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Manual de Pintura
A Tinta
Como diz o velho ditado, o melhor artesão é aquele que conhece bem as
suas ferramentas. Portanto, antes de falarmos em pintura, vamos conhecer
superficialmente o seu principal elemento.
A Tinta, acima de tudo, deve proteger as superfícies contra a ação do sol,
chuva, maresia e outros agentes. É a tinta que torna um ambiente mais
bonito e alegre, além de ser um importante elemento na decoração, na
distribuição da luz e na higiene do local.
As tintas são constituídas de:
Pigmentos:
Partículas (pó) sólidas e insolúveis. Podem ser divididos em dois grupos: ativos
e inertes. Os pigmentos ativos conferem cor e poder de cobertura à tinta,
enquanto os inertes se encarregam de proporcionar lixabilidade, dureza,
consistência e outras características. Uma tinta pode ter vários pigmentos.
Veículos:
É constituído por resinas, sendo responsável pela formação da película
protetora na qual se converte a tinta depois de seca.
Solventes:
São utilizados pelo fabricante nas diversas fases da fabricação da tinta, ou
seja: para facilitar o empastamento dos pigmentos; para regular a
viscosidade da pasta de moagem; para facilitar a fluidez dos veículos e das
tintas prontas na fase de enlatamento. O usuário emprega o solvente para
adequar a tinta às condições de pintura, visando a facilidade de aplicação,
alastramento, etc. Entre os solventes mais comuns estão a água, aguarrás,
álcoois, cetonas, xilol e outros.
Aditivos:
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São compostos, geralmente produtos químicos sofisticados, que entram em
pequena quantidade na formulação de uma tinta com alto grau de
eficiência, capazes de modificar significativamente as propriedades da
mesma. Os mais comuns são os secantes, molhantes, antiespumantes, antisedimentantes, plastificantes, dispersantes, engrossantes, bactericidas,
fungicidas e outros.
Qualidade das Tintas
Aqui indicamos algumas características das tintas, através das quais o
usuário poderá avaliar a sua qualidade.
Estabilidade: Ao se abrir uma lata de tinta pela primeira vez, esta não deve
apresentar excesso de sedimentação, coagulação, empedramento,
separação de pigmentos ou formação de nata, tal que não possa tornar-se
homogênea através de simples agitação manual. A tinta não deve
apresentar odor pútrido nem exalar vapores tóxicos.
Facilidade de aplicação: A tinta deve espalhar-se facilmente, de maneira
que o rolo ou o pincel deslizem suavemente sobre a superfície, devendo as
marcas desses acessórios desaparecer logo após a aplicação da tinta,
resultando uma película uniforme.
Rendimento e cobertura: O rendimento refere-se ao volume de tinta
necessário para pintar uma determinada área (m²/litro). A cobertura significa
a capacidade da tinta em cobrir totalmente a superfície. Essas propriedades
estão diretamente relacionadas ao tipo, à qualidade de resinas e pigmentos
utilizados na formulação da tinta. É justamente aqui, na variação desses
elementos, que se encontram as maiores diferenças de qualidade entre as
tintas disponíveis no mercado.
Durabilidade: Refere-se à resistência à ação das intempéries (sol, chuva,
maresia, etc.). A tinta mais durável demora mais para sofrer alterações na
sua película, para calcinar, perder sua boa aparência, assim como suas
propriedades de proteção. A durabilidade também depende diretamente
do tipo, qualidade e da quantidade de resinas e pigmentos utilizados na
formulação da tinta.
Lavabilidade: As tintas devem ser laváveis, resistindo à ação de agentes
químicos comuns em uso doméstico, tais como detergentes, água sanitária e
outros.
Preparação da Superfície
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Um bom trabalho de pintura começa sempre pela correta preparação da
superfície.
Aqui estão alguns cuidados que devem ser rigorosamente observados.
A superfície deve estar firme, limpa, seca, sem poeira, gordura, sabão ou
mofo.
Partes soltas ou mal aderidas devem ser eliminadas, raspando-se ou
escovando-se a superfície.
Profundas imperfeições da parede devem ser corrigidas com reboco.
As imperfeições rasas da superfície devem ser corrigidas com Massa Acrílica
(reboco externo) ou com Massa Corrida (reboco interno).
Manchas de gordura ou graxa devem ser eliminadas com água e
detergente.
Partes mofadas devem ser lavadas com uma solução 1:1 de água sanitária.
Em seguida, enxaguar a superfície.
Deve-se eliminar qualquer espécie de brilho, usando-se uma lixa de grana
adequada.
Cuidados fundamentais para casos específicos de pintura.
Pintura sobre reboco.
Antes de iniciar a pintura sobre um reboco novo, aguarde até que o mesmo
esteja seco e curado, o que demora cerca de 30 dias. Se a tinta for aplicada
sobre reboco mal curado, provavelmente a pintura descascará, porque a
impermeabilidade da tinta dificultará a saída da umidade e as trocas
gasosas necessárias à carbonatação (cura) do reboco, sem a qual este
tende a esfarelar-se sob a película da tinta, causando o descascamento.
Rebocos fracos (pouco cimento) apresentam superfícies pouco coesas, fato
que poderá ser verificado ao esfregar-se a mão sobre o reboco,
constatando-se a existência de partículas soltas (grãos de areia). Neste caso,
recomenda-se aplicar uma demão de Fundo Preparador de Paredes. Este
produto aumentas a coesão da superfície, fixando as partículas soltas.
Pintura sobre madeira.
Na primeira pintura sobre madeira recomenda-se:
Lixar para eliminar as farpas.
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Aplicar uma demão de Fundo Branco Fosco, com diluição de até 30% de
Diluente, dependendo da absorção da superfície.
Corrigir as imperfeições com Massa a Óleo.
Após a secagem, lixar novamente, eliminar o pó e aplicar o acabamento.
Na repintura sobre madeira o procedimento é semelhante ao da primeira
pintura, dispensando-se a aplicação do Fundo Branco Fosco.
Para o envernizamento da madeira é suficiente lixar a superfície. Em
superfícies internas recomenda-se aplicar uma demão de Selador para
Madeira.
Pintura sobre ferro.
Na primeira pintura sobre ferro recomenda-se:
Superfícies nova, sem indício de ferrugem: aplicar uma demão de Fundo
Óxido de Ferro e dar o acabamento.
Superfícies enferrujadas:
Remover totalmente a ferrugem, usando lixa ou escova de aço.
Aplicar uma demão de Zarcão e dar o acabamento.
Na repintura, elimina-se a ferrugem e aplica-se Zarcão apenas nas partes em
que a superfície metálica ficou exposta. Após a secagem, lixar levemente
para nivelar e aplicar o acabamento.
Recomendações Gerais.
Antes de pintar qualquer superfície, certifique-se de que ela esteja
preparada de acordo com as recomendações dadas e que a tinta
escolhida seja apropriada ao tipo de superfície.
Nunca aplique massa corrida em superfícies externas. Use sempre Massa
Acrílica nestas superfícies.
Nunca utilize o cal como fundo de pintura, nem aplique tinta diretamente
sobre paredes caiadas. Antes, deve-se raspar/escovar toda superfície,
eliminando-se o cal tanto quanto possível. Depois, recomenda-se aplicar
uma demão de Fundo Preparador de Paredes diluído com Diluente na
proporção 1:1.
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Em superfícies externas utiliza sempre verniz ou esmalte brilhante. Estes
produtos são mais resistentes do que os foscos.
Não utilize Massa Corrida diluída com água, aplicando-a com rolo, como se
fosse uma tinta de fundo.
Pinturas em superfícies externas devem ser evitadas em dias chuvosos ou
quando houver condensação de vapor de água na superfície pintada. Ou
ainda quando da ocorrência de ventos fortes, que possam transportar
poeira ou partículas em suspensão no ar.
Como prevenir ou corrigir defeitos em Pintura
Aqui falamos os problemas mais comuns em pinturas na construção civil,
indicando como identificar, prevenir ou corrigir tais problemas.
Eflorescência
São manchas esbranquiçadas que surgem na superfície pintada. Isto
acontece quando a tinta foi aplicada sobre reboco úmido. A secagem do
reboco dá-se pela eliminação de água sob forma de vapor, que arrasta o
hidróxido de cálcio do interior para a superfície pintada, onde deposita,
causando a mancha.
A eflorescência pode acontecer também em superfície de cimento –
Amianto, concreto, tijolo, etc. Para evitar esse inconveniente, basta que se
tenha o cuidado de aguardar a secagem da superfície antes de aplicar a
tinta. Para corrigir a eflorescência deve-se aguardar a secagem da
superfície, eliminar eventuais infiltrações, aplicar uma demão de Fundo
Preparador de Paredes diluído com diluente na proporção de 1:1 e repintar.
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Desagregamento
Caracteriza-se pela destruição da pintura, que se esfarela, destacando-se
da superfície, juntamente com partes do reboco. Este problema ocorre
quando a tinta foi aplicada antes que o reboco estivesse curado. Portanto,
antes de pintar um reboco novo, deve-se aguardar cerca de 30 dias para
que o mesmo esteja curado. Para corrigir o desagregamento deve-se raspar
as partes soltas; corrigir as imperfeições profundas com reboco; aplicar uma
demão de Fundo Preparador de Paredes diluído com Diluente na proporção
de 1:1 e repintar.
Saponificação
Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada
(freqüentemente provoca descascamento ou destruição da tinta PVA) ou
pelo retardamento indefinido da secagem de tintas à base de resinas
alquídicas (esmaltes e tinta óleo). Neste caso, a superfície apresenta-se
sempre pegajosa, podendo até escorrer óleo.
A saponificação é causada pela alcalinidade natural do cal e do cimento
que compõem o reboco. Essa alcalinidade, na presença de certo grau de
umidade, reage com a acidez característica de alguns tipos de resina,
acarretando a saponificação. Para evitar esse problema, salientamos: antes
de pintar o reboco, aguarde até mesmo que esteja seco e curado, o que
demora cerca de 30 dias. Para corrigir a saponificação em tintas látex
recomenda-se raspar, escovar ou lixar a superfície, eliminando as partes
soltas ou mal aderidas. Isto feito, aplica-se uma demão de Fundo Preparador
de Paredes, diluído com Diluente na proporção 1:1. Em seguida, repintar.
A correção da saponificação em pintura em esmalte sintético e tinta a óleo
é feita removendo totalmente a tinta mediante lavagem com solventes,
raspando e lixando. Ás vezes, pela dificuldade em remover esse tipo de tinta,
costuma-se aquecer a pintura com um maçarico até que esta estoure,
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raspando-se em seguida, ainda quente ( este procedimento somente é
aconselhável quando executado por profissionais experientes ). Em seguida,
aplicar duas demãos de Fundo Preparador de Paredes, diluído com Diluente
na proporção 1:1, e repintar.
Extração de Solúveis
Tais manchas ocorrem quando se trata de pingos isolados, em paredes
recém-pintadas. Os pingos isolados, ao molhar a pintura, trazem à superfície
os materiais solúveis da tinta, surgindo as manchas. Entretanto, se cair
realmente uma chuva e não apenas pingos isolados, não haverá manchas.
Para eliminá-las, basta lavar a superfície com água, sem esfregar.
Descascamento
O descascamento da tinta pode acontecer quando a pintura for executada
sobre caiação, sem que se tenha preparado a superfície. A aderência do
cal sobre a superfície não é boa, constituindo camada pulverulenta.
Portanto, qualquer tinta aplicada sobre caiação está sujeita a descascar-se
rapidamente. Para que isto não ocorra, antes de pintar sobre caiação
elimine as partes soltas ou mal aderidas, raspando ou escovando a
superfície. Depois, aplique uma demão de Fundo Preparador de Paredes
diluído com Diluente na proporção 1:1. O descascamento da tinta também
pode ocorrer quando, na primeira pintura sobre o reboco, a primeira demão
não foi bem diluída, ou havia excesso de poeira na superfície. Neste caso
quando se desejar aplicar a tinta diretamente sobre o reboco, a primeira
demão deve ser bem diluída (uma parte de água para cada parte de tinta).
Para corrigir o descascamento, recomenda-se raspar ou escovar a superfície
até a remoção total das partes soltas ou mal aderidas. Em seguida, deve-se
aplicar uma demão de Fundo Preparador de Paredes diluído com Diluente
na proporção 1:1, e repintar.
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Bolhas
Em paredes externas, geralmente são causadas pelo uso de Massa Corrida
PVA, produto indicado apenas para superfícies internas. Neste caso, a Massa
Corrida deve ser removida, aplicando-se em seguida uma demão de Fundo
Preparador de Paredes, diluído com Diluente na proporção 1:1. Depois,
corrigir as imperfeições com Massa Acrílica e repintar.
Em paredes internas, podem ocorrer quando, após o lixamento da Massa
Corrida, a poeira não foi eliminada ou quando a tinta não foi devidamente
diluída. O uso de Massa Corrida muito fraca ( com pouca resina ) também
pode provocar bolhas. A correção deve ser feita com a remoção (
raspagem ) das partes afetadas. Isto feito, recomenda-se aplicar uma
demão de Fundo Preparador de Paredes, diluído com Diluente, corrigir as
imperfeições com Massa Corrida e repintar.
Mais um caso de formação de bolhas acontece quando a nova tinta
aplicada umedece a película de tinta anterior (de qualidade inferior),
causando sua dilatação. Para corrigir, recomenda-se raspar as partes
afetadas, aplicar uma demão de Fundo Preparador de Paredes diluído com
Diluente na proporção 1:1, retocar a superfície com Massa Acrílica (reboco
externo) ou Massa Corrida (reboco interno) e repintar.
Manchas Amarelas (tetos e paredes)
Podem ser provocadas por gordura, óleo ou fumaça de cigarro. Antes de
repintar ambientes atacados por tais manchas, recomenda-se lavar a
superfície com uma solução de água com 10% de amoníaco ou com
detergente à base dessa substância. Este procedimento, quando desejado,
pode ser substituído pela aplicação de uma demão de Fundo Preparador
de Paredes diluído com Diluente na proporção 1:1.
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Defeitos em pintura sobre madeira
1. Manchas e Retardamento na secagem: Podem ocorrer quando a
repintura foi feita sobre madeira com resíduos de soda cáustica, que
foi utilizada na remoção da pintura anterior.
Para prevenir este problema, antes de repintar, deve-se eliminar por
completo qualquer resíduo de soda cáustica (ou semelhante),
lavando-se a superfície com bastante água. Aguarde a secagem e
repinte. Se o problema já existir, remova a pintura e siga as mesmas
instruções dadas.
2. Os defeitos em questão também podem ser causados pela migração
de ácidos orgânicos ou resinas naturais, características de certos tipos
de madeira. Por serem raros e de difícil solução, recomendamos
consultar sobre cada caso específico com uma Indústria de Tintas.
3. Trincas e má aderência: Geralmente ocorrem quando se utiliza Massa
Corrida PVA para corrigir imperfeições da madeira, principalmente em
portas. Tais imperfeições devem ser corrigidas com Massa a Óleo.
Para correção, remova a Massa Corrida e aplique uma demão de
Branco Fosco diluído com até 30% de Diluente . Depois, corrija as
imperfeições com Massa a Óleo, lixe, elimine o pó e pinte novamente.
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