TOPOGRAFIA AULA 3 SISTEMAS DE COORDENADAS E ORIENTAÇÃO TOPOGRAFIA Natureza dos dados espaciais • Dados espaciais caracterizam-se especificamente pelo atributo da localização geográfica. • Um objeto qualquer (como uma cidade, a foz de um rio, o pico de uma montanha, etc.) somente tem sua localização geográfica estabelecida quando se pode descrevê-lo em relação a outro objeto cuja posição seja previamente conhecida ou quando se determina sua localização em relação a um certo sistema de coordenadas. TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Para a determinação da posição tridimensional de pontos, dois tipos de sistemas são utilizados: • Sistemas de coordenadas cartesianas e • Sistemas de coordenadas esféricas. TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS • Os sistemas de coordenadas são necessários para expressar a posição de pontos sobre uma superfície, seja ela, um plano, uma esfera ou um elipsóide. • Para a esfera ou elipsóide, usualmente emprega-se um sistema de coordenadas cartesiano e curvilíneo, através de PARALELOS e MERIDIANOS. • Para o plano, um sistema de coordenadas cartesianas X e Y é usualmente aplicável. TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Cartesianas • Quando se posiciona um ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao mesmo • Estas coordenadas deverão estar referenciadas a um sistema de coordenadas • No espaço bidimensional, um sistema bastante utilizado é o sistema de coordenadas cartesianas ou retangulares. TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Cartesianas • Este é um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si. • A origem desse sistema é o cruzamento dos eixos X e Y. TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Cartesianas • Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa (coordenada X) e outra denominada ordenada (coordenada Y) • Para denominar um ponto P qualquer, utiliza-se uma das notações: P(x,y) ou P=(x,y) TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Cartesianas Origem O(0,0) A (?,?) B (?,?) C (?,?) TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS CARTESIANAS NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL • Caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Esféricas • Um ponto no espaço tridimensional pode ser determinado pelo afastamento r entre a origem do sistema e o ponto R considerado, pelo ângulo β formado entre o segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy e pelo ângulo α que a projeção do segmento OR sobre o plano xy forma com o semieixo OX. • As coordenadas esféricas de um ponto R são dados por (r, α, β) TOPOGRAFIA SISTEMAS DE COORDENADAS Sistemas de Coordenadas Esféricas TOPOGRAFIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA • Devido às irregularidades da superfície terrestre, modelos mais simples, regulares, geométricos e que mais se aproximam da forma real são utilizados para efetuar os cálculos da representação TOPOGRAFIA • A definição de posições sobre a superfície terrestre requer que a Terra possa ser tratada matematicamente. TOPOGRAFIA Forma da Terra - A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre foram adotadas algumas superfícies matemáticas simples. - Uma primeira aproximação foi a Esfera: Modelo esférico Globo terrestre TOPOGRAFIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Modelo Esférico • Em diversas aplicações a Terra pode ser considerada uma esfera – ASTRONOMIA • Um ponto é localizado sobre esta esfera através de sua latitude e longitude • Latitude e longitude astronômicas – no caso da Astronomia TOPOGRAFIA •Esta esfera gira em torno de si mesma, sendo este movimento realizado em torno de um eixo imaginário. • Os pontos onde este eixo atravessa a superfície da esfera são chamados de: Pólo Norte e Pólo Sul No ponto médio deste eixo está o Centro da Terra TOPOGRAFIA A Terra como uma esfera: pólos e equador. TOPOGRAFIA - A GEOMETRIA DA ESFERA A esfera é uma figura geométrica sólida que tem a propriedade de todos os pontos da sua superfície serem eqüidistantes do centro. Quando um plano intercepta uma esfera, a figura resultante dessa intersecção é sempre um círculo. TOPOGRAFIA Equador é o círculo máximo. É perpendicular ao eixo de rotação da Terra, o qual intercepta a superfície em dois pólos geográficos. Pólo Norte Pólo Sul TOPOGRAFIA • MERIDIANOS Os meridianos são círculos que contêm ambos os pólos sendo, portanto, perpendiculares ao equador. TOPOGRAFIA • O meridiano de origem é o de GREENWICH (0º), que é o Meridiano Internacional de Referência. TOPOGRAFIA • PARALELOS Os paralelos são círculos menores paralelos ao equador sendo, portanto, perpendiculares ao eixo de rotação da Terra e ao plano de todos os meridianos. TOPOGRAFIA O raio dos paralelos varia entre um valor máximo igual ao valor do raio da Terra, no equador, e um valor nulo, nos pólos. Desta forma, existe apenas um círculo máximo, o Equador (0º). • Os círculos, tanto no hemisfério Norte quanto no hemisfério Sul vão diminuindo de tamanho à proporção que se afastam do Equador, até se transformarem em cada pólo, num ponto. TOPOGRAFIA A figura abaixo ilustra a esfera terrestre, bem como os paralelos e meridianos, círculo máximo e círculo menor. TOPOGRAFIA Para referenciar, no sistema de coordenadas esféricas, a posição horizontal de um ponto situado na superfície da Terra bastarão dois ângulos. • Os ângulos utilizados para expressar as coordenadas geográficas medem-se em graus (), minutos (’) e segundos (”), valendo cada grau 60 minutos e cada minuto 60 segundos. Denomina-se por esses dois ângulos latitude e longitude TOPOGRAFIA Latitude Astronômica ϕ arco de meridiano contado desde o equador até o ponto considerado • A latitude dos lugares à superfície da Terra mede-se para norte e para sul do equador, variando entre noventa graus sul (90 S), no Pólo Sul, e noventa graus norte (90 N), no Pólo Norte. • A latitude no equador é igual a 0. TOPOGRAFIA • Na esfera, a diferença de latitudes entre dois lugares, A e B, é ϕ = ϕA - ϕB • As diferenças de latitude medem-se em graus, minutos e segundos de arco. • Para efeitos de cálculo, considera-se que as latitudes no hemisfério Norte são: positivas e as latitudes no hemisfério Sul são: negativas TOPOGRAFIA Assim, sua variação é de: 0º a 90º N ou 0º a + 90º 0º a 90º S ou 0º a - 90º Por exemplo, a diferença de latitudes entre Lisboa (ϕ 39 N) e Luanda (ϕ 10 S) é cerca de 49 TOPOGRAFIA Longitude Astronômica arco de equador contado desde o meridiano de origem (Greenwich) até o meridiano do ponto considerado. • A longitude mede-se de 0 a 180, para leste e de 0 a -180 para oeste de Greenwich. TOPOGRAFIA A diferença de longitudes entre dois lugares A e B é =A - B • Tal como as latitudes, as diferenças de longitude medem-se em graus, minutos e segundos de arco. • Considera-se que as longitudes a leste do semimeridiano superior de Greenwich são: positivas e as longitudes a oeste do semi-meridiano superior de Greenwich são: negativas TOPOGRAFIA • Assim, a Longitude varia de: 0º a 180º W Gr. ou 0º a - 180º 0º a 180º E Gr. ou 0º a + 180º TOPOGRAFIA A esfera ilustrando o meridiano e paralelo de referência. A esfera ilustrando coordenadas geográficas: latitude (ϕ=30S) e longitude (=60W). TOPOGRAFIA Forma da Terra - Segundo o conceito introduzido pelo matemático alemão CARL FRIEDRICH GAUSS (1777-1855), a forma do planeta, é o GEÓIDE: Superfície da Terra Elipsóide Geóide TOPOGRAFIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Modelo Geoidal • Para o geodesista a melhor aproximação dessa Terra matematicamente tratável é o geóide, que pode ser definido como a superfície que mais se aproxima do nível médio dos mares (ausência de correntezas, ventos, variação de densidade da água, etc.). TOPOGRAFIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Modelo Elipsoidal • Porém, o equacionamento matemático do geóide é complexo, o que o distancia de um uso mais prático. Então utiliza-se a aproximação mais grosseira aceita pelo geodesista: um elipsóide de revolução. TOPOGRAFIA a= semi-eixo maior b= semi-eixo menor Um Elipsóide de Revolução é caracterizado pelo semi-eixo maior e pelo achatamento (semi-eixo menor) TOPOGRAFIA Latitude Geodésica ϕ – ângulo que a normal forma com sua projeção no plano do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul Longitude Geodésica - ângulo formado pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P, sendo positivo para Leste e negativo para Oeste Normal – reta ortogonal ao elipsoide que passa pelo ponto P na superfície física TOPOGRAFIA No Brasil, o atual Sistema Geodésico Brasileiro – SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as AmericaS) – adota o elipsoide de revolução GRS80 (Global Reference System 1980), cujos semi-eixo maior e achatamento são: a= 6.378.137,000m f=1/298,257222101 TOPOGRAFIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Modelo Plano • Considera a porção da Terra em estudo como sendo plana • É a simplificação utilizada pela Topografia • Esta aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos • Face aos erros decorrentes destas simplificações, este plano tem suas dimensões limitadas • Na prática tem-se adotado como limite para este plano a dimensão de 20 a 30 km. • A NBR 13133 (Execução de Levantamento Topográfico) admite um plano com até 80km aproximadamente. TOPOGRAFIA ORIENTAÇÃO Norte Magnético e Norte Geográfico O planeta Terra pode ser considerado um gigantesco imã, devido à circulação da corrente elétrica em seu núcleo formado de ferro e níquel em estado líquido. Estas correntes criam um campo magnético. Este campo magnético ao redor da Terra tem a forma aproximada do campo magnético ao redor de um imã de barra simples. Tal campo exerce uma força de atração sobre a agulha da bússola, fazendo com que a mesma entre em movimento e se estabilize quando sua ponta imantada estiver apontando para o Norte magnético. TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA ORIENTAÇÃO Norte Magnético e Norte Geográfico A Terra, na sua rotação diária, gira em torno de um eixo. Os pontos de encontro deste eixo com a superfície terrestre denominam-se de Pólo Norte e Pólo Sul verdadeiros ou geográficos. O eixo magnético não coincide com o eixo geográfico. Esta diferença entre a indicação do Pólo Norte magnético (dada pela bússola) e a posição do Pólo Norte geográfico denomina-se de declinação magnética. TOPOGRAFIA AZIMUTE E RUMO Azimute Azimute de uma direção é o ângulo formado entre o meridiano de origem que contém os Pólos, magnéticos ou geográficos, e a direção considerada. É medido a partir do Norte, no sentido horário e varia de 0º a 360º TOPOGRAFIA AZIMUTE E RUMO Rumo Rumo é o menor ângulo formado pelo meridiano que materializa o alinhamento Norte Sul e a direção considerada. Varia de 0º a 90º, sendo contado do Norte ou do Sul por leste e oeste. Este sistema expressa o ângulo em função do quadrante em que se encontra. Além do valor numérico do ângulo acrescenta-se uma sigla (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica a origem a partir do qual se realiza a contagem e a segunda indica a direção do giro ou quadrante. TOPOGRAFIA AZIMUTE E RUMO Conversão entre Rumo e Azimute Sempre que possível é recomendável a transformação dos rumos em azimutes, tendo em vista a praticidade nos cálculos de coordenadas, por exemplo, e também para a orientação de estruturas em campo. TOPOGRAFIA AZIMUTE E RUMO Conversão de Rumo para Azimute Conversão de Azimute para Rumo TOPOGRAFIA EXERCÍCIO TOPOGRAFIA EXERCÍCIO TOPOGRAFIA EXERCÍCIO TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA DECLINAÇÃO MAGNÉTICA • Ângulo formado entre o meridiano verdadeiro e o meridiano magnético; • ou também pode ser identificado como desvio entre o azimute ou rumo verdadeiros e os correspondentes magnéticos. • Varia com o tempo e com a posição geográfica, podendo ser ocidental δ(W), negativa quando o Pólo magnético estiver a oeste do geográfico e oriental (δE) quando estiver a leste. • Atualmente, em nosso país a declinação magnética é negativa, logo ocidental. • No Brasil o órgão responsável pela elaboração das cartas de declinação é a o Observatório Nacional e a periodicidade de publicações é de 10 anos. http://staff.on.br TOPOGRAFIA DECLINAÇÃO MAGNÉTICA Transformação de Norte Magnético em Geográfico e vice-versa A transformação de elementos (rumos e azimutes) com orientação pelo Norte verdadeiro ou magnético é um processo simples, basta somar algebricamente a declinação magnética. No caso (Figura A) em que a declinação magnética é positiva, ou seja, o Norte magnético está a leste do Norte verdadeiro, o azimute verdadeiro é calculado por: Para o caso do Brasil, onde a declinação magnética é negativa (Figura B), o Norte magnético situa-se a oeste do Norte verdadeiro e o azimute verdadeiro é obtido da seguinte forma: TOPOGRAFIA TOPOGRAFIA