a abençoar sua família. Era assim, pois, que funcionava a adoção na Grécia, levada pelo medo de não descansar em paz a quem não fosse rendido homenagens. Conclusão O método de adoção feito na Grécia tinha acepções baseadas na religião de determinada família, sendo uma ferramenta com objetivo de suprir a ausência de um herdeiro de sangue do sexo masculino. Diferentemente do conceito contemporâneo, que leva em consideração a solidariedade para com a pessoa adotada, pelo simples fato, muitas vezes, de prover uma família para aqueles que não a possuem, se importando com os seus sentimentos e respeitando de forma social seus atos, dando-lhe verdadeiro amor. Conclui-se então que o principal beneficiário da adoção na antiguidade clássica é o indivíduo que pratica adoção, enquanto atualmente o foco é dado ao adotado. Referências DE COULANGES, F., A Cidade Antiga. São Paulo: Martin Claret. 2007. LLOYD-JONES, H., O Mundo Grego. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1965 REDE, Marcelo. A Grécia Antiga. São paulo: Saraiva, 1999. JARDE, A. A Grecia antiga e a vida grega. Sao Paulo: EPU, EDUSP, 1977 ZAIDMAN, Louise Bruit; SCHMITT PANTEL, Pauline. Religion in the ancient Greek city. Cambridge; New York: Cambridge University Press, 1992. IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008 Na Antiguidade Grega, a religião era o elemento que efetivamente constituía a família antiga. Estava enraizada de tal modo que cada uma tinha seus próprios deuses, não podendo revelar para estranhos os ritos e cerimônias religiosas, nem deixar que estes participassem dos cultos, o que para eles seria um insulto aos deuses e antepassados. A família antiga era muito mais caracterizada como uma associação religiosa do que como uma conseqüência natural de união de pessoas. A morte recebia semelhante importância, pois não se acreditava que quando o corpo morria a vida cessava inteiramente, já que a alma, segundo os gregos antigos, permanecia viva. Esta então precisaria de manutenção, como o recebimento de alimento, para que continuasse a usufruir de uma pós-vida de forma aceitável. Para realizar a manutenção havia os herdeiros do sexo masculino, que por meio de cerimônias, homenagem e celebrações, rituais e cultos supririam as necessidades dos antepassados. Os herdeiros eram guiados pelo pater, o líder familiar responsável pelaparte financeira, educacional, moral, ética se encarregava de ensinar os rituais religiosos correspondentes àquela família, sendo que os cultos somente poderiam ser feios por homens componentes da família onde estes teriam manteriam as oferendas fúnebres aos antepassados, não deixando essas famílias caírem no esquecimento, tornando-as sempre lembradas e conhecidas, e isso, traria a garantiria da paz que acreditavam ser necessários aos mortos, e em troca os antepassados cuidariam de sua família impedindo-a de cair em desgraça. Em alguns casos ou a mulher era infértil ou só tinha dado a luz a crianças do sexo feminino, e não tinha outro membro do sexo masculino que pudesse manter as oferendas, nesta família, então se apresenta, para eliminar esse problema na Grécia, a adoção. Recorriase a adoção de uma pessoa do sexo masculino, para a pessoa adotada passar a conviver com os costumes, éticos, morais, culturais e religioso deixando para trás toda e qualquer costumes religiosos a família que pertencia ou cultuava pois, a partir do momento em que passava ser membro daquela família, teria que se dedicar somente a mesma, tendo assim obrigação de continuar os ritos religiosos dos que eram agora sua família e antepassados do mesmo modo como seu pater adotivo, que, após a sua morte, passava as obrigações para este seu filho do qual adotou, que também assumiria total controle sobre os negócios da família, tendo também que, deixar sempre um herdeiro para que após a sua morte lhe prestassem homenagens fúnebres e aos deuses da religião correspondente àquela família, para que esse também viesse IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008 A adoção como Instituto religioso na Grécia Antiga Celso Antônio de Souza Dias Junior, Matheus de Andrade Branco, Tarcísio Vilton Meneghetti, Prof. Dto. Josemar Siniei Soares(orientador) Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Centro de Ciências Sócias e Jurídicas, Curso de Direito, Grupo de Pesquisa de Filosofia do Direito – Grupo Paidéia. Rua Uruguai, 458, Centro, Itajaí, Santa Catarina. Resumo Na Antiguidade Grega, a religião era o elemento principal na constituição de uma família, A morte exercia papel importante, sendo dada calorosa atenção aos eventos correspondentes à mesma, no intuito de resguardar a lembrança e os atos cerimoniais daquela família, evitando o esquecimento. Para tanto, se revelava essencial o papel do herdeiro, que sempre do sexo masculino garantiria que o culto aos mortos e os rituais de passagem fossem executados, evitando assim que aquela cultura se perdesse provocando o esquecimento da família. Não havendo herdeiros, por alguma patologia, invocava-se o ato de adoção, para suprir as obrigações correspondentes aos herdeiros. Introdução A adoção na contemporaneidade, é feita, na maioria dos meios socais, com o intuito de dar um lar para os abandonados, que seja ambiente solidário, aonde a criança venha a conviver de forma afetiva com os seus pais adotivos, onde essa possa receber educação escolar, familiar, social e uma boa formação pessoal, correspondendo à adoção então, a um ato altruísta. No entanto este conceito não pode ser aplicado à Antiguidade Grega, em que os motivos de se adotar tinham um embasamento religioso e visava favorecer muito mais a figura da pessoa que iria praticar o ato de adoção, do que a pessoa a ser adotada em si. Metodologia O método utilizado é o indutivo, através de pesquisa bibliográfica. Resultados (ou Resultados e Discussão) IX Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2008