XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
PROPOSTA DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO INTITULADO
“CIÊNCIA É VIDA”, VISANDO OFICINAS DE EXPERIMENTAÇÃO
INVESTIGATIVA NO ENSINO DA QUÍMCIA E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL A PARTIR DA DISCIPLINA DE ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
Juliana Lira Luna Freire Regueira1, Ignes Regina2, Suely Alves da Silva3
Introdução
O Estágio Supervisionado Obrigatório I (ESO I) visa aproximar o licenciando do que ele vai encontrar na sua vida
profissional, pois permite o reconhecimento e análise do ambiente onde irá atuar. No curso de licenciatura em química é
difícil para os docentes compreenderem como vão trabalhar toda a teoria aprendida nas escolas, quando estiverem
ensinando. O Estágio supervisionado busca proporcionar aos licenciandos uma vivência na interface entre teoria e
prática, pois promove uma interação constante entre o saber e o fazer. (Silva e Schnetzler, 2008)
A definição de estágio pode ser dada a partir do decreto nº 87.497, de 18 de agosto de 1982, que regulamenta a Lei
nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977: são as atividades de aprendizagem profissional, social e cultural realizadas pelos
estudantes através da participação em situações reais cotidianas do ambiente de trabalho, realizadas na comunidade
local ou junto a pessoas jurídicas de cunho público ou privado, sob a coordenação e responsabilidade da instituição de
ensino.
A vivência antecipada na escola busca formar um docente com experiência sobre como realmente funciona uma
escola, desde o espaço físico até os imprevistos ocorridos no dia-a-dia dos alunos. A análise do Plano Político
Pedagógico da escola (PPP) e a observação do campo de estágio culminou na diagnose, que mostra os problemas
detectados na escola, a partir da análise das observações feitas e dos dados coletados. A partir dessa diagnose, elaborouse um projeto de intervenção visando diminuir as lacunas encontradas na escola Lions de Parnamirim, além de
contribuir para a construção do conhecimento científico pelos alunos. Nosso projeto possui três vertentes principais, que
são a construção de uma horta / herbário, uma oficina de experimentação investigativa e uma oficina de produção de
detergente.
No presente trabalho será destacada a oficina de experimentação investigativa. O papel da experimentação no
ensino de química é tornar o conteúdo científico mais próximo do aluno, despertando a curiosidade dos mesmos para,
dessa forma, contribuir para a construção de um conhecimento científico de forma efetiva. A experimentação para
funcionar efetivamente quando trabalhada com os alunos precisa estar bem articulada e a metodologia de ensinoaprendizagem baseada na investigação tem a experimentação como peça fundamental. (Azevedo, 2004) Diante disso,
objetiva-se trabalhar a experimentação baseada na perspectiva investigativa, em que o aluno precisa elaborar hipóteses
para explicar as observações feitas nas atividades experimentais, testar essas hipóteses, registrar, socializar as respostas,
questionar, interferir, pensar e agir no processo de construção do seu conhecimento.
Material e métodos
Realizou-se o ESO I na escola Lions de Parnamirim em Dois Irmãos, circunvizinhança da UFRPE. As visitas ao
campo de estágio foram realizadas duas vezes na semana, no horário da aula, nas quartas-feiras das 14 às 16 h e nas
sextas das 16 h às 18h, além de visitas em outros horários aleatórios.
A. Diagnose
Para a elaboração da diagnose do campo de estágio foram observados os ambientes que compõem a escola, como o
pátio no horário do recreio e em horário de aulas, salas de aula com e sem aulas, a biblioteca improvisada, a secretaria, a
diretoria, a quadra externa e a interna. Foram observadas as relações professor-aluno, aluno-aluno e aluno-equipe
pedagógica em todos os momentos. O Plano Político Pedagógico da escola foi analisado e estudado detalhadamente no
início do estágio, pois se fez necessário entender teoricamente como funciona a escola. Foram feitas diversas anotações
a respeito de nossas observações na escola Lions de Parnamirim, que a posteriori serviu para uma análise aprofundada
da teia de relações existentes e da relação desta com o presente perfil da escola.
¹Estudante do Curso de Licenciatura em Química do Departamento de Química, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom
Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
²Estudante do Curso de Licenciatura em Química do Departamento de Química, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom
Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900.
3
Professor Associado II do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n. Dois
Irmãos, Recife – PE. CEP: 52.171-900.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
B. Elaboração do Projeto de Intervenção
Diante da diagnose feita e dos problemas detectados na escola Lions de Parnamirim, foi criado um projeto de
intervenção visando preencher as lacunas observadas. Esse projeto será aplicado durante a disciplina de Estágio
supervisionado II (ESO II), no segundo semestre de 2013.
Resultados e Discussão
A. O que apontou a diagnose?
Os alunos da escola Lions de Parnamirim possuem uma dependência muito grande da equipe pedagógica da escola
para seguir na construção de seu conhecimento científico e formação como cidadão responsável. Diante disso,
escolhemos a grande área das ciências da natureza para criar um projeto que contribua para a formação desses jovens,
preenchendo as lacunas detectadas.
B. Elaboração do Projeto de Intervenção
Escolhida a área temática do projeto, Ciências da Natureza, pensamos em várias atividades que tivessem como
destaque a química e a educação ambiental . Pensou-se em iniciar uma mudança de atitude nos alunos, com o objetivo
de que eles se tornem cidadãos conscientes e ativos na sociedade, através do desenvolvimento de algumas habilidades
como criar, indagar, entender o que foi solicitado, ter subsídios para discutir sobre determinado assunto, compreender a
importância das ciências naturais para a vida cotidiana, socializar resultados, aprender em grupo, entre outras. Diante
disso, a criação de um laboratório improvisado de química na escola foi nosso primeiro objetivo. E utilizar a abordagem
de experimentação investigativa foi escolhida por ter se mostrado, na literatura e em resultados de pesquisas, como
eficiente na obtenção dos resultados aspirados por nós. Outra vertente de nosso projeto é a construção de uma
Horta/Herbário na escola, a fim de trabalhar a educação ambiental com os alunos. E, ainda, foi criada uma Terceira
vertente, que é a oficina de produção de detergente, que vai trabalhar a conscientização ambiental com os alunos. Todas
essas atividades serão realizadas conforme os alunos estejam sem outra atividade curricular no momento, como em aulas
vagas, por exemplo.
C. “Ciência é Vida”: Oficina de Experimentação Investigativa
A oficina de Experimentação Investigativa tem como principal objetivo aproximar os conteúdos científicos estudados
pelos alunos com a vida cotidiana deles, utilizando, para isso, a experimentação numa perspectiva investigativa de
construção do conhecimento. A utilização da experimentação na aprendizagem de conteúdos de química, e das ciências
da natureza no geral visa tornar o conteúdo científico mais próximo do aluno e despertar a curiosidade dos mesmos
para, dessa forma, contribuir para a construção de um conhecimento científico de forma efetiva. A tabela 1 traz alguns
experimentos que serão realizados.
Por fim, vamos falar um pouco das possibilidades e das vantagens de se utilizar oficinas e experimentação, visando
sempre a metodologia ao trabalharmos com experimentação e também relatar a importância da pesquisa na docência,
numa visão do professor pesquisador pensando na relevância da dinâmica dos estágios supervisionados.
Referências
Azevedo, M.C.P.S. Ensino por Investigação: Problematizando as Atividades em Sala de Aula. In: Carvalho, A.M.P.
Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2004.
Guiordan, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola. nº 10, novembro de 1999.
Guimarães, C. C. Experimentação no ensino de Química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem
significativa. Química Nova na escola. v. 31, nº 3, agosto de 2009
Silva, R. M.; Schnetzler, R. P. Concepções e ações de formadores de professores de Química sobre o estágio
supervisionado: propostas brasileiras e portuguesas. Química Nova, v. 31, n. 8, p. 2174-2183, 2008.
Freitas, J. C. R; De Freitas, J. J R.; Silva, L. P.; De Freitas, J. R.. Extração e separação cromatográfica de pigmentos
de pimentão vermelho: experimento didático com utilização de materiais alternativos. R. B. E. C. T., vol 5, núm 1,
jan./abr. 2012 Disponível em: <http://revistas.utfpr.edu.br/pg/index.php/rbect/article/view/859/792>
Tabela 1. Alguns experimentos investigativos que serão realizados na oficina de experimentação investigativa do projeto “Ciência é
Vida” da escolar Lions Parnamirin.
Experimento Investigativo
Série
Objetivos de Aprendizagem
Identificando o pH através do repolho
2º ano
Compreender o conceito de ácidos e bases através das variações de
roxo
pH do suco de repolho roxo frente a produtos utilizados no
cotidiano; compreender a importância desses conceitos na vivência
dos alunos.
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O que vai acontecer com os balões?
2º ano
Compreender a influência da concentração na velocidade das
reações químicas;
Relacionar a influência desse fator nas situações vivenciadas pelos
indivíduos; Reconhecer a importância desse conhecimento científico
para a vida real, na conservação de alimentos, por exemplo.
Determinação de álcool na gasolina
3º ano
Compreender o princípio físico que rege o comportamento
observado; Compreender conceitos de polaridade; Revisar as
funções orgânicas hidrocarbonetos e álcoois; Entender que pode
atuar de forma consciente na sociedade em que vive.
Endotérmico ou exotérmico?
2º ano
Reconhecer os processos endotérmicos e exotérmicos; Identificar os
processos endotérmicos e exotérmicos ocorrentes na vida cotidiana;
Reconhecer a necessidade de identificação desses processos para a
vivência cotidiana.
Construção de uma Tabela Periódica
1º ano
Identificar e reconhecer os elementos na tabela periódica; Saber
interpretar a tabela periódica; Compreender a importância do modo
como os elementos são divididos nos grupos e famílias; Identificar a
presença dos elementos na vida cotidiana.
A lâmpada vai acender?
1º ano
Identificar propriedades de substâncias covalentes e iônicas; Saber
diferenciar, através das propriedades, uma substância iônica de uma
covalente; Relacionar as propriedades dos compostos iônicos e
covalentes com fenômenos observados no cotidiano.
Açúcar ou carvão?
3º ano
Compreender a reação de desidratação; relacionar os aspectos
macroscópicos com as transformações a nível molecular.
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Trabalho