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FACAMP – Faculdade de Administração
Descrição e análise da gestão do Grupo de Assistência à Criança com
Câncer
Autoras:
Camila Gouvêa Silva – [email protected]
Laís Iório Borges – [email protected]
Renata Moraes de Almeida – [email protected]
Acadêmicas de Administração, Faculdades de Campinas – FACAMP
RESUMO
O terceiro setor é uma solução alternativa aos problemas sociais não resolvidos pelo o
Estado e os setores privados, a partir desse dado, este artigo irá mais a fundo em um grave
problema social no país: a saúde pública. Seguindo esse panorama, será feito um estudo de
caso sobre o Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC), uma associação de São
José dos Campos detentora do patrimônio e mantenedora de um hospital infanto-juvenil
especializado em oncologia. O trabalho feito pela instituição é referência na região do Vale do
Paraíba e depende de vários recursos para poder manter a qualidade do atendimento que
oferece. Este artigo tem como objetivo analisar e descrever a gestão, com a ajuda de
procedimentos metodológicos para propor melhorias a essa organização do terceiro setor.
Palavras-chave: Terceiro setor, câncer infanto-juvenil, assistência social.
ABSTRACT
The third sector is an alternative solution to social problems not resolved by the state
and private sectors, based on this data, this article will more deeply into a serious social
problem in the country: public health. Following this line of thinking, a case study will be
conducted about the GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer), an association in
Sao Jose dos Campos, that owns and maintains a children's hospital that specializes in
oncology. The work done by this institution sets the standard for the Vale do Paraiba region,
and is dependent on multiple resources to be able to maintain the quality of care it offers.
This article aims to analyze and describe the management of the program, with the help of
methodological proceedings for proposing improvements to this third sector organization.
Key words: Third sector, children with cancer, social assistance.
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INTRODUÇÃO
O Terceiro Setor atua como um auxílio na resolução dos problemas sociais,
preenchendo as lacunas deixadas pelo Estado e pelo setor privado. Um dos problemas que
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mais se agrava no Brasil é a saúde pública, motivando o crescimento das organizações do
terceiro setor voltadas para a área da saúde (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.5).
Em dados estatísticos, observa-se que número de entidades sem fins lucrativos no
Brasil, na área da saúde é de 3798, o que corresponde a 1,38% do total de Organizações do
Terceiro Setor no país (FASFIL/IBGE, 2004). Atualmente, em torno de 70% das crianças e
adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e
tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o
tratamento adequado (INCA, 2008).
Seguindo esse panorama, selecionamos como objeto de estudo nesse artigo o Grupo de
Assistência à Criança com Câncer (GACC), que é uma instituição filantrópica, civil e sem
fins lucrativos, detentora do patrimônio e mantenedora do CTFM - Centro de Tratamento
Infanto-juvenil Fabiana Macedo de Morais, hospital infanto-juvenil especializado em
oncologia (ESTATUTO SOCIAL, 2008).
O objetivo do trabalho é analisar e descrever a gestão dessa entidade filantrópica, com
o intuito de propor melhorias para possíveis dificuldades que a instituição possa ter para
atender com qualidade aqueles que necessitam do tratamento.
2
2.1
REFERENCIAL TEÓRICO
Terceiro setor
Existem três setores na sociedade em que vivemos. O Primeiro Setor corresponde ao
poder do Governo/Público; o Segundo Setor corresponde às empresas privadas, já o Terceiro
Setor é caracterizado por constituir organizações privadas, mas sem fins lucrativos, deve ter
seus objetivos descritos no estatuto e é composta de atividade voluntária (OLIVEIRA;
REZENDE, 2011, p.5).
As áreas em que as empresas atuam são educação, saúde, assistência, cultura,
recreação, como também áreas emergentes, ambientalismo, direitos humanos, promoção do
voluntariado, formação para a cidadania (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, pp.15-16).
2.2 Lei da Filantropia
A lei da filantropia, segundo a publicação do CIEE, tem como objetivo “normatizar a
atuação de entidades sérias e verdadeiramente comprometidas com o desenvolvimento social
do nosso país” (CIEE, 2009).
A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de
contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de
assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência
social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei (Brasil h, Lei
12.101, 2009, p.1).
2.3 Associação
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É uma das maneiras na qual se pode organizar uma organização do terceiro setor.
Por definição da Lei 10.406, associação é “união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos” (Brasil f, Lei 10.406,2002, p.1).
É um tipo de personalidade jurídica, que por sua vez não é necessário um capital
inicial para sua elaboração, apenas precisa do comprometimento de pessoas físicas e/ou
jurídicas para ser constituído (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.27).
2.4 Estatuto Social
É o contrato social das organizações do terceiro setor, afinal nele estão incorporadas as
definições que se referem à direção, operação, gestão e extinção da associação. Pode estar
incluso no Regimento Interno na organização, só pode ser alterado peça Assembléia Geral
(OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.44).
No estatuto social, encontra-se o nome, o endereço da sede, missão, fim, objetivo,
deveres e direitos dos associados, forma de gestão administrativa, assim como os meios para
alteração do próprio estatuto (OLIVEIRA; REZENDE,2011, p.44).
2.5 Lei do Voluntariado
Sancionada em 1998, por Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil na época,
a lei do voluntário especifica que:
Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada,
prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição
privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais,
científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade (Brasil e, Lei
9.608,1998, p.1).
No terceiro setor, considera-se muito o trabalho voluntário, pois ele mostra cidadania,
solidariedade, e isso é fundamental, pois as entidades filantrópicas podem usar o dinheiro
proveniente das doações para outros fins e assim o custo para elas é menor (MARTINS et
al.,2010,p.4).
2.6 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
O Estatuto da Criança e do Adolescente tem como base defender os direitos e
cobrando os deveres dessas pessoas.
Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os
medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar
condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos
casos de internação de criança ou adolescente (Brasil b, Lei 8.069,1990, p.1).
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Há outra Lei criada em 2005, que complementa o estatuto na qual se assegura a
assessoria em período integral à saúde da criança e do adolescente, com base no Sistema
Único de Saúde (SUS), que permitiu o direito comum e igual a todos aos atos e serviços que
promova, proteja e recupere a saúde (Brasil g, Lei 11.185,2005, p.1).
2.7 Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)
Na Lei Orgânica da Assistência Social, decretada em 1993, pelo Congresso Nacional,
está escrito que:
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade
Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um
conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas (Brasil d, Lei 8.742,1993,p.1).
2.8 Sistema Básico de Saúde (SUS)
O Sistema Básico de Saúde (SUS) acrescido às leis que formam Organizações do
Terceiro Setor promove atendimento público e gratuito de saúde para todos.
As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (Brasil c, Lei
8.080,1990, p.1).
2.9 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
A Consolidação das Leis do Trabalho estatui regras para orientar a relação entre
empregador e empregado.
Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os
riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de
serviço. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de
emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores
como empregados (Brasil a, Lei 5.452,1943, p.1).
2.10 Câncer
Qual a incidencia de câncer infantil na população?
Quantas crianças com câncer são atendidas em serviço publico de saúde?
Há dificuldade no atendimento?
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Sofrem com falta de cuidado/apoio?
Câncer é o crescimento desordenado de células que invadem órgãos e tecidos, e
quando esse crescimento se espalha pelo corpo é conhecido como metástase. Essas células
têm um crescimento rápido e descontrolado, o que geram tumores. Esse tipo de crescimento é
conhecido formação de tumores malignos. O crescimento de tumores benignos é similar aos
de tumores malignos, porém apresentam massas semelhantes às massas do tecido original, e
normalmente não apresentam riscos à saúde (INCA, 1996).
2.11 Análise SWOT
O termo SWOT vem do inglês, strengths, weaknesses, oportunities, threats. Que
significam, respectivamente, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para analisar o ambiente interno e o
ambiente externo. Dentro do ambiente interno, observamos as forças e as fraquezas do
negócio; do ambiente externo, as oportunidades e ameaças. Essa análise é fundamental para o
desenvolvimento das empresas, elas reconhecem novas oportunidades, avaliam as possíveis
ameaças que o mercado oferece ao negócio. Essa ferramenta verifica a posição estratégica da
empresa (KOTLER; KELLER, 2006, p.50).
3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O grupo escolheu a organização do terceiro setor GACC – entidade filantrópica que
viabiliza a oportunidade de crianças e jovens com câncer, e seus familiares, sem nenhuma
distinção, tenham um tratamento digno, humano, integrado, recebam todos os recursos
médicos e educacionais necessários. Dessa maneira, todos os pacientes são atendidos em
diversos programas que garantem o tratamento de qualidade e buscam alcançar os mais
elevados índices de cura - devido a sua visibilidade passada na principal cidade em que atua
São José dos Campos, SP, onde é cidade natal de todas as integrantes do trabalho. Desde
crianças, o grupo já estava engajado nas atividades em que a instituição fazia, pois nos
shoppings da região havia venda de camisetas e outros produtos da organização, as grandes
escolas da cidade participavam dos eventos relacionados ao GACC, como o passeio ciclístico
solidário, que contava com presença de celebridades, tudo em prol da construção do hospital
CTFM na época.
A primeira parte do trabalho iniciou-se com uma visita ao site do GACC, para
conhecer um pouco mais sobre as características do lugar. Após esse primeiro momento o
grupo decidiu que o procedimento utilizado no trabalho seria o estudo de caso, que segundo
Almeida o estudo “consiste em coletar e analisar informações sobre um determinado
indivíduo, família, grupo ou comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de
acordo com o assunto da pesquisa” (ALMEIDA, 1996, p. 106). Dessa maneira, o grupo foi
visitar a organização para explicar ao responsável como seria elaborado o trabalho e quem
estaria disposto a nos ajudar com as informações, além disso, aproveitamos e conhecemos as
instalações.
Ivone Barreto Rodrigues Fernandez, psicopedagoga da instituição se prontificou a
auxiliar o grupo e ao longo de um mês, foram trocados vários e-mails entre o grupo e ela.
Apesar de Ivone não ser da área administrativa, ela se mostrou interessada em pegar as
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informações que a equipe precisava. A princípio, forneceu uma cópia do estatuto social via email e utilizando as informações desse estatuto, somada as informações do site, o grupo
conseguiu uma boa pesquisa sobre o funcionamento do GACC.
A última etapa da realização do artigo consistiu em uma entrevista via telefone entre o
grupo e a Ivone para tirar as dúvidas sobre algumas informações que faltavam, por fim com os
dados coletados, foi realizada uma Análise SWOT da instituição, além de uma breve
descrição da gestão e proposta de melhorias, discutidas mais a frente no trabalho.
4
4.1
ANÁLISE E DISCUSSÃO
Histórico
De acordo com o site da entidade, o GACC (Grupo de Assistência à Criança com
Câncer) foi fundado em 1996, com o propósito de dar suporte ao tratamento de crianças e
adolescentes com câncer, contando com o apoio de voluntários.
As atividades começaram na Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, porém o local
não havia estrutura adequada para o tal tipo de tratamento. Assim notou-se que precisaria de
um Centro de Tratamento que atendesse a essas expectativas e que servisse de base para a
população, em especial que fosse modelado para o uso de criança e adolescentes.
A prefeitura da cidade de São José dos Campos, no ano de 2000 disponibilizou o
terreno para que fosse construído o Centro. Em 2007, inaugurou-se a Fase I do hospital que
levava o nome de CTFM – Centro de Tratamento Juvenil Fabiana Macedo de Morais.
Dessa maneira, o GACC aumentou suas atividades sendo, então, o mantenedor do
CTFM, precisando então mudar sua razão social e descrição de atividades com os órgãos
competentes, alterando o nome que antes era Grupo de Apoio à Criança com Câncer, para
Grupo de Assistência.
Em 2008, a parte administrativa também se instala no CTFM, assim o local se
transforma na sede da instituição. A fase II do hospital foi completada em 2009, com o apoio
da Gerdau, CMDCA, Consulado do Japão e HSBC, e assim finalizou as unidades que
faltavam no CTFM. O resultado disso é que o GACC se tornou modelo para o atendimento
integral e conveniado com os pacientes infanto-juvenis do SUS, sendo o único local do Vale
do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira com esse propósito (GACC, 2010).
4.2
Missão, Visão e Objetivos
O GACC tem como missão atender às necessidades, físicas e psicológicas, de crianças
e adolescentes diagnosticados com câncer, sem que haja diferenciação por cor, religião, sexo
e situação econômica (GACC, 2010).
Tem como visão, "garantir a qualidade global do tratamento da criança e do
adolescente com câncer, em padrões de excelência" (GACC, 2010).
A entidade objetiva a contribuição para o aumento da expectativa de vida de seus
pacientes, ser reconhecida por atender às necessidades de seus pacientes e suas famílias, ser
capaz de administrar seus recursos financeiros e humanos, atender aos requisitos do ECA -
7
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Estatuto da Criança e do Adolescente, atender às exigências da lei Orgânica da Assistência
Social – LOAS (FERNANDEZ, I, 2011).
4.3
Aspectos Operacionais muito bom!!
Ao conversar com Ivone Barreto Rodrigues Fernandez, psicopedagoga do GACC, ela
nos 3ª pessoa informou que a instituição é filantrópica, civil, sem fins lucrativos, além de
possuir e manter o CTFM. Suas operações são divididas em três atividades principais:
Primeiramente, o GACC atua na área da saúde com o CTFM, hospital privado com
fins públicos, que possui atendimento integral, com diversas áreas e equipes dando suporte a
elas, são elas: Unidade Ambulatorial, Hospital Dia, Unidade de Internação, Unidade de
Terapia Intensiva, Unidade Cirúrgica, Central de Material e Esterilização, Unidade de
Farmácia e Agência Transfusional. Os padrões do tratamento são de excelência.
Em segundo lugar, o GACC também atua na área de assistência social, promovendo
recursos sociais, psicológicos e pedagógicos ao paciente, independente de sexo, religião,
posição econômica ou cor, e aos seus familiares. Nesse quesito o GACC mantém Unidade
Multidisciplinar, Unidade Lúdica Educacional e Unidade Administrativa.
Hoje há mais de 500 crianças e adolescentes atendidos com a doença em vários
estágios e a instituição conta com 120 voluntários, respeitados pela Lei do voluntariado
(Brasil, 1998), que atuam nas áreas de: Diretoria, Agente de Atividades Familiares, Guia de
Visitas, Equipe de Higienização de Brinquedos, Equipe de Contadores de História, Agentes
de Recepção, Agente Educacional, Equipe de Professores Voluntários, Equipe de Eventos,
Equipe de Festas, Equipe da Nota Fiscal Paulista (FERNANDEZ, I, 2011).
Paralelamente a essas atividades, em terceiro lugar, o GACC produz, comercializa e
apóia trabalhos escritos e audiovisuais, seminários, cursos, debates, conferência e congresso
sobre o câncer infanto-juvenil, assim como produtos promocionais (ESTATUTO, 2008).
Além de promover diversos projetos voltados ao seu publico e eventos e campanhas para
arrecadação de recursos financeiros.
4.4
Programas Organizacionais
Durante a entrevista, foi notória a preocupação do GACC em atender com qualidade
as crianças e os adolescentes com câncer, e partindo dessa idéia, o GACC/CTFM realiza
vários programas, dentre eles o “Programa do diagnóstico precoce”, no qual a organização
orienta os trabalhadores da Rede Básica da Saúde para avisá-los quando há indícios da doença
em alguns pacientes para assim encaminhá-los o mais rápido possível à instituição. Há
também o “Programa de cuidados paliativos”, que provoca a qualidade de vida dos doentes,
desde o começo do tratamento, contando com uma equipe treinada que ajuda a prevenir e
amenizar o sofrimento causado pela parte física da doença e psicológica. O GACC oferece o
“Programa de Promoção a Convivência” que organiza excursões culturais, recreativas, festas
de aniversário e outras comemorações (FERNANDEZ, I, 2011).
4.5
Aspectos Gerenciais e Funcionários
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O GACC apresenta um conselho bem estruturado no estatuto social, que consiste nos
seguintes cargos: diretoria; conselhos fiscais; deliberativos ou consultivos, sendo todos não
remunerados. Toda sua renda arrecadada é aplicada integralmente em território nacional. A
assembléia geral é constituída por associados fundadores, associados efetivos e associados
beneméritos; apenas os fundadores e os beneméritos têm permissão para votarem e serem
votados para cargos de direção na organização (ESTATUTO, 2008).
Ao todo 116 cargos são remunerados, registrados conforme a CLT, a maioria se
encontra na área administrativa e na equipe médica.
Já os voluntários, somam-se 120, e ocupam várias áreas, destinadas a qualidade e
humanização do tratamento dos pacientes, a contribuição dos voluntários aprimora o
funcionamento dos serviços e programas existentes. Todos assumiram um compromisso
formal ao assinar o Termo de Voluntariado (GACC, 2010).
4.6
Fonte de Recursos
A partir do estudo realizado sobre as organizações do terceiro setor na área da saúde,
pode-se perceber que, na maioria, há despesas operacionais, despesas com comunicação,
manutenção do hospital e imobilizados, funcionários e colaboradores, etc.
Para suprir com todas suas necessidades financeiras, o GACC conta com o apoio de
uma Central de Doações, que o ajuda a arcar com os altos custos do hospital, o CTFM Centro de Tratamento Fabiana de Morais. A instituição conta também com projetos para
arrecadação de recursos, como o GACC + VIDA, Adote um Leito, Campanha dos Cofrinhos,
Troque sua Nota Fiscal por Sorrisos, Patrocínio de Produtos Sociais GACC, entre outros, que
podem ser doados por pessoas físicas e jurídicas. A instituição tem como parceiros a Gerdau,
Instituto Embraer, CMDCA, Instituto EDP, Instituto Ronald McDonald e Governo do Estado
de São Paulo (que costuma liberar todo mês em torno de R$225, 000 ??). Segundo Ivone,
além de doações financeiras, o GACC também precisa de ajuda para compra medicamentos e
materiais hospitalares.
Ao analisar a fonte de recursos da instituição o grupo observou que apesar da
variedade na forma de captação desses, muitas pessoas deixam de fazer uma doação por achar
que a entidade já é bastante ajudada, o que atrapalha o desenvolvimento e funcionamento do
GACC.
4.7
Despesas
Quanto as despesa, foram obtidas apenas as informações de que são hospitalares e
administrativas, porém o grupo não conseguiu acesso a mais dados, pois a instituição não
oferece mais os demonstrativos financeiros a trabalhos acadêmicos, por preferir utilizar seu
tempo na otimização de seus serviços. Ivone só comentou que o custo de uma criança na UTI
pode chegar aproximadamente a R$30, 000.
O GACC, de acordo com dados do segundo semestre de 2010, atendeu a 572
pacientes; realizou 1.035 quimioterapias; ofereceu 14.304 refeições; realizou 10.422
atendimentos pedagógicos; além de atendimentos psicológicos; fisioterapias; internações;
exames médicos; etc., no período (GACC, 2010).
Poderia ter link com outras pesquisas – se as instituições sociais de saúde tem dificuldades...
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4.8
Aspectos Tributários
O GACC, como organização do terceiro setor, tem vantagens tributárias sobre uma
organização privada; quando há superávit, a instituição fica isenta de pagar PIS, COFINS,
ISS, INSS. Os impostos pagos são aqueles relacionados aos fornecedores e aos funcionários,
como, por exemplo, o Imposto de Renda (FERNANDEZ, I, 2011).
Sobre outras isenções ou imunidades, o grupo não foi informado. De acordo com o site
da instituição, “O GACC é auditado na área Contábil, Tributária e Previdenciária desde maio
de 2001 pela Di Biasi Auditoria Independente” (GACC, 2010).
4.9
Análise SWOT muito bom!!
4.9.1 Forças
O que pode ser considerado uma força para o GACC seria ter é obter o apoio de
grandes empresas através da parceria que estas mantêm com a instituição. Dessa maneira
facilita a captação de recursos e demonstra a credibilidade que o GACC passa na região;
somando-se a isso, já se observa que é uma organização com transparência em seus projetos,
uma vez que tem que prestar conta aos seus parceiros.
Além dessa força, o fato de o GACC ser o único hospital na região para o tratamento
de pacientes SUS infanto-juvenil, também é outra força, pois mostra o quanto os esforços para
o aprimoramento de seu funcionamento foi válido. Isso se deve também pela formação de sua
equipe médica, uma vez que é bem conceituada.
Outro ponto a ser visto como uma fortaleza é seu site, pois possui uma didática bem
clara, é possível acessar uma grande quantidade de informações, além de já ser uma fonte de
recurso, porque possibilita fazer a doação online. Paralelamente ao site, a quantidade de
eventos que a instituição organiza para arrecadar fundos também é uma força, pois ajuda no
reconhecimento da organização.
É uma vantagem interna o fato de o GACC possuir um grupo de apoio aos familiares
dos pacientes, pois, dessa forma, dá o suporte necessário para que todos possam lidar de uma
forma menos traumática com a situação. Nesse caso, a equipe multifuncional age suprindo
essas carências.
4.9.2 Fraquezas
O que pode ser visto como fraqueza é o fato de o GACC não possuir o título de
OSCIP, assim dificulta a arrecadação de doações, que é o que a instituição precisa no
momento, pois foi visto a quantidade de serviços que o hospital oferece e isso gera custo para
a instituição.
Há, também, como ponto fraco, as restrições para voluntariados, visto que não são
para todas as funções que pode se tornar um voluntário, desse modo, o recrutamento de
profissionais registrados pode atrasar algumas atividades de urgência, devido à burocracia
envolvida no processo.
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4.9.3 Oportunidades
O que pode ser visto como oportunidade para o GACC é o fato de, por já possuir um
site com grande visibilidade, poder expandir a divulgação da organização por redes sociais,
para tentar atingir mais fontes de doações para a instituição, agindo de forma inovadora
perante as outras entidades filantrópicas.
Outra oportunidade para o GACC é, por já ter um grande número de empresas
parceiras, formar mais projetos junto a elas para se tornar uma fonte constante de recursos e
investir em novas parcerias fora do país, ampliando ainda mais sua visibilidade e aumentando
o número de captadores de donativos.
4.9.4 Ameaças
O que o GACC sofre no ambiente externo como ameaça é que ainda há certa
dificuldade para arrecadar recursos financeiros, pelo fato de outras organizações do terceiro
setor possuir o título OSCIP, o que faz com que investidores as prefiram devido a uma forma
de garantia de atribuições positivas que esse título compete a essas organizações.
Outra ameaça é a não existência de concorrentes próximos, assim se houver uma
sobrecarga de pacientes, o GACC não poderia atender, pois não teria estrutura adequada para
dar suporte a essa demanda.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o objetivo proposto da pesquisa, foi possível, ao longo do artigo
visualizar como o GACC/CTFM atua e o grupo percebeu que o que foi passado de
informação pela entrevista, condiz com os objetivos definidos pelo estatuto, isso é observado
através das descrições contidas nos programas elaborados pelo GACC. O que pode ser
notado é que a instituição possui fortes parcerias, principalmente com a GERDAU e o
Instituto Embraer, o que faz com que seu reconhecimento aumente perante a sociedade, por
serem empresas grandes e admiradas. Um ponto marcante do GACC é o fato de a assistência
dada para melhorar a qualidade de vida não é dada só para os pacientes e sim para a família
como um todo, o que é difícil de encontrar em outras Organizações de terceiro Setor.
Ivone, a nossa entrevistada nos 3ª pessoa revelou que um dos grandes problemas
enfrentado pelo GACC é complementação dos gastos de um paciente SUS, pois este repassa
menos de 50% do gasto gerado com o paciente, o que se torna difícil, já que a instituição
sobrevive de doações e ainda é mantenedora de um hospital.
Um dos fatores que atrapalharam um pouco a realização do trabalho foi o fato de a
Instituição não ter fornecido ao grupo do trabalho o organograma, balanços financeiros e
falado sobre tributação. Ivone disse que essa medida foi tomada para poder otimizar o tempo
gasto no GACC, afinal para eles, é mais importante atingir seus objetivos, ao invés de usar o
mesmo tempo para auxilio de trabalhos escolares e acadêmicos. Que triste!!
O grupo analisou a organização e como melhoria, é proposto que a diretoria seja
formada por um número ímpar de integrantes, e não para como consta no estatuto,
acreditamos que se essa sugestão entrasse em vigor, as tomadas de decisão na diretoria seriam
otimizadas, e os diretores voltariam a desenvolver outro projeto.
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Outra melhoria a ser proposta seria a aquisição do título de OSCIP, doado pelo
ministério público, pois dessa maneira, aumentaria a credibilidade, que por sinal já é muito
boa e, por conseguinte, ganharia benefícios fiscais como, por exemplo, redução de impostos.
O título contribuiria bastante para a arrecadação.
No geral, é perceptível que, apesar tamanho da reforma necessária para criar o
hospital, o GACC possui grande visibilidade e renome na região o que acaba ajudando na
captação de recursos como vendas de produtos promocionais. Para concluir, o grupo acredita
que o objetivo em apresentar uma Organização do terceiro setor contendo seus aspectos
administrativos somada com sugestões de melhoria foi cumprido ao longo do trabalho. Com
novas idéias para melhorar o GACC é esperado que ele possa crescer e atingir não só o
âmbito regional, mas quem sabe um dia nacional.
6
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FACAMP – Faculdade de Administração
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Descrição e análise da gestão do Grupo de Assistência à Criança