Bens da natureza são bens comuns, não de mercado, diz Boaventura de Sousa Santos - O Globo notícias esportes entretenimento vídeos 17:17 SEGUNDA 18.06.2012 LOGIN e-mail CADASTRE-SE PRINCÍPIOS EDITORIAIS EDIÇÃO DIGITAL RIO+20 CAPA PAÍS RIO ECONOMIA CELULAR todos os sites KINDLE IPAD RIO +20 ENGLISH MUNDO ESPORTES CULTURA MAIS + OK OK PUBLICIDADE ÚLTIMAS NOTÍCIAS (17:09) • Amyr Klink critica governo por estímulo ao uso de automóveis Europa diz que precisa de tempo para resolver a crise MAIS EM ECONOMIA Conservadores gregos querem ficar no euro Temor de investidores migra para Espanha e Itália; dólar avança Mercado reduz previsão de expansão do PIB para 2,30% PUBLICIDADE Bens da natureza são bens comuns, não de mercado, diz Boaventura de Sousa Santos Recomendar Confirmar Você recomenda http://oglobo.globo.com/rio20/bens-da-natureza-sao-benscomuns-nao-de-mercado-diz-boaventura-de-sousa-santos-5225625. · Adicionar comentário · Informações · Erro Sociólogo português diz que ausência dos presidentes de Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra indica que problemas socioambientais estão fora de suas agendas LIANA MELO Publicado: 16/06/12 - 7h00 Atualizado: MAIS NOTÍCIAS DE ECONOMIA 16/06/12 - 7h00 Curtir Tweet 579 65 Amyr Klink critica governo por estímulo ao uso de automóveis 8 9 No último dia de debate, parágrafos em aberto no documento da Rio+20 Exportações superam importações na 3ª semana de junho Secretários do meio ambiente se reúnem no Parque dos Atletas O professor e sociólogo português: cético, ele critica o fato de não haver compromisso para a Rio+20 Europa diz que precisa de tempo para resolver a crise DIVULGAÇÃO RIO — O sociólogo e professor português Boaventura de Sousa Santos, convidado para participar dos "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável", que começam hoje, no Riocentro, promete tirar da zona de conforto os participantes da Rio+20. Franco e dono de um discurso incômodo, ele é totalmente cético em relação à conferência e contrário ao conceito de economia verde que está permeando todas as discussões. http://oglobo.globo.com/rio20/bens-da-natureza-sao-bens-comuns-nao-de-mercado-diz-boaventura-de-sousa-santos-5225625[18/06/2012 17:16:06] Seguir @OGlobo_Economia O Globo no Facebook Curtir Você curtiu isto. · administrador · Inf Bens da natureza são bens comuns, não de mercado, diz Boaventura de Sousa Santos - O Globo O GLOBO: O senhor acha que a economia verde pode ser usada para combater a pobreza? Cadastre-se fazendo. BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS: Esse conceito de economia verde é um dos mais problemáticos da Rio+20. E por quê? Porque a economia verde consiste basicamente na ideia de que os problemas gerados pelo capitalismo se resolvem apenas com mais capitalismo. Não é à toa que a economia verde procura criar novos mercados, a partir de uma relação inovadora com a natureza e os bens ambientais. E o objetivo principal é gerar mais lucro, mais até do que aqueles que já existem hoje. Não acredito que os problemas ambientais possam ser resolvidos com a criação de novos mercados. Muito menos num mercado livre e não regulado, como está previsto no documento das Nações Unidas discutido na Rio+20. Ator de sucesso nos anos 80 vira mendig e culpa stripper - Fernando Moreira: O Globo 709 pessoas recomendam isso. Perícia aponta mentira de Thor e imprudência de Luciano Huck - Ricardo Noblat: O Globo 640 pessoas recomendam isso. Egípcio vê pornô online e descobre que atriz é a própria esposa - Fernando Moreira: O Globo 1.973 pessoas recomendam isso. Mulher que não se depila há 18 meses se exibe na TV Fernando Moreira: O Globo O senhor, então, é cético em relação à conferência? SANTOS: Estou bastante cético. Estamos hoje discutindo transformar bens da Natureza, como a água, a biodiversidade e os oceanos, em bens de mercado, quando eles deveriam ser considerados bens comuns. As discussões na Rio+20 estão fora de foco e não só por causa da economia verde, mas também por causa da redução da pobreza. O problema hoje no mundo não é discutir a redução da pobreza, mas sim a redução das desigualdades. Países como o Brasil, por exemplo, graças a políticas compensatórias, como o Bolsa Família, conseguiram incluir um enorme contingente de desfavorecidos no mercado, mas os ricos ficaram ainda mais ricos. E isso vem ocorrendo no mundo todo: nos Estados Unidos, na Ásia. As desigualdades aumentaram muito nestes 20 anos entre a Rio+20 e a Rio 92. Sinceramente, acho essa mesa para a qual me convidaram uma das mais complicadas, pois se aceitam conceitos e estratégias altamente discutíveis. A crise financeira global, que está inclusive atingindo Portugal em cheio, é apontada hoje como um dos maiores empecilhos ao sucesso na Rio+20. A crise tem tanta importância assim? SANTOS: A crise financeira aparece, sem dúvida, em primeiro plano quando vemos que presidentes de países como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra não vão participar da Rio+20. Isso é lamentável, porque indica que os grandes problemas socioambientais, que vão abalar o mundo nas próximas décadas, estão totalmente fora da agenda política dos grandes chefes de Estado. Eles são, também, os grandes financiadores dos projetos para combater os problemas socioambientais gerados pelo capitalismo. A crise financeira é a razão mais óbvia, mas não a mais importante. O problema é a predominância de um modelo de desenvolvimento. O neoliberalismo domina a economia, a ciência, os parlamentos e o Judiciário, e prega a máxima de que é o mercado, sem controle e livre, que deve gerir as economias. É curioso porque a americana Elinor Ostrom chegou a ganhar o Prêmio Nobel de Economia, há alguns anos, sustentando que bens da Natureza, como água, os oceanos, por exemplo, deveriam ser considerados bens comuns e não bens de mercado. Esse neoliberalismo não é baseado na isonomia. A Europa discute alguns subsídios, mas não abre mão de continuar concedendo esses mesmos subsídios para a agricultura. Não são homogêneas as posições na Rio+20, mas não se deve pôr a relação com a Natureza intermediada pelo mercado. Caminhamos para uma década de maior conflito político e social, e a Rio+20 não está sendo sensível a isso do ponto de vista governamental. Criar uma conta ou entre para ver o que seus amigos estão BLOGS E COLUNISTAS Míriam Leitão Dúvidas sobre Espanha e euro persistem após eleição grega Blog do Adriano A Crise Força Mudanças Economia Verde Debates verdes e investimentos marrons Mamãe, eu quero Uma fábula Blog Verde Eduardo Viola: "Brasil caminha no sentido contrário à economia verde" PUBLICIDADE DIRETO DA REDAÇÃO O Canadá é hoje um dos maiores opositores da proposta de criação de fundo de US$ 30 bilhões para o desenvolvimento sustentável. Por que, já http://oglobo.globo.com/rio20/bens-da-natureza-sao-bens-comuns-nao-de-mercado-diz-boaventura-de-sousa-santos-5225625[18/06/2012 17:16:06] Bens da natureza são bens comuns, não de mercado, diz Boaventura de Sousa Santos - O Globo que o Canadá sempre pautou sua diplomacia internacional pela solidariedade? SANTOS: O Canadá mudou totalmente de posição. Em 1992, era uma força de paz e também de solidariedade internacional. Era um país com uma presença internacional, que procurava ser uma alternativa aos Estados Unidos. Hoje, o Canadá, por vezes, é menos agressivo, até mesmo que os Estados Unidos, em defesa do neoliberalismo e de suas empresas internacionais, sobretudo as de mineração. Ou ouro, na América Latina. Nesses últimos 20 anos, o que ocorreu é que as multinacionais passaram a ter uma presença mundial impressionante e, hoje, elas são responsáveis por 50% do produto interno bruto (PIB) mundial. Esse poder econômico de grandes proporções está fazendo com que as multinacionais passem a influenciar governos nacionais, na alteração da legislação, inclusive a ambiental. A melhor prova é o que ocorreu no Brasil recentemente com o Código Florestal, que, apesar dos problemas internos específicos, tem dinâmicas internacionais. Em todos os países do mundo, sobretudo na Europa, tem ocorrido um enorme retrocesso nas legislações ambientais. Nem mesmo as forças de esquerda da Europa falam mais de desenvolvimento sustentável. Hoje, só se fala em crescimento. Ora, crescimento infinito, com exploração sem limites da Natureza, é insustentável. A agenda ecológica e ambiental desapareceu na Europa desde que a crise começou. Nos bastidores das discussões, há um trabalho lento e oculto, via lobby em parlamentos, que vem alterando a legislação ambiental em quase todos os países do mundo. É um retrocesso global. Os 60 anos do Teatro Tablado Leia domingo no GLOBO A programação da Rio+20 no fim de semana A 'tropa do cheque' na CPI do Cachoeira VEJA MAIS VÍDEOS O senhor acha que a agenda da Rio+20 foi capturada por esse retrocesso? SANTOS: Não tenho a menor dúvida, até porque são essas forças hegemônicas e retrógradas que estão atuando de forma invisível nos bastidores da Rio+20. Basta ver que não se pretende nenhum tipo de compromisso obrigatório na conferência, depois de sabermos o que ocorreu com o Protocolo de Kioto. Logo, não há motivo para estar otimista. LINKS PATROCINADOS Vagas na Unimed Unimed Contrata Aqui! Veja o Número de Vagas na Unimed. www.Catho.com.br/Vagas+Na+Unimed Torne-se um Líder Agora Sociedade Brasileira de Coaching. O Maior Centro de Coaching do País! www.SBCoaching.com.br/Coaching Responsabilidade Social Corporativa e Recursos Humanos Relatórios GRI, Pesquisas, Avaliaç www.marcasbrasil.com.br/ Curtir C i 579 Tweet 65 8 9 Shopping http://oglobo.globo.com/rio20/bens-da-natureza-sao-bens-comuns-nao-de-mercado-diz-boaventura-de-sousa-santos-5225625[18/06/2012 17:16:06] PUBLICIDADE