BOLETIM INFORMATIVO ANO XII NÚMERO 1 Jan-Fev/2007 Homepage: http://57-BQ.org. | Webmaster: [email protected] | E-mail: [email protected] | Editor: [email protected] RECORDAR É VIVER TRABALHANDO COMO NUNCA Nos próximos dias, estaremos em Barbacena, revivendo Na segunda quinzena de novembro, os Representantes da aqueles momentos ditosos de Alunos da EPCAR, durante Turma, ora investidos nas funções de membros da Coas comemorações do cinqüentenário da Turma. Preparemo- missão Organizadora do “Encontro dos 50 Anos”, foram nos para grandes emoções, especialmente no desfile a Barbacena fazer “um ajuste fino” nos prepamilitar, com o Corpo de Alunos comparrativos para os eventos programados. tilhando conosco. É permitido chorar, Nesta viagem precursora, tiveram desde que de alegria. Que eventuais um encontro com o Comandante dificuldades, queixas e frustrações da EPCAR, Brig. Russo, que, daquela época se revelem em gentilmente, atendeu a todos motivo de orgulho e superação. os pleitos da T.57-BQ, senBarbacena, lá vamos nós! do muito louvável sua deO logotipo do Jubileu de cisão de alterar a programação dos trabalhos da EscoOuro - Nosso estimado colala, para que o Corpo de borador Gomes, da Turma 66Alunos participe da ceriBQ, criou este logotipo representativo do Jubileu de Ouro da mônia militar. Na Cidade, TQP. Na concepção do artista, a foram ultimados os entendisaga da Turma é simbolizada por mentos com hotéis, restauaviões de várias gerações, que rantes, bufê, músicos e estúdio equiparam e equipam a Força Aérea fotográfico. Como é de conheciBrasileira. A fachada da EPCAR e o memento geral, os preparativos para o dalhão com o emblema da T.57-BQ comJubileu de Ouro tiveram início há mais pletam o simbolismo dos 50 anos de nossa Históde um ano, iniciando-se com o levantamento ria.( Marketing para o amigo: [email protected]). de custos do “pacote de eventos”. Na foto abaixo, os Abertura das comemorações do Jubileu de Ouro (Pág. 4) membros da Comissão posam em frente ao Master Plaza Hotel, dando início aos trabalhos da precursora: José NelA QUEM PERTENCEM ESTAS LINDAS PERNAS? son, tendo ao lado o motorista da van (José Carlos, de Tirantes as manchinhas e ruguinhas destas pernas, até que casaco), Amorim, Montero, Mossri e João Carlos. O sexelas fariam sucesso nas passarelas (de desfile de modas, to “organizador” é o Thedim, que não pôde participar de samba,...).Saibam que elas já fizeram sucesso nas da missão. Atuam como “consultores”: Brasil, Campos quadras (mas, não de samba). Na pág. 3, a revelação. Reis, Cubas, Carlos Mauro, Ivan Pereira e Éolo. O CON*DOR Página 2 Jan-Fev/2007 FATOS PITORESCOS Festa à caipira com reação química Na verdade, foi uma reação do Professor de Química, Leonardo, a uma coreografia de uma festa junina promovida pela Sociedade Acadêmica. Auditório cheio, com oficiais e professores presentes, além de, naturalmente, todo o Corpo de Alunos. Abrem-se as cortinas e, no palco, aparecem o Cardoso (57136) , caracterizado como um autêntico caipira, com barbicha e chapéu de palha na cabeça, e o Duque (57-137), como malandro da Lapa, com camisa listrada na horizontal, calça branca com boca apertada e sapato bicolor. O caipira segurava uma cordinha presa ao pescoço de uma cabrita. O malandro gingava o tempo todo e balbuciava alguns termos de gíria ininteligíveis. A cena em si era hilariante, já arrancando da platéia risos e aplausos. Então, os dois cidadãos estabeleceram uma prosa inusitada. Com muito rodeio, o malandro perguntou o nome do caipira e este respondeu Leonardo (com sotaque de matuto); em seguida, o malandro perguntou se queria Explicação desta formuleta, anotada no caderno do Prof. vender a cabrita e o caipira disse que não podia ficar sem sua Anastácio : Binômio de Newton é a potência inteira positiva “Brenda” (seria blenda, minério de zinco). A desenvoltura dos de um binômio, desenvolvida segundo o Teorema do Binômio atores no palco, com trejeitos e sotaque de verdadeiros made Newton; por sua vez, o binômio é um polinômio de dois landro e caipira, e a sucessão de piadas e paródias bem bolatermos; já o polinômio é a forma algébrica racional inteira e das levaram a platéia ao delírio (ou quase, em razão da bendita pode ser diático, mônico, redutível, e por aí vai...Fácil, não?! disciplina). O Prof. Leonardo não achou graça nenhuma nas gozações e resolveu dar o troco. Quinze dias depois, aplicou Resultado: somente 42 alunos passaram direto para a 3ª série; uma prova de Química bem difícil. Naquela 1ª prova parcial, a e bons alunos perderam o ano e foram valorizar a T.58-BQ. reação do mestre deixou muitos alunos “chamuscados”. Aqui Licenciamento na Escola de Aeronáutica pra nós, que cara sem esportiva! Ou seria complexado? Nem Na programação dos laranjeiras, eram incluídos três locais: o precisava, pois o bom mineiro era muito inteligente e tinha Colégio Carmela Dutra, em Madureira; o Instituto de Educação, uma esposa lindíssima (com todo o respeito). na Mariz e Barros; e aquele templo sagrado do futebol, o Maracanã (aos domingos à tarde). Apesar de ser “tricolor de A arrasadora prova de Matemática coração”, do time antigamente campeão algumas vezes (ponha No 2º ano da EPCAR, nossos professores de Matemática eram antigamente nisso), o Arieis conta que foi ao Maracanã ver o o mineiro Anastácio e o nordestino Clodoaldo, muito maior jogador que a seleção brasileira teve: Garrincha. Eram conceituados junto ao Comando e respeitados pelos alunos, os idos de 1961 e 62, no apogeu do Botafogo. Como bem mercê sua capacidade profissional e ilibada conduta – observou nosso colega, o time da estrela solitária tinha metade verdadeiros mestres! Durante o ano, as provas apresentavam da seleção brasileira: Didi, sábio mestre; Garrincha, que um certo grau de dificuldade por se tratar de matéria vasta e desequilibrava; Zagallo, de contra-peso (tenha dó); Amarildo, complexa. Os alunos que se dedicassem logravam êxito nas que entrou no time para cumprir a missão; e, para completar, provas, mas qualquer “vacilo” jogava a média para baixo. Newton Santos. A este jogador, o jornalista Armando Nogueira Assim, algumas dezenas de colegas foram para prova final assim se referiu: “Tu parecias tantos; no entanto, que encanto, precisando de mais de 7. A rapaziada “meteu o gagá”, inclusive eras um só – Newton Santos”. Alguns laranjeiras preferiam os que estavam disputando boa classificação. Ninguém poderia passar os fins-de-semana em Copacabana, com apoio de imaginar que o aviso dos professores de que cairia a matéria alguns colegas bananeiras. Ficavam tão envolvidos, do ano todo e a recomendação para levar a tábua de logaritmos “emocionalmente”, com as garotas na praia e nos bares, que deveriam ser levados tão a sério. A lógica dos alunos foi a nem queriam saber das grandes emoções proporcionadas pelo seguinte: do primeiro semestre, vai cair uma questão de futebol. Às sextas-feiras, após a revista de uniforme, os cariocas Trigonometria; do segundo semestre, vai cair uma de Binômio “se mandavam” naquele trem da Central. Uma cena do Rio de Newton e duas de Análise Combinatória. Que nada: caíram 40° - 1960, meio-dia, dezembro, trem parador Central/Marechal três questões de Trigonometria e uma de Binômio de Newton, Hermes, na altura do Méier: Cadete fardado, de pé, humor em todas “bem cabeludas”. As tábuas de logaritmos eram para baixa, agarrado naquela manopla móvel, espadim reluzindo e resolver equações e inequações trigonométricas, sendo exigido sapato lixando aquele calinho de estimação; um homo sapiens, que o resultado não poderia estar debaixo de radical. Que 2 metros de altura, sentado, olha para o brilhante espadim do trabalheira! Que desespero para muitos, que não tiveram tempo sisudo Cadete e pergunta: - É de ouro? - Não é de ouro, mas de passar as questões a limpo. Embora os professores fura! Pergunta: Quem era o Cadete? Resposta: Ranulfo Porto. aproveitassem o desenvolvimento dos problemas nos papéis PENSAMENTO DE O CON*DOR de rascunho, a média geral foi muito baixa. Para se ter uma “Se posso hospedar-me com o Nunes? Por que eu? É mole?” idéia, alunos que precisavam de grau menor do que 1 obtiveram “Vocês querem que eu divida o quarto com oPadrão? Logo eu?” 3,5. Até hoje, não compreendemos porque aquela prova não Reação dos colegas 57-42/13 ao apelo do Amorim para acomodafoi anulada. Colegas que estavam “pendurados”, também, em ção no H. Lucape, no Jubileu. Calma, amigos, vamos para o sorteio. Física e/ou Química tiveram de se desdobrar na segunda época. O CON*DOR Página 3 Jan-Fev/2007 ALMOÇO DE FIM DE ANO As fotos que faltaram - A reportagem sobre o almoço de confraternização da Turma não estaria completa sem estas fotos, cedidas pelo Thedim. (As imagens da edição anterior foram clicadas por Zé Nelson e Ivan Pereira). Relembrando: o almoço do dia 16 de dezembro foi no Restaurante Chez Yunes, na Barra, cujo proprietário é o Sr. José Carlos (tel. 2431-4202); a menina muito graciosa que apresentou a dança do ventre é a Samara (shows às sextas e sábados). Enquanto Zé Nelson é toda atenção com D. Rosa,...seus amigos se deslumbram com a Srta. Samara. Montero, desta vez, não tentou dançar (já pensou?), mas estava muito feliz com os ensinamentos da bailarina.Ele continua o mesmo... Este é o Martins França, sempre caladão, mas muito simpático. Ele não perde uma reunião de fim de ano. Valeu, amigo! Zé Nelson atende a pedido do Edison; Cardoso dá o tom para o Paulão.Como sempre, os artistas da Turma alegram nossos encontros de confraternização. Luiz Henriques “monopolizando” o papo; todos atentos. As lindas pernas da capa Rosa do José Nelson, Maria Helena do Zilson, Vera do Montero, Lêda do João Carlos, Neide do Ivan e Sônia Regina do Duncan, sempre prestigiando os encontros da Turma. Detalhe: todas (ou quase) apreciadoras de cerveja. Um brinde às amigas. CONCURSOS DE O CON*DOR Solução do Concurso de Nov-Dez/2006 - Conte uma historinha sobre licenciamento, em Barbacena ou nos Afonsos, e concorra ao prêmio de vê-la publicada em O CON*DOR. Na edição de Jan-Fev/2006, constam algumas narrativas sobre licenciamento em Barbacena. Agora, o Areis Santana (sempre ele) conta alguma coisa sobre as saídas dos Cadetes dos Afonsos. Concurso de Jan-Fev/2007 – Seja um repórter das comemorações do Jubileu de Ouro, em Barbacena e Tiradentes, e ajude a escrever este importantíssimo capítulo da História da Turma 57-BQ/Aspirantes 62. O(s) vencedor(es) terá(ão) como prêmio o crédito, em O CON*DOR, da autoria de sua reportagem. Pertencem ao Marinho Pontes (57-09), que agora prefere exibir seus cabelos brancos e um “projeto” de cavanhaque. Realmente, nos tempos de Aluno, Cadete e Tenente, suas pernas fizeram sucesso nas quadras de vôlei, perante a torcida feminina. Já a torcida masculina e os jogadores do time adversário tinham ódio do Marinho. Não dava para competir com um cara que tinha um saque potente e certeiro, que escorava e bloqueava com impressionantes reflexos e que dava uns cortes simplesmente indefensáveis. No seu reduto da Praia de Icaraí, em Niterói, também suas pernas eram muito admiradas pelas mulheres de todas as idades. Mas lá, o esporte era outro... Página 4 O CON*DOR Jan-Fev/2007 NAS AEROVIAS A Galeria do Cadete Imortal Passagem para a lua – Vendo Vamos relembrar, nas palavras do Arieis Santana (com alguns dados do cadastro da Turma), o estilo de vida dos dois companheiros que faleceram em acidente aéreo, no Campo dos Afonsos, ambos no 3º Ano Av. O Cad. Clóvis Fonseca Menezes faleceu no dia 7 de maio de 1962. Nasceu em Belo Horizonte/MG, mas cresceu na Zona Sul do Rio de Janeiro, tornando-se um autêntico carioca. Menezes – Tatá – era uma figura muito querida, tanto pelos colegas do Colégio Militar, quanto pelos componentes da Mais-Que-Perfeita, que o acolheram em 1960 (Cad. 60-126). Tatá tinha a habilidade de satirizar pessoas e fatos, era um exímio colocador de apelidos. (Arieis agradece-lhe o de Candango). No acidente que o vitimou, estava em Jacarepaguá, em vôo de instrução com o Ten. Largura. Houve o rompimento da ponta da hélice do T-6 e o avião foi submetido a uma trepidação incontrolável porque a hélice não tinha passo bandeira; instrutor e aluno saltaram, mas o Menezes não acionou seu pára-quedas; presumiu-se que, devido à severa trepidação, o anel de velocidade do motor tenha-se desprendido e atingido a cabeça do Tatá no instante do salto. O Cad. Antônio Gentil Ribeiro Gonçalves faleceu no dia 29 de outubro de 1962. Era carioca, filho de um oficial aviador, no posto de coronel quando ele se incorporou à Turma (Al. 59-351). (Seu pai alcançou o mais alto posto da carreira; era o Ten.-Brig.-do-Ar Paulo Sobral Ribeiro Gonçalves). O Cadete R. Gonçalves era reservado, introvertido, sério e muito padronizado. E, como consta em seu nome, era um rapaz gentil e atencioso. Virou rotina aconselharmo-nos com ele sobre dúvidas que surgiam na instrução. O acidente que o vitimou aconteceu na cabeceira da 08; contou-se que ele entrou em parafuso ao comandar um “peel-off”. Os nomes de Menezes e Gonçalves estão inscritos na Galeria do Cadete Imortal. Tão cedo deixaram nosso convívio, mas não, nossos corações. Por isso, são imortais. O Reinaldo Palmero (57-145) enviou à Redação o artigo que, há anos, escrevera para o jornalzinho da AABB de Rio Claro. JUBILEU DE OURO - ABERTURA Missa em ação de graças - No ensejo de agradecer a Deus por estarmos com saúde para comparecer ao “Encontro dos 50 Anos”, a Representação programou, como abertura das comemorações do Jubileu de Ouro, uma missa em ação de graças, na Igreja de São José, no Centro do Rio de Janeiro. A missa foi celebrada, a partir das 11 horas do dia 8 de fevereiro, pelo Frei Milton Campos, Coronel-Capelão da Aeronáutica. Reverteu-se, também, em intenção aos 71 companheiros que nos deixaram mais cedo. Na homilia, o Reverendo ressaltou os valores cristãos preservados pela Turma, manifestados em atitudes que revelam o culto à fraternidade e à gratidão. Conhecedor da trajetória de vida dos jovens que um dia ingressaram na EPCAR, Frei Milton falou da fraternidade fundamentada na amizade nascida em tenra idade, que tem força própria, destituída de qualquer interesse que as idades adultas carregam. Declinou o nome dos colegas falecidos, enfocando que o Ranulfo Porto (57-101) nos deixou recentemente; e enalteceu o carinho que a eles dedicamos, sempre a recordar os bons momentos da convivência fraterna desta Turma. Para finalizar, o Horta foi convidado a ler a mensagem de sua autoria reverenciando a memória dos colegas que partiram para a eternidade: Neste momento em que reverenciamos a memória de todos os companheiros da Turma de 57, que já não estão fisicamente entre nós, ainda ecoam aos nossos ouvidos as palavras do Pessôa de Mello, 57-170, no inesquecível pronunciamento que fez quando da inauguração da placa de bronze, comemorativa dos 40 anos da Turma, no pátio da velha Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena: “Hoje temos responsabilidade de ter olhos e lucidez quando muitos a perderam. Resgatamos o afeto, mesmo face à pressão dos tempos. Uma coisa que tem nome, é o que somos: bequeanos 57. Quem sabe olhar vê, quem sabe ver repara...” Com a mesma sincera emoção com que aqui viemos, diante do altar de Deus, rogar pelo descanso eterno e pedir, para as almas de todos os que já partiram, a graça da Luz Divina, queremos que aqueles que estão nos céus e, agora, melhor do que nós sabem olhar - vejam... E sabendo verdadeiramente ver, do espaço infinito - reparem - que ao chegarmos a este cinqüentenário, continuamos a ser uma coisa que tem nome: bequeanos 57. E disso muito especialmente nos orgulhamos, neste e no mundo que há de vir. Os anjos certamente dirão - Amém. Almoço de Confraternização - Após a missa, os integrantes da Turma dirigiram-se ao restaurante do Jockey Club para um almoço de confraternização, em substituição ao encontro mensal, no Clube de Aeronáutica (que seria na terça-feira de carnaval). Neste ágape, relembramos, com saudade e alegria, o passeio maravilhoso a São Pedro da Aldeia, em que fomos recepcionados, com toda atenção e mordomia, pelo amigo Ranulfo Porto e sua simpática esposa Edli, na aconchegante Pousada Sal & Sol.