Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia de Alimentos Lab. de Engenharia Ecológica e Informática Aplicada UNICAMP Avaliação da Suatentabilidade do Álcool Etanol Combustível usando Análise Emergética e Análise de Ciclo de Vida Consuelo L. Fernandez Pereira Enrique Ortega LEIA Etanol Combustível Renovável Em 2005 a participação do álcool foi de 16% (Ministério das Minas e Energia ) Na safra 2004/05 foram colhidas 380 milhões de toneladas de cana; 15,2 bilhões de litros de álcool; 12,8 bilhões (84%) destinado ao mercado interno Cana no Estado de São Paulo: É o principal produto agrícola do estado; 36% do valor da produção agrícola do estado; Na safra 2004 produziu 254 milhões de toneladas (66%) ; 3,6 milhões de hectares; Objetivo do Trabalho Avaliar a sustentabilidade de cadeida produtiva agrícolas utilizando as metodologias de Analise Emergética combinada com Estudo de Ciclo de Vida Análise Emergética Emergia é a soma de toda energia incorporada s rso cu rais e R tu Na Processos Naturais Sol Pc direta ou indiretamente na Pc M&S Produto ou Serviço Processo R& Em produção de um recurso, seja ela na forma de energia ou matéria, trabalho humano ou da Natureza. Odum (1996) Análise Emergética Emergia M M Y = SEF + SEN+ SER N SS N V CR Sol Sol ranj Orange Produtos Lavoura Farm Transformidade é a emergia por unidade de energia, expressa em seJ/J Solar Joules Y = SJFTRF + SJNTRN+ SERTRR Joules Análise de Ciclo de Vida (ACV) ACV avalia todos os impactos associados à produção e ao uso de um produto, através da identificação, quantificação e avaliação de todos os recursos consumidos e de todas as emissões e dejetos liberados para o meio ambiente. Utiliza o conceito do Berço ao Túmulo ISO 14000 Conceito de Ciclo de Vida Indicadores da ACV Indicador Unidade Entradas Categorias de Impacto 1 – Consumo de Energia Consumo de combustível fóssil barril/ha e barril/kg de produto Consumo de energia elétrica kw/ha e kw/kg de produto biomassa kg/ha e kg/kg de produto 2 – Consumo de Recursos Naturais Consumo de água m3/ha e m3/kg de produto Consumo de fosfato kg/ha e kg/kg do produto m2/kg de produto 3- Uso do Solo Consumo de recursos Naturais Uso do Solo Saídas 4 – Emissões para o Ar Aquecimento Global CH4 kg/ha e kg/kg de produto CO2 kg/ha e kg/kg de produto NOX kg/ha e kg/kg de produto SO2 kg/ha e kg/kg de produto Eutrofização 5 - Emissões para Águas NO3 kg/ha e kg/kg de produto PO4 kg/ha e kg/kg de produto metais pesados g/kg de produto 6 - Resíduos Sólidos Acidificação kg/kg produto Toxidade Diagrama do Sistema Produtivo de Álcool Água s Tran M&S Solo p Água Chuva Materiais Serviços Vento Sol Lavoura Transp Cana extração do caldo Caldo Fabricação do Álcool ÁLCOOL Vinhaça Bagaço Geração de vapor e eletricidade EL Usina Outros subprodut os Dados da Cadeia avaliada Etapa Agrícola Características o N de cortes: 6 cortes Produção média: 80 ton /ha Manejo: convencional Dados Visita a campo Literatura Fertilização: tradicional e subprodutos Colheita: manual Transporte da cana Usina de álcool Distância média: 30 km Capacidade por viagem: 60 ton Capacidade: 8100 ton /dia Produção: 100% da cana para álcool Assim: 80 l de álcool/ton cana { 270 kg bagaço/ ton cana 35 kg de torta de filtro 10 l de vinhaça por l de álcool (ou 800 l por ton de cana) 450 m 3 de águas residuárias/h Entrevistas Fabricante caminhões e pneus Visita a Usina Fornecedores Entrevistas Literatura Distribuição Distribuição Etapas São Paulo 1 - Transporte até base primária Distância: 150 km Caminhão tanque Capacidade: 35 000 litros 2 - Transporte até Posto Distribuidor Distância: 100 km Caminhão tanque Capacidade: 26 000 litros 1 - Transporte até base primária Distância: 150 km Caminhão tanque Capacidade: 35 000 litros 2 - Transporte até base secundária Distância: 1 500 km Rodotrem Capacidade: 60 000 litros Mato Grosso Características Fontes: Literatura Entrevistas 3 - Transporte até Posto Distribuidor Distância: 100 km Caminhão tanque Capacidade: 26 000 litros ANT Fabricantes R M M 2,70x1011 N S 10 6,25x10 2,26x1011 M M 7,12x1010 1,99x1010 S 1,98x1010 S Transporte S 1,70x1010 7,33x1010 2,03x109 Canavial R 1,73x1010 Fabricação Transporte Álcool 3,32x1011 Cana-de-açúcar TR = 26.600 seJ/J EYR = 1,80 ELR = 1,68 %R = 37,3% Álcool - Usina Álcool – PD- SP TR = 47.500 seJ/J EYR = 1,62 ELR = 2,08 %R = 32,5% TR = 49.100 seJ/J EYR = 1,59 ELR = 2,18 %R = 31,4% R M N M 2,70x1011 S 6,25x1010 2,26x1011 Canavial R 1,73x1010 M M 7,12x1010 10 1,99x1010 S 9 2,03x10 Transporte S 7,33x10 Fabricação 10 8,57x10 Transporte 3,32x1011 Cana-de-açúcar TR = 26.600 seJ/J EYR = 1,80 ELR = 1,68 %R = 37,3% S 3,28x1010 Álcool - Usina Álcool – PD- MT TR = 47.500 seJ/J EYR = 1,62 ELR = 2,08 %R = 32,5% TR = 52.800 seJ/J EYR = 1,53 ELR = 2,42 %R = 29,3% Álcool Contribuições por tipo de Fluxo - Álcool Etílico Combustível - USINA 11 (1x10 seJ/l de álcool) 12 S M N R 10 8 6 4 2 0 Canavial Transporte Usina Totais Contribuições por etapa da cadeia Álcool Combustível - Usina Contribuições por etapa da cadeia Álcool Combustível - Posto Revendedor - SP TR 5,3% TR 2% Usina 15% Usina 14,6% 80,1% Canavial Contribuições por etapa da cadeia Álcool Combustível - Posto Revendedor - MT 83% Canavial Usina 16,6% Can TR 11,8% 74,6% Canavial 14 Contribuições das etapas da cadeia por tamanho da cadeia (1x1011 seJ/l álcool) Usina PD - SP PD - MT 12 10 8 6 4 2 0 Agrícola Transporte Processamento Totais Transformidade ► EMergia Total dividida pela energia do produto Transformidade dos Pordutos da Cadeia produtiva do Álcool Tr = Y/Energia 4 (1x10 seJ/J) É uma medida da eficiência do sistema 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 { 5,28 4,75 Transformidades 4,91 Diesel = 5,50 x 104seJ/J Gás N. = 4,80 x 104seJ/J 2,66 1,0 Carvão = 4,00 x 104seJ/J 0,0 Cana Usina PD SP PD MT Odum (1996) Renovabilidade - %R ► porcentagem da eMergia dos recursos renováveis Renovabilidade dos Pordutos da Cadeia produtiva do Álcool Combustível Indica o grau de 40% 30% %R = R/Y 37,3 % 32,5 % 20% 31,4 % 29,3 % sustentabilidad e Renovabilidade Diesel = 0% 10% Soja = 20% 0% Cana Usina PD SP PD MT Milho = 12-20% Agroecológico = 70% Razão de Rendimento EMergético - EYR ► EMergia total dividida pela eMergia dos insumos da economia 1,90 EYR = Y/F EYR dos Pordutos da Cadeia produtiva do Álcool Indica a eficiência no uso de bens adquiridos da economia 1,80 1,70 1,80 O ganho em energia 1,60 1,62 1,50 1,59 1,53 1,40 primária disponibilizada para a economia EYR 1,30 Soja = 1,3 Cana Usina PD SP PD MT Milho = 1,3 - 1,7 Agroecológico = 20 Taxa de Carga Ambiental - ELR ► Razão entre os recursos não renováveis e aqueles renováveis ELR =(N+F)/R ELR dos Pordutos da Cadeia produtiva do Álcool avalia a pressão 2,50 2,00 2,42 1,50 1,00 2,08 2,18 causada ao ecossistema pelo sistema produtivo em estudo 1,68 Impacto 0,50 ELR< 2 – baixo 0,00 2 < ELR < 10 - moderado Cana Usina PD SP PD MT ELR>10 - Intenso Razão de Intercâmbio de EMergia - EER ► Razão da eMergia recebida em relação à eMergia fornecida na troca EER =Y/[produção *preço*(emergia/U$)] EER Agricultor fornece 1,4 X mais eMergia do que recebe em pagamento Cana Usina Álcool PD SP 1,40 0,66 0,54 Usineiro recebe 1,6 X mais eMergia do que fornece PD MT 0,77 Outros Índices Empregos Fazenda 0,014 postos fixos/ha 0,061 postos temporários/ha Outros Índices 990 L/ tanque Índices - Consumos Uso de água 22 l água/ l de álcool 180 L/ 100 km 2 Uso da Terra 1,56 m /l álcool Perda de solo 1,86 kg de solo /l álcool 70 m2/ tanque 13 m2 / 100 km 84 kg de solo/ tanque 15 kg de solo / 100 km Outros Índices Emissões USINA PD - SP PD - MT CO2 (g CO2 / l álcool ) 400 470 700 (g CO2/ MJ) 17,74 20,82 30,91 Emissões Gasolina = 100 g CO2/MJ (Spila et al., 1992) Etanol de milho = 80 g CO2/ MJ (Ulgiati, 2001) Conclusões A Análise EMergética utilizando o conceito de Ciclo de Vida indica que no caso do álcool combustível a etapa agrícola é aquela que consome maior volume de recursos, tanto naturais como provenientes da economia; Portanto, a adoção de práticas de manejo mais sustentáveis pela etapa agrícola resultará em melhoria do desempenho ambiental do álcool combustível. Conclusões A transformidade obtida para o álcool é da mesma ordem de grandeza de transformidade dos combustíveis fósseis (40000 seJ/J); Ao uso de álcool combustível estão associados consumos significativos de recursos naturais, como por exemplo água, perda de solo e área necessária à produção de cana-de-açúcar, não contabilizados nas pesquisas energéticas, porém de grande impacto ambiental a nível local e regional. Conclusões A renovabilidade do álcool no momento de seu consumo depende da etapa de distribuição. Ao deixar a usina esta é de 37%, caindo progressivamente com o aumento das etapas de distribuição e com as distâncias a elas associadas. O uso do etanol como combustível não é sustentável a longo prazo devido a sua baixa renovabilidade e às externalidades associadas a sua produção. Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia de Alimentos UNICAMP Lab. de Engenharia Ecológica e Informática Aplicada Obrigada! [email protected] [email protected] LEIA