Resumos Expandidos
MAPEAMENTO DE REFLORESTAMENTOS COMERCIAIS DE PARICÁ
(SCHIZOLOBIUM AMAZONICUM HUBER EX DUCKE) NO ESTADO
DO PARÁ NO PERÍODO DE 1996 A 2012
Kênia Samara Mourão Santos¹; Adriana da Silva Neves ²; Dayse Natasha
Barbosa Pastana³; Rodrigo Silva do Vale 4; Eduardo Saraiva da Rocha 5
¹ Graduanda Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA
([email protected]); ²Graduanda Eng. Florestal- UFRA (adriana.nevess@
hotmail.com) ³ Eng. Florestal ([email protected]); 4Prof. Instituto de Ciências
Agrárias da UFRA ([email protected]), 5Prof. Instituto de Ciências Agrárias da
UFRA ([email protected])
Introdução e Objetivos
Em 2012, segundo o relatório anual da
Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas), a área plantada
no Brasil foi de mais de 7 milhões de ha. O
Estado do Pará em 2012 possuía uma área
reflorestada de aproximadamente 270 mil
ha, sendo a maior parte com espécies do
gênero Eucalyptus (159.657 ha) [1]. A segunda espécie mais plantada nos últimos anos
no Estado é o Paricá (Schizolobium. amazonicum Huber ex Ducke), cerca de 88 mil ha
nesse mesmo ano (Abraf, 2012). O Paricá
é uma espécie nativa da região Amazônica
que vem sendo plantada no leste do estado
do Pará, principalmente nos municípios de
Dom Eliseu e Paragominas [2].
O objetivo deste trabalho foi levantar e
mapear as áreas ocupadas com a espécie
paricá no Estado do Pará e verificar quais
Mesorregiões deste estado apresentaram
maior área de plantio no período de 1996
a 2012.
Material e métodos
Foram realizados levantamentos em dados secundários dos cadastros de Licenciamento Ambiental Rural encontrados
na Secretaria Estadual de Meio Ambiente do estado do Pará (SEMA PA) através
do Sistema Integrado de Monitoramento
e Licenciamento Ambiental (SIMLAM)
[3] para identificar as ações direcionadas
ao plantio do paricá no período de 1996
a 2012 nas diversas regiões do Estado do
Pará. Após o levantamento, teve início o
trabalho de sensoriamento remoto. Uma
vez obtidos os dados de área de reflorestamento de paricá e polígonos georreferenciados do Estado, foram gerados mapas de
distribuição desta espécie, bem como uma
estimativa da área total ocupada por esta
atividade no período de 1996 a 2012.
Resultados e discussão
De acordo com os resultados obtidos utilizando os dados da SEMA-PA a área reflorestada com Paricá, no período de 1996
a 2012 foi de aproximadamente 90 mil ha.
Este encontra-se subdividido em seis Mesorregiões.
A figura 1 ilustra o modo no qual os plantios estão distribuídos nas mesorregiões,
sendo que os plantios de paricá estão concentrados nas Mesorregiões do Sudeste e
Nordeste paraense. As demais mesorregiões do estado não apresentaram uma
área de plantio tão expressiva, chegando a
somar apenas 7.318 ha para o período estudado.
313
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
A figura 2 mostra que a Mesorregião do
Nordeste paraense estava à frente do plantio de paricá, porém teve uma diminuição
ao longo dos anos, ao passo que a mesorregião do sudeste paraense teve um forte
crescimento na área de plantio dessa espécie. A partir de 2004, a mesorregião sudeste apresentou maiores áreas de plantio que
a mesorregião do nordeste paraense.
Figura 1: Mapa de distribuição das áreas de
plantio com paricá no período de 1996 a
2012
O sudeste efetuou plantio com a espécie
paricá em aproximadamente 60 mil ha,
enquanto o nordeste somou aproximadamente 22.113 ha no período de 1996 à
2012. O número total de hectares obtido
dos dados da SEMA-PA foi de 90.117,8
ha, número próximo ao encontrado no
anuário da ABRAF 2013 (referente ao ano
de 2012), no qual informa que a área ocupada com paricá no estado do Pará era de
87.901 mil ha para o mesmo ano.
A figura 2 ilustra a forma na qual os plantios foram se estabelecendo, em hectares,
nessas Mesorregiões ao longo dos anos de
1996 a 2012.
Figura 2: Áreas de plantio de Paricá nas
mesorregiões sudeste e nordeste do Pará
no período de 1996 a 2012.
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Os municípios (figura 3) que mais obtiveram destaque no plantio de paricá foram
Paragominas (28%), Dom Eliseu (13%),
Ulianópolis (11%), e Tomé-Açu (10%).
Sendo os três primeiros localizados na Mesorregião sudeste e o quarto na Mesorregião nordeste.
Figura 3: Municípios que possuíam mais
áreas de plantio de paricá no período de
1996 a 2012.
A figura 3 mostra que juntos, os municípios
citados representam 62% do plantio dessa
espécie no estado no período estudado. O
restante da área de plantios é distribuído
por outros 29 municípios de diferentes locais do território paraense. Os municípios
com maior plantio de paricá localizadas
nas mesorregiões sudeste pode ser devido
Resumos Expandidos
ao aspecto cultural do local, sendo caracterizado por imigrantes principalmente de
origem do Sudeste, Sul e Centro-Sul do
Brasil [4], levando consigo uma cultura de
plantio florestal evidenciada nessa região
do país, aliada ao fato da grande quantidade de projetos de reposição florestal, uma
vez que essa região é marcada por intensa
atividade agropecuária desordenada [5] e
o paricá é a segunda cultura mais utilizada
nos projetos de reflorestamento no estado
do Pará [6]. Já no município de Tomé-Açu
(nordeste paraense) apresenta grande cultivo de paricá provavelmente devido aos
sistemas agroflorestais presentes naquela
região, nos quais o paricá é muito utilizado em consórcio com culturas plantadas à
sombra como o cacau (Theobroma cacao) [7].
Conclusões
O total de hectares reflorestados com paricá no estado do Pará, obtido nesse trabalho com os dados da SEMA-PA de 1996 a
2012 foi cerca de 90 mil, próximo ao encontrado no anuário da ABRAF 2013, em
torno de 88 mil ha. A mesorregião do estado do Pará que apresentou maior quantidade de áreas com plantio de paricá desde
1996 até 2012 foi a sudeste, com cerca de
60 mil ha de áreas plantadas. Logo em seguida, nordeste aparece com aproximadamente 22 mil ha, hectares estão divididos
entre as demais mesorregiões paraenses
(Belém, Marajó, Sudoeste e Baixo Amazonas), segundo dados da Secretaria de Meio
Ambiente do Estado. Os municípios que
mais plantaram a espécie paricá foram:
Paragominas, Dom Eliseu, Ulianópolis e
Tomé-Açu, representando 62% do plantio
dessa espécie sendo os três primeiros pertencentes à mesorregião sudeste e o ultimo
na mesorregião nordeste. O restante está
distribuído em outros 29 municípios com
áreas plantadas menos expressivas.
Referências Bibliográficas
[1] ABRAF. Anuário estatístico ABRAF
2013 ano base 2012 / ABRAF. – Brasília:
2013.
[2] CHIACCHIO, M. & VALE, E. F. O
reflorestamento na Amazônia Legal.
Fatos desconhecidos. IMAZON, 2010.
[3] Secretaria de Meio Ambiente do Estado
do Pará. Disponível em : <monitoramento.sema.pa.gov.br/simlam>. SILVA, I. S.
Migração e Cultura no sudeste do Pará.
Marabá 1968- 1988. Universidade Federal
de Goiás. Goiânia, 2006.
[5] GALEÃO, R. R.; CARVALHO, J. O.
P.; YARED, J. A. G.; MARQUES, L. C. T.;
COSTA FILHO, P. P. Diagnóstico dos
projetos de reposição florestal no estado do Pará. Rev. Ciências agrárias, Belém,
n. 45, p. 101- 120, jan/jun. 2006.
[6] RUIVO, M. de L. P.; OLIVEIRA, M. de
L. S.; CORDEIRO, I.M.C.C.; MONTEIRO, K. P. M.; KERN, D.C.; AMARANTE, C. B. do. Evaluation of growth of
paricá (Schizolobium amazonicum Huber (Duck)) in differents agroforestry
system in northeast of Pará, Brazi. In
World Congress of Soil Science, 19., 2010,
Brisbane, Australia.
[7] MENDES, F. A. T.; Avaliação de modelos simulados de sistemas agroflorestais em pequenas propriedades cacaueiras selecionadas no município de
Tomé Açu, no estado do Pará. Belém,
PA: UNAMA: FIDESA 2003.
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Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke