Linha de tendência da pesquisa
Com a de ontem já são cinco as pesquisas realizadas pelo Instituto Souza
Lopes e publicadas pelo Correio, numa série de estudos amostrais que
permitem traçar alguns cenários que podem se materializar na realidade,
ou não, afinal, política não é uma ciência exata e a opinião das pessoas
não segue logaritmos definidos em equações. Os números absolutos da
pesquisa são uma tentativa de simplificação jornalística, da complexa
relação entre realidade passada, probabilidade estatística, linha de
tendência e futuro provável. Mas o marketing político cuida de mastigar
tudo isso e anunciar quem está na frente, como se fosse esse um
indicativo de vitória certa e consumada. Aqui cuidaremos de avaliar não
quem está com mais pontos percentuais, nem quem vai ganhar a eleição,
pois tal informação deverá estar acessível apenas após apurados os
votos, algo que deve acontecer por volta das 20h do dia 5 de Outubro. A
pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba sob o
número PB-0030/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o
número BR-00689/2014.
Tratando de desmistificar o estudo amostral, arrancando-o da condição
de carta astrológica para a previsão do futuro, vamos usá-lo como
padrão para análise do possível cenário atual da atípica campanha
política que se desenrola na Paraíba este ano.
Antes que a militância Ricardista e Cassista se anime, é bom esclarecer
que as análises decorrentes dos números da pesquisa estão todas
erradas, afinal a essência de um estudo amostral é a certeza de que ele
não refletirá a realidade 100%.
Em abril o Correio trouxe a sua primeira amostra de intenção de voto
para governador. Nela Cássio tinha 42,9% e Ricardo 27,4%, a diferença
entre os dois era de 15,5 pontos percentuais.
Maio
Antes das festividades juninas, a segunda pesquisa trouxe Cássio com
45,9% e Ricardo com 26,6%. A diferença entre os líderes aumentou 3,8
pontos percentuais, batendo o teto de 19,3 pp.
Junho
Ainda nas comemorações festivas de São Pedro, o Instituo Souza Lopes
trouxe outro cenário para a disputa. Cassio oscilou negativamente para
43,8% e Ricardo também, chegando ao piso de 25,1%.
Julho
Na penúltima amostra divulgada em 25 de julho, Cássio foi a 45,5% e
Ricardo subiu para 29,9%. A diferença entre eles passou a ser de apenas
de 16,3 pontos, iniciando uma tendência de diminuição.
Setembro
Agora a diferença entre Cássio e Ricardo é de apenas 9,3 pontos
percentuais. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,5pp, a distância
estaria entre a mínima de 6,8pp e a máxima de 11,8pp.
Tendência
Considerando a série de cinco pesquisas com a mesma metodologia e
dentro dos mesmos parâmetros, é possível supor qual deve ser o
resultado a ser apurado nas urnas.
Estatística
Estabelecendo uma linha de tendência baseada em uma equação
logarítmica (y = -1950ln(x) + 20762 R² = 0,4772) é possível prever que
existem 95% de chances da diferença final ser entre 9 e 12pp.
Segundo turno
Considerando a linha de tendência da diferença entre Cássio e Ricardo,
pode-se prever a ocorrência de segundo turno, visto que a soma dos
demais candidatos e indecisos chega a 14,7%, portanto fora da margem
de erro da pesquisa, tornando o turno suplementar inevitável.
Sem simulação
O Instituto Souza Lopes seguiu o mesmo procedimento dos demais, não
realizando simulação de um possível segundo turno. A justiça eleitoral
paraibana exigiu que para fazer a simulação, todos os candidatos ao
cargo teriam que ser considerados, em 36 hipóteses diferentes.
Arquimedes de Castro - Jornalista
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Análise da pesquisa Souza Lopes – Off