I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Influência da Sazonalidade em Empresa do Ramo de Prestação de
Serviços Agrícolas e Tomada de Decisão
Marcelo Conci (UNIOESTE) [email protected]
Vinicius Abilio Martins (UNIOESTE) [email protected]
Jair Jeremias Junior (PUCPR) [email protected]
Francine Fatima Matos (UNIVEL) [email protected]
Julio Cesar Ferreira (UNIOESTE) [email protected]
Cristiano Felipe Tarini (UNIOESTE) [email protected]
Diego Messias (UNIOESTE) [email protected]
Resumo
Neste estudo o objetivo foi levantar os resultados financeiros e os custos/despesas de
determinada empresa de prestação de serviços agrícolas e verificar o comportamento destes
durante os meses do ano. A metodologia utilizada para a efetivação deste estudo foi o método
de pesquisa indutivo, com uma abordagem qualitativa. Também utilizou-se a pesquisa
exploratória e documental, por meio de análise de documentos e informações fornecidas pela
empresa. Além disso, muitas informações estão em documentos próprios da empresa,
informações estas que não estão nas demonstrações contábeis. A pesquisa utilizou os dados
fornecidos por uma empresa de prestação de serviços agrícolas, principalmente de colheita de
grãos, localizada no município de Itaipulândia-PR. Os dados utilizados para a pesquisa foram
do período de 2013 a 2014, sendo das demonstrações contábeis, documentos e demais dados
fornecidos pelos sócios da empresa. Na pesquisa são apresentados as receitas e os
custos/despesas da empresa, bem como a apresentação destes durante os meses do ano, o que
torna visível que os custos/despesas são relativamente constantes, porém as receitas oscilam
de maneira considerável. Neste contexto, cabe à empresa uma análise criteriosa das suas ações
para evitar falta de recurso. E o ponto mais importante, segundo os sócios da empresa, é o
planejamento, que norteia as ações e evita a falta de caixa, nos meses que a empesa não tem
receita.
Palavras-chave: Sazonalidade, agronegócio e planejamento.
Área Temática: 9 - Áreas Afins das Ciências Sociais Aplicadas
1
Introdução
A agricultura tem grande importância econômica para o País, pois influência de forma
significativa no desenvolvimento. Os produtos agropecuários servem de matéria prima para
1
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
várias indústrias de combustíveis, alimentos e outras, tendo significativo peso na balança
comercial brasileira.
No primeiro trimestre de 2013, o resultado do PIB agropecuário foi 17% maior
comparado com o mesmo período do ano de 2012. Este resultado foi impulsionado
principalmente pelo desempenho da soja e do milho (Canal Rural, 2013).
No primeiro semestre do ano de 2014, as exportações referentes ao agronegócio no
País, tiveram um superávit de US$ 40,8 bilhões. Sendo que o agronegócio teve participação
de 44,4% no resultado total da balança no primeiro semestre. O principal item das
exportações brasileiras continua sendo a soja, que no primeiro semestre de 2014,
correspondeu a 14,8% do total das vendas externas (Canal Rural, 2014).
A sazonalidade na atividade agrícola pode ser entendida como períodos de altas e
baixas. Pode ser em relação a produção de determinado produto, ou até mesmo em relação a
receitas proveniente desta atividade. Isto é uma característica da agricultura, que influencia
diretamente nos prestadores de serviços deste setor. As empresas prestadoras de serviços
agrícolas não têm receitas nos períodos de entressafra e utilizam estes períodos para fazer
manutenção nas máquinas e equipamentos agrícolas. Porém, muitos custos/despesas se
mantêm mesmo neste período.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, utilizou-se como base, dados de uma empresa
real, localizada no município de Itaipulândia-Pr, que será chamada de forma fictícia de
empresa “Silva”, para não haver a divulgação do nome real da empresa. Assim, os apêndices
ao fim do trabalho, estão sem a identificação da empresa.
Esta empresa atua no ramo de prestação de serviços agrícolas, por meio da colheita e
transporte de grãos. Com clientes na região oeste do Paraná e também nas regiões CentroOeste, Norte e Nordeste do País. Assim, este trabalho apresenta um estudo sob a forma de
trabalho da empresa em relação ao comportamento das receitas, custos/despesas e sua
sazonalidade.
Sendo assim, procura-se responder o seguinte problema de pesquisa: como a empresa
se comporta durante os meses que não possui receita e que seus custos/despesas se mantem?
O objetivo geral é demonstrar quais medidas a empresa toma durante os meses que
não possui receita, para manter suas atividades em funcionamento e controlar seus
custos/despesas operacionais.
Neste contexto, a realização desta pesquisa se justifica devido à dificuldade de alguns
empresários rurais lidarem com seus custos/despesas durantes os períodos em que não tem
receita, devido as receitas desta atividade não serem constante durante todo o ano. Ela ocorre
somente nos períodos de safra, contudo os custos/despesas operacionais destas empresas se
mantem durante todo o ano. Assim, torna-se essencial desenvolver uma pesquisa que venha
mostrar qual a forma de trabalho das empresas deste ramo, durante os meses em que não tem
receita, além de apresentar como trabalham com seus custos/despesas em períodos que as
receitas diminuem.
2
Revisão Teórica
Nesta fase do trabalho, serão abordadas questões teóricas consideradas relevantes para
o estudo do impacto da sazonalidade na empresa. A revisão teórica apresenta conceitos
segundo autores renomados, fundamentando o trabalho e reforçando os pontos apresentados
pelo autor.
2
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
2.1 Empresa Rural
De um modo geral, empresa é uma entidade econômica e social que utiliza fatores
como capital e o trabalho, e através de uma direção produz bens e serviços para serem
vendidos a terceiros, com a intenção de se obter lucro. Em uma empresa rural os fatores
utilizados para desenvolver seu trabalho são diferentes. A terra é um dos principais, que por
meio de sua exploração e com a utilização de outros meios, como maquinas, equipamentos e
mão-de-obra, gera produtos a serem vendidos, também visando o lucro (PORTO e
GONÇALVES, 2011). Também encontramos empresa prestadoras de serviços agrícolas, que
não produzem, porém tem os meios necessário para que os produtores rurais produzam.
A empresa rural, de acordo com Santos e Marion (1996), tem por finalidade a
exploração da capacidade produtiva do solo por meio do cultivo e da transformação de
determinados produtos agrícolas os quais são divididos em três grupos: produção vegetal,
produção animal e indústrias rurais.
Conforme Crepaldi (1998, p. 23), “empresa rural é a unidade de produção em que são
exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criações de gado ou culturas
florestais, com a finalidade de obtenção de renda”.
Para Santos e Marion (1996), o sucesso da empresa agrícola depende das decisões
tomadas pelo administrador para que todas as práticas agropecuárias sejam realizadas a tempo
e de maneira mais eficiente possível. Para que isso seja possível, todos os implementos devem
estar em perfeitas condições de funcionamento ao iniciar a tarefa. Outro fator relevante a ser
analisado, segundo os autores, é a mão-de-obra utilizada para prevenir possíveis prejuízos
para a empresa rural.
Em pesquisa divulgada pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
e pelo Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Brasil apresentou um
crescimento nos primeiros quatro meses de 2014, de 1,22% comparado com o mesmo período
de 2013. Sendo que um dos produtos de destaque foi a soja, com crescimento de 12,3% no
faturamento (FOLHA DE LONDRINA, 2014). É notável a importância do agronegócio para
o País. Pois os produtos agropecuários têm importância significativa na balança comercial.
2.2 Sazonalidade
Para Martins (2006), a sazonalidade traduz-se pela distribuição da procura ao longo do
ano de forma desigual, provocando uma concentração em alguns meses mais do que outros, e
deriva de fatores climáticos, geográficos, demográficos, econômicos e psicossociais.
Os períodos de colheita são aqueles onde a empresa em estudo tem suas maiores
receitas, já nos demais períodos do ano a receita diminuí drasticamente, podendo até ser nula.
As causas das sazonalidades podem ser variadas. Martins (2006) aponta as principais como
sendo de origem climática, tipo de cultiva, localização geográfica, dentre outros que podem
influenciar.
A sazonalidade pode ser verificada em vários setores econômicos, como agricultura,
pecuária, turismo e também no comércio, com as datas e feriados comemorativos. A
sazonalidade é algo que não é constante, ou seja, que é verificado somente em determinadas
épocas. Porém na agricultura, com as novas técnicas e tecnologias empregadas, os produtores
3
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
conseguem produzir alguns produtos durante todo o ano, produtos que antes eram somente em
determinadas épocas do ano.
2.3 Conceitos Relacionados à Custos
O custo é uma parcela do gasto que se aplica a produção ou em qualquer outra função
de custo, pode ser desembolso ou não. O custo também pode ser entendido como o somatório
de todos os valores agregados ao bem desde sua aquisição até ele estar pronto para a
comercialização (DUTRA, 2003, p. 33).
Custo é um “gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção rural”
(CREPALDI, 1998, p. 57). Para o autor “são todos os gastos relativos a atividade de
produção”.
“Custo é o gasto relativo a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou
serviços” (MARTINS, 2006 p. 25). O custo é conceito abrangem, podendo ser classificado de
várias formas, segunda sua aplicação.
Os custos de produção ocorrem nos setores produtivos, e estão literalmente ligados a
produção (DUTRA, 2003). Por exemplo: matérias-primas, mão-de-obra, e demais custos
indispensáveis a elaboração dos produtos.
Todos os gastos incorridos no processo de produção de bens e serviços são custos de
produção (MARTINS, 2006), ou seja, é a soma dos custos primários com os custos indiretos
de fabricação. Mas é importante ressaltar que após o produto pronto, os demais gastos
incorridos, não são custos de produção.
São custos relacionados diretamente a produção, e que também são fáceis de
identificar no produto ou serviço acabado.
2.4 Rentabilidade
Para Leone (2009), a fórmula mais simples de determinar a rentabilidade de uma
empresa é o resultado da equação receitas menos custos.
Conforme Martins (2006) o indicador utilizado no mercado financeiro que define o
percentual de retorno obtido de acordo com o volume de capital próprio investimento em uma
determinada empresa. Assim, ele indica quanto a empresa teve de lucro para cada unidade
monetária de capital próprio colocado no empreendimento. É calculado com a relação entre
lucro líquido e patrimônio líquido.
A análise da rentabilidade é importante para a empresa verificar seu próprio
desempenho. E também se está dentro de retorno esperado. Para o cálculo, utiliza-se o valor
do lucro líquido do mês, por exemplo, divido pelo capital investido. Para parâmetro do
resultado, deve-se comparar com taxa de juros de investimentos por exemplo. Este cálculo,
refere-se ao retorno sobre o patrimônio líquido, porém, pode ser calculado também sobre
determinado bem do ativo, para o cálculo utiliza-se o lucro gerado por este bem do ativo,
divido pelo seu valor, chegando a sua rentabilidade.
Algumas ferramentas podem ser utilizadas para análise e compreensão das condições
que se encontra a empresa, tais como Margem de Contribuição (MARTINS, 2006; SANTOS,
2001), Ponto de Equilibrio (LEONE, 2009; WELSCH, 1983), Planejamento e Controle
Financeiro (KWASNICKA, 1995; MAXIMIANO, 2004; GITMAN, 2002; BRAGA, 1995),
Orçamento (CHIAVENATO, 1999, HOJI, 2003, BRAGA, 1995, WELSCH, 1983), Fluxo de
4
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Caixa (SANTOS, 2001; HOJI 2003; ZDANOWICZ, 2002; GITMAN, 2002), Demonstração
do Resultado do Exercício (IUDICIBUS e MARION, 2000; SILVA, 2004; IUDÍCIBUS
2010), Controle de Caixa Diário (IUDÍCIBUS 2010; GITMAN, 2002), Controle de
Movimento Bancário (IUDÍCIBUS 2010; HOJI, 2003; IUDICIBUS e MARION, 2000),
Controle de Contas à Receber (SANTOS, 2001; SILVA, 2004; BRAGA, 1995; HOJI, 2003;
IUDÍCIBUS 2010) e Controle de Contas à pagar (SILVA, 2004; GITMAN, 2002;
IUDÍCIBUS 2010).
3
Metodologia
O método de pesquisa trata do conjunto de processos que pelos quais é possível
conhecer uma determinada realidade, produzir determinado objeto ou ainda desenvolver
certos procedimentos ou comportamentos (OLIVEIRA, 1997).
Esta pesquisa é classificada, quanto ao método, em Indutivo. O método indutivo
pressupõe uma cadeia de raciocino crescente. Onde os resultados encontrados em
determinados casos isolados podem ser utilizados com geral (GIL, 2009). Assim inicia-se do
particular para o geral. Por exemplo: o resultado encontrado em determinada empresa é X,
subentende-se todas as empresas com as mesmas caracterizas também terão o resultado X.
Este trabalho se caracterizará como indutivo pois os resultados alcançados são
referentes a sazonalidade encontrada na empresa, no entanto deduz-se que demais empresas
que possuem esta mesma atividade, se deparam com a mesma questão de sazonalidade.
Quanto a abordagem do problema, esta pesquisa é classificada como qualitativa.
Oliveira (1997) afirma que a pesquisa qualitativa tem facilidade em descrever hipóteses ou
problemas complexos, pois exigem uma série de leituras sobre o assunto em estudo. A partir
disso podemos descrever ou relatar o que os diferentes autores ou especialistas pensam sobre
o assunto, para então chegar à conclusões
Quanto aos objetivos da pesquisa, esta é classificada em descritiva. Para Gil (2009) o
principal objetivo de uma pesquisa descritiva é demonstrar as características do objeto em
estudo (população, fenômeno, etc.). De maneira geral, utilizam-se técnicas padronizadas para
a coleta de dados, como questionários e a observação sistemática, com isso procuram-se
estabelecer relações entre variáveis pré-definidas.
Em relação aos procedimentos, foi utilizado de estudo de caso, por meio de pesquisa
documental e de entrevistas para se atingir o objetivo da pesquisa. Segundo Gil (2008), um
estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como
um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social.
Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe
ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e
característico.
Para a realização da pesquisa, foram efetuados levantamentos e observações
sistemáticas do objeto em estudo. Neste caso, o objeto em estudo é a empresa Silva,
aprofundando-se mais nos custos relativos às operações e nas receitas, com a intenção de
verificar a relação entre eles. Para isso será realizado uma pesquisa na empresa, localizada no
município de Itaipulândia – PR.
Os dados utilizados neste estudo foram notas fiscais de compra e de venda,
demonstrações contábeis e também por meio de entrevistas aos proprietários, onde se obtém
5
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
vários dados, como os gastos relativos ao serviço terceirizado que não constam em
documentos fiscais, realizados no decorrer do ano de 2014.
A análise dos dados se deu na forma de verificação e interpretação dos dados
coletados. Sintetizando os dados para melhor entendimento. Assim foi levantada os dados da
receita mensal e dos gastos mensais da empresa, para a partir destes dados tirar as conclusões.
4
Análise dos Dados
A empresa Silva (nome fictício) tem por objeto principal da sociedade serviço de
preparação de terreno, cultivo e colheita. A empresa está localizada no município de
Itaipulândia/Pr, e é constituída por 3 sócios, irmãos, onde cada sócio tem sua função
especifica na sociedade. A empresa a qual se baseia este estudo é de origem familiar. Com
tradição no trabalho agrícola, o patriarca da família começou o negócio com a prestação de
serviços agrícolas para os vizinhos, por meio da colheita de grãos. Com o passar do tempo, os
clientes foram aumentando e consequentemente foram adquirindo mais maquinários. Os
clientes se encontram no município de Itaipulândia e municípios próximos, porém os
principais estão nos estados do Pará, Bahia, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Com a conquista de novos clientes, sendo alguns grandes produtores rurais, estes
começaram a exigir que fosse emitido nota fiscal dos serviços prestados. Assim, foi criada a
empresa em 2009, e ainda muitos bens estão em nome da pessoa física. Ao todo, possuem 11
colheitadeiras de grãos e 2 caminhões, totalizando um patrimônio de aproximadamente R$ 5
milhões, conforme dados da entrevista com os sócios.
Durante os meses que a empresa está em atividade, é feito a contratação de
funcionário temporários para operar as máquinas. Em média, são contratados 9 funcionários
temporários. Durante todo o ano são 3 funcionários fixos trabalhando juntamente com os
sócios.
No Paraná, a época de colheita ocorre em meses diferentes do que outras regiões do
País, o que favorece a empresa, pois após terminar a prestação de serviços na região oeste do
Paraná, as máquinas são enviadas para as outras regiões do País. Contundo, este trabalho não
ocorre durante todo o ano, ficando as máquinas ociosas durante 4 meses no ano.
Para facilitar o entendimento a tabela 1 apresenta os meses do ano em que tem colheita
de grãos e os meses que não tem.
TABELA 1 – meses que possuem colheita de grãos
FONTE: dados da pesquisa
6
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Durante o período que as máquinas não estão trabalhando, a empresa realiza a
manutenção preventiva, com revisões nas máquinas, trocas de peças, todos os procedimentos
necessários para que estejam em perfeito funcionamento na hora de retomar a colheita. A
tabela 2, apresenta as duas principais culturas que a empresa trabalha e os meses que tem
colheita de grãos.
TABELA 2 – colheita de soja e milho
FONTE: dados da pesquisa
Conforme dados apresentados pela empresa, o gráfico abaixo demostra as receitas
durante os meses do ano de 2013.
RECEITAS 2013
400000,000
350000,000
300000,000
250000,000
200000,000
150000,000
100000,000
50000,000
,000
GRÁFICO 1 – receitas 2013
FONTE: dados da pesquisa
Conforme o Gráfico 1, ve-se que a receita tem um incremento considerável nos meses
de junho e julho que foram os meses que entraram mais recursos na empresa, referente a
prestação de serviços.
O Gráfico 02 apresenta as receitas referentes ao ano de 2014.
7
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
RECEITAS 2014
600000,000
500000,000
400000,000
300000,000
200000,000
100000,000
,000
GRÁFICO 2 – receitas 2014
FONTE: dados da pesquisa
No gráfico acima, as receitas com prestação de serviços nos meses de julho e agosto
são referentes a serviços prestados nos meses de junho, julho e agosto, do mesmo ano.
Os dados apresentados nas tabelas 1, 2, 3 e 4 e nos gráficos 1 e 2, sofrem influencias
diretas de questões com clima, época de plantio, entre outros. Por exemplo: determinado mês
pode ter chuvas acima da média e consequente atrasar a data do plantio da safra, isso terá
reflexo direto na colheita, que também será atrasada.
Como os principais clientes estão em várias regiões, e algumas muito distantes. A
empresa possui dois caminhões, que servem para transportar os maquinários até o local da
prestação dos serviços, contudo ainda se faz necessário a contratação de outros caminhões
para fazer o transporte das máquinas, o que acaba gerando custos para a empresa.
O Gráfico 03 apresenta os valores de custos e despesas referentes ao ano de 2013. Os
valores apresentados foram extraídos das demonstrações contábeis e documentos fornecidos
pela empresa.
CUSTOS/DESPESAS 2013
100000,000
80000,000
60000,000
40000,000
20000,000
,000
GRÁFICO 3 – custos/despesas 2013
FONTE: dados da pesquisa
No Gráfico 03, durante os meses de fevereiro a setembro os custos/despesas mantemse relativamente constantes, já nos meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro, a
empresa faz a manutenção e revisão preventiva das máquinas, com o objetivo de estarem
8
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
prontas para a próxima colheita, que normalmente inicia-se em fevereiro. Assim com a
aquisição de peças para reparos aumenta os gastos da empresa em um período que não tem
receita.
O Gráfico 04 demonstra os custos e despesas referente ao ano de 2014.
CUSTOS/DESPESAS 2014
150000,000
100000,000
50000,000
,000
GRÁFICO 4 – custos/despesas 2014
FONTE: dados da pesquisa
O gráfico 4 apresenta a distribuição dos custos durante o ano, e para estimar os valores
para os meses de outubro, novembro e dezembro utilizou-se informações fornecidas pela
empresa, de sua previsão de gastos, pois estes valores não nos documentos contábeis.
Assim com os gastos do ano de 2013, em 2014 mantem-se o mesmo padrão, onde os
gastos se mantem relativamente constante durante os meses de fevereiro a setembro, após
ocorre uma oscilação, devido as manutenções feitas nas máquinas, o que demanda um relativo
aumento nos gastos.
Para melhor compreensão da relação entre as receitas e os custos/despesas da empresa,
é apresentado dois gráficos, referentes a 2013 e 2014, onde torna-se nítido as oscilações
visualizadas principalmente com as receitas.
RECEITAS X CUSTOS/DESPESAS - 2013
400000,000
350000,000
300000,000
250000,000
200000,000
150000,000
100000,000
50000,000
,000
custos/despesas
receitas
GRÁFICO 5 – comparativo receita x custos/despesas 2013
FONTE: dados da pesquisa
9
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
O gráfico acima apresenta gastos relativamente constantes durante todo o ano, porém a
receita tem grandes oscilações, com meses que praticamente não tem receita e outros meses
com receita elevada.
O gráfico abaixo mostra a relação entre receitas e custos/despesas no ano de 2014.
RECEITAS X CUSTOS/DESPESAS - 2014
600000,000
500000,000
400000,000
300000,000
200000,000
100000,000
,000
custos/despesas
receitas
GRÁFICO 6 – comparativo receita x custos/despesas 2014
FONTE: dados da pesquisa
No gráfico 6 pode ser visto um quadro semelhante com o apresentado no gráfico 5,
com custos/despesas relativamente constantes durante o todo o ano, e com picos na receita,
porém com meses sem receita.
Estas oscilações de receita, redobram os cuidados que os sócios devem ter, porém os
rendimentos devem ser guardados para pagar os gastos da empresa durante os meses que não
tem receita ou esta é baixa.
Os empresários ainda dizem que é necessária uma boa organização quanto ao
planejamento das atividades da empresa durante o ano, pois, ao terminar o serviço em
determinada propriedade as máquinas são enviadas para outra. Assim a organização logística
da empresa torna-se fundamental para não perder clientes. Visto que produtos do agronegócio
tem prazo para serem colhidos por exemplo, caso contrário pode se perder toda uma
produção.
Para assegurar o patrimônio, a empresa contrata seguro para os funcionários, e todos
os equipamentos. Segundo depoimento dos proprietários, o seguro é uma forma de prevenção
para empresa, pois todos ano é acionado sinistro para as máquinas, por colisões na lavoura, ou
acidente com os caminhões por exemplo, assim o seguro para os bens se torna indispensável
para a manutenção da atividade da empresa.
10
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
5
Conclusões
O objetivo deste trabalho foi verificar os custos/despesas e receitas da empresa, para
verificar seu comportamento durante ano. A empresa analisada, é uma empresa de prestação
de serviços agrícolas, com atuação principalmente na colheita de grãos.
O agronegócio brasileiro tem um potencial muito grande, o que pode ser facilmente
identificado visualizando a participação expressiva que o agronegócio tem na balança
comercial brasileira. O que acaba abrindo a porta para várias empresas prestadoras de serviços
agrícolas. Muitos agricultores, por serem pequenos, não tem todos os equipamentos
necessários para a colheita da safra, o que exige que os mesmos contratem serviços de
terceiros. O mesmo acontece com grandes produtores, que por terem áreas muito grandes,
muitas vezes não tem os maquinários para a realização de todos serviços.
Foi apurado que os gastos da empresa, se mantiveram relativamente constantes
durante o período analisado, com algumas oscilações, principalmente nos meses que ocorre a
manutenção das maquinas. Já com as receitas, a oscilação é bem visível, onde tem meses
praticamente se receita alguma, e outros meses, com muitas entradas de recursos.
Característica da sazonalidade na atividade agrícola.
No tocante às decisões tomadas nos períodos de sazonalidade, foi possível observar,
com base na opinião dos empresários, ser este é um ponto essencial para a viabilidade da
empresa, pois um bom planejamento é essencial para a manutenção das atividades e a
garantida de que não haja escassez de recursos nos meses que a empresa não tem receita. O
principal ponto elencado pelos entrevistado é de guardar recursos, seja em aplicações
financeiras ou outra forma de aplicação, para utilizar nos meses que não possui receita. E para
que isso seja seguido, é fundamental que a empresa trace um planejamento, utilizando uma
previsão de entradas e saídas, e assim guiando duas ações. Tal pratica afirmada pelos
empresários foi possível verificação nos documentos da organização.
Diante de todos os dados apresentados, conclui-se que o planejamento dos recursos,
tanto entradas como saídas, é fundamental para manutenção das atividades.
Referências
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a metodologia do trabalho científico, 6 ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
______. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na
graduação. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas,
1995.
CANAL RURAL. Ministro da Agricultura comemora desempenho do agronegócio no
PIB dos três primeiros meses do ano. Disponível em:
<http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2013/05/ministro-da-agricultura-comemora -
11
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
desempenho-do-agronegocio-no-pib-dos-tres-primeiros-meses-do-ano-4153714. html>.
Acesso em 31 de agosto de 2013. As 17:30.
______. Balança do agronegócio tem superávit de US$ 40,8 bi no semestre. Disponível
em: <http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2014/08/balanca-do-agronegocio-tem-superavitde-us-40-8-bi-no-semestre-4565535.html>. Acesso em 03 de agosto de 2014. As 17:00.
CHIAVENATTO, Idalberto. Teoria geral da administração. 5.ed. Rio de Janeiro: Campus,
1999.
CANECCHIO FILHO, Vicente. Administração técnica agrícola. São Paulo: Campinas,
Instituto Campineiro de Ensino, 1973.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2002.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 2 ed. São
Paulo: Atlas, 1998.
______. Contabilidade de custos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
DUTRA, René Gomes. Custos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário aurélio da língua portuguesa.
Coordenação Marina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos. 4ª edição. Curitiba: Positivo; 2009.
FOLHA DE LONDRINA. Pib do agronegócio cresce 1,22% no 1º quadrimestre.
Disponível em: <http://www.sistemafaep.org.br/pib-agronegocio-cresce-122-1oquadrimestre.html>. Acesso em 14 de setembro de 2014. As 19:00.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra,
2002.
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 4.ed. São Paulo: Atlas,
2003.
IUDICIBUS, Sergio de. et al. Contabilidade introdutória. 11.ed. são Paulo: Atlas, 2010.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade: para não
contadores. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 1995.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. 3 ed. São Paulo.
Atlas, 2009.
12
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
MARION, José C. Contabilidade e controladoria em Agribusiness. São Paulo: Atlas, 1996.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2004.
OLIVEIRA, Silvio de L. Tratamento científico: projeto de pesquisa, TGI, TCC,
monografias, dissertações e teses. 2 ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
SANTOS, Gilberto J.; MARION, José C. Administração de custos na agropecuária. 2 ed.
São Paulo: Atlas, 1996.
SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média empresa. São
Paulo: Atlas, 2001.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
SILVA, José Pereira. Análise financeira das empresas. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PORTO, Edson Marcos Viana; GONÇALVES, Valdeir Dias. Agronegócio: a empresa
rural. Montes Carlos-MG: Unimontes, 2011.
WELSCH, Glenn A. Orçamento empresarial. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1983.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa. 9.ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002.
13
Download

Influência da Sazonalidade em Empresa do Ramo de