www.elementos.com.br due diligence seleção de aerogeradores inspeções de fábricas engenharia do proprietário projetos solares entre outros 02 de fevereiro de 2015 – Segunda-Feira - # 1.480 2 1 ‘Ônibus cheio ladeira acima’: Especialista explica a fragilidade do sistema energético Simone Kafruni e Paulo Silva Pinto – EM Digital – 01/02/2015 Análise indica a urgência do racionamento de energia no país d e n o v e m b r o d e Energia eólica deveria suprir demanda excedente, mas, assim como as hidrelétricas, depende das condições climáticas 2 0 1 4 O setor elétrico brasileiro está no fio da navalha. A demanda está batendo no limite da capacidade real de geração de energia. Tanto que, por dois dias consecutivos, após o apagão de 19 de janeiro, o país precisou importar energia – da Argentina para atender o consumo. O sistema energético do país não está em condições de garantir o suprimento, sobretudo no horário de pico, que já superou todos os recordes este ano. A falta de chuvas agrava o S problema, porque mantém os reservatórios em níveis críticos num país que depende 70% da geração hidrelétrica. e Mas a falta de planejamento e os escorregões do governo, que interveio de forma desastrosa no setor, contribuíram x para a crise energética. t Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), levantados pelo economista e colaborador do Instituto a Nacional de Energia Elétrica (INEE) Péricles Pinheiro, apontam que a geração de energia hidrelétrica aumentou11.446 megawatts médios (MWmed) entre 2001 e 2014, enquanto a geração termelétrica foi elevada em 11.888 F MWmed, o que resultou em 23.334 MWmed a mais em 13 anos. O problema é que a carga aumentou 23.728 e MWmed no mesmo período. Essa diferença de quase 400 MWmed, hoje, é suprida pela geração eólica, que i depende das condições climáticas. "Como o país está no limite porque as hidrelétricas estão gerando menos, com os reservatórios em níveis r a 1/6 – # críticos, quando o vento está fraco, é preciso tirar energia de algum lugar para manter o sistema operando na ponta", explica o especialista. Isso não quer dizer que o país não tenha capacidade instalada. Contudo, significa que o que realmente está sendo gerado, diariamente, se torna insuficiente diante de uma demanda crescente, sobretudo, em horários de pico. "Se você tem um ônibus com capacidade para 50 passageiros, mas ele não consegue subir uma ladeira carregando todo mundo, a potência dele não é para 50 pessoas, porque muita gente vai ter que descer para ele cumprir o itinerário", compara Pinheiro. Na analogia, a ladeira é o horário de pico. "Foi o que ocorreu no dia do apagão. O ONS mandou desligar usinas para não comprometer o sistema porque a energia não foi suficiente", acrescenta. Além dos reservatórios quase vazios, sem vazão para dar potência à energia gerada, da capacidade instalada de usinas térmicas do país, de 22 mil MWmed, apenas 16 mil MWmed estão, de fato, entrando no Sistema Interligado Nacional (SIN). "As térmicas precisam de paradas para manutenção porque foram criadas para operar de forma emergencial e estão ligadas a todo vapor. Mas o ONS já deu ordem para que nenhuma pare para manutenção. Isso vai gerar desgaste nos equipamentos. Daqui a pouco elas vão começar a falhar e, aí, o problema será muito maior ", alerta o colaborador do INEE. Pinheiro ressalta que todas as variáveis do sistema elétrico estão em condições piores do que em 2001, ano do racionamento de energia. "Ou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso determinou o racionamento em 2001 sem necessidade ou o atual governo está tapando o sol com a peneira ao negar o risco", pontua. "Estamos em uma situação em que o racionamento de energia é cada vez mais provável. Vai depender das chuvas em fevereiro. Em janeiro, choveu metade do esperado. Em fevereiro, o ONS espera que chova pouco. Só se houver uma surpresa positiva, o racionamento poderá ser evitado", destaca o gerente da consultoria Safira Energia, Fábio Cuberos. Alívio A crise energética só não é maior porque a indústria, responsável por 40% do consumo de energia do país, está em recessão e vem diminuindo a produção. "Desde 2012, a demanda industrial por eletricidade está caindo, ao contrário dos setores residencial e comercial que aumentaram o consumo. Só no ano passado, caiu 4% ante um crescimento da ordem de 5% a 7% dos outros dois setores", afirma o presidente da Comerc Energia, Cristhoper Vlavianos. Em alguns casos, a redução no consumo da indústria foi bem drástica. Os setores têxtil, eletromecânico e de siderurgia puxaram as quedas na Comerc em -25,20%, -21,25% e -17,79%, respectivamente. Procurado sobre a carga estar quase no limite da geração de energia do país, o Ministério das Minas e Energia defende que a meta de expansão da geração para o ano de 2015 é de 6.400MW. "A expansão da geração foi maior que o crescimento da carga no período e foram aumentados os limites de transmissão entre as regiões. As condições de suprimento e abastecimento de energia elétrica são avaliadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que, na última reunião (de 7 de janeiro), constatou que há equilíbrio estrutural do sistema", diz, em nota. Fábrica amplia cadeia produtiva de energia eólica na Bahia A Tarde – 30/01/2015 Governador Rui Costa participou da inauguração da fábrica de torres eólicas em Jacobina. Foto: Mateus Pereira. A inauguração da fábrica da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), nesta sexta-feira, 30, em Jacobina, no centro-norte do estado, distante 330 quilômetros de Salvador, fábrica de torres metálicas para aerogeradores consolida 2/6 a Bahia na posição de mercado gerador e produtor de equipamentos para parques de energia eólica. Inaugurada com a presença do governador Rui Costa, a unidade contou com o investimento de 30 milhões de euros, com capacidade para produzir, por ano, 200 torres de aço destinadas a aerogeradores, gerando 850 empregos diretos e indiretos. No total, sete fábricas de componentes para o setor já operam no estado. "É um investimento muito importante para Jacobina e para a Bahia", ressaltou Rui Costa. "Deus nos presenteou com ventos de melhores perfis e volume do país e isso propicia que o estado receba muitos projetos no setor de energia eólica, a exemplo de fábricas como essa", disse. A planta da TEN fica na Serra do Tombador, próximo aos parques eólicos instalados na região, e recebeu investimentos por meio de uma joint venture - união de empresas - entre o grupo francês Alstom e a construtora Andrade Gutierrez, instalado em uma área de 140 mil metros quadrados, às margens da BR-324. A fábrica de Jacobina é a terceira unidade eólica da Alstom na América Latina. As outras duas estão instaladas em Camaçari (BA) e Canoas (RS). A primeira é responsável pela fabricação de naceles, a estrutura do aerogerador que comporta os motores. A unidade gaúcha produz torres e é responsável por atender o mercado do sul do Brasil e de países vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai. Foto: Elói Corrêa Foto: Elói Corrêa Educação Durante a solenidade de inauguração da planta, Rui Costa anunciou que fará parcerias com a TEN destinada a projetos para investimentos no pacto pela educação com o propósito de melhorar o ensino em escolas e cursos profissionalizantes da rede estadual, formando mão de obra para a indústria. "Vamos estimular as empresas que investem na cadeia da energia eólica para entrar no pacto pela educação adotando escolas e direcionando cursos técnicos profissionalizantes da rede estadual para fornecer mão de obra qualificada para essa indústria, inclusive garantindo o primeiro estágio dos estudantes", afirmou Rui. 3/6 Rui também disse que trabalha para tornar mais rápidos os licenciamentos de projetos eólicos. "Vamos conversar com o governo federal para priorizar os novos leilões de linhas de alta tensão aqui no estado para garantir as linhas necessárias para a transmissão da energia gerada nas torres", explicou. Investimentos Além da Alstom, que possui uma fábrica de aerogeradores em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), estão em operação na Bahia as espanholas Gamesa (caixa de rotor) e Acciona (cubos eólicos), indústrias brasileiras Tecsis (pás e aerogeradores) e Torrebras, que recentemente anunciou a ampliação de 200 para 300 torres eólicas/ano na unidade baiana, representando R$ 47,5 milhões e 125 novos empregos. A Bahia é o único estado brasileiro a ter mais de 4 GW contratados distribuídos em 165 empreendimentos e a expectativa para 2015 é que o estado supere a marca de 1 GW em operação. O vento será a maior fonte de eletricidade da matriz energética baiana até o ano de 2020, caso os projetos de energia eólica contratados este ano se equiparem aos de hidrelétricas em funcionamento. Com investimentos de R$ 3,4 bilhões, a Bahia concentra a maior parte dos parques de energia eólica e solar a serem instalados no país, a partir deste ano, com previsão de entrar em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do penúltimo leilão de energia, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no final de outubro de 2014. Dos 62 projetos vencedores, 30 serão instalados em solo baiano (14 solares e 16 eólicos). Juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW. Deus fez a parte dele, agora é com o governo Bárbara Rubim* – Folha de S.Paulo – 30/01/2015 Dois grandes fantasmas rondam o governo federal em razão da lembrança da crise elétrica de 2001: o de novos apagões e o do racionamento do consumo. Com a queda do fornecimento de eletricidade que atingiu dez Estados e o Distrito Federal na semana passada, o primeiro espectro virou realidade. A dúvida é saber até quando o governo negará a necessidade do segundo. A crise elétrica enfrentada hoje não deveria surpreender mais do que a apática resposta do governo. Os reservatórios das hidrelétricas, principais fornecedoras de eletricidade ao país, estão baixos em relação a seus níveis médios desde 2012. Esse fato deveria ter servido de alerta para que o governo incentivasse a redução do consumo de energia e iniciasse uma busca por outras soluções de gestão, para além do acionamento das termelétricas. Diversificação e descentralização de sua matriz, investindo mais em fontes renováveis, são medidas que já deveriam ter sido adotadas. Elas teriam permitido, por exemplo, minimizar os riscos de um apagão, pois a produção de energia mais próxima aos centros consumidores reduziria os problemas com o transporte de energia do Norte e Nordeste até o Sudeste do país. Além disso, o pico de produção de eletricidade dessas fontes, sobretudo a solar, coincide com o atual pico de consumo de energia, entre 12h e 15h, equalizando o consumo e a oferta. O governo, no entanto, seguiu cego e surdo às críticas e à realidade da escassez de recursos hídricos. Mas quem está no comando do país não pode se valer da ignorância ou balizar suas ações na fé de que, por ser brasileiro, Deus vai ajudar a encher os reservatórios. O governo precisa assumir sua responsabilidade, estimulando a redução do consumo de eletricidade para poupar os reservatórios. Também pode alternar os horários de funcionamento de algumas indústrias e adotar medidas de eficiência energética, como a troca de equipamentos por tecnologia mais moderna. Na prática, o controle do consumo já existe. Ele tem sido mascarado na forma de aumentos constantes na conta de luz que obrigam o cidadão a reduzir seu consumo. Essa política, porém, não é eficaz e acaba punindo, como sempre, o consumidor com menor poder aquisitivo. Após uma série frustrada de medidas e declarações –da redução da tarifa de eletricidade em 2012 ao uso indiscriminado de térmicas para maquiar a crise–, o governo poderia mostrar que aprendeu com o passado e que, desta vez, a gestão da crise do setor elétrico será acompanhada de investimentos em outras fontes de energias renováveis. Energia eólica e biomassa têm as condições de substituir as térmicas na regulação dos reservatórios das hidrelétricas e a fonte solar é a solução perfeita para atender aos picos de demanda de verão, que se tornarão cada 4/6 vez maiores. É disso que o setor precisa. Até porque, ao nos abençoar com tanto vento e luz solar, Deus já fez a sua parte. * Bárbara Rubim, 25, coordenadora de campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil Caem subsídios para combustíveis fósseis e renováveis registram aumento InfoMoney / Bloomberg – 30/01/2015 Com o custo global do petróleo reduzido em mais da metade, Fatih Birol disse que a AIE descartou uma projeção segundo a qual os subsídios atingiriam US$ 660 bilhões em 2020. Países como México, Alemanha e Malásia estão aproveitando cada vez mais o petróleo barato para reduzir os subsídios ao combustível fóssil. Abrem caminho, assim, para o uso de energias renováveis que podem ajudar o meio ambiente, segundo o economista-chefe da Agência Internacional de Energia. Com o custo global do petróleo reduzido em mais da metade, Fatih Birol disse que a AIE descartou uma projeção segundo a qual os subsídios atingiriam US$ 660 bilhões até 2020. Segundo o relatório mais recente do grupo, as produtoras de combustíveis receberam US$ 548 bilhões em 2013, o que representa um declínio de US$ 26,5 bilhões, primeira queda em quatro anos. Pelos menos 27 países estão diminuindo ou eliminando subsídios que mantêm baixos os custos dos combustíveis usados para gerar eletricidade, incluindo carvão e gás natural, informou a AIE em novembro. Isso está dando impulso aos esforços globais para limitar a emissão de gases de efeito estufa por meio do aumento do uso de energia limpa. Na ausência de subsídios, todas as principais tecnologias de energia renovável seriam competitivas com as plantas momvidas a petróleo”, disse Birol. Considerando que os preços da gasolina estão muitas vezes ligados ao petróleo, os preços mais baixos do petróleo estão possibilitando, até mesmo em países produtores como Irã, Angola e Indonésia, que os políticos reduzam os pagamentos e ao mesmo tempo controlem a indignação dos consumidores, segundo Birol. Eventualmente, isso poderia ajudar a levar os custos da energia renovável, o que inclui energia solar e eólica, a um nível de paridade com os combustíveis fósseis. “As reformas de preços em países exportadores de energia são um assunto particularmente delicado”, disse Birol por e-mail em resposta às perguntas. “As pessoas muitas vezes se sentem no direito de se beneficiarem diretamente na riqueza proveniente dos recusos de seus país”. Os subsídios às energias renováveis subiram US$ 11 bilhões, atingindo um recorde de US$ 96,5 bilhões em 2013, mesmo ano em que se viu os subsídios ao combustível fóssil caírem pela primeira vez em quatro anos, segundo a AIE. A mudança está causando reflexos em todo o setor. Os paíseses exportadores de petróleo e gás enfrentam uma queda na renda e buracos no orçamento, enquanto os países consumidores contam com um dinheiro extra para investir em um crescimento econômico mais limpo. A Oil Change International, uma entidade com sede em Washington que defente um uso menor de combustíveis fósseis estima que existam “pelo menos US$ 750 bilhões, talvez US$ 1 trilhão” em subsídios anuais ao combustível fóssil, disse Stephen Kretzmann, diretor executivo da organização, citando cálculos baseados em dados da AIE, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e nacionais. Contudo, alguns governos deverão canalizar dinheiro para a produção doméstica como uma forma de proteger os empregos, disse Konstantinos Chalvatzis, professor de Negócios e Mudança Climática da Universidade de East Amglia, na Inglaterra. Ele estima que o Reino Unido cortará impostos das empresas que exploram o Mar do Norte e que estão soferndo “em grande escala”. “As empresas realizarão investimetnos em combustíveis renováveis mesmo que o petróleo esteja barato”, disse Chalvatzis por telefone. “E uma vez que o preço do petróleo subir, o argumento empresarial a favor das renováveis se tornará ainda melhor”. 5/6 Do Leitor Recebemos e-mail do leitor Hugo Leonardo Melo da Silva, comentando sobre a notícia veiculada na última sextafeira, dia 30 de janeiro: Gamesa e WEG ocupam espaço deixado pela Impsa “Gostaria de fazer algumas correções sobre a noticia da IMPSA que está no Diário dos Ventos neste dia. A IMPSA demitiu os funcionários no dia 04/12/2014 e não os funcionários que entraram como processo de Rescisão Indireta. Até agora a IMPSA não pagou as obrigações com a Rescisão, também não pagou o salário de Novembro, Décimo Terceiro, Férias e Aviso prévio. Sou um dos ex-funcionários da IMPSA demitido neste dia. O sindicato está equivocado sobre as informações, onde já foram feitas todas as homologações. Mais 50 funcionário foram demitidos nesta quarta-feira. Hugo Leonardo Melo da Silva “Gostaria de relatar que, ao acessar a manchete "TURBINA EÓLICA EM FORMATO DE ÁRVORE TRANSFORMA VENTOS FRACOS EM ENERGIA" que veio no Diário de hoje, o link me levou ao arquivo PDF de ontem. No mais, gostaria de agradecer-lhes pelo excelente trabalho de informação que vem fazendo, impulsionando sobremaneira todos os envolvidos com a produção de energia eólica ou aqueles apenas interessados. Parabéns e continuem, por favor, com este belo trabalho”. Prof. Axel Dihlmann - UFSC 6/6