; 3> Gerência do tempo: incorpora os processos necessários para a garantia de planejamento e execução do projeto dentro dos prazos previstos. Considera o levantamento das atividades, o agendamento das mesmas ao longo do tempo e de seu controle; 4> Gerência de custos: estabelece os processos necessários para assegurar que o projeto seja desenvolvido dentro dos orçamentos estipulados originalmente. Considera o planejamento de recursos, as suas respectivas estimativas de custos, a confecção do orçamento do projeto e o controle de seus custos; 5> Gerência da qualidade: inclui os processos necessários para assegurar que os produtos e serviços do projeto atinjam os padrões de qualidade segundo os quais o projeto foi concebido. Envolve tanto o planejamento quanto a garantia e controle da qualidade; 6> Gerência de recursos humanos: considera os processos necessários para assegurar o melhor emprego do pessoal envolvido no projeto. Engloba o planejamento organizacional, a formação e o desenvolvimento da equipe do projeto; 7> Gerência de comunicações: incorpora os processos necessários para assegurar o adequado planejamento, geração, armazenamento e disseminação de informações do projeto; 8> Gerência de riscos: estabelece os processos relacionados com a identificação, quantificação e análise de riscos do projeto, bem como o estabelecimento das contramedidas a serem tomadas quando da ocorrência de cada um dos fatores de risco levantados; 9> Gerência de suprimentos e contratação: envolve os processos necessários para a aquisição de bens e serviços de fora da organização, no que tange a parceiros e fornecedores de insumos para o projeto. Considera o plano de compras (tanto de bens como de serviços), o levantamento de potenciais fornecedores, a licitação, contratação e gestão e fechamento de contratos. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 49 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 11. Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação ATENÇÃO: O material presente neste capítulo foi extraído e adaptado da apostila do Prof. Paulo Mancini Neto, e utilizada nesta mesma disciplina no curso de graduação em STPD, e na disciplina de Sistemas de Informação, do curso de graduação em Administração de Empresas. Ambos da FACE-FUMEC. Neste sentido, as referências bibliográficas do original foram suprimidas intencionalmente, de forma a facilitar o entendimento destes assuntos de forma adequada. 11.1.Planejamento Estratégico Empresarial O planejamento estratégico empresarial é o planejamento conduzido pelos objetivos e pelas necessidades do negócio e orientado para o fornecimento de melhores condições de competição à organização. O planejamento estratégico é uma atividade de escolha do caminho que a empresa deverá trilhar para que se adquira maior garantia de que no futuro ela atingirá uma condição desejável. 11.2.Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação O planejamento estratégico de sistemas de informação pode ser visto como parte integrante do Planejamento Estratégico Empresarial, com enfoque gerencial para desenvolver planos de sistemas e de banco de dados, definir projetos e estabelecer prioridades de forma contínua, visando a um horizonte de planejamento de três a cinco anos. O processo de planejamento pode abranger toda uma organização, uma empresa, uma divisão ou até mesmo uma seção. Deverá refletir as funções e dados necessários para suportar o negócio, os objetivos, os fatores críticos de sucesso e as necessidades de informação da alta administração da organização. Da mesma forma, deve retratar como a tecnologia pode ser utilizada para criar novas oportunidades ou vantagens competitivas. O planejamento estratégico de sistemas de informação pode ser visto como um processo de desenvolvimento organizacional em que são sugeridas mudanças em função da identificação de disfunções e oportunidades de melhoria. Tais mudanças podem encontrar grande rejeição por parte dos indivíduos da organização-cliente, uma vez que mantém-se o intuito de se preservarem privilégios, status quo e poder. Por outro lado, quando tais indivíduos não rejeitam as mudanças planejadas, promovem-nas de forma ou no ritmo que satisfaçam a seus interesses particulares, e não aos da organização. O planejamento estratégico de sistemas de informação é o processo de transformar o conjunto de estratégias de uma organização em um conjunto de estratégias de sistemas de informação. Dessa forma, o planejamento de sistemas de informação teria a missão de interpretar os desejos e necessidades de informação da organização, traduzindo-os em estratégias de sistemas de informação. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 50 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 11.3.Objetivos da elaboração de um PESI 1. Apoiar as necessidades de T.I. a curto, médio e longo prazos, integrando com o planejamento estratégico da organização; 2. Tratar a informação como sendo um recurso estratégico da organização, recurso este que tem valor e necessita ser planejado, administrado e controlado; 3. Estabelecer um portfólio de S.I. que alcance as necessidades de informação, identificando os S.I. que apresentam os melhores índices de retorno dos investimentos, e propiciando o cancelamento de esforços marginais; 4. Priorizar os esforços de desenvolvimento de S.I. de forma a mantê-los coerentes com as prioridades e estratégias de negócio estabelecidas no Planejamento estratégico empresarial, e manter os planos de desenvolvimento de sistemas atrelados aos planos corporativos; 5. Proteger os investimentos ao propiciar o desenvolvimento de sistemas de maior vida útil, com enfoque maior voltado para o negócio da organização; 6. Estabelecer as fronteiras para cada sistema de informações de tal maneira que cada um deles faça parte de um grande sistema de informação corporativo e integrado; 7. Aumentar a confiança dos executivos quanto ao retorno a ser proporcionado pelos sistemas de informações a serem desenvolvidos; 8. Incrementar a comunicação e a colaboração entre as áreas de S.I., seus usuários e a alta administração da organização; 9. Desenvolver e aperfeiçoar a previsão de futuras necessidades de informação, a alocação dos recursos computacionais e as decisões de curto prazo efetuadas pela área de S.I. 11.4.Dificuldades na implantação de um PESI 1. Falta de uma metodologia universal integrada para o desenvolvimento de P.E.S.I; 2. Falta de credibilidade quanto aos benefícios trazidos pela implantação do P.E.S.I. devido às tentativas infrutíferas feitas no passado através de desenvolvimento dos tradicionais PDI – Planos Diretores de Informática; 3. O desenvolvimento do P.E.S.I. geralmente ocorre com a participação exclusiva de representantes das áreas de S.I.; 4. Baixo comprometimento da alta direção da organização no processo de elaboração do P.E.S.I.; 5. Dificuldade em gerenciar a ansiedade generalizada do pessoal interno para alcançar resultados práticos e visíveis durante o processo de elaboração do P.E.S.I.; 6. Preocupação excessiva da alta direção com relação aos custos envolvidos, ao retorno do investimento e à tecnologia a ser escolhida; 7. Dificuldade em demonstrar à alta direção a real necessidade da integração do P.E.S.I. ao planejamento estratégico formal. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 51 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 11.5.Desafios a serem superados por um PESI 1. As prioridades de soluções tecnológicas são definidas em função da demanda de clientes internos e externos, ou são voltadas para os processos e funções executadas pela empresa; 2. A existência de “Ilhas de informação”, ou seja, a presença de sistemas de informação isolados gerando inúmeras dificuldades na administração corporativa da informação; 3. A maior parte dos sistemas em produção foram desenvolvidos há mais de duas décadas sem as implementações e evoluções que acompanhassem a evolução da forma de atuação da empresa; 4. Duplicidade de informação contida em várias bases de dados replicadas e inconsistentes gerando dificuldades na tomada de decisão; 5. A existência de “ilhas de tecnologia”, desestruturadas, descoordenadas, originadas a partir de iniciativas isoladas e desvinculadas do negócio, gerando inúmeras dificuldades para o gerenciamento global e integrado de todos os recursos tecnológicos; 6. Muitos dos investimentos em tecnologia da informação não enfocam diretamente os objetivos do negócio da organização, sendo aplicados em atividades marginais e pouco voltadas aos resultados demandados. 11.6.Aumento de competitividade através do PESI 1> Redução dos custos de produção, através de: • Automação, com redução de custos de pessoal; • Transferência da produção para locais de menor custo; • Just-in-Time Manufacturing, com redução de custos de estoque e com melhor programação da produção; • Sistemas conectados aos dos fornecedores, com redução de custos de insumos; • Mudança de tecnologia, com escolhas orientadas a ganhos de produtividade e de escala, com foco no longo prazo. 2> Diferenciação dos Produtos e Serviços disponibilizados, através de: • Clientes conectados aos sistemas, para melhor prestação de serviços adicionais (Ex. American Airlines); • Prestação de serviços adicionais e diferenciados aos clientes; • Colocação de bens e serviços mais rapidamente nas mãos dos usuários; • Customização de produtos antes só produzidos em série (através de CAD/CAM, por exemplo). 3> Prospecção de nichos especializados no mercado, como, por exemplo: • Bancos voltados para clientes empresariais ou de faixas de renda altas; • Publicações orientadas para segmentos especializados; • Hotéis e companhias aéreas voltados para executivos. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 52 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 11.7.Como o PESI pode reduzir as ameaças? 1> Melhoria das condições de concorrência dentro da própria organização: • Diminuindo custos; • Melhorando o desempenho e a qualidade dos produtos e serviços; • Diferenciando produtos e serviços (i.e., agregando valor); • Melhorando a imagem da organização e das marcas registradas; • Ganhando melhor acesso aos meios de distribuição; • Criando barreiras à transferência dos clientes para outros fornecedores. 2> Controle do ingresso de novos concorrentes no mercado, fornecendo barreiras através de: • Redução de custos através de economia de escala; • Transferência de custos para fornecedores (Ex. Just-in-Time, EDI); • Maior diferenciação dos produtos por tecnologia embutida; • Criando barreiras à transferência dos clientes para outros fornecedores; • Desenvolvendo de tecnologia proprietária que aperfeiçoa o produto; • Controlando canais de distribuição. 11.8.Características Organizacionais da Área de TI para elaboração de um PESI • • • • • • • Existência de um executivo responsável por toda a área de T.I , denominado CIO – Chief Information Officer, e que situa-se nos escalões mais altos da administração; Normalmente há um "Steering Committee" formado pelos responsáveis pelas principais áreas da organização, e presidido pelo CIO; O planejamento de todas as formas de utilização de T.I. (mainframes, micros, etc., como também dados, voz, imagem) deve ser integrado e feito no contexto dos objetivos e das necessidades da organização; Organizacionalmente, há distribuição do gerenciamento, e não centralização ou descentralização do mesmo, e o nível hierárquico da principal unidade de T.I. é elevado; Normalmente, há uma unidade principal vinculada ao QG da organização, que administra WANs e LANs, mainframes e servidores principais, dados corporativos, bases de dados de âmbito organizacional, desenvolve aplicações de âmbito organizacional e é responsável pela normatização e padronização (tanto em termos de proposição quanto em termos de garantia de cumprimento de prazos e resultados); Normalmente, há unidades descentralizadas, vinculadas aos vários departamentos, responsáveis pela administração de computadores, servidores e bases de dados departamentais e pelo desenvolvimento de aplicações de âmbito departamental (observadas as normas e padrões definidas pelo nível central); Os sistemas são voltados prioritariamente para o atendimento das necessidades estratégicas da organização. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 53 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 11.9.Metodologias e abordagens existentes para o desenvolvimento de um PESI Não é nosso objetivo descrever cada uma das metodologias abaixo relacionadas nem tampouco a análise crítica de cada uma delas, mas apenas citá-las para futuros estudos por parte dos interessados neste assunto. 1> Abordagem por estágios de crescimento; 2> BSP – Business Systems Planning (IBM); 3> PROPLAN – Programa de Planejamento; 4> APX – Accounting Planning Extended; 5> BIAIT – Business Information Analysis Integration Technique 6> BICS – Business Information Control Study 7> PAC – Planejamento Apoiado no Conhecimento 8> Abordagem por FCS – Fatores Críticos de Sucesso 9> Modelo eclético proposto por Cornelius H. Sullivan 10> PPBS – Planning Programming Budgeting System 11.10. Uma metodologia genérica para a definição de um PESI Genericamente, podemos estruturar uma metodologia para a implantação de um P.E.S.I de acordo com as seguintes macro-etapas: 1> ONDE ESTAMOS? (Diagnóstico da situação atual) Em termos de sistemas de informações e recursos humanos, tecnológicos e financeiros; 2> PARA ONDE QUEREMOS IR? (Definição da situação futura desejável) Em relação a identificação das estratégicas, dos sistemas de informações e suas prioridades. O produto gerado nesta fase é denominado o Projeto Conceitual de Sistemas de Informação. 3> COMO IREMOS? (Planejamento para a obtenção dos resultados de um PESI) Como disporemos e organizaremos os recursos humanos, tecnológicos e financeiros para desenvolver e implantar os sistemas de informações. Prof.: Roberto L. C. Gattoni Pág. 54 FACE – FUMEC – Curso: STPD Disciplina: Administração e Operação de CPDs 12. Referências Bibliográficas . BARBIERI, C. Modelagem de Dados. IBPI Press. Rio de Janeiro. 1994. . BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de Informação – Um Enfoque Gerencial, Editora Atlas. São Paulo. 1989. . CHRISTÓVÃO, Heloísa Tardim. BRAGA, Gilda Maria. Ciência da Informação e Sociologia do Conhecimento Científico: a Intermaticidade Plural. . DATZ, Todd. “Fale como um expert”. HSM Management, Núm. 19, Ano 4, março-abril de 2000, pp. 46-51. . DAVENPORT, Thomas H.. Ecologia da Informação. Futura. São Paulo. 1998. . DAVENPORT, T. PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Campus. Rio de Janeiro. 1999. . NETO, Fernando Henrique da Silveira. O Gerente de Informática (Além do C.P.D.). Rio de Janeiro: COP Editora, 1989. p.29-39. . PRADO, Darci. Gerência de projetos em tecnologia da informação: Série gerência de projetos, v. 5. Belo Horizonte: Editora DG, 1999. . PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A Guide to The Project Management Body of Knowledge. Charlotte, NC, USA: Automated Graphic Systems, 1996. . SAVIANI, José Roberto. O Analista de Negócios e da Informação. Editora Atlas. São Paulo. 1995. . 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