MARCELO MOSCHETA | 1.000 km, 10.000 anos
Curadoria Alexia Tala
Abertura: 8 de maio
Marcelo Moscheta é um artista viajante que percebe suas viagens como uma maneira de
levantar elementos para reconstruir cartografias através de lugares que não são dele
próprios, através da coleta de pequenos elementos presentes na natureza para criar suas
obras por meio de instalações, fotografias e desenhos. Em seu processo criativo existe um
grande desejo de retratar seus deslocamentos por espaços geográficos distintos por meio da
observação e coleta, se assemelhando a um trabalho arqueológico que lhe permite, como
artista, capturar e repensar o próprio lugar onde esteve.
O titulo da exposição, 1.000 km, 10.000 anos, alude ao presente e ao passado. Mil quilômetros
é a distância percorrida pelo artista desde sua chegada ao deserto de Atacama até seu último
deslocamento naquele território, ao que dez mil anos é o tempo no qual as primeiras
civilizações Lincantanai começaram a habitar o mesmo deserto, estabelecendo assim uma
relação espaço-temporal na sua maneira de ver a paisagem. A terra se apresenta para
Moscheta como a representação do passado, da passagem dos ancestrais, da narração de
uma história natural que acolhe o homem. Foi a partir de sua residência na Plataforma
Atacama, idealizada pela curadora Alexia Tala, que nasceram os trabalhos que compõem a
exposição.
Como obra principal da mostra, Linha : Tempo : Espaço, que nasce formalmente da sua
experiência in situ de alinhar pedras sobre o Trópico de Capricórnio, Moscheta apresenta uma
linha de 15 metros de uma mesma rocha - uma ferramenta paleolítica - replicada 3.000 vezes
em cerâmica. Cada uma delas foi catalogada com uma chapa de cobre, mineral de maior
extração no Chile, que registra as coordenadas dos deslocamentos do artista durante o
período de dez dias em que residiu com base em São Pedro de Atacama. Compõem ainda a
exposição o desenho Atacama: 28.04-06.05/2012 e Timelapse, um objeto composto pelo
próprio solo do deserto e que relaciona passado e futuro através das conquistas de
astronautas e astrônomos.
Tal como relatado por Patricio Guzmán – documentarista chileno/espanhol – em seu filme
Nostalgia da Luz, o deserto de Atacama é uma conexão entre passado e futuro: passado
ancestral em um dos desertos mais secos do mundo, cuja característica permite a
conservação da história do homem. Da mesma forma, o estudo do céu, em um lugar sem
umidade, também se ergue como o mais importante lugar do mundo para a observação de
estrelas e galáxias. Moscheta relaciona ambos os mundos e os enfrenta ao colocá-los
visualmente em diálogo, tentando analisar a experiência dos modos com os quais se habitou e
ainda se habita o deserto.
Sobre o artista:
Marcelo Moscheta (São José do Rio Preto, 1976). Vive e trabalha em Campinas, São Paulo.
Com obras no acervo do MAM-RJ e Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre suas exposições
individuais se destacam: NORTE, Paço Imperial do Rio de Janeiro, Brasil (2012); Mare
Incongnitum, Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, Brasil (2010); e Contra.Céu, Capela
do Morumbi, São Paulo, Brasil (2010) e as coletivas: 12a Mostra Internacional de Arte, MACUF,
La Coruña, Espanha (2012); 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2011); “An Other
Place", Galerie Lelong, Nova York (2011); Prêmio PIPA 2010, Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, Brasil (2010) e Ponto de Equilíbrio, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil (2010)
Abertura: 8 de maio – 19h
Até 8 de junho, 2013
Av. Valdemar Ferreira, 130
São Paulo | Brasil
Seg - Sex 10h – 19h
Sab 10h – 17h
+55 11 3093.8184
[email protected]
www.galerialeme.com
Download

MARCELO MOSCHETA 1000 Klm