Classificação dos locais das
instalações eléctricas
Quando se concebe uma instalação
eléctrica devem avaliar-se as condições
ambientais dos vários locais, para que
a selecção dos equipamentos e das
canalizações seja a mais adequada.
Segundo as Regras Técnicas de
Instalações Eléctricas de Baixa Tensão
(RTIEBT) a classificação dos locais
depende de factores de influências
externas.
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Factores de influências externas
Estes factores são identificáveis mediante um código alfanumérico, constituído
por duas letras e um algarismo, cujo significado é conforme a tabela.
Codificação das influências externas
Elementos
constituintes
do código
Significado
de cada
elemento
1ª Letra do
código
Categoria
Geral
2ª Letra do
código
Natureza da
influência
Número
Classe
Categoria das influências
Ambiente
Utilização
Construção
de edifícios
A
B
C
A até S
(17 naturezas)
A até E
(5 naturezas)
AeB
(2 naturezas)
1a8
1a5
2e4
Exemplos:
AA4
A - Categoria geral: Ambiente
A - Natureza da influência: Temperatura ambiente (ver tabela seguinte)
4 - Classe: Temperado (-5ºC a + 40ºC) (ver quadro 51A(AA) das RTIEBT – Parte 5 / Secção 51)
BE2
B – Categoria geral: Utilização
E – Natureza da influência: Natureza dos produtos tratados ou armazenados (ver tabela seguinte)
2 – Classe: Riscos de incêndio (ver quadro 51A(BE) das RTIEBT – Parte 5 / Secção 51)
CA1
C – Categoria geral: Construção de edifícios
A – Natureza da influência: Materiais de construção (ver tabela seguinte)
1 – Classe: Não combustíveis (ver quadro 51A(CA) das RTIEBT – Parte 5 / Secção 51)
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Resumo dos factores de influência externa
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Escolha do tipo de
equipamento
eléctrico a utilizar
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As características dos invólucros dos equipamentos eléctricos em relação
às influências externas são definidas a partir de códigos:
IP XX
IK XX
O código IP é definido por dois dígitos: o primeiro indica o grau de protecção
contra a penetração de corpos sólidos – AE (variável de 0 a 6); o segundo
indica o grau de protecção contra a penetração de líquidos – AD (variável de 0
a 8)
Quadros 51A(AE) e 51A(AD) das RTIEBT – Parte 5 / Secção 51
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O código IK é definido por um digito indicando o grau de protecção contra
acções mecânicas (impactos) – AG (variável de 00 a 10)
Códigos
Classe de influências externas Graus de protecção
AG1
Fracos
IK02
AG2
Médios
IK07
AG3
Fortes
IK08 a IK10
Quadro 51A(AG)das RTIEBT – Parte 5 / Secção 51
Exemplo:
Características de invólucros (graus e protecção mínimos) em locais de
habitação para os conjuntos de aparelhagem (quadros eléctricos):
IP20
Grau de protecção contra a presença de corpos sólidos
estranhos pequenos ≤ 2,5mm e o grau de protecção contra a
presença de água é desprezável.
IK02
Grau de protecção contra impactos: Fraco
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Escolha do tipo de
canalização eléctrica
Canalizações eléctricas são os conjuntos constituídos por um ou mais
condutores eléctricos e pelos elementos que garantem a sua fixação
e, em regra, a sua protecção mecânica (por exemplo tubos).
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Tipos de canalizações
Parte 5 – Secção 521 das RTIEBT
A selecção do modo de instalação das canalizações eléctricas, no que se
refere a condutores e aos cabos deve ter em conta a natureza do local a
natureza das paredes e dos outros elementos de construção que as
suportam (ocos da construção, caleiras, enterradas, embebidas, à vista,
linhas aéreas, imersas) e a protecção contra as influências externas.
-Condutores nus sobre isoladores
-Condutores isolados:
em condutas circulares (tubos)
em calhas
em condutas não circulares
sobre isoladores
-Cabos monocondutores ou multicondutores:
sem fixação (nos cabos multicondutores)
com fixação directa
em condutas circulares (tubos)
em calha
em condutas não circulares
em caminhos de cabos, escadas e consolas
auto-suportados
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Suponhamos que escolhíamos uma “canalização embebida constituída
por condutores isolados (H07V-U ) em condutas circulares (tubos VD)”.
Condutor H07V-U 1X1,5.
Tubo rígido VD
Correntes admissíveis nos condutores
A vida útil dos condutores e do seu isolamento dependerá do esforço térmico que
vierem a suportar, isto é, do aquecimento provocado pela passagem de corrente de
serviço (IB) (≤ 70ºC para o policloreto de vinilo – PVC e ≤ 90ºC para o polietileno
reticulado – XPLE ou o etileno - propileno – EPR).
Segundo o Quadro 52H (Parte 5 / Secção 52) das RTIEBT a instalação de
“condutores isolados em condutas circulares (tubos) embebidas em
elementos da construção termicamente isolantes” remete-nos para o método
de referência A do Quadro 52-C1 (Parte 5 / Anexos) que nos indica as correntes
admissíveis para os condutores de 1,5 mm2 que é de 14,5 A.
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Designação simbólica de condutores e cabos isolados até 450/750 V, segundo o HD 361.
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- U 1 X 1,5
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Exemplos de designação de condutores e cabos
Resumo da norma CENELEC HD 308 S2
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Designação dos tubos
(condutas circulares)
segundo a Norma NP-1070
VD 16mm
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Condutas circulares (tubos)
Na tabela seguinte mostram-se os tipos de condutas
circulares mais usadas e os respectivos índices de
protecção contra as acções mecânicas.
Natureza do material
PVC
Policloreto de vinilo
Designação
IK
VD
IK07
VRFE
VRM
PE
Polietileno
Metálicos
ERE
IK08
ERM
IK10
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Exercício de aplicação
Com um circuito independente do quadro eléctrico, pretendemos
alimentar com condutor H07V-U enfiado em tubo VD embebido na
parede, uma máquina de lavar roupa com uma potência aparente (S)
de 3,3 KVA.
a) Determine a corrente de serviço (IB).
b) Verifique se a secção mínima do condutor para o circuito de tomadas
(2,5 mm2) é suficiente.
c) Determine a queda de tensão na linha, sabendo que o comprimento do
condutor de cobre que alimenta a máquina é de 10 metros.
d) Prove que a queda de tensão determinada na alínea anterior está
dentro da queda de tensão admitida pelo Regulamento.
Notas:
A resistividade do cobre é de 0.0225 Ω.mm2/m
A queda de tensão máxima admissível nos circuitos de tomadas e/ou força
motriz é de ∆U = 5%
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a) S = U x I → I = S / U → I = 3300 / 230 → I = 14,3 A
b) O condutor H07V-U de 2,5 mm2 admite uma corrente (IZ) de 19,5 A (*), logo é
suficiente (Iz > IB)
c) R = (ρ x l) / s → R = (0.0225 x 10) / 2,5 → R = 0,09 Ω
U = R x I → U = 0,09 x 14,3 → U = 1,3 V
d) A queda de tensão máxima admissível nos circuitos de tomadas e/ou força motriz
é de ∆U = 5% ora, 5% x 230 V = 11,5 V logo, a queda de tensão determinada na
alínea anterior (U = 1,3 V) está dentro da queda de tensão máxima admitida pelo
Regulamento (U = 11,5 V).
Segundo o Quadro 52H (Parte 5 / Secção 52) das RTIEBT a instalação de
“condutores isolados em condutas circulares (tubos) embebidas em
elementos de construção termicamente isolantes” remete-nos para o método de
referência A do Quadro 52-C1 (Parte 5 / Anexos) que nos indica as correntes
admissíveis para condutores de 2,5 mm2 que é de 19,5 A.
(*)
Lucínio Preza de Araújo
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