Usinagem
Processos Programáveis - CNC
Filipi Vianna
Pontifı́cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Engenharia
Porto Alegre, 2013
Conceitos Básicos
Norma ISO 6983
A Norma ISO 6983 descreve o formato das instruções do programa
para máquinas de Controle Numérico. Trata-se de um formato
geral de programação e não um formato para um tipo de máquina
especı́fica. A flexibilidade desta norma não garante
intercambiabilidade de programas entre máquinas.
Conceitos Básicos
Os objetivos desta norma são :
I
unificar os formatos-padrões anteriores numa Norma
Internacional para sistemas de controle de posicionamento,
movimento linear e contorneamento;
I
introduzir um formato-padrão para novas funções, não
descritas nas normas anteriores;
I
reduzir a diferença de programação entre diferentes máquinas
ou unidades de controle, uniformizando técnicas de
programação;
I
desenvolver uma linha de ação que facilite a
intercambiabilidade de programas entre máquinas de controle
numérico de mesma classificação, por tipo, processo, função,
tamanho e precisão;
I
incluir os códigos das funções preparatórias e miscelâneas.
Conceitos Básicos
Nota:
Esta norma dá suficiente liberdade ao fabricante da máquina CNC
para adequar a estrutura dos programas às diversas aplicações na
máquina, portanto, é preciso observar cuidadosamente o manual de
programação.
Sistema de coordenadas
Os dados numéricos utilizados na programação de máquinas CNC
podem ser cotas de posicionamento ou quantidades, como por
exemplo, RPM.
As cotas de posicionamento são definidas segundo o sistema de
coordenadas. (Norma DIN-66217).
Este sistema garante que a ferramenta pode ser comandada
exatamente através dos percursos que realize porque os pontos na
área de trabalho da máquina estão definidos.
Sistema de coordenadas
Podemos definir pontos através de um sistema de coordenadas:
Sistema de coordenadas
Sistema de Coordenadas Absolutas
Em um sistema de coordenadas com 2 eixos, um ponto qualquer
estará sempre corretamente definido, através de um par de
coordenadas. Para melhor entendermos este sistema, já visto
anteriormente como sistema cartesiano, tomemos o exemplo a
seguir:
Pontos
X
Y
P1
0
0
P2
20
0
P3
40
20
P4
40
40
P5
20
40
P6
0
20
Sistema de coordenadas
Sistema de coordenadas incrementais
No sistema incremental, a localização de um ponto qualquer não é
definida tomando-se à distância em relação à origem, mas sim,
verificando-se o deslocamento efetuado desde o ponto anterior até
o ponto atual.
Pontos
X
Y
P1
0
0
P2
20
0
P3
20
20
P4
0
20
P5
-20
0
P6
-20
-20
Sistema de coordenadas
Regra da mão direita
Para um sistema tridimensional, são utilizados três eixos
perpendiculares (90o ) entre si, que podem ser designados através
dos dedos da mão direita.
I
Polegar : indica o sentido positivo do eixo imaginário,
representado pela letra X.
I
Indicador : aponta o sentido positivo do eixo Y.
I
Médio : nos mostra o sentido positivo do eixo Z.
Sistema de coordenadas
Nas máquinas ferramenta, o sistema de coordenadas determinadas
pela regra da mão direita, pode variar de posição em função do
tipo de máquina, mas sempre seguirá a regra apresentada, onde os
dedos apontam o sentido positivo dos eixos imaginários; e o eixo
“Z” será coincidente ou paralelo ao eixo árvore principal (conforme
DIN-66217).
Sistema de coordenadas
Observe as figuras seguintes, que mostram a posição destes eixos
numa fresadora com a árvore na vertical e uma com a árvore na
horizontal.
Y
Z
Z
Y
X
X
Sistema de coordenadas
Para o comando de avanço e penetração dos tornos, bastam
apenas dois eixos imaginários. Estes são designados pelas letras X
e Z, onde o eixo X relaciona-se com o diâmetro da peça e o eixo Z
coincidente com o eixo árvore, relaciona-se com as dimensões
longitudinais da peça. Veja a figura a seguir para o esclarecimento
do que foi exposto acima:
Sistema de coordenadas
Lembre-se de que os eixos mencionados X, Y e Z são apenas
imaginários, mas conhecidos pelo computador, sendo através deles
que o comando ordena os movimentos de deslocamento para o
carro no torno ou da mesa nas fresadoras.
Cabe a você, usando sua imaginação, visualizar a existência destes
eixos, para que, assim como o computador possa também
comandar os movimentos desejados durante a elaboração dos
programas de usinagem.
Sistema de coordenadas
Além dos três eixos principais X, Y e Z já vistos, existem outros
eixos que eventualmente também são utilizados.
Cada um dos três eixos principais, pode ter um movimento rotativo
em torno de si mesmo. A estes eixos, designados por “eixos
rotativos”, atribuı́mos letras que os identificam ao comando, sendo
elas as seguintes:
Sistema de coordenadas
I
“eixo A” - rotação em torno do eixo X
I
“eixo B” - rotação em torno do eixo Y
I
“eixo C” - rotação em torno do eixo Z
Sistema de coordenadas
Em máquinas com acionamento duplo, por exemplo, duas torres, é
necessário diferenciar para o comando, qual o revólver-ferramenta
que será movimentado.
Para este fim, usa-se um sistema de eixos, igual ao sistema
principal, mas que recebe outras letras para a designação dos seus
eixos, que são U, V e W, sendo o eixo U paralelo ao eixo X do
sistema principal, o eixo V paralelo ao eixo Y e por fim o eixo W
paralelo ao eixo Z. Este é o sistema secundário.
Além destes eixos, existem ainda os eixos auxiliares de
programação, usados por exemplo, para localizar o centro dos raios
de curvatura quando se usinam segmentos de arco (trechos
curvilı́neos do contorno das peças em usinagem), sendo estes eixos
designados pelas letras I, J e K.
O eixo I é paralelo ao eixo X, o eixo J relaciona-se aos movimentos
executados em paralelo ao eixo Y e o eixo K representa os
deslocamentos paralelos ao eixo Z.
Pontos de Referência
Ponto Zero Máquina: M
O ponto zero da máquina, é definido pelo fabricante da mesma.
Ele é o ponto zero para o sistema de coordenadas da máquinas e o
ponto inicial para todos os demais sistemas de coordenadas e
pontos de referência.
Pontos de Referência
Ponto de Referência: R
Serve para aferição e controle do sistema de medição dos
movimentos da máquina. Ao ligar a máquina, sempre deve-se
deslocar o carro até esse local, antes de iniciar a usinagem. Este
procedimento define ao comando a posição do carro em relação ao
zero máquina.
Pontos de Referência
Ponto Zero da Peça: W
Este ponto é definido pelo programador e usado por ele para
definir as coordenadas durante a elaboração do programa.
Recomenda-se colocar o ponto zero da peça de tal forma que se
possam transformar facilmente as medidas do desenho da peça em
valores de coordenadas.
Pontos de Referência
Definição de ponto zero da peça
1. No encosto
2. Na face da peça das castanhas
Pontos de Referência
Eixos coordenados no torno
Torre dianteira, Torre traseira
A geometria da peça é transmitida ao comando com auxı́lio de um
sistema de coordenadas cartesianas, conforme o tipo de torre.
Pontos de Referência
Todo o movimento da ponta da ferramenta é descrito neste plano
XZ, em relação a uma origem preestabelecida (X0 , Z0). Lembrar
que X é sempre a medida do diâmetro e, Z é sempre a medida em
relação ao comprimento.
Pontos de Referência
Coordenadas absolutas com o ponto zero no encosto das castanhas
e torre traseira
Coordenadas Absolutas
Pontos
X
Z
P1
0
60
P2
20
60
P3
20
40
P4
40
40
P5
40
20
P6
60
20
P7
60
0
Pontos de Referência
Coordenadas absolutas com o ponto zero na face da peça e torre
traseira
Coordenadas Absolutas
Pontos
X
Z
P1
0
0
P2
20
0
P3
20
-20
P4
40
-20
P5
40
-40
P6
60
-40
P7
60
-60
Pontos de Referência
Coordenadas incrementais com o ponto zero no encosto das
castanhas e torre traseira
Coordenadas Incrementais
Pontos
X
Z
P1
0
60
P2
20
0
P3
0
-20
P4
20
0
P5
0
-20
P6
20
0
P7
0
-20
Dúvidas??
Exercı́cio
Carlos Alberto Pereira.
Prpu - processos programáveis, 2007.
[Apostila SENAI-SP - Elaborado pela Escola SENAI Roberto
Simonsen do Departamento Regional de São Paulo].
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Referências e Coordenadas