SEGURANÇA DO PACIENTE: DESAFIO PARA A ENFERMAGEM
Autores: Almerinda Luedy, Daniela Figueiredo Silva, Daniela Otero Barreiro,
Kelly Ferreira Lima, Elisa França Ribeiro, Ana Regina Nogueira, Maria
Auxiliadora L. M. Dias.
Introdução
A Segurança do paciente é uma questão de grande relevância para as
instituições de saúde em todo o mundo. Diante dos inúmeros registros de erros
e eventos adversos com os pacientes, instituições de saúde vêm adotando
estratégias, mecanismos, ações e políticas que visem minimizá-los e garantir a
qualidade e segurança do cuidado prestado. Para isso, a Joint Commission
Internacional (JCI) certifica instituições de saúde, que participem do processo
de acreditação hospitalar. Dentre os diversos aspectos abordados neste
processo, destacam-se as seis metas internacionais de segurança do paciente
com a finalidade de promover melhorias, reduzir risco de erros e eventos
adversos e garantir a qualidade do cuidado e segurança do paciente. Vale
salientar que a participação da equipe de enfermagem é fundamental para a
garantia da segurança do paciente, visto que esse é o profissional
responsávelpelo cuidado direto ap paciente.
Objetivo
Analisar o papel da enfermagem para assegurar as metas internacionais de
segurança do paciente.
Metodologia
Revisão de literatura com abordagem qualitativa. Este estudo teve sua coleta
de dados no período de junho de 2011 a junho de 2014. As análises dos
achados foram realizadas à luz do Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar
da Joint Commission Internacional (JCI) e de artigos científicos pertinentes ao
tema.
Resultados
No processo de Acreditação da JCI, a avaliação do cumprimento das seis
metas de segurança do paciente, é uma das maneiras de se avaliar e monitorar
o andamento do processo na instituição envolvida. Neste estudo, os achados
observados foram decorrentes de ações em todas as seis metas de segurança
do paciente, descritas a seguir:
Meta 1. Identificar os pacientes corretamente: Supervisionar, treinar e
monitorar a utilização correta da pulseira de identificação do paciente. Orientar
a equipe quanto aos dois identificadores padronizados na instituição.
Questionar ao paciente seu nome completo antes de administrar
medicamentos, sangue ou hemoderivados, antes realizar procedimentos e
confirmar com os dados contidos na pulseira. Orientar pacientes e familiares da
importância da pulseira. Verificar a localização adequada em criança e adulto.
Checar a cor adequada da pulseira quanto ao risco assistencial. Providenciar a
reposição em caso de danoà pulseira. Realizar rodízio em local de colocação
da pulseira, se houver necessidade. Verificar rotineiramente a integridade das
informações contidas na pulseira, da pulseira e do membro que a mesma está
colocada.
Meta 2. Melhorar a comunicação efetiva:Promover uma comunicação
precisa, completa, sem ambiguidade, compreendida pelo receptor. Qualidade
nos registros das ações de enfermagem. Transmitir informações completas
sobre e para o paciente. Registrar informações do paciente em impressos
próprios com todas as identificações necessárias (data, nome do informante,
hora e resultado do exame). Nas prescrições ou resultados de exames por
telefone (caso de emergência) deve “ler de volta”, anotar e confirmar a
informação, além de assegurar a prescrição médicapara checagem posterior.
Meta 3. Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância (MAV):
Dispor de listas das medicações de alta vigilância no serviço, visível a todos.
Capacitar a equipe de enfermagem quanto ao uso, doses, interações, reações
adversas. Promover o gerenciamento dos medicamentos de forma eficaz
(padronização, introduzir barreiras). Realizar a dupla checagem desde o
preparo até a administração dos medicamentos. Remover eletrólitos
concentrados das unidades. Segregar os medicamentos de alta vigilância e
separar os psicotrópicos. Identificar ampolas com etiquetas de alerta. Verificar
se os MAV estão com a rotulagem adequada. Revisar continuamente a
padronização de medicações. Instituir a dupla conferência dos medicamentos.
Monitorar com indicadores as reações e erros e implementar ações de
melhoria.
Meta 4. Assegurar cirurgia com local de intervenção correto,
procedimento correto e paciente correto: Acompanhar a marcação do local
da intervenção cirúrgica, do processo de verificação pré-operatória e do time
out antes da cirurgia. Utilizar o sistema “checklist” (equipe presente,
documentos, equipamentos, medicamentos e recursos necessários) antes e
após o procedimento. Preencher o impresso de checagem pré-operatória.
Conferir a marcação da lateralidade com o paciente e os documentos do
paciente.A marcação cirúrgica deve ser clara e visível. Conferir os
identificadores do paciente na pulseira. Manter educação continuada com a
equipe envolvida.
Meta 5. Reduzir o risco de infecções associados aos cuidados de saúde:
Identificar, notificar e investigar os surtos e infecçõeshospitalares.Supervisionar
o cumprimento das políticas de controle de infecção e promover a educação
permanente. Supervisionar a equipe quanto a higiene das mãoscomágua e
sabão e álcool a 70%. Mantercartazes educativos na unidade. Verificar
recursos disponíveis para o processode higienização. Orientar pacientes e
acompanhantesquanto a necessidade e importancia da higiene das mãos.
Seguir rigorosamente os passos para higiene correta das mãos.
Meta 6. Reduzir o risco de lesões ao paciente decorrente de quedas:
Avaliar e reavaliar, periodicamente, os pacientes com risco de queda. Manter o
paciente comidentificação de risco de queda (pulseira de outracor). Manter
grades dos leitos suspensas.
Mantervigilânciacontínua. Ficar atento à
iluminação do ambiente. Auxílio à locomoção. Monitorar os indicadores de
queda, identificando suas causas, analisando-as e intervindo, através de
medidas que reduzam/ minimizem as lesöes e consequênciasindesejáveis.
Educar os paciente e familiares quantoao risco de queda.
Conclusão
Aspectos como implementação de políticas institucionais de forma colaborativa,
educação permanente, mudança de cultura, de controle das notificações dos
erros e eventos adversos e melhoria dos processos, são essenciais para a
busca da qualidade do cuidado. O enfermeiro tem o desafio de promover ações
e papeis que possam garantir a segurança do paciente. Entretanto, precisa
estar consciente que quanto mais atento estiver para essa realidade de
controle e qualidade do cuidado, menor será a chance de eventos adversos,
erros e de complicações. Assim, através da implantação das seis metas
internacionais de segurança do paciente, o enfermeiro deve participar
ativamente do processo de Acreditação hospitalar, adotando estratégias,
motivando a equipe de enfermagem para garantir a qualidade do cuidado e
segurança do paciente.
Referências
1. CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO. Padrões de
acreditaçao da Joint Commission Internacional para hospitais, Rio de
Janeiro, 2010.
2. PEDREIRA , M.L.G, Enfermagem para a segurança do paciente, Sao
Paulo, 2009.
3. Ministério da Saúde (Brasil). Portaria N º 36, de 25 de julho de 2013.
Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá
outras providências. Diário Oficial da União 25 jul 2013.
4. OMS.
Dez
passos
para
a
segurança
do
paciente.COREN/RESBRAENSP, 2010.
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Segurança do Paciente: desafio para a enfermagem.