FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Ricardo Silva Santos ANÁLISE DOS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS PREDISPONENTES DA OCORRÊNCIA DE QUEDA EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS INSCRITOS NO GRUPO RAIO DE SOL DO SESC LACES DE PARACATU – MINAS GERAIS: estudo de campo Paracatu 2013 Ricardo Silva Santos ANÁLISE DOS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS PREDISPONENTES DA OCORRÊNCIA DE QUEDA EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS INSCRITOS NO GRUPO RAIO DE SOL DO SESC LACES DE PARACATU – MINAS GERAIS: estudo de campo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Monografia II com requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, Minas Gerais. Orientadora Temática: Prof.ª M Sc. Michelle Faria Lima Orientadora Metodológica: Prof.ª M Sc. Cecília Nascimento Paracatu 2013 SANTOS, Ricardo Silva. Análise dos fatores intrínsecos e extrínsecos predisponentes da ocorrência de queda em uma população de idosos inscritos no grupo Raio de Sol do SESC Laces de Paracatu – Minas Gerais: estudo de campo Paracatu, 2013. 60p. Orientadora Temática: MSc. Michelle Faria Lima Orientadora Metodológica: MSc. Cecília Maria Dias Nascimento Trabalho de Conclusão de Curso - Faculdade Tecsoma, Bacharelado em Fisioterapia. 1. Prevenção. 2. Fisioterapia preventiva. 3. Idosos. 4. Quedas 5. Qualidade de Vida. I. Santos, Ricardo Silva. II Faculdade Tecsoma. III. Titulo. CDU: 615.8:616:8 Ricardo Silva Santos ANÁLISE DOS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS PREDISPONENTES DA OCORRÊNCIA DE QUEDA EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS INSCRITOS NO GRUPO RAIO DE SOL DO SESC LACES DE PARACATU – MINAS GERAIS: ESTUDO DE CAMPO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Monografia II com requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, Minas Gerais. Banca Examinadora M Sc. Michelle Faria Lima (Orientadora Temática) M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento (Orientadora Metodológica) Paracatu-MG, 25 de Outubro de 2013 Dedico este trabalho ao meu avô Antônio Pereira da Silva quem desde o início sempre confiou na realização deste sonho, mas infelizmente não pode estar presente neste momento tão especial. Poucas horas antes de falecer disse: “Não me importa essa dor, que estou sentindo, por que sei que quando sair daqui você vai fazer sua fisioterapia em mim e eu vou melhorar”, e é lembrando sempre desta frase que encontro razões para enfrentar todas as dificuldades. Obrigado Vô Toim! AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus Pais que estão e sempre estarão do meu lado em qualquer momento! Mas em primeiro lugar agradeço a Deus que me presenteou com eles! RESUMO A queda é um evento altamente danoso e limitante, sua ocorrência na terceira idade traz repercussões ainda maiores ao se comparar com outas faixas etárias. A prevenção é a forma mais coerente de se trabalhar com a queda, apresentando ações eficazes antes de sua ocorrência. Foram realizadas entrevistas com integrantes do grupo Raio de Sol do SESC Laces Paracatu MG, das quais foram gerados dados relacionados a fatores intrínsecos e extrínsecos predisponentes a ocorrência de quedas, em seguida foram analisados e comparados com estudos anteriores. Estes dados evidenciaram que a maior parte dos entrevistados já havia sofrido quedas com episódios recorrentes, inúmeros fatores de risco presentes, além disso, um elevado número de idosos relataram nunca ter recebido orientações sobre prevenção de quedas, corroborando assim a situação observada neste estudo de que a falta de informação é o maior fator de risco para quedas. Ao final desta etapa foi possível entender as necessidades relativas a prevenção de quedas para o grupo de estudo. Palavras-chave: Quedas. Terceira idade. Prevenção. ABSTRACT The fall is an event highly damaging and limiting, its occurrence in old age brings even greater repercussions when comparing with other age groups. Prevention is the most consistent to work with the fall, presenting effective actions prior to their occurrence. Interviews were conducted with members of the Group sunshine of SESC Laces Paracatu MG, of which were generated data related to intrinsic and extrinsic factors predisposing the occurrence of falls, then were analyzed and compared with previous studies. These data showed that the majority of respondents had already suffered falls with recurrent episodes, numerous risk factors present, moreover, a high number of elderly reported never having received guidance on prevention of falls, corroborating that the situation observed in this study that the lack of information is the biggest risk factor for falls. At the end of this step was possible understand the needs concerning the prevention of falls for the study group. Keywords: Falls. Third age. Prevention. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Efeitos da idade nas diferentes modalidades sensoriais........................... 18 FIGURA 2 - Problemas auditivos relatados pelos participantes do estudo................... 32 FIGURA 3 - Tipo de auxílio à marcha utilizado pelos participantes do estudo............ 34 FIGURA 4 - Frequência dos exercícios físicos realizados pelos participantes............. 36 FIGURA 5 - Duração dos exercícios físicos realizados pelos participantes................. 37 FIGURA 6 - Intensidade dos exercícios físicos realizados pelos participantes............ 38 FIGURA 7 - Quantidade de quedas sofridas pelos participantes no ultimo ano........... 42 FIGURA 8 - Sintomas apresentados pelos participantes antes da última queda........... 43 FIGURA 9 - Motivo da ultima queda relatado pelos participantes............................... FIGURA 10 - Local onde ocorreu a última queda relatada pelos participantes.............. 44 44 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Relação da população acima de 50 anos de idade no Brasil, Minas Gerais e Paracatu-MG................................................................................. 19 TABELA 2 - Distribuição dos idosos em relação às suas características físicas e fisiológicas.................................................................................................. 30 TABELA 3 - Distribuição dos idosos em relação ao ambiente externo........................... 39 TABELA 4 - Distribuição dos idosos em relação ao nível de conhecimento e ocorrência de quedas................................................................................... 40 LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; AVE – Acidente vascular encefálico; OMS - Organização Mundial da Saúde; PSF – Programa de Saúde da Família; WHO – World Health Organization; SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13 1.2 Objetivos.............................................................................................................. 15 1.2.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 15 1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 15 1.3 Justificativa......................................................................................................... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 17 2.1 Definição do envelhecimento............................................................................. 17 2.1.1 População idosa................................................................................................... 19 2.2 Equilíbrio............................................................................................................ 20 2.3 A queda............................................................................................................... 21 2.3.1 Fatores de risco................................................................................................... 23 2.3.1.1 Fatores intrínsecos............................................................................................. 23 2.3.1.2 Fatores de risco extrínsecos............................................................................... 24 2.4 Fisioterapia e a prevenção................................................................................. 25 3 METODOLOGIA............................................................................................. 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 30 5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS................................................................................................. 47 ANEXOS............................................................................................................. 53 13 1. INTRODUÇÃO No Brasil, assim como em diversas outras partes do mundo, o envelhecimento populacional é um fenômeno que tem se tornado rápido. Em diversos países a população idosa já é maior que a população de outras faixas etárias, esta situação acaba provocando uma necessidade de mudança na maneira de atendimento do sistema de saúde, pois com o envelhecimento da população, há maior demanda por atendimento e surgem novas patologias relacionadas ao envelhecimento, o que requer dos atendentes a especialização na atenção a esta população que requer cuidados muito bem definidos (LIMA; TOCATINS, 2009). Em todo mundo, a população idosa (acima de 60 anos) cresce de forma mais rápida do que as demais faixas etárias. Em 2006 estimou-se esse grupo em cerca de 688 milhões de indivíduos e segundo projeções, acredita-se que esta população chegará perto dos 2 bilhões em 2050, ano também no qual será observado pela primeira vez na história que a população idosa será maior que a de crianças menores de 14 anos (OMS, 2007). Fabricio e colaboradores destacam: Durante a fase de envelhecimento, fatores biológicos, doenças e causas externas podem influenciar a forma em que ela se dá. A queda é uma delas e, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), é uma causa externa. O tema é muito valorizado pela gerontologia e uma fonte de preocupação aos pesquisadores dessa área, principalmente quando pessoas denominam esse evento como sendo normal e próprio do processo de envelhecimento. (FABRÍCIO et al., 2004, p.94). Segundo Ribeiro e colaboradores (2008), ao se comparar as consequências de quedas nos diferentes grupos etários, é claramente perceptível que para os indivíduos de mais idade estas quedas trazem maiores danos devido à fragilidade do organismo. Não é raro observar que indivíduos da terceira idade, após sofrerem uma queda, passam a se isolar mais, isolamento que ao ser associado com as lesões causadas pela queda traz maior imobilidade e redução das atividades, tanto físicas como as mais corriqueiras. Outro fator limitante observado é o medo de cair. No estudo apresentado por Fabrício e colaboradores (2004), no Brasil, no período de 1979 até 1995, aproximadamente 54.730 pessoas morreram em decorrência de quedas, e deste 14 total, 52%, ou seja, aproximadamente 28.459, eram idosos. Números extremamente alarmantes tendo em vista que na grande maioria dos casos, atitudes simples poderiam evitar a queda que levou cada um destes indivíduos à morte. A prevenção é a forma mais fácil, barata e eficaz de intervir nesta realidade. Como já foi comprovado em diversas áreas, a prevenção apresenta resultados muito mais significativos e de baixo custo ao ser comparada com a resolução de problemas. Na área da saúde é sabido que prevenir doenças e/ou o que leva a elas é mais rápido e envolve menores complicações do que o tratamento, o que não é diferente ao se tratar da queda. A prevenção a queda é algo simples de se realizar, com medidas de baixo custo e que pode ser levada a atingir um número muito grande de indivíduos, ao contrário do tratamento após uma queda, que requer profissionais altamente capacitados, grandes custos com medicamentos e institucionalização, demanda grandes períodos para tratamento além de toda a dificuldade de retorno as atividades normais, quando possível. Outro fator importante que a prevenção de quedas nos traz é a diminuição da necessidade de institucionalização dos indivíduos o que evita a superlotação em leitos de hospitais e casas de apoio a idosos (MATOS; FISZMAN, 2013). 15 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Determinar os principais fatores que levam a episódios de quedas e suas causas externas e fisiológicas em um grupo de idosos do SESC Laces no município de Paracatu – Minas Gerais. 1.2.2 Objetivos Específicos Identificar os fatores externos que podem propiciar queda no grupo pesquisado; Conhecer o nível de orientação da população estudada sobre prevenção das quedas; Identificar fatores fisiológicos e principais limitações físicas que podem vir a ser causas das quedas no grupo estudado; 16 1.3 Justificativa O envelhecimento é uma etapa da vida que merece maior atenção, envolve alterações em todos os sistemas corporais que levam ao surgimento de patologias e condições específicas a esta faixa etária. A queda é um problema frequente neste período da vida, considerada um evento não intencional altamente lesivo e incapacitante. Em casos mais graves, pode levar ao óbito, com causas intrínsecas e extrínsecas pode ser provocada por patologias, uso de medicamentos, obstáculos no ambiente, falta de dispositivos de segurança. A Fisioterapia não deve intervir apenas com o tratamento pós-queda. É função do Fisioterapeuta também prover a prevenção através de seus conhecimentos a fim de evitar que o idoso sofra consequências que podem ser evitadas de forma descomplicada. Associando diferentes áreas como a Fisioterapia Preventiva, Convencional, Ergonomia entre outras, podemos criar ações de prevenção que podem ser desenvolvidas em diversos tipos de grupos de idosos, adequando-se as necessidades específicas de cada e seu local de trabalhado, seja ele a casa do idoso, o posto de saúde, uma instituição ou ainda em reuniões públicas. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Definição do envelhecimento Acredita-se que o organismo humano esteja biologicamente programado para “durar” de 110 a 120 anos e tem seu pico de maturidade gozando de seu máximo de vitalidade em torno dos 25 a 30 anos. Já entre 25 e 40 anos o indivíduo encontra-se classificado como adulto inicial, deste ponto até os 65 anos considera-se um adulto médio ou pessoa de meia idade. Entre os 65 e 75 anos temos os adultos tardios ou na velhice precoce. A partir desta idade o indivíduo entra na chamada velhice tardia. Envelhecer não é algo que pode ser considerado de simples entendimento, pois acontece de maneira muito peculiar em cada pessoa, não possui um sincronismo entre os sistemas corporais e também não está relacionado diretamente a nenhuma patologia. Um envelhecimento, por mais saudável que seja, envolve inúmeros fatores tanto intrínsecos como extrínsecos, levando a sua compreensão a um nível que requer bastante conhecimento para se entender e descrever com segurança (PALÁCIOS, 2004 apud SANTOS; ANDRADE; BUENO, 2009). Assim como os demais grupos etários, o envelhecimento pode ser descrito como uma fase repleta de alterações biopsicossociais específicas à faixa. Cada organismo tem seu próprio tempo de maturação, o ciclo biológico representado pelas fases do nascimento, amadurecimento, velhice, declínio e morte é algo programado biologicamente em todos os seres humanos, porém a duração de cada etapa - seu início e fim - são determinados por variantes muito individuais de cada pessoa, o que leva às diferenças perceptíveis entre indivíduos da mesma idade (CAMARANO, 2003). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2003), o envelhecimento é definido como um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, resultando com o passar dos anos diminuição da capacidade de suportar as condições do seu meio, levando a maior probabilidade de morte. Como explanado na obra de Cancela (2006), o corpo humano passa por diversas alterações ao longo da vida. Ao chegar à velhice, essas alterações têm repercussão direta maior do que nas demais faixas etárias. As alterações ocorridas no período entendido como terceira idade são, em sua maioria, de redução da capacidade dos sistemas corporais. Todos os 18 sistemas do nosso organismo passam a trabalhar de forma diferenciada de anos atrás, produzindo menos e com menor rendimento se comparados às faixas etárias mais baixas, um processo natural denominado de senescência, sem a presença de patologias que acelerem seu progresso. Fontaine (2000) citado por Cancela (2006, p.04), nos traz um quadro interessante no qual é demonstrada a intensidade dos efeitos da idade nos sistemas de percepção como pode ser visto abaixo: Figura 1 - Efeitos da idade nas diferentes modalidades sensoriais Fonte: Cancela (2006) Como é perceptível em todos os nossos sistemas sensoriais, pelos quais percebemos o meio em que nos encontramos são alterados com grande intensidade durante o envelhecimento. Salientando o sistema responsável de equilíbrio como pode ser observado na figura 1, percebeu-se que este sofre influência considerável na velhice, o que serve de base para grande parte, senão todo este estudo. Dos 40 anos em diante, algumas alterações levam o corpo a uma redução de estatura, sendo esta medida em um centímetro a cada 10 anos. Como responsáveis principais por esta redução, temos a diminuição da curvatura dos pés, o arco plantar, surgimento ou aumento da hiperlordose e hipercifóse e também a o achatamento dos discos intervertebrais. Já o crânio e a caixa torácica, ao contrário de muitas alterações sofridas pelo corpo, tendem a crescer, aumentando assim seu diâmetro, acompanhando esta mudança, nariz e orelhas também 19 tendem a crescer, o que nos leva a perceber a chamada conformação facial típica do idoso. A composição corporal é alterada, mais tecido adiposo surge na região do tronco, a quantidade de água corporal diminui assim como o potássio. Fígado, rins e músculos sofrem uma grande redução no número de células que os compõem, perdendo maior massa em relação aos outros, o que não quer dizer que os demais órgãos também não percam células e consequentemente massa total (PAPALÉO 2000, apud TIBO, 2007). Considerando ainda o autor supracitado, obtemos a informação de que a pele com o passar dos anos vai perdendo sua elasticidade e sofrendo alterações na pigmentação trazendo assim as manchas, vistas facilmente no dorso das mãos. O dinamismo da locomoção sofre grande impacto, segundo Freitas et al. (2011). Ele afirma que devido às alterações já citadas anteriormente, o sistema locomotor passa a apresentar diminuição na amplitude dos movimentos em todas as suas articulações, o que leva consequentemente a mudança no padrão da marcha, sendo seus passos mais vagarosos, curtos e alguns casos percebemos o arrastar dos pés. Por alterações na coluna vertebral e na massa corporal temos também a mudança do centro de gravidade que vai mais para frente, aumentando assim a base de sustentação do corpo a fim de se obter maior segurança e equilíbrio. 2.1.1 População idosa Tabela 1 – Relação da população acima de 50 anos de idade no Brasil, Minas Gerais e Paracatu MG Relação da população acima de 50 anos de idade no Brasil, Minas Gerais e Paracatu MG. Acima de 70 Região 50 a 59 anos 60 a 69 anos TOTAL anos Brasil 18.416.621 11.349.929 9.240.670 39.007.220 Minas Gerais 1.746.364 1.047.851 887.092 3.681.307 Paracatu 7.141 3.769 2.993 13.903 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - Censo 2010 20 Como pode ser observado na tabela 1 acima apresentada, a população de pessoas acima dos 50 anos representa uma quantia significativa de indivíduos. Sabendo-se do rápido crescimento dessa população 2.2 Equilíbrio Segundo Ruwer, Rossi e Simon (2005), em 80% dos casos de falta de equilíbrio não é possível especificar uma causa, considerando então que a causa do desequilíbrio é uma desordem no sistema de equilíbrio do organismo em geral. De grande complexidade, envolvendo diversos sistemas, o nosso sistema de manutenção do equilíbrio está ligado diretamente às vias aferentes vestibulares e auditivas, representados pelo nervo vestíbulo-coclear. Ininterruptamente este sistema está trabalhando, mesmo quando estamos parados. Ele atua na manutenção da postura, controlando o tônus muscular, movimentos involuntários de correção, e todo o sistema de posicionamento corporal. Mas se por algum motivo qualquer parte do sistema deixar de atuar da forma esperada, temos uma repercussão em todo este sistema, levando à perda de equilíbrio e incapacidade de correção (BARROS et al., 2004). Um dos principais responsáveis pela função de proporcionar ao corpo noção espacial tanto em ocasiões estáticas quando dinâmicas, o Sistema Vestibular, estruturado por componentes ósseos e membranosos, sendo que o labirinto que é sua estrutura óssea encontrase no osso temporal. Outro importante controlador da postura é o sistema proprioceptivo, constituído proprioceptores, órgãos tendíneos e receptores articulares, que como sensores de um computador fazem a “leitura” da posição do corpo no espaço informando ao cérebro como a indivíduo se encontra, sua posição, seus membros e sua cabeça (BANKOFF et al., 2005). Um fato considerável apresentado por Enoka (2000) citado pelo autor mencionado acima, nos diz que o sistema visual representa uma parcela significativa na manutenção do equilíbrio, pois em estudos realizados percebeu que indivíduos que tiveram comprometimento sério no sistema vestibular, mas preservaram seu sistema visual, associado aos receptores articulares e cutâneos, conseguiram manter uma vida com atividades diárias bastante 21 satisfatórias, com pequenas dificuldades em se locomover apenas no escuro em pisos acidentados e com desníveis. Para manter-se numa postura ereta, equilibrada, o organismo enfrenta uma tarefa árdua, pois lida com muitas forças exteriores que o levam a tender para o desequilíbrio apoiando-se em uma base considerada pequena, que é a base formada pelos pés. Para que essa tarefa seja realizada com exatidão o organismo deve esquematizar suas atitudes de forma precisa e rápida, usando para esta função os reflexos, o sistema nervoso, sensorial e motor. A mínima falha nessa ordem pode nos levar ao desequilíbrio. Um bom exemplo é notado quando observamos um casal de dançarinos: eles devem seguir um programa lógico, no qual estão especificados seus passos, mas se por algum motivo ocorrer uma falha na sequência, percebemos claramente uma alteração na sua postura, levando em alguns casos até mesmo à queda. O mesmo ocorre com nosso sistema, com a perda da sua sequência lógica de ações, seja por um evento rápido e passageiro como um tropeço ou por um fator mais permanente como pode ser uma patologia em qualquer um dos sistemas envolvidos na manutenção do equilíbrio, podemos sofrer uma ou várias quedas (LOTH et al., 2008). 2.3 A queda Definida pelos pesquisadores como “um evento não intencional que resulta na mudança do indivíduo do seu nível atual a um nível mais baixo sem possibilidade de correção”. Possivelmente uma queda estará relacionada à falha súbita passageira ou permanente em um dos sistemas responsáveis pela manutenção postural ou ainda por perda completa do equilíbrio causada por um fator externo. Na geriatria, a queda é tratada como um a síndrome geriátrica por ter envolvimento multifatorial e heterogêneo. (FABRÍCIO et al., 2004). Fabrício e colaboradores (2004) nos trazem o conceito de que a queda é algo comum a todos os grupos etários, mas que na terceira idade, tem consequências muito maiores, pois devido às alterações comuns do envelhecimento, o idoso em decorrência de uma queda pode sofrer sérias lesões, que o levam à incapacidade, e/ou em casos mais sérios, à morte de forma direta ou por complicações. Foi observado em postos de emergência nos Estados Unidos que lesões acidentais sofridas por indivíduos com mais de 75 anos são a sexta causa de morte dos 22 mesmos, sendo que a queda representa uma fatia de 70% dessa mortalidade, sobrando apenas 30% para todas as outras causas como acidentes automotivos e outros. Ainda observando as informações apresentadas pelo autor acima citado, um dado que pode ser facilmente classificado como alarmante diz que no Brasil, no período de 1979 até 1995, aproximadamente 54.730 pessoas morreram em decorrência de quedas, e deste total, 52%, ou seja, aproximadamente 28.459, eram idosos. Números extremamente alarmantes tendo em vista que na grande maioria dos casos, atitudes simples poderiam evitar a queda que levou cada um destes indivíduos à morte. Para o idoso, a queda não é um acontecimento simples, muitos fatores estão envolvidos na sua ocorrência e consequências. Por ter um organismo mais fragilizado, ao cair mesmo que da própria altura, o indivíduo pode apresentar fraturas, lesões na pele, hematomas, além de ser afetado psicologicamente por aquele evento, que dependendo da sua gravidade e/ou condição psicológica, o idoso no momento da queda pode desenvolver depressão, medo de cair, isolamento, dificuldade de socialização, entre outros. As internações e institucionalizações são realidades frequentes no pós-queda do idoso (HAMRA; RIBEIRO; MIGUEL, 2007). O idoso, que em muitas famílias é o provedor do sustento, ao sofrer uma queda com consequências mais graves, tem sua renda comprometida com seu tratamento, compra de medicamentos, cuidados especiais e demais necessidades, acarretando drástica redução no poder de compra daquela família. Ao ver-se em meio a esta situação, o idoso passa a se considerar um peso para seus parentes, motivo pelo qual é muito frequente o abandono de tratamentos, para que não precisem “dar trabalho” aos seus. Com isto ocorre a instalação de patologias como a depressão, que acarreta diversos efeitos tanto psicológicos como físicos. Associando estes fatos já com a provável imobilidade que tem apresentado após a queda, a saúde daquele idoso tende apenas a piorar, cada vez mais até que chegue ao extremo do óbito (VELOZ; NASCIMENTO-SCHULZE; CAMARGO, 1999). 23 2.3.1 Fatores de risco Englobando várias condições como as alterações fisiológicas e/ou patológicas, uso de medicamentos, uso ou ausência de lentes corretivas, alterações ambientais além de diversos outros, temos dois grupos que separam os fatores de risco, sendo eles os fatores intrínsecos, que são as alterações no organismo do indivíduo e os fatores extrínsecos, sendo todos aqueles presentes no ambiente de convívio (MARIN et al., 2004). 2.3.1.1 Fatores intrínsecos Dentre os fatores intrínsecos, os que mais afetam o equilíbrio são: a) Alterações visuais: como observado durante os estudos já aqui citados, o sistema visual tem grande importância na manutenção do equilíbrio e tudo aquilo que afeta direta ou indiretamente este sistema gera um fator contribuinte para ocorrência de quedas. Dos vários fatores podemos citar como mais importantes a cegueira, necessidade de lentes corretivas, alterações neurológicas que afetam os nervos óticos, pois sem uma visão perfeita ou correção equivalentemente eficaz, leva à perda da noção espacial além de dificultar a identificação de obstáculos presentes no caminho (MACIE; GUERRA, 2005). b) Alterações auditivas: por ser parte integrante do sistema auditivo, o sistema vestibular sofre com as interferências no padrão normal da audição, pois problemas como diminuição da audição, zumbido, surdez, dificultam o registro das informações presentes ao redor do indivíduo (RIBEIRO; PEREIRA, 2005). c) Alterações músculo esqueléticas: atuador direto na manutenção da postura e do equilíbrio, os músculos e ossos com o envelhecimento perdem sua força, ossos ficam mais frágeis, porosos pela osteoporose, podem levar à queda por fratura por exemplo. Já os músculos, sofrem com a redução do tônus e massa, ficando mais fracos, por este fato, um equilíbrio contínuo e satisfatório acaba se tornando tarefa desgastante para o organismo e em alguns momentos ocorrem as falhas nesse sistema levando à queda e, 24 por não estarem em sua condição mais ideal, não conseguem corrigir o deslocamento (GAZZOLA et al., 2006). d) Efeitos causados por medicamentos: o uso de medicamentos pode interferir no funcionamento dos sistemas e componentes responsáveis pelo equilíbrio ao causarem efeitos colaterais ou durante o processo de adaptação a um novo medicamento ou dosagem (COUTINHO; SILVA, 2002). Alguns medicamentos, os sedativos, por exemplo, afetam diretamente o sistema psicomotor dificultando a locomoção e correção de desequilíbrios, medicamentos que provocam bloqueios a-adrenérgicos aumentam a probabilidade de acontecer a hipotensão postural (COUTINHO; SILVA, 2002), que apesar de não ser um consenso geral entre autores, ocorre quando a pressão arterial chega próximo a 20mmHg na PAS sendo o valor mais aceito, que leva a um desmaio ou fraqueza geral fazendo com que assim ocorra a queda (CUNHA; BARBOSA; GIACOMIN, 1996). 2.3.1.2 Fatores de risco extrínsecos Fator de risco extrínseco ou também chamado de fator ambiental, engloba tudo aquilo que tem propensão a causar quedas no meio onde o indivíduo se encontra, pode ser uma escada sem corrimão, tapetes escorregadios, obstáculos no chão, móveis mal posicionados. Os fatores extrínsecos em sua maioria são mais fáceis de serem alterados, pois com algumas mudanças simples o risco de queda é reduzido ou até eliminado totalmente. A maior parte das ocorrências de queda está na própria residência do idoso (BIAZIN e RODRIGUES 2008). Diferentes dos fatores intrínsecos que para serem alterados requerem um tratamento do organismo que pode levar em alguns casos vários meses ou anos, os fatores extrínsecos por sua vez são de rápida alteração, não levando mais do que poucas semanas para sua alteração (PERRACINI, RAMOS, 2002). Dentre os principais fatores, podemos citar os seguintes (ALMEIDA et al., 2012): Escadas sem corrimão; Pouco espaço entre móveis; Instabilidade de apoios; 25 Piso escorregadio; Objetos e brinquedos espalhados; Pouca iluminação; Tapetes sem revestimento antiderrapante; Camas, cadeiras, vaso sanitários em altura irregular; Dispositivos de marcha desregulados. Rampas muito inclinadas; Desníveis; Ausência de avisos informativos sobre pisos irregulares. Segundo Miranda, Mota e Borges (2010), as mulheres são as que têm maior frequência de quedas por permanecerem maior parte do seu tempo em casa, geralmente realizando tarefas domésticas, estando diretamente expostas por longos períodos de tempo a fatores como piso escorregadios, uso de escadas ou apoios para alcançar objetos e lugares mais altos, entre outros. Além disto, descreve que a queda por fatores extrínsecos é multifatorial. 2.4 Fisioterapias e a prevenção A prevenção de quedas pode ser algo simples e barato de se fazer, a área da Fisioterapia mais indicada para a correção dos fatores de risco é a Fisioterapia Preventiva, englobando a Ergonomia, podendo ser o indivíduo encaminhado para outras áreas ou até mesmo outros profissionais após análise inicial. O tratamento pode ocorrer tanto em clínica como na casa do indivíduo, o que vai determinar o local são os tipos dos fatores de riscos presentes, disponibilidade do paciente e do fisioterapeuta. Em clínica podemos realizar tratamentos mais específicos com uso de aparelhos e equipamentos para auxílio, já em casa ou em outro local fora da clínica, para tratamento de fatores intrínsecos temos a nosso dispor a criatividade que deve ser explorada desenvolvendo formas de realizar as atividades necessárias utilizando os recursos ali disponíveis. Por essa capacidade de utilizar o que temos disponível no local, proporcionando um tratamento igualmente eficaz como em clínica, os 26 custos com um tratamento deste tipo podem ser bastante pequenos (HSPE, 2011; GALLO, 2005). O tratamento clínico é recomendado na presença de fatores intrínsecos e também em casos pós-lesões e ao medo de cair, sendo que para isso, devemos demandar um tempo maior, pois serão ações tranquilas de forma que o paciente não se sinta pressionado a alcançar um objetivo em um prazo determinado. Temos também que tomar cuidado com a parte psicológica levando em consideração o estado mental do paciente, buscando sempre motiválo provendo meios de elevar sua autoestima, facilitado o tratamento, resultados e ganhando assim mais qualidade de vida no geral para este (CUNHA et al., 2009). Pode ainda ser empregadas ações de maior custo, sendo estas ações em grupos, atividades mais profissionalizadas, envolvendo órgãos do governo local, empresas e até patrocinadores para que se possa conseguir um maior alcance do repasse das informações. Este tipo de medida engloba ações como a confecção de cartilhas, apresentação prática de formas de prevenção, veiculação de campanhas em meios de comunicação como rádio, TV e internet (CUNHA et al., 2009). Grande parte dos idosos é analfabeta, como demonstra pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo (2006), onde podemos observar que 49% desta população é afetada pelo analfabetismo funcional, e tem baixa renda. Pensando nisso, um tratamento a ser desenvolvido deve levar em conta que um material cheio de textos e explicações, por mais completo que seja, não terá a mínima utilidade para estes indivíduos. Para um bom entendimento deve-se optar por materiais predominantemente compostos por ilustrações, palestras práticas, uso de recursos multimídia para exibição de imagens e vídeos, pois assim a atenção do ouvinte é preservada no assunto em questão. Outro ponto importante é que devemos lembrar-nos das condições fisiológicas do envelhecimento. Pessoas idosas tem maior dificuldade em permanecerem longos períodos de tempo sentados num só lugar, precisam ir ao banheiro com maior frequência do que um público com menor idade, que pode assistir a várias palestras em sequência. Outro detalhe muito importante é a linguagem a ser usada. A linguagem de um material e/ou palestra voltado a idosos não deve ser difícil, palavras de fácil compreensão devem ser usadas em todo o tempo, alguns termos comuns à comunidade local podem ser empregados desde que facilitem o entendimento e sejam conhecidos da maioria do público presente. Usar termos técnicos é importante em projetos e 27 trabalhos formais, mas não nesse caso, onde se usarmos expressões desconhecidas pelos ouvintes de forma demasiada é certo que em pouco tempo estes perderão o foco e deixarão de prestar atenção nas informações que estão sendo repassadas, sendo de grande dificuldade corrigir o erro a tempo e retomar a atenção para o assunto central (REIS, 2005). Nada melhor do que conhecer o público alvo antes, identificar seu nível de escolaridade, conhecer a comunidade onde se encontra, para desta forma estar mais próximo dos indivíduos. Muitos idosos ainda têm dificuldade e certo preconceito em aceitar recomendações de pessoas mais novas. Em caso de estudantes é ainda mais difícil, devido a considerarem sua experiência de vida, mais instrutiva do que qualquer faculdade. Em sua maioria são bastante receptivos, mas temos que pensar sempre no geral, em formas e maneiras de atingir um público da melhor maneira possível (GOLDFARB, 1997). Durante uma palestra é altamente importante demonstrar segurança, expressar-se claramente, com bom tom de forma a ser ouvido por todos, mas não sendo desagradável. A descontração é positiva, mas não se deve exagerar para que não se perca o respeito durante o decorrer da apresentação. Em materiais impressos, as imagens são grandes aliadas, mas é preciso tomar um cuidado especial com as cores, o preto e branco podem ser mais econômicos, porém, dependendo do problema de visão do indivíduo, pode acontecer de as imagens se tornarem confusas por serem cores bem próximas a compor a imagem, mas por outro lado, um material demasiado colorido confunde o observador. O mais certo é buscar cores sóbrias, deixando as cores escuras para os textos e cores mais fortes para destacar um ponto específico da imagem (REIS, 2005). De forma geral, antes do desenvolvimento de qualquer plano de prevenção de quedas é preciso estudar e conhecer bem o assunto e o indivíduo ou grupo a ser trabalhado, para que possa ser desenvolvido de forma personalizada e concisa, como é o intuito da pesquisa subsequente a este projeto. 28 3 METODOLOGIA O presente estudo se trata de uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de campo. Todo o processo de pesquisa foi desenvolvido na cidade de Paracatu, Minas Gerais, que está localizada no Noroeste do estado, fazendo divisa com os municípios de Unaí-MG ao Norte, Vazante-MG e Guarda-Mor-MG ao Sul, João Pinheiro-MG e Lagoa Grande-MG ao leste e Cristalina-GO ao Oeste. Distante 220 km de Brasília-DF e 500 km da capital do estado, Belo Horizonte-MG (IBGE, 2007). O termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO B) foi elaborado em concordância com Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96 (BRASIL, 2012). O qual foi lido e explicado ao grupo de pesquisa e novamente repassado aos que solicitaram esclarecimentos, deixando os participantes cientes da gratuidade da participação e possibilidade de desistência a qualquer momento sem nenhum prejuízo para estes. Estando de acordo, os participantes do estudo assinaram o termo. Como critérios de inclusão foi definido que os participantes do presente estudo deveriam ser integrantes do grupo de terceira idade Raio de Sol do SESC Laces Paracatu MG, compreender de forma correta a proposta de trabalho e responder às questões apresentadas de forma coerente, mesmo que para tal fosse necessário auxílio. Os critérios de exclusão utilizados foram, não apresentar condições para compreender as questões apresentadas e/ou respondê-las coerentemente, além de indivíduos não inscritos no grupo de terceira idade Raio de Sol do SESC Laces Paracatu – MG. A amostra foi constituída de 51 idosos de ambos os sexos participantes do grupo da terceira idade Raio de Sol do SESC Laces Paracatu - MG. As entrevistas foram realizadas em duas ocasiões, com intervalo de uma semana entre elas, realizadas ao início da reunião de rotina do grupo. Logo após a finalização das entrevistas os idosos participantes do estudo prosseguiram com os trabalhos do grupo. Foi utilizado um questionário (ANEXO A) para aquisição de dados, estes dados obtidos foram analisados e comparados com estudos similares para sua validação. 29 Para análise, preparação e divulgação dos dados coletados, foram utilizados os softwares Excel e Word do pacote Office, versão 2010 da empresa Microsoft. 30 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir serão apresentados e discutidos os dados obtidos durante o estudo de campo. Tabela 2 - Distribuição dos idosos em relação às suas características físicas e fisiológicas Alfabetização Apresentam patologias específicas Problemas auditivos Uso de aparelho auditivo Problemas visuais Uso de óculos Uso de auxílio para marcha Uso de medicamentos Pratica de exercícios físicos SIM 45 35 14 1 45 45 3 39 41 NÃO 6 11 37 13 6 6 48 12 10 Fonte: Dados da pesquisa. A alfabetização é fator de grande importância ao se trabalhar com ações preventivas. É necessário observar que parte do público alvo pode ser analfabeto, o que influencia de forma direta na criação do material a ser trabalhado. Na tabela 2 fica evidenciado tal fato, onde temos 45 idosos alfabetizados e 6 analfabetos, um número pequeno, porém que não deve ser ignorado. Meireles e colaboradores (2007) observam que a escolaridade influencia diretamente na qualidade de vida e saúde do idoso, tendo em vista que aqueles que possuem menor nível de alfabetização consequentemente apresentam menor poder aquisitivo. Tal fato faz com que o acesso a serviços que supram suas necessidades seja mais escasso e em certos casos não aconteça, provocando assim, situações de baixa qualidade de vida. Em relação aos idosos, termos muito específicos, textos grandes e materiais com textos em demasia, podem deixar de ser interessantes para eles, pois além dos analfabetos, muitos têm dificuldades de leitura por baixa escolaridade e/ou problemas visuais. Por estes motivos é interessante pensar em materiais com maior quantidade de imagens e desenhos, a 31 fim de atrair o interesse do idoso, pois desta forma ele terá facilidade de identificar situações de perigo, dicas preventivas e demais informações trabalhadas. Dos entrevistados, 35 relataram possuir algum tipo de patologia e apenas 11 disseram não possuir nenhum problema de saúde. A presença de patologias se enquadra no grupo de fatores de risco intrínsecos por favorecer diretamente as chances de quedas ao alterar o equilíbrio, o padrão correto da marcha como no caso do AVE, o Parkinson, as alterações musculares, além de outras patologias e respectivas consequências (NOVAES et al., 2009). Os problemas auditivos foram relatados por 14 dos participantes e 37 deles não relataram possuir qualquer alteração auditiva. As alterações auditivas, assim como as visuais, por serem comuns ao envelhecimento, geralmente são ignoradas e não recebem a devida atenção do próprio indivíduo e dos profissionais da saúde. As alterações auditivas relacionamse indiretamente à ocorrência de quedas, pois em casos como os zumbidos, que por suas características provocam irritabilidade e consequentemente elevam a desatenção contribuindo para aumento nas chances de quedas, além, obviamente, daquelas alterações que afetam o sistema vestibular, que é o responsável por parte do controle e estabilidade do equilíbrio do corpo. Ao ter alterado esse controle do equilíbrio, o idoso tem mais chances de cair. O tratamento destas condições pode contribuir de forma efetiva para que este fator de risco seja minimizado e até eliminado em alguns casos (DONATO, 2008; NUNES; RIBEIRO; ROSADO, 2009). Considerando os participantes do estudo que relataram possuir problemas auditivos, apenas 1 deles relatou utilizar aparelho auditivo enquanto 13 não o usam. O aparelho auditivo contribui para a resolução de alguns tipos de problemas auditivos ao corrigir a deficiência. Com essa correção, a queda pode ser prevenida ao possibilitar seu usuário a ouvir avisos sonoros, perceber a aproximação de veículos e pessoas a tempo de evitar choques que possivelmente resultariam em uma queda. Contribui ainda com a satisfação do idoso e melhoria na qualidade de vida, que trazem benefícios de forma geral para a sua saúde (CARVALHO, 2007). 32 Figura 2: Problemas auditivos relatados pelos participantes do estudo 4 9 2 2 Surdez Zumbidos Redução auditiva Outros Fonte: Dados da pesquisa. A redução auditiva foi relatada por 9 dos participantes da pesquisa, a surdez e o zumbido foram relatados por 2 participantes cada um e 4 relataram possuir algum outro tipo de alteração auditiva. Em seu trabalho, Ferreira, Bottino e Bento (2003) observaram que parte dos idosos se referem aos seus episódios de falta de equilíbrio como “vertigem intensa associada a zumbido”. As alterações auditivas levam o idoso em alguns casos ao isolamento social pelas dificuldades de comunicação. Como se sabe, este isolamento traz consequências como a imobilidade e dependência, contribuindo assim para que o idoso perca sua capacidade funcional favorecendo as chances de episódios de queda (FERREIRA; JÚNIOR; MENDES, 2003). Um número bastante expressivo é observado ao se questionar sobre a presença de problemas visuais. 45 dos participantes do estudo relataram possuir algum tipo de problema e apenas 6 não possuem nenhum tipo de alteração visual. Este é um fato esperado na terceira idade devido às condições do envelhecimento e desgaste dos sistemas corporais. Como já foi retratado neste estudo, por ser comum ao envelhecimento, esse tipo de alteração muitas vezes é ignorado, agravando seu nível e da mesma forma as chances de queda. O sistema visual integra de forma determinante o sistema de posicionamento do corpo no espaço. Através das informações fornecidas por este sistema, associadas a outras contribuem para que o indivíduo tenha noção de sua posição em um meio, além de fornecer a real situação do ambiente, evidencia a presença de obstáculos, e qualquer alteração nesse sistema, acarreta na maior possibilidade de quedas, pois apesar de os outros sistemas tentarem suprir as necessidades, não conseguem o fazer com total perfeição (NOVAES et al., 2009). 33 O uso de lentes corretivas pode reduzir os efeitos causados pelas alterações visuais contribuindo para que o idoso tenha melhor noção do seu ambiente podendo evitar e se desviar de obstáculos com melhor eficiência e o sistema de posicionamento espacial do corpo também é beneficiado, pois passa a receber os sinais enviados pelos olhos de forma correta, possibilitando ao cérebro entendê-los e tratá-los corretamente, auxiliando no equilíbrio corporal. Dos participantes do estudo, 45 indicaram usar óculos e 6 deles não o usam. Mas para que o uso destas lentes seja realmente efetivo e proporcione tais benefícios, elas devem ser prescritas por um oftalmologista, específicas ao problema do indivíduo, não se deve em hipótese alguma utilizar óculos de outra pessoa, pois cada um possui graus, ângulos e demais características alteradas de forma diferente (WALDRON; HILL; BARKER, 2012). A correta locomoção é importante para que se evitem as quedas, a prática de exercícios contribui para melhoria nas condições físicas gerais, ajuda no equilíbrio, flexibilidade que associados contribuem positivamente para a melhoria nas condições da marca (FABRÍCIO et al., 2004). Como visto na tabela 2, três dos participantes relataram necessitar de auxílio durante a marcha e 48 não necessitam de tal auxílio, a redução da autonomia na realização de suas atividades diárias acaba provocando ao idoso o crescimento da dependência, ou seja, quanto mais dependente for o idoso, mais rápido o grau desta dependência cresce. Fato presente no auxílio da marcha, o idoso deve ser incentivado a buscar a locomoção independente sempre que possível, para que assim ele utilize o auxílio durante a marcha apenas quando for extremamente necessário (SANGLARD et al., 2004). Os dispositivos de auxílio à marcha, bem como ao auxílio oferecido por outra pessoa, devem seguir normas para que se tenha a segurança necessária, a correta adaptação de altura, pontas de borracha para evitar deslizamento de bengalas, deixar que ele se apoie em quem oferece a ajuda e não segurá-lo pelo braço são medidas que promovem ideal proteção contra quedas (MENEZES; BACHION, 2008). 34 Figura 3 - Tipo de auxílio à marcha utilizado pelos participantes do estudo 1 1 1 Bengalas Ajuda de outra pessoa Apoia na parede ou móveis Fonte: Dados da pesquisa. Dos 3 participantes que relataram necessitar de auxílio durante a marcha, o uso de bengalas, ajuda de outra pessoa e o apoio em paredes ou móveis, foram descritos por 1 participante cada. O que mostra que os integrantes do grupo de estudo possuem uma boa independência na marcha, já estes que necessitam de auxílio, apesar de comporem um número pequeno neste caso, não devem ser ignorados ao buscar medidas de prevenção à queda. Em relação ao uso de medicamentos, ao serem questionados, 39 dos idosos do grupo de estudo relataram usar medicamentos e 12 não fazem uso de medicamentos. O uso de medicamentos tem relação real com a possibilidade de quedas, seja por efeitos colaterais ou efeitos já esperados e descritos em bula, além da forma de ministração destes medicamentos. Essa relação se dá devido ao fato de que ao se usar um medicamento, este provoca alguma alteração no organismo, geralmente imperceptível, mas em alguns casos pode-se ocorrer algum efeito adverso, como a sonolência que reduz os reflexos do indivíduo aumentando as chances de queda ou ainda podem causar desmaios. Há ainda aqueles que alteram o nível de consciência do usuário reduzindo seu poder de julgamento e reação dentre vários outros tipos de efeitos. Em seu estudo Guimarães e Farinatt (2005), observou que idosos que fazem uso fármacos tem suas chances de quedas aumentadas proporcionalmente de acordo com a quantidade utilizada. Como descrito no estudo, idosos que fazem uso de 3 medicamentos tem duas vezes mais chances de cair ao serem comparados com aqueles que não utilizam ou utilizam com menor quantidade. Gimarães e Farinatt (2005), tratam com tamanha importância 35 que descrevem que idosos que tenham sofrido quedas devem passar por uma revisão de seus medicamentos para que sejam reduzidos, alterados ou até mesmo descontinuado seu uso, a fim de reduzir a possibilidade de novas quedas. A ministração da medicação deve seguir as orientações repassadas pelo médico responsável, deve seguir o horário correto para que seus efeitos sejam garantidos e efeitos colaterais sejam evitados por superdosagem ou falta da mesma. Ainda observando o trabalho do autor acima citado, a ministração de qualquer medicamento deve seguir à risca certas condições estabelecidas pelo médico que o receitou, horário, dosagem, quantidade de comprimidos e/ou ml’s deve estar de pleno acordo. A alteração de qualquer uma dessas características pode contribuir para a ocorrência de quedas. Todas essas alterações não programadas e sem devido acompanhamento nos leva a inúmeros fatores e consequências que por sua vez acabam contribuindo para a ocorrência de quedas, se associadas a um ou mais fatores já apresentados anteriormente por este estudo, as chances de reincidência são ainda maiores. A prática de exercícios físicos é de grande valia na prevenção de queda, pois trabalha a força, o equilíbrio e a resistência do indivíduo, tornando-o menos susceptível às quedas e reduzindo os danos quando a mesma ocorre. 41 dos participantes do estudo praticam exercícios físicos regularmente e 10 deles não praticam exercícios físicos. O idoso que pratica exercícios físicos consegue retardar os efeitos do envelhecimento, por diversos fatores. A prática de exercícios proporciona melhoria na qualidade de vida e saúde do indivíduo de forma geral. Já o idoso que vive de forma mais sedentária, por consequência, acaba tendo um envelhecimento mais rápido, menor convívio social, a socialização se torna mais difícil e o corpo sofre mais com as alterações do envelhecimento contribuindo ainda mais para a ocorrência de quedas e maiores consequências após estas (GUIMARÃES et al., 2004). 36 Figura 4 - Frequência dos exercícios físicos realizados pelos participantes 9 2 23 6 1 1 vez por semana 4 vezes por semana 2 vezes por seman 5 vezes ou mais 3 vezes por semana Fonte: Dados da pesquisa. Dos participantes que declararam praticar algum tipo de exercício físico, 23 praticam exercícios 2 vezes por semana, 9 praticam exercícios 3 vezes semanais, já 6 deles o fazem em 5 vezes ou mais. A prática de exercícios por 4 vezes semanais é feita por 2 idosos e 1 deles relatou praticar exercícios 1 vez por semana. Como apresentado por Guimarães et al. (2004), os exercícios físicos regulares contribuem para uma vida mais saudável e para um envelhecimento melhor. Esta frequência na prática dos exercícios é necessária para que o corpo se adapte e tenha resultados. Os chamados “atletas de final de semana”, pessoas que praticam exercícios físicos esporadicamente, sem certa regularidade, correm ainda mais riscos, pois estão associando o sedentarismo, envelhecimento e prática de atividades para as quais não estão realmente preparados, proporcionando aumento nas chances de quedas e até mesmo de outros tipos de problemas. 37 Figura 5 - Duração dos exercícios físicos realizados pelos participantes 8 33 30 Minutos Mais de 30 Minutos Fonte: Dados da pesquisa Como visto na figura 5, 33 dos participantes do estudo relataram praticar exercícios físicos por mais de 30 minutos e 8 por 30 minutos. A duração do exercício é importante e deve estar corretamente adaptada ao nível de capacidade dos idosos, tendo em vista que a prática de exercícios por períodos de tempo prolongado ou além da capacidade do indivíduo provoca a hipotensão, que pode acarretar em uma ocorrência de queda durante ou após a prática. A hipotensão postural também pode estar associada a casos de queda durante a prática de exercícios físicos, por isso a importância da correta adaptação do tempo. Além dos problemas causados pela hipotensão, podem surgir outros motivos de queda como a fadiga, lesões por estresse, entre outras (NEGRÃO; RONDON, 2001). 38 Figura 6 - Intensidade dos exercícios físicos realizados pelos participantes 14 27 Leve Moderado Fonte: Dados da pesquisa. A intensidade da realização dos exercícios físicos também é muito importante. Dos participantes do grupo de estudo, 27 deles relataram praticar exercícios de intensidade leve, já 14 dos participantes apontaram que praticam exercícios de forma moderada. No grupo de estudo, nenhum dos participantes citou praticar exercícios de forma intensa com pode ser observado na figura 6. Durante a coleta de dados foi possível perceber que muitos dos idosos realizam exercícios de intensidade moderada por se sentirem mais confortáveis neste nível, mesmo que alguns deles tenham condições para avançar um pouco mais nas suas atividades, não o fazem por comodidade, em alguns casos. O Fisioterapeuta tem papel fundamental nessa preparação, pois pode programar atividades e exercícios de forma específica, mesmo trabalhando em um grupo. O Fisioterapeuta independe de outros profissionais para tomar suas decisões e criar tratamentos, podendo, desde que esteja seguro de seus atos, desenvolver inúmeras atividades que visam à melhoria na qualidade de vida dos seus pacientes. Como mencionado em seu trabalho, Prado e Dantas (2004) deixam clara a importância da duração e intensidade dos exercícios físicos, pois só assim, com uma associação de condições, é que podem ser alcançadas as metas almejadas. Após seu trabalho, puderam concluir que o indivíduo que têm uma vida mais saudável, que se movimenta mais, têm menores chances de desenvolver patologias tanto físicas quanto psicológicas, vivem melhor e envelhecem de forma satisfatória, muito diferente daqueles que levam uma vida sedentária, 39 que com o passar do tempo entram em um declínio que tende a acelerar cada vez mais sua descida até o desenvolvimento de problemas de saúde, autoestima e muitos outros. Tabela 3 - Distribuição dos idosos em relação ao ambiente externo Distribuição dos idosos em relação ao ambiente externo SIM Escada dentro de casa 23 Escada fora de casa 11 Corrimão na escada 11 Rampas em casa 7 NÃO 28 40 13 44 Fonte: Dados da pesquisa. Como observado na tabela 3, muitas das residências possuem escadas. As escadas internas estão presentes em 23 das residências, já as externas estão em 11 casas. A presença de escadas com degraus irregulares, sem corrimão e faixa antiderrapante é considerada como um importante fator de risco, elas devem ter sua construção e uso evitados sempre que possível, porém, em casos onde sejam a única opção, devem surgir padrões de segurança de construção (MIRANDA; MOTA; BORGES, 2010). Ao serem analisadas as moradias que possuem escadas, sejam internas ou externas, 11 delas possuem corrimão e a maioria, 13, não apresentam este dispositivo de segurança tão necessário em uma escada. O corrimão é importante para possibilitar maior segurança, auxiliando durante o uso da escada e promovendo um ponto de apoio em possíveis desequilíbrios, evitando em diversos casos a queda. Porém, um corrimão instalado inadequadamente pode acabar contribuindo para a queda ao dar a falsa impressão de segurança. Para que seja realmente eficaz, deve ser firme, ter altura adequada ao idoso, enfim, seguir as normas padrão de segurança como estabelecidas pela ABNT (Pagliuca et al., 2007). Uma opção ao uso de escadas é a instalação de rampas de acesso que podem reduzir de forma considerável as chances de quedas. As rampas são mais seguras para o idoso, pois sua superfície é regular, o que diminui a exigência de equilíbrio do idoso ao usar a rampa. A presença do corrimão também é importante e também devem ser observadas normas para sua construção a fim de garantir o pleno funcionamento. As rampas estão presentes em 7 das 40 residências dos participantes, possivelmente as escadas presentes em muitas das moradias possam ser substituídas por rampas, conferindo assim menores chances de quedas. Os idosos preferem as rampas de acesso mesmo em locais onde escadas estejam presentes por acreditarem ter maior segurança (CELICH et al., 2010). Tabela 4 - Distribuição dos idosos em relação ao nível de conhecimento e ocorrência de quedas Distribuição dos idosos em relação ao nível de conhecimento e ocorrência de quedas SIM NÃO Medo de cair 36 15 Receberam orientações sobre prevenção de 18 33 quedas Acreditam ser possível prevenir quedas 45 6 Ocorrência de quedas 31 20 Fonte: Dados da pesquisa. O medo da queda, como já foi mencionado antes no presente estudo, é altamente limitante assim como a própria queda. Na tabela 4 temos 36 participantes que relataram possuir este medo e 15 disseram não temer a queda. O medo da queda pode se desenvolver em indivíduos que já tenham sofrido quedas bem como naqueles que jamais tenham caído. A simples ideia de se machucar em uma queda leva o idoso a reduzir seu ritmo, acarretando inúmeros outros problemas relacionados ou não à queda. O medo de cair provoca no idoso a diminuição na qualidade de vida, redução dos exercícios físicos, isolamento, diminuição no convívio social além de outros fatores que associados levam o idoso a depender de outros para realização de suas atividades básicas. Essa dependência agrava ainda mais a imobilidade que por sua vez traz consequências como o aumento no risco de quedas gerando assim um quadro negativo para o idoso, que só é quebrado após muito trabalho, que neste caso vai além da prevenção de novas quedas (CARVALHO et al., 2007). Ao serem questionados se já receberam orientações sobre a prevenção de quedas, dos 51 participantes, 33 disseram nunca ter recebido orientações neste sentido e apenas 18 41 relataram ter recebido algum tipo de orientação quanto à prevenção de quedas. É perceptível a existência de vários estudos sobre quedas na terceira idade, feitos de diversas formas e vários públicos, porém, a efetiva prevenção ainda é falha e não chega de forma eficiente à maioria dos idosos. De nada adianta criar estudos, entender o problema, mas não promover efetivamente a solução do mesmo. Sabe-se que a falta de informação dificulta a prevenção em qualquer área, é dever de quem possui o conhecimento repassá-lo aos demais para que não se perca e para que este conhecimento possa percorrer uma grande quantidade de indivíduos, contribuindo para um benefício geral de forma realmente eficaz. Por este motivo, os programas de prevenção de quedas devem ser desenvolvidos de forma que a pessoa que receba instruções possa repassá-las para seus familiares, vizinhos e todos aqueles com quem tenha contato (LOPES et al., 2007). Dos 51 participantes do estudo, 45 deles acreditam ser possível prevenir uma queda, porém 6 participantes consideram que a queda não pode ser evitada. Muitos dos idosos têm o costume de acreditar nos seus vizinhos, conhecidos, familiares e desconfiar de estranhos, principalmente os que levam mudanças em seu estilo de vida. É comum em grupos de idosos, ao se perguntar como conheceram o grupo, obter-se uma resposta como: “Meu vizinho começou a fazer e estava gostando, então eu entrei também...”, por isso, a importância do exemplo, devemos aproveitar a iniciativa daqueles que acreditam na prevenção para poder assim alcançar os que não acreditam, ao mostrar-lhes que seus amigos estão obtendo resultados, ganhando dessa forma a sua confiança (LOPES et al., 2007). Observando a tabela 4, temos a informação de que 31 idosos participantes do grupo de estudo relataram já ter sofrido pelo menos uma queda e 20 disseram não ter tido episódios de quedas. Um resultado esperado, pois na terceira idade maior parte dos indivíduos já sofreu algum tipo de queda. O maior problema aqui encontrado é a falta de medidas simples que podem evitar grande parte das ocorrências. Como é comprovado por diversas pesquisas, o número de quedas na faixa etária dos idosos é consideravelmente maior em relação as outras, em alguns casos mais sérios chega a ser um evento cotidiano sem despertar maiores preocupações, até que em dado momento ocorra uma lesão de maior gravidade (MENEZES; BACHION, 2008). 42 Figura 7 - Quantidade de quedas sofridas pelos participantes no ultimo ano 5 6 15 3 2 1 vez 2 vezes 3 vezes 4 vezes 5 vezes ou mais Fonte: Dados da pesquisa. Como exposto na figura 7, 2 participantes relataram ter caído 4 vezes, 3 sofreram 3 quedas, 5 caíram apenas 1 vez, 6 disseram ter caído 2 vezes e como já era esperado maior parte, 15 dos participantes relataram terem sofrido 5 ou mais quedas, tendo como referência o período de um ano anterior à data da pesquisa. A recorrência de quedas infelizmente é algo ainda comum entre os idosos. A falta de informações quanto à prevenção é um dos principais pontos determinantes para essa característica. O idoso, após cair, caso sofra alguma lesão, apenas a trata, em casos onde não ocorre nenhum ferimento, nenhuma outra atitude é tomada. O fator causador da queda normalmente continua ali presente, seja ele intrínseco ou extrínseco, oferecendo perigo para o idoso. Um indivíduo bem instruído, antes que ocorra a queda, saberá identificar a possibilidade de perigo e irá sanar aquele problema, e/ou ao sofrer uma queda saberá como agir para evitar que novas quedas ocorram pelo mesmo motivo (MENEZES; BACHION, 2008). 43 Figura 8 - Sintomas apresentados pelos participantes antes da última queda 2 7 2 2 18 Tontura Fraqueza em um lado do corpo Fraqueza nas duas pernas Nenhum sintoma Outros Fonte: Dados da pesquisa. A figura 8 considera apenas os idosos que já sofreram pelo menos uma queda, sendo que destes, 18 relataram não ter sentido nenhum sintoma antes do episódio, 2 disseram ter sentido outros sintomas além dos listados, fraqueza nas duas pernas, fraqueza em um lado do corpo também foram indicadas por 2 participantes e 7 disseram ter sentido tontura. Ao analisar de forma associada os dados apresentados pelo gráfico 8 e o gráfico 9 a seguir, podemos chegar à conclusão de que no grupo de estudo, os fatores extrínsecos são as principais causas de quedas na terceira idade. Esta conclusão é possível, pois, como visto, 18 participantes relataram não ter sentido nenhum sintoma antes da queda, já no gráfico 9 abaixo, 19 participantes relataram como motivo da queda ter tropeçado e 9 caíram por escorregar, parar de uma vez. Virar a cabeça rapidamente ou levantar rápido do assento foram relatados com causas de queda por 1 participante cada, ou seja, 46 dos 51 participantes do estudo sofreram sua última queda por fatores ambientais sem relações com sintomas, patologias ou uso de medicamentos. 44 Figura 9 - Motivo da última queda relatado pelos participantes 1 1 19 1 9 Escorregou Tropeçou Parou de uma vez Viou a cabeça rapidamente Levantou rapido da cadeira/sofá Fonte: Dados da pesquisa. Os dados da figura acima apresentada diferem de alguns autores como no estudo apresentado por Guimarães e Farinatti (2005), que observou como principais chances de quedas as alterações visuais, alto uso de medicamentos e a redução na mobilidade das atribulações dos membros inferiores. Esta diferença se dá devido às condições peculiares do envelhecimento e da forma de trabalho dos grupos estudados, onde as práticas desenvolvidas por cada um podem alterar no resultado final e na capacidade funcional do idoso. Figura 10 - Local onde ocorreu a última queda relatada pelos participantes 17 11 1 Em casa Na rua No quintal 2 Ao entrar no ônibus/carro Fonte: Dados da pesquisa. 45 A figura 10 apresenta o local onde ocorreu a última queda sofrida pelos participantes da pesquisa, sendo que em sua maioria, 17, ocorreu em casa. 11 relataram ter caído na rua, 2 disseram ter caído no quintal/área externa da residência e 1 ao entrar no carro ou ônibus, apesar de ser uma quantia pequena, apenas 1 dos idosos queixou-se muito ao usar serviços públicos de transporte, relatou que muitos motoristas não esperam que eles terminem de entrar ou sair do ônibus e já arrancam o veículo levando à queda, além de situações de quase queda ao se locomover dentro do veiculo. Os dados acima apresentados estão em concordância com os resultados obtidos por Gawryszewski (2011) em seu trabalho, onde 65,8% das quedas se deu na residência do idoso e 23,2% em via pública. 46 5 CONCLUSÃO Conclui-se com o presente estudo que a queda é um evento recorrente na terceira idade e causa grande preocupação aos idosos devido às suas consequências. Foi possível observar que as quedas sofridas pelos participantes do grupo de estudo em sua maioria foram episódios recorrentes, se deram principalmente devido a fatores extrínsecos, tendo como local de principal ocorrência a própria residência do idoso. De posse desses dados, será possível em estudos posteriores a criação de ações para prevenção de quedas, dedicando atenção especial a estas características, porém sem ignorar as demais necessidades. Foi possível notar ainda que a conscientização deve ser tratada com muita importância, pois só assim as ações de prevenção terão adesão necessária por parte dos idosos para sua prática e execução. A falta de informação leva o idoso ao erro. Ao conhecer o que provoca uma queda ele saberá corrigir em tempo hábil para evitar maiores problemas. Além disso, com a devida informação poderá orientar pessoas do seu ciclo social, o que é a maior forma de propagação dos benefícios oferecidos pela prevenção às quedas. 47 REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. T. de. et al. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 58, n. 4, ago. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302012000400012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 Jul. 2013. AUSTRALIAN COMMISSION ON SAFETY AND QUALITY IN HEALTH CARE. Preventing Falls and Harm From Falls in Older People. 2009. 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( ) Sim ( ) Não Qual série? ____________________________________________________________ 2) Moradia: Tipo: ( ) Casa ( ) Apartamento Local: ( ) Cidade ( ) Zona Rural Tem escadas dentro de casa? ( ) Sim ( ) Não Tem escadas fora de casa? 55 ( ) Sim ( ) Não As escadas tem corrimão? ( ) Sim ( ) Não Tem rampas? ( ) Sim ( ) Não Possui estrutura firme para alcançar lugares ou objetos altos? ( ) Sim ( ) Não Precisa dobrar os joelhos para alcançar lugares ou objetos baixos? ( ) Sim ( ) Não 3) Patologias: Possui algum tipo de doença? ( ) Sim ( ) Não Qual? _________________________________________________________________ Tem algum problema para ouvir/problema de audição? ( ) Sim ( ) Não Qual? ( ) Surdez ( ) Zumbidos ( ) Redução auditiva ( ) Outros Usa aparelho? ( ) Sim ( ) Não Tem algum problema de visão: ( ) Sim ( ) Não Usa óculos ou lentes? 56 ( ) Sim ( ) Não 4) Sistema musculoesquelético: Precisa de ajuda para andar? ( ) Sim ( ) Não Que tipo de ajuda? ( ) Andador ( ) Bengala ( ) Muletas ( ) Ajuda de outra pessoa ( ) Apoia na parede ou móveis 5) Sobre medicamentos Usa medicamentos/remédios? ( ) Sim ( ) Não QUAIS??? ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Toma estes medicamentos no horário certo? ( ) Sim ( ) Não 6) Sobre exercícios Pratica exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não Com qual frequência? ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 4 vezes por semana ( ) 5 vezes ou mais ( ) 3 vezes por semana 57 Por quanto tempo? ( ) Menos de 30 minutos ( ) 30 minutos ( ) Mais de 30 minutos Qual a intensidade? ( ) Leve: Consegue falar logo depois do exercício ( ) Moderada: Consegue falar logo depois do exercício, mas sente-se cansado ( ) Intenso: Não consegue falar logo após o exercício. 7) Sobre quedas: Já caiu alguma vez? ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes? ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) 5 ou mais Quando foi a ultima queda? ( ) Menos de 1 semana ( ) Entre 2 ou 3 semanas ( ) 1 mês ( ) Mais de 1 mês Tem medo de cair? ( ) Sim ( ) Não Já recebeu algum tipo de orientação sobre como evitar quedas? ( ) Sim ( ) Não O que sentiu antes de cair? ( ) Tontura ( ) Náuseas ( ) Fraqueza em um lado do corpo ( ) Nenhum sintoma ( ) Outros ( ) Taquicardia ( ) Dificuldade para falar ( ) Fraqueza nas duas pernas 58 Como foi a ultima queda? ( ) Escorregou ( ) Tropeçou ( ) Parou de uma vez ( ) Virou a cabeça rapidamente ( ) Levantou rápido da cadeira/sofá Onde foi a ultima queda: ( ) Em casa ( ) Na rua ( ) Quintal ( ) Ao entrar no ônibus/carro Acredita que é possível prevenir quedas? ( ) Sim ( ) Não 59 ANEXO B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96). Eu,___________________________________________________,RG_____________, abaixo qualificado(a), DECLARO para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: Os Benefícios de um Programa de Prevenção de Quedas na Terceira Idade, desenvolvido pelo aluno Ricardo Silva Santos, do curso de graduação em fisioterapia da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: As quedas são eventos não intencionais de mudança brusca de posição, sem correção em tempo hábil. Em sua maioria causa algum tipo de repercussão funcional, no caso de quedas na 3° idade, as consequências podem ser mais graves. Sendo assim, quedas na terceira idade podem levar a problemas como fraturas, institucionalizações, gastos com tratamentos, problemas psicológicos como a depressão e o medo de cair. O medo de cair é outro grande problema, surgindo geralmente após uma queda traumática, faz com que o indivíduo deixe de realizar atividades a fim de evitar tais quedas, o que leva a um quadro de imobilidade gerando outras complicações. Para a elaboração deste trabalho será aplicado um questionário a fim de identificar fatores de risco e necessidades dos participantes. Durante ou após a pesquisa, não haverá nenhum risco ou desconforto, bem como benefícios sobre o paciente. O paciente terá a liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu atendimento e cuidado. É garantido o sigilo e privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados com fins de publicação e produção de trabalho de conclusão de curso em bacharel em fisioterapia. Declaro, outrossim, que após esclarecido(a) pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa. 60 ANEXO C: QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Objeto da pesquisa Nome:.................................................................................................................................. RG.............................. Data de nascimento:........ / ........ / ........ Sexo: M ( ) F ( ) Endereço: ..................................................................................................... nº................ Bairro:.................................... Cidade:............................ Cep:..................... Tel:.............. _____________________________________ Assinatura do Declarante DECLARAÇÃO DO POSQUISADOR DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no Capítulo IV da resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária o termo livre e esclarecido do declarante acima qualificado para realização desta pesquisa. Paracatu, abril de 2012. ___________________________________________ Ricardo Silva Santos