ENFLO
Ecologia e Nutrição Florestal
www.ufsm.br/enflo/
ISSN: 2316-980X
Artigo Científico
Efeito da fragmentação florestal sobre o acúmulo de serapilheira em Floresta Estacional Decidual1
Marcelo Plada Alves2; Márcio Viera3; Mauro Valdir Schumacher4
Resumo: Objetivou-se com o presente estudo avaliar o efeito da fragmentação florestal sobre o acúmulo de serapilheira em
Floresta Estacional Decidual em Silveira Martins, RS. Foram estabelecidos 15 pontos amostrais ao longo do fragmento,
demarcados com auxílio do programa Google Earth e percorridos com utilização de GPS durante as coletas, e fita métrica
para medir a distância estabelecida ponto a ponto, sendo demarcados oito pontos no sentido norte-sul, seis pontos no sentido
leste-oeste e mais o ponto central equidistantes 25m cada. Para cada ponto foram coletadas cinco amostras de serapilheira
acumulada utilizando moldura de madeira com tamanho de 0,25 m x 0,25 m, após a coleta o material foi armazenado em
sacos de papel-pardo. Em laboratório, as amostras foram separadas nas seguintes frações: folhas, galhos finos (diâmetro ≤1,0
cm) e miscelâneas (demais resíduos) e postas para secagem a uma temperatura de 70 °C, e pesadas em balança de precisão
(0,01g). Ocorreu variação na deposição de serapilheira nos sentidos leste e sul em relação as demais médias de deposição,
confirmando que a fragmentação influenciou no acumulo de serapilheira pois não fora constatado menor concentração em
pontos extremos e maior nos pontos centrais do fragmento florestal. Nas análises químicas verificou-se em relação aos
macronutrientes, maior concentração de N (20,42 g kg-1) e de Ca (13,82 g kg-1), já em relação aos micronutrientes há uma
grande concentração de Mn (815,29 g kg-1).
Palavras - chave: Ciclagem de nutrientes; Acúmulo de matéria orgânica; Efeito de borda.
The Effect of forest fragmentation about the accumulation of litter in Deciduous Forest
Abstract: The objective of this study was to evaluate the effect of forest fragmentation on the accumulation of litter in
Deciduous Forest in Silveira Martins, RS. Fifteen sampling points were established along the fragment, marked with the aid
of Google Earth program and covered with the use of GPS during data collection, and measure tape to identify the distance
established point-to-point: eight points were marked in the north-south direction; points in the east-west; and the central point
equidistant 25m each of them. For each point, five samples of litter accumulated were collected using wooden frame with size
0.25 x 0.25 m, after collecting them, the material was stored in paper-bags. In the laboratory, the samples were separated into
the following fractions: leaves, twigs (diameter ≤1.0 cm) and miscellaneous (other waste) , putting them to drying at a
temperature of 70 ° C, and weighted on a precision scale (0, 01g). There were variations in the litter disposition from from
east to south directions in relation to other averageof deposition, confirming that this fragmentation influenced in the
accumulation of the litter, because there was not found less concentration in streme points and more in the central points of
the forest fragmentation. In the Chemical analisis, higher concentration of N (20.42 g kg-1) and Ca (13.82 g kg-1) were
verified, however in relation to macronutrients, there was a large concentration of Mn (815.29 g kg -1).
Keywords: Nutrient cycling; Accumulation of organic matter; Edge effect.
1
Recebido em 29.10.2014 e aceito para publicação como artigo científico em: 27.01.2015.
Acadêmico, do Curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, Universidade Federal de Santa Maria - Campus Silveira Martins, Rua
Francisco Guerino, n.407, Bairro Centro, CEP: 97195-000, Centro, Silveira Martins - RS, Bolsista Programa FIPE Enxoval. E-mail:
<[email protected]>.
3 Engenheiro Florestal, Dr., Professor Adjunto I do Departamento Multidisciplinar da Universidade Federal de Santa Maria – Campus
Silveira Martins. E-mail: <[email protected]>.
4 Engenheiro Florestal, Dr. nat. techn., Professor Titular do Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Santa Maria.
Email: <[email protected]>.
2
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Efeito da fragmentação florestal sobre o acúmulo de...
Introdução
No Sul do Brasil podem ser distinguidas três
regiões florestais distintas: a Floresta Ombrófila
Densa (Mata Atlântica), Floresta Ombrófila
Mista (Mata de Araucária) e a Floresta
Estacional (Mata Latifoliada da bacia
hidrográfica Paraná-Uruguai) (KLEIN, 1983). A
Floresta Estacional, conforme sua fisionomia
pode ser classificada como Semidecidual ou
Decidual, dependendo da porcentagem de
árvores caducifólias que a compõem. Assim,
quando aproximadamente 20% a 50% das
árvores do estrato superior perdem as folhas, a
floresta é classificada como Floresta Estacional
Semidecidual e quando há uma perda maior de
50%, a floresta é denominada Floresta
Estacional Decidual (KLEIN, 1983). A Floresta
Estacional Decidual, em seus estágios iniciais,
médios e avançados de sucessão, ocupa 4,16%
da superfície do estado do Rio Grande do Sul e
23,84% da área total coberta com florestas
naturais (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
Na região de Silveira Martins-RS onde a
floresta se caracteriza por ser Floresta Estacional
Decidual, a quantidade de fragmentos florestais
é cada vez maior, devido a fragmentação dos
remanescentes
florestais,
tornando
os
fragmentos cada vez menores, devido a intensa
prática agrícola. Dessa forma, a pressão sobre os
remanescentes florestais ainda é muito intensa,
reduzindo cada vez mais o tamanho dos mesmos,
dificultando sua recuperação e aumentando a
perda de biodiversidade.
Segundo Scoriza (2009), a serapilheira é um
importante componente do ecossistema florestal,
que compreende o material depositado sobre o
solo, podendo ser caracterizado em três formas:
galhos, folhas e miscelânea (flores, frutos, casca
e outros resíduos orgânicos). Ela mantém o
equilíbrio natural destes fragmentos florestais e
produz uma camada protetora ao solo, que além
de protegê-lo, serve de abrigo para as diversas
microespécies de fauna. A produção de
serapilheira pode dar-se ao longo do ano para
algumas espécies arbóreas ou em certas estações
para outras, mas ela tende-se a concentrar em
períodos onde ocorre diminuição da
pluviosidade. Além disso, ela auxilia na
infiltração da chuva no solo reduzindo o
escorrimento superficial.
Diversos fatores abióticos e bióticos
interferem na produção de serapilheira, dentre
eles: tipo de vegetação, altitude, latitude,
precipitação,
temperatura,
regimes
de
luminosidade, relevo, deciduidade, estádio
sucessional,
disponibilidade
hídrica
e
características do solo (CALVI, 2009).
Dependendo das características de cada
ecossistema, estes fatores podem variar
prevalecendo um sobre o outro.
A formação e a decomposição da serapilheira
são fundamentais para a reativação da ciclagem
de nutrientes entre a planta e o solo, o que
possibilita a formação de uma camada de
matéria orgânica que forneça condições mais
adequadas
para
a
manutenção
ou
restabelecimento da vegetação (ANDRADE et
al. 2003).
A ciclagem de nutrientes em florestas pode
ser analisada através da separação em diferentes
compartimentos da biomassa acumulada em
diferentes posições do fragmento, e a
quantificação das taxas de nutrientes que se
movimentam entre seus compartimentos, através
da produção de serapilheira, sua decomposição,
lixiviação e outros (ALVES et. al., 2006).
O acúmulo de serapilheira tende a ser maior
nas áreas centrais dos fragmentos florestais e
diminuindo em relação à bordadura. Isso ocorre,
devido a maior densidade de indivíduos de
grande porte nas áreas centrais, onde a ação
antrópica ocorre em menor intensidade,
diferentemente as áreas próximas às bordaduras,
onde muitas vezes faz-se retiradas regulares de
madeira para consumo próprio.
Com base nestes estudos, objetivou-se avaliar
a influência da fragmentação sobre o acúmulo de
serapilheira em um fragmento florestal,
localizado na região central do Rio Grande do
Sul.
Material e métodos
Caracterização da área de estudo
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ALVES M. P. et al.
O estudo foi realizado em um fragmento de
Floresta Estacional Decidual no município de
Silveira Martin-RS, situado na região central do
Rio Grande do Sul (Figura 1). A região apresenta
temperatura média anual de 18,5 °C tendo sua
média máxima em torno de 23,6 °C e a mínima
em torno de 13,3 °C e precipitação pluviométrica
anual em torno de 1678,5 mm (FEPAGRO,
2012).
Figura 1: Croqui de localização do município de Silveira Martins - RS.
Figure 1: Location of the municipality of Silveira Martins - RS.
O fragmento localiza-se a 1,51 km do centro
da cidade de Silveira Martins, com coordenadas
geográficas centrais de 29° 93’ S e 53° 99’ W,
com altitude média de 487 m em relação ao nível
médio do mar.
Nesta região encontram-se três tipos de solos:
Neossolo Regolítico Eutrófico; Argissolo Bruno
Acinzentado Aluminíco; e Argissolo Bruno
Acinzentado Alítico. A presença dos solos
eutróficos caracteriza melhor fertilidade natural
(STRECK et al., 2008).
Metodologia de estudo
Para a realização do estudo foram
estabelecidos 15 pontos amostrais para a coleta
da serapilheira acumulada, em um fragmento
com 3,33 há. Em cada ponto foram coletadas
cinco subamostras. A distribuição dos pontos
amostrais iniciou da bordadura do fragmento
florestal (distante cinco metros da borda) nos
quatro pontos cardeais, equidistantes 25 m cada
(Figura 2).
Para a coleta da serapilheira acumulada foi
utilizada uma moldura de madeira com formato
quadrático (0,25 m de lado). A serapilheira foi
removida com o auxílio de um facão, para
separá-la do material que se encontrava fora da
moldura, e sacos de papel-pardo, para
armazenagem (Figura 3). Para a demarcação e
alinhamento dos pontos foi utilizado fita métrica
e GPS Garmin@.
O material orgânico coletado (75 amostras)
foi encaminhando ao Laboratório de Ecologia
Florestal do Departamento de Ciências
Florestais da UFSM, onde foi posto para présecar, em estufa de circulação e renovação de ar,
durante três dias a uma temperatura de 30 °C
(esse procedimento foi adotado para que o
material perdesse o excesso de umidade). Após
a pré-secagem a serapilheira foi separada, com o
auxílio de pincéis e peneiras, em três frações:
folhas, galhos finos (diâmetro menor que 1 cm)
e miscelânea (demais resíduos). Após esta
separação (que resultou em 225 amostras) o
material foi colocado novamente para secagem,
em estufa de circulação e renovação de ar, a
70°C até atingir peso constante. A determinação
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da massa seca para cada fração foi realizada com
balança de precisão (0,01g).
Figura 2: Localização da cidade de Silveira Martins (A) e do fragmento florestal estudado (B). Fonte: Google Earth (2013).
Figure 2: Location of Silveira Martins City (A) and of the study forest fragment (B). Source: Google Earth (2013).
Figura 3: Demonstração do processo de coleta da serapilheira acumulada, 1- material acumulado dentro da moldura; 2- corte
do material dentro dos limites da moldura; 3- coleta do material de forma manual armazenando-o no saco de papel pardo; 4moldura já sem nenhum resquício de serapilheira.
Figure 3: Demonstration of the process of collecting the accumulated litter, 1- accumulated material inside the frame; 2the cut of the material inside the border of the frame; 3- collection of the material in a handmade way, storing in brown
wrapping paper; 4 the frame without any vestige of litter.
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ALVES M. P. et al.
As análises de variância (ANOVA) e o teste
de Tukey foram feitos com o auxílio do
programa Assistat elaborado pelo Departamento
de Engenharia Agrícola do Centro de Tecnologia
e Recursos Naturais da UFCG. Os dados
utilizados para análises estatísticas foram
separados em forma radial de acordo com a sua
estrutura (folha, galho ou miscelânea), levando
sempre em consideração a margem de 5% de
probabilidade de erro.
Para a análise química, misturou-se as cinco
subamostras de cada ponto amostral, formando
uma amostra composta para cada fração em cada
distância avaliada, totalizando 45 amostras.
Nessas amostras foi realizada a determinação
dos teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg
e S) e micronutrientes (B, Cu, Mn e Zn),
conforme metodologia descrita por Tedesco et
al. (1995) e Miyazawa et al. (1999).
Resultados e Discussão
A concentração total do material coletado
dividiu-se em: folhas (28,77%), galhos (27,66%)
e miscelânea (43,57%). O maior acúmulo de
serapilheira ocorreu nos pontos P1 (9,54 Mg ha1
), P5 (8,37 Mg ha-1) e P11 (8,08 Mg ha-1) com
uma grande influência do material miscelânea
que teve 5,42 Mg ha-1, 4,40 Mg ha-1 e 3,85 Mg
ha-1, respectivamente a estes pontos, sendo o
ponto P5 localizado no ponto central do
fragmento.
As médias mais baixas de produção foram
verificadas nos pontos P8, P14 e P6 com médias
de produção de 4,88 Mg ha-1, 5,68 Mg ha-1 e 5,75
Mg ha-1 respectivamente. Na Tabela 1, pode-se
observar o acúmulo de serapilheira nos
diferentes pontos amostrais.
Tabela 1: Serapilheira acumulada (Mg ha-1) em função da distância da borda em um fragmento de Floresta Estacional
Decidual.
Table 1: Accumulated litter (Mg ha-1) according to the distance to the edge in a Deciduous Seasonal Forest fragment.
PONTOS
DIST. PARA A
BORDA (m)
FOLHAS
DESV.
PAD.
MISCELÂNEA
DESV.
PAD.
GALHOS
DESV.
PAD.
TOTAL
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P15
TOTAL
5
30
55
80
110
80
55
30
5
5
30
55
55
30
5
1,82
2,30
2,11
2,18
2,24
1,88
2,09
1,57
1,30
2,17
2,23
2,23
2,41
1,64
1,84
2,00
0,67
1,15
0,88
1,20
1,51
0,63
0,84
0,44
0,54
1,17
1,04
1,39
1,56
0,32
1,16
5,42
3,42
3,07
2,23
4,40
2,44
3,66
1,78
1,34
3,51
3,85
3,24
2,40
2,53
2,14
3,03
4,06
1,59
1,09
0,58
1,64
0,79
1,82
0,71
1,38
1,28
1,90
1,12
0,68
0,67
0,90
2,30
1,52
1,48
1,58
1,73
1,43
1,49
1,53
3,16
2,10
2,00
2,40
1,42
1,51
3,20
1,92
1,16
0,18
0,40
0,32
0,27
0,57
0,62
0,45
2,85
1,11
0,68
0,57
0,38
0,52
1,92
9,54
7,24
6,65
5,99
8,37
5,75
7,24
4,88
5,79
7,78
8,08
7,87
6,24
5,68
7,18
6,95
Em estudo realizado por Portela e Santos
(2007) em quatro fragmentos florestais de Mata
Atlântica de tamanhos distintos, também não
fora constatado o aumento na concentração de
serapilheira no sentido da borda para o centro do
fragmento, sendo um dos aspectos levantados
pelo autor de que a heterogeneidade de árvores
podem influenciar na produção de serapilheira
em virtude de clareiras geradas pelo componente
arbóreo devido aos diferentes dosséis dentro de
um fragmento florestal.
A produção de folhas apresentou média de
2,00 Mg ha-1 o que para a vegetação local seria
normal uma vez que a vegetação presente é a
Floresta Estacional Decidual, ou seja, mais de
50% de seus indivíduos do estrato superior
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perdem suas folhas, resultando em uma grande
deposição de material. O alto índice de
pluviosidade que ocorre durante o ano nesta
região pode ter influência na produção de folhas,
constatado também no estudo de Silva et al.
(2009), onde as folhas abrangeram cerca de 60%
do total de material em cada mês de coleta tendo
maior concentração justamente em períodos
chuvosos. Segundo Vogel et al. (2013), a
quantidade de material orgânico produzido
durante o ano está relacionada principalmente
com as condições de clima da região onde
encontra-se, pois em locais aonde ocorrem
temperaturas mais elevadas a vegetação
consequentemente possui menor massa foliar
havendo menor deposição, ao contrário de
regiões de temperaturas baixas ou alto índice de
umidade em que a vegetação adapta-se melhor,
produzindo uma grande quantidade de
serapilheira o que gera naturalmente a ciclagem
de nutrientes.
No fragmento estudado houve uma grande
concentração de serapilheira devido ao clima da
região que, mesmo apresentando suas
temperaturas mais baixas na estação de inverno,
tem uma elevação nos índices de precipitação
nesta estação, que é característico de regiões de
clima subtropical e possibilita um maior
acúmulo de material em meses como Agosto
quando foram realizadas as coletas, sendo
considerado um dos mais frios do ano. A análise
de médias confirmou uma paridade entre estas,
menos nos sentidos leste e sul das amostras que
continham o material de miscelânea, mais
precisamente no P3 do sentido leste e nos pontos
P6 e P7 do sentido sul, confirmando que a
fragmentação influenciou no acumulo de
serapilheira, sendo que nas bordas aonde
geralmente encontra-se menor concentração de
material ocorreu deposição tão elevada quanto
alguns pontos centrais.
Em estudo realizado por Caldeira et al.
(2007), em um Floresta Ombrófila Mista
Montana, também não houve um menor
acúmulo de serapilheira no sentido das bordas
para o centro do fragmento estudado. O autor
constatou em seu estudo que isto estava ligado
ao fato de que em algumas áreas mais próximas
ao centro há uma vegetação de menor porte em
relação a outras áreas próximas a borda.
Nos materiais estudados verificaram-se altas
concentrações de N e de Ca (Tabela 2), Pimenta
et al. (2011) também obteve altas concentrações
de N e Ca quantificando os nutrientes ao longo
de um ano em uma Floresta Estacional
Semidecidual e uma área de reflorestamento de
espécies nativas adjacente localizadas no Parque
Estadual Mata dos Godoy (PR).
Longhi et al. (2011) também obteve teores
mais elevados de N e Ca em estudo realizado
durante um ano com coletas mensais em três
grupos florísticos distintos (sendo Floresta
Secundária de Encosta, Floresta Ombrófila
Mista Típica e Floresta de Locais Úmidos),
ocorrentes na Floresta Ombrófila Mista,
localizada na FLONA de São Francisco de
Paula-RS.
Tabela 2: Teores médios de nutrientes nas amostras de serapilheira acumulada.
Table 2: Nutrient concentration in the accumulated litter samples.
N
P
K
Ca
Mg
S
FRAÇÕES
(g kg-1)
FOLHAS
GALHOS
MISCELÂNEA
Cu
Mn
Zn
(mg kg-1)
22,89
0,84
1,91
13,16
2,34
1,24
12,83
805,80
38,32
±1,96
±0,08
±0,48
±1,77
±0,33
±0,48
±2,85
±142,05
±6,73
16,33
0,60
1,46
15,26
2,03
0,82
17,59
717,86
47,61
±3,64
±0,09
±0,93
±5,87
±0,43
±0,36
±3,06
±259,38
±12,31
22,05
0,87
1,30
13,03
1,86
1,32
22,02
922,21
52,31
±1,83
±0,08
±0,51
±3,16
±0,32
±0,48
±2,37
±124,68
±10,92
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As concentrações de macronutrientes tiveram
a seguinte magnitude para todas as frações: N>
Ca> Mg> K> S> P, já para os micronutrientes
tiveram Mn> Zn> Cu. Em estudo realizado por
Godinho et al. (2014) em uma Floresta
Estacional
Semidecidual
Submontana,
localizada em Cachoeiro de Itapemirim (ES) os
teores
dos
macronutrientes
analisados
apresentaram a seguinte escala decrescente: Ca>
N> K> Mg> S> P.
Em outro estudo realizado por Caldeira et al.
(2008) em uma Floresta Ombrófila Densa
Submontana localizada no município de
Blumenau
(SC),
verificou-se
maiores
concentrações para os macronutrientes N> Ca>
Mg e para os micronutrientes Mn> Zn, estes
nutrientes foram preponderantes durante os três
estádios sucessionais (inicial, intermediário e
avançado) estabelecidos durante os vinte e dois
meses de coleta de serapilheira.
Vital et al. (2004) através das coletas de
serapilheira acumulada determinou a seguinte
escala para os macronutrientes: N > Ca > K >
Mg > P, mantendo-se durante o período de um
ano de coleta sendo de out./ 2000 a set./ 2001
realizados na Floresta Estacional Semidecidual
em zona ripária (centro-sul do Estado de SP).
Já Gonçalves (2008) obteve escala
semelhante de macronutrientes para galhos e
miscelânea: Ca> N> Mg> K> S> P, mas
diferente para a fração folhas: Ca> N> K> Mg>
S> P em estudo realizado na Mata Atlântica da
Floresta Nacional de Pacotuba localizada no
município de Cachoeiro de Itapemirim (ES).
Conclusões
No fragmento estudado houve uma maior
concentração de serapilheira nos sentidos norte e
oeste tendo influência direta da fragmentação
nos resultados obtidos, fazendo com que o
acúmulo de material não ocorre-se em maior
quantidade no centro e menor nas bordas do
fragmento, havendo variação nos sentidos leste
e sul em relação as demais médias de deposição.
O acúmulo médio de serapilheira foi de 6,95
Mg ha-1, composta por 2,00 Mg ha-1 de folhas,
ALVES M. P. et al.
seguido pela miscelânea 3,03 Mg ha-1 e galhos
finos 1,92 Mg ha-1.
A concentração de macronutrientes na
serapilheira tiveram a seguinte ordem de
magnitude N> Ca> Mg> K> S> P, já para os
micronutrientes a ordem foi de Mn> Zn> Cu.
Agradecimentos
Ao programa de auxílio à recém doutores
(“FIPE-Enxoval”) bolsa de iniciação científica
concedida e pela disponibilização de recursos
financeiros para a realização deste estudo. Ao
laboratório de Ecologia Florestal, pela
disponibilização de espaço para a triagem do
material e análise química.
Referências
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