NEWSLETTER 2 - MARÇO DE 2007 ENTREVISTA Prof. Dr. João Luís Silva Carvalho Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPMR) “A lei é no seu geral muito positiva e contempla uma série de princípios defendidos pela SPMR que, em tempo útil, procurou contribuir da melhor forma possível para a sua concretização. Embora a nova legislação não corresponda no seu completo ao idealizado pela SPMR, o que provavelmente seria impossível, ela é o 1º passo de um processo de regulamentação muito importante, porque é, em si mesma, no seu formato e conteúdo, muito positiva. Claro que existem alguns pontos de que discordamos ou que poderiam ser melhorados.” “A SPMR concorda com a criação do Conselho de Procriação Medicamente Assistida, encarado este como uma entidade regulamentadora da legislação geral e reguladora da actividade da Procriação Medicamente Assistida. Aliás, nós próprios tínhamos já, em 2003, sugerido a criação desta entidade. A SPMR não concorda, no entanto, com os critérios da sua composição. Em 9 membros, 5 são nomeados pelos partidos políticos representados na Assembleia da República, o que, tem toda a razão em afirmá-lo, traz um enorme risco de politização do Conselho, com eventual perda de eficiência e rigor. "Em Portugal a prevalência da infertilidade deve ser idêntica à verificada nos restantes países da Europa Ocidental. Quer dizer, 15 a 20% da população, o que significa cerca de 500.000 casais. A doença encontrase em crescimento podendo esperar-se que a incidência seja 2 a 3 vezes superior nos próximos 20 anos. O acesso aos tratamentos é difícil, no essencial por razões de natureza económica. Independentemente de os custos dos tratamentos em clínica privada serem significativos, mesmo nos Hospitais públicos acabam por ficar caros, por motivo dos custos da medicação e da deficiente comparticipação do Estado.” Texto integral na secção OPINIÃO em www.apinfertilidade.org NOTÍCIAS > 1ª Assembleia Geral Extraordinária Decorreu no passado dia 03 de Fevereiro, em Leiria, a 1ª Assembleia Geral Extraordinária da Associação Portuguesa de Infertilidade, conforme foi oportunamente anunciado. A Assembleia Geral contou com a presença de 62% dos associados com direito de voto. De entre os vários assuntos constantes da ordem de trabalhos, destacamos a apresentação das contas relativas ao ano de 2006, as actividades desenvolvidas até à data da Assembleia e o plano de actividades que a API se propõe desenvolver em 2007. Procedeu-se também à eleição dos primeiros orgãos sociais da associação. A única lista que se apresentou a eleições obteve uma votação de 45 votos a favor, 0 votos contra e 0 votos nulos. A presidência dos orgãos sociais será assumida por Cláudia Vieira (Direcção), Alexandra Guedes (AssembleiaGeral) e Bárbara Albuquerque (Conselho Fiscal). > Integração da API na Plataforma Saúde em Diálogo Na Assembleia Geral da Plataforma Saúde em Diálogo, do passado dia 15 de Fevereiro, foi deliberada por unanimidade a integração da Associação Portuguesa de Infertilidade. A Plataforma é uma estrutura informal, criada em Novembro de 1998, com vista à colaboração e consulta entre organizações relacionadas com a promoção da saúde. Agrupa doentes, consumidores, individualidades e a Associação Nacional das Farmácias. Apresenta-se como uma instância de diálogo e de entreajuda entre profissionais de saúde e utilizadores dos sistemas de saúde, nomeadamente para estimular práticas mais exigentes e melhorar a prestação de serviços, tanto da parte das farmácias como dos profissionais de saúde. A representação da API junto da Plataforma será assegurada por Elsa Ferreira, membro fundador e Vogal do Conselho Fiscal da API. TESTEMUNHO NOTÍCIAS (cont.) Tudo começou há dez anos atrás. Decidimos ter um filho e achámos que seria fácil, mas passaram dois anos e nada acontecia. Decidimos pedir ajuda. > Parceria entre a API e a APIFARMA Na Maternidade Alfredo da Costa fizemos inúmeros testes mas sempre sem conclusão à vista. Éramos um «casal infértil por causa desconhecida». Dois anos depois, foi na FIV que se detectou finalmente o problema, pois após retirarem 16 ovócitos em condições, nenhum deles fecundou. Nem um! Assim, só havia um caminho a seguir imediatamente: a ICSI. Iniciei logo o processo, numa clínica privada em Lisboa. A primeira ICSI deu negativa. Foi um balde de água fria, pois as expectativas eram altas. Não perdemos a esperança. Tentámos mais uma vez e engravidei! Infelizmente, na primeira ecografia, às sete semanas, o embrião parou de crescer e o aborto aconteceu. Mas o desejo de ter um filho era mais forte. Mais uma tentativa e uma nova gravidez. Tudo corria bem, até fazer a amniocentese, onde foi detectada uma doença grave na nossa bebé. Mais uma vez o nosso sonho ruiu num instante. Ainda assim, tentámos novamente. E a terceira tentativa deu também positivo, mas foi uma gravidez anembrionária. A idade avançava, os 40 bateram à porta e a probabilidade ia reduzindo de dia para dia. Resolvemos tentar uma última vez. E bingo! Nova gravidez. Vivi todos os momentos em sobressalto, mas tudo correu bem. Nove meses passados, a minha Vitória nasceu no dia 1 de Agosto de 2006, após um parto cheio de emoção. O nome faz jus à sua história. Uma história que um dia terei muito prazer em lhe contar. A sorte bateu-nos à porta e a felicidade é infinita. Costumo dizer que devemos insistir nos nossos sonhos, para que mais tarde não nos arrependamos de não ter tentado. E se eu tivesse desistido? Ana Oliveira A Associação Portuguesa de Infertilidade e a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica iniciaram, no passado mês de Fevereiro, uma parceria de colaboração que visa essencialmente: A implementação de canais de diálogo que permitam a partilha de informação e suscitem debates francos e abertos; A compreensão, no seio da Indústria Farmacêutica, das posições e necessidades dos Doentes e vice-versa; A adopção de posições comuns sobre a política de Saúde em Portugal sempre que reflictam o consenso entre as Associações de Doentes e a Apifarma; A apresentação de soluções conjuntas que permitam ajudar a resolver alguns dos graves problemas que os Doentes enfrentam no nosso país. A representação da API junto da APIFARMA será assegurada por Rita Siborro, membro fundador da associação. PROTOCOLOS Com vista ao cumprimento dos seus objectivos, a API estabeleceu protocolos com algumas clínicas e hospitais a operar na área da infertilidade em Portugal, nomeadamente: > CETI (Porto); > HOSPITAL DE S. JOÃO (Porto); > CENTRO HOSPITALAR DE GAIA (Vila Nova de Gaia); > FERTICENTRO (Coimbra); > AVA CLINIC (Lisboa); > IMOCLÍNICA (Lisboa); > IVI (Lisboa) Estes protocolos prevêem a colaboração na resposta a questões médicas, em acções de divulgação, informação e apoio na área de infertilidade. Em alguns casos, os Associados da API podem beneficiar de um conjunto adicional de descontos em consultas e tratamentos de infertilidade. Para aceder a este serviço deverá contactar a Associação, enviando um email. SAIBA MAIS SOBRE... Citrato de Clomifeno - O tratamento com citrato de clomifeno é vulgarmente o tratamento inicial mais adequado para a mulher que apresenta uma disfunção ovulatória e em que simultaneamente não existem problemas de infertilidade masculinos. Saiba mais na secção GLOSSÁRIO em www.apinfertilidade.org