AU TO RA L TO DI R EI UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EG ID O PE LA LE I AVM FACULDADE INTEGRADA OT O PAPEL DA AUDITORIA NA MELHORIA DO AMBIENTE DE Prisciliano Alexsander da Silva Pimentel DO CU M EN TO PR CONTROLES INTERNOS DAS ORGANIZAÇÕES Orientadora Luciana Madeira Rio de Janeiro 2013 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DA AUDITORIA NA MELHORIA DO AMBIENTE DE CONTROLES INTERNOS DAS ORGANIZAÇÕES Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Auditoria e Controladoria. Por: Prisciliano Alexsander da Silva Pimentel 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter colocado em minha vida um condutor de natureza boa que me ajudou a superar todos os meus obstáculos, que me deu um emprego onde pude alcançar o meu sucesso acadêmico. 4 DEDICATÓRIA Dedica-se ao meu Diretor e Empresário Marcos Barbieux Lopes, pai, mãe, amigo, cônjuge, familiar, filha. 5 RESUMO Todas as organizações enfrentam incertezas, e o desafio de sua administração é determinar o nível de incerteza que a organização está preparada para aceitar, na medida em que se empenha em agregar valor para as partes interessadas. O gerenciamento de riscos corporativos não apenas permite identificar, avaliar e administrar riscos diante de incertezas, como também integra o processo de criação e preservação de valor. O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido pelo conselho de administração, pela diretoria executiva e pelos demais empregados, e aplicado no estabelecimento de estratégias por meio de toda a organização. Além de ser capaz de identificar eventos em potencial, capazes de afetar a organização, o processo permite o gerenciamento de riscos de forma compatível com o apetite a risco da organização e, ainda, possibilita um nível razoável de garantia em relação à realização dos seus objetivos. O processo é constituído de oito componentes inter-relacionados e integram o modo pelo qual a administração gerencia a organização. Os componentes são associados e servem de critério para determinar se o gerenciamento de riscos é eficaz ou não. A Auditoria Interna irá verificar se tudo está funcionando de acordo com o que foi planejado pela organização e dará o seu parecer. 6 METODOLOGIA Para a elaboração da presente pesquisa foi realizada consulta ao Conselho Regional de contabilidade SP e RJ, Decretos – lei, Constituição Federal, Resoluções do Banco Central do Brasil o (BACEN). Algumas referencias bibliográficas com embasamento teórico e conceitos nos principais autores que dissertam sobre o tema. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO l Trabalho de Auditoria 11 1.1 - Origem e Conceitos 11 1.1.1 - Evolução Histórica 12 1.2 - Auditoria Interna 15 1.3 - Objetivos de Auditoria Interna 16 1.4 - Planejamentos da Auditoria Interna 17 1.4.1 - Planejamento de longo prazo 17 1.4.2 - Plano Anual 17 1.4.3 - Programa de Auditoria 17 1.4.4 - Riscos 17 1.5 - Preparação do plano de longo prazo 18 1.5.1 - Plano Anual 18 1.5.2 - Programa de Auditoria Interna 18 1.6 - Relatório de Auditoria Interna 20 1.6.1 - O que não se deve fazer no relatório 21 1.6.2 - O que se deve fazer no relatório 22 1.6.3 - Processo de elaboração 23 8 CAPÍTULO ll Gerenciamento interno 24 2.1 - Finalidades do gerenciamento interno 25 2.2 - Estrutura do COSO 26 2.3 - COSO 27 2.4 - Lei Sarbanes – Oxley de 2002 28 2.5 - Visões e definições do Controle Interno 29 2.6 - Organização e utilização do presente relatório 33 CAPÍTULO III Benefícios da Auditoria 34 3.1 - Erro e Fraude 35 3.2 - Controle dos planos de ação 35 3.3 - Necessidade e criação de um departamento 36 3.4 - Objetivos e Papel do Controle Interno 37 3.5 - Limitações 38 3.6 - Relações de custo x Benefícios 38 4 CONCLUSÃO 39 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42 6 WEBGRAFIA 43 9 INTRODUÇÃO O objetivo desta Monografia é o entendimento do que é auditoria interna e como utilizá-la para a melhoria dos processos de controles internos da organização. Apresentar a auditoria interna aplicada para melhoria dos processos internos nas organizações e aumentar a percepção dos administradores em relação à relevância das informações que chegam à Contabilidade, contribuindo para a construção de uma boa gestão empresarial. Com relação à transparência exigida atualmente, percebe-se a necessidade de um controle mais rigoroso nos processos e procedimentos internos, visando elaborar demonstrações contábeis em informações internas confiáveis. Qual o papel da Auditoria na melhoria do ambiente de Controles Internos das Organizações? A escolha deste tema é devido a um interesse de ética profissional pelo assunto, pois, já presenciei empresas que precisam de um departamento de Auditoria Interna, onde apresentavam uma extrema necessidade de melhoria nos sistemas de Controles e Processos Internos. Com uma auditoria interna, revisam-se todos os procedimentos, visando uma informação mais confiável para a preparação da Contabilidade. A Auditoria Interna visa-se a caracterizar o estudo do sistema de Controles Internos dentro de uma organização, essa é uma característica mais utilizada pelos Auditores. Portanto ela tem um custo e não deve exceder o que dele se espera obter. A auditoria interna é concebida de forma embrionária como uma atividade necessária à organização e desenvolve-se a fim de seguir a gerência ativa, concedendo-lhe alternativas, como ferramenta de trabalho, de controle, assessoria e administração. Cabe à auditoria interna, convencer a alta administração e seus executivos, de que pode auxiliá-los na melhoria de seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo correção, para obter destes, o apoio necessário ao desenvolvimento de prestação de serviço a toda a empresa. 10 O capítulo I começa com o conceito do trabalho do Auditor e em seguida tem a história, definições, objetivos, planejamentos, Preparação dos planos de longo e curto prazo, Programas e o Relatório da Auditoria interna, no capítulo II, mostrar o gerenciamento interno de uma organização, definições, a finalidade do gerenciamento de riscos, história do COSO e da Lei Sarbones Oxley de 2002, objetivos, componentes que gerencia a organização, os oitos componentes não funcionarão de forma idêntica em todas as organizações. A sua aplicação em organizações de pequenos e médios portes, por exemplo, poderá ser menos formal e menos estruturada. Não obstante, as pequenas organizações podem apresentar um gerenciamento de riscos eficaz, desde que cada um de seus componentes esteja presente e funcionando adequadamente, funções, responsabilidade da organização e relatórios e no capítulo lll, São os benefícios que a Auditoria pode trazer depois de ter analisado e identificado controles internos ineficientes, os direitos e as obrigações de possíveis fraudes, falhas, erros, ineficiências e riscos, consegue atingir um nível elevado de segurança para os gestores de que aquela informação contábil seja exata e confiável gerando grandes benefícios agregando valor e garantindo a continuidade da empresa. 11 CAPÍTULO I TRABALHO DE AUDITORIA A condição de independência é fundamental e óbvia para o exercício da atividade de auditoria independente. Entende-se como independência o estado no qual as obrigações ou os interesses da entidade de auditoria são, suficientemente, isentos dos interesses das entidades auditadas para permitir que os serviços sejam prestados com objetividade. Em suma, é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar com integridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar relacionadas com o 1 seu trabalho. (Resolução CFC n° 1267/09) 1.1 Origem e Conceitos Segundo Paulo Dantas (13/09/2010), explica claramente o ambiente profissional atual, como sendo uma consequência de medidas e atitudes profissionais já adotadas no passado. Será apresentada a seguir uma visão histórica do desenvolvimento da auditoria contábil do Reino Unido, nos Estados Unidos e no Brasil. Trata-se, portanto, de um capítulo introdutório, porém básico, para o bom entendimento do que representa a auditoria Interna, atualmente em grande evidência em nosso meio.2 1 CRC SP Resolução n°1267/09. Disponível em: HTTP://www.crcsp.org.br/portalnovo/legislaçãoocontabil/resoluções/Res1267.htm. Acessado em 13/01/2013. 2 Professor Paulo Dantas Conselho Federal de Contabilidade: Disponível em: www.paulodantas.com.br/audifin_aula_2.pdf . Acessado em 09/02/2013. 12 1.1.1 Evolução Histórica da Auditoria A auditoria, como a conhecemos nos dias atuais, nasceu no Reino Unido no século passado, após inúmeros processos de falência de empreendimentos que captavam dinheiro do povo, para aplicação em negócios altamente especulativos e, na maior parte das vezes, pouco sérios. O volume de dinheiro em giro era muito grande como decorrência do progresso trazido pela Revolução Industrial e isto fez com que os contadores da época sentissem a necessidade de se organizarem para a prestação de serviços capazes de suprir aquele mercado profissional emergente, uma vez que eles entendiam ser possível desenvolver uma atuação de apoio e proteção aos investidores, através do exame das demonstrações financeiras e outros processos técnicos. A maior preocupação dos contadores era o estabelecimento dos padrões profissionais, de tal modo que pudessem servir de orientação para a condução dos trabalhos de auditoria. Foi pensando assim que se organizaram associações profissionais, sendo a primeira delas, a Sociedade dos Contadores de Edimburgo, fundada em 1853. Embora tenha sido uma invenção, por assim dizer, inglesa, a auditoria recebeu grande impulso nos Estados Unidos, de onde são emanados os procedimentos técnicos adotados por contadores de quase todos os países do chamado mundo capitalista, inclusive o Brasil. Nos Estados Unidos, a auditoria foi introduzida por contadores ingleses enviados para auditarem as firmas norte-americanas pertencentes a capitais britânicos. A primeira firma de auditoria a se estabelecer na América o fez em 1893. Até 1946, a atividade de auditoria no Brasil praticamente não existia, exceto em empresas estrangeiras, como uma continuidade dos hábitos adotados por suas matrizes. 3 3 Professor Paulo Dantas Conselho Federal de Contabilidade: Disponível em: www.paulodantas.com.br/audifin_aula_2.pdf . Acessado em 09/02/2013. 13 No Brasil, somente a partir dos anos setenta é que a auditoria tomou maior impulso, motivando a comunidade contábil após a promulgação de uma série de dispositivos legais sobre o assunto. A promulgação dos Decretos-Lei 199 e 200, em 1967, representaram grande impulso na carreira do contador, tornando obrigatória a auditoria na prestação de contas dos Administradores Públicos. O Decreto-Lei 200 tratou do assunto em seu artigo 13: “Art. 13 - o controle das atividades da Administração Federal deverá exercer se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente”: “O controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.” A Constituição Federal de 17 de outubro de 1969 reforçou de modo definitivo os trabalhos de auditoria na fiscalização dos dinheiros públicos, cujos dispositivos foram reproduzidos e aperfeiçoados na Constituição de 1988. Os anos setenta, como anteriormente mencionados, trouxeram para os contadores várias medidas de proteção à sua especialização em auditoria. Os dispositivos já citados institucionalizaram a auditoria na gestão financeira e orçamentária da União, logo acompanhada pelos Estados. Faltava apenas tornar obrigatória, de alguma forma, a auditoria para a iniciativa privada, sobretudo naquelas empresas que captavam a poupança popular. Coube ao Banco Central do Brasil esta louvável e salutar iniciativa. Após ter criado em 1968 o registro de empresas de auditoria e de auditores independentes, o BACEN baixou em 10 de maio de 1972 a Resolução 220, tornando obrigatória a auditoria, por auditores independentes. 4 Em 11 de maio de 1972, pela Circular 179, o mesmo Banco Central baixou as “Normas Gerais de Auditoria” de compulsória observância pelos auditores independentes na execução de seus trabalhos, com vistas a atender as exigências formuladas pela Resolução 220, promulgada no dia anterior. 4 Professor Paulo Dantas Conselho Federal de Contabilidade: Disponível em: www.paulodantas.com.br/audifin_aula_2.pdf . Acessado em 09/02/2013. 4 14 Embora para uso específico, as normas criadas pelo Banco Central do Brasil passaram a constituir um guia para outros serviços de auditoria, reservando à Circular 179 um importante papel no desenvolvimento da auditoria entre nós. A comunidade contábil nacional prestou também uma relevante contribuição através do Conselho Federal de Contabilidade que expediu as Resoluções 317 e 321, em 1972, tratando exclusivamente de auditoria. A Resolução 321, de 14 de abril de 1972, aprovou as “Normas e Procedimentos de Auditoria”, consistindo no primeiro documento oriundo de um órgão profissional regulamentando a auditoria no Brasil. A partir de então, qualquer trabalho de auditoria somente teria validade quando realizado com estrita observância dos ditames desta Resolução. Nos dias de hoje, a sociedade é dominada por grandes organizações que têm significativo impacto em quase todos os aspectos da vida moderna. Por causa de sua grande influência, essas organizações devem manter informadas as partes externas interessadas a respeito de suas ações. Para monitorar as ações dessas organizações, é necessário projetar um meio de comunicação entre a entidade e as ditas partes externas. Um método aceitável de comunicação, é a disseminação de dados econômicos. Ocorre que, individualmente, as partes externas não são capazes de verificar a exatidão das informações que lhes são transmitidas. 5 Professor Paulo Dantas Conselho Federal de Contabilidade: Disponível em: www.paulodantas.com.br/audifin_aula_2.pdf . Acessado em 09/02/2013. 5 15 1.2 A auditoria interna Segundo Castanheiro (2011), que a Auditoria envolve uma apreciação global de todas as transações praticadas pela organização, uma vez que o parecer do auditor se refere às demonstrações contábeis que, necessariamente, incluem o resultado dessas transações. Em seu trabalho, o auditor examina todos os grupamentos de contas, processos e controles, visto que um erro cometido em um setor certamente afetará outros setores. Em auditoria não se pode considerar examinada uma determinada conta sem que também se tenha examinado a outra conta que com ela está correlacionada. Por exemplo, a conta que representa o total em estoque somente poderá ser considerada auditada, quando tiver sido examinada em conjunto com a conta que registrar o custo das mercadorias vendidas e com a conta de vendas.6 Tecnicamente falando, a Norma Brasileira de Contabilidade “NBCT 12”, define a atividade de auditoria interna como um conjunto de exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de controles internos (Riscos), com o intuito administração de assistir à da entidade no cumprimento de seus objetivos. (RESOLUÇÃO CFC Nº 986/03). NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor Interno O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na realização dos trabalhos e na exposição das conclusões. A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão limitadas à sua área de atuação. A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o trabalho venha a ser executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento requerido nas circunstâncias.7 6 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf acessado em 13/01/2013. 7 CFC RJ Resolução n° 986/03. Disponível em http://www.crc.org.br/legislação/normastec... acessado em 13/01/2013. 16 1.3 Objetivos da Auditoria Interna Segundo o artigo publicado pela revista científica eletrônica de administração, Ano VI – Número 10 em Junho de 2006 o auditor deve comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas. Os objetivos são de; • Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar essas informações; • Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e relatório, e determinar se a organização está em conformidade com as diretrizes; • Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, comprovar a sua existência real; • Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o que foi planejado; • Verificar se os recursos são empregados de forma eficiente e econômica; • Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas. 8 8 Revista Científica Eletrônica de Administração – ISSN: 1676-6822. Ano Vl – número 10 / junho de 2006. Disponível em: www.revista.inf.br/adm11/pages/artigos/ADM-edic10-anovi-art02.pdf. Acessado e em 13/01/2013. 17 1.4 Planejamentos da Auditoria Interna Segundo Castanheiro (2011), Que é necessariamente executar três tipos de planejamento: 1.4.1 Planejamento de longo prazo: cobre os períodos de um a três anos e constitui-se num instrumento administrativo de conteúdo genérico, utilizado como orientador de áreas a serem cobertas e como suporte para elaboração orçamentária, de padrões e de controles. 1.4.2 Plano anual: sua elaboração deve ser feita de acordo com o plano de longo prazo, porém, desenvolvido com maior detalhamento, em função do número de dias disponíveis para a realização dos exames específicos. Os eventualidades, dias como não planejados exames constituem especiais, uma solicitações reserva da para diretoria, treinamentos, etc. 1.4.3 Programas de auditoria: é a versão analítica do plano anual desenhado por tarefa-exame. Dele devem constar todos os passos a serem seguidos, dentro de um cronograma operacional. O planejamento deve se basear nos riscos.9 1.4.4 Riscos Em seu artigo no livro Gestão de Risco no Brasil, Antônio Marcos Duarte Jr. (2003, pp. 3-12), aborda o tema gerenciamento de riscos corporativos. “Segundo ele risco é uma medida de incerteza associada aos retornos esperados de investimentos e está presente na rotina de qualquer investimento, financeiro ou não.” Acadêmico: Bráulio Salles C. D. Borges / 2007.2 11.10 9 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 10 Duart Jr, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: iag_puc_2007.msimoes.dyndns.org:10080/.../... Acessado em 13/01/2013. 18 1.5 Preparação para o Plano de Longo Prazo Segundo Castanheiro (2011). Quando Conhecidos os riscos e definidos os processos e os controles existentes, já classificados de acordo com as avaliações de baixo, médio, significativo e alto, é possível preparar um bom plano de longo prazo. Costuma-se realizar todos os anos, exames que compreendam as avaliações de riscos denominadas alto e significativo. As avaliações de riscos definidos como médios devem ser visitadas a cada dois anos e os riscos considerados como baixo, a cada três anos. Desta forma, teremos uma repetição do ciclo de longo prazo a cada três anos, o que requer uma reavaliação a cada encerramento de ciclo. 1.5.1 Plano Anual O plano anual vira um desdobramento do plano de longo prazo, a partir do momento em que se define a periodicidade dos ciclos de auditoria. Um plano anual deve ser aprovado ou pelo Conselho de Administração, ou pelo Comitê de Auditoria, ou Presidente, ou ainda a quem a Auditoria Interna for subordinada. 1.5.2 Programa de Auditoria Interna Uma vez estabelecido e aprovado o Plano Anual, cada exame deve seguir de acordo com o seu programa de auditoria deverá contemplar todas as informações disponíveis e necessárias ao desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar a extensão e profundidade deste, considerando a legislação específica, o resultado das auditorias anteriores, normas próprias da entidade a ser auditada. 11 11 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 19 Segundo Castanheiro (2011). O Programa de Auditoria Interna deve ser estruturado de forma a que possa ser: Específico - preparado, para cada trabalho de auditoria, quando as atividades apresentarem frequentes alterações de objetivos, procedimentos ou controles; Padronizado - destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com pequenas alterações, prestando-se a atividades que não se alterem ao longo do tempo. O programa de auditoria deve conter: Identificação completa sobre o que deseja obter a auditoria; Eficácia da atividade, segundo os seus objetivos; Aprimoramento da atividade, otimização dos resultados e redução de custos; Exame de situações específicas, decorrentes de determinações superiores, de solicitações dos auditados ou de conclusões da própria auditoria; Estudo e avaliação dos sistemas de controle interno, contábil e administrativo, considerando-se os seguintes aspectos: a) plano de organização e divisão de responsabilidades; b) plano de contas; c) sistemas de autorização; d) procedimentos de registro; e) pessoal envolvido; f) fragilidades detectadas; g) riscos possíveis; h) eficácia com que as normas e procedimentos estão sendo seguido. 12 12 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 20 1.6 Relatórios de Auditoria Interna Segundo a NBC T 12 – Normas Técnicas de Auditoria para o Auditor Interno (Publicada no DOU de 10-04-95). O Processo de Elaboração do Relatório de Auditoria. Forma pela qual se leva à administração o produto do trabalho do auditor. É a oportunidade que o auditor possui para destacar o trabalho realizado. • O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem tomadas pela administração. • O relatório deve imparcialidade, de ser forma redigido a com expressar objetividade e claramente os resultados dos trabalhos realizados. • O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao superior imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado. • O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.13 13 CRC RJ. Disponível em: http://www.crc.org.br/legislação/normas tec.. Acessado em 13/01/2013. 21 1.6.1 O que não se deve fazer no relatório Segundo Castanheiro (2011). Não deve ser feito. • Enfoques inconvenientes; • Referências a pontos insignificantes; • Relatórios pouco atraentes; • Alegações que caiam com contestações; • Afirmativas sem fatos e recomendações esdrúxulas. O relatório de auditoria está relacionado a; Tratar da natureza do exame sobre o qual se baseia; Oferecer sugestões para aperfeiçoamento do controle interno Explicar a importância de fatos ou valores observados O auditor não deve redigir seu relatório de forma tão simplista que possa esvaziálo, mas deve buscar o meio termo para que tecnicamente possa ser compreendido mesmo por quem não detém todo o conhecimento do exame. Expressões “em nossa opinião”, “portanto, recomendamos”, “sugerimos”, são úteis como indicação ao leitor de que o auditor está opinando em sua apresentação, além dos fatos verificados. O auditor não deve deixar de notar ou de examinar qualquer relatório anterior, revisando-o integralmente, pois aspectos significativos foram considerados nesse trabalho.14 14 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 22 1.6.2 O que se deve fazer no relatório Segundo Castanheiro (2011) que deve ser feito. • Um bom relatório deve exigir raciocínio e ponderação. É preciso que o auditor, antes de mais nada, estabeleça relação lógica entre os aspectos importantes e os irrelevantes, entre causas e efeitos, colocando as coisas de forma a obter perspectiva adequada quanto ao relatório a produzir. É oportuno destacar no papel os tópicos das principais informações que se deseja passar e trazendo um encadeamento lógico, considerando a ordem dos fatos e a importância dos pontos detectados. • Um sumário executivo possibilita uma leitura dinâmica em caso de necessidade do leitor. Da mesma forma, propicia uma chamada para uma leitura mais detalhada em seu interior, dos assuntos que tenham merecido destaque na apreciação do sumário. • O uso de sentenças curtas, palavras comuns, emprego de lógica, não-omissão de detalhes importantes, dentre outros, facilitam a compreensão do relatório. Após elaborada a primeira versão, o relatório precisa ser revisado detalhadamente por um revisor ou alguém de maior nível ou experiência. A aparência do relatório deve ser atrativa, sem exageros. Conteúdo, estética, espaçamento de linhas, palavras e margens em ambos os lados dos comentários, assim como cuidados com repetição de palavras, proporcionam maior consistência e adequação à aparência do relatório. 15 15 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 23 1.6.3 Processo de Elaboração do Relatório Segundo Castanheiro (2011). Resolvidos os pontos detectados pela qualidade, o auditor deve reler o relatório focando seu conteúdo e a fluidez do assunto. Quanto à última revisão, pelo principal executivo do departamento, após sua validação, deve-se tratar da assinatura e de sua distribuição. A distribuição deve atender somente o nome dos responsáveis diretos pela solução dos pontos identificados, bem como dos administradores e conselheiros que necessitem informar-se da situação. Caso haja alguma limitação de escopo, essa precisa estar claramente definida no relatório, de forma que não pairem dúvidas sobre a opinião parcial ou negativa desta ao término do exame.16 16 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 – 03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 24 CAPÍTULO Il GERENCIAMENTO INTERNO O gerenciamento interno de riscos corporativos trata de riscos e oportunidades que afetam a criação ou a preservação de valor, sendo definido pelo COSO da seguinte forma: O gerenciamento interno de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. A definição reflete certos conceitos fundamentais. Empresa de gestão de riscos é: Um processo contínuo e que flui através de uma entidade. Efetuadas por pessoas em todos os níveis de uma organização. Aplicado na estratégia de ajuste - Aplicado em toda a empresa, em cada nível e unidade, e inclui a formação de uma visão de portfólio de todos os riscos que ela está exposta. Formulado para identificar eventos em potencial, cuja ocorrência poderá afetar a organização, e administrar os riscos de acordo com seu apetite ao risco; Capaz de propiciar garantia razoável para o conselho de administração e a diretoria executiva de uma organização; orientado para a realização de objetivos em uma ou mais categorias distintas, mas dependentes.17 17 COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERM ExecutiveSummaryPortuguese.pdf, Acessado em 13/01/2013. 25 2.1 Finalidades do gerenciamento interno Segundo o COSO, as finalidades de se gerenciar riscos são; • Fortalecer as decisões em resposta aos riscos – como evitar, reduzir, compartilhar e aceitar os riscos. • Reduzir as surpresas e prejuízos operacionais • Identificar e administrar riscos múltiplos e entre empreendimentos • Aproveitar oportunidades • Aperfeiçoar o capital – a obtenção de informações adequadas a respeito de riscos possibilita à administração conduzir uma avaliação eficaz das necessidades de capital como um todo e aprimorar a alocação desse capital. • Eventos – Os eventos podem gerar impacto tanto negativo quanto positivo ou ambos. Os que geram impacto negativo representam riscos que podem impedir a criação de valor ou mesmo destruir o valor existente. Os de impacto positivo podem contrabalançar os de impacto negativo ou podem representar oportunidades, que por sua vez representam a possibilidade de um evento ocorrer e influenciar favoravelmente a realização dos objetivos, apoiando a criação ou a preservação de valor. • Alinhar o apetite a risco com a estratégia adotada – os administradores avaliam o apetite a risco da organização ao analisar as estratégias, definindo os objetivos a elas relacionados e desenvolvendo mecanismos para gerenciar esses riscos.18 18 COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERM ExecutiveSummaryPortuguese.pdf, Acessado em 13/01/2013. 26 2.2 Estrutura do COSO O COSO está estruturado em: 1) Ambiente de Controle - postura da organização e conscientização das pessoas. 2) Avaliações de Riscos - identificação e analise de riscos relevantes para alcançar os objetivos definidos. 3) Atividades de Controle - políticas e processos em todos os níveis para garantir a observância das diretrizes e medidas de prevenção dos riscos. 4) Informações e Comunicações - fluxos das informações e comunicações dentro da corporação. 5) Monitoramento - Processos de monitoramento e avaliação do sistema e dos demais processos Os oito componentes da gestão de riscos corporativos (Enterprise Risk Management) compreendem os cinco anteriores dos controles interno e estrutura integrada acima mencionada no qual expandem o modelo de estrutura, de forma a atender a maior demanda que advém da gestão de riscos corporativos. São eles: Ambiente interno, definição de objetivos, Identificação de Eventos, Avaliação de riscos, Resposta a riscos, Atividades de Controle, Informação e Comunicação, Monitoramento. 19 19 COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERM ExecutiveSummaryPortuguese.pdf, Acessado em 13/01/2013. 27 2.3 COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS ERM COSO é a abreviação por “Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission”, uma organização Norte Americana privada, fundada em 1985, que se dedica a desenvolver e estudar assuntos gerenciais e de governança empresarial com o intuito de fornecer linhas guia ou diretrizes para os executivos. As áreas de principal interesse do COSO são Governança Corporativa, Ética de Negócios, Controles Internos, Gestão de Riscos Corporativos, Fraudes e Relatórios Financeiros. Em Setembro de 1992 o COSO publicou um relatório intitulado “Internal Control - Integrated Framework” (Controles Internos e Estrutura Integrada). Em 2004 publicou um novo relatório intitulada “(Enterprise Risk Management - Integrated Framework” (Gestão de Riscos Corporativos – Estrutura Integrada), que é considerado uma evolução das questões relativas aos controles internos, focado no mais amplo problema da gestão de riscos corporativos. A SEC (Securities and Exchange Commission) Órgão criado em 1934 nos EUA com o objetivo de proteger investidores e fazer cumprir as leis que regem os mercados, e proteger os investidores que interagem nesses mercados. É o órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, equivalente à CVM aqui no Brasil. Recomenda que as empresas adotem a estrutura de processos de controle definidos pelo COSO para que possam adimplir as regras definidas pela SOX (Lei Sarbanes - Oxley). 20 20 MONITOR DA FRALDE. Disponível em: http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=319. Acessado em 31/01/2013. 28 2.4 Lei Sarbanes - Oxley de 2002 O Congresso dos Estados Unidos da América aprovou, em julho/2002, a Lei Sarbanes - Oxley tem por objetivo: De proteger os investidores através da introdução de novas regras de governança corporativa, divulgação de informações e penalidades rigorosas, inclusive criminais, pela falta de cumprimento das normas vigentes no País. Supõe-se que a Lei Sarbanes - Oxley possa promover ampla reforma nos controles internos das grandes corporações de capitais aberto, na profissão contábil e de auditoria e na melhoria das práticas de governança corporativa das empresas. A clássica Estrutura Integrada está baseada em alguns conceitos de base: • Os Controles Internos é um processo. Trata-se de um instrumento para uma determinada finalidade. • Os Controles Internos são influenciados pelas pessoas. Não existem somente políticas, manuais, formulários, mas, sobretudo pessoas, em todos os níveis de uma organização. • Os Controles Internos podem fornecer somente uma razoável segurança, e não uma segurança absoluta, para a diretoria de uma corporação. • Os Controles Internos são centrados na realização de objetivos em uma ou mais categorias que podem ser separadas ou sobrepostas. 21 21 MONITOR DA FRALDE. Disponível em: http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=319. Acessado em 31/01/2013. 29 2.5 Visões e Definições de Controle Interno Existe uma infinidade de definições de controles internos. Destacam-se as consideradas de relevância para o presente trabalho. Segundo Araújo (1998. p. 5.) registra uma definição de Controle Interno emitida pelo AICPA: “O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas adotados pela empresa, para salvaguardar seu patrimônio, conferir exatidão e fidedignidade dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a obediência às diretrizes traçadas pela administração da companhia ”. Segundo FRANCO, Hilário MARRA (2001, p. 267) entende o controle interno como: “(...) todos os instrumentos da organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem reflexos em seu patrimônio”. Pode-se notar que os autores tendem a considerar o controle com grande utilidade para realizar avaliações do processo de gestão. Segundo Almeida (Atlas, 1996, p. 501) comenta o controle interno e sua relação com o processo de geração de informações contábeis e gerenciais, como se segue: “O controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.” 30 CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO CGE / Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. a) American Institute of Certified Public Accountants – AICPA O AICPA definiu controle interno como plano da organização e todos os métodos e medidas coordenados, adotados dentro da empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e confiabilidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e fomentar o respeito e obediência às políticas administrativas fixadas pela gestão. b) International Federation of Accountants – IFAC O IFAC define o termo “sistema de controle interno”, Significa todas as políticas e procedimentos adotados pela administração de uma entidade para auxiliá-la a alcançar o objetivo da administração de assegurar, tanto quanto seja factível, a condução ordenada e eficiente de seu negócio, incluindo aderência às políticas de administração, a salvaguarda de ativos, a prevenção e detecção de fraudes e erros, a exatidão dos registros contábeis e inclusão de tudo que os mesmos devem conter, e a preparação tempestiva de 22 informações financeiras confiáveis. 22 Controladoria Geral do Estado CGE. Disponível em: controladoriageral.mg.gov.br/.../120apostila-controle-interno-e-audi... Acessado em 31/01/2013. 31 Segundo o Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados – AICPA ( ATTIE 1992, p.197) O controle interno compreende o plano de organização e conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração. Para o Institut Français des Experts Comptables ( SÁ 1993, p.110), O controle interno é formado pelo plano de organização e de todos os métodos e procedimentos adotados internamente pela empresa para proteger seus ativos controlar a validade dos dados financeiros pela Contabilidade, ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação das instruções da direção. Um dos aspectos importantes no uso dos controles internos pelas organizações é o de prover os acionistas com razoável segurança de que a condução dos negócios está adequadamente controlada. Segundo Attie (1992, p.200), é “impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que possam garantir a continuidade do fluxo de operações e informações propostas”.23 23 Implantação do Controle Interno adequado. Disponível em: www.congressousp.fipecaf.org/artigos62006/38.pdf. Acessado em 31/01/2013. 32 A definição do Coso apresenta um conteúdo explicativo e normativo importante, podendo ser amplamente adotada por empresas no mundo que possuam vinculação com o mercado acionário americano, recentemente por força de lei. Segundo HORNGREN, Charles T., DATAR, Srikant M., FOSTER, George. Cost accounting: a managerial emphasis. op. cit. p. 6. Por sua vez: “Controle compreende a comparação das ações subsequentes às decisões planejadas a decisão de como avaliar o desempenho e qual a retroalimentação possível para ajudar futuras tomadas de decisão.” Horngren sintetiza bem o papel do controle interno em favorecer o processo decisório: avaliar desempenho e subsidiar futuras tomadas de decisão. Sem bases para comparar é bem provável que o controle seja prejudicado em seus objetivos. Outro fato que favorece a implantação de estruturas de controle interno é a prática administrativa de descentralização e o sucesso das empresas intensivas em capital. À medida que o curso de descentralização aumenta, o controle ganha importância para os níveis estratégicos. O agigantamento das empresas representa situações diferenciadas de retorno e complexidade. Vê-se, pois que o crescimento das empresas demanda uma intensificação de controles. É possível apreender a relevância social do controle interno em corporações multinacionais ou transnacional visto seu poder político e econômico. Tal fato permite inferir que empresas intensivas em capital, deveriam ser intensivas em controles não só no interesse de seus acionistas, mas no interesse social relacionado. É argumento também baseado em GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997, p. 7. 33 2.6 Organização do Presente Relatório Este relatório é apresentado em dois volumes. O primeiro volume contém a “Estrutura e este o Resumo Executivo”. A “Estrutura” define o gerenciamento de riscos da organização e descreve seus princípios e conceitos, fornecendo instruções a todos os níveis executivos de empresas e outras organizações, quanto ao seu uso na avaliação e no aprimoramento da eficácia do gerenciamento de riscos corporativos. O “Resumo Executivo” é uma visão geral, dirigida aos presidentes, diretores executivos, membros do conselho de administração e agentes normativos. O segundo volume, “Técnicas de Aplicação” ilustra as técnicas úteis de aplicação dos elementos da estrutura. • Utilização do Presente Relatório - As ações recomendadas, que podem ser interpretadas como resultados deste relatório dependem da posição e da função das partes envolvidas: • Conselho de Administração - O conselho deve discutir, com a alta administração, a situação do gerenciamento de riscos da organização. • Alta Administração - Esse estudo recomenda que o presidente-executivo avalie as funcionalidades da organização. • Outros Profissionais da Organização - Cabe aos diretores e demais empregados avaliar como estão conduzindo suas responsabilidades. • Agentes Normativos – possibilidade de uma visão compartilhada do gerenciamento de riscos da organização, inclusive daquilo que ela pode fazer e suas limitações. • Organizações Profissionais - Organizações normativas e outras organizações profissionais.24 24 COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERM ExecutiveSummaryPortuguese.pdf, Acessado em 13/01/2013. 34 CAPÍTULO III BENEFICIOS DA AUDITORIA Desincentivo à ineficiência e a fraudes. Empregados são mais cuidadosos em seus serviços. Registros se tornam mais confiáveis e tecnicamente melhor elaborados. Perdas e desfalques são reduzidos. Administração evita fraudes. Controles melhores e operações mais eficientes. Sugestões do auditor. Controle sobre patrimônio, bens e direitos. Aspectos fiscais – patrimônio, proprietário, fisco. Benefícios para a sociedade. Credibilidade das demonstrações contábeis. Assegura a veracidade das informações (garantia de empregos, por exemplo). Grau de evolução e solidez da economia nacional. 3.1 Fraude e Erro • O termo fraude aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários. • O termo erro aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. • (...) O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção de erros e fraudes. 25 25 CRC SP. Disponível em: http://crcsp.org.br/portalnovo/legislaçãocontábil/resoluções/Res1267.htm. Acessado em 13/01/2013. 35 Segundo o COSO a eficiência do sistema de controle interno deve permitir detectar não somente irregularidades ou atos intencionais, como também, erros ou atos não intencionais. Encobertas permanentemente (registros auxiliares e contábeis alterados) Ao realizarem seus exames, os auditores internos devem estar conscientes da possibilidade de existirem fraudes ou erros nos registros que examinam. Devem, portanto, examinar com apurado zelo profissional os meios usados para proteger o patrimônio contra os diversos tipos de danos decorrentes de roubo, fraude, atividades ilegais ou atentatórias a esse patrimônio, assim como sua segurança contra mau uso, incêndios e situações similares. 3.2 Controles dos Planos de Ação Segundo Castanheiro (2011) Uma vez terminado o exame, o auditor deve monitorar as ações tomadas pelos auditados. Um bom software pode auxiliar o controle com envio de evidências e demais informações que suportem o seu atendimento. Relatórios gerenciais poderão subsidiar tanto o departamento, quanto a administração sobre a solução de problemas e o prazo médio de seu cumprimento. Não existe prazo adequado para a solução dos pontos, uma vez que sua complexidade pode variar de acordo com o fato e com a relevância para o negócio e seus controladores. Ainda assim, recomenda-se que sejam monitoradas e reportadas quaisquer alterações que aconteçam após a definição do prazo para sua solução, inicialmente informados no relatório. 36 3.3 Necessidade e Criação de um Departamento de Auditoria Sendo a sociedade dominada por grandes organizações, os reflexos de sua gestão têm significativo impacto não apenas entre seus proprietários, mas em toda a coletividade. Nesse contexto, a criação de uma auditoria interna auxilia: • Na detecção preventiva de anomalias que somente seriam detectadas, ou não, após o exame de um auditor independente; • Na checagem de que todos os procedimentos, controles desenhados e rotinas de trabalho são executados de acordo com as decisões determinadas pelos administradores da empresa; • Na conferência de que os valores e demais dados espelham a realidade econômica e financeira da empresa; • Na discussão de ideias que auxiliem o planejamento e continuidade dos negócios, contribuindo com uma visão generalista de todo o processo.26 26 ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do CRC RJ / Curso 5438 (03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. 37 3.4 Objetivos e Papel do Controle Interno De uma forma mais individualizada Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002. p. 84 - 85) explicitam os principais objetivos do conjunto de sistema de controle interno: a) verificar e assegurar os cumprimentos às políticas e normas da companhia, incluindo o código de éticas nas relações comerciais e profissionais; b) obter informações adequadas, confiáveis, de qualidade e em tempo hábil, que sejam realmente úteis para as tomadas de decisões; c) comprovar a veracidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais; d) proteger os ativos da entidade, o que compreende bens e direitos; f) servir como ferramenta para a localização de erros e desperdícios, promovendo ao mesmo tempo a uniformidade e a correção; g) registrar adequadamente as diversas operações, de modo a assegurar a eficiente utilização dos recursos da empresa; h) estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância exercida por meio de relatórios; i) assegurar a legitimidade dos passivos da empresa, com o adequado registro e controle das provisões, perdas reais e previstas; j) assegurar o processamento correto das transações da empresa, bem como a efetiva autorização de todos os gastos incorridos no período; e k) permitir a observância e estrito cumprimento da legislação em vigor.” 38 3.5 Limitações O COSO, oferece importantes benefícios, o gerenciamento de riscos corporativos está sujeito a limitações. Além dos fatores discutidos anteriormente, as limitações originam-se do fato de que o julgamento humano, no processo decisório, pode ser falho, as decisões de respostas a risco e o estabelecimento dos controles necessitam levar em conta os custos e benefícios relativos. 3.6 Relação Custo x Benefício A Razoável margem de garantia traduz-se na definição de um conjunto de medidas efetivas e a custos razoáveis, estabelecidas para evitar desvios ou restringi-los a um nível tolerável. Isso significa que erros e procedimentos ilegais ou fraudulentos serão evitados e, na sua ocorrência, serão detectados e corrigidos dentro de curto prazo, pelos funcionários, como parte de suas funções habituais. Medidas de efetividade e de custos razoáveis é a decorrência do conceito de comparar o valor do risco ou da perda potencial contra o custo do controle respectivo. Controles eficientes permitem cumprir os objetivos de maneira correta e tempestiva com a mínima utilização de recursos. Podem ocorrer falhas causadas por erro ou engano humano, os controles podem ser anulados por conluio entre duas ou mais pessoas, e a administração tem o poder de recusar-se a aceitar as decisões de gestão de riscos. Essas limitações impedem que o conselho de administração e a diretoria executiva tenham absoluta garantia da realização dos objetivos da organização. 27 27 COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERM ExecutiveSummaryPortuguese.pdf, Acessado em 13/01/2013. 39 4 CONCLUSÃO Qual o papel da Auditoria na melhoria do ambiente de Controles Internos das Organizações? Com a globalização e a necessidade crescente de otimização de resultados, as empresas estão buscando cada vez mais a identificação de oportunidades e estratégias para minimizar riscos aos seus negócios, e eficiência em suas operações e um nível adequado de controle e retorno aos seus investimentos. No contexto atual deverão ser incorporadas às atividades de auditoria interna, novas habilidades que considerem, por exemplo, uma atuação proativa no entendimento e análise das estratégias das empresas e como os riscos estão inseridos nos respectivos processos de negócios. As empresas precisam ter a clara percepção dos riscos do segmento de indústria em que estão inseridas, não apenas para minimizar a ocorrência de erros ou irregularidades, como também para identificar soluções estruturais que propiciem ganhos de produtividade e de vantagem competitiva. A auditoria interna deve, portanto, assumir uma participação proativa no suporte à gestão empresarial sendo responsável não só por assegurar a qualidade e efetividade da estrutura de controle interno, como, também, propor recomendações de valor agregado às atividades e aos negócios das empresas. Na verdade, o valor agregado da auditoria interna para as empresas implica a proposição de recomendações que possam contribuir para otimização dos resultados, redução de custos, aprimoramento das práticas de controle interno e gestão e os entendimentos dos indicadores de desempenho definidos para os diversos processos e atividades de negócios. 40 A auditoria interna deve buscar como produto de seu trabalho a implantação de soluções alinhadas com as melhores práticas de negócios. A utilização de metodologia com enfoque abrangente de revisão, considerando aspectos de controle e de estratégias dos negócios, aliada à utilização efetiva dos recursos de tecnologia nas revisões, é fator determinante para o sucesso das atividades e do produto gerado pela auditoria interna. Através da pesquisa realizada consegue-se afirmar que o controle interno representa uma fonte relevante para informar e suportar as decisões dos gestores. É possível verificar que o controle interno e sua base informativa representam elementos necessários ao processo decisório e à continuidade empresarial, baseando-se na literatura de controles disponível. O gestor que não patrocina a melhoria dos componentes do controle interno tende a diminuir sua própria eficácia, comprometendo a salvaguarda dos interesses do empreendimento, pois tende a decidir suportado por informações de baixa confiabilidade. Esse aspecto de gestão tem grande impacto sobre os componentes de controle e, portanto, a ausência do patrocínio da administração pode inviabilizar, por via de consequência, sua própria eficácia ou em outras palavras a sua permanência da empresa no mercado ou até mesmo a sustentabilidade do corpo diretivo. O gestor munido de um bom controle interno possui maior probabilidade de acertar continuamente o processo decisório e atingir a eficácia almejada da empresa: seja sob o enfoque que a imprensa norteamericana vem dando ao controle interno é, predominantemente, vinculado a atos fraudulentos. Escândalos, propinas e manipulações contábeis são exemplos que têm sido apresentados como resultado da negligência generalizada com os controles empresariais. 41 Através de suporte bibliográfico, de que a importância do controle interno para a gestão das empresas não se limita a evitar práticas fraudulentas. Ao buscar estimular a discussão sobre as conexões dos conceitos de controle interno, o trabalho estará contribuindo para que os empresários e gerentes possam analisar as visões administrativas em relação ao controle interno. 42 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: um curso moderno e completo. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 501. ARAÚJO, Francisco José de. A estruturação dos controles internos e a independência da auditoria interna. Vitória-ES. COBRAI (Congresso Brasileiro de Auditoria Interna), 1998. p. 5. ATTIE 1992, p.197, 200 Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados – AICPA. FRANCO, Hilário, MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 267. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997, p. 7. HORNGREN, Charles T., DATAR, Srikant M., FOSTER, George. Cost accounting: a managerial emphasis. op. cit. p. 6. OLIVEIRA, Luís M., PEREZ Jr., José H., SILVA, Carlos A. S. Controladoria estratégica. São Paulo: Atlas, 2002. p. 84-85. SÁ 1993, p.110, Instituto Français des Experts Comptables. 43 6 WEBGRAFIA ANTONIO CLAUDIO LIMA CASTANHEIRO expositor do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro / Curso 5438 (03/01/2011 à 13/01/2011) Disponível em: Webserver.crcrj.org.BR/APOSTILAS/A0127P0382.pdf. Acessado em 13/01/2013. Antônio Marcos Duarte Jr. (2003, pp. 3-12) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em:iagpuc2007.msimoes.dyndns.org:10080/.../... Acessado em 13/01/2013 Controladoria Geral do Estado CGE. Disponívelem: controladoriageral.mg.gov.br/.../120-apostila-controle-interno-e-audi... Acessado em 31/01/2013. COSO. Disponível em: www.coso.org/./COSOERMExecutiveSummaryPortuguese.pdf. Acessado em 13/01/2013. CRC RJ. Disponível em: http://www.crc.org.br/legislação/normas tec.. Acessado em 13/01/2013. CRC SP. Disponível em: http://crcsp.org.br/portalnovo/legislaçãocontábil/resoluções/Res1267.htm, Acessado em 13/01/2013. Implantação do Controle Interno adequado. Disponível em : www.congressousp.fipecaf.org/artigos62006/38.pdf. Acessado em 31/01/2013. MONITOR DA FRALDE. Disponível em: http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=319. Acessado em 31/01/2013. Paulo Dantas, professor do Conselho Federal de Contabilidade: Disponível em: www.paulodantas.com.br/audifinaula2.pdf . Acessado em 09/02/2013 . Revista Científica Eletrônica de Administração – ISSN: 1676-6822. Ano VI – Número 10 – Junho de 2006 – Periódicos Semestral, Disponível em: www.revista.inf.br/adm11/pages/artigos/ADM-edic10-anovi-art02.pdf. Acessado em 13/01/2013