XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. IDENTIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DINÂMICOS NA ESTRUTURA PRODUTIVA DO ESTADO DO PARÁ NO ANO DE 2007 Isaias de Oliveira Barbosa júnior (Unama) [email protected] heriberto wagner amanajas pena (Uepa) [email protected] Este artigo tem por objetivo a construção e análise de alguns indicadores, que indiquem as classificações sobre a dinâmica econômica da estrutura produtiva dos municípios do Estado do Pará e com isto poder identificar quais os Municípios quue se apresentam Dinâmicos em relação às atividades Dinâmicas no Estado do Pará. Para isso, utiliza-se de indicadores apresentados por Santana (2004) como Quociente Locacional (QL), o índice de concentração de Hirschman- Herfindahl (IHH) e o índice de Participação Relativa (PR), empregando para cada um todas as atividades formais existentes no Estado e tendo como variável o número de empregos formais de cada atividade naquele município no período analisado que será em 2007. Estes três índices podem ser cruzados e classificar aquela atividade quanto ao seu Dinamismo na estrutura Produtiva. Como os resultados deste estudo obteve-se um mapa do Estado identificando seus municípios Dinâmicos. Palavras-chaves: Dinâmica Econômica, Atividades Formais, Indicadores Estatísticos. 1. Introdução A população do Pará já ultrapassou 6,6 milhões de habitantes. O Estado possui 1.248.042 quilômetros quadrados, que representam 16,66% do território brasileiro e 26% da Amazônia. Cortado pela linha do Equador, no seu extremo norte, é dividido em 143 municípios, sendo Altamira, conhecido como o maior município do mundo, em termos de extensão. O artesanato paraense é rico e diversificado, com raízes na cultura dos grupos indígenas. As cerâmicas marajoara e tapajônica são, indiscutivelmente, a manifestação mais forte, sendo reproduzidas até hoje pelos artesãos (SIPAN, 2006). Com este território muito extenso há grandes diferenças continentais e não há como os municípios se desenvolverem de igual maneira, sendo assim tem-se as regiões mais dinâmicas do estado do Pará. O estado do Pará é um pólo atrativo de mão-de-obra, principalmente especializada. Devido à grande massa de sua população ter baixo nível de estudos ocorre uma intensa migração de pessoas de outros estados para a região. A taxa de analfabetismo – população de 15 anos ou mais não alfabetizada (IBGE/PNAD 2001): 11,15 %. A região sudeste do Pará foi se desenvolvendo com a chegada de grandes indústrias de extração e também com o aumentando agropecuária aumentando sua renda média muito mais do que a região sudoeste do estado, gerando assim grandes disparidades entre as regiões quanto ao número de empregos formais do estado. O Pará é um estado com grandes riquezas naturais e tem um potencial enorme de minérios, hoje ocupa 1º lugar de extração do minério de ferro no Brasil. No município de Barcarena ocorre uma transformação para a produção de Alumínio e este é responsável por uma grande parte das exportações do estado. Sua economia se baseia no extrativismo mineral (ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro e estanho) e vegetal (madeira), na agricultura, na pecuária e nas criações, na indústria e no turismo (Pará... 2000). O Estado do Pará apresenta um baixo nível de desenvolvimento econômico visto que seus grandes pólos industriais ainda estão na área de extração de minério e depois é exportado sem muito valor agregado, pois não tecnologia para verticalizar a produção e em contra partida compra de volta um bem muito mais caro devido sua industrialização. Segundo a Embrapa (2006), o Estado do Pará possui do 5º maior rebanho bovino do País, com 17 milhões de cabeças e em crescimento acelerado, apresenta uma pecuária de corte baseada em pastagens cultivadas de boa produtividade, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste. Mantido o crescimento relativo atual, o Pará deverá ser detentor do maior rebanho bovino do País, até o ano 2010 Pode-se dizer que a economia regional brasileira é bastante heterogênea, ou mesmo fragmentada, existindo áreas de grande dinamismo convivendo com numerosas regiões caracterizadas pela pobreza, estagnação e retrocesso (Araújo,1997 apud QUEIROZ e CEZAR,2000). O estado do Pará também se encontra nesta realidade de grandes diferenciações entre seus municípios. Hoje tem-se municípios com um grande potencial de desenvolvimento mas tem 2 uns que estão basicamente parados no tempo e sua fonte de emprego formais resume-se aos serviços públicos do estado e do município. 2. Referencial Teórico Nesta etapa serão abordados os principais conceitos que servirão como base para a aplicação desta pesquisa, justificando as ferramentas e pensamentos empregados. 2.1 Economia Regional Para HADDAD & ANDRADE (1989, p. 207): A teoria econômica regional fornece os elementos analíticos básicos que servem para orientar a linha de raciocínio a ser seguida nos estudos, cuja preocupação são questões atinentes ao processo de crescimento e desenvolvimento das regiões. Entretanto , a análise teórica do relacionamento das variáveis relevante não é o bastante. Há necessidade de passar ao trabalho empírico para, não só testar os diversos modelos alternativos existentes no campo teórico e verificar qual deles melhor se aproxima na explicação de uma dada realidade observada, como também para fazer uso da maior riqueza de detalhes analíticos existentes nos modelos empíricos. Os modelos analíticos que são fundamentados em inúmeras teorias buscam uma melhor solução de como se estudar possíveis mudanças para o melhor desenvolvimento das regiões, mas tem-se que levar em consideração todas as causas aleatórias que podem surgir ou até mesmo devido ao fato de todas as regiões terem suas características e peculiaridades diferentes uma das outras, por isto é interessante fazer um estudo empírico para cada região e observar qual melhor se adequou a realidade. 2.2 Dinâmica espacial do emprego e renda no Brasil A dinâmica espacial e setorial do emprego no Brasil pode ser explicada a partir de três fatores principais: políticas públicas de incentivos fiscais, de investimentos produtivos e de infra-estrutura; difusão de novas tecnologias eletrônicas e a conseqüente reestruturação dos processos produtivos; e mudanças na composição da oferta de produtos regionais decorrentes de variações ocorridas no lado da demanda. (FOCHEZATTO, p.3.) Estes três fatores citados acima são de fundamental importância para o crescimento do índice de emprego no Brasil como um todo e em suas regiões, pois quando o governo age maciçamente na área de investimentos consegue aumentar os números de empregados formais do seu território, um exemplo disto é a política do “Meu primeiro emprego”, onde o governo oferece algumas vantagens fiscais para aquelas empresas que aderem a este projeto de dar condições de um jovem conseguir seu emprego mesmo sem experiência. Quando há o surgimento de novas tecnologias o processo produtivo de determinadas empresas irão se adequar e gerar novas necessidades de contratações e o que pode acontecer também é de se 3 perceber uma possível demanda que tem um potencial e implementá-la de forma a gerar novos empregos nesta nova área de produção. Fochezatto (2004, p.4) explica que: Os dados recentes do produto e do emprego regional mostram que a localização da produção no Brasil, embora ainda seja bastante concentrada, está gradualmente se dispersando no espaço nacional. A estrutura produtiva, embora ainda relativamente diversificada, está-se tornando cada vez mais especializada. Uma tendência nacional que também se ajusta a realidade do Pará é a desconcentração da população em busca de novos postos de trabalhos mais especializados, diferentemente de como acontecia na década de 70 onde as pessoas se deslocavam em direção as industrias, hoje as buscam-se melhores condições de trabalho e com melhores salários, ou seja esta cada vez mais se intensificando a busca por uma melhor competitividade para poder se incluir na dinâmica global. Quanto à isto Harvey (1992,p.266) entende: A produção ativa de lugares dotados de qualidades especiais se torna um trunfo na competição espacial entre as localidades, cidades, regiões e nações (...)criando uma atmosfera de lugar de tradição que aja como atrativo para o capital como para pessoas „do tipo certo‟( isto é, abastadas e influentes). Seguindo esta linha de raciocínio as regiões dinâmicas absorvem os migrantes qualificados para se tornarem cada vez mais especializadas. Estudos apontam que a migração provoca um aumento das rendas médias das regiões, estados e do País. A nível do estado do Pará podemos citar Parauapebas que devido sua industrialização especializada se tornou um ponto de atração de mão de obra e com isto aumentou sua renda média do município e do estado. Para Santos e Ferreira (2006), os movimentos de migração de mão-de-obra migram para onde a renda é maior, contudo a região expulsora de tem um aumento na produtividade de trabalho, devido à maior escassez de fator trabalho e obtendo uma elevação na renda. Já para a região receptora ocorrerá um inchaço de trabalhadores e a renda média pode baixar. Com isto podese observar que a migração provoca convergência de renda entre as regiões. De acordo com o passado histórico os rendimentos da população brasileira ainda sofrem alguns preconceitos de que o homem ganha mais que a mulher, os brancos ganham mais que negros e indígenas, trabalhador da zona rural ganha menos que uma da zona urbana. Isto se verificará nos estudos dos coeficientes de renda dos municípios do Pará (SANTOS e FERREIRA, 2006). 3. Metodologia 3.1 Fontes de dados empregados Para analisar a dinâmica da estrutura produtiva dos municípios do Estado do Pará, este estudo terá como base os dados do Registro Anual de Informação Social (RAIS), instituída pelo decreto nº 76900 de 23/12/1975 como gestão governamental do setor do trabalho produzido pela Secretaria de Emprego e Salário, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego Fundamentalmente, a RAIS é um Registro Administrativo, de âmbito nacional, com periodicidade anual, obrigatório para todos 4 os estabelecimentos, inclusive aqueles sem ocorrência de vínculos empregatícios no exercício, tendo esse tipo de declaração a denominação de RAIS Negativa. Esta pesquisa se utilizará de tais informações, que se tornam então fontes secundárias para esta pesquisa, porém oficiais da escala do Governo Federal e aqui representativas da dinâmica da estrutura produtiva do estado pelo grau de abrangência assim como da característica de periodicidade anual da coleta de informações. 3.2. Área de estudo A área de estudo a ser abordado por este estudo serão de acordo com a classificação do MDA (Ministério Desenvolvimento Agrário) para o estado do Pará onde foram contemplados 4 Territórios de Integração: Ilha do Marajó; Baixo Amazonas; Nordeste Paraense e Sudeste Paraense. Além dos Municípios enquadrados nestes territórios serão também analisados os município da região Metropolitana como: Belém; Ananindeua e Marituba. Com a figura1 pode-se observar a área referida que abrange um total de 51 municípios. ÁREA DE ESTUDO SELECIONADA: TERRITÓRIO DE INTEGRAÇÃO Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA LEGENDA Mãe do Rio Marabá Marituba Melgaço Monte Alegre Muaná Nova Esperança do Piriá Nova Ipixuna Óbidos Oriximiná Ourém Paragominas Parauapebas Ponta de Pedras Prainha Salvaterra Santa Cruz do Arari Santa Luzia do Pará Santarém São Domingos do Araguaia São Domingos do Capim São Geraldo do Araguaia São Miguel do Guamá São Sebastião da Boa Vista Soure Terra Santa Ulianópolis Região de Integração Afuá Alenquer Anajás Ananindeua Aurora do Pará Bagre Belém Belterra Breves Cachoeira do Arari Cachoeira do Piriá Capitão Poço Chaves Curralinho Curuá Dom Eliseu Eldorado dos Carajás Faro Garrafão do Norte Gurupá Ipixuna do Pará Irituia Itupiranga Juruti Estudo da Dinâmica da Estrutura Produtiva do Estado do Pará: 1995 - 2007 Fonte: IBGE; MTE (2009) Elaboração: Pena, Heriberto; Barbosa, Isaias; Helfer, Carlos Fonte: IBGE, MTE (2009) Elaboração: Autores (2009) Fig. 1: Área de Estudo empregada 3.3. Indicadores Estatísticos A metodologia para delimitar geograficamente os municípios classificados quanto ao dinamismo de sua estrutura produtiva, e com isto alcançar os objetivos desta pesquisa, foi a utilização daqueles indicadores, levando em conta três características principais: a) A especificidade de uma atividade dentro de uma região (Município). b) O piso da atividade ou setor em relação à estrutura da região (Município). 5 c) A importância da atividade ou setor no Pará com um todo. De acordo com Santana (2004, p.21), o índice de Quociente Locacional (QL) é: Esse índice serve para determinar se o município em particular possui especialização em dada atividade ou setor específico e é calculado com base na razão entre duas estruturas econômicas. No numerador tem-se a economia em estudo, referente a um dado município do Pará que se ponha em tela, e no denominador plota-se a economia de referência, em que constam todos os municípios do Pará. Sua apresentação algébrica e descrita da seguinte forma: onde, = é o emprego da atividade ou setor no município; = é o emprego referente a todas as atividades que constam no município; = é o emprego da atividade ou setor no Pará; = é o emprego de todas as atividades ou setores i no Pará. Para Santana (2004), existiria especialização na atividade ou setor no município, caso seu QL seja superior a 1 (um). Se menor que 1 (um), o QL indicaria que a especialização do município na atividade ou setor é inferior a especialização do Pará no referido setor. O QL é um índice muito simples, por isso às vezes pode vir a cair em um erro como, por exemplo: apresentar um valor elevado dando a entender que aquele município é especializado naquela atividade, mas se esta atividade for à única no município ela estará apenas dando uma falsa impressão de especialidade. Em decorrência disto calcular-se-á o Índice de HirschmanHerfindahl (IHH) que irá fornecer o real peso da atividade em relação ao Pará. Este índice apresenta a seguinte definição: Santana (2004, p.22), define IHH como sendo: O índice IHH permite comparar o peso da atividade ou setor do município no setor do Pará ao peso da estrutura produtiva do município na estrutura do Pará como um todo. Um valor positivo indica que a atividade em um município do Pará está, ali, mais concentrada e portanto, com maior poder de atração econômica, dada sua especialização em tal atividade. 6 O terceiro e último indicador proposto pela metodologia para análise da dinâmica da estrutura produtiva é a participação relativa da atividade em relação ao total de atividades no Pará. Este índice é definido pela seguinte expressão: onde, Este indicador apresenta como leitura uma variação de 0 à 1, e quanto mais próximo de um, mais importância determinada atividade terá em relação ao estado. Os três indicadores estatísticos apresentados acima contemplam a etapa de ajuste e tratamento dos dados para o seguinte estudo. 3.4. Metodologia de análise 3.4.1. Análise Consolidada A metodologia apresenta como primeiro critério, uma análise agregada das atividades buscando identificar tendências de longo prazo destacando os pormenores de cada um dos índices estimados. Os indicadores propostos nesta metodologia iram compor, de acordo com suas variantes, instancias de classificação combinando a composição de quatro quadrantes de acordo com as variáveis: especialização local, atratividade econômica e significativa participação relativa. A análise consolidada avalia de forma agregada o que as mudanças na composição das estruturas produtivas das atividades econômicas têm a dizer em relação em relação à combinação das três variáveis acima citadas. O Quociente Locacional, esta relacionado com o grau de especialização municipal numa determinada atividade, caso haja especialização seu QL é superior a unidade (recebe tratamento positivo). O índice de concentração Hirschman-Herfindahl quando apresenta um valor positivo (recebe tratamento positivo) indica algum tipo de concentração e assim de atratividade econômica. O terceiro indicador é a participação relativa da atividade e quanto mais próxima de um, maior a importância daquela atividade do município para o estado do Pará (recebe tratamento positivo). 3.4.1.1- Matriz agregada da estrutura produtiva Definido a área de estudo que neste caso serão os 51 municípios, a etapa seguinte é a de classificação matricial apresentada nesta seção, o que permite uma análise agregada das informações e uma visualização de cada atividade do Município e possibilitando uma caracterização deste quanto ao seu Dinamismo Econômico com base no número de empregos Formais. A seguir é descrito em resumo como serão classificados os prováveis resultados dos indicadores a serem estimados na pesquisa. A leitura faz-se da esquerda para a direita, observando sempre na coluna da direita qual o tratamento recebido de acordo com os resultados esperados dos indicadores (Quadro-1) Indicadores Resultado Tratamento Resultado Tratamento Variável 7 Estatísticos Esperado-1 Recebido-1 Esperado-2 Recebido-2 QL >1 Positivo <1 Negativo IHH PR Valor Positivo Acima de 0,1 Positivo Positivo Valor Negativo 0,09 ou Abaixo Resultado Especialização Local Grau de Negativo Concentração/ Atratividade Negativo Importância da Atividade Fonte: Autor (2009) Quadro-1 Metodologia de Ajuste e Critérios para Classificação Matricial O quadro-1 já revela uma aproximação das atividades econômicas do Estado. A característica de analise da dinâmica da estrutura produtiva está em oferecer um referencial quantitativo, que seja capaz de consolidar as informações e promover sua espacialização. Os possíveis resultados levam a um ajuste quantitativo e este por sua vez obedece a uma lógica teórica de correlação entre as variáveis que definem a dinâmica das estruturas produtivas do Estado. Na combinação entre os prováveis resultados, estabeleceram-se quatro setores ou quadrantes matriciais, que teoricamente justificam as variações nas dinâmicas econômicas dos municípios, entre eles temos; a) Setor Dinâmico: caracterizado pelo alto grau de especialização local, com alguma concentração estabelecida no setor que impulsiona atratividade e com a presença de atividades importantes ou participação relativa maior que 10%. b) Setor Estagnado: apresenta ausência de especialização local da atividade, com ausência de concentração e reduzida atividade do setor, combinado com baixa participação relativa no estado do Pará; c) Setor em Expansão: apresenta alto grau de especialização das atividades locais no município, com concentração já estabelecida e com forte atratividade, mas ainda não se consolidou enquanto pólo de dominância, ou seja, baixa participação relativa; d) Setor em Declínio: apresenta acentuada participação relativa, mas não é especializado no setor e não oferece atratividade e nenhum estimulo pela ausência de concentração produtiva. e) Assim os indicadores estatísticos, depois dos ajustes e tratamentos, consolidam a matriz da seguinte forma de acordo com a figura 2: 8 Elaboração: Autores (2009) Figura-2 A Matriz da Dinâmica da Estrutura Produtiva Esta matriz sintetiza a análise agregada ou consolidada para os resultados e corresponde a uma possibilidade de modelagem representativa da estrutura produtiva dos municípios em diferentes momentos, podendo inclusive, ainda que em termos agregados, identificar as tendências sobre o processo de aglomeração produtiva, do nível de remuneração do setor e do numero de estabelecimentos. As mudanças de quadrantes indicam algumas medidas de variação nas atividades produtivas. A análise horizontal revela o grau de especialização e o poder de atratividade local das atividades, o que significa que quanto mais à direita do eixo as atividades se posicionarem, mais especializadas estarão e bem mais próxima da situação desejada (setores dinâmicos). A matriz também revela que as atividades econômicas podem transitar de um quadrante a outro, o que depende das condições de mercado, de políticas públicas a determinados setores, dos investimentos privados, entre outros. Na análise vertical, é possível relacionar a dinâmica da estrutura produtiva das atividades econômicas com a participação relativa, ou seja, o peso representativo da atividade em relação ao estado do Pará. A análise vertical também relaciona a evolução entre períodos das atividades econômicas do município, com os ganhos de mercado, ou seja, setores nos quais um município ou região aumenta sua participação na parcela de mercado classificam-se como competitivos. Na medida em que os dados irão sendo plotados na matriz é possível identificar, se os setores que apresentam maior concentração de estabelecimentos são também os que mais remuneram ou admitem empregados formalmente. 9 4. Resultados Foram realizados os cálculos dos referentes Indicadores Estatísticos para todos os 51 municípios e as atividades apresentadas por estes. Após estes cálculos classificou-se suas atividades em Dinâmicas, Expansão, Declínio e Estagnadas. Com esta base de estudo consolidada obteve-se uma caracterização do município e observou-se se ele oferecia Atividades Dinâmicas em relação ao Estado do Pará. Do total dos 51 municípios apenas 23 apresentaram atividades Dinâmicas. Na figura 3 encontram-se os Municípios que apresentaram estas atividades. IDENTIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APRESENTAM ATIVIDADES DINÃMICAS AREA DE ESTUDO SELECIONADA N W LEGENDA E S Bélem; Ananinedeua, Oriximiná; Elderado dos Carajás; Marituba; Muaná; Ulianópolis; Breves; Chaves; Ponta de Pedras; São Sebastião da Boa Vista; Óbidos; Juruti; Paragominas; Santarém; Capitão Poço; Dom Eliseu; Ipixuna do Pará; Ourém; São Domingos do Capim; São Miguel do Guamá; Marabá; São João do Araguaia 200 0 200 400 Miles Elaboração: Autores (2009) Figura 3 – Identificação dos Municípios Dinâmicos do Pará No total foram identificadas 734 atividades classificadas como Dinâmicas e a Tabela 1 a seguir trata das percentagens de localização destas atividades. Municípios ANANINDEUA % 18,53 Municípios JURUTI % 0,14 10 BELÉM 38,42 ORIXIMINÁ 0,68 ELDORADO DOS CARAJÁS 0,14 SANTARÉM 8,17 MARITUBA 18,66 0,14 0,41 0,41 0,14 0,14 0,14 0,27 0,14 CAPITÃO POÇO 0,27 0,54 0,14 0,14 3,00 0,14 0,41 8,86 100 MUANÁ ULIANÓPOLIS BREVES CHAVES PONTA DE PEDRAS SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA ÓBIDOS SÃO JOÃO DO ARAGUAIA DOM ELISEU IPIXUNA DO PARÁ OURÉM PARAGOMINAS SÃO DOMINGOS DO CAPIM SÃO MIGUEL DO GUAMÁ MARABÁ TOTAL Tabela 1- Municípios Dinâmicos e seu Percentual de concentração de atividades. De acordo com esta tabela pode-se notar que os municípios que apresentam percentual maior destas atividades são: Belém; Ananindeua; Marituba;Santarém; Marabá e Paragominas. É importante ressaltar que os três primeiro encontra-se na região Metropolitana e o restante na região do Baixo Amazonas, Sudeste e Nordeste Paraense respectivamente. Conclusão O presente estudo identificou aqueles Municípios que são considerados “chaves” para a estrutura produtiva do Estado do Pará através desta metodologia. É de conhecimento dos autores que precisam ser levantadas outras questões para embasar melhor esta classificação adotando como variáveis por exemplo: o número de estabelecimentos que geram estes empregos, em relação a renda média de cada atividade e também pode adotar de acordo com o número de empregos informais. Mas o objetivo deste estudo foi começar a traçar este perfil do Pará e pode ser aprofundado com estas outras informações. Uma fonte muito importante para complementar este estudo seria em pegar as atividades uma a uma e compor mapas identificando onde estão localizadas e assim se teria um mapa por exemplo dos lugares onde a Criação de Bovinos se destaca. Verificou-se que as atividades Dinâmicas só apareceram em 23 municípios o que caracteriza que o Estado ainda tem que investir muito para o fortalecimento do restante que não conseguem ter ao menos uma atividade considerada Dinâmica. Já que 38% das atividades Dinâmicas se encontram na Capital do Estado. Na grande maioria dos municípios analisados observou-se grande dependência na Atividade de Administração Pública, pois é nela que está a maior parte dos empregados formais. Referências Bibliográficas 11 CASANOVA, M. A. organizadores et al. Banco de Dados geográficos. Curitiba: MundoGEO, 2005. 506p. EMBRAPA, Embrapa da Amazônia oriental. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte/BovinoCortePara/pa ginas/cadeia.html,2006. Acesso em 30 de março. de 2008. FOCHEZATTO, A. Estrutura produtiva e performace econômica das economias estaduais brasileiras na década de noventa. 2004. 19f. UFRGS. Porto Alegre. HADDAD, P.R. & ANDRADE, T. A. 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