PADRE MARIANO PINHO, S.J. Pai e Mestre Espiritual Porque escrever-se neste boletim da Causa da Beata Alexandrina acerca do P. Mariano Pinho? Quem foi este sacerdote? Que ligação teve com a Beata? Que lugar ocupa na sua vida? Porquê falar dele neste boletim? O P. Mariano Pinho foi confessor e director espiritual da Beata Alexandrina durante vários anos. Foi ele que escreveu os primeiros livros acerca dela: “Vítima da Eucaristia” e o “Calvário de Balasar”. Trocaram entre ambos muitas dezenas de cartas, sobretudo quando o P. Mariano Pinho, em 1946, foi para o Brasil, onde viria a morrer em 1963, com 69 anos de idade. Alexandrina tinha no P. Mariano Pinho um mestre, um pai, um conselheiro, um suporte prodigioso para a sua vida e, sobretudo, para a sua cruz. Foi ele, com rasgos de sabedoria e de discernimento, logo desde os seus primeiros colóquios, que a certificou que o que se passava na sua alma era obra de Deus, acção do Espírito. Foi ele que, como verdadeiro mestre espiritual, a foi conduzindo pelos caminhos da vida interior, a foi aconselhando na sua arte de viver o amor à Eucaristia, e a paixão pela Paixão de Jesus. Foi ele, que a ajudava a discernir se aquilo que ela lhe parecia ouvir e ver, era dom de Deus ou engano da sua alma e tentação do maligno. Alexandrina nos seus escritos chama-lhe “Pai”, às vezes “Paizinho”, tal era a carinho, a dedicação, a estima que sentia por ele, como seu director espiritual e pai de sua alma. Por mais estranho que pareça a alguns, ou mesmo a muitos, Alexandrina nos seus escritos, afirma que Jesus lhe disse que o seu director espiritual seria um dia contado entre o número dos santos, tal era a sua virtude, o rasgo de santidade da sua vida. São de Jesus, ditas a Alexandrina, estas palavras, de 4 de Setembro de 1948: “São grandes os desígnios de Deus sobre a sua alma. Ele será contado no número dos meus Santos”. E quatro anos depois, a 7 de Junho de 1952, Jesus afirma a Alexandrina: “Diz ao teu Paizinho (Padre Mariano Pinho) que ele está todo absorvido dentro do meu Coração Divino. É nele que ele sofre, é nele que ele trabalha, é nele que ele vive. Diz-lhe que as grandes imolações e grandes crucifixões são próprias dos santos. Ele será contado no número dos meus eleitos. Ele há-de ser coroado com a auréola dos santos”. E dum modo ainda mais explícito Jesus diz à Beata Alexandrina a 1 de Novembro desse ano de 1952: “Diz ao teu Paizinho que os eleitos do Senhor o esperam. Ele será contado entre eles; como os meus santos, ele será honrado na terra; como ele, subirá às honras dos altares”. Acreditando nestas palavras escritas pela Beata Alexandrina, vivemos a esperança que o P. Mariano Pinho possa um dia ser elevado à honra dos altares. Sua intensa vida de oração, seu amor ao sacerdócio e à Eucaristia, seu modo de ser um “apóstolo” incansável e apaixonado por Jesus e pelo reino de Deus, sua maneira exemplar de levar a cruz quotidiana, sobretudo a cruz das calúnias que lhe levantaram, dos escritos que diziam mal dele, do “exílio” para o Brasil com esmerado espírito de obediência, sua maneira de sofrer no silencio e de assumir o projecto de Deus, sua inquebrantável fé na Divina Providência, sua caridade apostólica, seu modo de viver os votos da vida consagrada com generosa tenacidade, fazem dele um “homem evangélico”. Quem o conhecia de perto, quem o via actuar, quem ouvia suas pregações, quem lia seus escritos, quem recebia seus conselhos, estava bem convencido que o P. Mariano era um “homem santo”, um verdadeiro homem de Deus. Precisamos de começar a pensar na sua causa de canonização. O que Jesus disse à Alexandrina há-de tornar-se verdade. Vivamos esta certeza, alimentemos esta esperança. Rezemos por esta intenção. Comecemos a dar a conhecer a vida e a “santidade” de tão grande e dedicado sacerdote.