SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA - FAVIP COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Flávio Marinho da Silva ANÁLISE DE UM PROJETO SUSTENTÁVEL DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS COM REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS SERVIDAS, ÁGUAS PLUVIAIS E SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA. CARUARU 2012 Flávio Marinho da Silva ANÁLISE DE UM PROJETO SUSTENTÁVEL DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS COM REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS SERVIDAS, ÁGUAS PLUVIAIS E SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Profº Msc. Luiz Gonzaga de Souza Cabral. CARUARU 2012 Catalogação na fonte Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE. S586a Silva, Flávio Marinho. Análise de um projeto sustentável de instalações hidrossanitárias com reaproveitamento de águas servidas, águas pluviais e sistema de aquecimento solar de água / Flávio Marinho Silva. – Caruaru: FAVIP, 2012. 171 f.: il. Orientador (a): Luiz Gonzaga de Souza Cabral. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Faculdade do Vale do Ipojuca. Inclui anexo. 1. Instalações hidrossanitárias. 2. Reúso de água. 3. Sustentabilidade – Engenharia. I. Título. CDU 624[12.2] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367 Flávio Marinho da Silva ANÁLISE DE UM PROJETO SUSTENTÁVEL DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS COM REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS SERVIDAS, ÁGUAS PLUVIAIS E SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Profº Msc. Luiz Gonzaga de Souza Cabral. Aprovado em: 02/07/2012. _________________________________ Profº Msc. Luiz Gonzaga de Souza Cabral. Orientador _________________________________ Profº Msc. Carlos André Barbosa da Silva Avaliador _________________________________ Profª Msc. Tuane Batista do Egito Avaliadora CARUARU 2012 Aos meus pais por proporcionarem a minha existência, Aos meus filhos David Willian e Maria Clara, por minha ausência, À minha querida esposa pela sua paciência e compreensão... AGRADECIMENTOS Ao nosso bom Deus pela oportunidade de vida, tendo permitido traçar meus caminhos e objetivos em busca do conhecimento e contribuindo assim no fortalecimento espiritual. Ao coordenador e professor do Curso de Engenharia Civil Msc. João Manoel de Freitas Mota, pela sua coragem e dedicação frente ao curso e pela sua sabedoria e discernimento nas questões de interesse coletivas dos alunos, promovendo assim justiça e o melhor caminho a todos. Ao mestre e orientador Msc. Luiz Gonzaga de Souza Cabral pela sua atenção, compreensão e experiência de vida, contribuindo e sugerindo de forma humilde e inteligente, com ideias importantes de forma a engrandecer e enriquecer este trabalho. Ao professor Msc. Aluízio Caldas e Silva pelo apoio e atenção dada a todos os alunos, indistintamente, no período quando a frente da coordenação do curso e também como professor, exercendo e mostrando através de ações e atitudes seus valores de respeito determinação e humildade para com o próximo. Ao renomado e qualificado corpo de docentes do curso de Engenharia Civil da FAVIP, pela diversidade de experiência, sabedoria e inteligência colocadas à nossa disposição, sem as quais não seria possível o engrandecimento profissional. A Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP e a Associação Caruaruense de Ensino Superior ASCES, por terem me acolhido para cursar disciplinas isoladas, as quais apenas não somente integraram ao meu currículo, mas também serviram para contribuir e enriquecer minha experiência acadêmica. Aos funcionários da instituição FAVIP pela atenção, dedicação e respeito mostrados e servidos a disposição de todos os alunos. Aos colegas e amigos que fiz durante o curso, pelo relacionamento e aprendizado de vida, fica a certeza que este mesmo relacionamento continue durante a vida profissional. A instituição FAVIP pelo seu dinamismo e modernidade no ensino superior. “O projeto é uma complexa tarefa que se enriquece com a experiência. Conforme mais e mais projetos se completam, os bons profissionais começam a ter uma visão mais ampla e profunda do quadro que compõe o projeto, e soma essa maior perspectiva a seus trabalhos.” John B. Gribbin. RESUMO A contextualização temática deste trabalho de conclusão de curso trata da análise de um projeto conceitual de instalações hidrossanitárias em edificações com foco sustentável no correto uso da água e o emprego de energias renováveis. É tendência no mundo a preservação dos recursos naturais e energéticos, pois com cada vez menos recursos, a saída é projetar soluções inteligentes e viáveis que contribuam para a diminuição destes problemas. Em países como China, Japão, Estados Unidos e Alemanha existem exemplos diversos de edificações providas de instalações autossustentáveis. No Brasil a região sul e sudeste é pioneira nesse assunto, no entanto em sua maioria esses projetos são realizados por imposições de leis ou na condição de incentivos. Já o restante do país, infelizmente, ainda não foi despertado essa consciência de preservar e economizar. Com base em referências bibliográficas sobre o tema, normas técnicas, publicações, manuais e ainda aliado a experiência adquirida durante a vida acadêmica, foi proposto através de análise, o aperfeiçoamento da implantação das técnicas já existentes e conhecidas no mercado. Ainda adotou-se por desenvolver um trabalho que proporcionasse de forma clara e resumida as principais etapas a serem recomendadas para a realização deste tipo de projeto autossustentável como: propor instalações hidrossanitárias racionais e técnicas de reúso e aproveitamento de água e de energia solar. No final são apresentados resultados que comprovam que ao adotar projetos com esse foco, pode-se obter economia de médio a longo prazo, mas de forma racional e sustentável. Palavras chaves: Instalações hidrossanitárias. Reúso de água. Sustentabilidade. ABSTRACT The context of this thematic course conclusion work deals with the analysis of a conceptual design of facilities in buildings hidrossanitarias focusing on sustainable water use and correct use of renewable energy. Trend in the world is the preservation of natural resources and energy, because with fewer resources, the output is to design intelligent and viable solutions that contribute to reducing these problems. In countries such as China, Japan, USA and Germany there are many examples of buildings equipped with facilities self-sustaining. In Brazil, the south and southeast is pioneer in this issue, however the majority of these projects are carried out by the impositions of laws or incentives provided. But the rest of the country, unfortunately, has not yet been awakened this awareness to preserve and save. Based on references on the topic, technical publications, manuals and even combined with experience gained during the academic life, has been proposed by analysis, improving the implementation of existing and techniques known in the market. Also adopted was to develop a job that would provide a clear and summarized the main steps to be recommended to perform this type of project self-sustaining as: hidrossanitarias proposed facilities and techniques of rational use and reuse of water and solar energy. In the final results are presented that demonstrate that by adopting projects with this focus, economy can be obtained medium to long term, but in a rational and sustainable. Keywords: Hidrossanitarias installations. Water reuse. Sustainability. LISTAS DE FIGURAS FIGURA 1 – Equipamentos economizadores: redutor de vazão, torneira com acionamento automático, chuveiro com sensor e bacia com caixa acoplada................................................. 28 FIGURA 2 – Edifício habitacional, CDHU. ............................................................................ 30 FIGURA 3 – Medidor individualizado em edifício................................................................. 30 FIGURA 4 – Sistema de reúso de águas servidas projetado para o condomínio Mundo Apto, Setin. ......................................................................................................................................... 31 FIGURA 5 – Configuração básica de sistema de reúso de água. ............................................ 48 FIGURA 6– Captação de águas pluviais. ................................................................................ 49 FIGURA 7 – Sistema básico de captação. ............................................................................... 50 FIGURA 8 – Dispositivo de descarte das primeiras chuvas, utilizando bombonas plásticas. 51 FIGURA 9 – Sistema de descarte de sólidos instalado no interior da cisterna. ...................... 51 FIGURA 10 – Dispositivo de descarte de sólidos instalado na tubulação e em cisterna de água pluvial. ............................................................................................................................. 52 FIGURA 11 – Sistema de reservação de águas pluviais. ........................................................ 52 FIGURA 12 – Dosadores químicos da água de chuva. ........................................................... 53 FIGURA 13 – A constante Solar. ............................................................................................ 57 FIGURA 14 – Irradiação Média Anual. .................................................................................. 58 FIGURA 15 – Radiação Solar Global Diária. ......................................................................... 58 FIGURA 16 – Funcionamento de um sistema de aquecimento solar de água. ....................... 59 FIGURA 17 – Circulação natural por termossifão. ................................................................. 60 FIGURA 18 – Vivendas unifamiliares no Brasil. .................................................................... 60 FIGURA 19 – Vivendas multifamiliares na China.................................................................. 60 FIGURA 20 – Sistema bombeado. .......................................................................................... 61 FIGURA 21 – Principais elementos de um SAS. .................................................................... 62 FIGURA 22 – Disposição dos coletores. ................................................................................. 62 FIGURA 23 – Boiler ou reservatório térmico e suas características. ...................................... 63 FIGURA 24 – Sistema de reúso de água simplificado. ........................................................... 65 FIGURA 25 – Segregação das instalações. ............................................................................. 67 FIGURA 26 - Instalação hidráulica predial de água fria alimentada indiretamente pelo reservatório superior. ................................................................................................................ 68 FIGURA 27 – Barrilete tipo concentrado. ............................................................................... 72 FIGURA 28 – Barrilete ramificado. ........................................................................................ 72 FIGURA 29 – Esquema geral da instalação de água fria. ....................................................... 73 FIGURA 30 – Isométrico da instalação de água fria do banheiro. .......................................... 74 FIGURA 31 – Ábaco de pesos, vazões e diâmetros. ............................................................... 75 FIGURA 32 – Ábaco para encanamentos de cobre e PVC. .................................................... 75 FIGURA 33 – Partes constituintes de uma instalação de esgoto............................................. 80 FIGURA 34 – Caixa de gordura, esquema de funcionamento. ............................................... 81 FIGURA 35 – Tubo de queda e inclinação dos ramais ........................................................... 84 FIGURA 36 – Desenho esquemático das dimensões da calha. ............................................... 89 FIGURA 37 – Seções usuais de calha. .................................................................................... 89 FIGURA 38 – Detalhe da ligação da calha ao condutor vertical. ........................................... 90 FIGURA 39 – Precipitação média anual do Brasil. ................................................................. 93 FIGURA 40 – Média da duração do período chuvoso no Brasil. ............................................ 94 FIGURA 41 – Posicionamento dos coletores - vertical e horizontal....................................... 95 FIGURA 42 – Associação em paralelo de duas baterias de coletores. .................................... 96 FIGURA 43 – Associação em série de duas baterias. ............................................................. 96 FIGURA 44 – Orientação geográfica dos coletores. ............................................................... 97 FIGURA 45 – Ângulo de inclinação dos coletores. ................................................................ 98 FIGURA 46 – Distância mínima entre coletores. .................................................................... 99 FIGURA 47 – Reservatórios em paralelo. ............................................................................. 100 FIGURA 48 – Associação de reservatórios em série. ........................................................... 100 LISTA DE FLUXOGRAMA FLUXOGRAMA 1 – Gestão de um “PURA”, (Programa de uso racional da água). ............. 32 FLUXOGRAMA 2– Etapas de captação e distribuição de águas pluviais. ............................ 53 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Índices médios de consumo de água em residências. ..................................... 33 GRÁFICO 2 – Evolução do mercado de aquecimento solar no Brasil. .................................. 55 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Defeitos e correções. ......................................................................................... 33 TABELA 2 – Índice de volume estimado perdido em vazamentos. ....................................... 34 TABELA 3 – Faixas prováveis de remoção dos poluentes, conforme o tipo de tratamento, consideradas em conjunto com o tanque séptico (em %)¹ ² ³. .................................................. 38 TABELA 4 – Algumas características dos processos de tratamento (exclui tanque séptico). 39 TABELA 5 – Grau de tratamento necessário. ......................................................................... 39 TABELA 6 – Parâmetros caracteristicos para água de reúso classe 1. ................................... 41 TABELA 7 – Características físicas, químicas e bacteriológicas das águas cinza em banheiros brasileiros. ................................................................................................................................ 45 TABELA 8 – Características físicas, químicas e bacteriológicas da água cinza originada em edifício residencial. ................................................................................................................... 46 TABELA 9 – Taxa de ocupação para unidades não residenciais. ........................................... 70 TABELA 10 – Consumo per capta. ......................................................................................... 70 TABELA 11 – Vazões de projeto e pesos relativos dos pontos de utilização. ........................ 74 TABELA 12 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial. ...................................... 82 TABELA 13 - UHC dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga .................................................................................................................................... 82 TABELA 14 – UHC para aparelhos não relacionados na tabela anterior. .............................. 83 TABELA 15 – Dimensionamento de ramais de esgoto. .......................................................... 83 TABELA 16 – Dimensionamento dos tubos de queda. ........................................................... 83 TABELA 17 – Estimativa de consumo de água quente, (l/dia). .............................................. 85 TABELA 18 - Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min.)................................................. 87 TABELA 19 – Coeficientes de rugosidade (n). ....................................................................... 89 TABELA 20 – Redução da capacidade de escoamento da calha. ........................................... 90 TABELA 21 – Área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular, para chuvas de 150 mm/h. ................................................................................................................ 91 TABELA 22 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em l/min.) . 92 TABELA 23 – Critérios de dimensionamento da rede coletora de águas pluviais. ................ 92 TABELA 24 – Características físicas das chuvas nas diversas regiões do Brasil. .................. 94 TABELA 25 – Declinação magnética média por estado. ........................................................ 97 TABELA 26 - Latitude de algumas cidades brasileiras e ângulos de inclinação ideal. .......... 98 TABELA 27 – Fator k. ............................................................................................................ 99 TABELA 28 – Vazões máximas em tubos de cobre. ............................................................ 101 TABELA 29 – Dimensionamento das colunas de água fria - AF. ........................................ 105 TABELA 30 – Dimensionamento dos ramais de água fria. .................................................. 106 TABELA 31 – Dimensionamento das colunas de água de reúso - AR. ................................ 123 TABELA 32 – Distribuição dos ramais das colunas de água quente. ................................... 133 TABELA 33 – Dimensionamento das colunas de água quente - AQ. ................................... 135 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Abrasip – Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais. ABRINSTAL – Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência de Instalações. ANA – Agencia Nacional de Águas. APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo. CIRRA – Centro Internacional de Referência em Reúso de Água. COMGAS – Companhia de Gás de São Paulo. CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. ETAC – Estação de Tratamento de Água Cinza FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica. INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológico. LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da UFSC. PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat. POLI-USP – Escola Politécnica - Universidade de São Paulo. PROSAB – Programa de Pesquisas em Saneamento Básico. PURA – Programa de Uso Racional da Água. PURAE – Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações. SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SINDUSCON-SP – Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo SAS – Sistema de Aquecimento Solar. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO. .................................................................................................................. 20 1.1 Conceitos. ....................................................................................................................... 20 1.2 Objetivos. ....................................................................................................................... 21 1.2.1 Objetivo geral. .......................................................................................................... 21 1.2.2 Objetivos específicos................................................................................................ 21 1.3 Justificativa.................................................................................................................... 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. ..................................................................................... 24 2.1 Contexto. ........................................................................................................................ 24 2.2 Instalações hidrossanitarias e suas respectivas normas. ........................................... 24 2.3 Projetos hidrossanitários e suas recomendações. ....................................................... 25 2.4 Caminhos possíveis para economia de água potável. ................................................ 26 2.4.1 Planejamento. ........................................................................................................... 27 2.4.2 Aparelhos economizadores. ..................................................................................... 28 2.4.3 Sistema de medição individualizada. ....................................................................... 29 2.4.4 Construções eficientes no Brasil e parâmetros de projeto........................................ 29 2.4.5 Desperdício............................................................................................................... 33 2.5 Reúso sustentável da água. ........................................................................................... 35 2.5.1 Controle de qualidade............................................................................................... 35 2.5.2 Técnicas sustentáveis. .............................................................................................. 35 2.5.3 Utilização da água de reúso. ..................................................................................... 35 2.5.4 Normas, padrões e diretrizes para o uso racional e reúso de água em edificações. . 36 2.5.5 Reúso de água e suas responsabilidades. ................................................................. 42 2.5.6 Águas cinza como fonte alternativa de reúso em edificações. ................................. 44 2.5.6.1 Definição e parâmetros. .................................................................................... 44 2.5.6.2 Sistema de tratamento de água cinza para uso não potável. ............................. 47 2.5.6.3 Viabilidade econômica do sistema. .................................................................. 48 2.6 Aproveitamento sustentável de água pluvial. ............................................................. 49 2.6.1 Contexto. .................................................................................................................. 49 2.6.2 Sistema de aproveitamento de águas pluviais para uso não potável. ....................... 50 2.6.3 Exemplo do Edifício Green Office (Região do Morumbi – São Paulo SP). ............ 53 2.7 Sistema de Aquecimento Solar de Água. .................................................................... 54 2.7.1 Contexto. .................................................................................................................. 54 2.7.2 Iniciativas ao uso de sistema de aquecimento solar de água. ................................... 55 2.7.3 Radiação solar. ......................................................................................................... 57 2.7.4 Funcionamento do sistema. ...................................................................................... 59 2.7.4.1 Funcionamento por Termossifão. ..................................................................... 59 2.7.4.2 Funcionamento por circulação forçada ou bombeada. ..................................... 61 2.7.5 Principais elementos de um sistema aquecedor solar de água - SAS. ..................... 62 2.7.6 Requisitos de instalação e recomendações técnicas. ................................................ 63 3 METODOLOGIA................................................................................................................ 65 3.1 Classificação da Pesquisa. ............................................................................................ 65 3.1.2 Técnica de reúso da água originada no banho familiar. ........................................... 65 3.1.2.1 Estimativa de consumo de água. ...................................................................... 66 3.1.3 Integração do reúso de água ao projeto de instalações hidrossanitárias. ................. 66 3.1.4 Projeto de instalação predial de água fria................................................................. 67 3.1.4.1 Considerações gerais. ....................................................................................... 67 3.1.4.2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria.............................. 67 3.1.4.3 Sistema de abastecimento e distribuição. ......................................................... 69 3.1.4.4 Reservatórios e o consumo diário nas edificações. .......................................... 69 3.1.4.5 Rede de distribuição. ........................................................................................ 71 3.1.4.6 Barrilete. ........................................................................................................... 71 3.1.4.7 Dimensionamento das colunas, ramais e sub-ramais (Método de Hunter). ..... 72 3.1.4.8 Dimensionamento das canalizações. ................................................................ 74 3.1.4.9 Pressões mínimas e máximas. .......................................................................... 76 3.1.4.10 Dimensionamento da tubulação de recalque e sucção.................................... 76 3.1.4.11 Dimensionamento do ramal predial. ............................................................... 77 3.1.4.12 Ruídos e vibrações em instalações prediais.................................................... 77 3.1.5 Projeto de instalação predial de esgoto. ................................................................... 78 3.1.5.1 Considerações gerais. ....................................................................................... 78 3.1.5.2 Sistema de coleta e escoamento de esgoto. ...................................................... 79 3.1.5.2.1 Sistemas individuais. ................................................................................. 79 3.1.5.2.2 Sistemas coletivos...................................................................................... 79 3.1.5.3 Partes constituintes de uma instalação predial de esgoto. ................................ 79 3.1.5.4 Caixas de inspeção e gordura. .......................................................................... 80 3.1.5.5 Coletor predial. ................................................................................................. 81 3.1.5.6 Dimensionamento das tubulações e tubo de queda. ......................................... 82 3.1.6 Projeto de instalação predial de Água Quente. ........................................................ 84 3.1.6.1 Considerações gerais. ....................................................................................... 84 3.1.6.2 Classificação dos sistemas prediais de água quente. ........................................ 85 3.1.6.3 Estimativa de consumo. .................................................................................... 85 3.1.7 Projeto de instalação predial de Águas Pluviais....................................................... 86 3.1.7.1 Considerações gerais. ....................................................................................... 86 3.1.7.2 Fatores meteorológicos. .................................................................................... 86 3.1.7.3 Vazão de projeto. .............................................................................................. 87 3.1.7.4 Partes constituintes do sistema de captação de águas pluviais. ........................ 88 3.1.7.4.1 Calhas. ....................................................................................................... 88 3.1.7.4.2 Condutores verticais. ................................................................................. 90 3.1.7.4.2.1 Dimensionamento. .............................................................................. 91 3.1.7.4.3 Condutores horizontais. ............................................................................. 91 3.1.7.4.3.1 Dimensionamento. .............................................................................. 91 3.1.7.4.4 Dimensionamento do reservatório de aproveitamento de águas pluviais.. 93 3.1.8 Projeto de Sistema de Aquecimento Solar de Água. ................................................ 94 3.1.8.1 Considerações. .................................................................................................. 94 3.1.8.2 Disposição dos coletores. ................................................................................. 95 3.1.8.2.1 Associação dos coletores. .......................................................................... 95 3.1.8.2.2 Orientação. ................................................................................................. 96 3.1.8.2.3 Inclinação................................................................................................... 97 3.1.8.2.4 Sombreamento e distância entre baterias de coletores. ............................. 98 3.1.8.3 Interligação hidráulica do reservatório de aquecimento, boiler. ...................... 99 3.1.8.4 Tubulações do sistema de aquecimento solar de água. .................................. 100 3.2 Universo da amostra ................................................................................................... 101 3.2.1 Dados do projeto. ................................................................................................... 102 3.2.2 População. .............................................................................................................. 102 4 PROCEDIMENTO DE COLETA, CÁLCULO E ANÁLISE DE RESULTADOS. ... 103 4.1 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Água Fria. ........................................... 103 4.1.1 Dimensionamento das colunas e ramais................................................................. 104 4.1.2 Dimensionamento das tubulações de recalque. ...................................................... 108 4.1.3 Dimensionamento do ramal predial. ...................................................................... 108 4.1.4 Cálculo do conjunto motor bomba. ........................................................................ 109 4.1.5 Dimensionamento do barrilete. .............................................................................. 111 4.1.6 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Esgoto. .............................................. 112 4.1.7 Dimensionamento das Instalações de Esgoto......................................................... 112 4.2 Cálculo e Dimensionamento dos Reservatórios e Tubulações do Sistema de Reúso de Água. ............................................................................................................................. 120 4.2.1 Contribuição de água servida. ................................................................................ 120 4.2.2 Demanda de água de reúso na bacia sanitária. ....................................................... 121 4.2.3 Rede de distribuição. .............................................................................................. 121 4.2.4 Coluna de distribuição. ........................................................................................... 122 4.3 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Coleta das Águas Pluviais e reservatório de aproveitamento. ...................................................................................... 124 4.3.1 Dados do projeto. ................................................................................................... 124 4.3.2 Condutores verticais. .............................................................................................. 126 4.3.3 Condutores horizontais........................................................................................... 127 4.3.4 Dimensionamento do reservatório. ........................................................................ 127 4.4 Cálculo do Sistema de Água Quente por Aquecimento Solar. ............................... 128 4.4.1 Dados do projeto. ................................................................................................... 128 4.4.2 Cálculo do volume do sistema de armazenamento (boiler) em temperatura de 60°C. ......................................................................................................................................... 129 4.4.3 Cálculo da demanda de energia útil e perdas: ........................................................ 130 4.4.4 Cálculo da área coletora. ........................................................................................ 130 4.4.5 Dimensionamento do ramal de distribuição. .......................................................... 132 4.4.6 Coluna de distribuição. ........................................................................................... 134 4.4.7 Cálculo da distância entre coletores. ...................................................................... 137 5. CONCLUSÕES................................................................................................................. 139 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 141 GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 148 ANEXOS ............................................................................................................................... 156 20 1 INTRODUÇÃO. 1.1 Conceitos. As instalações prediais de água e esgoto têm como finalidades principais fazer a distribuição da água, em quantidade suficiente, e promover o afastamento adequado das águas servidas, criando desta forma, condições favoráveis ao conforto e segurança dos usuários. Um projeto de instalações prediais quando elaborado com os equipamentos adequadamente localizados, tendo em vista suas características funcionais, compatibilizado com os projetos de estrutura, fundações, instalações e outros pertinentes, é condição básica para a perfeita integração entre os vários subsistemas construtivos. (CARVALHO JUNIOR, 2010, p.VII). A reutilização da água cinza gerada nas edificações diminui o consumo de água potável para fins menos nobres e contribui para a sustentabilidade hídrica das cidades, pois, em um país onde o saneamento básico não é para todos e a maioria das cidades despeja o esgoto doméstico diretamente nos rios ou a céu aberto, essa medida minimiza consideravelmente a quantidade de poluição lançada nos corpos hídricos. “Como recurso natural de valor econômico, estratégico e social, essencial á existência e bem estar do homem e à manutenção do meio ambiente, a água é um bem ao qual toda a humanidade tem direito.” (TELLES; COSTA, 2010, p. 13). Podemos perceber que é inadmissível, em tempos modernos, a não observação em projetos de instalações hidrossanitárias de dispositivos que contribuem para a sustentabilidade hídrica nas obras residenciais, empresariais e industriais. O Brasil caminha lentamente na direção da sustentabilidade já adotada mundialmente, principalmente no que se refere ao uso inteligente da água, ao controle ambiental e consequentes vantagens socioeconômicas. Neste quadro, é requisito básico a coerência dos paradigmas burocráticos, agilidade da política institucional e integração nas organizações públicas e privadas, em empenho conjunto ao setor educacional, numa ampla ação que vai se refletir na conduta de cada indivíduo e consequente adequação mercadológica. (TELLES; COSTA, 2010, p. 153). 21 Neste contexto insere-se também o aproveitamento das águas pluviais como forma de contribuir no conjunto de tentativas em preservar ao máximo a água. Mesmo onde localidades em que os índices pluviométricos são baixos, seria interessante captar essa água para reservação e posterior tratamento adequado, de fato isso ajudaria a manter o equilíbrio nos mananciais. O processo de captação da água da chuva baseia-se na coleta da precipitação em determinadas áreas: laje, telhado, etc. Cordeiro e Machado (2004) afirmam: “A quantidade de água coletada depende da área efetiva de coleta, do volume do reservatório e da quantidade e distribuição temporal de chuva”. Por fim, acrescenta-se ao conjunto a implantação de sistema de aquecimento solar de água, como forma sustentável de aproveitar esse tipo de energia abundante no Brasil. A energia solar é uma fonte gratuita e disponível na natureza e hoje é usada para as mais diversas finalidades. Atualmente uma das mais utilizadas e viáveis formas de aproveitamento de energia solar é o aquecimento de água em residências, piscinas, hotéis, indústrias, edifícios, propriedades rurais ou qualquer outra aplicação que necessite de água quente. E quando se pensa em água quente com economia, a energia solar reforça ainda mais essa visão por ser realidade. (VENZON, 2004, p. 27). 1.2 Objetivos. 1.2.1 Objetivo geral. Tem-se por objetivo geral, conscientizar à sociedade de forma que ao integrarmos instalações racionais, reúso das águas servidas, aproveitamento de águas pluviais e o aquecimento de água por energia solar, aos projetos de edifícios residenciais tem-se então de forma sustentável e econômica, o correto aproveitamento da água para uso nobre e o correto uso de energia renovável. 1.2.2 Objetivos específicos. Como objetivos específicos têm-se: • Divulgar técnicas e equipamentos racionais nas instalações hidrossanitárias; 22 • Propor técnicas viáveis de reúso e aproveitamento de água; • Conscientizar a sociedade quanto ao correto uso da água através de seu reaproveitamento. • Esclarecer a importância do uso da energia solar como fonte alternativa. 1.3 Justificativa. Os projetos de instalações hidrossanitarias com reaproveitamento de águas servidas e aproveitamento de águas pluviais, no geral, precisam ser integrados aos projetos estruturais. Os projetos devem ter um nível de detalhamento que garantam a execução na obra, sem improvisações, sendo assim a solução mais econômica, eficaz e sustentável possível. Na prática verifica-se certo desprezo para com os projetos de instalações prediais e desta forma mais tarde, após a implantação da obra, vários problemas irão surgir, relacionados com a hidráulica e estes poderiam ter sido eliminados se fosse dada a devida importância que o assunto requer. (BORGES, 1992, p. 21). Também sendo o Brasil possuidor da maior descarga de água doce do planeta, distribuída hidrograficamente de forma superficial e subterrânea, efetivamente isso não se reflete de forma racional em se tratando de distribuição, a verdade é que convivemos com desperdícios e faltas gritantes deste precioso líquido em varias regiões do país, isso fruto da falta de uma cultura que agregue melhores ações de desempenho do governo, da iniciativa privada e da conscientização da população. O crescimento populacional, associado aos processos de degradação da qualidade de água, vem acarretando sérios problemas de escassez, quantitativa ou qualitativa, e conflitos de uso até mesmo em regiões com excedentes recursos hídricos, que tendem a exigir, cada vez mais, enormes esforços para reduzir o déficit crônico de abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado. (TELLES; COSTA, 2010, p. 154) A crescente demanda por energia no mundo devido ao aumento desenfreado do consumo nos coloca em alerta quanto as nossas reservas de energia não renováveis e a necessidade de encontrarmos meios sustentáveis e alternativos de energia para garantirmos o conforto e bem estar às novas gerações. “A energia captada do sol e devidamente 23 acondicionada para sua utilização é uma das tecnologias mais importantes para o desenvolvimento sustentável.” (VENZON, 2004, p. 17). A energia solar, apesar de ser uma fonte alternativa, ela é ideal, abundante, gratuita, limpa e renovável a cada dia, não gerando nenhum tipo de poluição à natureza. 24 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 2.1 Contexto. O Brasil com o objetivo de garantir metas de desenvolvimento sustentável vem tentando, de modo lento, aplicar mudanças nos padrões de consumo da sociedade, em contrapartida o país nos últimos anos vem experimentando o crescimento das atividades econômicas e melhoria nas condições de vida da população. A demanda crescente de água vem desse desenvolvimento e apesar do Brasil se destacar no cenário mundial pela sua grande descarga de água doce dos seus rios, o país sofre com escassez de água, devido sua má distribuição e de uma densidade populacional dominante e que cresce exageradamente em áreas de pouca concentração hídrica, Também se aliam, a má distribuição de uso e ocupação de territórios agravando ainda mais os problemas das secas e enchentes em certas regiões do país. Para restabelecer o equilíbrio entre oferta e demanda de água e garantir a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social, é necessário que métodos e sistemas alternativos modernos sejam convenientemente desenvolvidos e aplicados em função de características de sistemas e centros de produção específicos. Nesse sentido, reúso, reciclagem, gestão da demanda, redução de perdas e minimização da geração de efluentes se constituem, em associação às práticas conservacionistas, nas palavras-chave mais importantes em termos de gestão de recursos hídricos e de redução da poluição. (SAUTCHUK et. al., 2005, p. 10). 2.2 Instalações hidrossanitarias e suas respectivas normas. As instalações hidrossanitárias são regidas por normas ABNT e estão em constante processo de evolução. As normas são dinâmicas precisando de constantes alterações e revisões no intuito de adequá-las a realidade. Um projeto de instalações hidrossanitárias deverá ser regido basicamente pelas seguintes normas: • Instalações Prediais de Água Fria, NBR 5626/1998; • Projeto e Execução de Instalações de Água Quente, 7198/1993; • Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário – Projeto e Execução, NBR 8160/1999; • Instalações Prediais de Águas Pluviais, NBR 10844/1989; 25 As normas fixam exigências e recomendações relativas a projetos, execução, e manutenção destas instalações e preveem que devem ser projetadas de modo que, durante sua vida útil contenham as seguintes exigências, segundo NBR 5626 (1998): • Preservar a potabilidade da água; • Garantir o fornecimento de água continua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes; • Promover economia de energia e água; • Possibilitar manutenção fácil e econômica; • Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; • Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais exigências do usuário. É importante ressaltar a necessária incorporação da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica ao projeto bem como instituir uma fiscalização rigorosa desde a sua execução. 2.3 Projetos hidrossanitários e suas recomendações. O projeto hidrossanitário é constituído por planta com traçado e dimensionamento da tubulação. É feito pela perspectiva dos ambientes onde há presença de tubulações e aparelhos, mostrando os pontos de consumo, pelo esquema vertical. Devem ficar claras a localização da caixa d’água a entrada de água na edificação e as colunas de distribuição e por outros detalhes construtivos que se fizerem necessários. No caso de construção, pode-se extrair do projeto a relação dos materiais necessários para a execução, ou seja, a quantidade de cada material a ser utilizado na obra. (FIGUEIREDO, 2009) Outro aspecto importante a ser levado em consideração durante um projeto de instalações hidrossanitárias é sua relação com o projeto arquitetônico. Os projetos são dimensionados de acordo com as necessidades do cliente, e adequados dentro das normas técnicas. Deve-se haver um perfeito entrosamento com as soluções arquitetônicas e estruturais garantindo assim conforto e comodidade. “De maneira geral, um projeto completo de instalações hidrossanitárias compreende:” (CREDER, 2006, p. 3). 26 • Plantas, cortes, detalhes e vistas isométricas, com dimensionamento e traçado dos condutores; • Especificação dos materiais e normas para sua aplicação; • Memoriais descritivos, justificativas e de cálculo; • Orçamento, compreendendo o levantamento das quantidades e dos preços unitário e global da obra. É recomendável que quando o assunto é instalações prediais, o conselho é não economizar. A recomendação é dada por especialistas e é justificado pelos seguintes detalhes: • Fazer reparos no sistema hidráulico em edifícios residenciais pode sair muito mais caro se em sua concepção for avaliado todas as possíveis circunstancias; • Comprar produtos de qualidade comprovada fará a diferença na segurança e vida útil das instalações; • Em todas as etapas do projeto é aconselhável o acompanhamento técnico. A falta de planejamento das instalações hidrossanitárias é a principal causa de problemas no sistema de abastecimento e escoamento de água da casa. Infelizmente, é fato que o Brasil não tem a cultura de planejar e projetar. As pessoas não dão valor e importância ao projeto hidráulico. O correto é contratar um técnico projetista qualificado para fazer o estudo da pressão que a tubulação deverá suportar e projetar o sistema hidráulico interno do imóvel, garantindo assim ao projeto um eficiente escoamento de água e detrito. Se os materiais empregados forem de boa qualidade as chances de ocorrer um problema na rede hidráulica são muito reduzidas, ao contrário dessas recomendações, problemas futuros podem elevar o gasto, principalmente se tiver de quebrar a alvenaria da casa. É importante que o cliente acompanhe a elaboração do projeto e a especificação de materiais, só assim é possível garantir uma instalação segura. 2.4 Caminhos possíveis para economia de água potável. Dotar a edificação de aparelhos economizadores e sistemas alternativos de abastecimento de água na concepção dos projetos é uma alternativa viável para quem se preocupa com economia e sustentabilidade. O problema são os custos que esses aparelhos possam acarretar: 27 O fato de apenas uma minoria de construtoras investirem em equipamentos economizadores pode ser explicado devido ao alto custo dos produtos em relação aos aparelhos comuns. As construtoras não conseguem repassar os custos de um benefício futuro para o preço das obras, pois ninguém está disposto a pagar mais por isso. Esse fato é agravado pela falta de uma legislação federal que defina as diretrizes e a obrigatoriedade de sistemas de aproveitamento de águas pluviais e reúso em edificações. (COSTI, 2005 apud QUINALIA, 2005, p. 18). 2.4.1 Planejamento. Para se projetar um edifício com equipamentos hidráulicos economizadores e sistemas alternativos de coleta e abastecimento, algumas medidas são necessárias. Primeiramente, é necessário realizar um estudo contemplando a disponibilidade de ofertas de água e o potencial de redução de demanda, tendo em vista sempre a economia. Feito isso, é preciso preocupar-se com a gestão da qualidade da água, “[...], pois parte do problema é gerenciar, para o resto da vida, o sistema de tratamento e impedir o uso de água para finalidades inadequadas”, esclarece Costi (2005 apud QUINALIA, 2005, p. 18). É necessário assegurar que o usuário não vá utilizar a água, geralmente não potável, para fins que possam prejudicar sua saúde. Para a implantação desses sistemas economizadores é necessário analisar não apenas o custo inicial, mas também o retorno financeiro e ambiental em longo prazo, durante a operação no edifício. Quando se pensa em economia de água é indispensável garantir que os equipamentos hidráulicos utilizados, como tubos, conexões, louça sanitária e metais sanitários cumpram adequadamente sua função. Os metais sanitários devem: controlar, restringir, bloquear ou permitir a passagem da água num volume adequado ao uso. Quando essas funções não são atendidas, o uso racional da água fica comprometido. Os vazamentos de tubulações e outros aparelhos respondem pelo maior volume de desperdício. (COSTI, 2005 apud QUINALIA, 2005, p. 18). No caso dos produtos que ficam embutidos em parede, como registros de gaveta e registros de pressão, problemas com vazamento podem ser ainda mais graves, gerando, além do desperdício de água, infiltrações que provocam danos de difícil reparação nas áreas atingidas pela água, como bolhas e manchas na pintura, eflorescências na parede, desplacamento do revestimento cerâmico e corrosão do aço da estrutura. 28 Vale lembrar que as louças sanitárias produzidas atualmente utilizam volume de água para descarga muito inferior ao das bacias mais antigas. “[...], a substituição de louças antigas pelas atuais pode resultar em significativa redução no consumo, desde que sejam observados os requisitos mínimos pelas Normas Brasileiras”. (RIBEIRO, 2010, p. 10). 2.4.2 Aparelhos economizadores. Atualmente, muitas empresas estão comercializando aparelhos economizadores com dispositivos que permitem vazão e volume reduzido para o fim proposto. São exemplos destes produtos: torneiras com arejadores, registro regulador de vazão, restritores de vazão, válvula de descarga automática para mictórios, bacia sanitária com caixa acoplada de acionamento duplo de 3,0 e 6,0 litros, bacia sanitária com caixa acoplada de 6,0 litros por descarga, bacia sanitária com válvula de descarga de ciclo fixo, torneira hidromecânica e torneiras eletrônicas de fechamento automático. Contudo, nem todas as marcas apresentam níveis de qualidade e desempenho necessários. No site do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat) é possível encontrar a relação das empresas que produzem metais, louças sanitárias, tubos e conexões em conformidade com os requisitos especificados nas normas técnicas brasileiras. A seguir a figura 1 apresenta alguns modelos de equipamentos economizadores de água: FIGURA 1 – Equipamentos economizadores: redutor de vazão, torneira com acionamento automático, chuveiro com sensor e bacia com caixa acoplada. Fonte - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H. 29 2.4.3 Sistema de medição individualizada. Uma das grandes alterações no sistema hidráulico diz respeito à implantação do sistema de medição individualizada de água, “[...], por meio do sistema de medição individualizada se torna possível o gerenciamento individual do consumo de água”. (SAUTCHUK, 2010, p. 10) Com isso, os impactos ocasionados pela adequação de equipamentos hidráulicos economizadores, por exemplo, são passíveis de serem monitorados pelos próprios usuários, incentivando práticas em diversas atividades rotineiras, como por exemplo, o tempo do banho, potencializando o uso racional da água. A introdução da medição individualizada de água nas edificações verticais muda a maneira de dimensionamento das prumadas de abastecimento, pois o que antes considerava a alimentação de um conjunto de equipamentos similares passa agora a abastecer os diferentes equipamentos hidráulicos existentes dentro da unidade habitacional (método determinístico x método probabilístico). (SAUTCHUK, 2010, p. 10) 2.4.4 Construções eficientes no Brasil e parâmetros de projeto. Nos últimos anos o país vem sofrendo com pressões por soluções sustentáveis, contudo o mercado ainda resiste e vem se adequando de forma lenta. Mas é fato que medidas para aumentar a eficiência energética e o uso racional da água estão aos poucos sendo implantadas nos projetos construtivos. Basta notar que a demanda parte, ao mesmo tempo, do governo que vem criando políticas nacionais, dos consumidores, interessados no tema e pela possibilidade de reduzir os gastos com água, de grupos ambientalistas que pedem soluções menos agressivas à natureza, de investidores estrangeiros e nacionais, cada vez mais exigentes em relação à responsabilidade social e ambiental das empresas onde injetam recursos, e de legisladores que tentam, por meio de leis, impor medidas de incorporação dessas novidades. (TÉCHNE, 2006, p. 40) Os pesquisadores brasileiros também estão avançando nessa questão eles analisam que todo empreendimento já tem condições de adotar algum tipo de tecnologia sustentável. Geralmente não é necessário pensar em aplicar 100% das opções para obter resultados 30 positivos. É melhor escolher uma opção viável do que ficar imaginando que só a excelência vale a pena. (JOHN, 2006, apud TÉCHINE, 2006, p. 42). Uma das pioneiras do tema a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) entregou no ano de 2005 um conjunto de 268 apartamentos com hidrômetros eletrônicos individuais que diminuem os gastos dos mutuários em 30%. “[...] o ganho social obtido com a tecnologia é enorme”, considera Pillegi (2006 apud, TÉCHINE, 2006, p. 41). FIGURA 2 – Edifício habitacional, CDHU. Fonte – Revista Téchne, 2006. FIGURA 3 – Medidor individualizado em edifício. Fonte – Revista Téchne, 2006. O uso do hidrômetro individual já é lei em algumas cidades brasileiras seguindo diretrizes do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, criado em 1997. Edifícios existentes também estão se beneficiando das soluções sustentáveis. Nathalie Gretillati (2006, p. 41), supervisora de meio ambiente do Grupo Hubert (empresa paulista administradora de condomínios), afirma que “[...], 20% da carteira de 300 clientes já 31 passaram por retrofit para diminuir o consumo de água”. Também cita que “[...], durante as reformas, substituímos louças sanitárias por peças redutoras de vazão e, em alguns casos, introduzimos sistemas de medição individual de água”. Os usuários, segundo ela, ficaram satisfeitos. “[...], a economia gerada varia entre 25 e 35%, mas tivemos um caso em que a redução no consumo atingiu 57%”, conta referindo-se ao Edifício New Century Place, um condomínio comercial na capital paulistana, que recebeu torneiras com dispositivos redutores de vazão e caixas de descarga acopladas em todas as unidades. No edifício comercial Numa de Oliveira, na Avenida Paulista, em São Paulo, a reforma incluiu a eliminação de seis das oito prumadas originais e a troca de todas as bacias por modelos com caixa acoplada. “[...], para alguns usuários a conta de água cresceu quase três vezes, enquanto que para outros houve queda de 30%. Isso mostra a injustiça que ocorria antes do retrofit”, justifica Guilherme Ribeiro, diretor da administradora Companhia Bandeirantes. (TÉCHINE, 2006, p. 41). Uma das primeiras construtoras a adotar tecnologias sustentáveis foi a Setin. “[...], em São Paulo, a empresa construiu dez torres residenciais com sistema de aquecimento de água por energia solar, que promete reduzir em até 82% o consumo de energia elétrica”. O projeto também inclui o reúso da água dos chuveiros e dos lavatórios (após tratamento feito no local) nas bacias sanitárias. “[...], com esse reaproveitamento, esperamos uma redução de 35% do consumo de água potável no prédio, diz Lucy Mari Tsunematsu, gerente de projetos da Setin”. (TÉCHINE, 2006, p. 42). FIGURA 4 – Sistema de reúso de águas servidas projetado para o condomínio Mundo Apto, Setin. Fonte – Revista Téchne. 32 Implantar um programa de uso racional de água requer acima de tudo planejamento. É necessário realizar estudos de pré-implantação para definir prioridades e potencial de redução, além de elaborar um diagnóstico com metas de redução de desperdícios e de consumo. Para Marracini (2006 apud, TÉCHINE, 2006, p. 41) “[...] na fase de pós-implantação, campanhas de conscientização ajudam o usuário a entender os benefícios das mudanças” diz. O ponto fundamental, segundo ele, é “[...] fazer a gestão do sistema e acompanhar constantemente o consumo e os resultados obtidos”. FLUXOGRAMA 1 – Gestão de um “PURA”, (Programa de uso racional da água). Fonte – Revista Téchne/USP, 2006. Marracini (2006 apud, TÉCHINE, 2006, p. 42) cita “[...] o uso racional passa pela gestão da demanda do recurso e vai desde o combate ao desperdício até a substituição de equipamentos por modelos economizadores”, explica o professor doutor da Poli-USP Orestes Marraccini Gonçalves, coordenador do PURA (Programa de Uso Racional da Água), da Universidade de São Paulo - USP. 33 2.4.5 Desperdício. A execução de um empreendimento sustentável requer atenção quanto aos locais passíveis de desperdícios sua detecção é fundamental para o sucesso do projeto. Sabe-se que os grandes vilões residenciais são os chuveiros e bacias sanitárias. A seguir é apresentado gráfico de consumo e tabela de defeitos/correções em equipamentos sanitários. GRÁFICO 1 – Índices médios de consumo de água em residências. LAVADORA DE ROUPAS 11% BACIA SANITÁRIA 5% PIA 18% LAVATÓRIO 8% CHUVEIRO 55% TANQUE 3% Fonte: Rocha et. al.(1999 apud SAUTCHUK et. al., 2005). TABELA 1 – Defeitos e correções. APARELHO SANITÁRIO BACIA SANITÁRIA COM VÁLVULA DEFEITOS/FALHAS ENCONTRADOS INTERVENÇÃO VAZAMENTO DA BACIA VAZAMENTO EXTERNO DA VALVULA DE DESCARGA TROCAS DE REPAROS REGULAGEM DA BÓIA OU TROCA DE REPAROS BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA VAZAMENTO NA BACIA TROCA OU LIMPEZA DA COMPORTA E SEDE TROCA OU REGULAGEM DO CORDÃO TORNEIRA CONVENCIONAL (LAVATÓRIA, PIA E TANQUE DE USO GERAL) TORNEIRAS HIDROMECÂNICAS (LAVATÓRIO, MICTÓRIO). REGISTRO DE PRESSÃO PARA CHUVEIRO VAZAMENTO PELA BICA TROCA DO VEDANTE OU DO REPARO VAZAMENTO PELA HASTE TROCA DO ANEL DE VEDAÇÃO DA HASTE OU DO REPARO TEMPO DE ABERTURA INADEQUADO (FORA DA FAIXA COMPREENDIDA ENTRE 6 E 12 SEG.) TROCA DO PISTÃO OU ÊMBULO DA TORNEIRA VAZÃO EXCESSIVA AJUSTE DA VAZÃO PELO REGISTRO REGULADOR VAZAMENTO NA HASTE DO BOTÃO ACIONADOR TROCA DO ANEL DE VEDAÇÃO DA HASTE OU DO REPARO VAZAMENTO PELO CHUVEIRO TROCA DO VEDANTE OU DO REPARO VAZAMENTO PELA HASTE DO REGISTRO TROCA DO ANEL DE VEDAÇÃO DA HASTE OU DO REPARO Fonte – Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações, 2005. 34 As perdas nas instalações podem ser minimizadas optando-se por tubulações com menor quantidade de juntas e conexões (no caso das flexíveis) ou então com uma melhor execução das tubulações rígidas. Marracini (2005 apud QUINALIA, 2005) alerta, “[...] outro aspecto importante a considerar na redução de perdas são os cuidados relativos à conservação e manutenção dos aparelhos sanitários”. A seguir é apresentada a estimativa de perda em vazamentos. TABELA 2 – Índice de volume estimado perdido em vazamentos. APARELHO SANITÁRIO/EQUIPAMENTO SANITÁRIO TORNEIRAS (DE LAVATÓRIO, DE PIA, USO GERAL). MICTÓRIO BACIA SANITÁRIA COM VÁLVULA DE DESCARGA PERDA ESTIMADA (L/DIA) GOTEJAMENTO LENTO 6 A 10 GOTEJAMENTO MÉDIO 10 A 20 GOTEJAMENTO RÁPIDO 20 A 32 GOTEJAMENTO MUITO RÁPIDO FILETE Ø 2 MM >114 FILETE Ø 4 MM >333 VAZAMENTO NO FLEXÍVEL 0,86 FILETES VISÍVEIS 144 VAZAMENTO NO FLEXÍVEL 0,86 VAZAMENTO NO REGISTRO 0,86 FILETES VISÍVEIS 144 VAZAMENTOS NO TUBO DE ALIMENTAÇÃO DA LOUÇA 144 VÁLVULA DISPARADA QUANDO ACIONADA CHUVEIRO >32 40,8* VAZAMENTOS NO REGISTRO 0,86 VAZAMENTOS NO TUBO DE ALIMENTAÇÃO JUNTO DA PAREDE 0,86 *Supondo a válvula aberta por um período de 30 s, a uma vazão de 1,6 l/s. Fonte – Oliveira (1999) e Gonçalves et. al. (2005) apud Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações. Outro fator determinante para o desperdício é o excesso de pressão, ela pode ser responsável por um alto índice de perdas, portanto um estudo criterioso do sistema e a redução da pressão podem colaborar para um melhor funcionamento. “Todas essas medidas serão válidas quando avaliadas em conjunto com a magnitude das pressões desenvolvidas no sistema de distribuição de água das edificações”. (QUINALIA, 2005). 35 2.5 Reúso sustentável da água. 2.5.1 Controle de qualidade. “A água é uma substância vital presente na natureza e constitui parte importante de todas as matérias do ambiente natural ou antrópico”, cita (TELLES; COSTA, 2010, p. 1). Não é a toa que nosso planeta é chamado de “Planeta Água”, pois em sua maior extensão ele é constituído por esse fluído. “Quando se entende pela qualidade de um produto, entende-se que ele esteja dentro de um conceito normativo, aprovado para um determinado fim e seja capaz de satisfazer uma necessidade”. (TELLES; COSTA, 2010, p. 25). Portanto fica estabelecido que de acordo com sua aplicação, sua quantificação e qualificação devam seguir esses parâmetros de condição de uso. “Dessa forma, o controle de qualidade objetiva o limite aceitável de impureza, em conformidade com o produto em uma determinada aplicação”. (TELLES; COSTA, 2010, p. 25). Para que ainda a relação qualidade/aplicação contenha o conceito de sustentabilidade requer ainda que sejam considerados sua viabilidade técnica, econômica, política e ambiental. 2.5.2 Técnicas sustentáveis. Toda e qualquer técnica aplicada estará sempre condicionada à relação custo-benefício e a técnica de reúso da água não foge a regra. Telles; Costa (2010, p. 153) citam que “[...] o reúso da água apesar de cada vez mais ser reconhecida como uma das opções mais inteligentes para a racionalização dos recursos hídricos depende primeiramente da aceitação popular, aprovação de mercado e vontade política para se efetivar”. 2.5.3 Utilização da água de reúso. A água de reuso por não ser potável a sua utilização deve estabelecer critérios que preservem a saúde dos usuários, o meio ambiente e o correto funcionamento dos equipamentos hidráulicos. Pode-se utilizar essa água, por exemplo, na lavagem de pátios, irrigação, torres de resfriamento ou até mesmo para acionamento de bacias sanitárias. A questão central é garantir que a água receba o tratamento adequado para cada tipo de uso, que se adéque ao sistema hidráulico, através de separação, para evitar a contaminação com a água potável e capacitar os usuários para o manuseio no tratamento da água de reúso. 36 Ainda não existe, no Brasil, legislação que estabeleça normas sobre reaproveitamento de água. Cada caso deve ser objeto de estudo específico feito por profissionais habilitados para tal. Mesmo assim, considerando que já existem atividades de reúso de água com fins agrícolas em certas regiões do Brasil, as quais são exercidas de maneira informal e sem as salvaguardas ambientais e de saúde pública adequada, torna necessário institucionalizar, regulamentar e promover o setor por meio da criação de estruturas de gestão preparação de legislação, disseminação de informação, e do desenvolvimento de tecnologias compatíveis com as nossas condições técnicas, culturais e socioeconômicas. (TELLES; COSTA, 2010, p. 154). 2.5.4 Normas, padrões e diretrizes para o uso racional e reúso de água em edificações. O Brasil ainda é carente de normas e diretrizes que definam plenamente os conceitos, parâmetros e restrições ao reúso das águas servidas em residências, indústrias e comércio. No entanto, podem-se extrair algumas informações de normas fornecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), leis, manuais técnicos, livros e estudos de caso. A lei nº 9433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, pode-se extrair informações de âmbito geral e importantes para o uso racional da água. Texto extraído da referida lei, (BRASIL, 1997). Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: I – a água é um bem de domínio público; II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: I – assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo: IV – metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; Art. 19. A cobrança pelo uso de recurso hídrico, objetiva: 37 I – reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II – incentivar a racionalização do uso da água; Por sua vez, com respeito à legislação, destaca-se a Lei 10.785/03 do Município de Curitiba que instituiu o PURAE – Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações. O programa prevê a adoção de medidas que visam induzir a conservação da água através do uso racional, e de fontes alternativas de abastecimento de água nas novas edificações. Tal programa foi criado com o intuito de sensibilizar os usuários sobre a importância da conservação dos recursos hídricos. (CURITIBA, 2003). Entretanto, a regulamentação da referida lei ocorreu através da aprovação do Decreto 293, em 22 de março de 2006, o qual manteve a obrigatoriedade para todas as novas edificações, da captação, armazenamento e utilização das águas pluviais oriundas das coberturas das edificações. Porém, com relação ao reúso das águas servidas se restringiu às edificações comerciais e industriais com área superior a cinco mil metros quadrados, fato este devido à falta de normatização dos processos e dificuldade de fiscalização, supracitados. Cabe ressaltar que o PURAE, somente foi efetivamente implantado através da aprovação do Decreto Nº 212 de 29 de março de 2007, o qual estabeleceu o novo Regulamento de Edificações do Município de Curitiba e relacionou as exigências para cada tipo de uso das edificações. (BEZERRA, 2009, apud, AMBIENTE ÁGUA, 2012a). Ainda em (AMBIENTE ÁGUA, 2012a): “Não obstante, cumpre salientar a importância de estudos aprofundados para a implantação de legislação referente a temas que envolvem questões técnicas tão específicas como é o caso do reúso da água e aproveitamento da água de chuva”. Assim sendo, apresenta-se a seguir algumas recomendações referentes ao estabelecimento de legislação para sistemas de aproveitamento da água de chuva pelos municípios: CREA PR - Uso e Reúso da Água, (2009 apud, AMBIENTE ÁGUA, 2012b): • Observação aos preceitos estabelecidos nas legislações federais e estaduais, evitando o confronto com outras legislações existentes; • Discussão do tema com os setores acadêmicos e representativos dos profissionais da área, para o devido embasamento técnico e científico; • Adequação e inter-relação com os planos diretores de drenagem urbana, gerenciamento de recursos hídricos e saneamento ambiental; • Capacitação, orientação e estruturação dos órgãos fiscalizadores responsáveis; 38 • Discussão com a sociedade para incentivar a participação desta na implantação e fiscalização dos sistemas. No item 5.6 que trata de reúso local de efluentes a NBR 13969 (1997), afirma que: No caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pisos e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagística dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas e pastagens. NBR 13969 (1997, p. 21) A NBR 13969 (1997) apresenta duas tabelas a seguir, de parâmetros relacionados à remoção e tratamento dos efluentes: TABELA 3 – Faixas prováveis de remoção dos poluentes, conforme o tipo de tratamento, consideradas em conjunto com o tanque séptico (em %)¹ ² ³. FILTRO ANAERÓBIO SUBMERSO FILTRO AERÓBIO FILTRO DE AREIA VALA DE FILTRAÇÃO LAB LAGOA COM PLANTAS 40 A 75 60 A 95 50 A 85 50 A 80 70 A 95 70 A 90 DQO 40 A 70 50 A 80 40 A 75 40 A 75 60 A 90 70 A 85 SNF 60 A 90 80 A 95 70 A 95 70 A 95 80 A 95 70 A 95 SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS 70 OU MAIS 90 OU MAIS 100 100 90 A 100 100 NITROGÊNIO AMONIACAL - 30 A 80 50 A 80 50 A 80 60 A 90 70 A 90 NITRATO - 30 A 70 30 A 70 30 A 70 30 A 70 50 A 80 FOSFATO 20 A 50 30 A 70 30 A 70 30 A 70 50 A 90 70 A 90 COLIFORMES FECAIS - - 99 OU MAIS 99,5 OU MAIS - - PROCESSO/ PARAMETRO DBO 1. Para obtenção de melhores, deve haver combinações complementares. 2. Os valores limites inferiores são referentes à temperatura abaixo de 15°C; os valores limites superiores são para 3. As taxas de remoção dos coliformes não devem ser consideradas como valores de aceitação, mas apenas de referência, temperaturas acima de 25°C, sendo também influenciados pelas condições operacionais e grau de manutenção. uma vez que 0,5% residual de coliformes do esgoto representa centena de milhares destes. Fonte – NBR 13969, 1997. 39 TABELA 4 – Algumas características dos processos de tratamento (exclui tanque séptico). PROCESSO/ FILTRO AERÓBIO FILTRO DE AREIA VALA DE FILTRAÇÃO LAB LAGOA COM PLANTAS CARACTERISTICAS FILTRO ANAERÓBIO S ÁREA NECESSÁRIA REDUZIDA REDUZIDA MÉDIA MEDIA MÉDIA MÉDIA OPERAÇÃO SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES CUSTO OPERACIONAL BAIXO ALTO MÉDIO BAIXO ALTO BAIXO MANUTENÇÃO SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES MEDIANA COMPLEXIDADA SIMPLES ODOR/COR NO EFLUENTE SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SUBMERSO Fonte - NBR 13969, 1997. Também em seu subitem 5.6.4 que trata do grau de tratamento necessário, a NBR 13969(1997), afirma que: O grau de tratamento para uso múltiplo de esgoto tratado é definido, regra geral, pelo uso mais restringente quanto à qualidade de esgoto tratado. No entanto, conforme o volume estimado para cada um dos usos pode-se prever graus progressivos de tratamento (por exemplo, se o volume destinado para uso com menor exigência for expressivo, não haveria necessidade de se submeter todo o volume de esgoto a ser reutilizado ao máximo grau de tratamento, mas apenas uma parte, reduzindo-se o custo de implantação e operação), desde que houvesse sistemas distintos de reservação e de distribuição. (NBR 13969, 1997, p. 22). Em termos gerais, podem ser definidas as seguintes classificações e respectivos valores de parâmetros para esgotos, conforme o reúso, tabela a seguir: (NBR 13969, 1997, p. 22). TABELA 5 – Grau de tratamento necessário. CLASSES USO PARÂMETROS OBSERVAÇÕES 1 Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador, incluindo chafarizes: Turbidez inferior a cinco, coliforme fecal inferior a 200 NMP/100 ml; sólidos dissolvidos totais inferior a 200 mg/l; pH entre 6,0 e 8,0; cloro residual entre 0,5 mg/l e 1,5 mg/l. Nesse nível, será geralmente necessário tratamento aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido por filtração convencional (areia e carvão ativado) e, finalmente, cloração. Pode-se substituir a filtração convencional por membrana filtrante; 2 Lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes: Turbidez inferior a cinco, coliforme fecal inferior a 500 NMP/100 ml, cloro residual superior a 0,5 mg/l. Nesse nível é satisfatório um tratamento biológico aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido de filtração de areia e desinfecção. Pode-se também substituir a filtração por membranas filtrantes; 40 CLASSES USO PARÂMETROS OBSERVAÇÕES 3 Normalmente, as águas de enxágue das máquinas de lavar roupas satisfazem a Turbidez inferior a 10, Reuso nas descargas dos vasos este padrão, sendo necessária apenas uma coliformes fecais inferiores a sanitários: cloração. Para casos gerais, um 500 NMP/100 ml. tratamento aeróbio seguido de filtração e desinfecção satisfaz a este padrão; 4 Reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e Coliforme fecal inferior a 5 000 As aplicações devem ser interrompidas outros cultivos através de NMP/100 ml e oxigênio pelo menos 10 dias antes da colheita. escoamento superficial ou por dissolvido acima de 2,0 mg/l. sistema de irrigação pontual. Fonte - NBR 1396, 1997. Outros parâmetros como os fornecidos pelo Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações, apresenta exigências mínimas para o uso da água não potável. É relacionada uma sequência, em função das diferentes atividades a serem realizadas nas edificações. (SAUTCHUK et. al., 2005). Segue: Água para rega de jardim, irrigação e lavagem de pisos: • Não deve apresentar mau cheiro; • Não deve conter componentes que agridam as plantas ou que estimulem o crescimento de pragas; • Não deve ser abrasiva; • Não deve manchar superfícies; • Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana. Água para descarga em bacias sanitárias: • Não deve apresentar mau cheiro; • Não deve ser abrasiva; • Não deve manchar superfícies; • Não deve deteriorar os metais sanitários; • Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou bactérias prejudiciais à saúde humana. De acordo com as exigências mínimas listadas anteriormente, (SAUTCHUK et. al., 2005, p. 53) classificou enumeras classes de água para reúso, a se destacar a primeira que resume os critérios para a qualidade da água nas atividades apresentadas anteriormente. Segue: 41 Considerando Água de Reúso Classe 1: Os usos preponderantes para as águas tratadas desta classe, nos edifícios, são basicamente os seguintes: • Descarga de bacias sanitárias, lavagem de pisos e fim ornamental (chafarizes, espelhos de água etc.); • Lavagem de roupas e de veículos. Apesar de esta aplicação incorporar diversas atividades, todas convergem para a mesma condição de restrição que é a exposição do público, usuários e operários que operam, manuseiam ou tenham algum contato com os sistemas de distribuição de água reciclada. (SAUTCHUK et.al., 2005, p. 53). Outro fator importante diz respeito aos aspectos estéticos da água de reúso, exigindo deste, grau de transparência, ausência de odor, cor e livre de quaisquer formas de substâncias ou componentes flutuantes. Nesse sentido, os parâmetros característicos foram selecionados segundo o uso mais restritivo entre os antes relacionados, e estão apresentados na tabela a seguir. TABELA 6 – Parâmetros caracteristicos para água de reúso classe 1. PARÂMETROS COLIFORMES FECAIS¹ pH CONCENTRAÇÕES NÃO DETECTÁVEIS ENTRE 6,0 E 9,0 COR (UH) ≤ 10UH TURBIDEZ (UT) ≤ 2 UT ODOR E APARÊNCIA NÃO DESAGRADÁVEIS ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) ≤ 1 mg/L DBO² (mg/L) ≤ 10 mg/L COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS³ AUSENTES NITRATO (mg/L) ˂ 10 mg/L NITROGÊNIO AMONIACAL (mg/L) ≤ 20 mg/L NITRITO (mg/L) ≤ 1 mg/L FÓSFORO TOTAL4 (mg/L) SÓLIDO SUSPENSO TOTAL (SST) (mg/L) SÓLIDO DISSOLVIDO TOTAL5 (SDT) (mg/L) ≤ 0,1 mg/L ≤ 5 mg/L ≤ 500 mg/L 1. Esse parâmetro é prioritário para os usos considerados. 2. O controle da carga orgânica biodegradável evita a proliferação de microrganismos e cheiro desagradável, em função do processo de decomposição que podem ocorrer em linhas e reservatórios de decomposição. 42 3. O controle deste composto visa evitar odores desagradáveis, principalmente em aplicações extremas em dias quentes. 4. O controle de formas de nitrogênio e fósforo visa evitar proliferação de algas e filmes biológicos, 5. Valor recomendado para lavagem de roupas e veículos. que podem formar depósitos em tubulações, peças sanitárias, reservatórios, tanques, etc. Fonte – Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações, 2005. Por fim, cabe ressaltar que o uso da água de reúso Classe 1 pode gerar problemas de sedimentação, o que causaria odores devido à decomposição de matéria orgânica, obstrução e presença de materiais flutuantes. (SAUTCHUK et. al., 2005) Como solução cita, “[...] a detecção de cloro residual combinado em todo o sistema de distribuição; e o controle de agentes tensoativos, devendo seu limite ser ≤ 0,5 mg/l”. (SAUTCHUK et. al., 2005, p. 53) 2.5.5 Reúso de água e suas responsabilidades. Para evitar problemas com o reúso da água o item 5.6.5, NBR 13969 (1997 apud TELLES; COSTA, 2010 p. 158) recomenda as seguintes observações e aspectos referentes aos sistemas de reúso de água: • Todo sistema de reservação deve ser dimensionado para atender pelo menos 02 (duas) horas de uso de água no pico da demanda diária; • Todo sistema de reservação e distribuição do esgoto a ser reutilizado deve ser claramente identificado, através de placas de advertências nos locais estratégicos e nas torneiras, além do emprego de cores nas tubulações e nos tanques de reservação distintas das de água potável; • Quando houver usos múltiplos de reúso com qualidades distintas, deve-se optar pela reservação distinta das águas, com clara identificação das classes de qualidades nos reservatórios e nos sistemas de distribuição; Com relação à operação e treinamento dos responsáveis o item 5.6.6, NBR 13969 (1997 apud TELLES; COSTA, 2010, p. 158) destaca: • Todos os gerenciadores dos sistemas de reúso, principalmente aqueles que envolvem condomínios residenciais ou comerciais com grande número de pessoas envolvidas na manutenção de infraestruturas básicas, devem indicar o responsável pela manutenção e operação do sistema de reúso de esgoto. Para tanto, o responsável pelo planejamento e projeto deve fornecer manuais do sistema de 43 reúso, contendo figuras e especificações técnicas quanto ao sistema de tratamento, reservação e distribuição, procedimentos para operação correta, alem de treinamento adequado aos operadores. Vale também destacar o item 5.6.7, NBR 13969 (1997 apud TELLES; COSTA, 2010 p. 158, 159) que trata da amostragem para análise do desempenho e do monitoramento: • Todos os processos de tratamento e disposição final de esgoto devem ser submetidos à avaliação periódica do desempenho, tanto para determinar o grau de poluição causado pelo sistema de tratamento implantado como para avaliação do sistema em si, para efeito de garantia de um bom funcionamento do processo. Quando tratamos de reúso urbano para fins não potáveis, vale destacar que envolve riscos menores e deve ser considerado como a primeira opção de aplicação urbana. Hespanhol (1999 apud TELLES; COSTA, 2010), esclarece “[...] de acordo com seu emprego, devem ser tomados cuidados especiais que garantam o controle da saúde publica, principalmente quando a prática envolve o contato direto com o usuário”. James Crook (1993) em “Critérios de qualidade da água para reúso” analisa: O reúso da água, para qualquer fim, depende de sua qualidade física, química e microbiológica. As maiorias dos parâmetros de qualidade físico-químicas estão bem compreendidas, tendo sido possível estabelecer critérios de qualidade orientadores para reúso. Os limites microbiológicos relativos à saúde são mais difíceis de serem quantificados, como evidenciados pela multiplicidade de parâmetros e orientações de uso, variáveis em termos mundiais. (CROOK, 1993). Por sua vez, nas áreas urbanas o reúso está mais frequentemente associado à reciclagem da água nas edificações, sejam elas residenciais ou industriais. Entretanto, mesmo para usos não potáveis a qualidade sanitária precisa ser garantida por meio de tratamento adequado. Uma pesquisa desenvolvida por Rose et. al. (1991 apud AMBIENTE ÁGUA, 2012b) revelou que: “[...] organismos patogênicos são liberados na água do banho e da lavagem de roupas”. “[...] Também, micro-organismos patogênicos podem estar presentes na água da lavagem de alimentos crus como carnes e vegetais” cita Allos e Taylor (1998 apud AMBIENTE ÁGUA, 2012b). Quando se trata da responsabilidade por parte de quem implanta sistemas de reúso de águas cinza e águas pluviais, vale destacar o que recomendam os especialistas. 44 A revista Téchne em reportagem na edição nº 162 de setembro de 2010 na seção “Perguntas” aborda quanto às responsabilidades de um projeto que contempla o reúso de água: Quando o contrato envolve apenas projeto e construção, a responsabilidade da empresa contratada é associada apenas aos aspectos de engenharia de projeto e de construção associados. Quando o contrato é do tipo BOT (Build, Operate and Transfer) ou similares, nos quais a empresa contratada constrói e opera o sistema às suas custas durante um determinado período de vigência, cobrando para isso uma tarifa por metro cúbico de água tratada produzida com qualidade pré-estabelecida, a responsabilidade passa a ser compartilhada entre a empresa fornecedora e a administração do condomínio. (HESPANHOL, 2010). Sistemas de reúso em edificações devem ser projetados e monitorados adequadamente e serem mantidos sobre condições de operação e manutenção profissional e sistemática. (HESPANHOL, 2010). As redes de distribuição de água tratada devem ser projetadas para evitar a possibilidade de conexões cruzadas e devem ser tomados cuidados para evitar usos não permitidos. Cuidados especiais deverão ser tomados para controlar o risco de contaminação de operadores e usuários, por meio de informações e campanhas de educação sanitária. Também é importante a colocação de avisos visíveis com alertas sobre a qualidade da água de reúso. Seria interessante implantar nos sistemas de reúso o sistema de controle designado APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), adaptando-se a NBR 14.900 - Sistemas de Gestão e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, às características de edifícios e condomínios. 2.5.6 Águas cinza como fonte alternativa de reúso em edificações. 2.5.6.1 Definição e parâmetros. Por definição segundo o Manual de Conservação e Reúso de Água em Edificações, Sautchuk, et. al. (2005, p. 58), “[...] a água cinza para reúso é o efluente doméstico que não possui contribuição da bacia sanitária e pia de cozinha”. Os principais critérios que direcionam um programa de reúso de água cinza são: Sautchuk, et. al. (2005, p. 58). • Preservação da saúde dos usuários; 45 • Preservação do meio ambiente; • Atendimento às exigências relacionadas às atividades a que se destina; • Quantidade suficiente ao uso a que será submetida. É evidente que de acordo com a fonte a água de reúso poderá conter componentes variáveis de poluição e por isso a importância de segregar o efluente do conjunto de aparelhos sanitários. Deve-se levar em consideração de que a água cinza é passível de conter contaminações das mais variadas naturezas, pela grande flexibilidade de uso dos aparelhos sanitários (SAUTCHUK et. al., 2005). Para ilustrar é apresentado, nas tabelas a seguir, a título de comparação, à caracterização de água cinza de chuveiros e lavatórios coletada em banheiros de edifícios residenciais e de um complexo esportivo, ambos localizados na Região Sul do país. TABELA 7 – Características físicas, químicas e bacteriológicas das águas cinza em banheiros brasileiros. CONCENTRAÇÕES PARÂMETROS TEMPERATURA COR (UH) ODOR TURBIDEZ pH OXIGÊNIO DISSOLVIDO mg/L CLORO LIVRE mg/L CLORO TOTAL mg/L FÓSFORO TOTAL mg/L DBO mg/L SÓLIDO SUSPENSO mg/L DUREZA ZINCO COBRE FERRO COLIFORME TOTAL (MPN/100 Ml) COLIFORME FECAL (MPN/100 Ml) 1 24 52,3 37,35 7,2 4,63 0 0 6,24 96,54 - 11 × 10 1 × 10 1. Edifício residencial Curitiba/PR. 2. Banheiro masculino, Complexo esportivo – Passo Fundo/RS. 3. Banheiro feminino, Complexo esportivo – Passo Fundo/RS. 2 3 - - AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE 0,8 8,4 20,3 54 122 0,03 0,23 0,33 ˂ 200 - 1,3 8,8 96 86 130 0,1 0,19 0,1 23000 - Fonte – Santos e Zabracki (2003); Fionini, Fernandez e Pizzo (2004), apud Sautchuk et. al.(2005). 46 TABELA 8 – Características físicas, químicas e bacteriológicas da água cinza originada em edifício residencial. PARÂMETRO VAZÃO MÉDIA DOS CHUVEIROS L/S VAZÃO MÉDIA DOS LAVATÓRIOS L/S COLIFORMES FECAIS (NMP/100 Ml) COLIFORMES TOTAIS (NMP/100 Ml) ÓLEOS E GRAXAS pH DBO (mg/L) DQO (mg/L) SÓLIDOS SUSPENSOS (mg/L) ALCALINIDADE (mg/L) SURFACTANTES (mg/L) AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 AMOSTRA 3 0,058 0,078 1.1 × 10 >1.6 × 10 18,2 7,11 258 470 180 6,7 2,18 0,074 0,067 1.7 × 10 >1.6 × 10 14,8 6,91 174 374 100 5 1,46 0,049 0,093 CONTAGEM BACTERIOLÓGICA (UFC/ML) CLORETOS (CL¯ mg/L) NITRATO (NO¯3 Nmg/L) NITRITO (NO ¯2 Nmg/L) FÓSFORO TOTAL (mg/L) TURBIDEZ (UT) DUREZA TOTAL (CaCO3 mg/L) CONDUTIVIDADE (µ/cm) 1. Edifício residencial Curitiba/PR. 2. Banheiro masculino, Complexo esportivo – Passo Fundo/RS. 3. Banheiro feminino, Complexo esportivo – Passo Fundo/RS. 8.5 × 10 26,9 27,5 ˂ 0,003 0,43 340,7 5,7 125,9 3 × 10 14,7 1,52 0,027 0,31 373,2 13,6 105,8 3.6 × 10 >1.6 × 10 26,7 7,1 384 723 188 8,2 3,42 8.5 × 10 29,4 4.09 0,489 1,79 297,2 10,7 222 Fonte – Santos e Zabracki (2003); Fionini, Fernandez e Pizzo (2004), apud Sautchuk et. al.(2005). Os parâmetros listados basearam-se na Portaria MS 518 (BRASIL, 2004) e CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005). Verifica-se nos resultados obtidos: • Alto teor de matéria orgânica, representado pela DBO, o que pode gerar sabor e odor; • Elevado teor de surfactantes, que pode ocasionar a formação de espumas e odor decorrente da decomposição dos mesmos; • Elevada concentração de nitrato, que pela sua toxicidade pode causar metahemoglobinemia infantil, uma doença letal; • Alto teor de fósforo, o que indica a presença de detergentes superfosfatados (compostos por moléculas orgânicas) e matéria fecal; e turbidez elevada, que comprova a presença de sólidos em suspensão. Importante salientar que aspectos econômicos e socioculturais podem ter influência na composição da água cinza e, portanto, é recomendado que sejam caracterizadas 47 amostras de água cinza de outras regiões do Brasil. Desta forma, recomenda-se que o sistema hidráulico destinado ao tratamento e distribuição de água de reúso proveniente da água cinza seja absolutamente separado do sistema hidráulico de água potável da concessionária, sendo proibida a conexão cruzada entre esses dois sistemas. (SAUTCHUK et. al., 2005, p. 61). 2.5.6.2 Sistema de tratamento de água cinza para uso não potável. Para a determinação do tipo de tratamento para a água cinza deve-se considerar a grande variação de vazão em períodos curtos de tempo e a elevada biodegradabilidade. Os processos utilizados para tratar água cinza são semelhantes aos utilizados em estações de tratamento de esgoto sanitário. Entretanto, cabe ressaltar que as exigências quanto à qualidade do efluente são muito superiores, sobretudo quando se trata de reúso em edificações. (AMBIENTE ÁGUA, 2012b). Para produzir água de reúso inodora e com baixa turbidez, uma estação de tratamento deve ser composta pelo menos por níveis primários e secundários de tratamento. Por outro lado, para se assegurar baixas densidades de coliformes totais o tratamento deve prever desinfecção e, portanto, é fundamental o tratamento a nível terciário. (AMBIENTE ÁGUA, 2012b). A Universidade Federal do Espírito Santo – UFES desenvolveu projeto de pesquisa contemplando os processos aeróbios e anaeróbios em série de uma Estação de Tratamento de Água Cinza – ETAC, referente a um empreendimento hoteleiro. Conforme Gonçalves (2006 apud AMBIENTE ÁGUA, 2012b), a ETAC é composta de reator anaeróbio compartimentado – RAC, associado a um Filtro Biológico Aerado Submerso – FBAS. O polimento é feito através de um Filtro Terciário de Tela – FT e a desinfecção com pastilha de cloro. Ainda relata o importante trabalho desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, em uma residência unifamiliar, cujo sistema de tratamento é composto de: caixa receptora de água cinza, filtro de brita aeróbio intermitente, uma caixa de passagem para desinfecção com cloro, um reservatório de água cinza e um tanque de mistura de água cinza tratada e água de chuva. As práticas de reúso da água no Brasil relacionam-se de forma mais efetiva aos setores industriais e comerciais. Os setores acadêmicos, de diferentes áreas do conhecimento, têm se dedicado frequentemente às pesquisas sobre o reúso da água nas edificações, a fim de 48 desenvolver tecnologias apropriadas para a implantação destes sistemas. (AMBIENTE ÁGUA, 2012b). A seguir é apresentada a configuração básica de um projeto de utilização de água cinza, onde é previsto um sistema de coleta de água servida, subsistema de condução, unidade de tratamento e reservatório, sistema de recalque, reservatório superior e rede de distribuição. FIGURA 5 – Configuração básica de sistema de reúso de água. Fonte – Revista Téchne, 2008. 2.5.6.3 Viabilidade econômica do sistema. Para implantação do sistema de reúso, será necessária a implantação de sistemas independentes e duplos sem nenhuma interligação, pois um deles será utilizado para a reservação e distribuição de água potável (pias, chuveiros, lavatórios, tanques) e outro para a reservação e distribuição de água de reúso (vasos sanitários). Zanella (2010) analisa: “[...] sistemas semelhantes são exigíveis para a coleta interna de água, porque as águas cinza terão que ser separadas das águas negras”. As águas cinza são encaminhadas ao sistema de tratamento para reúso, e as águas negras, para o sistema coletor de esgoto urbano. Apesar da independência necessária aos sistemas hidráulicos, deve-se prever uma forma segura de abastecimento dos pontos de reúso com água potável para casos em que seja exigida a manutenção ou interrupção no fornecimento. Os ganhos ambientais e econômicos referentes à instalação de um sistema de reúso podem ser avaliados sobre diversos prismas: sob o ponto de vista do usuário do edifício, da companhia de água e esgoto ou sob o ponto de vista de gestão dos 49 recursos hídricos. O mais facilmente observável é a avaliação do ponto de vista econômico referente ao usuário do sistema - isso pode ser realizado fazendo-se um balanço puramente financeiro em relação à economia conseguida com a utilização da água de reúso em substituição à água potável frente aos gastos com instalação, operação e manutenção do sistema de manejo das águas cinza. (ZANELLA, 2010) 2.6 Aproveitamento sustentável de água pluvial. 2.6.1 Contexto. É recorrente nas últimas décadas, o aumento das enchentes urbanas, causadas, sobretudo pela impermeabilização do solo das cidades, a resposta dada a estas situações foi a macrodrenagem, com a canalização de rios, implantação de bacias de retenção e construção de galerias pluviais cada vez maiores. Em dias atuais a implantação, operação e manutenção desses sistemas de redes sanitárias tornam-se cada vez mais complexas e caras. Diante dessa situação, a gestão sustentável das águas pluviais oferece a chance de baixar custos, economizar água tratada e energia elétrica e restaurar o ciclo hidrológico das cidades. Talvez não seja um processo que venha substituir a macrodrenagem, mas que venha a combater de forma emergencial os sintomas. A água da chuva captada e guardada pode ser filtrada no local de uso, tratada com facilidade e então servir para descargas de banheiro, lavagem de roupas, lavagem de pisos, carros e calçadas. “Embora a prática do aproveitamento de água de chuva no Brasil remonte aos primeiros assentamentos na época do descobrimento, a atual conjuntura renova a oportunidade dessa medida sob a égide da sustentabilidade.” (TÉCHNE, 2008, p. 99). FIGURA 6– Captação de águas pluviais. Fonte – Revista Téchne, 2008. 50 2.6.2 Sistema de aproveitamento de águas pluviais para uso não potável. Os sistemas de aproveitamento de água da chuva devem contar com a área de captação (telhado, laje ou piso), condução de água (calhas, condutores verticais e horizontais), a unidade de tratamento, o reservatório de acumulação e reservatório de descarte. FIGURA 7 – Sistema básico de captação. Fonte – Revista Téchne, 2008. Segundo a norma NBR 15527 (2007, p. 2, 3, 4) a água de chuva deve ser captada apenas de coberturas ou de áreas sem circulação de veículos, pessoas ou animais e nunca de pavimentos térreos ou piso de estacionamentos, devido aos agentes contaminantes presentes nesses locais. O processo de armazenagem requer cuidados especiais como: a não presença de luz solar e o descarte da água de escoamento inicial. O sistema de distribuição independente do sistema de água potável, o volume não aproveitado pode ser lançado em via publica ou ser infiltrado total ou parcialmente, desde que não haja perigo de contaminação do lençol freático. É recomendado o descarte da água das primeiras chuvas, devido à concentração de poluentes tóxicos dispersos na atmosfera, principalmente de áreas urbanas como o dióxido de enxofre (SO2) e o óxido de nitrogênio (NO), além da poeira, fuligem e demais sujeiras acumulada nas superfícies de coberturas e calhas. (CASA EFICIENTE, 2012). O descarte de água das primeiras chuvas pode ser feito com o auxílio de dispositivos automáticos, desenvolvidos especialmente para esta finalidade. Os pesquisadores do projeto Casa Eficiente (2012) e LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da 51 UFSC executaram dispositivos, simples e eficazes, utilizando materiais de baixo custo e facilmente encontrados no mercado. FIGURA 8 – Dispositivo de descarte das primeiras chuvas, utilizando bombonas plásticas. Fonte – Casa Eficiente, 2012. FIGURA 9 – Sistema de descarte de sólidos instalado no interior da cisterna. Fonte – Casa Eficiente, 2012. 52 FIGURA 10 – Dispositivo de descarte de sólidos instalado na tubulação e em cisterna de água pluvial. Fonte – Casa Eficiente, 2012. Um dos componentes mais importantes de um sistema de aproveitamento de água de chuva é o reservatório. Ele deve ser dimensionado, tendo como base, entre outros, os seguintes critérios: custos totais de implantação, demanda de água, disponibilidade hídrica (regime pluviométrico) e confiabilidade requerida para o sistema. Casa Eficiente (2012) cita ainda “[...], que a distribuição temporal anual das chuvas é uma importante variável a ser considerada no dimensionamento do reservatório”. FIGURA 11 – Sistema de reservação de águas pluviais. Fonte – Revista Téchne, 2005. Vale salientar em casos da ocorrência de um volume de precipitação superior à capacidade do reservatório, a água excedente escoa pelo extravasor da cisterna e é liberado para a rede pública de coleta. Caso não haja água de chuva suficiente na cisterna para suprir o reservatório superior de água pluvial, este poderá ser alimentado automaticamente pelo sistema de abastecimento da rede publica. 53 O tratamento da água da chuva pode ser realizado por dosadores para desbacterização química, instalados próximos aos reservatórios. FIGURA 12 – Dosadores químicos da água de chuva. Fonte - Revista Téchne, 2005. 2.6.3 Exemplo do Edifício Green Office (Região do Morumbi – São Paulo SP). Este exemplo mostra como funciona o sistema de aproveitamento de águas pluviais para lavagem de pisos, rega de jardins e descarga de bacias sanitárias do Residencial Green Office. (QUINALIA, 2005), texto original. FLUXOGRAMA 2– Etapas de captação e distribuição de águas pluviais. Fonte – Revista Téchne, 2005. 54 2.7 Sistema de Aquecimento Solar de Água. 2.7.1 Contexto. O melhor estágio para analisar melhores condições de economizar energia e água é a fase de projeto, nesse momento grandes decisões são tomadas para o correto funcionamento no que diz respeito ao conceito energético da edificação e o bom funcionamento de seus componentes. Iniciamos analisando as seguintes informações fornecidas por Astrosol, fabricante de sistemas de coletores solares. Trata de um comparativo de diversas fontes de energia para cada m² de coletor solar instalado. (ASTROSOL, 2012). • Economia de 55 kg de GLP por ano; • Economia de 66 litros de diesel por ano; • Evita a inundação de cerca de 60 m² de terras para a geração de energia elétrica; • Economiza 215 kg de lenha por ano. Apesar de ser uma fonte alternativa ela sem duvida traz, quando captada e utilizada corretamente, economia e preservação do meio ambiente. Esses sistemas não são novidades no Brasil e já atuam no mercado há 30 anos, porém vieram a se destacar após a crise do “Apagão” de energia em 2001, que demonstrou fragilidade quanto as matrizes energéticas brasileiras. Dados estatísticos realizados pela ABRAVA - Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, através de seus Departamentos de Economia e de Aquecimento Solar caracterizam a evolução histórica do mercado de aquecimento solar entre os anos de 2002 e 2007. (ABRAVA, 2008). O gráfico a seguir mostra a evolução da área instalada anualmente e da área acumulada de coletores solares no Brasil. 55 GRÁFICO 2 – Evolução do mercado de aquecimento solar no Brasil. Fonte – ABRAVA, 2008. 2.7.2 Iniciativas ao uso de sistema de aquecimento solar de água. Cidades como Belo Horizonte estão bem adiantadas na adoção de sistemas de aquecimento solar de água. “Lá, desde 1985 a concessionária de energia elétrica, Cemig junto com empresas e universidades locais, estuda o emprego da tecnologia como alternativa à energia elétrica para a produção de água quente”, Trindade (2009 apud TÉCHNE, 2009). Em São Paulo foi aprovada a lei nº 14459/2007 que obriga a instalação de sistema de aquecimento solar de água. O art. 2º cita, “[...] é obrigatória à instalação de sistema de aquecimento de água por meio de aproveitamento da energia solar, nas novas edificações do município de São Paulo, destinados à categoria de uso residencial e não residencial” (SÃO PAULO, 2007). A mesma lei também cita em seu art. 8º: Os sistemas de instalações hidráulicas e os equipamentos de aquecimento de água por energia solar de que tratam esta lei deverão ser dimensionados para atender, no mínimo, 40% (quarenta por cento) de toda a demanda atual de energia necessária para o aquecimento de água sanitária e água de piscinas, de acordo com a Metodologia de Avaliação da Contribuição Solar estabelecida no Anexo Único integrante desta lei. (SÃO PAULO, 2007). Em outras cidades e estados do país as leis, projetos e incentivos são restritivos ou tramitam com lentidão. Na página eletrônica Cidades Solares, iniciativa realizada pela parceria entre a ONG socioambiental Vitae Civilis e a Diretoria Solar da Associação Brasileira dos Fabricantes de Equipamentos de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e 56 Aquecimento DASOL/ABRAVA, elencam algumas leis e projetos de lei em tramitação no país que promovem a implantação de políticas públicas para o uso de água quente por aquecimento solar e incentivo fiscal de maneira a fomentar o uso da energia solar. (CIDADES SOLARES, 2012a): • Estado de São Paulo, lei nº 326, de 2007 – Dispõe sobre a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar em edificações de natureza pública, no âmbito do Estado de São Paulo. • Estado do Rio de Janeiro, lei nº 5184, de 2008 – Dispõe sobre a instalação de aquecimento solar de água em prédios públicos no Estado do Rio de Janeiro. • BRASIL. Projeto de lei, PL 2005 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de previsão para uso de aquecedores solares de água em projetos de construção de habitações populares, e, autoriza o Poder Executivo a criar Políticas Públicas e Programas de Incentivo para implantação e uso desses equipamentos em instalações prediais. • Cidade de Porto Alegre/RS, lei nº 04117 – Institui o Programa de Incentivos ao Uso de Energia Solar nas Edificações com o objetivo de promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento de energia solar. • Cidade de Belo Horizonte/MG. Projeto de lei, PL N.º1390-07 – Dispõe sobre a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar nas novas edificações que menciona parâmetros para implantação dos sistemas de aquecimento solar de água no município de Belo Horizonte. • Cidade de Campinas/SP. Projeto de lei complementar, PLC 7, 2007 – Projeto de Lei Complementar – Dispõe sobre a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar nas edificações do município de Campinas. • Cidade de Campo Grande/MS. Projeto de lei, PL nº 6.260/07 – Institui o programa de incentivos ao uso de energia solar nas edificações no município de Campo Grande. • Cidade de Curitiba/PR. Projeto de lei, PL nº 05.00236.2006 – Institui no âmbito do município de Curitiba o Programa de Incentivos ao Uso de Energia Solar nas Edificações Urbanas. • Cidade do Rio de Janeiro. Projeto de lei, PL 1221/2007 – Dispõe sobre a instalação de sistemas de aquecimento de água por energia solar nas edificações do Município do Rio de Janeiro, em atendimento ao disposto no art. 461, inciso VI, da Lei Orgânica Municipal. 57 2.7.3 Radiação solar. A radiação solar percorre a distância entre a Terra e o Sol sem alterar sua direção, de acordo com os princípios da propagação de ondas eletromagnéticas, até atingir a atmosfera da Terra. A Constante Solar que é definida como o fluxo de energia radiante, expresso em W/m², e é ilustrado na figura 13: FIGURA 13 – A constante Solar. Fonte – Ademe (2002 apud ABRAVA, 2008). Segundo Duffie e Beckman (2008 apud ABRAVA, 2008), “[...] seu valor mais atual da constante solar é de 1367 W/m². Esse valor da constante solar é medido por satélites logo acima da atmosfera terrestre”. A radiação solar recebida na superfície da Terra pode ser convertida em calor e contribuir para atender as necessidades energéticas destinadas ao aquecimento de água no setor residencial. Os coletores solares transferem a energia solar absorvida para o fluido a ser aquecido. A possibilidade de utilização da energia solar em edifícios residenciais permite ao consumidor, cada vez mais suscetível às questões ambientais, a possibilidade de uso dessa alternativa energética de forma complementar ao seu consumo atual. (COMGAS/ABRINSTAL, 2011, p. 7) O cálculo da energia solar incidente em cada cidade e nas condições específicas da obra que receberá o aquecedor solar é imprescindível na análise de viabilidade técnica e econômica de sua implantação. 58 As figuras 14 e 15 correspondem às imagens das irradiações médias anuais para o período e os respectivos níveis de variabilidade mensais. FIGURA 14 – Irradiação Média Anual. Fonte - Atlas de Irradiação Solar no Brasil. 1998. (adaptado). FIGURA 15 – Radiação Solar Global Diária. Fonte: Atlas Solarímétrico do Brasil. Recife, UFPE, 2000 (adaptado). 59 2.7.4 Funcionamento do sistema. As placas coletoras são responsáveis pela absorção da radiação solar. O calor do sol, captado pelas placas do aquecedor solar, é transferido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. (SOLETROL, 2012). O reservatório onde é armazenada a água aquecida chamada também de boiler são reservatórios cilíndricos de cobre, inox ou polipropileno e isolados termicamente com poliuretano expandido. Para garantia de água quente durante o decorrer do ano é recomendado o uso de um sistema auxiliar de aquecimento que garanta água quente em período de dias nublados ou chuvoso por vários dias. FIGURA 16 – Funcionamento de um sistema de aquecimento solar de água. Fonte – Cidades Solares, 2012. 2.7.4.1 Funcionamento por Termossifão. Por esse sistema de funcionamento básico SOLAREM (2012) cita que “[...] a circulação natural da água entre o boiler e as placas coletoras ocorre pela variação da densidade da água em função da temperatura”. Pois a água quente é menos densa que a água fria. E continua “[...] nesse tipo de instalação as placas solares captam a energia solar, convertendo-a para o aquecimento da água que circula em seu interior”. A figura 17 apresenta o princípio de funcionamento de um aquecedor solar instalado em sistema de termossifão. 60 FIGURA 17 – Circulação natural por termossifão. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Coletor solar Reservatório térmico Caixa d’água fria Sifão Entrada de água fria Retorno de água dos coletores Saída de água para os coletores Saída de água para consumo Registro para limpeza do sistema Suspiro Fonte – Manual ABRAVA, 2008. Esse tipo de instalação é mais usual em residências unifamiliares e programas de habitação, por ter custo muito baixo dos equipamentos, extrema confiabilidade e pouquíssima manutenção. Mas países como a China adotam maciçamente estes sistemas. FIGURA 18 – Vivendas unifamiliares no Brasil. Fonte – Manual ABRAVA, 2008. FIGURA 19 – Vivendas multifamiliares na China. Fonte – Manual ABRAVA, 2008. 61 2.7.4.2 Funcionamento por circulação forçada ou bombeada. Existem situações que nem sempre é possível respeitar os corretos desníveis e distâncias, exigidas e necessárias, entre os componentes do sistema como: placa, reservatório e caixa de água fria. A solução indicada nestes casos é a técnica por circulação forçada ou bombeada. FIGURA 20 – Sistema bombeado. 1. Coletores solares. 2. Reservatório térmico. 3. Caixa d’água. 4. Válvula de retenção. 5. Controlador diferencial de temperatura – CDT. 6. Motobomba. Fonte – Manual ABRAVA, 2008. “Em um aquecedor solar instalado com circulação forçada um controlador de temperatura promove a circulação da água acionando uma pequena motobomba, de baixíssima potência, sempre que necessário”. (SOLAREM, 2012). “A circulação da água também pode ser feita através de motobombas em um processo chamado de circulação forçada ou bombeado, e são normalmente utilizados em piscinas e sistemas de grandes volumes”. (SOLETROL, 2012) Desta forma o conjunto formado do sistema de aquecimento solar de água para instalação bombeada requer alem das placas e boiler, uma mini motobomba e um CDT (controlador diferencial de temperatura). O CDT funciona comparando as temperaturas, normalmente mais altas, do sensor instalado no conjunto das placas, com o sensor instalado junto à tubulação de sucção da mini motobomba, desta forma sempre que houver uma 62 diferença entre as duas temperaturas, o CDT acionará a mini motobomba, levando a água já aquecida para dentro do boiler (reservatório). 2.7.5 Principais elementos de um sistema aquecedor solar de água - SAS. A seguir são apresentados os principais equipamentos utilizados no sistema de aquecimento solar de água. (SOLAREM, 2012). FIGURA 21 – Principais elementos de um SAS. Fonte – Solarem, 2012. 1. Coletor solar – Normalmente instaladas nos telhados das casas ou nos edifícios elas devem ser posicionadas e orientadas para o sol, evitando-se áreas de sombreamento. FIGURA 22 – Disposição dos coletores. Fonte – Manual Soletrol, 2011. 63 2. Boiler ou Reservatório Térmico – Na maioria das instalações solares o boiler ou armazenador térmico é instalado dentro dos telhados, entre a caixa de água fria e o topo das placas dos coletores solares. FIGURA 23 – Boiler ou reservatório térmico e suas características. Fonte – Solarem, 2012. 3. Caixa de água fria – Normalmente, a mesma caixa que abastece os pontos de consumo de água fria da residência. 4. Apoio elétrico – É o sistema composto por um sensor, termostato ou controlador de temperatura e resistência elétrica. Entra em ação, automaticamente, para aquecer a água usando a energia elétrica em períodos prolongados de mau tempo. 5. Abastecimento água fria – Tubulação que liga a caixa de água fria ao boiler, abastecendo-o de água fria. 6. Abastecimento das placas – Tubulação que liga o boiler às placas, abastecendo-as de água fria. 7. Retorno das placas – Tubulação que leva a água aquecida nas placas para o boiler. 8. Água para consumo – A água quente armazenada no boiler para os pontos de consumo. 9. Suspiro – Funciona como suspiro e alivia a pressão do boiler no caso de superaquecimento. 2.7.6 Requisitos de instalação e recomendações técnicas. Um projeto de aquecimento solar de água é caracterizado como uma obra de engenharia, portanto, deve ser registrado no CREA com sua devida ART e elaborado por profissional tecnicamente capacitado e habilitado. (ABRAVA, 2008). 64 Regulamentações legais devem ser observadas na instalação de um sistema de aquecimento solar. É recomendada a análise adequada dos materiais e equipamentos a serem utilizados e dos serviços de instalação e manutenção, deve-se assegurar que eles atendam aos requisitos das normas específicas. (NBR 15569, 2008) Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG (2007 apud SILVA, 2007, p. 4) “[...] um sistema de aquecimento solar instalado de forma correta pode economizar até 80% da energia elétrica consumida no uso do banho”. Essa proporção, porém, depende do correto dimensionamento dos equipamentos do sistema para atender o nível de conforto pretendido pelos usuários. Para um melhor aproveitamento dos coletores solares, os mesmos devem estar voltados para a face norte e se não for possível, para o noroeste ou nordeste. Caso se utilize a face leste ou oeste do telhado deve-se acrescentar mais 25% de área de coletor solar. As tubulações que levam água quente ao ponto de consumo devem ser construídas com tubos resistentes ao calor como aço galvanizado, cobre CPVC e polipropileno. Tubos, conexões e acessórios devem ser capazes de suportar os fluidos nas máximas temperaturas e pressão encontradas no Sistema de Aquecimento Solar, sem apresentar vazamentos, deformações ou degradação excessiva e devem estar em conformidade com as Normas Brasileiras aplicáveis. (NBR 15569 2008, item 7.3, p.13). Buscar posições com o mínimo de sombreamento sobre os coletores nas horas de maior incidência de calor contribuem a fim de aproveitar ao máximo a eficiência dos mesmos. 65 3 METODOLOGIA. 3.1 Classificação da Pesquisa. A análise apresenta metodologia sistemática, onde o objetivo deve ser estudado dentro de um sistema. No entanto, não existe apenas um sistema, mas microssistemas internos (endógeno), bem como sistemas exógenos (externos), estando todos interligados. Deve ser avaliado o que entra e o que sai no sistema, bem como os elementos responsáveis pelo seu equilíbrio e sua regulação. Como método auxiliar a pesquisa, a comparação promove o exame simultâneo para que eventuais diferenças e semelhanças possam ser constatadas e as devidas relações, estabelecidas. 3.1.2 Técnica de reúso da água originada no banho familiar. Estudando as opções, verifica-se que o reúso da água do banho é um caminho interessante para a redução de uso da água potável em aplicações simples como, por exemplo, nas descargas dos vasos sanitários. Essa água é denominada de “Greywater” ou água cinza. (SEMPRE SUSTENTÁVEL 2011). Para o conceito de projeto a seguir recomenda-se o uso, a princípio, da água de banho e lavatórios de banheiro, no caso das reservas de água de reúso forem menores que a utilizada na descarga de banheiro, poderá ser utilizada as águas provenientes da lavagem de roupas, porém estas apodrecem mais rapidamente se comparadas com a do banho familiar. Estudos da ONG Sempre Sustentável, (2011) indicam economia do uso da água residencial em aproximadamente 30%, sem aplicação de tecnologias complexas e sem perigo para a saúde do usuário. FIGURA 24 – Sistema de reúso de água simplificado. Fonte – Sempre sustentável (2011). 66 3.1.2.1 Estimativa de consumo de água. A seguir é apresentado cálculo referente ao consumo médio diário de água por pessoa proposta pela ONG Sempre sustentável (2011). • Consumo médio de água por pessoa: 4,5R (R = m³ por mês) = 4,5m³ = 4.500 Litros por mês = 150 Litros por dia. • Consumo médio diário com banho: (obs.: chuveiro com vazão média de 3,5 Litros por minuto, e banho de +/˗ 15 minutos). 15 × 3,5 = 52,5 Litros; 52,5 × 30 (dias) = 1575 Litros/mês = 1.57m³ Isso significa 34,88% do consumo mensal. • Consumo médio diário com descargas: (obs.: cada descarga tem vazão de +/10L). Média de descargas = 5 vezes ao dia = 50 litros/dia. 50 × 30 = 1500 Litros/mês = 1.5m³. Isso significa 33,33% do consumo mensal. De acordo com os cálculos apresentados existe uma correlação da água consumida do banho familiar e o que é utilizado na descarga sanitária. (SEMPRE SUSTENTÁVEL 2011). 3.1.3 Integração do reúso de água ao projeto de instalações hidrossanitárias. Para sua perfeita integração o projeto consistirá na separação de reservatórios, tubulações e pontos de consumo, que por sinal deverão ser sinalizados e diferenciados através de coloração específica para distinguir a água potável e a de reúso. Como é apresentado na figura a seguir. 67 FIGURA 25 – Segregação das instalações. Fonte – Revista Téchne, 2008. Por ser um projeto diferente do usual deverá ser necessariamente planejado e integrado ao projeto de estruturas, com previsões de ampliação do sistema e em conformidade com as normas técnicas existentes. Os reservatórios, as colunas de distribuição, ramais e sistemas de recalque serão independentes garantindo a recirculação correta de todo o sistema de água da edificação. 3.1.4 Projeto de instalação predial de água fria. 3.1.4.1 Considerações gerais. A presente instrução terá por base a Norma de Instalações Prediais de Água Fria NBR 5626 (1998), que estabelece as exigências técnicas mínimas quanto à higiene, segurança, economia e conforto a que devem obedecer às instalações prediais de água fria. (CREDER, 2006). Uma instalação predial de água fria (temperatura ambiente) constitui-se no conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização de água da edificação em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento. (CARVALHO JUNIOR, 2010). 3.1.4.2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria. Uma instalação predial de água fria constitui basicamente das seguintes partes: 68 FIGURA 26 - Instalação hidráulica predial de água fria alimentada indiretamente pelo reservatório superior. Fonte – Baptista e Coelho, 2003. • Reservatório superior; • Reservatório inferior; • Barrilete; • Coluna de distribuição; • Sistema de recalque; • Ramal predial; • Cavalete; • Ramais e sub-ramais de distribuição; • Alimentador predial. Dependendo do tipo de edificação, algumas partes da instalação poderão ser suprimidas. É o caso de residências domiciliares, onde na maioria das vezes, não há necessidade de instalar reservatório inferior e sistema de recalque. O alimentador da rede geral de abastecimento supre diretamente o reservatório superior, pois a pressão na rede publica é suficiente para elevar a água, sem a necessidade de bombeamento. (CARVALHO JUNIOR, 2010). 69 3.1.4.3 Sistema de abastecimento e distribuição. Usualmente é mais comum a rede de distribuição predial ser alimentada por distribuidor público, embora possa existir fonte particular como nascentes, poços, etc., desde que seja garantida a sua potabilidade. Os sistemas de distribuição predial poderão ser: (CARVALHO JUNIOR, 2010). • Sistema direto de distribuição – quando a pressão da rede pública é suficiente, sem necessidade de reservatório, desde que haja continuidade de abastecimento, distribuição ascendente. • Sistema de distribuição indireta – quando a pressão é suficiente, mas sem a garantia de continuidade, é necessária a instalação de um reservatório superior e a alimentação do prédio será descendente. • Sistema de distribuição indireta com bombeamento – quando além da pressão for insuficiente, há também a descontinuidade do abastecimento, tem-se que prever a necessidade de dois reservatórios um inferior e outro superior, e a necessidade de bombeamento, a distribuição será descendente é o caso mais usual em edifícios. • Sistema de distribuição mista – nesse sistema parte da alimentação da rede de distribuição predial é feita diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior. Esse sistema é o mais usual e vantajoso que os demais, pois, algumas peças podem ser alimentadas diretamente pela rede pública como torneiras externas ou tanques em área de serviço, situado no pavimento térreo. 3.1.4.4 Reservatórios e o consumo diário nas edificações. A água da rede pública apresenta uma determinada pressão que varia ao longo da rede de distribuição. Como em todas as localidades brasileiras há deficiência no abastecimento público de água, é de bom senso construir reservatórios com capacidade suficiente para pelo menos dois dias de consumo diário. O reservatório inferior deve armazenar 3/5 e o superior, 2/5 do consumo, deve-se prever também a reserva de incêndio, estimada em 15 a 20% do consumo diário. (CREDER, 2006). Para calcular o consumo diário de água dentro de uma edificação é necessária uma boa coleta de informações como: pressão e vazão nos pontos de utilização; quantidade e frequência de utilização dos aparelhos; população; condições socioeconômicas; clima, entre 70 outros. (CARVALHO JUNIOR, 2010). “Para fins de cálculo do consumo residencial diário, estimamos cada quarto social ocupado por duas pessoas e cada quarto de serviço, por uma pessoa”. (CREDER, 2006). Na ausência de critérios e informações, para calcular o consumo diário de uma edificação, utilizam-se tabelas apropriadas como as apresentadas a seguir. TABELA 9 – Taxa de ocupação para unidades não residenciais. LOCAL TAXA DE OCUPAÇÃO BANCOS UMA PESSOA POR 5 M2 DE ÁREA ESCRITÓRIOS UMA PESSOA POR 6 M2 DE ÁREA PAVIMENTOS TÉRREOS UMA PESSOA POR 2,5 M2 DE ÁREA LOJAS-PAVIMENTOS SUPERIORES UMA PESSOA POR 5 M2 DE ÁREA MUSEUS E BIBLIOTECAS UMA PESSOA POR 5,5 M2 DE ÁREA SALAS DE HOTÉIS UMA PESSOA POR 5,5 M2 DE ÁREA RESTAURANTES UMA PESSOA POR 1,4 M2 DE ÁREA SALAS DE OPERAÇÃO (HOSPITAL) OITO PESSOAS TEATROS, CINEMAS E AUDITÓRIOS. UMA CADEIRA PARA CADA 0,7 M2 DE ÁREA Fonte – Mori, 2007. TABELA 10 – Consumo per capta. PRÉDIO CONSUMO LITROS/DIA ALOJAMENTOS PROVISÓRIOS 80 PER CAPITA AMBULATÓRIOS 25 PER CAPITA APARTAMENTOS 200 PER CAPITA CASAS POPULARES OU RURAIS 120 A 150 PER CAPITA CINEMAS E TEATROS 2 POR LUGAR EDIFÍCIOS PÚBLICOS OU COMERCIAIS 50 A 80 PER CAPITA ESCOLAS – EXTERNATOS 50 PER CAPITA ESCRITÓRIOS 50 PER CAPITA GARAGENS 100 POR AUTOMÓVEL HOTÉIS (C/COZINHA E LAVANDERIA) 250 A 350 POR HÓSPEDE JARDINS 1,5 POR M2 LAVANDERIAS 30 POR KG DE ROUPA SECA MERCADOS 5 POR M DE ÁREA ORFANATOS, ASILOS, BERÇÁRIOS. 150 PER CAPITA QUARTÉIS 150 PER CAPITA RESIDÊNCIAS 150 PER CAPITA RESTAURANTES E SIMILARES 25 POR REFEIÇÃO Fonte – Creder, 2006. Verifica-se a taxa de ocupação de acordo com o tipo de uso da edificação e o consumo per capta (por pessoa). O consumo diário pode ser calculado pela seguinte formula; = × 71 Onde: Cd = consumo diário (litros/dia); P = população que ocupará a edificação; q = consumo per capta (litros/dia). 3.1.4.5 Rede de distribuição. A rede de distribuição do sistema de água fria é constituída pelo conjunto de canalizações que interligam os pontos de consumo ao reservatório da edificação. Para traçar uma rede de distribuição, é sempre aconselhável fazer uma divisão dos pontos de consumo. Dessa forma, os pontos de consumo do banheiro devem ser alimentados por duas canalizações, água potável e água de reúso, e os pontos de cozinha e de área de serviço por outra canalização. Carvalho Junior (2010), alerta para a escolha do tipo de rede de distribuição por dois motivos: “[...] quanto menor for o número de pontos de consumo de uma canalização, tanto menor será seu diâmetro e, consequentemente, seu custo”. 3.1.4.6 Barrilete. É o conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as colunas de distribuição. O barrilete pode ser concentrado ou ramificado conforme Carvalho Junior, 2010, explica a seguir: • O tipo concentrado tem a vantagem de abrigar os registros de operação em uma área restrita, facilitando a segurança e o controle do sistema, possibilitando a criação de um local fechado, embora de maiores dimensões. • O tipo ramificado, mais econômico, possibilita uma quantidade menor de tubulações junto ao reservatório, os registros são mais espaçados e colocados antes do inicio das colunas de distribuição. 72 FIGURA 27 – Barrilete tipo concentrado. Fonte – Carvalho Junior, 2010. FIGURA 28 – Barrilete ramificado. Fonte – Macintyre, 1996. 3.1.4.7 Dimensionamento das colunas, ramais e sub-ramais (Método de Hunter). As colunas são dimensionadas trecho por trecho, e, para isso, será útil a disposição do esquema vertical da instalação, com as peças que serão atendidas em cada coluna. As colunas deverão conter um registro de gaveta posicionado a montante do primeiro ramal. A NBR 5626 (1998) sugere uma planilha de cálculo das colunas que facilita o dimensionamento, além da constatação das velocidades e vazões máximas e a pressão dinâmica a jusante. Creder (2006) recomenda a seguinte marcha de cálculo: • Numerar a coluna; • Marcar com letras os trechos em que haverá derivações para os ramais; • Somar os pesos de todas as peças de utilização; • Juntar os pesos acumulados no trecho; 73 • Determinar a vazão, em litros por segundo; • Arbitrar um diâmetro D (mm); • Obter outros parâmetros hidráulicos como: velocidade (V), em m/s, e perda de carga (J), em m/m. Conhecidos o diâmetro e a vazão; caso a vazão seja superior a 2,5 m/s, devemos escolher um diâmetro maior; • Comprimento real de (L), medido em planta indicando em (m); • Obtendo o comprimento equivalente, resultante das perdas localizadas nas conexões, nos registros, nas válvulas, etc. • Comprimento total (Lt), soma do comprimento real com o equivalente; • A pressão disponível no ponto considerado que representa a diferença de nível entre o meio do reservatório e esse ponto, em (m.c.a); • A perda de carga unitária, em (m.c.a); • A perda de carga total em (m.c.a), multiplicando o comprimento total (L) pela perda de carga unitária; • De posse da pressão disponível, calcula-se a pressão dinâmica a jusante, (m.c.a), verificando se a peça encontra-se dentro dos limites especificados. A seguir é apresentado esquema geral do barrilete, colunas, isométricos com os ramais e sub-ramais: FIGURA 29 – Esquema geral da instalação de água fria. Fonte – Baptista e Coelho, 2003. 74 FIGURA 30 – Isométrico da instalação de água fria do banheiro. Fonte – Baptista e Coelho, 2003. 3.1.4.8 Dimensionamento das canalizações. A NBR 5626 (1998) estabelece as exigências mínimas e os critérios para o dimensionamento das canalizações de água fria. Cada peça de utilização necessita de uma determinada vazão para um perfeito funcionamento. Essas vazões estão relacionadas empiricamente com um número convencionado de peso das peças na tabela 11 e figura 31 e 32 a seguir: TABELA 11 – Vazões de projeto e pesos relativos dos pontos de utilização. APARELHO SANITÁRIO BACIA SANITÁRIA PEÇA DE UTILIZAÇÃO CAIXA ACOPLADA VALVULA DE DESCARGA BEBEDOURO REGISTRO DE PRESSÃO CHUVEIRO OU DUCHA MISTURADOR CHUVEIRO ELÉTRICO REGISTRO DE PRESSÃO LAVATÓRIO TORNEIRA OU MISTURADOR PIA TORNEIRA OU MISTURADOR TANQUE TORNEIRA TORNEIRA JARDIM TORNEIRA Fonte – Mori, 2007. PESO 0,3 32 0,1 0,4 0,1 0,3 0,7 0,7 0,4 75 FIGURA 31 – Ábaco de pesos, vazões e diâmetros. Fonte – Carvalho Junior, 2010. FIGURA 32 – Ábaco para encanamentos de cobre e PVC. Fonte – Creder, 2006. 76 3.1.4.9 Pressões mínimas e máximas. Consideram-se três tipos de pressões nas instalações prediais; a estática (pressão nos tubos com água parada), a dinâmica (pressão com água em movimento) e a pressão de serviço (pressão máxima que se pode aplicar a um tubo, conexão, válvula ou outro dispositivo, quando em uso normal). Com relação à pressão estática, a norma NBR 5626 (1998) estabelece: “Em uma instalação predial de água fria, em qualquer ponto, a pressão estática máxima não deve ultrapassar 40 m.c.a (metros de coluna d’água).” Pressões acima desse valor proporcionariam ruído, golpe de aríete e manutenção constante nas instalações. A pressão dinâmica, de acordo com a norma, em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a pressão da água em regime de escoamento não deve ser inferior a 0,50 m.c.a. Esse valor visa a impedir que o ponto crítico da rede de distribuição, geralmente o ponto de encontro entre barrilete e a coluna de distribuição, possa obter pressão. (CARVALHO JUNIOR, 2010) Com relação à pressão de serviço a norma NBR 5626 (1998) recomenda que “[...] o fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar sobrepressão em qualquer ponto da instalação que seja maior que 20 m.c.a. acima da pressão estática nesse ponto.” Isto significa que a pressão de serviço não deve ultrapassar a 60 m.c.a., pois, é o resultado da máxima pressão estática (40 m.c.a) somado a máxima sobrepressão (20 m.c.a). (CARVALHO JUNIOR, 2010). 3.1.4.10 Dimensionamento da tubulação de recalque e sucção. Chama-se recalque a tubulação que inicia pós-bomba até o reservatório superior. Pela norma NBR 5626 (1998), a capacidade horária mínima de bomba é de 15% do consumo diário. Creder, (2006) apresenta um dado prático, “[...] podemos tomar 20%, o que obriga a bomba a funcionar durante 5 horas, para recalcar o consumo diário”. O dimensionamento do recalque baseia-se na fórmula de Forchheimer: = 1,3 . . √ Onde: D = diâmetro em metros; 77 Q = vazão, em m³/s; X = horas de funcionamento/24 horas. Chama-se sucção a tubulação originada do reservatório inferior até a bomba. O encanamento de sucção é dimensionado de acordo com o de recalque, sempre maior, como no exemplo a seguir: Recalque: 2’’. Sucção: 2 ½’’. 3.1.4.11 Dimensionamento do ramal predial. O diâmetro mínimo do ramal predial é de ¾’’. A vazão mínima dos sistemas de distribuição direta é calculada do mesmo modo que o dimensionamento das colunas. A vazão mínima para os sistemas de distribuição indireta é calculada pela fórmula: = 86.400 Em que: Q = vazão mínima, em l/s; C = consumo diário, em litros. A norma recomenda que a velocidade máxima no ramal predial seja de 1 m/s. 3.1.4.12 Ruídos e vibrações em instalações prediais. De acordo com a norma NBR 5626 (1998), as instalações de água fria devem ser projetadas e executadas de maneira a atender as necessidades de conforto do usuário, com baixos níveis de ruído produzidos ou transmitidos pela própria instalação, bem como evitar que as vibrações venham a provocar danos às instalações. 78 Para conforto dos moradores com relação aos níveis de ruído provocados pelas instalações, uma instalação correta dos cômodos também é de fundamental importância. (CARVALHO JUNIOR, 2010) A seguir, são apresentadas algumas recomendações construtivas propostas, que deverão ser observadas para evitar ou impedir o aparecimento de ruídos nas edificações: (CARVALHO JUNIOR, 2010). • Locar as peças de utilização na parede oposta aos ambientes habitados (quartos e salas de estar) ou, utilizar dispositivos antiruido nas instalações; • Não utilizar tijolos vazados de cerâmica ou de concreto nas paredes, que tragam embutidas, tubulações de água de alimentação como ramais para válvula de descarga; • Deixar um recobrimento mínimo de 50 mm (tijolo maciço, argamassa, ou tijolo + argamassa) na face voltada para dormitórios, sala de estar, sala intima e escritórios; • Utilizar vasos sanitários acoplados à caixa de descarga, em vez de válvulas de descargas. 3.1.5 Projeto de instalação predial de esgoto. 3.1.5.1 Considerações gerais. As instalações de esgoto sanitário destinam a coletar, conduzir e afastar da edificação todos os despejos provenientes do adequado uso dos aparelhos sanitários, dando destino apropriado, normalmente a rede publica de esgoto. (CARVALHO JUNIOR, 2010) As condições técnicas para projeto e execução das instalações prediais de esgotos sanitários, devem ser atendidas quanto às exigências de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. (NBR 8160, 1999). De acordo com a norma, o sistema de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: (NBR 8160, 1999). • Evitar a contaminação da água de forma a garantir sua qualidade de consumo; • Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos detritos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações; • Impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização; • Permitir que seus componentes, sejam facilmente inspecionáveis; 79 • Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação; • Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem sua remoção para eventuais manutenções. Deve-se alertar para projetos que contemplam reúso de água servida onde deverá haver a segregação entre água negra e água cinza, sendo esta última para o reaproveitamento no sistema de reúso. 3.1.5.2 Sistema de coleta e escoamento de esgoto. 3.1.5.2.1 Sistemas individuais. Nos sistemas individuais de esgoto, cada prédio possui seu próprio sistema de coleta, escoamento e tratamento, fossa séptica e sumidouro habitualmente utilizado em residências familiares. O dimensionamento da fossa e do sumidouro deverá ser feito por profissional técnico, e suas dimensões deverão ser em função do número de moradores e o padrão de construção, pois os resíduos gerados são proporcionais ao volume de água consumida. As normas técnicas que estabelecem as construções e operações de sistemas de tanques sépticos e disposição final dos efluentes líquidos são respectivamente a NBR 7229 (1993) e a NBR 13969 (1997). 3.1.5.2.2 Sistemas coletivos. Nos sistemas coletivos, existem redes coletoras assentadas nas ruas da cidade, que encaminham os esgotos até uma estação de tratamento e posterior lançamento a um curso d’água. “Cada edificação deve ter a própria instalação de esgoto, independente de prédios vizinhos, com ligação à rede coletora pública, ou seja, cada edificação deve ter um só ramal predial, exceto em construções de grande porte (shopping, hotéis, hospitais, etc.)”. (CARVALHO JUNIOR, 2010) 3.1.5.3 Partes constituintes de uma instalação predial de esgoto. As principais partes constituintes de uma instalação predial de esgoto sanitário são: 80 Tubo de queda de esgoto; coluna de ventilação; ramal de ventilação; ramal de esgoto; ramal de descarga; caixa sifonada e sifão. FIGURA 33 – Partes constituintes de uma instalação de esgoto. Fonte – Baptista e Coelho, 2003. 3.1.5.4 Caixas de inspeção e gordura. Esse dispositivo é uma caixa destinada a permitir limpeza e desobstrução, através de inspeção, das tubulações de esgoto. É instalada geralmente em mudanças de direção e de declividade ou quando o comprimento da tubulação de esgoto (subcoletor ou coletor predial) ultrapassar 12 metros. (CARVALHO JUNIOR, 2010). Pode ser de alvenaria, plástica, concreto ou pré-moldado. Quanto à forma, pode ser prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 60 cm ou cilíndrico com diâmetro mínimo de 60 cm. A profundidade máxima dessa caixa deve ser de 1 metro, a tampa deve ficar nivelada ao piso e visível, ter vedação perfeita, impedindo a saída de gases e insetos de seu interior. As caixas de gordura devem possibilitar a retenção e posterior remoção da gordura, através das seguintes características: • Capacidade de acumulação da gordura entre cada operação de limpeza; • Dispositivos de entrada e de saída convenientemente projetados para possibilitar que o afluente e o efluente escoem normalmente; • Altura entre a entrada e a saída suficiente para reter a gordura, evitando-se o arraste do material juntamente com o efluente; 81 • Vedação adequada para evitar a penetração de insetos, pequenos animais, água de lavagem de pisos ou de águas pluviais, etc. Estas caixas também são projetadas de modo a diminuir a velocidade do caudal das águas para que durante a passagem estas separem a gordura da água. FIGURA 34 – Caixa de gordura, esquema de funcionamento. Fonte - Sua Casa na Net, 2012. Em edifícios com pavimentos sobrepostos, os ramais de pias de cozinha devem ser ligados em tubos de queda independentes (tubos de gordura), que conduzirão os efluentes para uma caixa de gordura coletiva, localizada no pavimento térreo. 3.1.5.5 Coletor predial. Sempre que possível deve ser construído em área não edificada. De acordo com a norma NBR 8160 (1999), “[...] coletor predial é o trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga ou caixa de inspeção, e o coletor público”. “O traçado deve ser retilíneo tanto em planta como em perfil”. (CREDER, 2006). Toda edificação deve ter a própria instalação de esgoto, com a respectiva ligação ao coletor público, que deve ser feita por gravidade e, portanto ter cota de nível suficientemente mais elevada. A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção mais próximo não deve ser superior a 15 metros. (NBR 8160, 1999). O coletor 82 predial deve ter diâmetro nominal mínimo de 100 mm. O dimensionamento é feito pelo somatório das unidades Hunter de contribuição (UHC), conforme tabela a seguir: TABELA 12 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial. DIÂMETRO NOMINAL DO TUBO NÚMERO MÁXIMO DE UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO EM FUNÇÃO DAS DECLIVIDADES MÍNÍMAS DN 0,5 1 2 4 100 - 180 216 250 150 - 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 Fonte – NBR 8160, 1999. 3.1.5.6 Dimensionamento das tubulações e tubo de queda. As vazões de águas servidas (esgotos) que escoam pelas tubulações são variáveis em função das contribuições (UHC) de cada um dos aparelhos. “A Unidade Hunter de Contribuição (UHC) é um número que representa a contribuição de esgotos dos aparelhos sanitários em função da sua utilização habitual”. (CARVALHO JUNIOR, 2010). Cada aparelho sanitário possui um valor de UHC especifico, conforme pode ser visto na tabela – Unidades Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo de descarga fornecida pela NBR 8160 (1999). TABELA 13 - UHC dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de descarga APARELHO SANITÁRIO VASO SANITÁRIO. CHUVEIRO. LAVATÓRIO DE USO GERAL BEBEDOURO LAVATÓRIA DE USO RESIDENCIAL. LAVADORA DE ROUPAS PIA DE COZINHA. TANQUE UHC DIÂMETRO 6 2 2 0,5 1 3 3 3 100 MM 40 MM 40 MM 40 MM 40 MM 50 MM 50 MM 40 MM Fonte – NBR 8160, 1999. Na falta de aparelhos não relacionados na tabela 13, utiliza-se como parâmetro a tabela 14 a seguir conforme NBR 8160 (1999), Unidades Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na tabela anterior. 83 TABELA 14 – UHC para aparelhos não relacionados na tabela anterior. DIÂMETRO NOMINAL MIN. DO RAMAL DE DESCARGA. NÚMERO DE UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO - UHC 40 2 50 3 75 5 100 6 Fonte – NBR 8160, 1999. Para dimensionamento dos ramais de esgoto e tubos de queda a NBR 8160 (1999), recomenda as tabelas a seguir: TABELA 15 – Dimensionamento de ramais de esgoto. DIÂMETRO NOMINAL MINÍMO DO TUBO - DN NÚMERO MÁX. DE UHC. 40 3 50 6 75 20 100 120 Fonte – NBR 8160, 1999. TABELA 16 – Dimensionamento dos tubos de queda. NÚMERO MÁX. DE UHC. DIÂMETRO NOMINAL DO TUBO - DN PRÉDIO DE ATÉ TRÊS PAVIMENTOS PRÉDIO COM MAIS DE TRÊS PAVIMENTOS 40 4 8 50 10 24 75 30 70 100 240 500 150 960 1900 200 2200 3600 250 3800 5600 Fonte – NBR 8160, 1999. 84 Como anteriormente visto no dimensionamento das canalizações as tubulações têm diâmetro independente do número total de UHC associadas aos aparelhos sanitários a que servirem. Assim, com base na contribuição de cada aparelho e nas declividades preestabelecidas, dimensiona-se todo o sistema. Como o sistema funciona por gravidade, em geral adota-se declividade mínima de 2% para tubulações com DN igual ou inferior a 75 mm; 1% para tubulações com DN igual ou superior a 100 mm, com exceção aos casos previstos. (NBR 8160, 1999). FIGURA 35 – Tubo de queda e inclinação dos ramais Fonte – Carvalho Junior, 2010. 3.1.6 Projeto de instalação predial de Água Quente. 3.1.6.1 Considerações gerais. Conforme item 04 da NBR 7198 (1993) as instalações de água quente deverão ser projetadas e executadas de modo a: • Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários e com as pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento das tubulações e dos aparelhos sanitários; • Preservar a potabilidade da água; • Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários; • Racionalizar o consumo de energia. 85 3.1.6.2 Classificação dos sistemas prediais de água quente. Segundo Ilha et. al. (1994) “[...] os sistemas prediais de água quente podem ser classificados em individual, central privado e central coletivo”: • O sistema individual consiste na alimentação de um único ponto de utilização, sem a necessidade de uma rede de água quente; • O sistema central privado consiste basicamente de um equipamento responsável pelo aquecimento da água e uma rede de tubulações que distribuem a água aquecida a pontos de utilização que pertencem a uma mesma unidade (apartamento). • O sistema central coletivo, por sua vez é constituído por um equipamento gerador de água quente e uma rede de tubulações que conduzem a água aquecida até os pontos de utilização pertencentes a mais de uma unidade (edifício de apartamentos). 3.1.6.3 Estimativa de consumo. Nas estimativas de consumo há de considerar parâmetros relativos as condições de instalação, condições climáticas, e caracteristicas de utilização. TABELA 17 – Estimativa de consumo de água quente, (l/dia). PRÉDIO CONSUMO LITROS/DIA CASA POPULAR OU RURAL 36 POR PESSOA RESIDÊNCIA 45 POR PESSOA APARTAMENTO 60 POR PESSOA QUARTEL 45 POR PESSOA ESCOLA 45 POR PESSOA HOTEL HOSPITAL RESTAURANTES E SIMILARES LAVANDERIA MOTEL Fonte – Mori, 2007. 36 POR HÓSPEDE 125 POR LEITO 12 POR REFEIÇÃO 15 A 30 POR KG. DE ROUPA SECA. 800 POR SUÍTE 86 3.1.7 Projeto de instalação predial de Águas Pluviais. 3.1.7.1 Considerações gerais. A água da chuva é um dos elementos mais danosos para a durabilidade e boa aparência das construções, cabendo ao instalador projetar o escoamento das mesmas, de modo a se realizar pelo mais curto trajeto e espaço de tempo possível. (CREDER, 2006). A norma que rege essas instalações é a NBR 10844 (1989), que fixa as exigências e os critérios necessários aos projetos de instalação de drenagem de águas pluviais, “[...] ela visa garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia”. (NBR 10844, 1989). De acordo com a norma as instalações de drenagem de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às seguintes exigências: • Recolher e conduzir a vazão de projeto até aos locais permitidos pelos órgãos públicos; • Ser estanques; • Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação; • Absorver as variações térmicas a que estão submetidas. • For constituída de materiais resistentes às intempéries e a choques mecânicos; • Ser compatível com outros materiais de construção; • Não provocar ruídos excessivos; • Resistir às pressões a que podem estar sujeitas; • Ser fixadas de maneira a assegurar a resistência e a durabilidade. 3.1.7.2 Fatores meteorológicos. Para se determinar a intensidade pluviométrica (i) para fins de projeto, deve ser prevista a duração da precipitação e do período de retorno adequado, com base em dados pluviométricos locais. O período de retorno T corresponde ao intervalo de tempo em que, para uma dada duração de precipitação, uma determinada intensidade pluviométrica é igualada ou superada. A norma NBR 10844 (1989) estabelece, para o caso de instalações prediais de águas pluviais, os seguintes valores para projeto, correspondentes à duração de precipitação de 5 minutos. • Áreas pavimentadas: 1 ano; • Coberturas e ou terraços: 5 anos; 87 • Coberturas e áreas onde não é permitido empoçamento ou extravasamento: 25 anos. TABELA 18 - Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min.) PRINCIPAIS CIDADES NORDESTINAS. INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA (MM/H) LOCAL PERÍODO DE RETORNO (ANOS) 1 110 116 120 115 102 113 118 115 FERNANDO DE NORONHA/PE ARACAJU/SE FORTALEZA/CE JOÃO PESSOA/PB MACEIÓ/AL NATAL/RN NAZARÉ/PE OLINDA/PE 5 120 122 156 140 122 120 134 167 25 140 (6) 126 180 (21) 163 (23) 174 143 (19) 155 (19) 173 (20) Nota 1 - Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno a que se referem às intensidades pluviométricas, em vês de 25 anos, em virtude de os períodos de observação dos postos não terem sido suficientes. Nota 2 - Os dados apresentados foram obtidos do trabalho “Chuvas Intensas no Brasil”, de Otto Pfafstetter - Ministério da Viação e Obras Públicas - Departamento Nacional de Obras e Saneamento - 1957. Fonte – NBR 10844/1989, adaptado. “Quando não são conhecidos com precisão os dados pluviométricos na região, pode se adotar i = 150 mm/h para áreas construídas de até 100 m²”. (BAPTISTA; COELHO, 2006, p. 405) 3.1.7.3 Vazão de projeto. A vazão de projeto deve ser calculada pela fórmula: = Onde: Q = vazão de projeto; i = intensidade pluviométrica; A = área de contribuição, em m². × 60 88 Nas coberturas horizontais das lajes deve-se evitar o empoçamento e ter uma declividade mínima de 0,5% para garantir o escoamento até os pontos de drenagem previstos. A drenagem deve ser realizada por mais de uma saída, exceto nos casos em que não houver risco de obstrução. (CARVALHO JUNIOR, 2010). 3.1.7.4 Partes constituintes do sistema de captação de águas pluviais. 3.1.7.4.1 Calhas. A calha tem por objetivo principal coletar as águas de chuva que caem sobre o telhado ou laje e conduzi-las as prumadas de descida (condutores verticais). No projeto arquitetônico, destacam-se dois tipos: beiral e platibanda. Creder (2006) cita “[...] as calhas devem evitar empoçamento e ter declividade mínima de 0,5% para garantir o escoamento até os pontos de drenagem previstos”. O dimensionamento das calhas pode ser feito pela fórmula de Manning-Strickler: (CREDER, 2006). = . . ! "/$ × %&/" Onde: Q = Vazão de projeto, em litros/min.; S = Área da seção molhada, em m²; n = Coeficiente de rugosidade (tabela a seguir); RH = S/P = Raio hidráulico, em m; P = Perímetro molhado; d = Declividade da calha, em m/m; K = 60.000. 89 FIGURA 36 – Desenho esquemático das dimensões da calha. Fonte: NBR 10844, (1989, p. 5). TABELA 19 – Coeficientes de rugosidade (n). MATERIAL n PLÁTICO, FIBROCIMENTO, AÇO, METAIS NÃO FERROSOS. 0,011 FERRO FUNDIDO, CONCRETO ALISADO, ALVENARIA REVESTIDA. 0,012 CERÃMICA, CONCRETO NÃO ALISADO. 0,013 ALVENARIA DE TIJOLOS NÃO REVESTIDOS. 0,015 Fonte - NBR 10844/1989, adaptado. As seções das calhas possuem as mais variadas formas, dependendo, obviamente, das condições impostas pelo projeto arquitetônico e dos materiais empregados em sua confecção (chapa de aço galvanizada, folhas de flandres, chapa de cobre, PVC rígido, fibra de vidro). Há ainda o modelo de concreto, chamado de viga calha. FIGURA 37 – Seções usuais de calha. Fonte – Carvalho Junior, 2010. Outro fator que contribui na diminuição da eficiência da calha com relação ao escoamento é a sua mudança de direção, ou seja, curva quadrada ou arredondada. A redução 90 na capacidade de escoamento da calha chega a ser 17%, dependendo da suavidade da curva e de sua distância em planta. (CARVALHO JUNIOR, 2010). TABELA 20 – Redução da capacidade de escoamento da calha. DISTÃNCIA DA CURVA À SAÍDA TIPO DE CURVA d˂2m 2m≤d≤4m CANTO VIVO 17% 9% CANTO ARREDONDADO 9% 5% Fonte – Carvalho Junior, 2010. 3.1.7.4.2 Condutores verticais. São as prumadas de descida que tem por objetivo recolher as águas coletadas pelas calhas e transportá-las até a parte inferior das edificações, despejando-as em reservatório, na superfície do terreno para infiltração ou até as redes coletoras de águas pluviais. (CARVALHO JUNIOR, 2010). Os condutores verticais são projetados, sempre que possível, em uma só prumada. Havendo necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90° graus de raio longo ou curvas de 45° graus e previstas peças de inspeção. FIGURA 38 – Detalhe da ligação da calha ao condutor vertical. Fonte – Carvalho Junior, 2010. 91 3.1.7.4.2.1 Dimensionamento. Para o dimensionamento de condutores verticais, a NBR 10844 (1989, p. 8) apresenta ábacos específicos para determinar seus diâmetros. Adotam-se, na prática, diâmetros maiores ou iguais a 75 mm, devido à possibilidade de entupimento dos condutores com folhas secas e pássaros mortos. Dada à complexidade desses ábacos e na ausência de um critério rigoroso para o dimensionamento dos condutores verticais, apresenta-se como sugestão para o prédimensionamento um critério simplificado muito utilizado por alguns projetistas, salvo em casos especiais, e que correlaciona a área do telhado com a seção do condutor. (CARVALHO JUNIOR, 2010, p. 143). TABELA 21 – Área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular, para chuvas de 150 mm/h. DIÂMETRO (MM) VAZÃO (L/S) ÁREA DO TELHADO (M²) 50 0,57 14 75 1,76 42 100 3,78 90 125 7,00 167 150 11,53 275 200 25,18 600 Fonte – Carvalho Junior, 2010, adaptado. 3.1.7.4.3 Condutores horizontais. Os coletores horizontais tem o trabalho de recolher as águas pluviais dos condutores verticais ou da superfície do terreno e conduzi-las até os locais permitidos como: sarjetas ou rede pública de águas pluviais. (CARVALHO JUNIOR, 2010). Nas tubulações aparentes, a norma NBR 10844 (1989) recomenda que “[...] devem ser previstas inspeções sempre que houver conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20 metros nos percursos retilíneos”. Quando as tubulações são enterradas devem ser previstas caixas de inspeção para esses casos. 3.1.7.4.3.1 Dimensionamento. 92 Como anteriormente dito os condutores horizontais devem ser projetados, sempre que possível, com declividade uniforme, com valor mínimo de 0,5%. De acordo com a norma NBR 10844 (1989), “[...] a ligação entre os condutores verticais e horizontais deve ser feita com curva de raio longo, com inspeção ou caixa de areia estando o condutor aparentemente enterrado”. TABELA 22 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em l/min.) DIÂMETRO INTERNO D (mm) n = 0,011 n = 0,012 n = 0,013 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76 75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226 100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486 125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882 150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430 200 1300 1820 2570 3650 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040 250 2350 3310 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600 300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110 Fonte - NBR 10844 (1989). A rede coletora de águas pluviais também pode ser dimensionada através de um método simplificado apresentado a seguir em tabela. Esse método leva em consideração, a área de contribuição e a declividade do tubo, supondo uma precipitação de 150 mm/h. TABELA 23 – Critérios de dimensionamento da rede coletora de águas pluviais. DECLIVIDADE / ÁREA (M2) DIÂMETRO (MM) 0,5% 1% 2% 4% 50 - - 32 46 75 - 69 97 139 100 - 144 199 288 125 167 255 334 502 150 278 390 557 780 200 548 808 1105 1616 250 910 1412 1807 2824 Fonte – Mori, 2007. 93 3.1.7.4.4 Dimensionamento do reservatório de aproveitamento de águas pluviais. Para o dimensionamento do reservatório de águas pluviais foram utilizadas metodologias extraídas da NBR 15527 (2007) como: • Dimensionamento dos reservatórios pelo Método Azevedo Neto; • Parâmetros de qualidade adotados, para uso não potável; • Parâmetros de frequência de manutenção. Os parâmetros de cálculo da intensidade pluviométrica podem ser entendidos pelos conceitos de Crepani et. al. (2004) “[...], o valor da intensidade pluviométrica para uma determinada área pode ser obtido dividindo-se o valor da pluviosidade média anual (em mm) pela duração do período chuvoso (em meses)”. A seguir são apresentadas as figuras que mostram as médias anuais de precipitação e a média de duração do período chuvoso, para todo território brasileiro. FIGURA 39 – Precipitação média anual do Brasil. Fonte – Brasil 1993, apud Crepani et. al. 2004. 94 FIGURA 40 – Média da duração do período chuvoso no Brasil. Fonte – FIBGE 1993, apud Crepani, 2004. Crepani (2004) também cita “[...], a análise destas figuras permite construir uma tabela que apresenta os dados de pluviosidade média anual, de duração média do período chuvoso e de intervalos possíveis de intensidade pluviométrica para as diferentes regiões do país”. TABELA 24 – Características físicas das chuvas nas diversas regiões do Brasil. REGIÃO PLUVIOSIDADE MÉDIA ANUAL (mm) DURAÇÃO DO PERÍODO CHUVOSO (meses) INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA (mm/mês) MÍNIMA MÁXIMA NORTE 1400 A 3400 7 A 12 116,6 485,7 NORDESTE 300 A 2000 1A3 100,0 2000,0 SUDESTE 900 A 3600 6 A 12 75,0 600,0 SUL 1200 A 2000 9 A 12 100,0 222,2 CENTRO OESTE 1000 A 3000 7 A 11 90,9 428,5 Fonte – Crepani et. al. 2004, adaptado. 3.1.8 Projeto de Sistema de Aquecimento Solar de Água. 3.1.8.1 Considerações. Projetar um sistema de aquecimento solar significa reproduzir o sistema que será instalado, determinando suas necessidades básicas, para o bom funcionamento do sistema. 95 Um projeto executivo de aquecimento solar deve respeitar as normas técnicas aplicáveis, conter a especificação de todos os equipamentos e acessórios hidráulicos necessários, além de outras informações para perfeita compreensão do instalador hidráulico. “O aquecimento solar supre com facilidade 70% da demanda anual de água quente”. (ABRAVA, 2008) 3.1.8.2 Disposição dos coletores. De posse do número de coletores necessários à instalação do sistema, deve-se determinar a forma como eles serão dispostos no local de instalação. Para tanto, torna-se necessário saber qual a orientação e inclinação dos coletores para aquela determinada região, a forma como serão associados e fixados, se existem sombras entre baterias (conjunto de coletores), dentre outras particularidades que serão apresentadas a seguir. FIGURA 41 – Posicionamento dos coletores - vertical e horizontal. Fonte – ABRAVA, 2008. 3.1.8.2.1 Associação dos coletores. • Associação em Paralelo – O acréscimo de temperatura proporcionado ao fluído circulante é o mesmo, motivo pelo qual a temperatura de saída do fluído da bateria 1 (T1) é igual à temperatura de saída do fluído da bateria 2 (T2). (ABRAVA, 2008). 96 FIGURA 42 – Associação em paralelo de duas baterias de coletores. Fonte – ABRAVA, 2008. • Associação em Série – Na interligação em série, a temperatura do fluído de entrada de uma bateria é igual à temperatura do fluído de saída da bateria anterior. FIGURA 43 – Associação em série de duas baterias. Fonte - ABRAVA, 2008. 3.1.8.2.2 Orientação. Em toda instalação de aquecimento solar, os coletores devem ser instalados e orientados para o norte geográfico, permitindo-se desvios de até 30° para leste ou oeste, sem a necessidade de compensação de área coletora. O norte geográfico é diferente do norte magnético em alguns graus indicado pela bussola. Para qualquer estado brasileiro a orientação do norte geográfico fica sempre a direita do norte magnético. (NBR 15569, 2008; SOLETROL, 2011). 97 FIGURA 44 – Orientação geográfica dos coletores. Fonte - NBR 15569, 2008. TABELA 25 – Declinação magnética média por estado. DIFERENÇA À DIREITA DA ORIENTAÇÃO DO NORTE GEOGRÁFICO 9° 14° 16° 17° 18° 20° 21° 23° BAHIA TOCANTINS MARANHÃO AMAZONAS ACRE RORAIMA RONDÔNIA RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA AMAPÁ MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO PARANÁ SÃO PAULO GOIÁS MINAS GERAIS PARÁ PIAUÍ CEARÁ RIO GRANDE DO NORTE PERNAMBUCO PARAÍBA ALAGOAS SERGIPE Fonte – Soletrol, 2011. 3.1.8.2.3 Inclinação. A inclinação dos coletores é determinada a partir da localidade onde os mesmos serão instalados. Esse valor é calculado através do valor, em módulo, da latitude + 10°. Vale lembrar que o ângulo encontrado através dessa equação privilegia os meses de inverno. (NBR 15569, 2008). 98 FIGURA 45 – Ângulo de inclinação dos coletores. Fonte - NBR 15569, 2008. TABELA 26 - Latitude de algumas cidades brasileiras e ângulos de inclinação ideal. CIDADE BELO HORIZONTE BRASÍLIA CAMPO GRANDE CUIABÁ CURITIBA FLORIANÓPOLIS FORTALEZA MANAUS NATAL PORTO ALEGRE RECIFE RIO DE JANEIRO SALVADOR SÃO PAULO LATITUDE INCLINAÇÃO IDEAL 20° 16° 20° 16° 25° 28° 4° 2° 6° 30° 8° 23° 13° 24° 30° 26° 30° 26° 35° 38° 14° 12° 16° 40° 18° 33° 23° 34° Fonte – Soletrol, 2011. 3.1.8.2.4 Sombreamento e distância entre baterias de coletores. Obtidos os valores de orientação e inclinação dos coletores solares, torna-se importante a verificação da distância mínima entre as baterias de coletores para evitar ou minimizar o sombreamento que poderá ocorrer entre as mesmas ou em razão de outros obstáculos como construções vizinhas, árvores e etc. O valor da distância horizontal entre uma fila de coletores ou algum obstáculo de altura h poderá ser determinado, de forma simplificada através da seguinte equação: (ABRAVA, 2008). 99 =ℎ×( ℎ = ) × *+, Onde: d = distância horizontal; h = obstáculo de altura; L = comprimento do coletor; k = fator relacionado à latitude; Senβ = inclinação ideal. TABELA 27 – Fator k. LATITUDE (°) 5 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 -35 k 0,541 0,433 0,541 0,659 0,793 0,946 1,126 1,347 1,625 Fonte – ABRAVA, 2008. FIGURA 46 – Distância mínima entre coletores. Fonte – ABRAVA, 2008. Na distância entre baterias devemos considerar espaço suficiente para que se realizem manutenções e limpeza dos coletores. 3.1.8.3 Interligação hidráulica do reservatório de aquecimento, boiler. Instalações de médio e grande porte demandam grandes volumes para armazenamento de água quente, o que normalmente não ocorre em um só reservatório térmico. Assim, segundo Abrava (2008), existem duas maneiras de se associar reservatórios de aquecimento em uma instalação. São estes: 100 • Associação em Paralelo - Esse tipo de associação é recomendável para a interligação de um número pequeno de reservatórios, pois grandes associações em paralelo podem se tornar inviáveis técnica e economicamente. FIGURA 47 – Reservatórios em paralelo. Fonte – ABRAVA, 2008. • Associação em Série – É o tipo mais utilizado na interligação de reservatórios de médio e grande porte. As ligações em série permitem que um determinado volume de água obtenha uma maior temperatura de água em função do maior tempo de percurso dentro dos coletores, conforme apresentado na figura a seguir. FIGURA 48 – Associação de reservatórios em série. Fonte – ABRAVA, 2008. 3.1.8.4 Tubulações do sistema de aquecimento solar de água. As tubulações utilizadas em instalações de sistemas de aquecimento solar de água podem ser de cobre, aço galvanizado ou outro material que suporte as pressões e temperaturas de operação do sistema. Atualmente, as tubulações em cobre atendem bem as necessidades 101 requeridas para uma instalação de aquecimento solar e ainda apresentam um custo-benefício razoável. Os tubos em cobre utilizados em instalações de aquecimento solar são da Classe E, com diâmetros que variam entre 15 e 104 mm. De acordo com a norma NBR 5626 (1998), “[...] a velocidade máxima da água nas tubulações não deve ultrapassar 3 m/s”. A tabela abaixo apresenta as vazões máximas permitidas para os diâmetros comerciais de tubulações em cobre. TABELA 28 – Vazões máximas em tubos de cobre. DIÂMETRO VELOCIDADES MÁXIMAS VAZÕES MÁXIMAS (mm) (pol.) (m/s) (l/hora) 15 1/2 1.6 720 22 3/4 1.95 2160 28 1 2.25 4320 35 1.1/4 2.5 9000 42 1.1/2 2.5 14400 54 2 2.5 20520 66 2.1/2 2.5 32040 79 3 2.5 43200 104 4 2.5 64800 Fonte – ABRAVA, 2008. Também podemos citar outras tecnologias de tubos como, por exemplo, o CPVC (policloreto de vinila clorado), que tem todas as propriedades inerentes ao PVC, somadas à resistência à condução de líquidos sobre pressão e a altas temperaturas, ele tem uma vantagem em frente ao cobre, pois dispensa o uso de isolamento térmico. O próprio material do tubo é isolante. (CARVALHO JUNIOR, 2010). 3.2 Universo da amostra Para análise de projeto conceitual foi utilizado informações de uma unidade multifamiliar (edifício residencial fictício) que possui cinco (05) pavimentos, sendo quatro (04) pavimentos “tipo” e um (01) térreo. 102 3.2.1 Dados do projeto. • 05 pavimentos, sendo (04) tipo e um (01) térreo; • 02 apartamentos por pavimento (2º ao 5º pavimento); • 01 apartamento, zelador (térreo); • Total de 09 apartamentos; • Apartamento do 2º ao 5º pavimento - 02 quartos/apto; • Apartamento do zelador 1º pavimento, 01 quarto. 3.2.2 População. Considerando 02 (duas) pessoas por quarto social: (CREDER, 2006, p. 9). 08 apartamentos, (2º ao 5° pavimento); 02 quartos; 02 pessoas por quarto. -./%. = 8 × 2 × 2 = 32 1+**23* Considerando 01 (uma) pessoa em quarto de empregado, (CREDER, 2006, p. 9). 01 apartamento, térreo; 01 quarto; 02 pessoas por quarto (consideraremos 02 moradores no térreo); -45678 = 34 1+**23* 2 +9í;2. 103 4 PROCEDIMENTO DE COLETA, CÁLCULO E ANÁLISE DE RESULTADOS. 4.1 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Água Fria. Edifício residencial de cinco (05) pavimentos, sendo quatro (04) pavimentos “tipo” e o térreo. O sistema de abastecimento será indireto com bombeamento e distribuição descendente com reservatório superior e inferior (SI – B – RS/RI). Todas as tubulações (água fria) serão de PVC rígido. Consumo residencial: Conforme tabela 10 temos, 200 litros/pessoa/dia: 34 × 200 = 6800 <=>2*/3 Consumo garagem: Conforme tabela 10 temos, 50 litros/automóvel. Total de 08 automóveis, temos: 08 × 50 = 400 <=>2*/3 Consumo jardim: Conforme tabela 10 temos, 1,5 litros/m². Jardim com 40 m² temos: 1.5 × 40 = 60 <=>2*/3 Consumo total: ? = 6800 + 400 + 60 = 7260 <=>2*/3 Consumo diário de 7.3 m³. 104 Reserva de incêndio: A reserva será de 20% do consumo diário. = 20% × 7.3 B³ = 1,46 B³ O volume diário para os reservatórios (inferior e superior) com reserva de incêndio será de: D = 7.3 + 1,46 = 8.76 B³ Volume dos reservatórios para 02 (dois) dias devido à intermitência do abastecimento. D? = 02 × 7.3 B³ = 14.6 B³ Valor do reservatório inferior 3/5 do volume total – VRI. D E= 3 × 14.6 B³ = 8.8 B³ 5 Valor do reservatório superior 2/5 do volume total. D = 2 × 14.6 B³ + 1.46 = 7.3 B³ 5 4.1.1 Dimensionamento das colunas e ramais. A seguir são apresentadas as tabelas com dimensionamentos das colunas (Método de Hunter) e ramais de distribuição. (CREDER. 2006). 105 TABELA 29 – Dimensionamento das colunas de água fria - AF. Coluna a AF1 AF2 AF3 AF4 Peso Trecho Vazão (l/s) Diâm. (mm ou pol.) Pressão Disponível (m.c.a) Comprimento(m) Veloc. (m/s) Unit. Acum. Real Equiv. Total b c d e f g h i j a-b 1,7 8,1 0,85 1'' 1,70 11,14 8,9 20,04 b-c 1,7 6,4 0,77 1'' 1,50 3,0 3,1 c-d 1,7 4,7 0,65 1'' 1,30 3,0 d-e 1,7 3 0,53 3/4'' 1,80 e-f 1,3 1,3 0,34 3/4'' a-b 1,3 6,9 0,79 b-c 1,3 5,6 0,71 c-d 1,3 4,3 0,62 1'' d-e 1,3 3 0,53 3/4'' e-f 1,7 1,7 0,39 3/4'' a-b 1,3 7,8 0,84 b-c 1,3 6,5 c-d 1,3 d-e Perda de carga (m.c.a) Pressão a Jusante (m.c.a) Unit. Total m n 3,55 0,140 2,806 0,744 6,1 6,55 0,120 0,732 5,818 3,1 6,1 9,55 0,085 0,519 9,032 3,0 2,4 5,4 12,65 0,240 1,296 11,354 1,15 3,9 0,5 4,4 15,55 0,120 0,528 15,022 1'' 1,55 11,9 8,9 20,8 3,55 0,135 2,808 0,742 1'' 1,35 3,0 3,1 6,1 6,55 0,110 0,671 5,879 1,18 3,0 3,1 6,1 9,55 0,080 0,488 9,062 1,80 3,0 2,4 5,4 12,55 0,220 1,188 11,362 1,35 3,0 0,5 3,5 14,65 0,150 0,525 14,125 1'' 1,68 8,0 8,3 16,3 2,65 0,135 2,201 0,450 0,77 1'' 1,50 3,0 3,1 6,1 5,65 0,120 0,732 4,918 5,2 0,68 1'' 1,40 3,0 3,1 6,1 8,65 0,090 0,549 8,101 1,3 3,9 0,59 1'' 1,15 3,0 3,1 6,1 11,65 0,080 0,488 11,162 e-f 2,6 2,6 0,48 3/4'' 1,60 3,0 0,5 3,5 14,65 0,190 0,665 13,985 a-b 1,3 6,2 0,75 1'' 1,48 8,0 8,3 16,3 2,65 0,120 1,956 0,694 b-c 1,3 4,9 0,66 1'' 1,25 3,0 3,1 6,1 5,65 0,090 0,549 5,101 c-d 1,3 3,6 0,57 1'' 1,10 3,0 3,1 6,1 8,65 0,065 0,397 8,2535 d-e 1,3 2,3 0,46 3/4'' 1,60 3,0 2,4 5,4 11,65 0,140 0,756 10,894 e-f 1 1 0,3 3/4'' 1,05 3,9 0,5 4,4 15,55 0,090 0,396 15,154 l o 106 AF5 AF6 a-b 1,3 5,2 0,68 1'' 1,40 11,97 8,9 20,87 3,55 0,095 1,983 1,567 b-c 1,3 3,9 0,59 1'' 1,15 3,0 3,1 6,1 6,55 0,075 0,458 6,093 c-d 1,3 2,6 0,48 3/4'' 1,60 3,0 2,4 5,4 9,55 0,190 1,026 8,524 d-e 1,3 1,3 0,34 3/4'' 1,15 3,0 0,5 3,5 12,55 0,110 0,385 12,165 e-f 0 0 - - - 0 0 0 a-b 1,7 6,8 0,79 1'' 1,55 11,0 8,9 19,9 3,55 0,130 2,587 0,963 b-c 1,7 5,1 0,67 1'' 1,32 3,0 3,1 6,1 6,55 0,090 0,549 6,001 c-d 1,7 3,4 0,55 3/4'' 1,85 3,0 2,4 5,4 9,55 0,240 1,296 8,254 d-e 1,7 1,7 0,39 3/4'' 1,35 3,0 0,5 3,5 12,55 0,150 0,525 12,025 e-f 0 0 - - - 0 0 - - - - 0 - 0 - - TABELA 30 – Dimensionamento dos ramais de água fria. DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF1 Coluna Ramais Bacia com caixa acoplada Lavatório Pia de cozinha Tanque de lavar roupa Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AF1 A-B 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF1 B-C 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF1 C-D 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF1 D-E 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF1 E-F 0 0 1 1 0 1,7 0,39 3/4” DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF2. Coluna Ramais Bacia com caixa acoplada Lavatório pia de cozinha Tanque de lavar roupa Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AF2 A-B 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF2 B-C 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF2 C-D 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF2 D-E 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF2 E-F 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” 107 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF3. Coluna Ramais Bacia com caixa acoplada Lavatório Pia de cozinha Tanque de lavar roupa Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AF3 A-B 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF3 B-C 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF3 C-D 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF3 D-E 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF3 E-F 2 2 0 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF4 coluna ramais bacia com caixa acoplada lavatório pia de cozinha 0 0 1,6 0,38 3/4” tanque de lavar roupa chuveiro Ʃ peso total vazão l/s diâmetro AF4 A-B 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF4 B-C 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF4 C-D 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF4 D-E 1 1 0 0 1 1,3 0,34 3/4” AF4 E-F 0 0 1 .DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF5. coluna ramais bacia com caixa acoplada lavatório pia de cozinha 0 0 0,7 0,25 3/4” tanque de lavar roupa chuveiro Ʃ peso total vazão l/s diâmetro AF5 A-B 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF5 B-C 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF5 C-D 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF5 D-E 1 1 1 0 0 1,5 0,37 3/4” AF5 E-F 0 0 0 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AF6 coluna ramais bacia com caixa acoplada lavatório pia de cozinha 0 0 0 0 tanque de lavar roupa chuveiro Ʃ peso total vazão l/s diâmetro AF6 A-B 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF6 B-C 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF6 C-D 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF6 D-E 0 0 0 1 1 1,5 0,37 3/4” AF6 E-F 0 0 0 0 0 0 0 108 4.1.2 Dimensionamento das tubulações de recalque. Conforme (CREDER, 2006), vamos tomar 20% como capacidade horária de funcionamento da bomba, isso nos dá aproximadamente 5 horas de funcionamento para recalcar o consumo diário. Utilizaremos a fórmula de Forchheimer: = 1.3 × × √ Onde: D = diâmetro, em metros; Q = vazão, em m³/s; X = horas de funcionamento/24 horas. = 20% × 7.3 B³ = 0.0004 B³/* 3600 = 1.3 × √0.0004 × F 5 = 0.01756 B 24 Portanto, o diâmetro de recalque usando os valores comerciais será de 20 mm ou ¾ de polegada e o de sucção o diâmetro comercial superior 25 mm ou 1 polegada. 4.1.3 Dimensionamento do ramal predial. Considerando a velocidade máxima de vazão do ramal predial de 1m/s, temos; = 86400 Onde: Q = vazão mínima em l/s; C = consumo diário, em litros = 7300 litros. 109 = 7300 = 0.085 </* 86400 Portanto para vazão de 0,085 l/s a uma velocidade de 1 m/s, admitimos diâmetro mínimo do ramal predial de 20 mm ou ¾ de polegada. (CREDER, 2006). 4.1.4 Cálculo do conjunto motor bomba. Dados: Consumo diário – 7300 litros Altura estática de sucção – 3 metros; Comprimento desenvolvido na sucção – 5,5 metros; Altura estática de recalque – 17,5 metros; Comprimento desenvolvido no recalque – 23,5 metros. Peças de Sucção – 1”; 01 válvula de pé de crivo; 01 curva de 90°. Peças de Recalque – ¾”: 01 válvula de retenção; 04 joelhos 90°; 01 saída de canalização. Todas as tubulações e conexões são de PVC. Comprimento equivalente na sucção: ∑*H;çã2 = 13.3 + 0.6 + 5.5 = 19.4 B D = 1”; Q = 0,4 l/s; Entrando com esses valores na figura 32 temos: J na sucção = 0,055 m/m. 110 Altura devida às perdas na sucção: L1 = 0.055 × 19.4 = 1.067 B Altura representativa da velocidade: LM = LM = MN 2×O 1 = 0.05 B 2 × 9.81 Altura manométrica da sucção: L*H;çã2 = 3 + 1.067 + 0.05 = 4.12 B Comprimento equivalente no recalque: ∑>+;3<H+ = 2.7 + (4 × 0.5) + 0.9 + 23.5 = 29.1 B Altura devida às perdas no recalque: D = ¾”; Q = 0,4 l/s; Entrando com esses valores na figura 32, temos: J no recalque = 0,21 m/m. Altura devida às perdas no recalque: L1 = 0.21 × 29.1 = 6.11 B Altura manométrica de recalque: L>+;3<H+ = 17.5 + 6.11 = 23.61 B 111 Altura manométrica total: LB = L*H;çã2 + L>+;3<H+ LB = 4.12 + 23.61 = 27.73 B Potência do motor para acionamento da bomba, com rendimento do conjunto de 50%: = Onde: R × LB × 75 × S P = potencia em CV; Hm = altura manométrica em metros; Q = vazão, e, m³/s; Η = rendimento do conjunto motor; γ = peso específico da água, 1000 Kg/m³. = 1000 × 27.73 × 1.46 ≅ 0.3 D 75 × 0.5 × 3600 Comercialmente utiliza-se conjunto motor bomba de ½ CV. 4.1.5 Dimensionamento do barrilete. Utilizando o método das seções equivalentes, Creder (2006, p. 19). Para colunas com 1 polegada temos 6,2 (nº de canos de ½ com a mesma capacidade): U = ° + ;2<H3* × 6,2 U = 6 × 6,2 = 37.2 Portanto utilizar barrilete de 2 polegadas. Ver esquemas em ANEXO 1, 2, 3 e 4. 112 4.1.6 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Esgoto. Edifício residencial de cinco (05) pavimentos, sendo quatro (04) pavimentos “tipo” e o térreo. O sistema de abastecimento será indireto com bombeamento e distribuição descendente com reservatório superior e inferior (SI – B – RS/RI); Todas as tubulações de esgoto serão de PVC rígido. Siglas utilizadas: Bs. – bacia sanitária; Lv. – lavatório; Tq. – tanque de lavar roupa; Ch. – chuveiro; CS – caixa sifonada; UD – unidade Hunter de contribuição; I – inclinação; L – comprimento; TQ – tubo de queda; TV – tubo ventilador; DTQ – diâmetro do tubo de queda. 4.1.7 Dimensionamento das Instalações de Esgoto Utilizando as tabelas ilustradas por Creder (2006) temos as seguintes informações: TQ1 e TV1. Ramal de descarga. Bs. nº UD = 6 usar Ø 100 mm. Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. Tq. nº UD = 3, usar Ø 40 mm. Ch. nº UD = 2, usar Ø 40 mm. Ramal de esgoto. CS1 – 1 Ch. nº UD = 2; 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. 113 CS2 – 1 Tq. nº UD = 3, usar Ø 40 mm. 1Bs – nº UD = 6, usar Ø 100 mm. CS1+CS2+1Bs. = nº UD = 2+1+3+6 = 12 usar Ø 75 mm. Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 12 12> 13MB+=2 × 4 = 48 Usar Ø 75 mm, mas pela NBR 5626/98 usar Ø 100 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 48 I (1 %) Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 100 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação Com grupo de aparelhos c/ bacia sanitária: Ø 50 mm. Tubo de Ventilação. Com DTQ = Ø 100 mm. Nº UD = 48 L = 18 m, usar Ø 60 mm. TQ2 e TV2. Ramal de descarga (pavimento tipo). Pia de serviço nº UD = 5, usar Ø 75 mm. Ramal de descarga (pavimento térreo). Pia de serviço nº UD = 5, usar Ø 75 mm. Tq. nº UD = 3, usar Ø 40 mm. 114 Ramal de esgoto (pavimento tipo). CS1 – 1 Pia nº UD = 5, usar Ø 50 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 75 mm. Ramal de esgoto (pavimento térreo). CS1 (térreo) – 1 Pia. nº UD = 5, usa Ø 75 mm; Tq. nº UD = 3, usar Ø 40 mm; CS1 (térreo) = nº UD = 8, usar 75 mm. Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 5 12> 13MB+=2 × 4 + 8 = 28 Usar Ø 75 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 28 I (1 %), usar Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 75 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação (pavimento tipo). Com grupo de aparelhos s/ bacia sanitária Usar, Ø 40 mm. Ramal de ventilação (pavimento térreo). Com grupo de aparelhos s/ bacia sanitária. Usar, Ø 40 mm. Tubo de Ventilação. Com DTQ Ø 75 mm. Nº UD = 28 L = 18 m, usar Ø 50 mm. 115 TQ3 e TV3. Ramal de descarga. Bs. nº UD = 6, usar Ø 100 mm. Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. Tq. nº UD = 3, usar Ø40 mm. Ch. nº UD = 2, usar Ø 40 mm. Ramal de esgoto CS1 – 1 Ch. nº UD = 2; 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. CS2 – 1 Tq. nº UD = 3, usar Ø 40 mm. 1Bs. – nº UD = 6, usar Ø 100 mm. CS1+CS2+1Bs. = nº UD = 2+1+3+6 = 12, usar Ø 75 mm. Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 12 12> 13MB+=2 × 4 = 48 Usar, Ø 75 mm, mas pela NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 48 I (1 %), usar Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 100 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação. Com grupo de aparelhos c/ bacia sanitária. Usar, Ø 50 mm. Tubo de Ventilação. Com DTQ Ø 100 mm 116 Nº UD = 48 L = 18 m, usar Ø 60 mm. TQ4 e TV4. Ramal de descarga. Pia de serviço nº UD = 5, Ø 75 mm. Ramal de esgoto. CS1 – 01 Pia - nº UD = 5, usar Ø 50 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 75 mm. Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 5 12> 13MB+=2 × 4 = 20 Usar Ø 50 mm, mas pela norma NBR 5626/98 usa Ø 75 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 28 I (1 %) usa Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 75 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação. Com grupo de aparelhos s/ bacia sanitária. Usar Ø 40 mm. Tubo de Ventilação. Com DTQ usar Ø 75 mm. Nº UD = 28 L = 18 m, usar Ø 50 mm. 117 TQ5 e TV5. Ramal de descarga (pavimento. Tipo). Bs. nº UD = 6, usar Ø 100 mm. Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. Ch. nº UD = 2, Ø 40 mm. Ramal de descarga (pavimento tipo). 03 Bs. nº UD = 18, usar Ø100 mm. 03 Lv. nº UD = 3, Ø 40 mm. Ramal de esgoto (pavimento tipo). CS1 – 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. 01 Ch. nº UD = 2, usar Ø 40 mm. 1Bs. – nº UD = 6, Ø 100 mm. CS1+1BS = nº UD = 3+6 = 9 , usar Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa 100 mm. Ramal de esgoto (pavimento térreo). CS1 – 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. 01 Ch. nº UD, usar Ø 40 mm. 1Bs. – nº UD = 6, usar Ø 100 mm. CS1+1BS = nº UD = 3+6 = 9 , usar Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Ramal de esgoto (pavimento térreo). CS2 – 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm; 1Bs. – nº UD = 6, usar Ø 100 mm. CS1+1BS = nº UD = 1+6 = 7 , Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Ramal de esgoto (pavimento térreo). CS3 – 1 Lv. nº UD = 1, Ø 40 mm. 1Bs. nº UD = 6, Ø 100 mm. CS1+1BS = nº UD = 1+6 = 7, usar Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626 usa 100 mm. 118 Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 9 12> 13MB+=2 × 4 + 23 = 59 Usar Ø 75 mm, mas pela NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 59. I (1 %) usar Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 100 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação. Com grupo de aparelhos c/ bacia sanitária. Usar Ø 50 mm. Tubo de Ventilação Com DTQ Ø 100 mm. Nº UD = 59 L = 18 m, usar Ø 60 mm. TQ6 e TV6. Ramal de descarga (pavimento tipo). Bs. nº UD = 6, usar Ø 100 mm. Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm. Ch. nº UD = 2, usar Ø 40 mm. Ramal de descarga (pavimento térreo). Pia de serviço nº UD = 5, usar Ø 75 mm. Ramal de esgoto (pavimento tipo). CS1 – 1 Lv. nº UD = 1, usar Ø 40 mm; 1 Ch. nº UD = 2, Ø 40 mm. 119 1Bs. – nº UD = 6, Ø 100 mm. CS1+1BS = nº UD = 3+6 = 9 , usar Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Ramal de esgoto (pavimento térreo). CS1 – 1 Pia. nº UD = 5, usar Ø 75 mm, mas conforme NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Tubo de Queda. Com prédios acima de 03 pavimentos. Uº X = 9 12> 13MB+=2 × 4 + 5 = 41 Usar Ø 75 mm, mas pela NBR 5626/98 usa Ø 100 mm. Sub. Coletor. Com nº UD = 41. I (1 %), usar Ø 100 mm. Ventilador Primário. Ø 100 mm, pois é extensão do Tubo de Queda. Ramal de ventilação. Com grupo de aparelhos c/ bacia sanitária. Usar Ø 50 mm. Com grupo de aparelhos s/ bacia sanitária. Usar Ø 40 mm. Tubo de Ventilação. Com DTQ usar Ø100 mm. Nº UD = 41 L = 18 m, usar Ø 60 mm. Observações: • Os cálculos acima descritos não consideraram a separação das águas para o sistema de reúso; 120 • Os tubos de queda e ventilação serão prolongados 02 metros da cobertura; • Os ralos e caixas sifonados serão de PVC rígido com diâmetros de 100 mm para receberem ligações de um aparelho e 150 mm quando forem ligados por mais de um aparelho; • Todos os tubos de queda e os ramais das instalações térreas serão ligados a 02 redes que despejaram nas caixas de inspeção e distribuídas para o coletor geral de esgoto; • As caixas de inspeção são destinadas a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações. Suas dimensões internas serão de 60x60 e profundidade máxima de 1,0 m, constituído de base em concreto magro, paredes em alvenaria de tijolos maciços rebocados e tampão em concreto armado de modo a assegurar rápido escoamento e evitar formação de depósitos; • No térreo serão instaladas 02 caixas de gordura em PVC rígido com capacidade de coleta suficiente para atender a demanda visto que nesta será feita a limpeza periódica; Ver esquema vertical ANEXO 14. 4.2 Cálculo e Dimensionamento dos Reservatórios e Tubulações do Sistema de Reúso de Água. 4.2.1 Contribuição de água servida. Dados: Utilizaremos apenas a água usada do banho familiar por se tratar suficiente para o sistema de reúso. Contribuição: Peças Chuveiro D;ℎHM+>2 = 7 Contribuição 7 litros/min. Ciclo min./pessoa 10 < × 10B. × 1 Y3ℎ2 × 34 1+**23* = 2380 <=>2*/3 B. 121 O volume de contribuição diário previsto com águas cinza provenientes do banho familiar para reúso no edifício será de 2380 litros/dia. 4.2.2 Demanda de água de reúso na bacia sanitária. Dados: Bacia sanitária de caixa acoplada com acionamento de 6 litros. D+B33 = 6 <=>2* × 10 H*2* × 34 1+**23* = 2040 <=>2*/3 Portanto, se confirma a relação entre contribuição da água de banho com a demanda da bacia sanitária. 4.2.3 Rede de distribuição. Dimensionamento do ramal de distribuição. Dados: conforme tabela 1.3 (CREDER, 2006, p.10). Peça de utilização: bacia sanitária acoplada. Vazão: 0,15 litros/seg. Peso: 0,3. Consumo máximo provável. = × √Σ Onde: Q = vazão l/s; C = coeficiente de descarga = 0,3 l/s; ƩP = soma dos pesos de todas as peças de utilização, nesse caso apenas a bacia sanitária = 0,3. = 0.3 × √0.3 = 0.16 <=>2*/*+O. Utilizando o ábaco 1.6 para cálculo das tubulações (CREDER, 2006, p. 12), temos para uma vazão de 0,16 litros/seg. um diâmetro de ½ (16 mm). 122 Portanto os ramais que alimentarão as bacias sanitárias terão diâmetro de ½ (16 mm). 4.2.4 Coluna de distribuição. A seguir é apresentada a tabela com dimensionamento das colunas (Método de Hunter). (CREDER. 2006). 123 TABELA 31 – Dimensionamento das colunas de água de reúso - AR. Coluna a AR1 AR2 AR3 AR4 AR5 Trecho Vazão (l/s) Peso Diâm. (mm ou pol.) Veloc. (m/s) Pressão Disponível (m.c.a) Comprimento (m) Unit. Acum. Real Equiv. Total b c d e f g h i j a-b 0,3 1,2 0,33 3/4'' 1,10 7,5 5 12,5 b-c 0,3 0,9 0,28 3/4'' 1,00 3,0 2,6 c-d 0,3 0,6 0,23 3/4'' 0,85 3,0 d-e 0,3 0,3 0,16 1/2” 1,30 a-b 0,3 0,3 0,16 1/2” a-b 0,3 1,5 0,37 b-c 0,3 1,2 c-d 0,3 d-e Perda de carga (m.c.a) Pressão a Jusante (m.c.a) Unit. Total m n o 3,6 0,110 1,375 2,175 5,6 6,6 0,090 0,504 6,046 2,6 5,6 9,6 0,06 0,336 9,214 3,0 1,3 4,3 12,6 0,200 0,86 11,74 1,30 19,1 3,4 22,5 18,2 0,200 4,500 13,700 3/4'' 1,35 7,5 5 12,5 3,6 0,180 2,250 1,300 0,33 3/4'' 1,10 3,0 2,6 5,6 6,6 0,110 0,616 5,934 0,9 0,28 3/4'' 1,00 3,0 2,6 5,6 9,6 0,090 0,504 9,046 0,3 0,6 0,23 3/4'' 0,85 3,0 2,6 5,6 12,6 0,06 0,336 12,264 e-f 0,3 0,3 0,16 1/2” 1,30 3,0 1,3 4,3 15,6 0,200 0,860 14,740 a-b 0,3 1,2 0,33 3/4'' 1,10 8 5 13 3,6 0,110 1,430 2,120 l b-c 0,3 0,9 0,28 3/4'' 1,00 3,0 2,6 5,6 6,6 0,090 0,504 6,046 c-d 0,3 0,6 0,23 3/4'' 0,85 3,0 2,6 5,6 9,6 0,06 0,336 9,214 d-e 0,3 0,3 0,16 1/2” 1,30 3,0 1,3 4,3 12,6 0,200 0,86 11,74 a-b 0,3 1,2 0,33 3/4'' 1,10 7,5 5 12,5 3,6 0,110 1,375 2,175 b-c 0,3 0,9 0,28 3/4'' 1,00 3,0 2,6 5,6 6,6 0,090 0,504 6,046 c-d 0,3 0,6 0,23 3/4'' 0,85 3,0 2,6 5,6 9,6 0,06 0,336 9,214 d-e 0,3 0,3 0,16 1/2” 1,30 3,0 1,3 4,3 12,6 0,200 0,86 11,74 124 Observações: • A água servida pós-tratamento deverá ter alto fluxo de circulação; • Utilizaremos 02 reservatórios com capacidade da contribuição diária total de aproximadamente 2500 litros; • O reservatório inferior de 1500 litros conterá uma Estação Compacta – ETA, com compartimento de filtro e sedimentação para retenção de sujeiras e sólidos, e reservatório com dosador para processo de desinfecção por produtos químicos, cloração (pastilhas de cloro); • Deverá haver limpeza periódica dos reservatórios, de preferência de 15 em 15 dias; • Deverá haver avaliação periódica do desempenho, tanto para determinar o grau de poluição causado pelo sistema de tratamento implantado como do sistema em si. • O reservatório inferior também comportará uma bomba para recalque da água de reúso; • O reservatório superior terá capacidade de 1000 litros e receberá a água tratada através de recalque e redistribuirá para os pontos de consumo do edifício; • Para garantia do fornecimento de água, principalmente nos períodos de limpeza dos reservatórios, deverá ser previsto no reservatório superior canalização proveniente do reservatório de água potável. Ver esquemas em ANEXO 5, 6 e 7. 4.3 Cálculo e Dimensionamento do Sistema de Coleta das Águas Pluviais e reservatório de aproveitamento. 4.3.1 Dados do projeto. Área de contribuição composta por duas (02) superfícies inclinadas com área igual a 81,25 m². Local de referencia Nazaré da Mata/PE, com índice de 155 mm/h. conforme anexo único da tabela 5, NBR 10844, (1989). Período de retorno – 19 anos conforme observação da nota 2, anexo único da tabela 5 NBR 10844 (1989). 125 Material da calha – concreto alisado e impermeabilizado. Declividade da calha – 0,5% Calha trabalhando a ½ seção Vazão de projeto: = × 60 Onde: Q = vazão de projeto, em l/min. i = intensidade pluviométrica, em mm/h; A = área de contribuição, em m². = 155 × 81,25 = 209,9 <=>2*/B 60 Calha: Utilizando a fórmula de Manning-Strickler: =× × = ! = N/[ × \/N 3×Y 2 3 × Y/2 2 × (3 + Y) Onde: n = 0,012 (coeficiente de rugosidade, concreto alisado). a = 0,3 b = 0,2 d = 0.5% = 0.3 × 0.2 = 0.03 2 126 ! = 60000 × = 0.3 × 0.2/2 = 0.03 2 × (0.3 + 0.2) 0.03 × 0.03N/[ × 0.005\/N = 1024.05 <=>2*/B. 0.012 Como a vazão de projeto é menor que a vazão suportada pela calha, não há perigo de extravasamento. A seção da calha será a mesma para todos os planos do telhado. 4.3.2 Condutores verticais. Dados: Q = vazão de projeto litros/min.; H = altura da lâmina de água na calha, em mm; 300 mm; L = comprimento do condutor vertical. Devido à complexidade dos ábacos da NBR 10844(1989, p. 8), Carvalho Junior (2010, p.143), apresenta relação entre diâmetro dos condutores e a área de contribuição para uma chuva crítica de 150 mm/h. Usaremos os dados dessa tabela, pois se assemelham com os dados do projeto. = 209.9 <=>2*/B = 3.5 <=>2*/B. Conforme relação descrita por Carvalho Junior (2010), temos: D = 100 mm; Vazão = 3,78 l/s; Área = 90 m². Esses valores se encontram acima dos calculados anteriormente: Vazão de projeto = 3,5 l/s; Área de contribuição = 81,25m²; Portanto, utilizar um (01) condutor vertical de 100 mm. 127 4.3.3 Condutores horizontais. Dados: Vazão de projeto 209,9 litros/min.; Declividade de 1%; n = 0,011 (PVC) D = diâmetro interno tabela 4, NBR 10844 (1989). Portanto, 01 condutor horizontal de 100 mm. Obs.: Vale lembrar que o escoamento das águas pluviais irá abastecer o reservatório, o excesso será escoado por condutores horizontais e recolhidos pela rede coletora de águas pluviais. 4.3.4 Dimensionamento do reservatório. Método de cálculo para dimensionamento de reservatórios. Método Azevedo Neto, anexo A, NBR 15527 (2007). O volume da chuva é obtido pela seguinte equação: D = 0.042 × × × Onde: V = é o valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água do reservatório, expresso em litros (L); P = é o valor numérico da precipitação média anual, expresso em milímetros (mm); T = é o valor numérico do número de meses de pouca chuva ou seco; A = é o valor numérico da área de coleta em projeção, expresso em metros quadrados (m2); D = 0.042 × 1200 × 81.25 × 5 = 20.475 <=>2* Portanto, considerando o Método de Azevedo Neto temos o reservatório de captação de águas pluviais com capacidade estimada em aproximadamente 21.000 litros, considerando 128 que o uso se destina a lavagem de veículos, rega de jardim e lavagem de pisos, esses valores se encontram dentro dos parâmetros. Observações: • O reservatório consistirá de conjunto moto bomba de acionamento automático para recalque da água pluvial a um reservatório plástico de 1000 litros; • Deverá ser previsto o sistema de descarte das primeiras águas; • O reservatório deverá estar em conformidade com a NBR 12217 (1994): extravasor, dispositivo de esgotamento, proteção, cobertura inspeção e segurança. • O tratamento deverá constar de derivado clorado ou cloro residual livre entre 0,5 mg/l e 3,0 mg/l; Ver esquemas em ANEXO 8 e 9. 4.4 Cálculo do Sistema de Água Quente por Aquecimento Solar. 4.4.1 Dados do projeto. Conforme metodologia de cálculo NBR 15569 (2008), temos: Edifício residencial localizado em Pernambuco. Orientação geográfica para o local = 23°. Inclinação de instalação para o local = 8 +10 = 18 (inclinação ideal). Água quente no chuveiro e pia de cozinha, 60°C; (obs.: chuveiro com misturador). Dados do coletor, ver tabela (INMETRO, 2012): marca SOLAREM, fabricante TUMA, modelo CMT-2-11E/HP, área do coletor de 1,06 m²: Fr(τα)n: 0,779 e Fr(UL): 6,795. Apurando o valor de consumo para atendimento dos pontos de utilização: Da tabela C.1 anexo C da norma NBR 15569 (2008), temos as seguintes peças a considerar no projeto, considerando o uso racional da água: Peças Chuveiro Pia de cozinha Consumo 7 litros/min. 3,5 litros/min. Ciclo min./pessoa 10 3 129 Consumo: D;2*HB2 = ∑(1H × -H × 9>+. + H*2) Onde: Vconsumo = é o volume total de água quente consumida diariamente; Qpu = vazão da peça de utilização; Tu = tempo médio de uso diário da peça de utilização; Frequência de uso é o nº total de utilizações da peça por dia. D;ℎHM+>2 = 7 < × 10B. × 1 Y3ℎ2 × 34 1+**23* = 2380 <=>2*/3 B. D13 + ;2]ℎ3 = 3.5 < × 3B. × 2 H*2* × 34 1+**23* = 714 <=>2*/3 B. D;2*HB2 = ∑(2380 + 714) = 3094 <=>2*/3 4.4.2 Cálculo do volume do sistema de armazenamento (boiler) em temperatura de 60°C. Dados: Volume de consumo = 3094 litros/dia Temperatura de armazenamento = 70°c Temperatura de consumo = 60°C (para uso na pia de cozinha e chuveiro com sistema misto). Temperatura ambiente = 26°C, conforme anexo D, norma NBR 15569 (2008). D3>B3]. = D; × (-; − -3) -3>B3]. −-3 Onde: Vc = consumo diário; Varmaz. = é o volume do sistema de abastecimento, Varmaz. ≥ 75% Vc; Tarmaz. = temperatura de armazenamento da água; Tc = temperatura de consumo de utilização; 130 Ta = temperatura ambiente média anual da água. D3>B3]. = 3094 × (60 − 26) = 2390.8 <=>2*/3 70 − 26 Onde o volume armazenado deverá ser ≥ que 75% do volume de consumo. A norma NBR 15569 (2008) determina que para temperaturas de armazenamento a partir de 60°C, sugere-se que sejam investigadas as características de eficiência do coletor solar. 4.4.3 Cálculo da demanda de energia útil e perdas: Calculando temos: _ú=< = (D3>B3].× a × 1 × (-3>B3]. −-3) 3600 Onde: Eútil = demanda de energia útil, kWh/dia; Varmaz. = volume do sistema de armazenamento, em (m³); ρ = massa especifica da água 1000 kg/m³; Cp = calor específico 4,18 Kj/Kg; Tarmaz. = temperatura de armazenamento da água; Eperdas = somatório das perdas térmicas, kWh/dia. _ú=< = 2.3908 × 1000 × 4.18 × (70 − 26) = 122.14 (bℎ/3 3600 _1+>3* = 0.15 × 122.14 = 18.32 (bℎ/3. 4.4.4 Cálculo da área coletora. Calculando temos: 131 ;2<+=2>3 = (_ú=< + _1+>3*) × F*=3< × 4.901) d__ × Ee Onde: IG = irradiação global média anual para o local de instalação, expresso em kWh/m². dia; IG = 5.7 kWh/m²; Eútil = 122,14 kWh/dia; Eperdas = 18.32 kWh/dia; PMDEE = produção média diária de energia especifica do coletor solar em kWh/m², dada pela equação: d__ = 4.901 × (Frgh − 0.0249 × FrX)) Onde: Fr(τα)n = coeficiente de ganho do coletor solar = 0,779 Fr(UL) = coeficiente de perdas do coletor solar = 6,795 FCinstal = fator de correção para inclinação e orientação dada pela equação: F*=3< = 1 − [1.2 × 10j 1 × (, − ,ó=B2)N + 3.5 × 10j × R N ] Onde: β = inclinação do coletor para o plano horizontal. β = 8°. βótimo = inclinação ótima do coletor para o local instalado, valor de módulo da latitude +10°. βótimo = 8° + 10° = 18°. γ = ângulo de orientação dos coletores em relação ao norte geográfico. γ = 23°. Calculando, temos: d__ = 4.901 × (0.779 − 0.0249 × 6.795) = 2.99 kWh/m² 132 F*=3< = 1 = 1.03 1 − [1.2 × 10j × (8 − 18)N + 3.5 × 10j × 23N ] ;2<+=2>3 = (122.14 + 18.32) × 1.03 × 4.901) = 41,60 B² 2.99 × 5.7 Portanto teremos aproximadamente 42 m² de placas coletoras. 4.4.5 Dimensionamento do ramal de distribuição. Dados conforme tabela 1.3 (CREDER, 2006, p.10). Peça de utilização: chuveiro. Vazão: 0,21 litros/seg. Peso: 0,5. Peça de utilização: pia de cozinha. Vazão: 0,25 litros/seg. Peso: 0,7. Consumo máximo provável. = × √Σ Onde: Q = vazão l/s; C = coeficiente de descarga = 0,3 l/s; ƩP = soma dos pesos de todas as peças de utilização, nesse caso apenas a bacia sanitária = 0,3. Chuveiro: = 0.3 × √0.5 = 0.21 <=>2*/*+O. Utilizando o ábaco 1.6 para cálculo das tubulações (CREDER, 2006, p. 12), temos para uma vazão de 0,21 litros/seg. um diâmetro de ¾ (20 mm). Portanto os ramais que alimentarão os chuveiros terão diâmetro de ¾ (20 mm). 133 Pia de cozinha: = 0.3 × √0.7 = 0.25 <=>2*/*+O. Utilizando o ábaco 1.6 para cálculo das tubulações (CREDER, 2006, p. 12), temos para uma vazão de 0,25 litros/seg. um diâmetro de ¾ (20 mm). Portanto os ramais que alimentarão as pias de cozinha terão diâmetro de ¾ (20 mm). TABELA 32 – Distribuição dos ramais das colunas de água quente. DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ1. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ1 A-B 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ1 B-C 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ1 C-D 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ1 D-E 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ1 E-F 0 1 0,5 0,21 3/4” DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ2. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ2 A-B 1 0 0,7 0,25 3/4” AQ2 B-C 1 0 0,7 0,25 3/4” AQ2 C-D 1 0 0,7 0,25 3/4” AQ2 D-E 1 0 0,7 0,25 3/4” AQ2 E-F 1 0 0,7 0,25 3/4” DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ3. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ3 A-B 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ3 B-C 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ3 C-D 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ3 D-E 0 1 0,5 0,21 3/4” DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ4. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ4 A-B 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ4 B-C 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ4 C-D 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ4 D-E 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ4 E-F 1 0 0,7 0,25 3/4” DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ5. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ5 A-B 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ5 B-C 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ5 C-D 0 1 0,5 0,21 3/4” AQ5 D-E 0 1 0,5 0,21 3/4” 134 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DA COLUNA AQ6. Coluna Ramais Pia de cozinha Chuveiro Ʃ peso total Vazão l/s Diâmetro AQ6 A-B 0 1 0,7 0,25 3/4” AQ6 B-C 0 1 0,7 0,25 3/4” AQ6 C-D 0 1 0,7 0,25 3/4” AQ6 D-E 0 1 0,7 0,25 3/4” 4.4.6 Coluna de distribuição. A edificação é composta de: 17 chuveiros para uma vazão de 0,21 litros/seg. 10 pias de cozinha para uma vazão cada de 0,25 litros/seg. A seguir é apresentada a tabela com dimensionamento das colunas (Método de Hunter). (CREDER. 2006). 135 TABELA 33 – Dimensionamento das colunas de água quente - AQ. Coluna a AQ1 AQ2 AQ3 AQ4 Trecho Vazão (l/s) Peso Diâm. (mm ou pol.) Veloc. (m/s) Pressão Disponível (m.c.a) Comprimento (m) Unit. Acum. Real Equiv. Total b c d e f g h i j a-b 0,5 2,5 0,45 3/4'' 1,30 6,9 5 11,9 b-c 0,5 2 0,42 3/4'' 1,20 3,0 2,6 c-d 0,5 1.5 0,36 3/4'' 1,10 3,0 d-e 0,5 1 0,3 3/4'' 1,00 e-f 0,5 0,5 0,21 3/4'' a-b 0,7 3,5 0,56 b-c 0,7 2,8 c-d 0,7 d-e Perda de carga (m.c.a) Pressão a Jusante (m.c.a) Unit. Total m n o 3,6 0,180 2,142 1,408 5,6 6,6 0,160 0,896 5,654 2,6 5,6 9,6 0,11 0,616 8,934 3,0 2,6 5,6 12,6 0,085 0,476 12,124 0,7 3 1,4 4,4 15,6 0,045 0,198 15,352 3/4'' 1,80 7,8 5 12,8 4,5 0,250 3,200 1,300 0,5 3/4'' 1,70 3,0 2,6 5,6 7,5 0,210 1,176 6,324 2,1 0,44 3/4'' 1,50 3,0 2,6 5,6 10,5 0,170 0,952 9,548 0,7 1,4 0,35 3/4'' 1,20 3,0 2,6 5,6 13,5 0,110 0,616 12,884 e-f 0,7 0,7 0,25 3/4'' 0,9 3,0 1,4 4,4 16,5 0,065 0,286 16,214 a-b 0,5 2 0,45 3/4'' 1,30 6 5 11 3,6 0,180 1,980 1,570 b-c 0,5 1,5 0,42 3/4'' 1,20 3,0 2,6 5,6 6,6 0,160 0,896 5,654 c-d 0,5 1 0,36 3/4'' 1,10 3,0 2,6 5,6 9,6 0,11 0,616 8,934 d-e 0,5 0,5 0,3 3/4'' 1,00 3,0 1,4 4,4 12,6 0,085 0,374 12,226 a-b 0,5 2,7 0,49 3/4'' 1,70 6 5 11 3,6 0,200 2,200 1,350 b-c 0,5 2,2 0,45 3/4'' 1,60 3,0 2,6 5,6 6,6 0,180 1,008 5,542 c-d 0,5 1,7 0,39 3/4'' 1,40 3,0 2,6 5,6 9,6 0,15 0,840 8,710 d-e 0,5 1,2 0,33 3/4'' 1,20 3,0 2,6 5,6 12,6 0,110 0,616 11,984 e-f 0,7 0,7 0,25 3/4'' 0,85 3,9 1,4 5,3 16,5 0,065 0,3445 16,1555 l 136 AQ5 AQ6 a-b 0,5 2 0,45 3/4'' 1,30 6,9 5 11,9 3,6 0,180 2,142 1,408 b-c 0,5 1,5 0,42 3/4'' 1,20 3,0 2,6 5,6 6,6 0,160 0,896 5,654 c-d 0,5 1 0,36 3/4'' 1,10 3,0 2,6 5,6 9,6 0,11 0,616 8,934 d-e 0,5 0,5 0,3 3/4'' 1,00 3,0 1,4 4,4 12,6 0,085 0,374 12,226 a-b 0,7 3,5 0,56 3/4'' 1,80 6,9 5 11,9 4,5 0,250 2,975 1,525 b-c 0,7 2,8 0,5 3/4'' 1,70 3,0 2,6 5,6 7,5 0,210 1,176 6,324 c-d 0,7 2,1 0,44 3/4'' 1,50 3,0 2,6 5,6 10,5 0,170 0,952 9,548 d-e 0,7 1,4 0,35 3/4'' 1,20 3,0 1,4 4,4 13,5 0,110 0,484 13,016 137 4.4.7 Cálculo da distância entre coletores. =ℎ×( ℎ = ) × *+, Onde: d = distância horizontal; h = obstáculo de altura; L = comprimento do coletor; k = fator relacionado à latitude; Senβ = inclinação ideal. ℎ = 100 × *+18° = 31 ;B = 31 × 0,8695 = 30 ;B Portanto, a distância entre baterias de coletores será de 27 cm e a altura de inclinação de 31 cm. Na distância entre baterias deve-se considerar espaço suficiente para que se realizem manutenções e limpeza dos coletores. Observações: • As tubulações do sistema serão de CPVC (policloreto de vinila clorado), material com todas as propriedades do PVC, porém com maior resistência à condução de líquidos sobre pressão e a altas temperaturas; • O reservatório térmico deverá ser instalado em local mais próximo possível dos pontos de uso de água quente para minimizar as perdas térmicas no percurso de consumo; • É necessário que de 06 em 06 meses seja feita uma lavagem nos vidros dos coletores e também uma drenagem de toda a água do sistema (através da abertura do registro ou da luva de união na parte inferior dos coletores) para que sejam 138 eliminadas as impurezas acumuladas na parte inferior do reservatório térmico e dos coletores originárias da própria água e do sistema de abastecimento público; • A lavagem do vidro deve ser feita sempre pela manhã, bem cedo, para evitar a quebra dos mesmos por choque térmico. Deve-se lavar utilizando-se vassoura de pelo e um pouco de sabão em pó; • A circulação de água pelos coletores e boiler será forçada e ocorrerá através de uma pequena bomba hidráulica, colocada entre o reservatório térmico e os coletores. Esse sistema é indicado para médias e grandes instalações, sendo necessária uma manutenção periódica em função dos sistemas elétricos e do desgaste de peças pelo movimento constante; • Para melhorar o conforto e garantir a continuidade de fornecimento de água quente, o reservatório térmico estará equipado com sistema de aquecimento complementar elétrico em circuito duplo (um operante e outro reserva), 3.500 watts, bifásico (220 V), acionados por termostatos de encosto pré-regulados (um operante e um reserva). Ver esquemas em ANEXO 10, 11, 12 e 13. 139 5. CONCLUSÕES. De acordo com os resultados obtidos nota-se que a análise conceitual de um projeto de instalações hidrossanitárias, constituído no todo ou em parte, contribui consideravelmente para a economia e sustentabilidade dos recursos naturais. É de ressaltar que a aplicação destas técnicas, à primeira vista, pareça agregar custos adicionais para implantação nas novas construções. Construtoras alegam que tornar uma edificação sustentável requer que os projetos adotem outros critérios, substituição de insumos, capacitação de mão de obra, entre outros aspectos. No entanto esta alegação de encarecimento na implantação destes sistemas seria repassada da construtora para o consumidor. Deve-se esclarecer que essa cultura tende a modificar, pois é tendência no mundo explorar os recursos naturais com moderação e de forma sustentável. Com a finalização do estudo, podemos enumerar as possíveis conclusões a seguir: • A elaboração de um projeto racional e o uso de peças economizadoras tende a encarecer o projeto em sua concepção, o retorno financeiro e ambiental será de longo prazo, ou seja, durante sua operação. • Considerando aproximadamente 30% de água servida que seria lançada nos corpos livres, volume médio do consumo residencial usado no banho familiar, pode-se avaliar que a utilização de água tratada para a limpeza do vaso sanitário é um grande equívoco. A reutilização das águas servidas é a solução racional e ecologicamente correta. Apesar da falta de normatização, o reúso de águas está prevista e sendo estimulado pela Política Nacional de Recursos Hídricos, como instrumento adicional de gestão. Em se tratando de reúso exclusivo das águas cinza o retorno de investimento pode chegar a 1,5 anos o que se configura um excelente incentivo de investimento para quem deseja estar na tendência de construir de forma responsável e sustentável. • O aproveitamento das águas pluviais, na captação dos edifícios e posterior reservação e tratamento, configura uma boa opção econômica e poderia amenizar os problemas das cidades como a falta de permeabilidade, falta de drenagem e a falta de rede coletora de águas pluviais. Apesar de não existir normas que estabeleçam parâmetros de uso das águas pluviais, vale lembrar que ao utilizarmos essas águas em limpezas e regas de jardim, descargas de vasos sanitários e uso industrial evita-se utilizar água tratada da rede pública, portanto outra forma sustentável de contribuir com o meio ambiente. 140 • O uso da energia solar para aquecimento de água nas residências é uma tecnologia mundialmente utilizada, sustentável e viável economicamente. A utilização desta fonte de energia é vantajosa por causar baixo impacto ambiental e ser capaz de suprir inúmeras necessidades, substituindo a energia elétrica ou de combustíveis fósseis. O Brasil por estar localizado numa região tropical, possui um grande potencial energético devido ao grande índice de insolação que recebe em seu território. Por este fato, deveria ser um país que utilizasse amplamente essa fonte de energia. O coletor solar custa mais caro do que o chuveiro elétrico, mas o preço é amortizado em aproximadamente 2 ou 3 anos de uso, a depender da região do país. A vantagem ainda é grande por considerar a economia que se fará pelo resto da vida. Diante destas conclusões vale lembrar de que essas iniciativas são tendências no mundo e devem ser transmitidas ao usuário ou consumidor na hora de adquirir seu imóvel. Na grande maioria das vezes o consumidor na hora de escolher seu imóvel não possui discernimento técnico para comparar uma obra convencional e outra sustentável, portanto deve-se explorar, através de programas de conscientização ou através de incentivos de âmbito governamental, que o que se pretende na verdade, além da economia que uma obra sustentável proporciona, é garantir o uso moderado e de forma sustentável os recursos naturais para garantia das futuras gerações. 141 REFERÊNCIAS ABRAVA. Manual de Capacitação em Projetos de Sistemas de Aquecimento Solar. Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.forumclima.pr.gov.br/arquivos/File/manual2008.pdf >. Acesso em: 27 mar. 2012. ALLOS, B.; TAYLOR, D. Campylobacter Infections. In: EVANS, A (Ed.). Bacterial Infections of Humans. New York. 1998. AMBIENTE ÁGUA. Legislação e Normatização do Reúso da Água. Conteúdo on line, Curitiba PR, 2010a. 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APARELHO SANITÁRIO – componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos (na maioria das vezes pertence à instalação predial de esgoto sanitário). Incluem-se bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros. APARELHOS ECONOMIZADORES – funcionam com vazão reduzida e/ou evitam o desperdício se comparado aos componentes convencionais, ou seja, apresentam uma maior eficiência hídrica em relação aos convencionais. AQUEDUTO – Canal subterrâneo ou fora do solo, para conduzir água de um lugar para outro. ATIVIDADES ANTRÓPICAS – relativo à humanidade, à sociedade humana, à ação do homem. Refere-se à ação do homem na natureza. BACIAS DE RETENÇÃO – que retém parte da água em condições normais sem escoamento. BARRILETE – tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. BEIRAL – última fileira de telhas que forma a aba do telhado, constituindo a parte avançada deste sobre o corpo do edifício. Tem a finalidade de provocar a queda das águas pluviais (águas da chuva) de modo que estas não escorram pela fachada do edifício ou residência. CAIXA COLETORA – caixa onde se reúnem os efluentes líquidos, cuja disposição exija elevação mecânica. CAIXA DE DESCARGA – dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado às bacias sanitárias e mictórias destinados a reservação de água para suas limpezas. 149 CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO (CDt) – caixa destinada a receber esgoto e distribuí-lo uniforme e proporcionalmente à vazão afluente, de modo a manter descargas efluentes próximas de grandezas preestabelecidas. CAIXA DE GORDURA – caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma. CAIXA DE INSPEÇÃO – caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direções das tubulações. CAIXA DE PASSAGEM (CPs) – caixa dotada de grelha ou tampa cega destinada a receber água de lavagem de pisos e afluente de tubulação secundaria de uma mesma unidade autônoma. CAIXA RETENTORA (CR) – dispositivo projetado e instalado para separar e reter substâncias indesejáveis às redes de esgoto sanitário. CAIXA SIFONADA – caixa dotada de fecho hídrico, destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto. CALHA – canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de destino. CAVALETE – é constituído pelo medidor de consumo, também pertencente à concessionária, e o registro geral da água fria, este já pertencente ao usuário. CICLO HIDROLÓGICO – processo de circulação das águas da Terra, que inclui os fenômenos de evaporação, precipitação, transporte, escoamento superficial, infiltração, retenção e percolação. COLETOR PREDIAL – trecho de tubulação compreendido entre a fossa séptica e o coletor público. COLETOR PÚBLICO – tubulação da rede coletora pertencente ao órgão público que recebe contribuição de esgoto dos coletores prediais. COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais. COLUNA DE VENTILAÇÃO – tubulação vertical que se prolonga além do telhado, cuja extremidade superior é aberta à atmosfera, destinada a ventilar sifões sanitários. CONJUNTO ELEVATÓRIO – sistema para elevação de água. CONSUMO DIÁRIO – valor médio de água consumida num período de 24 horas em decorrência de todos os usos do edifício no período. DADOS PLUVIOMÉTRICOS – informações relativas às precipitações em determinadas regiões. 150 DBO – Demanda bioquímica de oxigênio. É a determinação da quantidade de oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microrganismos na oxidação bioquímica da matéria orgânica. DIÂMETRO NOMINAL (DN) – número que serve para designar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada produto. DISTRIBUIDOR – tubulação pública de distribuição de água. DUTO: espaço fechado projetado para acomodar tubulações de água e componentes em geral. EFLORESCÊNCIA – são depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície do revestimento, como piso (cerâmicos ou não), paredes e tetos, resultantes da migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. ESGOTO SANITÁRIO – despejo proveniente do uso da água para fins higiênicos. EXTRAVASOR OU LADRÃO – tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de água dos reservatórios. FOSSA SÉPTICA – unidade de sedimentação e digestão, de fluxo horizontal e funcionamento contínuo, destinada ao tratamento primário do esgoto sanitário. GALERIAS PLUVIAIS – tubo, geralmente subterrâneo, usado para transportar o escoamento de águas pluviais. GOLPE DE ARÍETE – a variação extrema na pressão em um tubo, causada por uma parada abrupta no escoamento. HIDRÔMETRO – aparelho destinado a medir o consumo de água predial ou a razão que passa em determinado ponto da rede de alimentação. INSTALAÇÃO ELEVATÓRIA – sistema destinado a elevar a pressão da água em uma instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de abastecimento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto. Inclui também o caso onde um equipamento é usado para elevar a pressão em pontos de utilização localizados. INSTALAÇÃO HIDROPNEUMATICA – conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos destinados a elevar a água para o reservatório de distribuição. INSTALAÇÃO PREDIAL – sistema composto por tubos, reservatórios, peças de utilização, equipamentos e outros componentes, destinados a conduzir água da fonte de abastecimento aos pontos de utilização. LIGAÇÃO HIDRÁULICA – arranjo pelo qual se conecta a tubulação ao reservatório domiciliar. LIMITADOR DE VAZÃO – dispositivo utilizado para limitar a vazão em uma peça de utilização. 151 MACRODRENAGEM – é a retirada do excesso de água do solo, acumulada em áreas relativamente grandes. MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA – metodologia usada para a redução do desperdício domiciliar, pois permite que cada um conheça o seu consumo e pague proporcionalmente ao mesmo. METAHEMOGLOBINEMIA INFANTIL – doença originada da alta concentração de nitratos na água. METAL SANITÁRIO – expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes do gênero: torneiras, registros de pressão, gaveta, etc. MÉTODO DE HUNTER – método probabilístico, função de distribuição de probabilidades considerada por Hunter. MÉTODO DETERMINÍSTICO – Modelo no qual o estado de um sistema é definido por causas que se podem determinar e identificar e descrito adequadamente sem recorrer a elementos probabilísticos. MÉTODO PROBABILÍSTICO – Exige que cada elemento da população possua determinada probabilidade de ser selecionado. NÍVEL OPERACIONAL – nível atingido pela água no interior da caixa de descarga, quando o dispositivo da torneira de boia se apresenta na posição fechada e em repouso. PEÇA DE UTILIZAÇÃO – componente na posição a jusante do sub-ramal que, através de sua operação (abrir e fechar), permite a utilização da água e, em certos casos, permite também o ajuste da sua vazão. PERDA DE CARGA – causada pela perda de energia conforme a água em turbulência entra no tubo mais restritivo. PERÍODO DE RETORNO – número médio de anos entre dois eventos de chuva que igualam ou excedem um dado numero de precipitação sobre uma determinada duração. PIA DE DESPEJO – aparelho sanitário destinado a receber esgoto que contenha resíduos sólidos recolhidos em recipientes portáteis. PLATIBANDA – designa uma faixa horizontal (muro ou grade) que emoldura a parte superior de um edifício e que tem a função de esconder o telhado. PONTO CRÍTICO – geralmente o ponto de encontro entre barrilete e a coluna de distribuição. PRESSÃO DE SERVIÇO – é a pressão máxima a que se pode submeter um tubo, conexão, válvula, registro ou outro dispositivo quando em uso normal. PRESSÃO DINÂMICA – É a pressão verificada quando a água está em movimento, que pode ser medida também através de um manômetro. 152 PRESSÃO ESTÁTICA – Pressão da água quando ela está parada dentro da tubulação. O seu valor é medido pela altura que existe entre, por exemplo, o chuveiro e o nível da água no reservatório superior. PRUMADAS DE DESCIDA – também conhecida por prumada hidráulica, usada na construção civil, à prumada hidráulica indica a “subida” ou “descida” de uma tubulação hidráulica ou hidrossanitaria. RAMAL - tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. RAMAL DE DESCARGA – tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos sanitários. RAMAL DE ESGOTO – tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector. RAMAL DE VENTILAÇÃO – tubo ventilador que interliga o desconector, ou ramal de descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação ou tubo ventilador primário. RAMAL PREDIAL – tubulação compreendida entre o colar de tomada e o hidrômetro. RECALQUE – elevação de água da bomba ao reservatório superior. REDE DE DISTRIBUIÇÃO – conjunto de tubulações e acessórios destinados a fornecer água aos consumidores, de forma adequada, em quantidade e pressão recomendadas. REDE PÚBLICA DE ESGOTOS SANITÁRIOS – conjunto de tubulações pertencentes ao sistema urbano de esgoto sanitário diretamente controlado pela autoridade pública. REDUTOR DE VAZÃO – pequena peça de plástico que é colocada na torneira antes da instalação, para reduzir o fluxo de água sobre pressão. REGIME DE ESCOAMENTO – diz respeito, em mecânica dos fluidos, como os fluidos se comportam em relação a diversas variáveis. REGISTROS DE GAVETA – E usado como registro geral de instalações. RESERVATÓRIO DE ÁGUA COMUNICANTE – O sistema de distribuição de água, numa cidade, baseia-se no princípio dos vasos comunicantes: o reservatório central é localizado na parte mais alta da cidade. Mediante um sistema de canos, válvulas, caixas e torneiras tem-se água disponível nas pias, chuveiros etc. RESERVATÓRIO INFERIOR – reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação elevatória. RESERVATÓRIO SUPERIOR – reservatório ligado ao alimentador predial à tubulação de recalque e destinado a alimentar a rede predial de distribuição. RESTRITORES DE VAZÃO – o mesmo que redutor de vazão. 153 RETROFIT – termo em inglês “reforma”, usado entre construtores, arquitetos e decoradores, com o sentido de customizar, adaptar e melhorar os equipamentos trazendo melhor conforto, economia e estética as construções antigas REÚSO – uso de água residuária ou água de qualidade inferior tratada ou não. SEDIMENTAÇÃO – processo de sedimentação, pela ação da gravidade, de material suspenso, levado pela água, água residuária ou outros líquidos. SEGREGAR EFLUENTE – é a separação de efluentes que possuem características de tratabilidade diferentes ou com concentrações poluidoras diferentes. SEPARAÇÃO ATMOSFÉRICA – distância vertical, sem obstáculo e através da atmosfera, entre a saída da água da peça de utilização e o nível de transbordamento dos aparelhos sanitários, caixas de descargas e reservatórios. SIFÃO (S) – desconector destinado a receber efluentes da instalação de esgoto sanitário. SISTEMA DE ABASTECIEMNTO – rede publica ou qualquer sistema particular de água que abasteça a instalação predial. SISTEMA DE RECALQUE – saída, que conduz a água energizada pela bomba até o reservatório superior. SUBCOLETOR – tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto. SUB-RAMAL – tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização. SUCÇÃO – elevação de água do reservatório inferior até a bomba. SUMIDOURO – cavidade destina a receber efluente de dispositivo de tratamento e a permitir sua infiltração no solo. SURFACTANTES – composto caracterizado pela capacidade de alterar as propriedades superficiais e interfaciais de um líquido. SUSTENTABILIDADE – qualidade, característica ou requisito do que é sustentável. SUSTENTABILIDADE HÍDRICA – na abordagem ambiental é um requisito para que os ecossistemas permaneçam iguais a si mesmos, assim com os recursos hídricos podem ser utilizados somente com reposição e/ou substituição evitando sua depleção, de maneira a manter o equilíbrio. TIPO DE ABASTECIMENTO – forma como o abastecimento do ponto de utilização é efetuado. Pode ser tanto direto, quando a água provém diretamente da fonte de abastecimento, como indireto, quando a água provém de um reservatório existente no edifício. TORRES DE RESFRIAMENTO – dispositivo de remoção de calor usado para transferir calor residual de processo para a atmosfera. As aplicações mais comuns incluem o resfriamento da 154 água que circula nas refinarias de petróleo, indústrias químicas, estações de energia e refrigeração do edifício. TRECHO – comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação e a ultima conexão da coluna de distribuição. TUBO DE QUEDA – tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga. TUBO VENTILADOR – tubulação ascendente destinada a permitir o acesso do ar atmosférico, ao interior das colunas de distribuição, para evitar subpressões nesses condutos. TUBULAÇÃO – conjunto de componentes basicamente formados por tubos, conexões, válvulas e registros, destinados a conduzir a água. TUBULAÇÃO APARENTE – tubulação disposta externamente a uma parede, piso, teto ou qualquer outro elemento construtivo. Permite total acesso para manutenção. Pode estar instalada em galerias de serviço. TUBULAÇÃO DE AVISO – tubulação destinada a alertar os usuários que o nível da água no interior do reservatório alcançou um nível superior ao máximo previsto. Deve ser dirigida para desaguar em local habitualmente observável. TUBULAÇÃO DE EXTRAVASÃO – tubulação destinada a escoar o eventual excesso de água de reservatórios onde foi superado o nível de transbordamento. TUBULAÇÃO DE LIMPEZA – tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório, para permitir sua limpeza e manutenção. TUBULAÇÃO DE RECALQUE – tubulação compreendida entre o orifício de saída da bomba e o ponto de descarga no reservatório de distribuição. TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO – tubulação compreendida entre o ponto de tomada no reservatório inferior e o orifício de entrada da bomba. TUBULAÇÃO PRIMÁRIA – tubulação à qual tem acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. TUBULAÇÕES APARENTES – tubulação imobilizada com elementos de fixação adequados. UNIDADE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO (UHC) – fator numérico que representa a contribuição considerada em função da utilização habitual de cada tipo de aparelho sanitário. USO DOMÉSTICO DA ÁGUA – uso da água para atender às necessidades humanas, ocorrentes em edifício do tipo residencial; entre elas incluem-se aquelas atendidas por atividades como: preparação de alimentos, higiene pessoal, cuidados com roupas e objetos domésticos, cuidados com a casa, lazer e passatempo e outros como combate ao fogo e manutenção de instalações prediais. 155 VÁLVULA DE DESCARGA – válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-ramal de alimentação de bacias sanitárias ou mictórios, destinada a permitir a utilização da água para suas limpezas. VÁLVULA DE ESCOAMENTO UNIDIRECIONAL (VÁLVULA DE RETENÇÃO) – válvula que permite o escoamento em uma única direção. VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO – válvula aplicada a uma tubulação para reduzir a pressão. VASO SANITÁRIO (VS) – aparelho sanitário destinado a receber exclusivamente dejetos humanos. VAZÃO DE PROJETO – valor de vazão, adotado para efeito de projeto, no ponto de utilização ou no ponto de suprimento. No caso de ponto de utilização, corresponde à consolidação de um valor historicamente aceito, referente ao maior valor de vazão esperado para o ponto. 156 ANEXOS ANEXO 1 – ESQUEMA DOS RESERVATÓRIOS SUPERIOR E INFERIOR. ANEXO 2 – COLUNAS DE DISTRIBUIÇÃO – ÁGUA FRIA. ANEXO 3 – DETALHE DO BARRILETE. ANEXO 4 – ISOMÉTRICOS – ÁGUA FRIA. ANEXO 5 – ESQUEMA DOS RESERVATÓRIOS E COLUNAS – ÁGUA DE REÚSO. ANEXO 6 – ESQUEMA DE RECOLHIMENTO – ÁGUA DE REÚSO. ANEXO 7 – ISOMÉTRICOS – ÁGUA DE REÚSO. ANEXO 8 – ÁREA DE CAPTAÇÃO – ÁGUAS PLUVIAIS. ANEXO 9 – TUBO DE QUEDA E RESERVATÓRIO – ÁGUAS PLUVIAIS. ANEXO 10 – VISTA COBERTURA – SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA. ANEXO 11 – COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO – ÁGUA QUENTE. ANEXO 12 – ESQUEMA – SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO ÁGUA FRIA E QUENTE. ANEXO 13 – ISOMÉTRICOS – ÁGUA QUENTE. ANEXO 14 – ESQUEMA VERTICAL – TUBOS DE QUEDA – ESGOTO. Obs. Pranchas produzidas por AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT. 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Coletor Sub. Coletor DN 50 mm DN 75 mm DN 60 mm To To Pia Sub. Coletor Caixa de Gordura - CGS Sub. Coletor To DN DN 100 mm 100 mm m m DN 100 mm Bs Lv Tq 0 D Bs Lv Bs Lv Bs Lv Pia 10 Caixa de Gordura - CGS mm DN 100 mm DN 60 mm To To Bs Lv DN 00 N1 Bs Lv DN 75 mm DN 50 mm Pia DN 100 mm Bs Lv Tq DN 60 mm Pia DN 100 mm Bs Lv DN 100 mm DN 60 mm TQ 4 PVC Bs Lv Sub. Coletor 10 0 Tubo Ventilador Primario DN 100 mm DN 60 mm DN 50 mm DN 100 mm Tubo de Tubo Ventilador Primario Tubo de Tubo Ventilador Primario Tubo de DN 60 mm Tubo de Queda TV 4 PVC Pia To DN Tubo de Queda TQ 6 PVC TV 6 PVC Bs Lv Tq Bs Lv Tq Caixa de TQ 5 PVC PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT Tubo de Queda TV 5 PVC TQ 2 PVC Caixa de PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT Cobertura TV 2 PVC DN 75 mm TQ 1 PVC TV 1 PVC