Perspectivas dos mercados globais Novembro de 2012 1 Crescimento global lento e austeridade mantêm os mercados sob pressão 2 Sumário executivo Nesta edição Sumário executivo Visão geral macroeconômica por Robert Spector, CFA 3 Perspectivas de ações por Sanjay Natarajan 4 Perspectivas de renda fixa por Robert M. Hall • Ao nos aproximarmos de 2013, grande parte do futuro da economia global está nas mãos dos governos, enquanto os formuladores de políticas nos Estados Unidos, Europa e China tentam encontrar a melhor forma de equilibrar crescimento e austeridade. • Atingir esse equilíbrio continua sendo o principal desafio da economia global. Há sinais de estabilização na atividade global e melhorias claras em algumas áreas. Entretanto, as extraordinárias medidas de abrandamento implantadas por bancos centrais em todo o mundo não conseguiram inspirar uma expansão econômica autossustentável e acima das tendências. • Em essência, nos últimos três anos, o que vimos foi uma fraca recuperação global, com o surgimento de “espasmos” periódicos conforme novas medidas políticas seguiam seu curso. Embora possa haver alguns sinais positivos, não achamos que a economia global já esteja pronta para emergir desses miniciclos de alta/ baixa. • Os mercados acionários globais, medidos pelo MSCI All Country World Index, subiram 12,67% este ano, até 31 de outubro de 2012. Embora os investidores possam estar otimistas quanto às ações, três preocupações (discutidas abaixo) estão pressionando os mercados. • Não acreditamos que os mercados já tenham precificado todo o impacto potencial do abismo fiscal. A incerteza com relação a um acordo poderia ter um impacto de curto prazo negativo sobre os lucros das empresas e as decisões de gastos. • O foco do Banco Central Europeu na remoção dos riscos de cauda deve ser positivo para as ações europeias. As expectativas consensuais de lucros caíram de 8% para 2% desde o início do ano. Embora haja alguns sinais positivos, os riscos políticos e problemas com a dívida soberana estão longe de terem sido totalmente resolvidos, o que pode limitar o desempenho das ações europeias. • A maioria dos investidores está pessimista quanto à China, achando que o país terá dificuldades em conseguir uma aterrissagem suave. A questão fundamental é se a transição política da China levará a reformas que acabarão reduzindo os retornos das grandes empresas estatais. Building better insightsSM • Nos próximos meses, achamos que os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA permanecerão estáveis ou cairão ligeiramente, considerando-se a persistência de um crescimento lento e inflação baixa, a continuidade das incertezas políticas e um US Federal Reserve Board (banco central dos EUA) extremamente complacente. No longo prazo, continuamos pessimistas quanto aos preços dos títulos do Tesouro dos EUA, na expectativa de que a política monetária eventualmente se normalize e que as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA subam. • Com a continuidade de sólidos aspectos técnicos, ocasionada pelas forças da repressão financeiras, a maioria dos mercados de crédito (incluindo os de títulos corporativos de classificação elevada) parece estar totalmente precificada ou próxima a valores totalmente precificados em relação a seus fundamentos. Embora seu sólido desempenho tenha tornado os preços menos atraentes, achamos que a dívida de mercados emergentes continua a oferecer um bom valor em relação a outros setores de renda fixa, em um ambiente no qual achamos que as taxas permanecerão relativamente baixas e que os riscos de cauda diminuirão gradualmente. Na média, acreditamos que o cenário de risco global melhorou e, dessa forma, aumentamos modestamente o risco em nossas carteiras nos últimos meses. página 1 de 5 Visão geral macroeconômica / Novembro de 2012 O equilíbrio contínuo entre crescimento e austeridade por Robert Spector, CFA Robert Spector, CFA Gestor de carteiras O principal desafio enfrentado pela economia global desde a crise financeira tem sido como continuar a crescer em meio a um poderoso ciclo de desalavancagem. O primeiro obstáculo foi (e continua a ser) a melhoria do balanço patrimonial do setor privado em países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha, e o desafio atual é como crescer em meio à austeridade fiscal, um tema em discussão em todo o mundo desenvolvido. Mas tentar atingir esse equilíbrio entre austeridade e crescimento não tem sido fácil. A principal ferramenta que os formuladores de políticas têm usado para enfrentar os contratempos é uma abordagem de política monetária superbranda. As taxas básicas próximas a 0%, combinadas com medidas não convencionais de afrouxamento das políticas (como o abrandamento quantitativo), têm sido reflacionárias, tendo em vista que, primeiramente, ajudaram a evitar um resultado deflacionário completo no início de 2009, e, em segundo lugar, reflacionaram os preços de ativos de risco (como ações e títulos corporativos), enquanto que, ao mesmo tempo, produziram rentabilidades extremamente baixas para os títulos do governo. Entretanto, essas extraordinárias medidas de abrandamento não conseguiram inspirar uma expansão econômica autossustentável e acima das tendências: A economia dos EUA continua atolada em um ambiente de crescimento de 2%; a Europa está em recessão; e as grandes economias emergentes também desaceleraram. Além disso, uma nova pesquisa do Fundo Monetário Internacional verificou que os “multiplicadores” que os formuladores de políticas e os analistas vêm usando para estimar os efeitos do crescimento decorrentes da austeridade fiscal têm sido muito baixos. Em outras palavras, a austeridade fiscal teve um efeito negativo sobre o crescimento maior do que os economistas esperavam, acarretando um ônus ainda maior sobre a política monetária para contrabalançar os percalços, e ajudando a explicar, por exemplo, por que cortes orçamentários profundos em países como a Espanha e a Grécia levaram a um crescimento menor e déficits ainda maiores. Em essência, nos últimos três anos, o que vimos foi uma fraca recuperação global, com o surgimento de “espasmos” periódicos conforme novas medidas políticas seguiam seu curso. No momento, podemos estar nos aproximando de um desses pontos de inflexão para cima. Há sinais de estabilização na atividade global e melhorias claras em algumas áreas. O crescimento dos EUA está se recuperando. O setor imobiliário continua com sua tendência de alta, e os gastos do consumidor estão crescendo, de forma surpreendente. Os gastos empresariais têm sido uma decepção, com as empresas demonstrando claramente evidências de contenção, em meio às incertezas do abismo fiscal. Portanto, há potencial para uma demanda corporativa reprimida, caso o abismo fiscal seja resolvido logo, sem que haja graves danos ao crescimento. A economia da China também melhorou e, embora sempre se deva ser cético quanto aos dados chineses, a tendência das exportações em Taiwan, Cingapura e Coreia do Sul validam o salto na China. Enquanto isso, a Europa permanece em recessão, má há alguns sinais de que a atividade não está piorando, como a queda nas rentabilidades dos títulos dos países em dificuldades e a estabilização de alguns importantes indicadores. Infelizmente, não achamos que a economia global já esteja pronta para emergir desses miniciclos de alta/baixa. A política monetária permanecerá favorável ao crescimento, mas os benefícios de mais medidas de abrandamento quantitativo provavelmente serão marginais. Que tipo de impacto o abismo fiscal terá não será conhecido até bem depois das eleições nos EUA. O Banco Central Europeu pode ter conseguido tempo na Europa, mas a união bancária e a inevitável necessidade de socorro por parte da Espanha continuarão a ser repelidas. A transição para a liderança da China pode significar incerteza política. Assim, grande parte do futuro da economia global está nas mãos dos governos, e isso nunca é um bom sinal. página 2 de 5 Perspectivas de ações / Novembro de 2012 Abraçar a incerteza é o novo normal por Sanjay Natarajan Embora nosso intelecto sempre procure clareza e certeza, nossa natureza frequentemente acha a incerteza fascinante. – Carl von Clausewitz Sanjay Natarajan Gestor de carteiras de ações institucionais Os mercados acionários globais, medidos pelo MSCI All Country World Index, subiram 12,67% este ano, até 31 de outubro de 2012, apoiados por uma política monetária extremamente branda e pela possível diminuição dos rebaixamentos das previsões de lucros. Embora os investidores possam estar otimistas com relação às ações, eles precisam ser cautelosos no curto prazo, já que os fundamentos econômicos subjacentes continuam fracos e o impulso do mercado está diminuindo. Três preocupações principais estão pressionando os mercados durante o quarto trimestre. O abismo fiscal dos EUA — Embora o QE3 do US Federal Reserve Board esteja ajudando a reduzir as preocupações do mercado em relação ao abismo fiscal, essa é uma medida apenas temporária. Não acreditamos que os mercados já tenham precificado todo o impacto potencial do abismo fiscal. Os cortes de gastos e os aumentos de impostos (que podem ser acionados se os formuladores de políticas não concordarem em elevar o teto da dívida) podem reduzir o crescimento econômico dos EUA entre 1% e 4%. A incerteza com relação à probabilidade de um acordo poderia ter um impacto de curto prazo negativo sobre os lucros das empresas e as decisões de gastos. Acreditando em de lucros por ação ano a ano de 10% para o quarto trimestre, as expectativas estão razoavelmente altas e, assim, os relatórios de lucros divulgados até agora não têm sido brilhantes. Riscos da dívida soberana da Europa — O foco do Banco Central Europeu na remoção dos riscos de cauda deve ser positivo para as ações europeias que permanecem relativamente baratas em níveis históricos. As expectativas consensuais de lucros caíram de 8% para 2% desde o início do ano. Assim, uma combinação de preços razoáveis, menores expectativas e poucos percalços em relação ao ano anterior deve proporcionar apoio para o mercado acionário. O único contratempo claro continua a ser a elevada probabilidade de que os governos europeus desapontem o mercado com ações políticas inconsistentes. Aterrissagem forçada da China — A maioria dos investidores está pessimista com relação à China, achando que será difícil que o país consiga uma aterrissagem suave, que incluiria um crescimento econômico acima de 7%. A questão fundamental é se a transição política da China (que ocorre a cada década e começará em novembro) levará a reformas que acabarão reduzindo os retornos das grandes empresas estatais, como bancos e empresas de telecomunicações. Entretanto, recentemente vimos uma melhoria marginal nos indicadores de crescimento, o que pode ser uma indicação de que a economia está saindo do fundo do poço. Com o mercado negociando a uma relação preços/lucros estimada de 10x, parece que ele está precificando uma desaceleração econômica, mas não o impacto de possíveis reformas, que possam afetar negativamente os retornos de longo prazo. Até agora, embora tenhamos visto uma pequena rotação para os mercados emergentes, não vimos nenhum fluxo significativo retornando para a China. Precisamos ver se as taxas de crescimento relativamente sólidas do PIB da China e dos demais mercados emergentes se traduzem em um sólido crescimento dos lucros para esses mercados, de forma a propiciar uma alta sustentável. No geral, nossas recentes opiniões têm sido otimistas em relação às ações, devido ao dinheiro fácil e à diminuição dos rebaixamentos de previsões de lucros. Se o crescimento global se desacelerar novamente e os problemas que destacamos não forem bem tratados, poderemos ter um revés. Esteja preparado para a continuação das incerteza política e para os efeitos da eleição presidencial sobre os mercados no curto prazo. página 3 de 5 Perspectivas de renda fixa / Novembro de 2012 Crescimento lento e inflação sob controle mantêm pressão sobre as rentabilidades por Robert M. Hall Robert M. Hall Gestor de carteiras de renda fixa institucionais Duração/taxas —Nos próximos meses, achamos que os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA permanecerão estáveis ou cairão ligeiramente, considerando-se a persistência de um crescimento lento e inflação baixa, a continuidade das incertezas políticas e um US Federal Reserve Board (banco central dos EUA) extremamente complacente. No longo prazo, continuamos pessimistas quanto aos preços dos títulos do Tesouro dos EUA, na expectativa de que a política monetária eventualmente se normalize e que as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA subam. Títulos do Tesouro dos E.U.A. protegidos contra a inflação (Treasury Inflation-Protected Securities TIPS) — Os TIPS recentemente superaram o desempenho dos títulos nominais do Tesouro dos EUA, conforme os pontos de equilíbrio da inflação se ampliaram. As perspectivas de curto prazo dos TIPS em comparação com as dos títulos nominais do Tesouro dos EUA depende de o QE3 conseguir proporcionar uma melhoria macro suficiente para justificar expectativas de uma inflação mais elevada. No longo prazo, achamos que tanto as rentabilidades reais quanto as expectativas de inflação subirão. Nesse cenário, a proposta de valor dos TIPS pode ser simplesmente a de que eles perdem menos dinheiro do que os títulos nominais do Tesouro dos EUA. Títulos garantidos por hipotecas — Permanecemos neutros em relação aos títulos garantidos por hipotecas (MBS). Com o Fed comprando hipotecas, os aspectos técnicos podem fazer os spreads cair. Em geral, os MBS já parecem estar supervalorizados em relação aos seus fundamentos, embora continuem existindo alguns bosões de oportunidade. Deixando os preços de lado, os MBS continuam a oferecer melhor liquidez e maior qualidade do que muitos outros setores de spread e, consequentemente, podem ser menos voláteis no caso de acontecimentos "risk-off". Títulos corporativos com classificação de investimento —Com a continuidade de sólidos aspectos técnicos, ocasionada pelas forças da repressão financeiras, a maioria dos mercados de crédito (incluindo os de títulos corporativos de classificação elevada) parece estar totalmente precificada ou próxima a valores totalmente precificados em relação a seus fundamentos. Achamos que os aspectos técnicos podem fazer com que os spreads se reduzam ainda mais, desde que a política do Fed permaneça favorável e o humor continue fixo nas expectativas de resultados macro “a qualquer custo”. Nesse cenário, no qual os mercados de títulos não podem ser considerados, em termos gerais, como estando “baratos”, achamos que o melhor caminho é procurar setores que ofereçam o valor relativo mais atraente. Em nossa opinião, os títulos corporativos de classificação elevada continuam a oferecer um bom valor, particularmente na camada de menor qualidade. Também continuamos a encontrar boas oportunidades no espaço cruzado, onde nos concentramos em empresas que acreditamos que possuem características de classificação de investimento. Títulos corporativos de alta rentabilidade — Mantivemos uma abordagem relativamente cautelosa com relação ao setor de títulos corporativos de classificação elevada, em virtude de seus preços não serem atraentes. Os preços médios em dólares vêm caindo desde meados de setembro, mas ainda permanecem próximos o bastante dos preços de resgate para manter a convexidade negativa, limitando maiores altas. A rentabilidade no pior cenário subiu modestamente desde seu nível mais baixo na história, em meados de setembro, mas ainda representa uma compensação escassa perante a variedade de riscos de crédito, volatilidade e liquidez que achamos que o mercado enfrenta atualmente. As divulgações de lucros do terceiro trimestre sugerem que os fundamentos micro para essa classe de ativos estão piorando, mas que os aspectos técnicos de oferta/ demanda permaneceram muito favoráveis. Dívida de mercados emergentes (EMD) — Embora seu sólido desempenho tenha tornado os preços menos atraentes, achamos que a EMD continua a oferecer um bom valor em relação a outros setores de renda fixa, em um ambiente no qual achamos que as taxas permanecerão relativamente baixas e que os riscos de cauda diminuirão gradualmente. Na média, acreditamos que o cenário de risco global melhorou e, dessa forma, aumentamos modestamente o risco em nossas carteiras nos últimos meses. Entretanto, prestamos atenção à fragilidade do humor em relação ao risco e, portanto, enfatizamos a liquidez e o dimensionamento apropriado de nossas exposições de maior risco. Títulos municipais — Permanecemos de neutros a positivos em relação às perspectivas do mercado de títulos municipais. O risco de cauda existe, tanto no curto (mudanças potenciais na situação de isenção fiscal) quanto no longo prazo (passivos previdenciários a descoberto), mas os aspectos técnicos permaneceram muito favoráveis. Continuamos a ver um bom valor no mercado de títulos municipais em comparação com os setores tributáveis, e continuamos a preferir títulos com receitas de serviços em relação a títulos de obrigações gerais. página 4 de 5 The views expressed are those of the author(s) and are subject to change at any time. 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