BETIANA DE SOUZA OLIVEIRA Linha de Pesquisa: Organização do Território, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Orientador: Prof. Dr. Manoel de Jesus de Souza Pinto Iniciou em: Concluiu em: 03/2009 04/2011 Banca Avaliadora: Presidente: Prof. Dr. Manoel de Jesus de Souza Pinto (UNIFAP) Avaliadora Externa: Prof.ª Dr.ª Françoise Grenand (CRNS) Avaliador Interno: Prof. Dr. José Alberto Tostes (UNIFAP) Titulo da dissertação: DINÂMICAS SOCIAIS NA FRONTEIRA ENTRE O ESTADO DO AMAPÁ E A GUIANA FRANCESA. Resumo: O objeto de estudo desta pesquisa é compreender as atuais dinâmicas sociais vivenciadas na faixa fronteira entre o Estado do Amapá e da Guiana Francesa: o estreitamento das relações transfronteiriças entre Brasil e França, e suas implicações, principalmente no que tange ao asfaltamento da BR-156 e à construção da ponte binacional, analisando os impactos sociais, causados pelo intenso fluxo migratório em direção a essa região. Os locais escolhidos para a realização da pesquisa de campo foram: Oiapoque, Vila Vitória do Oiapoque e Cayenne, e utilizaram-se procedimentos metodológicos qualitativos via observação de campo e entrevistas, e quantitativos na coleta de dados primários e na formulação do perfil do trabalhador pesquisado. As narrativas demonstram que a primeira viagem além do rio Oiapoque em direção ao território francês transforma-se em rito de passagem. Essa travessia coloca o rio Oiapoque como principal cenário. As experiências desses cidadãos sintetizam o desespero, a ansiedade, o medo e a coragem destes brasileiros, como que sinalizando suas escolhas que é de sobreviver em situações-limites na Guiana Francesa como trabalhador clandestino. O fato da Guiana Francesa fazer parte de um país desenvolvido e economicamente mais forte, parece ser suficiente para atrair esses trabalhadores. Ao chegarem para trabalhar no mercado de trabalho guianense, esses têm que assumir sua invisibilidade, sua inexistência, seu anonimato. Os depoimentos destes clandestinos revelam pessoas que vivem um paradoxo, entre a invisibilidade em território estrangeiro e o desemprego a que são submetidos no Brasil. A vida desses brasileiros na Guiana Francesa é de clandestinos imergidos em clandestinidade.