Pró-Reitoria de Graduação Curso de Comunicação Social Trabalho de Conclusão de Curso MODA PARA MENINAS “PLUS SIZE”: A DIFICULDADE DE ENCONTRAR ROUPAS NO SEGMENTO Autora: Sarah Torres Cortez Orientadora: Anelise Wesolowski Molina Brasília - DF 2013 SARAH TORRES CORTEZ MODA PARA MENINAS “PLUS SIZE”: A LIMITAÇÃO DE ENCONTRAR ROUPAS NO SEGMENTO Projeto Experimental II apresentado ao curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Orientador (a): Anelise Wesolowski Molina Brasília 2013 Projeto Experimental de autoria de Sarah Torres Cortez, intitulado “Moda para Meninas “Plus Size”: A limitação de encontrar roupas no segmento”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda da Universidade Católica de Brasília, em 25 de junho de 2013, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. _______________________________________________________________ Prof. Esp. Anelise Wesolowski Molina - UCB (Orientadora) _______________________________________________________________ Prof. Esp. Thiago Sabino - UCB ______________________________________________________________________ Prof. Dra. Florence Marie Dravet - UCB Obrigada pelos amigos e professores que acreditaram nesse projeto e aos meus pais que me deram toda força do mundo. E ó mais importante, obrigada Deus por todos os momentos vividos. Resumo O segmento plus size no Brasil tem uma grande limitação. O projeto aborda o tema e a falta de informação para esse público. O guia de estilo para as meninas plus size em formato de blog tenta solucionar o problema de uma maneira moderna. O blog Fofs Love é o resultado de dois semestres de pesquisa sobre esse segmento bastante carente no mercado de moda brasileiro. Também busca aumentar o número de informações através de post, fotos, dicas, truques, pesquisas em lojas de departamento e editoriais de moda plus size. Palavras chaves: Moda, Plus Size, Blog, Segmento e Limitação Abstract The plus size segment in Brazil has a major limitation. The project approaches the topic and the lack of information to the public. The style guide for the plus size girls in blog format tries to solve the problem in a modern way. The blog Fofs Love is the result of two semesters of research on this segment quite lacking in the Brazilian fashion market. It also seeks to increase the number of information through post, photos, tips, tricks, research in department stores and plus size fashion editorials. Keywords: Fashion, Plus Size, Blog, Fashion Segment Sumário 1. Introdução........................................................................................... 7 2. Objetivos............................................................................................. 9 2.1. Objetivo Geral..................................................................... 9 2.2. Objetivo Especifico.............................................................. 9 3. Justificativa......................................................................................... 10 4. Corpo Gordo....................................................................................... 11 5. Ditadura da Beleza ............................................................................ 17 6. Lado Emocional ................................................................................. 20 7. Historia da Moda ................................................................................ 23 8. Mercado de Moda Brasileiro............................................................... 26 9. Campanhas Plus Size......................................................................... 29 10. Memorial........................................................................................... 34 11. A idéia............................................................................................... 35 12. O Formato......................................................................................... 36 13. O Tema............................................................................................. 39 14. Pré-Produção................................................................................... 40 15. Design;.............................................................................................. 42 16. Logomarca........................................................................................ 43 17. Formato do blog................................................................................ 44 18. Produção........................................................................................... 48 19. Tipo de Linguagem............................................................................ 51 20. Cronograma....................................................................................... 52 21. Contratempos..................................................................................... 53 22. Repercussão do Blog......................................................................... 54 23. Conclusão.......................................................................................... 58 24. Referências Bibliografia..................................................................... 59 1. Introdução O corpo tem vários significados, de acordo com os contextos históricos, sociais e culturais que influenciaram cada época. O filosofo Michel Foucautl, em Vigiar e Punir esclarece que durante a época clássica o corpo foi descoberto como objeto poderoso e alvo de poder como abordam a Cintia Moscovich no livro “Deslocamento de Gênero na Narrativa Brasileira Contemporânea”. Na Grécia o corpo é objeto de admiração, ele é totalmente cultural. Mas depois do cristianismo o corpo tem responsabilidades, e começar a ter significado, o corpo deixa de ser um corpo cultural para ser um corpo material. Nos dias de hoje o corpo é visto como um objeto, principalmente o corpo feminino, exemplo disso são os comerciais de cerveja. O corpo da mulher é visto como objeto sexual em muitas propagandas. No renascimento a referência de corpo padrão era as mulheres com o corpo mais farto. As mulheres daquela época em sua maioria donas de casa, mães de família e boas esposas, afirma o historiador Luiz Eduardo Simões de Souza. Esse corpo era das mulheres nobres que se alimentavam direito, explica o historiador. Depois da revolução francesa e industrial, a mulher se torna cada dia mais independente, ela conseguiu eliminar o papel de mulher submissa a sociedade e com isso as vestimentas femininas mudam. Essas vestimentas, por exemplo, são calças, minissaias e shorts, existe uma atualização no guarda roupa feminino. O corpo padrão e as referencias de beleza mudam e entra em cena um corpo de uma mulher mais magra e alta. O mercado de moda brasileiro se adaptou a essas mudanças, as maiores informações da moda brasileira são sobre corpo magro. A sociedade e a moda estipulam padrões de belezas. As maiorias das mulheres querem seguir esse padrão. A sociedade por meio da mídia mostra sua visão e muitas mulheres aceitam as condições estipuladas. As mulheres julgam seu próprio corpo, se acham feias e sem graça, gastam horas no salão de beleza, para se sentirem melhor. A moda só reafirma o que a sociedade quer passar para essas mulheres. O mundo da moda é fascinante e quase todas as mulheres querem participar. Muitas acompanhando as últimas tendências fazem dietas mirabolantes somente para conseguir entrar em um vestido e maltratam seu próprio corpo com cirurgias plásticas. Toda essa rotina de beleza e informação para ser tornar igual às tops models, mulheres altas e absurdamente magras que são o símbolo da beleza no mundo da moda. 7 Com todas essas mudanças no mercado e na sociedade e na chegada desse novo corpo padrão a moda começa a ter mais importância e valor. As vestimentas produzidas são a maioria para as mulheres que seguem esses novos padrões de beleza. O tamanho da roupa fica menor, e a tendência é sempre diminuir. Pois eles querem mulheres cada vez mais magras e produzir mais peças de roupas com menos quantidade de tecido e outros segmentos são deixados de lado por não lucrar tanto. As vestimentas plus size foram deixadas de lado, por serem menos importantes e atraentes de se ver. A dificuldade de encontrar roupas nesse segmento bem como informações sobre esse ramo da moda é muito grande. Mesmo que no passado, antes de das revoluções francesa e industrial as referências de um corpo bonito fossem as mulheres mais fartas. O mercado de moda no Brasil quase não fabrica peças de estilo para outro biotipo. Mesmo a maioria das mulheres brasileiras tendo quadril largo e nádegas fartas. O preconceito de fazer vestimentas de grande tamanho existe da mesma forma que as meninas gordinhas sofrem bullying. Infelizmente o brasileiro ainda tem muito preconceito, por isso esse segmento sofre algumas perdas. Mas isso pode ser compensado por outras maneiras, o publico plus size precisa de informação, mesmo não sendo o corpo padrão as meninas precisam e querem se vestir com um look fashion e conceitual, como os looks que estão nas passarelas. Por isso essa questão do corpo ideal é bem frisada, alguns tabus precisam ser quebrados. O produto desse projeto será um guia de estilo, em formato de Blog para aumentar as informações desse segmento, como se vestir bem e com estilo com as peças que o mercado de moda oferece. As meninas serão guiadas de acordo com o formato do seu corpo, pois existem vários tipos de “gordinhas”. Terão ajuda para se informar dos melhores preços e lojas, elas também terão dicas de maquiagem e beleza. A intenção do guia é facilitar a vida de algumas meninas que se sentem prejudicadas em relação à moda. Se vestir com estilo é um direito para todos que querem se vestir bem. Por tanto esse produto será uma ferramenta a mais para aumentar essas informações e eliminar alguns preconceitos. 8 2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral Construir um blog de moda para o publico plus size. 2.2 Objetivos Específicos: Abordar as dificuldades que as meninas têm de encontrar roupas nesse segmento. Esclarecer o assunto para o publico que não seja somente “plus size”. Aumentar o nível de informações do mercado de vestimenta plus size. 9 3. Justificativa A escolha do tema tem em sua maior parte um caráter pessoal. Pois, ao final a autora será beneficiada pela sua própria pesquisa. O tema é sobre a moda plus size no Brasil e a limitação de encontrar roupas interessantes nesse segmento. A maioria das vestimentas plus size são sem modelagem, as cores usadas não estão em alta na estação, existem poucas peça nas lojas de departamento e não são todas as meninas plus que tem acesso às roupas sob medidas. Mesmo com toda essa carência no mercado plus size, as meninas que usam as vestimentas desse segmento, tem o direito de ter informações especificas. O tema aborda um assunto que infelizmente é pouco comentado no Brasil. A moda para as meninas plus size está crescendo, mas não existem muitas informações sobre o assunto. A carência de livros, artigos e bibliografia sobre o tema é muito vasta. A maioria das bibliografias sobre o assunto é norte-americana. “Os livros de moda brasileira como “A Moda e Seu Papel Social” de Diana Crane (2006).” A Roupa e a Moda” de James Laver (1989). “ Chic” (2004) e “Fashion Marketing”de Gloria Kallil (2010), não citam cautelosamente sobre o assunto, falam da moda em geral. Mas existem livros que abordam somente vestimenta do corpo padrão. Sobre as vestimentas maiores, existem poucas abordagens. Por existe essa carência a pesquisa será feita para aumentar as informações sobre o assunto. É necessário que existam informações cautelosas sobre tema. O publico desse segmento precisa ser informado, mesmo que exista pouca bibliografia sobre o assunto. A pesquisa será feita em Brasília, pois a autora acredita que será de fácil acesso recolher as informações. A pesquisa aumentará as informações sobre assunto e ajudará jovens que pesquisam essas informações e obtém poucos resultados. Facilitará o dia-dia do grupo que usa roupas desse seguimento. Ela acredita que possa deixar o mercado de moda ainda mais forte no seguimento plus size. 10 4. O corpo gordo Na Grécia, no século IV a.C, alguns filósofos acreditaram que a simetria era o que deixava o corpo humano harmonioso e perfeito, de acordo com Umberto Eco (2010). A simetria está sempre presente na arte grega, nas esculturas de deuses seminus e nas arquiteturas da época. Dois séculos mais tarde (VI a.C), surge um novo ‘padrão’ de corpo ideal na Grécia. Uma estátua criada pelo policleto, chamada de cânone. Nessa estátua estavam todas as regras de uma proporção perfeita. Não era uma simetria matemática, mas era vista de acordo com a expectativa do olhar e da posição do corpo. Nesse período, o corpo é um objeto de admiração, sua imagem é totalmente cultural. O corpo feminino que se pode usar como exemplo de corpo ideal naquela época de acordo com Graça Proença (2004) é a escultura de Afrodite de Cnido. Suas formas arredondadas na escultura mostram a sensualidade da mulher naquele período O corpo ideal muda de padrão em várias épocas de acordo com Eco (2010). Nas obras de arte, não se pode concluir que o corpo estampado das obras é o corpo padrão da época, isso dependia de cada artista. Algumas obras retratavam o que estava acontecendo com a sociedade naquela época, mas outras obras simplesmente vinham do gosto pessoal do artista. Alguns pintam mulheres de corpo gordo para criticar a sociedade, mas enquanto outros artistas pintavam por lazer suas mulheres que eram gordas e ele não queria passar nenhum significado com essa pintura. Podese observar cada momento artístico com cautela, verificando quais foram às manifestações de cada época. Na idade média todas essas regras de simetria, harmonia e proporções não são aplicadas para avaliar um corpo perfeito. Segundo Cintia Moscovich (data) com a chegada do cristianismo, corpo deixa o de ser simplesmente um objeto. Ele passar a receber simbologias, como por exemplo, o espírito santo. O corpo começa a receber responsabilidades que não existiam antes. Ele passa por normas e padrões que mudam toda a visão da sociedade, ditam regras de comportamento. Toda essa simbologia recebida pelo o corpo muda a atitude da sociedade e novos valores são criados. Valores que nos dias de hoje refletem aspectos negativos para o corpo, que começa a ser julgado e banido. 11 No renascimento o corpo ideal é representado pela mulher de corpo arredondado e volumoso. Ela era retrato de uma boa esposa e possuía a imagem positiva de ser a mulher certa para ser a mãe dos filhos de qualquer homem. O corpo gordo era relacionado à fertilidade e as mulheres magras daquela época eram sinônimas de infertilidade e pobreza. Grandes artistas do século XV e XVI ilustraram em suas obras mulheres ‘cheinhas’, como Ticiano Vecellio e sua obra ‘ Venûs de Urbino’ (1538) e Giovanni Bellini e sua obra ‘As três idades da mulher e a morte’ (1547), Diego Velazquez e sua obra ‘Vênus no Espelho’ (1650), Edouard Manet e sua obra ‘Le Dejeuner sur I'herbe’ (1863) e Jean Honoré Fragonard e sua obra ‘A camiseta despedida’(1760), entre outros artistas da época. Em algumas obras, as mulheres renascentistas eram chamadas de Vênus, por conta da semelhança da deusa da fertilidade, a Vênus Willendorf. O corpo da mulher renascentista estava nessa linha do exagero, é por isso essa comparação com a Vênus (UGO, 2012, p. 194- 198). O corpo da mulher renascentista é um corpo feito para ser exaltado pelos produtos da arte. É um período de empreendimento e atividade para a mulher. Mais tarde o corpo que se mostra, serve de contraponto a expressão privada. Existe uma dificuldade para distinguir o sentimento representado pela mulher na obra pintada. Na maioria das obras renascentistas, as mulheres aparecem seminuas, pois aquele corpo era exaltado pelos homens e mulheres daquela época. No final do século XVI e no inicio do século XVII, as mulheres que nas obras artísticas eram pintadas seminuas, passavam a sensualidade da mulher da época. A mulher volta a se vestir, e se torna a mãe e dona de casa. Essa mudança de costumes aconteceu no período da Reforma. A mulher teve uma mudança progressiva no seu papel. Como exemplo, a pintura da terceira mulher de Henrique VIII Jane Seymour. Seus traços não passam sensualidade como às outras obras, a pintura passa a imagem de uma mulher forte e uma boa dona de casa. Alguns artistas como Peter Paul Rubens continuaram fazendo suas pinturas com mulheres seminuas e sensuais, uma maneira de atingir as regras da Reforma (UGO, 2012, p.196 - 206). Segundo Eco (2010) o renascimento foi um grande movimento artístico, pois obtiveram grandes transformações na cultura, sociedade, política, religião e na economia. Com essas mudanças correram fatos importantes como a transição do feudalismo para o inicio do capitalismo, nesse momento, novas regras e conceitos são ditados, novos movimentos artísticos surgem. 12 O maneirismo se torna conhecido por não ter sua própria idade na arte. O movimento tem um período de decadência na criatividade, por copiar grandes obras renascentistas. O artista maneirista faz sua obra com espiritualização e pinturas com aspectos surreais. O corpo gordo continua sendo o corpo visto nas pinturas do maneirismo, mas não são mais exclusivos, outros objetos entram em ação, por exemplo, fruta e legumes fazem parte de pinturas surreis. Segundo o artigo de Juliana Treicha Toledo no barroco o corpo feminino tem um significado, ele carrega uma beleza dramática e tensa. O barroco foi uma continuação natural do renascimento, e por isso a mulher com o corpo gordo continua sendo pintada nas obras barrocas. Essa mulher ainda é beleza ideal da época, vista com outros olhos no barroco. A imagem feminina carrega uma dramaticidade e melancolia para os artistas desse movimento. A sensualidade não é o foco da pintura nessa época, como era no renascimento. As pinturas barrocas representam a beleza da mulher de uma forma mais sombria. O sexo feminino é bastante comentado nos poemas barrocos, o corpo é descrito, mas a personalidade é o ponto alto dos poemas. Com as pesquisas sobro o corpo desse movimento é possível concluir que o corpo não é o fator mais importante das mulheres, mas a sua personalidade melancólica e sombria. Segundo Eco (2010) no classicismo o corpo gordo não tem mais importância como no renascimento. A beleza ideal nesse movimento dependia do olhar de cada um. O que podia ser bonito para um, não era bonito para o outro. Nas obras ainda existia o corpo gordo, mas com significado diferente. Em todos esses movimentos artísticos é possível ver o corpo gordo, pois nesses períodos o corpo gordo era o ideal de beleza. Alguns artistas como Fernando Botero faz suas pinturas com traços arredondados. Fernando só pinta pessoas gordas em seus quadros. Na biografia de Fernando Botero disponível no site Slide Share, mostra que o artista nasceu na Colômbia, na cidade Medellín e se tornou conhecido mundialmente pelas suas obras volumosas e estáticas. Na maioria das vezes fazendo suas críticas à sociedade através das suas pinturas. Botero mudou-se para Bogotá em 1951 e realizou sua primeira mostra internacional como explica o blog Sampa Art. Na Espanha, entrou da academia San Fernando e depois se mudou para Itália, onde aprendeu a técnica “afrescos” e originalizou várias das suas grandes obras. 13 De acordo com autor Manuel López, Botero usa como referência o renascimento italiano, aonde começou expandindo a figura e deixando o espaço dela menor. A maioria dos quadros de Botero são homens, mulheres, crianças, objetos e políticos “gordos”. Sua referência renascentista no século XX é um dos motivos do seu grande sucesso. No renascimento, o corpo gordo estava em alta, por isso esse paralelo com as obras do Botero. Seus trabalhos mais comentados surgiram no período que morou em Nova York e viveu um momento difícil na vida pessoal, mas foi uma época que retratou boas escolhas na arte. As obras mais caraterísticas são as versões de quadros famosos da história da arte, como por exemplo, a Monalisa de Botero, versão da Monalisa de Leonardo da Vince, que possui traços arredondados e cores fortes. A intenção do pintor colombiano não é copiar, mas fazer interversões com essas obras e às vezes fazer algumas críticas. Algumas vezes Botero afirmou com que não tem interesse pelas mulheres de corpo gordo dos seus quadros, elas não podem nem ser chamadas de obesas, pois não são pessoas reais, elas fazem parte de uma imaginação pictórica como diz o Lopéz. O pintor se destaca, pois passa em suas obras sempre uma mensagem, às vezes pessoal ou não, seus traços arredondados e suas cores fortes fazem um grande sucesso, suas pinturas mais famosas são: Moná Lisa 1978; Rubens com sua esposa 1978; Vênus 1989; e O Banho 1989. Imagem 1: Moná Lisa 1978 Disponível: http://monique-belfort.blogspot.com.br/2011/02/releitura.html 14 Imagem 2: Princesa vista por Velasquez 1978 Disponível: http://ninitelles.blogspot.com.br/2013/04/fernando-botero.html Imagem 3: Vênus 1989 Disponível: http://artforsalediscount.com/art/fernando-botero/fernando-botero-venus-24083.html 15 Imagem 4: O Banho 1989. Disponível: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/ti-america-475857.shtml 16 5. Ditadura da Beleza Segundo Moreno, no século XVI até os dias de hoje, aconteceu uma descoberta no corpo feminino, no período renascentista, as partes valorizadas eram as superficiais (rosto, colo e pele) e nos dias atuais começa a observação controladora do volume do corpo. A valorização das partes de baixo como bumbum, coxas e barriga começou no século seguinte, e o corpo feminino começa a ser olhado com outros olhos. O corpo gordo e clássico do renascimento sai de cena e entra outro padrão de beleza. No século XVIII, a beleza começa a ser individualizada, cada mulher construía sua identidade, por exemplo, antigamente, todas as mulheres tinham cabelos grandes, e no século XVII elas já podiam escolher o comprimento do seu cabelo, os cortes curtos foram adaptados por várias mulheres nesse século. Durante o século XIX e até hoje, o corpo da mulher é visto como um conjunto, onde o alinhamento do busto com a cintura e o quadril são as medidas perfeitas para qualquer mulher, esse alinhamento faz com que a mulher se torne mais fina, conseqüentemente alongando as pernas e se tornando mais alta. Saiu o corpo clássico e entra um novo corpo padrão, a silhueta pós-revolucionária. Segundo Moreno, a forma do corpo feminino muda de S (as gordinhas) para o I (as modelos magras e altas). As novas relações de gênero fazem com que o papel da mulher mude, ela fica mais ativa, pois começa entrar no mercado de trabalho e as relações com os homens ficam mais independentes. A mulher começa a pagar suas próprias contas e a imagem de dona de casa que existia antes é esquecida, mas ainda existem alguns homens que não aceitam esse novo papel da mulher. O grande “bum” das mulheres acontece no século XIX, com a participação das mulheres na política, economia e educação, isso fez com que a mulher ganhasse mais espaço na sociedade, por exemplo, a participação delas na revolução francesa mostra a liberação dos pensamentos femininos. No século XIX, a liberação da beleza feminina estava em alta e é por isso a grande fabricação de produtos cosméticos e construção de clínicas de estética. (Moreno, 2008, p. 16-18). Hoje o mercado da beleza é acessível para todas as mulheres, são milhares de lojas de cosméticos e salões de beleza espalhados pela cidade, e pode se dizer que a beleza é algo democrático, usa quem tem vontade. Mas as maiorias das mulheres estão presas nessa ditadura, algumas gastam por semana fortunas em produtos de beleza, ser bonita se tornou obrigação feminina, pois a beleza é pré-requisito para felicidade. 17 No final do século XIX, a magreza reinou definitivamente, o corpo padrão são as mulheres magras e altas, e continuam sendo elas nos dias atuais. As meninas gordinhas passam a imagem de relaxadas ou mulheres que depositam frustrações nas grandes barras de chocolate, a mulher gorda começa ser julgada pela sociedade e sofre preconceitos desde criança. Ao longo dos anos o peso fica cada vez menor, como se pode ver na tabela que Moreno mostra em seu livro (Moreno, 2008, p.19) Com a magreza em alta, é claro que as vestimentas femininas ficaram cada vez menores, as mulheres "cheinhas" perderam de vez seu espaço no final do século XIX e o mercado de moda brasileiro parece não se importar com esse segmento. Mas hoje em dia, no século XXI, as gordinhas estão conquistando seus espaços no mercado da moda. O número de campanhas e lojas de departamentos que criam coleções especiais plus size aumentou bastante. O impacto pela busca da beleza está cada vez maior nos dias de hoje como aborda a autora Ferrari. Há cada história esdrúxula de jovens que fazem de tudo para estarem nesse padrão de beleza, como por exemplo, lipoaspiração, massagens linfáticas e reduções de estômago. Ferrari aborda o assunto de uma maneira forte, pois o excesso de beleza não faz bem para ninguém e essa procura da beleza ideal é algo dito pela sociedade. Muitas meninas se tornam verdadeiras barbies por conta dessa ditadura, se tornando pessoas sem personalidade, essa ditadura foi passada por gerações e desde crianças ensinam que as meninas bonitas são as loiras de olhos azuis e magras. 18 Todo esse excesso de preocupação com a beleza mexe com a autoestima e ser escravo disso afeta o emocional das mulheres, uma menina que não está com o corpo ideal nunca vai ser feliz? Ela não vai conseguir um emprego por isso? Casamento está fora dos pensamentos dela? A resposta de todas essas perguntas é um grande não, essas mulheres que fogem desse padrão de beleza pretendem serem felizes com seus quilos a mais, mesmo tendo sua autoestima abalada pela sociedade, elas querem e vão conseguir vencer suas metas. Segundo Ferrari, o preconceito existe e sempre vai persistir, mas o poder de ser feliz é feito pelas mulheres que se amam do jeito que são magras ou gordinhas. 19 6. O Lado Emocional A sensação de ter um corpo gordo é mais interna do que externa, o peso que a sociedade coloca no padrão de beleza é enorme, segundo Cintia Moscovich. A parte emocional é de extrema importância para esse projeto, para mostrar como as meninas plus se sentem. No livro Porque sou gorda, mamãe? a protagonista fala a respeito da identidade do gordo, dos seus pontos fracos e a tentativa de descobrir os motivos de ser gorda. Depois da leitura de alguns trechos do livro, procurou-se a opinião de meninas reais que sofrem com essa ditadura da beleza. Para não expor as duas meninas que conversaram sobre esse tema, serão usadas às letras iniciais dos seus nomes, seus sobrenomes e idade de cada uma. Trechos do depoimento da A. CARDOSO, idade 21 anos: “Toda minha vida tive medo de me expor, na verdade, eu nem gostava de sair de casa, quando tinha uns 15 anos eu era muito “zoada” na escola, as pessoas nessa idade são muito cruéis. Nem passava pela a cabeça delas que todas aquelas piadinhas de mau gosto me machucavam tanto. Acho que sem querer eu me escondi, eu não queria ouvir aquelas barbaridades de novo sabe?! Então, me escondi atrás dos livros e tentei ser o menos presente possível. Passava o intervalo na biblioteca e sentava bem no canto da sala de aula, a única coisa que eu queria era não ser notada”. No depoimento acima é explicitada a condição de uma adolescente na época da escola. Situações que não são nada fáceis de serem vividas quando se tem 15 anos de idade. Mas, infelizmente, isso marca a vida pessoal, deixa cicatrizes e muita dor. Muitas vezes isso impede o crescimento pessoal de quem sofre o bullying. Não é nada fácil conviver com agressões verbais, isso mexe com a autoestima. A pressão que a sociedade coloca em cima desse padrão de beleza é extremamente desagradável. No blog “As Blogueiras Feministas”, Jarid Arraes escreveu um post no dia 21 de setembro de 2012, sobre um assunto muito importante, a “Gordofobia”. A blogueira cita o seguinte parágrafo: Para as mulheres, é excepcionalmente difícil ser gorda em meio ao culto dos corpos magros sem odiar a si mesma ou ser odiada. Não gostar de si mesma já é praticamente uma exigência social para toda mulher, cujo valor é inteiramente atribuído à sua aparência; o que dizer então para as mulheres gordas. 20 São aconselhadas uma infinidade de modificações corporais e recomendadas centenas de dietas especiais. Para aquelas que sempre foram “gordinhas” desde a infância, é incrivelmente comum crescer com ódio internalizado de si mesma: são muitos anos de bullying e cobranças sociais, que acontecem não apenas no ambiente escolar, como também na televisão, nas revistas, nos círculos sociais de amizades ou no núcleo familiar. Dificilmente uma criança gorda não ouvirá de seus próprios parentes que é preguiçosa, come demais e precisa “se cuidar”. A pressão para emagrecer é gigantesca de tal modo que é muito improvável uma pessoa gorda não ter um histórico de transtornos alimentares ou problemas psicológicos causados pela autoestima severamente prejudicada. (Arraes, 2012) Esse preconceito existe na cabeça de muita gente que acha que essa brincadeira de mau gosto não acarreta conseqüências. Infelizmente não podemos afirmar isso, a pessoa agredida verbalmente sofre milhares de crises emocionais e até mesmo, problemas físicos. Isso prejudica o corpo e alma da vítima. Muitas vezes essas vítimas mudam seu comportamento por conta dessa pressão. Deixam de fazer coisas que gostam por vergonha de serem criticadas ou serem alvos de alguma piada sem graça. O depoimento da menina acima que sofreu bullying na escola é de alguém que não gostava de sair de casa e que queria ser ausente de tudo. A sociedade e a mídia fazem com que rejeitamos o nosso corpo e o certo é entrar no padrão de beleza dita pela sociedade. O próximo depoimento fala de uma menina que lutou a vida toda para emagrecer. Trechos do depoimento da G. SILVA, idade 23 anos: “Eu já fui muito humilhada por ser gorda, mas se isso estava me incomodando eu tinha que mudar esse quadro. Eu não queria ficar lamentando, eu queria sair logo desse quadro de humilhação. Fiz milhares de dietas malucas, já passei dois dias sem comer, tomei remédio pra ansiedade, entrei e sai da academia “trocentas” vezes e já pensei em fazer cirurgia de estômago. Todo mês era uma dieta maluca que eu lia na internet ou naquelas revistas de saúde, que tem uma mulher com o corpo dos sonhos de qualquer pessoa na capa. O negocio ficou sério quando, com 17 anos, eu comecei a vomitar tudo que eu comia e bebia. Eu sabia que era feio fazer aquilo, mas me deixa aliviada. Porque, não comer o que você quer comer é muito difícil, então era por um bom motivo que eu fazia isso, sabe? Eu tinha e tenho amigos muito bons, que nunca me repreenderam por ser gorda, mas a sociedade continuava me repreendendo por isso. Esse distúrbio alimentar só foi aumentando, porque eu vomitava com bastante frequência, isso causou problemas sérios no meu estômago, comecei a sentir dores fortes e tive que contar pra minha mãe. 21 Desde criança minha mãe me regula muito quando o assunto é comer e emagrecer. Eu sei que ela só quer o meu bem, mas ela cobra muito de mim, ela está sempre me lembrando de que eu preciso emagrecer, mas resumindo a historia (risos), contei pra ela que estava com esse distúrbio alimentar e fomos juntas ao médico. Fiz os exames, estava tudo tranqüilo e tals, mas depois de 3 meses descobrir que estava com pedra na vesícula. O médico disse que isso foi causado, porque eu emagrecia em engordava em um tempo muito curto, o famoso efeito sanfona. Tive que fazer a cirurgia para retirar a vesícula e mudei toda minha alimentação. A vontade de vomitar ainda existia, mas eu tentava me controlar. As consultas com a psicóloga me ajudavam muito, eu fui melhorando, a vontade foi passando e de repente eu não vomitava mais, mas até chegar aqui, foram muitos momentos vividos. Antes eu me culpava por ser gorda, nem conseguia me olhar no espelho, queria poder me vestir bem como as minhas amigas e ter relacionamentos amorosos iguais aos elas. Queria pode me sentir bonita, não sentir vergonha do meu corpo, mas a sociedade não me ajudou muito não e eu sabia que ela não ia ajudar mesmo (risos). Ela sempre preferiu as magras, altas e loiras (mais risos). Mas hoje estou aqui, recuperada dos meus traumas e distúrbios alimentares, graças à ajuda que eu mesma procurei. É importante saber quando se tem um problema, temos que tentar concertar, se não vira uma “gorda” bola de neve (risos). A dificuldade de vestir bem um corpo gordo faz com que o dono do corpo seja menosprezado por ele mesmo, isso significa se sentir renegado e deslocado com o seu próprio corpo. Apresentamos os depoimentos de duas meninas diferentes, mas que tem muitos detalhes incomuns e se houvesse outro depoimento, com certeza ele ira ser parecido. O que essas duas meninas passaram, infelizmente é muito comum para quem é gordo. Segundo a obra Moscovich, a identidade é construída pelo seu histórico e não pelo seu biológico, então não podemos desvalorizar uns aos outros por conta do biótipo. O que faz o ser humano não é seu corpo, mas sim sua personalidade. Mesmo com todos os preconceitos que existe da sociedade, a intenção do produto (blog) desse projeto é ajudar meninas como essas dos depoimentos acima, a se exporem mais, dando dicas de beleza e como se vestir bem. Deixando claras as informações sobre o corpo delas, facilitando na escolha das roupas e dos acessórios, pois quando você veste uma roupa e se sente bem, sua autoestima melhora e se expor fica mais fácil. 22 7. História da Moda A história vai ser baseada de acordo com os movimentos artísticos que foram comentados no capitulo anterior. Vão ser abordadas as vestimentas que marcaram cada época e a importância dessas roupas para a moda plus zise. Na Antiga Grécia eram vistos figuras nuas com cabelos longos e ondulados e outras figuras com seres humanos usando saiotes estampados e pulseiras nos tornozelos, essas eram algumas das peças usadas pelos gregos naquele período. Alguns acessórios como plumas na cabeça e colores no pescoço até a altura do peito, marcaram bastante o figurino dessa época. As mulheres usavam longas saias de babados e boleros, roupas que são usadas nos dias atuais, algumas meninas plus size usam o bolero para disfarçar o tamanho do braço, esse truque é bastante usado nesse segmento. (SABINO, 2011, p.43 - 46). Os gregos eram famosos por terem vestimentas sem cortes, mas sim com drapeados que deixavam as vestimentas mais sofisticadas, o tecido era lã fina ou linho, tingindo ou não, esse tecido foi bastante usado na Grécia. Essas vestimentas eram chamadas de túnicas e mantos. Outra peça bastante usada pelas mulheres na época era o Peplo, era um tecido retangular de 3 metros, na maioria das vezes ele era usado por cima da túnica. O Quiton é outra vestimenta feminina, surgida após o peplo, era longo e precisava da mesma quantidade de pano que era utilizado no peplo, uma peça bastante conhecida. Nas vestimentas gregas a drapeado é a beleza do vestido feminino, pois deixava o corpo feminino mais esbelto e elegante, esse corte é usado bastante nos vestidos atuais, como por exemplo, os vestidos usados em formaturas. As roupas desse período se encaixam com o padrão do corpo feminino. (SABINO, 2011, p.47 - 50). Já na idade média as mulheres usavam túnicas de lã ou outros tecidos diferentes, as mulheres faziam sobreposições com mantos e cintos, fazendo com que a cintura ficasse mais fina. Os bárbaros usavam bastante acessórios, como pulseiras, colares, tiaras e amuletos, esses acessórios deixavam as roupas com ar nobre, as mulheres se sentiam mais sofisticadas. O contato com a cultura oriental influenciou novas modelagens de túnicas, as mangas ficaram maiores e mais bufantes, deixando a mulher com aspecto de grandeza, naquela época as roupas com cores mais fortes e pedrarias, eram das mulheres nobres, como os aristocratas. A vestimenta na idade media, tinham o poder de classificar os mais ricos e os menos favorecidos. 23 Ainda na idade media as peças femininas tiveram mudanças, os decotes nos vestidos femininos começaram nesse período, não eram decotes grandes, pois a igreja opinava muito nas vestimentas dessa época. Existia uma preocupação com os tamanhos dos decotes usados pelas mulheres. (SABINO, 2011, p.61 - 66). Na renascença aonde o corpo padrão são de mulheres mais carnudas, as vestimentas se adequam bastante no corpo gordo. Nos primeiros anos do renascimento as mulheres ainda usavam túnicas e mantos, as roupas se pareciam bastante com as peças usadas na Idade Média. Mas depois de um tempo, a costura começou a se atualizar, novos costureiros começaram a fazer uma modelagem diferente e a utilização de novos panos como veludo e seda. Homens e mulheres ficaram interessados no modismo nesse período, se vestir bem virou ritual para as classes mais nobres e um sonho para os mais pobres. O consumo de compras nesse período foi maior em relação às outras épocas, a moda começou ser um ponto positivo para economia de algumas cidades. (SABINO, 2011, p.76 - 80). As túnicas sairão de cena para entrar os vestidos volumosos e a cinturados, renovando a silhueta feminina, a parte de cima do vestido era bastante justa com a ajuda dos corpetes, essa peça foi uma das mais usadas na renascença, pois afinava a silhueta feminina e deixam as mulheres mais sensuais. Um grande exemplo de mulher que usavam as roupas que estava em alta na época, é a rainha Elizabeth I, geralmente ela aparecia com modelos de vestidos grandiosos e volumosos, todo esse volume era sustentado por um modelo de armação chamado “vertugado de tambor”, quanto maior o diâmetro e o volume do vestido, maior eram o poder e a riqueza da mulher. O vertugado disfarça o quadril avantajado da mulher renascentista. A moda no renascimento não era classificada entre mulheres magras ou gordas, a moda era para quem tinha dinheiro. Hoje a moda é acessível para quase todos consumidores, a cartela de preço muda muito no mercado de moda atual. (SABINO, 2011, p.80 - 85). Os decotes femininos na renascença foram diminuídos, foram ficando próximo do pescoço. Os vestidos tinham inúmeras camadas, a quantidade de pano para a produção desse vestido era enorme, bem diferente dos vestidos do século XXI. As roupas nesse período, também classificavam seu poder no estado, pode-se concluir que a maioria das mulheres bem vestidas eram as gordinhas, pois ser gorda dessa época era sinônimo de riqueza. 24 Depois de algumas revoluções com as cruzadas, a moda renascentista teve uma mudança, a igreja católica de novo recriminou as vestimentas femininas, fazendo com que os vestidos fossem mais básicos e menos exagerados. Depois da recriminação da igreja católica nas vestimentas da época, fez com que no barroco a moda fosse muito mais democrática, rompeu todo classicismo que existia nas vestimentas do renascimento. A vestimenta da mulher barroca tinha toda dramaticidade, da mesma forma que a mulher barroca era vista. Os vestidos tinham muito exagero no contraste, dando impacto para a vestimenta barroca. As golas eram exageradamente grandes para o vestido, alguns vestidos começaram a ter rendas, deixando a peça mais singela. (SABINO, 2011, p.85 - 89). No século XIX o modelo diretório mostrava vestimentas femininas mais modernas, inaugurando uma nova era para indumentária feminina. Depois da revolução francesa a moda não seria mais a mesma, nem as roupas femininas, o século começa com rumores de uma moda muito mais sofisticada, mas essa grande revolução da moda só acontece no século XX, aonde a mulher se posiciona no mercado de trabalho. Mas no século XIX os vestidos decotados surgem de novo, mas agora com um decote maior, a peça é bem marcada na cintura e no busto, saia reta e longa, as mangas continuam bufantes e luvas para complementar, Carlota Joaquina usava essas vestimentas, e influencio bastante a moda em outros países, como Portugal. Em 1820 as saias armadas levaram as mulheres a usarem várias nagoas para ter um efeito mais bonito no vestido, essa parte foi evoluída com o tempo, deixou de ser nagoa para se chamar crinolina, aonde dois fios (fios de algodão e crina de cavalo) juntos faziam com que a peça ficasse com o mesmo volume e menos pesada. Em 1867 os vestidos volumosos saem de cena, a moda começou a pedir volume somente nas partes posteriores as saias segundo Sabino. A moda está sempre inovando, mas existem peças antigas que voltam a fazer sucesso, peças que marcaram épocas importantes, algumas delas estão em semanas de moda atuais. A atualização do guarda-roupa feminino cresceu bastante desde Antiga Grécia até agora, a moda também se atualizou, criou vários segmentos, por exemplo, feminino, masculino, infantil, esportes, plus size, praiano, inverno, festas e entre outros. 25 8. Mercado de Moda Brasileiro O mercado de moda brasileiro começa a ter importância quando as semanas de modas surgem em meados de 1996. Depois das semanas de moda do Rio de Janeiro e São Paulo, o mercado brasileiro começa ter uma rotatividade. O brasileiro começa a ver que gosta e se interesse pelo mundo da moda. Kallil (2009, p.7) fala que todo o sucesso da moda brasileira na época foi feito pela impressa. O faturamento do mercado não bate com todo esse glamour que a impressa mostrava. Ela fala a seguinte frase: “A moda brasileira brilha muito, mas vende pouco”. O poder que a imprensa tem de fazer os brasileiros acreditarem que as exportações das marcas brasileiras estavam indo bem, mas na verdade, não tinha nenhuma marca exportando, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). Com todo esse problema de exportação e importação, com os baixos faturamentos do mercado de moda brasileiro, a pesquisadora acredita que é difícil a moda brasileira apostar em outro segmento, com indústria da moda tentando clarear os problemas que existem. (Kallil, 2009, p.7-10). “Os italianos têm design, os franceses têm marcas, os norte-americanos têm mercado interno, os chineses tem preço. E nós, temos o que?” (KALLIL, 2009, p, 13). A pesquisadora se pergunta se o Brasil tem a sua própria identidade no mundo na moda. O livro “Fashion marketing: relação da moda com o mercado” aborda que o Brasil tem um diferencial, que é muito ligado na identidade musical e cultural. Esse diferencial está ligado a uma idéia de sol, felicidade e cultura artesanal. O Brasil tem essa identidade “verão” com muitas cores alegres e estampas. (Kallil, 2009, p.10-14). A pesquisadora especula que talvez essa identidade da moda brasileira faça com que o fortalecimento de outros segmentos da moda seja mais lento. Por exemplo, o Brasil tentar fortalecer esse segmento praiano (verão). As roupas desse seguimento têm um corte menor, são mais sensuais e são aprimoradas no molde do corpo padrão, que são os manequins 36 e 38. Talvez, por isso o seguimento plus size seja o mais isolado na moda brasileira. A maioria das informações dessa identidade se chocam com informações das realidades do corpo plus size e algumas mulheres têm uma restrição com as peças dessa identidade brasileira. Um dos guias mais importantes do Brasil é da consultora de moda Gloria Kallil “Chic: um guia básico de moda e estilo”, retrata dicas para as mulheres com medidas maiores, mas o termo “Plus Size” não é citado no livro. 26 O foco do guia não é para o corpo plus size. As maiorias das informações do guia são para mulheres que têm o corpo padrão. Outros meios de comunicação que transmitem informações, como revistas, livros e programas de televisão, abordam na maioria das vezes, o corpo padrão. Com toda essa limitação de informações, o mercado desse seguimento fica restrito, tendo poucas opções. A moda na França depois de suas revoluções deixou de ser arte para ser comercializada, tendo como maior objetivo, vender e lucrar. Outros países seguiram o mesmo rumo. (Crane, 2006, p. 332-380). A pesquisadora acredita que os profissionais da moda brasileira estejam tão preocupados em fazer essa identidade funcionar, que se esquecem de outros segmentos importantes. O mercado de moda brasileiro não é considerado um dos melhores do mundo. Mas a vontade dos profissionais que trabalham com moda é de que seja reconhecido pelos outros países. Mas enquanto isso, o mercado brasileiro de moda não pode excluir o segmento plus size, por ser analisado como menor e não ter seu devido reconhecimento, pois existe um público relativamente grande para esse segmento. As meninas plus não precisam se vestir mal porque o mercado não tem um grande foco para as vestimentas plus size. A pesquisadora crê que é preciso mais informações sobre o assunto, toda mulher gosta de se vestir bem. Existe uma carência no mercado plus e nas informações também. As consumidoras precisam de dicas, truques, informações sobre o melhor tecido, o melhor corte e as cores que favorecem o seu corpo. Essas informações já existem, mas não são cautelosas, são superficiais. O mercado precisa dessas informações sobre esse segmente, é importante para o crescimento da moda em geral. No século XIX, as lojas de departamento eram praticamente shopping centers, onde os consumidores encontravam tudo que queriam, desde artigos de casa, restaurante, brinquedos e roupas. Com a chegada de hipermercados e shoppings centers, as lojas de departamento perderam todo seu glamour e tiveram que diminuir os serviços e vender seus produtos com preço mais acessível. (Kallil (Org), 2009, p.115-116). Hoje, as lojas de departamento no Brasil apostam mais em roupas, muitas delas fazem campanhas publicitárias com conceito fashion, e o mesmo direcionado para as mulheres de corpo padrão. A pesquisadora incentiva que lojas de departamento que trabalham com varejo e preços acessíveis poderiam aumentar suas grades de roupas para tamanhos maiores. 27 A modelo plus size brasileira Flúvia Larceda que ganhou a fama nos Estados Unidos, fala em entrevista para o site da Revista Época, publicada em 2007, que a moda plus size, para o Brasil, é importante, mas que o preconceito dos brasileiros e até mesmo das meninas plus faz com que isso seja menosprezado. Na entrevista o site pergunta se ela já trabalhou em eventos plus size no Brasil, e a Flúvia responde que o mercado de moda brasileiro ainda não tem essa demanda, para ter propagandas com modelos plus size. Uma das hipóteses dessa pesquisa é, que o preconceito seja um dos grandes motivos da carência no segmento plus size no Brasil. Outra modelo plus size que está estampada nos editoriais, anúncios e capas de revista é a Crystal Renn, que lançou o livro Hungray, aonde conta algumas historia pessoais e todo seu sofrimento para emagrecer. Hoje ela é considerada uma das maiores modelos plus size dos Estados Unidos e trabalha em inúmeras campanhas plus size de marcas norte americanas. 28 9. Campanhas Plus Size Ainda não existe uma pesquisa que prove como o mercado de moda plus size cresceu no Brasil. Mas acompanhando a mídia durante um ano, é possível ver que esse crescimento existiu. Pode se dizer que as meninas plus size estão expondo suas opiniões e fazendo algumas criticas em blogs pessoais. O mercado de moda brasileiro enxergou que as consumidoras plus size estão a ver navios nesse segmento. Por isso, o mercado de moda em 2012 já criou algumas propostas inovadoras. Algumas emissoras de televisão como GNT e SBT abordam o plus size como tema do seu programa. No “Tenha Estilo”, apresentado por Arlindo Grund, exibido na emissora SBT, no dia 16 de janeiro em 2012, o tema abordado foi “Moda para gordinhas”. Segundo o site Wikipedia (2012), Arlindo Grund é consultor de moda e stylist das revistas de moda mais importantes do Brasil. No programa, ele responde as dúvidas das consumidoras plus size, e ensina a forma certa de usar as vestimentas de acordo com cada corpo. Site do programa Tenha Estilo: Disponível: http://www.sbt.com.br/tenhaestilo/post.asp?c=631 29 O mercado de moda brasileiro já está apostando nesse segmento, mostrando se mais preocupado com as consumidoras plus size. Na primeira quinzena do mês de junho de 2012, foram divulgadas pela equipe de marketing da loja de departamento C&A, algumas fotos da nova campanha da loja. A nova coleção se chama “Coleção Special for You da C&A”, sendo direcionada totalmente para as consumidoras plus siz. Serão 35 peças que vão do tamanho 46 ao 56 e estarão disponíveis a partir do dia 19 de julho de 2012. No release dado pela equipe de marketing da loja, as peças da coleção serão caftãs, vestido com brilho e manga boca de sino, paetês, franjas e renda, além do jeans com modelagens que se adequam a forma do corpo e proporcionam conforto. Os destaques são os vestidos estampados em animal print e tropical, camisas fluídas e camisetas com frases, foil e estampas. Imagem 5: Site da Coleção da Preta Gil para a loja de departamento C&A: Disponível: http://www.cea.com.br/moda-feminina/pretagil/ 30 A personalidade que estampa essa nova coleção é a cantora, atriz e apresentadora Preta Gil. A cantora é uma das personalidades que possuem opinião forte sobre o assunto de moda plus size no Brasil. A campanha mais recente da cantora foi para uma marca de lingerie Plié, aonde ela e a modelo Barbara Fialho posam juntas. A diretora criativa da campanha, Marilene Ramos fala no release: “Todas as mulheres, independente do tipo físico, têm pontos fortes e inseguranças. Cabe a cada uma aceitar as suas formas e viver bem de acordo com seu estilo e personalidade”. Imagem 6: Campanha Plié com a cantora Preta Gil e Barbara Fialho: Disponível:http://plie.com.br/ A opinião de Preta Gil pode acrescentar muito no mercado de moda plus size. Em algumas entrevistas para sites brasileiros, por exemplo, a entrevistada pelo site Ego no dia 22 de dezembro de 2011, com a repórter Odara Gallo, Preta Gil cita: "Acho isso uma sacanagem! Não sou adepta da pessoa gordinha ter que ir a uma loja específica para achar roupa. Sou adepta de gritar nos ouvidos dos meus amigos estilistas para eles aumentarem a grade de tamanhos das coleções", disparou. "Sou a favor da moda plus size, mas dentro das lojas. O mercado está marcando bobeira". (Gallo, 2012). 31 Dia 21 de janeiro de 2012 em São Paulo aconteceu o primeiro concurso Miss Plus Size 2012, o concurso de beleza que é conhecido mundialmente, agora paras mulheres “gordinhas”. Antigamente ser Miss era somente para meninas que tinham o padrão ideal de beleza e todas as medidas certas. Mas com o andar da carruagem e atualização do mercado de moda, o concurso abriu oportunidade para belas meninas com medidas nada convencionais. Segundo o site oficial do evento tiveram 33 candidatas participando do concurso, é a primeira regra era ter manequim acima de 44, o evento foi bastante comentado no Brasil e no exterior. Esse evento é uma conquista para uma sociedade tão preconceituosa, é importante mostrar a beleza de mulheres comuns. Imagem 7: Site oficial do Miss Brasil Plus Size: Disponível: http://www.mbps.com.br/ O mercado de moda plus size internacional também já está apostando nesse segmento. Algumas personalidades como a cantora Betty Ditto já fez duas coleções plus size em parceria com a loja de departamento britânica Evans. A cantora aborda em entrevista pelo site americano New Work Fashion, que pensa em fazer sua própria linha de roupas, mas de forma ética, aonde ela pode fazer o que quiser, sem precisar de permissão de empresários. Betty pensa em abrir um brechó online para as consumidoras plus size. Na entrevista, Betty se diz pró-ativista das gordinhas, e que o mercado está perdendo dinheiro e tempo, pois não aposta corretamente nesse segmento. 32 Imagem 8: Coleção de Betty Ditto para Evans Disponível:http://blog.evans.co.uk/ Algumas marcas e revistas estão apostando, como a rede de fast fashion H&M, que também fez sua coleção de roupas especializadas para as meninas plus size em maio de 2011, e teve como garota propaganda a modelo Tara Lynn. Se os empresários fossem mais corajosos e tentassem investir no mercado plus size por algumas temporadas, venderiam mais e com isso os estilistas produziriam mais. È possível ver o crescimento desse seguimento ao longo desse um ano, mas ainda não estão cem porcento. Infelizmente é uma vez ou outra que existem coleções plus size, a loja não lança uma nova coleção por estação. Mas o mercado já está percebendo o poder desse segmento e que ele pode lucrar bastante se investir na maneira certa. 33 10. Memorial Por ser um projeto cuja escolha do tema esta ligada a aspectos pessoais, minha orientadora e eu decidimos que o memorial seria escrito na primeira pessoal do singular. A pesquisa feita para o projeto foi um das tentativas de transformação dos meus pensamentos como mulher gorda, um tema bastante complicado para alguém que tenta o emagrecimento desde infância. Seria estranho escrever meus sentimento e momentos que vivi na terceira pessoa. Usei literalmente o diário de bordo (memorial) para explicar situações e idéias do meu produto. 34 11. A idéia Quando estudamos publicidade nossas exigências e padrões estéticos ficam mais críticos e começamos a perceber detalhes que antes não eram vistos. Desde os primeiros semestres do Curso Universitário, sempre houve a vontade de pesquisar algo relacionado à moda. Ao longo de algumas disciplinas foi-se delimitado o tema que seria moda, para um segmento bastante pessoal e ao mesmo tempo novo - a moda plus size. O estágio no maior site de moda de Brasília (Site Finíssimo) ajudou bastante na escolha do tema. No site, aconteceu a aproximação com o universo da moda e começaram os questionamentos sobre algumas carências do seguimento plus size. Como todo profissional da moda, eu gosto de me vestir bem, mas comecei a enxergar as limitações que existem para me vestir com o corpo que tenho. A partir desses acontecimentos, resolvi fazer um guia de estilo para meninas gordinhas, na verdade o projeto é algo bem pessoal, e mais pessoas irão utilizar-se dessas informações. Existem muitas meninas que passam pelo mesmo problema, e o blog é uma boa idéia, já que a quantidade de informações desses segmentos é em menor. O blog estaria, assim, produzindo conteúdo segmentado para uma necessidade real. Desde que resolvi trabalhar com esse tema, comecei a observar mais notícias sobre o assunto, pois no momento a moda plus size está em alta no Brasil. Algumas lojas de departamento já estão fazendo campanhas para essa sessão, na penúltima campanha plus size das lojas C&A a estrela foi à cantora e atriz Preta Gil, a cantora é um símbolo da moda plus size brasileira. Preta sempre está estrelando alguma campanha desse segmento, sua opinião sobre esse tema é sempre relevante. Fui como boa consumidora e pesquisadora, averiguar algumas das peças da coleção e infelizmente me frustrei, uma vez que a coleção não chegou em nenhum shopping de Brasília. Depois desse episódio vi que as limitações são ainda maiores na cidade em que vivo e aonde guia será feito. O guia de estilo foi feito com muita cautela, fui a várias lojas procurando as melhores peças a preços razoáveis. A idéia de fazer um guia de estilo voltado para essas meninas é algo que vem me estimulando, quero aumentar o número de informações sobre esse tema. Acredito que qualquer menina tem o direito de ser vestir bem e todas essas dicas estarão disponíveis no guia. Acredito que já tem muitos guias focados para mulheres magras, então esse é exclusivamente para as meninas curvilíneas. 35 12. O Formato. Blog A maior discussão sobre o tema Blogs, segundo a autora, Denise Schittine no livro Blog: Comunicação e escrita íntima na internet, a ferramenta que é chamada de “diário íntimo” por ela, pode ser considerado um “gênero literário”. O blog era visto antigamente como um diário ou autobiografia. Antes de existirem os blogs, existiam os famosos diaristas, que são os blogueiros de hoje em dia. Eles escreviam sobre sua vida pessoal em papeis, alguns guardavam em sete chaves e outros disponibilizavam para outras pessoas lerem, mas a maioria dos escritores dos diários íntimos escrevia por vaidade, pois existia uma vontade de ter sua vida compartilhada por pessoas. A crítica literária dividiu em ficção e escrita íntima as obras de alguns autores, o que foi um grande marco no século XIX, pois facilitava classificar os grandes e os médios autores. A ferramenta passa por vários preconceitos para obter o sucesso que tem nos dias atuais, e o maior deles era o de dar o poder de expressão para qualquer indivíduo. Não precisa escrever como um autor intelectual ou ser um artista famoso, não existe barreiras para expor sua opinião. Paul Man acredita que a escrita do blog não é um gênero, mas sim uma figura de leitura. A teoria de Man mistura as categorias “vida e escrita” e o blog mistura esses dois elementos. Os primeiros blogs funcionavam como diários online, onde o escritor escrevia sobre o tema que desejava. Os atuais ainda funcionam assim, e os blogueiros fazem de acordo com o tema que gostam de escrever ou com que trabalham. O Blog foi uma ótima ferramenta para as mulheres se expressarem naquela época de mudanças sobre a visão feminina, como aborda a pesquisa feita por Phillippe Lejeuane no século XIX. No Brasil, essa ferramenta começou a fazer sucesso em meados de 2000. O nome blog surgiu pela a criação dos próprios participantes do gênero ou figura de leitura, como aborda Man. O significado da palavra e a junção de web (pagina da internet) com log (diário de bordo). O fato de ser um diário íntimo dentro de um meio de comunicação (a internet) e voltado para um público transformou uma questão que, a princípio, seria literária, numa questão relativa, também, à disciplina da Comunicação (Schittine, 2004, p,13). Essa escrita tem a finalidade de passar algum tipo de mensagem para o receptor, que no caso é o leitor do blog. 36 A passagem do diário íntimo para a rede passou por todo um processo. Os diaristas, como eram chamados antes de entrarem na internet, tiveram que se adaptarem com os teclados, telas e os recursos existentes no computador. O blog surgiu como um sistema de disponibilização de textos e fotos na web menos complexa e mais rápida e facilitou a fabricação de páginas por indivíduo com poucos conhecimentos técnicos (Schittine, 2004, p,13). Jorn Barger foi o primeiro a desenvolver um sistema fácil, com poder de uso para qualquer pessoa que quisesse relatar assuntos interessantes, como mostra o escritor Caio Novais no blog “Brogui”. É muito fácil ter um blog, pois não precisa de muita técnica e uma linguagem formal. Com esses argumentos, o índice de jovens que possuíam blog era muito grande, mas segundo Schittine, o número de adultos blogueiros é bem maior do que os blogueiros adolescentes e esses dados são comprovados através de uma série de entrevistas com blogueiros, feita por Schittine. O blog de 2000 para os dias atuais não teve somente essa função de diário íntimo, ele evoluiu, falando de temas específicos como, esporte, política, arte, moda, televisão, fofocas e cinema, formando também tribos (leitores fieis). A ferramenta tem o poder de gerar um relacionamento com pessoas desconhecidas e muitas vezes vira rotina ler um blog, como ler um jornal. Se o leitor se familiarizar com o tema que o blog abordar, o ritmo de leitura desse leitor vai ser mais freqüente, pois o conteúdo de alguns blogs é atualizado todos os dias. Um blog típico combina textos, fotos e links de sites que abordam o tema do post e serve para deixar o leitor mais conectado com o assunto e passar mais informações. De acordo com alguns blogueiros, é muito fácil “alimentar” o blog com as ferramentas disponibilizadas e não é preciso lidar com as técnicas de informáticas como HTML. O importante é saber o que escrever, pois existem milhares de blogs na rede, e muitos deles sem sucesso, e poder fazer a diferença com a ajuda de uma ferramenta tão famosa como o blog. Referência de blogs de moda plus zise importantes são os de duas meninas estrangeiras que postam dicas e truques de moda para esse segmento, os blogs são http://saksinthecity.blogspot.com.br/ e http://thecurvyfashionista.mariedenee.com/. As blogueiras mostram seus look e dão dicas de lojas e preço para as leitoras. A média de visualização por mês são 320 mil visitas, isso mostra que as meninas estão atrás de informações sobre o assunto. Outro blog/site de moda que aborda o assunto é o da Julia Petit http://juliapetit.com.br/, o blog não aborda somente esse tema, mas sempre está mostrando do universo plus zise de uma forma interessante. 37 Dessa maneira, eu acredito que é mais prático para as leitoras o formato do guia ser um blog. A ferramenta tem um aspecto mais intimista, assim conseguirei me comunicar melhor com as leituras. Existem muitas blogueiras de moda no Brasil, mas nenhuma tão focada nesse segmento. A ferramenta é de fácil manuseio, facilitando a atualização diária das informações postadas no blog. As leitoras podem tirar dúvidas ou opinar nos posts. O custo é baixo e trabalho com essa ferramenta diariamente por conta do estágio no site de moda. 38 13. O Tema Moda A moda começa ter a sua importância quando o ato de vestir-se deixar de ser algo banal e se torna uma ação importante. Segundo Renata Pitombo, no livro Sentidos da Moda, as vestimentas começam ser importantes quando a aparência começa a ser observada pela a sociedade. E realmente, as roupas fazem parte da construção da identidade, conseguimos distinguir algumas características de personalidade pelas vestimentas, um bom exemplo é o folclore, cada país possui uma cultura diferente e conseguimos ver isso nas vestimentas. A roupa consegue descrever parte a identidade do ser humano, a partir dessa afirmação a moda começa ser valorizada e ganha outro sentido. A autora fala da roupa como objeto-signo. A moda e a sua dinâmica se estendem a outras esferas de culturas, assim surgindo sua importância na sociedade moderna, no consumo e a comunicação. (PITOMBO, 2006, p. 27). Herbet Spencer formulou em 1854 que os homens e mulheres são submissos as leis das aparências, ele foi o primeiro pesquisador a estudar sobre a moda e sua relação com a sociedade. Em 1890, Gabriel de Tarde idealiza a moda como algo que representa os indivíduos, pois a parte estética é a primeira coisa vista pelas pessoas, as vestimentas agem através das determinações da sociedade. Pitomba aborda no livro que as roupas usadas querem passar algum significado, é como se o indivíduo fosse o emissor, a vestimenta a mensagem e o mundo o receptor. Moda no latim significa modus que significa maneira, a moda é denominada como maneira, modo individual de fazer, ou uso passageiro que regula a forma dos objetos materiais, e particularmente, os móveis e as vestimentas. (PITOMBO, 2006, p. 30). Com palavras mais simples, isso significa a maneira de viver e o modo que se veste. As palavras moda e modo são parecidas, as definições das duas palavras no dicionário da língua portuguesa se complementam, a moda tem mudanças periódicas, ela abrange vários modos de vida. Um exemplo interessante são as semanas de moda e coleções que são lanças a cada estação do ano. O termo moda estar ligado também as novidades/tendências, toda essa inovação para satisfazer o consumo da sociedade. Pitombo mostra que alguns autores mais sensíveis falam que a moda é equivalente ao um Deus feminino e que moda é o sinônimo de buscar da beleza. A partir desses pensamentos algumas mulheres se sacrificam para obter essa beleza, é quando surge a ditadura da beleza e a sociedade cria novos valores. 39 14. Pré-Produção O Nome do Blog. Depois de ter pensado em tudo, deixei o nome do blog por último. Realmente não fazia idéia de como seria o nome do projeto que fiquei dois semestres pesquisando. Comecei a observar os nomes de alguns blogs de moda e vi que quase todos tinham uma palavra inglesa e comecei a pensar nessa proposta. Coloquei no papel algumas das palavras como: plus, big, love, mode e lovers (imagem 9). Decidi misturar uma palavra em inglês e outra em português. Imagem 9: Foto por Sarah Cortez No meu cotidiano sempre usei muito a palavra FOFS pra dizer que algo era legal ou fofo. FOFS vem da palavra fofa que significa no Dicionário Aurélio: “adj. Macio, flácido, mole, elástico. / Fig. Vaidoso, enfatuado, fanfarrão. / &151; S.m.pl. Tiras de tecido, enrugadas e salientes, usadas como adornos de vestidos”. 40 Acreditava que a palavra poderia representar o universo plus size, porque no Brasil as pessoas usam o adjetivo “fofo” para mencionar uma pessoa gorda, é uma maneira carinhosa e sutil de chamá-la. Por isso escolhi a palavra FOFS. Já palavra LOVE sempre me agradou bastante e o símbolo (coração) que representa a palavra foi um dos maiores motivos para a escolha. Acreditava que a mistura das duas palavras sairia algo mágico e que esteticamente a junção das palavras ficaria harmonioso. LOVE significa amor na língua portuguesa, e o significado de amor no Dicionário Aurélio: Afeição viva por alguém ou por alguma coisa: o amor a Deus, ao próximo, à pátria, à liberdade. Sentimento apaixonado por pessoa do outro sexo: as mulheres inspiram amor. / Inclinação ditada pelas leis da natureza: amor materno, filial. Paixão, gosto vivo por alguma coisa: amor das artes. / Pessoa amada: coragem, meu amor! / Zelo, dedicação: trabalhar com amor. // Amor platônico, amor isento de desejo sexual. // Por amor de, por causa de. // Pelo amor de Deus, expressão que dá ênfasea um pedido: não faça isso, pelo amor de Deus! (Dicionário Aurélio - Online) AMOR FOFO: amor pelas coisas fofas, amor pelas coisas gordas e amor pela moda plus size. Esses são os significados das duas palavras. O conteúdo do blog foi e será feito com muito amor, o tema será tratado com muita cautela. O blog tem amor pelas coisas fofas e gordas, e o que a sociedade acha horripilante o blog acha a “coisa” mais normal. 41 15. Design Queria que o design do Fofs Love fosse parecido com um sonho, que fossem usadas cores suaves, calmas e que fosse fofo como um algodão doce. O blog precisa de uma arte que representasse seu nome. Na primeira reunião com agência Vualá Design, mostrei alguns blogs de referência como: É do babado, Just Lia e Pesticos. Queria algo nessa linha, pois esse design sempre fez sucesso no mundo dos blogs de moda. O design do blog seria parecido com os dos outros blogs de moda famosos, e ele se destacaria pelo o conteúdo inovador e diferente. Queria provar que era possível ter um blog com o design descolado, mas voltado para o público plus size. Nas cores escolhidas, pensei nas minhas cores favoritas, como amarelo, lilás e rosa. As cores do blog são em tons pastel, esses tons dão um ar mais meigo e delicado para o blog. A cor amarela representa estimulo, alerta e esperança, adjetivos que o blog possui nesses primeiros meses. O lilás a calma o sistema venoso e quando se acrescentado o amarelo causa uma sensação de calor, já o rosa dá essa sensação de sonho de criança. As cores escolhidas possuem um significado para publicidade, mas não me importei muito com esses significados. A ilustração do blog são objetos que me representam. Os objetos usados ajudam o leitor entender a proposta do blog de uma maneira sutil. (FRATIGER, 2007, p. 27 a 29). Os objetos ilustrados são: uma boca, máquina fotográfica vintage, batons, óculos, sapatos e diamantes. Os objetos são acessórios bastante utilizados por mim, pois para utilizar esses assessórios, não é precisa se preocupar com as suas medidas, eles podem ser usados por todos. Poderia ter colocado no design do blog uma ilustração de uma menina gorda, mas seria óbvio demais. Por isso decidi colocar objetos pessoais e que também usados pelas leitoras do blog. 42 16. Logomarca Nas aulas de design gráfico aprendi que a logomarca é a assinatura da marca e por isso é importante pesquisar bastante para construção de uma. Ela será a representação gráfica do blog. Precisei de ajuda para a construção da logomarca, porque a logo precisa representar todo o conceito que a marca quer passar para o seu público. A criação foi feita na segunda reunião com a agência Vualá Design, depois de ter feito o layout com os meus objetos pessoais, a logomarca precisava se encaixar bem com o design. Eu e o diretor de arte Anselmo Leite decidimos logo de primeira mesclar fontes diferentes. A justificativa dessa mistura é por conta do nome do blog que também mistura dois idiomas diferentes. A palavra “fofs” é uma letra cursiva, no livro Sinais e Símbolos de Adrian Frutiger a letra “F” do fofs é uma letra ornamental, diferente dos tipos de letras básicas, pode ser totalmente alterada só não pode perder a legibilidade. Uma letra com traços clássicos e conduz uma mensagem de status e poder. Queria usar alguma referência do renascimento no blog, por isso a escolha dessa letra mais clássica. (FRUTIGER, 2007, p. 153). Já a palavra “LOVE” tem uma fonte mais básica, a escolha dessa fonte mais simples e menos detalhada é para causar um impacto na logomarca. Uma fonte mais fina e outra mais larga deixam claro para as leitoras que possuem duas palavras de idiomas diferentes. O contraste de fontes diferentes deixa o design do blog mais moderno, mas com uma “pitada” de clássico. O símbolo que representa o blog é uma fechadura em formato de coração. Sempre falei que a moda plus size é um mundo aonde poucos conhecem e o Fofs Love mostra bastante informação sobre esse mundo, é como se ele abrisse as portas para outras iniciativas. O blog destranca algumas portas, como por exemplo, a falta de conhecimento, preconceito e informações sobre o tema. A fechadura simboliza a passagem para um mundo que é novo, aonde as notícias serão novas. A fechadura em formato de coração simboliza o quanto é bom conhecer esse mundo novo, cheio de informações boas sobre esse segmento pouco falado, um espaço aonde as leitoras irão descobrir assuntos novos sobre os seus corpos. O diretor de arte Anselmo e eu tivemos essa idéia da fechadura em formato de coração logo depois que a logomarca do blog ficou pronta. O Fofs Love é um dos blogs pioneiros sobre esse tema, poucas pessoas conhecem esse universo plus size. Acredito que o símbolo representa todas as ideais do blog: um mundo novo, com mais informações sobre o tema, menos preconceitos e mais amor de maneira divertida e fácil. 43 17. Formato do blog Teve como referência para decidir o formato do blog, outros grandes blogs como Julia Petit e Lia Camargo. O formato do blog é aquele convencional, é só descer a barra de rolagem e ir a acompanhando os posts. Não é necessário clicar em nada. Dividi o blog em abas, para ajudar as leitoras encontrar os posts com mais facilidade. As abas do blog são “como usar”, “closet”, “editorial”, “provador” e “dicas”. Cada aba será explicada em tópicos. Como usar: Nessa aba mostro algumas opções de como usar uma peça básica, como por exemplo, a regata. Falo de como uso essa peça e quais são os truques para deixar a peça mais fashion. Imagem 9: Print do blog FofsLove Disponível: http://fofslove.com/2013/04/11/como-usar-regata/ 44 Closet: Essa aba entrou no lugar do “look do dia”, preferi trocar. O motivo é simples, não tenho um custo de vida alto como os das blogueiras de moda do país. Preferi fazer algo que tivesse em meu seu alcance. O Closet funciona assim, eu escolho um look do meu próprio guarda-roupa e explicou o look e como funciona meu guardaroupa. Uma das minhas idéias é levar essa aba para as leitoras, toda semana a pesquisadora faria um closet com uma leitora diferente. Seria uma maneira das leitoras mostrarem suas dicas e truques. Imagem 10: Print do blog FofsLove Disponível: http://fofslove.com/2013/04/17/closet-2/ 45 Editorial: Nessa aba serão mostrados editoriais feitos por mim ou editorias de revistas de moda. Mostrarei as mulheres gordas no universo da moda. Será postado editorial de marcas importantes e campanhas publicitárias. Imagem 11: Print do blog FofsLove Disponível: http://fofslove.com/2013/05/06/faz-carao/ 46 Provador: Umas das minhas abas preferidas, mas também uma das mais complicadas de se fazer. O provador é sempre registrado por mim, faço meus cliques nos provadores de lojas de departamento ou lojas que tem alguma peça para meninas gordinhas. Vou pesquisando nas lojas, preços, tecidos e monto um look de acordo com as peças que existem nas lojas. Quem é gordinha sabe a dificuldade para achar roupas em lojas de departamento, por isso vasculho bastante e depois de toda essa pesquisa faço as fotos com o look escolhido. No post comento sobre os preços, as lojas e o nível de dificuldade para achar as peças. A quantidade de looks postados depende da quantidade de peças encontradas durante a pesquisa. Imagem 12 : Print do blog FofsLove Disponível: http://fofslove.com/2013/04/25/provador-3/ 47 Dicas: Essa aba é um mix de assuntos, quero falar de alguns temas como música, moda, maquiagem, filmes, curiosidades e coisas dos gêneros. Por exemplo, posso postar a última coleção da loja Melissa, o filme que vai estrear na semana, peça de teatros, gastronomia e coisas que sejam agradáveis de ler. Imagem 13: Print do blog FofsLove Disponível: http://fofslove.com/2013/04/23/dicas-maios-lindos-e-coloridos/ 48 18. Produção A produção do blog é continua como ele é um produto que não terá o mesmo fim que os outros trabalhos de conclusão. Ele não tem um prazo indeterminado, mesmo depois da banca o blog existirá. Dessa forma é complicado falar da produção dele. O que vai ser falado nesse capitulo é sobre a produção feita até a data de hoje. Semanalmente vou a uma loja de departamento ou em alguma loja que possui ter peças plus size. As lojas de departamento visitadas são Riachuelo, Marisa, Renner e C&A e as lojas convencionais são Fernanda Ferrugem, Maria Filó e Renata Fiore. Nas lojas de departamento as fotos tiradas foram escondidas, porque não era permitido tirar fotos nos compartimentos das lojas. Tentei entrar em contato com os responsáveis, mas os responsáveis não se importaram em me ajudar. Era muita burocracia e isso poderia atrasar o conteúdo do blog, então por minha conta decidi fazer as fotos às escondidas com o meu aparelho celular. O resultado saiu melhor do que eu imaginava os aplicativos fizeram com que a qualidade da foto não caísse. Nas lojas próprias para as meninas plus size foi bem mais tranqüilo, as donas me deixaram clicar sem nenhum problema. Era até uma maneira de fazer divulgação da marca também, as empresarias gostaram da idéia do blog e isso ajudou bastante. A produção do primeiro editorial foi complicada, sem nenhuma loja para ajudar nos looks e a falta de tempo para ir aos shoppings, eu mais uma amiga que também escreve no blog comigo, montamos os looks do primeiro editorial com as nossas próprias roupas. A idéia do primeiro editorial era mostrar que as mulheres gordinhas também conseguem ser sexy e não fofas. Queríamos fugir do óbvio. Um exemplo: todo editorial de gordinha tem que ser pin nup ou algo mais caricato. Não queríamos isso, queríamos algo simples e sofisticado. As fotos foram clicadas na quadras da cidade, aproveitei que abril é o mês do aniversário de Brasília e resolvi puxar o editorial para um estilo mais rock roll, as fotos foram clicadas em preto e branco e o resultado ficou muito bom. Os post feitos sobre o mundo plus size são produzidos por mim e a minha colaboradora Stephanie Sidon. São feitas pesquisas em sites como Vogue Cury, Pesticos, Forever 21 para a construção dos posts. Alguns acontecimentos pessoais geraram grandes pautas, as leitoras também deram opinião sobre a produção de alguns posts. Mas não só de moda plus size vive o blog, a autora faz uma vez ou outra posts sobre música, arte, televisão, cinema e coisas legais para dar uma descontraída. 49 Criou uma forma de colocar as leitoras dentro do blog, convidei algumas meninas para falarem dos seus guarda-roupas. O contato com essas meninas foram feito pelas redes sociais e todas elas toparam numa boa fazer o post para a aba “closet”. As leituras em blogs de moda e guias convencionais fizeram com que a autora fizesse algumas adaptações para o mundo plus size. O Guia de Estilo “A Parisense” de Inês de la Fressange foi um dos guias mais usado para a criação de alguns posts. O livro aborda que nem sempre as roupas que estão em alta são as melhores, Inês mostra de maneira divertida alguns truques e dicas. Faço essas adaptações através dos conhecimentos pessoais do meu corpo e com conversas com algumas meninas. Umas das produções mais complicadas são as dos “Provadores”, às vezes é complicado conseguir um look legal para postar no blog. É necessário vasculhar muito nessas lojas de departamento. Passo mais o menos de duas a três horas em uma única loja fazendo as escolhas das peças que serão clicadas. A produção do blog foi e continuará sendo uma diversão, pois todo o dia aprendo algo novo desse segmento. É muito bom saber que o blog está ajudando algumas meninas, é legal ouvir elogios das leitoras. 50 19. Tipo de Linguagem O blog é uma ferramenta aonde a linguagem predominante é a informal. Por ser uma ferramenta mais intimista o tipo de linguagem não precisa ser formal ou rebuscada. A linguagem do Fofs Love não seria diferente. Desde 2006 sou acostumada a escrever no twitter, a rede social é conhecida como microblog. A linguagem do twitter é totalmente uma escrita “falada”. O máximo de caracteres usados para uma tweet são 144 é preciso enxugar as idéias para escrever no microblog. Preferi usar essa linguagem informal para o meu blog, pois nunca tinha escrito em um blog antes. Por isso a preferência em usar uma escrita que já domino. Esse tipo de linguagem é mais usado no cotidiano e deixa os leitores mais íntimos com blog. A maioria dos posts do blog são curtos, mas possuem as informações necessárias. Uso em meus posts hastags para deixar o texto mais humorado e familiarizado com o twitter. O texto é simples, mas contém as informações que quero levar para leitoras. Escrevo no blog como se estivesse conversando com as leitoras pessoalmente, acredito que é isso que faz o blog ser querido e bem visto por elas. Pois as leitoras se tornam intimas do blog, e é esse o resultado que a desejo chegar. Os blogs de moda como Julia Petit e Just Lia e É do babado tem uma linguagem bem parecida com a do Fofs Love. O twitter e esses três blogs de moda foram referências para a escolha do tipo de linguagem do blog. 51 20. Cronograma Atividades Inicio Fim Domino do Blog Construção do Blog Produção do Blog Visitas nas Lojas Editorial Revisão do memorial 14 de Fevereiro 10 de Março 08 de Abril 01 de Abril 20 de Abril 27 de Maio 27 Fevereiro 07 de Abril --06 de Maio 10 de Junho 52 21. Contratempos Desde as aulas de laboratório de projeto com o professor Joadir, percebi que ia ser complicado escrever meu projeto de conclusão de curso. A quantidade de livros sobre o tema é muito pouca. Tive que garimpar em livros de moda, algo que abordasse o tema. O resultado não foi bom, mas consegui alguns artigos sobre o tema, contei com a ajuda de amigos e professores para isso. Já na execução do memorial também tive meus contratempos, mas eles foram bem mais fáceis de serem resolvidos. Um dos primeiros problemas foi sobre o domínio do blog, nem sabia por onde começar. Pesquisei pela a internet e encontrei o site Uol Domínio, onde lá eu o fiz. O site da Uol ficou fora do ar no momento do pagamento( R$29,90). Não sabia se os dados e o nome do blog já tinham sido salvos. Para a minha preocupação, o site ficou 5 dias fora do ar quando finalmente consegui o domínio. A pré-produção foi tranqüila, tive ajuda da agência Vualá Design para fazer o design do blog. O único contratempo foram as cores. Na primeira versão, o blog era azul e rosa. O rosa continuou, mas as cores da versão definitiva foram amarelo e lilás. Tudo foi planejado, inclusive os atrasos que poderiam acontecer. O blog levaria duas semanas para ficar pronto, mas com todas as mudanças que teve, ficou pronto em um mês. Finalizado, os problemas só aumentaram. A dúvida do primeiro post, a falta de tempo para atualização diária do blog e o medo de não ser levada a sério pelos outros blogueiros. Medos que consegui vencer, o blog foi bem recebido pelos leitores e pelos profissionais da área. Durante o mês de abril, me desdobrei para confecção dos posts e do editorial. Este teve vários problemas: as modelos chegaram atrasadas, as roupas não cabiam, o lugar marcado para tirar as fotos estava lotado de pessoas por conta do aniversário de Brasília. Enfim, vários problemas aconteceram no dia do editorial, mas todos os problemas foram resolvidos e o resultado do editorial foi excelente. Os contratempos existem e são eles que deixam o trabalho mais forte. É importante ter um plano B sempre, principalmente quando se trabalha com pessoas. A falta de compromisso de alguns faz com o trabalho seja mais complicado. É preciso determinação e ser proativo para não deixar uma boa idéia escapar pelos imprevistos. 53 22. Repercussão do Blog Ao longo dos meses de abril e maio, recebi inúmeros recados positivos sobre o blog. Não apostei muito na divulgação ainda, mas mesmo assim o resultado foi bom. O número de visitantes do blog por dia varia de 8 a 75 visualizações, a quantidade de pessoas que acessam mais de uma vez por dia é quase o dobro. O blog vai fazer dois meses e está sendo bem falado pelas leitoras e meus amigos trabalho. As pessoas ficam surpresas em saber que existe um blog voltado somente para o público plus size. Venho recebendo muitos conselhos de pauta de meninas magras, meninas que não são o público alvo, mas mesmo assim gostam de ler o Fofs Love. A intenção é apostar mais na divulgação do blog depois da apresentação da banca. Por falta de tempo, ainda não criei twitter e instagram, apenas focar no conteúdo e divulgar com mais calma. É uma satisfação saber que meu trabalho de conclusão de curso está ajudando pessoas e fazendo com que outras meninas tenham essa mesma coragem. Aposto que o número de blogs voltado para esse segmento crescerá e a gratificação é ainda maior por ter sido umas das pioneiras. Fiz alguns print de elogios e recados positivos sobre o Fofs Love. Imagem 14: Blog FofsLove Disponivél: http://fofslove.com/2013/05/09/loja-brasiliense/ 54 Imagem 15 Disponível: http://fofslove.com/2013/05/06/faz-carao/#comments 55 Imagem 16: Blog Fofs Love Disponivel: http://fofslove.com/2013/04/30/menos-preconceito-e-mais-amor/ Imagem 17: Blog Fofs Love Disponível: http://fofslove.com/2013/04/25/provador-3/ Imagem 18: Blog Fofs Love Disponível: http://fofslove.com/2013/04/10/dica-lojas-online/ 56 Imagem 19: Blog Fofs Love Disponívél: http://fofslove.com/2013/04/09/provador-2/ Imagem 20: Blog Fofs Love Disponível: http://fofslove.com/2013/04/08/comecou-2/ 57 23. Conclusão. Durante um ano de pesquisa passei por vários momentos bons e tristes. Não sabia que a escolha do tema do meu projeto final do curso de Comunicação Social ia acarretar em tantas decisões. O significado do tema é muito importante, descobri vários pontos fracos e positivos de mim mesma. O tema é totalmente pessoal, porque desde criança fui ‘gordinha’. O blog começou a ter sua importância no mercado de moda de Brasília, o trabalho foi despertando interesse de várias pessoas que lutam e gostam da causa: a falta de roupas e informação no segmento plus size no Brasil. Sempre foi muito difícil achar roupas descolas para o meu corpo, tinha que vasculhar muito até achar duas ou três peças que me agradece e ficasse bem em mim. Por isso surgiu a idéia de compartilhar esse problema e tentar resolve-lo Um dos maiores problemas foi controlar meu emocional e minhas crises psicológicas. Muitas vezes pensei em mudar de tema, mas decidi encarar e ver o que poderia fazer por mim mesma e por outras meninas. Não foi fácil ver o preconceito estampado no rosto de algumas pessoas, mas infelizmente não é possível mudar esse conceito em um ano de trabalho. Isso é ao longo prazo. Tentar mudar o mercado de moda também é ao longo prazo. O que me deixa feliz, é saber que fui uma das pioneiras desse projeto que ajuda/ajudará tantas meninas. No meio de tantos pontos positivos, ainda existem os negativos, o preconceito é algo que desmotiva muito, são eles que me fazem pensar em desistir de um projeto tão especial. A continuação do blog ainda é uma incógnita, não sei se vou fechar o blog depois da apresentação da banca. O Fofs Love envolve muitas pessoas é isso seria desonesto com as leitoras que se identificam com ele. Pensei que no final do projeto teria algumas respostas sobre meu corpo gordo, e tive, mas não foram positivas. Depois de alguns altos e baixos resolvi e irei fazer a cirurgia bariátrica, não irei fazer a cirurgia para está nos padrões estéticos, mas sim para me livrar de algo que atormenta desde criança. O projeto teve sua importância e decisões foram tomadas. O blog ajudou mais as leitoras do que a mim mesma e é por isso que tenho sensação de dever comprido. O objetivo do projeto era facilitar e passar informações para meninas que se amam e gostam de serem elas. São essas meninas corajosas e de bem com a vida que eu tenho vontade e orgulho em ajudar. Mesmo que eu emagreça aos longos dos anos, eu continuarei entendendo esse universo e saberei dos seus problemas. Sempre tentarei ajudar esse segmento, hoje foi um blog e no futuro pode ser um livro. Farei o meu melhor para ajudar essas meninas, porque o mais importante é ajudar o próximo. 58 24. Referências Bibliografia ALVES, Andreza. Monografia Fernando Botero. Site Slide Share Net. Disponível em: <http://www.slideshare.net> Acesso: 18 out 2012. ARAUJO, Adriana. Modelos gordinhas fazem sucesso nos EUA. Jornal Record. Disponível em: < http://www.youtube.com> Acesso: 30 maio 2012. CRANE, Diana. A moda e seu papel social: Classe, gênero e identidade de roupas. Editora: Senac – São Paulo, 2006. ECO, Umberto; tradução Eliana Aguiar. História da Beleza. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. FERRARI, Ana Paula (org). Beleza à venda: auto-estima não tem preço. Brasília: Thesaurus, 2008. 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