VARIAÇÃO GRAFEMÁTICA EM UM MANUSCRITO SETECENTISTA CEARENSE Cínthya da Silva Martins (UECE) [email protected] Expedito Eloísio Ximenes (UECE) [email protected] As atividades de leitura e edição de manuscritos antigos apresentam vários desafios. Um deles seria, por exemplo, comumente encontrar no texto, durante o processo de leitura e edição, duas ou mais realizações de um mesmo grafema. Essa variação grafemática, ou seja, essas distintas formas gráficas ou alógrafos usados em um escrito para representar uma mesma letra ocorre, em alguns casos, em razão do contexto em que o grafema se encontra inserido, se em posição inicial, medial ou final de uma sequência gráfica. Neste trabalho, examinamos as variações grafemáticas identificadas durante o processo de edição semidiplomática de um termo de entrega do século XVIII documentado na Câmara da Vila do Aquiraz, no Ceará. Tomamos como base para discussão teórica e análise dos dados trabalhos que tratam de aspectos paleográficos em manuscritos antigos (SPINA, 1977; MARQUES, 2002; XIMENES, 2004, 2009; ACIOLI, 2005; CAMBRAIA, 2005; ANDRADE, 2009; PROCÓPIO, 2010). Para nossa análise, recortamos e confrontamos amostras de sequências gráficas do manuscrito com ocorrência de alógrafos em contextos distintos. Esse tipo de análise possibilita a identificação do ductus de uma letra em suas distintas variações gráficas e módulos, o que tende a promover a familiaridade do editor com o estilo do escriba no momento da edição do manuscrito. Palavras-chave: Edição de texto. Grafema. Variação grafemática.