“PERFIL DA INORGÂNICA, ÁCIDOS E BASES” UM JOGO DE CARTA UTILIZADA
COMO METODOLOGIA NO ENSINO DE QUÍMICA.
SILVA, Beatriz Alves
1
BORGHI, Emilly Lorenzutti 2
SENHORINHO, Wattson de Oliveira 3
BASTOS, Gustavo Almeida 4
MORAIS, Maria Tereza Ferreira de 5
RESUMO: Acredita-se que o jogo aplicado no ensino médio pode constituir-se em uma ferramenta
importante para os docentes no desenvolvimento dos conteúdos no ensino de química, sabe-se que
as práticas pedagógicas em sala de aula estão sendo ministrada com diferentes recursos didáticos
despertando a curiosidade dos alunos em química inorgânica e a interatividade entre os alunos
assim como o uso da sustentabilidade na criação dos jogos. O jogo acaba ganhando espaço como
uma ferramenta de aprendizagem do aluno, estimulando seu interesse, além de desenvolver uma
socialização com os demais alunos e um convívio entre professor/aluno, possibilitando assim seu
desenvolvimento pessoal e social. Para isso foi feito um jogo de cartas cujo nome é “Perfil da
Inorgânica, Ácidos e Bases” utilizada como metodologia de ensino para alunos do primeiro ano do
ensino médio integrado com o técnico em informática e modelagem, atendendo dessa forma um dos
componentes da grade curricular, iniciando uma abordagem científica em situações cotidianas que
apresentou em uma aula introdutória antecedendo a aplicação do jogo enfatizando-se um bom
planejamento através da divisão de etapas, podendo assim contribuir de forma eficaz e positiva o
ensino aprendizado dos alunos e satisfazendo-se esse público alvo, contribuindo assim para um bom
resultado na aplicação do jogo com essa metodologia.
Palavras-chave: jogo didático; química; inorgânica; sustentabilidade.
1
Bo lsista de iniciação a docência do subprojeto de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
[email protected] m
2
Bo lsista de iniciação a docência do subprojeto de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
emillylborghi@hot mail.co m.
3
Bo lsista de iniciação a docência do subprojeto de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
[email protected] m.
4
Bolsista de supervisão do subprojeto de Ciências Agríco las do Campus Itapina / [email protected] m
5
Bolsista de coordenação do subprojeto de Ciências Agrícolas do Campus Itapina / [email protected]
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que as práticas pedagógicas em sala de aula estão sendo ministradas com diferentes
recursos didáticos, pois nota-se no ensino de química um distanciamento entre os conteúdos
abordados e sua aplicabilidade no cotidiano, propondo-se assim uma aprendizagem do conteúdo de
química e suas abrangências como uma metodologia que possa beneficiar o conhecimento do aluno
considerando os aspectos socioambientais do cotidiano no conteúdo de Química Inorgânica.
O jogo acaba ganhando espaço como uma ferramenta de aprendizagem do aluno, estimulando seu
interesse, além de desenvolver uma socialização com os demais alunos e um convívio entre
professor/aluno, possibilitando assim seu desenvolvimento pessoal e social.
Podemos perceber que a educação tem passado por várias mudanças, especialmente desde a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) nos últimos anos no Brasil, e, posteriormente,
com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN/1999), que proporcionaram muitas reflexões a
respeito de metodologias e de recursos a serem utilizados nas salas de aula. Podendo constatar, uma
compreensão acerca do assunto abordado pelos alunos, e o seu conhecimento prévio adquirido.
Além da influência do jogo e seus respectivos objetivos quando o mesmo é associado à
aprendizagem, o mesmo torna-se de grande importância. BROWN (2000) diz que a química fornece
explicações importantes sobre nosso mundo e como ele funciona, é uma ciência extremamente
prática que tem grande impacto no dia-a-dia.
Acredita-se que o jogo aplicado no ensino médio pode constituir-se em uma ferramenta bastante
importante como recurso para os docentes no desenvolvimento dos conteúdos no ensino de química,
favorecendo um despertamento entre os alunos através do conteúdo de química inorgânica. Para
isso foi feito um jogo de cartas cujo nome é “Perfil da Inorgânica, Ácidos e Bases” utilizada como
metodologia de ensino para alunos do primeiro ano do ensino médio, complementando dessa forma
um dos componentes da grade curricular do ano atual e satisfazendo o público alvo de forma
construtiva.
2. METODOLOGIA
O jogo “Perfil da Inorgânica, Ácidos e Bases” foi apresentado aos alunos após uma aula
introdutória realizada pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência
(Pibid), cuja apresentação mostrou as substâncias do cotidiano, contemplando características mais
relevantes e possibilitando noções de algumas das principais substâncias presentes no dia a dia,
visto que o jogo foi um complemento para a agregação dos conhecimentos dos mesmos,
possibilitando a assimilação do conteúdo abordado.
Para (Antunes, 2001, p.78) é impossível estimular e desenvolver nos alunos competências sem uma
mudança expressiva na atuação docente. Agora, cabe ao professor uma educação permanente, logo,
uma apropriação de muitas competências a serem usadas, enriquecida por estudos, pesquisas,
leituras, debates, por cursos que se assiste, contudo, “a mais inefável e imprescindível competência
é a do próprio professor em administrar sua formação continuada, com e nriquecimento diário”.
O desenvolvimento do trabalho deu-se em três etapas, sendo a primeira etapa a investigação
documental do assunto abordado, onde se buscou fazer um levantamento sobre as atuais
metodologias lúdicas utilizadas no ensino da Química, enfatizando assim o conteúdo de inorgânica
e a elaboração de uma ferramenta (jogo “Perfil da Inorgânica, Ácidos e Bases”) que possibilitasse a
agregação de conhecimento em sala de aula além de proporcionar um entendimento maior baseado
nos jogos didáticos. Nesta etapa também foram confeccionadas as cartas para a utilização do jogo.
Segue abaixo a representação de uma das cartas do jogo “Perfil da Inorgânica, Ácidos e Bases”
Conforme o exemplo da figura 01.
Figura 01- Exemp lo de frente e verso de uma das cartas do jogo “Perfil da Inorgânica, Ácidos e Bases”.
CHUVA ACIDA
1. A verdade é que ela já é
naturalmente ácida.
2. Provocado pela queima
de combustíveis fósseis e
o acúmulo de dióxido de
carbono na atmosfera.
3. Causa a acidif icação do
solo
tornandoimprodutivo.
PIBID - Campus Itapina
Fonte: Acervo próprio
A segunda etapa constitui-se da aula introdutória seguida da aplicação do jogo em duas turmas de 1º
ano, ensino médio integrado ao curso técnico de informática e modelagem. Aplicou-se a
metodologia nas duas turmas, onde as mesmas foram divididas em dois grupos com a explicação do
funcionamento e das regras do jogo, realizadas pelos bolsistas com o auxilio do professor. O inicio
da partida foi definida através da sorte (par ou ímpar) e na distribuição da primeira carta ao grupo
vencedor do sorteio, contendo na mesma as dicas para a respectiva resposta.
Os alunos de cada grupo tiveram que deduzir do que se tratava a carta sorteada, podendo cada aluno
dar um palpite por vez de acordo com cada dica fornecida pela carta lida por um aluno do grupo
oponente. O tempo foi definido através de uma ampulheta (conforme a Figura 02) confeccionada
com garrafa pet sendo o tempo de exatamente 8 segundos para cada dica/palpite. O grupo que
acertou a carta escolhida acumulou pontos para sua equipe ao longo do jogo, acertando na primeira
dica ganhava 3 pontos, acertando a segunda dica ganhava 2 pontos, acertando a terceira dica
ganhava 1 ponto e não acertando, o grupo que esta fazendo a pergunta fica va com 1 ponto. A equipe
vencedora foi aquela com mais pontos obtidos no final da partida.
Figura 02. A mpulheta confeccionada de garrafa pet.
Fonte: Acervo próprio
A terceira etapa do projeto ocorreu após o desenvolvimento das atividades seguido da coleta dos
dados realizada pelos bolsistas. Segundo Severino (2007, p.124-125) as técnicas de pesquisa, que
são um processo de investigação que procura atingir conhecimentos sistematizados e seguros para
um determinado processo são as seguintes: documentação, entrevista, entrevistas não diretivas,
entrevistas estruturadas, história de vida, observação e questionário. No presente trabalho utilizadas,
foram na aplicação desse jogo didático, anotações (documentação) e questionário como mostra a
tabela 01:
Tabela 01 Questionário
Questionário
1. Considerando as etapas do desenvolvimento do projeto e a aplicação do jogo, qual a opinião a
respeito do jogo?
______________________________________________________________________________________
2. Houve uma compreensão sobre o conteúdo abordado com a aplicação do jogo?
( ) Sim ( ) Não
3. Dê sua sugestão, elogios ou qualquer outra informação a respeito do jogo “Perfil da inorgânica”.
_______________________________________________________________________________
4. Você recomendaria a outros alunos o uso deste jogo como forma de ajudar na aprendizagem em
química?
( ) Sim ( ) Não
5. Após a participação do jogo, você mudou sua opinião a respeito do conteúdo abordado?
( ) Sim ( ) Não
Fonte: Acervo próprio
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da observação percebeu-se um maior interesse pelo conteúdo da turma de informática em
relação á de modelagem, não afetando, contudo, o rendimento do jogo mostrando apenas distinções
e características próprias de cada turma.
A figura 03 mostra o desenvolvimento da aula introdutória, e a aplicação do jogo.
Figura 03- Desenvolvimento da aula introdutória, e a ap licação do jogo.
Fonte: Acervo próprio
Os resultados específicos foram obtidos através da coleta de dados dos questionários, onde
observou-se a satisfação e interação entre os jogadores a respeito do jogo proposto. Foi constatado
que as questões 02 e 04 que dizem respeito a compreensão do conteúdo abordado com a aplicação
do jogo assim como a recomendação do mesmo para os demais alunos como forma de
aprendizagem obteve 100% de resposta.
Enquanto a questão 05, a respeito da mudança de opinião sobre o conteúdo abordado após a
aplicação do jogo, obteve 92,5% de sim e 7,5% de não conforme figura 04.
Figura 04-Mudança de opinião a respeito do conteúdo abordado após aplicação do jogo.
7,50%
SIM
NÃO
92,50%
Fonte: Acervo próprio
Com relação às questões 01 e 03, onde diz respeito às etapas do desenvolvimento do projeto e a
aplicação do jogo, registrou-se alguns comentários citados abaixo:
“O jogo me fez aprender e descobrir algumas coisas que eu não fazia noção”;
“Foi muito competitivo, e cheio de conhecimento”;
“Acho muito construtivo é uma maneira muito diferenciada e interessante de aplicar a matéria”;
“Mudar um pouco o jeito da aplicação do jogo e as regras”;
“Um jogo bastante interessante, com a intenção de melhorar nosso entendimento na matéria”;
“Um jogo ideal para entender o assunto”;
“Perguntas bem elaborada”;
“Poderia ser feito mais vezes”;
“Foi muito interessante, eu gostei e gostaria que acontecesse novamente”;
“Eu gostei, assim consigo aprender mais”;
“Legal, maravilhosas, ajuda varias pessoas, como eu que tenho dificuldades”;
“Eu gostei, pois revisei o conteúdo e aprendi mais do que eu já sabia”;
“Eu gostei muito do jogo acho que todas as matérias deveriam ter um resumo da matéria aplicado
em forma de jogo, seria muito bom”;
“Aumenta meu interesse e a vontade de saber mais”;
“Tive uma fixação melhor do conteúdo explicado”;
“Muito interessante de se aprender jogando”;
“Informativo com apenas um jogo”.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio (Brasil, 1998), a Química, como
componente curricular, é um instrumento de formação humana, um meio para interpretar o mundo e
interagir com a realidade. A compreensão dos conteúdos da Química está relacionada com uma
nova visão da ciência e de conhecimento científico que não se configura num corpo de teorias e
procedimentos de caráter positivista, e, sim, como modelo teórico social e historicamente
produzido. Este modelo, que constitui uma dentre outras formas de se explicar a realidade complexa
e diversa, se expressam em códigos e símbolos da Química que, apesar de ter um potencial
explicativo, também têm suas limitações.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às
estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu
conhecimento prévio. “Ao contrário, ela se torna mecânica ou repetitiva uma vez que se produziu
menos essa incorporação e atribuição de significado e o novo conteúdo passa a ser armazenado
isoladamente ou por meio de associações arb itrárias na estrutura cognitiva”. (PELIZZARI et al.,
2002, p. 38).
Neste jogo observou-se que os nomes e características das substancias ressaltadas na apresentação
contribuíram como um facilitador do aprendizado, introduzindo gradativamente termos do conteúdo
estudado. A abordagem científica iniciou-se em situações cotidianas apresentadas na aula
introdutória que antecedeu a aplicação do jogo.
A presente metodologia de ensino foi aceita e houve um resultado satisfatório em relação aos
discentes, e todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem.
AGRADECIMENTOS
 Á Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio
financeiro;
 Ao Instituto Federal do Espírito Santo (IFES);
 À Secretaria da Educação do governo do Espírito Santo;
 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A avaliação da aprendizagem escolar: fascículo 11. Petrópolis, RJ Vozes,
2001.
BRASIL. MEC. LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de
dezembro de 1996. D.O.U. de 23 de dezembro de 1996.
BROWN,T. L.; LEMEY Jr, H. E.; BURTEN, B.E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez,
2007.
PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC; Secretaria da
Educação Média e Tec¬nológica, 1999.
PELIZZARI, A; KRIEGL, M. L.; BARON, M. P.; FINCK, N. T. L.; DOROCINSKI, S. I. Teoria
da Aprendizage m Significativa segundo Ausubel. Rev. PEC. Curitiba, v. 2, n. 1, p. 37-2, jul.
2001/jul. 2002.
MEC – Ministério da Educação – Secretaria de Educação Fundamental - PCN’s Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998). Brasília: MEC/SEF.
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