/ / A INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789) WikimediaCommons Foi um movimento de protesto contra as imposições e os abusos da Metrópole portuguesa sobre a colônia. A elite da Capitania de Minas Gerais, descontente com a cobrança de altos impostos planejou uma revolta na tentativa de libertar Minas Gerais de Portugal. Devido à intensa exploração do ouro as minas começaram a se esgotar a partir de 1760, mas o governo português continuou a cobrar altos impostos. Além do quinto, aquele imposto que cada explorador tinha que dar à Coroa 1/5 do ouro explorado, o novo governador da Capitania de Minas Gerais anunciou a derrama em 1788, a cobrança dos impostos atrasados. Alguns anos antes, em 1785, o governo português proibiu também a instalação de indústrias no Brasil. A política opressiva estava causando descontentamento à população da Capitania de Minas Gerais, a vida começava a ficar difícil, fazendeiros e donos de minas estavam endividados e o povo empobrecia. Alguns, influenciados pelas ideias de liberdade que ocorriam no mundo, começaram a se reunir em Vila Rica para planejar a revolta contra o domínio português. O grupo de conspiradores era formado por uma elite de Minas Gerais, os poetas,Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio José de Alvarenga Peixoto, os padres José de Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o alferes, Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, os fazendeiros, Domingos de Abreu e Joaquim Silvério dos Reis, entre outros ricos e intelectuais da época. Influenciados pelas ideias republicanas, pretendiam transformar Minas Gerais em uma república independente de Portugal. Chegaram a escolher a capital, São João Del Rey, e uma bandeira com a seguinte inscrição: Liberdade ainda que tardia. No entanto, essas ideias não consideravam a abolição da escravatura, pois quase todos precisavam dos escravos para suas minas e fazendas. Bandeira de Minas Gerais As reuniões aconteciam clandestinamente e a revolta ficou marcada para o dia da cobrança da derrama, em março de 1789. Porém, o fazendeiro Joaquim Silveiro dos Reis delatou a conspiração em troca do perdão de suas dívidas. Ao saber da rebelião o governador da Capitania de Minas Gerais comunicou as autoridades do Rio de Janeiro, suspendeu a derrama e começou a perseguição aos envolvidos. Várias pessoas foram presas, os conspiradores foram levados para o Rio de Janeiro para interrogatórios, muitos negavam a participação no movimento e outros delatavam seus companheiros. Foram presas e julgadas 34 pessoas ao todo. Onze foram condenadas à forca, mas apenas Tiradentes foi executado, pois assumiu a responsabilidade da inconfidência. Alguns tiveram suas penas transformadas em degredo, exílio forçado nas colônias da África, mas Tiradentes foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, em praça pública, no Rio de Janeiro. Após o enforcamento, Tiradentes foi esquartejado e seus membros espalhados por Vila Rica para servir como advertência a novas tentativas de rebelião. WikimediaCommons/Divulgação IBRAM Fonte: texto construído Museu da Inconfidência 2 Museu da Inconfidência, Minas Gerais Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda. Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/> Acesso em: 5 mar. 2013. RODRIGUES, José Wasth. Joaquim José da Silva Xavier. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro. O alferes Joaquim José da Silva Xavier com a farda correspondente 3