Isso é um MetaTexto "(...)Veremos um bando de moleques gordos reclamando e ameaçando os amigos do prédio, que, ao contrário dele, avarento, desajeitado e arrogante, agora preferem Le Parkour e criar robôs com sucata a babar em sua coleção de bonecos caros e estúpidos de alguma empresa gringa". Daniel Pádua setembro de 2012 esse conteúdo encontra-se sob a Licença Lata http://crieitivecomo.org/wikka/LicencaLata autorxs: Maira Begalli (org); Dalton Martins, Fernanda Scur, Hudson Augusto, Isaac Filho, Elenara Iabel, Marcos Egito, Orlando da Silva, Tatiana Prado. Soube da realização do Seminário Nacional de comunicação para a Cultura e Oficina do Comunica Diversidade pelo Felipe Fonseca. Felipe havia sido convidado, mas estaria nos Estados Unidos, então perguntou se eu gostaria de participar. No momento da inscrição, li que havia a possibilidade do envio de textos e narrativas. Mostrei isso para rede MetaReciclagem via lista, e publiquei no wiki *. Alguns metarecs mandaram, outros não. Entretanto, esse texto bricolado é uma tentativa de descentralizar um comando, que muitas vezes é imaginado, uma tal representatividade que não existe na Metarec. Muita gente não entende o que é MetaReciclagem: MetaReciclagem são pessoas. Para compor essa publicação, além da página de wiki, sugeri questões-guias que poderiam ser consideradas ou não... 1) Como você gostaria de poder falar com o Ministério da Cultura (canais, pessoas, interfaces)? 2) Por que você acha que a MetaReciclagem estabelecer um dialógo com o MINC seria importante? 3) O que você espera de dialógos como esse? 4) Você teria uma imagem para enviar ou algo que mostre o que tem feito? E seguem aqui contribuições... * http://rede.metareciclagem.org/wiki/Pubs-Seminario-e-Oficina-de-Comunicacao-e-Cultura-MinC 1 Dalton Martins, 34 anos , São Bernardo do Campo-SP, trabalha como arquiteto e analista de dados da Rede Humaniza SUS. Além disso, pesquisa cientometria e análise de redes sociais na Universidade de São Paulo e Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professor na FATEC São Paulo, na área de Projeto de Redes. 1) Acho que há níveis de interação que poderiam ser potentes para essa relação com o MinC. Vou pontuar alguns aqui, pois acredito que isso ajude a organizar as ideias: 1. Realização de Conferências Nacionais de Cultura, organizadas por Grupos de Trabalho deliberativos, onde pudéssemos discutir e produzir referências de base para pautar a política de cultura que acreditamos ser fundamental para o Brasil. 2. Conferências Regionais de Cultura: promovidas por municípios e estados, além de outros entes de sociedade civil que tiverem interesse de participar, criando modos de produzir representação suficiente para chegar nas conferências nacionais de modo mais articulado; 3. Conferências Virtuais: organização de encontros, debates e formação de grupos de trabalho que não trabalhassem só presencialmente, mantendo espaços de conversação contínuos e modos de sistematização que ajudasse a incluir pessoas de diferentes realidades, contextos e possibilidades de articulação nesse processo; Entendo que o uso desses 3 mecanismos de conversa, sem dúvida, com muita discussão sobre seu formato e modos de operar, poderiam dar subsídio para a produção de instâncias mais interessantes de diálogo. 2) Necessariamente, não acho que seria e nem não seria. Acho que MetaReciclagem não é um grupo, nem uma comunidade e nem possui unidade temática/social suficiente para produzir níveis de representação que se estabeleçam numa relação de diálogo com um ente organizacional. A potência da metareciclagem está em ser um espaço caótico de produção contínua de derivas sem a necessidade de uma objetividade clara e determinada. Todas as tentativas que eu mesmo fiz ou mesmo presenciei outras pessoas fazerem que propussem uma forma diferente de operar acabaram entrando em embates "infinitos", terminando por criar campos abstratos de disputas em relação a definição mais verdadeira do conceito. De fato, acho isso inútil e desnecessário. Acho que relações mais institucionais devem ser operadas com outros nomes que não MetaReciclagem, com outros níveis de representatividade de quem de fato queira produzir algum comum de discurso, algum comum de ação para atuar juntos, mesmo que transitoriamente, na relação com a constituição de uma política pública. 3) Não sei se entendi exatamente qual seria a proposta desse encontro e o que ele poderia operar como modo de articulação de pessoas. Mas, falando talvez de forma mais genérica aqui, eu espero de diálogos como esse ações bastante claras e concretas de abertura da política de Cultura para ser pautada, ser construída e ser pensada de forma mais aberta e coletiva. Acho que temos acúmulo suficiente de experiências e vivências em várias comunidades espalhadas por Brasil que poderiam ser úteis para propor modos de atuar, de utilizar recursos, de fazer gestão de projetos, de produzir políticas que precisam ser aproveitadas. Cultura que representa uma visão só é excludente, autoritário e violento por fundamento. 4) A imagem é do trabalho que estamos atualmente com a Rede Humaniza SUS. 2 Fernanda Scur, 36 anos, http://www.purnima.com.br/ Porto Alegre, Web Designer e Pesquisadora 1) Através de todas as formas possíveis, quanto mais possibilidades melhor. Mas acho que através de alguma plataforma online, com pessoas REAIS e que estejam efetivamente trabalhando para mudar alguma coisa já tá de bom tamanho. 2) O diálogo de governo com sociedade civil é fundamental, porque governo existe para atender as demandas das pessoas, das sociedades, das redes, "das gentes". E, esse diálogo é bastante debilitado desde sempre. É debilitado por questões tão complexas que não dá pra explicitar em poucas palavras e acho que nem cabe aqui. Mas a busca de um contexto em comum, ou alguma espécie de convergência entre esses sistemas que funcionam com mecanismos tão distintos já seria um começo, e putz, já estamos atrasados pra cacete. 3) Eu espero a possibilidade de iniciativas/criações/produções/trocas necessidades/demandas das redes, como já coloquei ali em cima. que espelhem as 4) Essa é uma imagem do campo da pesquisa que estou fazendo ( Pólo de Formação Tecnológica Marista, em Porto Alegre). É de um grupo de discussão, onde pedi aos envolvidos para que montassem a rede de indivíduos pertencentes ao projeto onde estão trabalhando. A idéia era em conjunto, atingir um consenso sobre a forma da rede - e com isso trazer uma reflexão crítica dos processos comunicatórios acontecendo dentro do projeto (quem fala com quem, quem nunca fala com quem, porquê, o que podemos fazer para uma maior coesão da rede, etc). 3 Hudson Augusto, 35 anos, Sorocaba - SP, funcionário público estadual. http://hudsonaugusto.wordpress.com/ 1) Gostaria que o MINC disponibilizasse uma interface de fácil acesso, em especial, as pessoas com deficiência. Algo de simples acesso, com retorno às solicitações pelos responsáveis do MINC. 2) Ao meu ver, poderia ser útil, esse dialógo, na construção de projetos e idéias de forma coletiva, a exemplo da elaboração de espaço culturais acessíveis, ou eventos que disponibilizassem recursos para integração das pessoas com deficiência contribuindo com uma maior integração da sociedade com o MINC. 3) Espero pelo menos receber um feedback direto, se seria possível contribuir ou não para o processo de fortalecimento das ações do MINC, independente se a resposta será positiva ou não. Pois o importante é a interação dos entes envolvidos nesse processo de democratização da cultura em geral. 4) 4 Isaac Filho, 28 anos, Recife, estudante de Ciências Sociais na UFPE, trabalha como Técnico em Inclusão Digital no CRC Marista do Recife, pesquisador de tecnologias livres e apropriação de tecnologia. http://yzakius.org/ 1) Creio que respostas rápidas nas redes sociais, e-mails e no site. Um canal de comunicação que respondesse e que repassasse - aos coordenadores - as demandas/questionamentos levantados. 2) Acredito que a cultura é o eixo principal de nossas relações e nada mais justo do que o Ministério da Cultura ouvir as pessoas, principalmente porque a cultura não é algo padrão, existem culturas que precisam dialogar. 3) Em primeiro lugar, ser ouvido. Se os projetos são destinados à população, é preciso ouví-la! No segundo lugar, espaço para articulação e respeito as ideias/projetos/discussões que são levantadas. 4) Oficina de MetaReciclagem na Escola Frei Caneca, em Camaragibe. 5 Elenara Vitória Cariboni Iabel - 49 anos , Porto Alegre - RS. Mãe de Cauã - 23 anos, Inaê - 17 anos, Ariel - 13 anos. Fundadora do conselho diretor da Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, hacker do direito, metarecicleira e produtora cultural. 1) Gostaria de falar com o MINC através de projetos que estabeleçam o dialágo e o debate que promovam políticas públicas de inclusão social e digital. Para tanto, penso ser necessário que uma política de comunicação participava seja base para que possa fluir conhecimento, informação, onde o transmissor garanta que emissor-receptor comunguem, todos da mesma função, ou seja a cultura do protaganismo. 2) Porque a cultura do protagonismo é a única capaz de respeitar e promover a diversidade cultural brasileira . 3) Espero que esses diálogos sejam impertinentes, no sentido de transformação e radicalização da democracia, para que o artigo 5 da Constituição Federal seja efetivado, tenha verdadeira eficácia 4) Atualmente estou no conselho diretor da Themis. Uma imagem de Lelex em uma reportagem sobre o projeto que realizou com o Rapper Boaventura. 6 Marcos Egito, 33 anos, Camaragibe/PE, nasceu e trabalha em Recife/PE. Estudante de Pedagogia e educador de Software Livre e Ativista da Robótica Pedagógica Livre. 1) Diretamente por: telefone, chat, algum meio web que possibilitasse interagir, ou através da rede MetaReciclagem. 2) Para poder ter um apoio maior e direto, poder conhecer de forma mais clara os incentivos e atuação, mostrar os projetos que desenvolvo, e que são fortalecidos pela rede MetaReciclagem, ser acompanhado, apoiado, financiado, sem intermédio de terceiros. 3) Que possamos de fato andar lado a lado de forma horizontal, para que coisas como as citadas acima aconteçam. 4) No Konesans (www.konesans.tk), trabalho com jovens que tiveram a oportunidade de fazer um curso profissionalizante, e hoje replicam o que aprenderam e ajudam um centro espirita e jovens de um bairro pobre em Camaragibe/PE. Oficina de Robótica livre que dei no Senac, para filhos de funcionários, crianças com um nível social bem diferenciado do da foto acima. 7 Orlando da Silva, 41 anos, Água Fria, zona rural de Mataraca - PB, Pesquisador e ativista na área de gestão em redes de colaboração, tecnologia e inovação social no Semiárido Nordestino. http://webnos.org/ 1) Acho que nós já estamos falando. Principalmente através da atuação da Rede MetaReciclagem e aliadxs. Talvez o que falte sejam mecanismos que garantam uma participação legítima da Rede. 2) Porque tem um campo aí, o da cultura digital, em que o diálogo pode fazer render bons frutos de planejamento e encaminhamento de ações em locais carentes de fomento à participação ativa da cultura ligada à tecnologia como algo de potencialização do viver nestes locais. 3) A constante revitalização do incentivo à cultura a partir do entendimento coletivo. O Governo tem suas demandas e os movimentos culturais também, a conversa pensando em convergências, em sinergia, se for sincera, pode gerar potencialização e abertura de caminhos. Para permitir que os espaços legítimos de manifestação cultural vivam ativos na produção de alternativas ao padrão enlatado de fomento da cultura. 4) Segue uma imagem de uma antena que instalamos para captar o sinal de Internet em uma área de produção orgânica em pleno coração do Semiárido. O projeto visa permitir a interação de agricultores familiares com a cultura digital, fazendo parte, colocando voz, construindo junto. 8 Tatiana Prado, 35 anos, educadora Certa vez tive a oportunidade de passar um fim de semana bem intenso e produtivo com o Celso Athayde. as conversas foram muitas e à medida que ele ia descrevendo a trajetória e o modo como a CUFA foi fundada, vi muitas semelhanças com a Metarec. Na semana que a gente se encontrou ele tinha acabado de voltar do haiti e essa foto estava em seu blog (ou ele me mandou, não lembro mais). imagem: Celso Athayde Talvez eu seja esse banquinho aí... que apóia o telefone público. Meio obsoleto, mas singular. Uma tentativa de fazer as pessoas se comunicarem de um outro jeito, ou "de um jeito ou de outro" - pra acionar a sabedoria popular aqui - no meio da guerra. é um pouco assim que me sinto nesse universo de redes.Coisas simples se transformam em batalhas e o caos nem sempre e tão poético e lírico como os textos e as assinaturas das pessoas parecem defender. Temos que reinventar a todo instante a capacidade de comunicar e a noção de público. A dificuldade que existe de comunicação e sintonia interna simplesmente se reproduz com os agentes "externos". E na hora da crise, como a que foi deflagrada pelo e no MINC, fica evidente a desarticulação, a disputa pelo poder entre as próprias redes e tudo o que não favorece muito a vida coletiva. 9 10