abertura: 21 de maio de 2013, terça-feira, a partir das 19h
M a r c i a B a r r o z o d o Am a r a l G a l e r i a d e A r t e
t: +55 21 2521 5195 - 2267 3747
www.marciabarrozodoamaral.com.br
GLOBO OCULAR I múltiplo | ferro laminado oxidado e vidro | 50 alt. X 35 diâm. | 2000 - 2013
SEM TÍTULO | madeira, couro, ferro, tecido e douração sobre madeira | 111 x 72 x 22 cm | 2013
[email protected]
2a a 6a das 10 às 19h | sábado das 14 às 17h
ICARUS | ferro laminado oxidado e couro | 340 cm envergadura | 2009 – 2013
av. atlântica, 4.240, subsolo, lj. 129
POÇO | tubo de ferro e ferro laminado oxidados | 240 alt. x 10 diâm e 40 x 40 cm base | 2009 - 2013
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LUIZ PHILIPPE
INSTRUMENTOS DE VÔO
UMA POÉTICA DO ACASO E DO HUMOR
Angelo Oswaldo*
“Eu sou pintor, eu prego meus quadros”, disse Kurt Schwitters aos dadaístas de Berlim,
apresentando-lhes suas assemblages. Luiz Philippe Carneiro de Mendonça também prega
seus quadros. Colecionador de achados curiosos, emprega as peças recolhidas nas
assemblages e objetos que nos apresenta. Acaso e criatividade se aliam. Luiz Philippe
garimpa com o olhar. Um de seus primeiros trabalhos surgiu de uma velha pá enferrujada,
encontrada casualmente na antiga mina inglesa de Cata Branca, em Minas Gerais. Depois,
vieram as malas de pedra, nas quais ele transporta o olhar fascinado do espectador. E nos
relaxa, ao cruzar as pernas de uma cadeira.
Muito jovem, conviveu e trabalhou com Frans Krajcberg na região de Itabirito, o que lhe
valeu o gosto e o conhecimento dos minérios, terras e pigmentos presentes em sua obra.
É reconhecível, ao mesmo tempo, a experiência do artista no mundo do design. O trompel’oeil barroco informa o prazer lúdico das assemblages. Humor de um lado e nonsense
de outro atravessam o perímetro das obras para aguçar-lhes o núcleo de atração. Uma
dimensão outra que a do visí­vel e do cotidiano é o que o surrealismo persegue: Luiz Philippe
a alcança, ao transitar, através de refinada manufatura, do estranhamento que a operação
semiótica produz, inquietante e serena, contundente mas silen­ciosa, para o encantamento
do objeto em si. Aquele sentimento indizível, que a obra de arte, exaurida, estaria buscando
recuperar na crispação de performances e instalações, está próximo, e é pelo humor que o
espectador começa a sintonizá-lo.
O artista não se sujeita à classificação simplista de pertencer ou não a determinado código,
porque palmilha vertentes variadas com uma liberdade e uma inventiva que lhe permitem
escapar a ciladas e prisões de lin­guagem e morfologia. Alternam-se o ameno e o amargo,
sem dilemas doridos. Prevalece a sensação de um bem curtido diálogo do criador com os
materiais que amealha e o conjunto das obras irradia o fres­cor da forma genuína.
DADOS | mármore Carrara, granito preto, tinta automotiva e douração sobre pedra | 33 x 33 x 33 cm cada peça | 2013
* Angelo Oswaldo é escritor e curador. Foi secretário da Cultura de Minas Gerais, presidente do IPHAN e prefeito de Ouro Preto.
BURCA | assemblage, madeira, mármore, veludo, pregos e acrílica sobre madeira | 140 x 152 x 20 cm | 2013
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