Pública FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM APRESENTAÇÃO Uma boa ideia pode nos ocorrer em um instante inusitado, num momento cotidiano ou inesperado, mas quase nunca ao acaso. O acaso é fruto da sorte, do acontecimento incerto para quem não faz acontecer. Diferente daquele clique, daquela luz que parece acender de repente em nossa mente. Essa luz, chamada inspiração, surge da vontade, da curiosidade, do olhar apurado para observar o cotidiano de forma peculiar e ainda criar novas possibilidades. Na Fundação São Francisco Xavier não é diferente. A cada dia encontramos colaboradores que lidam com processos que necessitam de aperfeiçoamento, determinados a fazer a diferença, em um ambiente propício à disseminação e aplicação de ideias eficazes para os processos organizacionais. O programa Práticas que Transformam ilustra bem essa iniciativa. Sua essência está na valorização da criatividade e inventividade dos colaboradores que lidam diretamente com processos, que promovem ações com resultados comprovados e que trazem melhorias para a instituição. O objetivo é estimular a produtividade e disseminar conhecimentos em equipe, sempre apostando nas competências e habilidades individuais dos colaboradores. Por meio desse trabalho, é possível demonstrar que nem sempre o aprimoramento das atividades depende de altos investimentos e que a simplicidade pode ser a chave de grandes resultados. Em três anos de programa, as ações inscritas foram avaliadas por segmentos e em momentos distintos. A cada trimestre foram escolhidos os destaques nas categorias “Saúde e Segurança”, “Educação” e “Administrativa”. E, ao final de cada ano, a premiação para as práticas reconhecidas pelos melhores resultados. Neste caderno você conhecerá algumas dessas iniciativas e os benefícios gerados aos colaboradores, clientes e à instituição. Nosso desejo é que o programa Práticas que Transformam continue sendo fonte para se compartilhar oportunidades grandiosas – dentro e fora da Fundação São Francisco Xavier –, fazendo do conhecimento uma ferramenta institucional permanente. Mais do que boas soluções, aqui está uma amostra de ideias inovadoras aplicáveis, capazes de continuar a inspirar outras e outras práticas que transformam nossa realidade. Um forte abraço, Luís Márcio Araújo Ramos Diretor-Executivo da FSFX e Usisaúde 5 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 6 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM ÍNDICE 08 HISTÓRICO DE BONS RESULTADOS 14 16 20 PRÁTICAS DA SAÚDE FISGA CAIXA CARRINHO MULTIUSO NO CTRS 23 PALESTRAS DE ORIENTAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS E PREVENÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER DILUIDOR DE ÁCIDO PERACÉTICO USO DO MEDICAMENTO SILDENAFIL NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE DO RECÉM-NASCIDO (HPPRN) 26 28 32 34 36 39 42 46 51 56 60 62 66 70 PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS ADAPTAÇÃO DE AMBULÂNCIA TIPO A (SUPORTE BÁSICO) PARA TIPO D (SUPORTE AVANÇADO) RETROFIT E AUTOMAÇÃO DAS LAVADORAS DO HOSPITAL MÁRCIO CUNHA MELHORIA DA EFICIÊNCIA COM GANHOS DE PRODUTIVIDADE DAS SECADORAS DE ROUPAS IMPERMEABILIZAÇÃO DE PISOS DOS APARTAMENTOS DA UNIDADE II DO HMC IMPLEMENTAÇÃO DE NOVA METODOLOGIA ORÇAMENTÁRIA QUEBRA DE PARADIGMAS NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DA FSFX REDUÇÃO DE CUSTOS APÓS ANÁLISE DO CONTRATO PARA COLETA, TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DO GRUPO D PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO PROJETO CUIDAR SARAU LITERÁRIO PROJETO GAIA 7 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM HISTÓRICO DE BONS RESULTADOS O programa Práticas que Transformam foi criado em 2010, e já acumula resultados suficientes para demonstrar que sua implantação tem valido a pena. Nesse período, foram inscritas 106 práticas, que seguem aplicadas e em pleno desenvolvimento por diversos colaboradores no dia a dia da instituição. nageados com troféus e medalhas e, ao final de cada ano, a melhor prática entre as finalistas recebe premiação em dinheiro. Mais que uma recompensa, o prêmio valoriza a inovação e o trabalho em equipe aplicados em uma solução, que poderá ser incorporada por outros setores, outras unidades de negócio da FSFX e até mesmo outras instituições públicas ou privadas. Práticas são ações simples, criativas, inovadoras e com resultados comprovados. São criadas e executadas por nossos colaboradores, estagiários, profissionais pró-labore e equipes de trabalho, com o objetivo de melhorar continuamente os processos, fortalecer os resultados e gerar aprendizado coletivo. • Motivar o benchmarking interno e externo, a fim de estimular a adaptação de novos conceitos à realidade e à cultura das unidades. • Contribuir com o desempenho das equipes e otimizar o uso de recursos institucionais e públicos. • Reconhecer seus colaboradores, inclusive estagiários, prólabore e equipes de trabalho. • Estimular a melhoria contínua de seus processos. • Promover o aprendizado organizacional. • Fortalecer resultados. E todo esse esforço é reconhecido. A cada período1, os autores dos trabalhos finalistas de cada uma das três categorias - administrativa, saúde e segurança, e educação - são home8 OBJETIVOS DO PRÁTICAS 1 O ciclo do programa é anual, com pré-seleções períodicas (trimestrais ou semestrais, variando com as regras do regulamento) que concorrem ao reconhecimento final. Exclusivamente em 2010, por ter iniciado o programa em agosto, apenas uma prática foi reconhecida. 2 É a busca das melhores práticas de mercado que conduzem ao desempenho superior. É visto como um processo positivo e proativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica, a fim de melhor realizar a mesma função ou outra semelhante. A esse processo de comparação de desempenho dá-se o nome de benchmarking. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Tatiane Weitzel Gomes Serafim Professora de Educação Infantil e Ensino Fund. I - Colégio São Francisco Xavier - Kátia Regina Campos Venâncio Auxiliar Administrativa - Usisaúde - Thamila Drumond de Alvarenga Lima - Cirurgiã-dentista - Centro de Odontologia Integrada - Rodrigo Antônio Francisco Martins - Técnico de Segurança do Trabalho - Superintendência de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente FLUXO DE AVALIAÇÃO E PREMIAÇÃO FOCO DO PROGRAMA produtividade, sem, contudo, perder em qualidade nos serviços realizados/prestados. Aberto a inscrições de todos os colaboradores, inclusive estagiários, profissionais pró-labore ou equipes de trabalho, e sem limite de práticas com resultados comprovados enviadas por participante, de 2010 a 2012 o programa reconheceu e premiou práticas que geraram resultados em três diferentes áreas: As práticas são focadas em mudanças que geraram resultados na estrutura da organização, nos processos ou para os clientes. Clientes: Práticas que trazem consigo um conjunto de resultados que se traduz no maior bem-estar dos clientes da FSFX e Usisaúde. Dizem respeito à humanização do tratamento, qualidade de vida e satisfação nas relações entre a instituição e seus clientes. • Práticas da Saúde e Segurança, abrangendo ações com foco na assistência ao paciente ou ao colaborador, seja na área Hospitalar, Saúde Suplementar, Odontológica ou Ocupacional. • Práticas da Educação, compreendendo ações voltadas para os processos do ensino regular ou de educação corporativa. Práticas Administrativas, incluindo ações relacionadas à organização e otimização das rotinas de trabalho. • Estrutura organizacional: Práticas relacionadas à melhoria do ambiente organizacional por meio da intervenção e modificação na organização do trabalho e do próprio ambiente, conforto, segurança, saúde ocupacional e bem-estar, trazendo consigo, como efeito secundário, a melhoria da segurança, a diminuição do retrabalho e a otimização de custos. Processos principais: Práticas relacionadas à melhoria das operações. Dizem respeito à otimização e melhoria do trabalho, com o desenvolvimento e incorporação de novas e melhores “formas de fazer”, visando a resolução de lacunas (problemas), a otimização de custos e a ampliação da As práticas são focadas em mudanças que geraram resultados na estrutura da organização, nos processos ou para os clientes. 9 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 1a ETAPA Avaliação pelo Comitê Externo (Pré-Seleção) 2a ETAPA Definição do finalista do período avaliado pelo Comitê Interno 3a ETAPA Definição do ganhador do ano pelo Comitê Interno •Avaliação de todas as práticas inscritas seguindo os critérios do GUTIB(1) e análise do conteúdo registrado no formulário de inscrição, por um Comitê Externo(2), composto por 3 profissionais. •Discrepâncias significativas(3) entre as pontuações atribuídas à mesma prática pelos avaliadores e participantes tem o veredicto final pelo Comitê Interno(4). •A coordenação do programa calcula a pontuação total do GUTIB (do inscrito e dos integrantes do Comitê Externo). •A coordenação encaminha ao Comitê Interno as 3 práticas melhor(es) de cada segmento para definição do finalista do período avaliado. •Os finalistas apresentam suas práticas durante a Oficina de Líderes(5). •O Comitê Interno analisa as práticas finalistas dos períodos de avaliação, por segmento, e define o ganhador do ano. Este ganhador receberá em definitivo o troféu do Ciclo e a premiação. (1) Ver significado da sigla na página 11. (2) O Comitê Externo é formado por convidados, preferencialmente profissionais do segmento de instituições regionais. (3) Neste programa, entende-se como discrepância significativa o desvio padrão maior ou igual a 3. (4) O Comitê Interno será formado por colaboradores da FSFX e Usisaúde indicados pela Diretoria Executiva. (5) As Oficinas de Líderes são encontros gerenciais, trimestrais, com foco no acompanhamento dos resultados, na integração das Unidades de Negócio e no aprendizado organizacional. 10 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (GUTIB) O programa Práticas que Transformam conta com um Comitê Interno, formado por colaboradores da FSFX e Usisaúde indicados pela Diretoria Executiva, e um Comitê Externo, composto por profissionais externos convidados. São eles os responsáveis por avaliar todas as práticas inscritas, seguindo critérios baseados na Gravidade, Urgência, Tendência, Impacto e Benchmarking (GUTIB). Gravidade: A prática é avaliada pela gravidade do impacto na segurança dos processos (técnicos ou administrativos), na imagem institucional, no cumprimento da legislação e dos compromissos estratégicos firmados pela FSFX e Usisaúde. As notas variam de 1 a 3, em que a gravidade em 1 é Baixa, em 2 é Grave e em 3 é Muito Grave. Urgência: A prática é avaliada em relação ao grau de urgência com que precisam ser enfrentadas as situações. As notas variam de 1 a 3, em que a urgência em 1 é Pouca, em 2 é Urgente e em 3 é Muito Urgente. ao seu impacto positivo e à extensão desse impacto na imagem institucional, na qualidade do serviço, na humanização do atendimento, na racionalização de recursos, no cumprimento dos compromissos firmados, entre outros. As notas variam de 1 a 3, em que o impacto em 1 é Baixo, em 2 é Médio e em 3 é Alto. Benchmarking: Avalia a prática quanto à facilidade com que ela pode ser replicada e quanto à sua aplicabilidade em outras unidades. As notas variam de 1 a 5, em que 1 é Baixo, 3 é Médio e 5 é Alto. Os comitês são responsáveis por avaliar todas as práticas inscritas, seguindo critérios baseados na Gravidade, Urgência, Tendência, Impacto e Benchmarking (GUTIB). Ao final, as notas atribuídas ao GUTIB são somadas e as práticas são classificadas, conforme abaixo: PONTUAÇÃO (SOMATÓRIO) CLASSIFICAÇÃO Maior ou igual a 48 A - Melhores Práticas Menor ou igual a 47 B - Boas Práticas Ideias, dúvidas e reclamações C - Desclassificadas Tendência: A prática é avaliada em relação à tendência de crescimento das situações. As notas variam de 1 a 3, em que a tendência em 1 é Baixa, em 2 é Média e em 3 é Alta. Impacto: A prática é avaliada quanto 11 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM COMITÊ EXTERNO - INTEGRANTES Marcus Vinícius Cotrim Árabe Paulo Rogério C. de Oliveira Márcia Rodrigues Moreira Engenheiro Metalúrgico e Mestre em Metalurgia Física pela UFMG. Engenheiro de Qualidade (CQE) certificado pela American Society for Quality (ASQ) desde 1988. Atua com assessoria/aconselhamento a empresas em prêmios de Qualidade (nacional, mineiro e regional) e como avaliador no prêmio ABRADEE/ETHOS – Responsabilidade Social em 2009-2010. Trabalhou como Especialista Técnico na Acesita/ArcelorMittal Inox Brasil (1985-2008), tendo como principais realizações: coordenação do Sistema de Gestão da Qualidade e Projetos de Melhoria Contínua, além de programas (implantação de políticas, redução de custos, TPM, TCO, benchmarking e outros); liderança da Equipe de BW - Coordenação de Gestão da Informação na implementação de 3 / SAP-R; liderança de planejamento estratégico e investimentos industriais; coordenação do Controle Estatístico de Processo e Certificação ISO, além de pesquisa operacional. Engenheiro Mecânico pela PUC-MG, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Especialista de Qualidade Pleno na Usiminas, professor do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Pitágoras/Ipatinga. Certified Reliability Engineer (CRE), Certified Quality Engineer (CQE) e Certified Quality Auditor (CQA) pela American Society for Quality. É certificado e atua como auditor líder em Sistema de Gestão Integrada (Qualidade, Meio Ambiente e Segurança). Participou do desenvolvimento de diversos projetos de melhoria da qualidade em processos e produtos, assistência técnica nas áreas de sistemas de medição, indicadores de desempenho e manutenção na Siderúrgica del Orinoco (SIDOR) – Venezuela. Autor dos módulos “Coletar e Sumarizar Dados, Capabilidade e Desempenho do Processo” do livro “Certificação em Engenharia da Qualidade, Curso Completo - Preparação para o exame ASQ/CQE" Fundac/Q&G Editora - BH 2011. Licenciada em História e Geografia. Pós-graduada em História do Brasil, Pedagogia Empresarial, Tecnologia da Educação e Didática do Ensino Superior. Na Rede Pitágoras, acumula funções de coordenadora do curso de Pedagogia, campus Ipatinga, instrutora das equipes de Lideranças e palestrante. Assessora pedagógica do Colégio Notre Dame de Lourdes – Cuiabá/Mato Grosso. Professora universitária. É também palestrante do Sesi Nacional e da Coach Brasil. Eduardo Ramos Ferraz Graduada em Administração pela UFLA. Pós-graduada em Gestão e Tecnologia da Qualidade pelo CEFET-MG. Atualmente atua como auditora líder das normas ISO 9001 e ONA na DNV e como instrutora do curso de Formação de Avaliadores ONA. Também presta consultoria para implantação de sistemas de gestão da qualidade baseados nas normas ISO, ONA e Boas Práticas de Fabricação. É professora de cursos de pós-graduação de disciplinas da área da Qualidade. Márcia Barroso Psicóloga Clínica e Organizacional pela PUC-MG. MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Mais de 25 anos de experiência como psicóloga organizacional, professora e coordenadora de cursos acadêmicos e de especialização. Consultora empresarial, instrutora e palestrante na área comportamental. Sócia-proprietária da Podium Consultoria em Recursos Humanos. 12 Farmacêutico-bioquímico, consultor Anvisa na RDC 302:2005, auditor da Det Norske Veritas (DNV) ISO, ONA e NIAHO e especialista em Gestão de Riscos. Márcio Wagner V. de Souza Engenheiro. Atua na Garantia da Qualidade da Usiminas. Maria do Carmo Paixão Rausch Médica pela UFMG, especialista em Pediatria e Epidemiologia. Conduziu a implantação da Programação Pactuada e Integrada Assistencial de 2003 a 2006 e coordenou a Central de Regulação Assistencial de Leitos de Minas Gerais de 2005 a 2011. Atualmente, é membro e diretora do Grupo Brasileiro de Acolhimento com Classificação de Risco. Célia Naves FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Silvio Custódio de Souza Júnior Antônio Lourenço Lêudson Lopes da Silveira Psicólogo Organizacional e do Trabalho, formado pela UFMG. Pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas e especialista em Didática do Ensino Superior. Coaching, membro fundador da ICF (International Coach Federation) capítulo São Paulo. Professor universitário. Consultor do Sebrae-MG. Sócio e consultor da Coach – gestão de talentos, com mais de 10 anos de experiência em consultorias e treinamentos nas áreas de Gestão de Pessoas e Gestão da Qualidade. Engenheiro Civil pela UFMG, MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mestre em Administração pela FUMEC. Trabalhou na Vale na área de Planejamento de Mina; foi consultor e instrutor na Fundação Christiano Ottoni (FCO) e Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG – atual INDG). Conduz a Tecsystem: gestão empresarial - especializada em assessorar grandes grupos empresariais em Estratégia, Cenários de Negócios, Balanced Scorecard e projetos especiais para otimização de resultados. Tem em sua formação acadêmica o curso MBA Executivo em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação João Pinheiro e Licenciatura em Letras. Atuou na área de Recursos Humanos da Usiminas por 34 anos, como instrutor na formação de menores aprendizes, instrutor de treinamento comportamental, Analista de planejamento de Recursos Humanos e Planejamento de Desenvolvimento de Pessoal. Atualmente atua como Coordenador Administrativo da Conveniada da Fundação Getulio Vargas para Ipatinga e região desde junho de 2009. Hernani Victor Engenheiro de Produção. Especialista em Gestão da Qualidade, atua há dez anos com implementação de Sistemas de Gestão de Qualidade, MASP, 5S e CCQ. Possui certificados como Auditor Líder ISO 9001 e ISO 14001 e é capacitado nos métodos de Gestão da Excelência, tendo atuado como avaliador no Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), avaliador sênior no Prêmio Mineiro da Qualidade (PMQ), avaliador sênior e instrutor das bancas examinadoras do Prêmio Regional de Qualidade Vale do Aço (PRQ VA), examinador líder da estadual e líder da etapa Brasil do MPE Micro e Pequenas Empresas, além de avaliador de congressos estaduais de CCQ pela União Brasileira para a Qualidade (UBQ). Anatércia Muniz M. Hoffmann Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela UFMG. Especialista em Gestão e Tecnologia da Qualidade pelo CEFETE-MG e em Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar pela PUC/MG. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFMG (Epidemiologia do uso do cateter venoso central em unidade de terapia intensiva neonatal). Doutorado em Ciências da Saúde, Infectologia e Medicina Tropical pela Faculdade de Medicina da UFMG (Linha de pesquisa: “Controle Epidemiológico e Gestão de Qualidade Hospitalar”). Auditora da Det Norske Veritas (DNV) ISO 9000 e ONA. Julio César Alvin Engenheiro, professor, especialista em gestão, auditor da qualidade pela ABCQ e ASQ. Diretor acadêmico da UNIPAC, Consultor da META CONSULTORIA S/C e conferencista. Participou da realização de mais de 30 auditorias em sistemas de gestão da qualidade, coordenou o MBA nas áreas de educação e saúde e o núcleo de Pós-graduação da UNIPAC, atuou como assessor de desenvolvimento da Fundação São Francisco Xavier e participou da implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade nas áreas de saúde e educação. Raquel Hatem Enfermeira chefe do Serviço de Diálise do Hospital Felício Rocho, de Belo Horizonte, e auditora externa pela DNV no processo de Acreditação Hospitalar. 13 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 14 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PRÁTICAS DA SAÚDE 15 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM FISGA CAIXA CICLO 2010 O dispositivo evita que o colaborador tenha contato direto com a caixa coletora de material perfurocortante, reduzindo o risco de acidentes e doenças ocupacionais. Redução do risco de acidentes e doenças ocupacionais Em ambientes hospitalares, a utilização, o manuseio e o descarte de agulhas e outros materiais classificados como perfurocortantes são frequentes pelas equipes de assistência. E tão importante quanto a correta utilização desse material é o seu transporte nas caixas coletoras, a fim de preservar a segurança de quem as recolhe. Contudo, a possibilidade e até mesmo a ocorrência de acidentes com colaboradores encarregados por esta função alertaram uma equipe de colaboradores sobre o perigo. E ainda os inspiraram para a criação de uma nova prática a ser utilizada no dia a dia. O “Fisga Caixa” é um suporte metálico feito de material reaproveitado, com função semelhante a uma espécie de extensão do braço humano, que serve para pegar as caixas coletoras de materiais perfurocortantes do carro de transporte e colocá-las dentro do Abrigo de Resíduos Grupos A e E. Cleonice Mendes Medeiros Souza Auxiliar de Conservação e Limpeza 16 A partir da curiosidade, do olhar apurado e da capacidade criativa dos co- FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM FATOR PESSOAL OUTROS 9% 4% BATIDA CONTRA OBSTÁCULOS 13% laboradores Flávio Rodrigues da Silva (Segurança do Trabalho), Thiago de Souza Pereira (Higienização Hospitalar), Gilberto Leôncio Berbet Neto (Higienização Hospitalar), Paulo Roberto Moreira (Manutenção e Reparos) e Wanderson Alves de Oliveira (Manutenção e Reparos), o dispositivo elimina o contato direto do colaborador com o material a ser carregado, além de evitar que este tenha que abaixar dentro do carro para pegar as caixas no fundo. Assim, com uma engrenagem mecânica, regulável, basta “fisgar as caixas” com as hastes, uma medida que gera mais conforto e segurança, além de prevenir acidentes e doenças ocupacionais. QUEDA 17% Causas Acidentes Higienização 2010 39% PERFUROCORTANTES 9% 9% TORÇÃO PRENSAMENTO Atualizado em 17/12/2010 Total de Acidentes FSFX: 117 Total de Acidentes Higienização: 23 (representa 20% dos acidentes da FSFX) DESENVOLVIMENTO RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS Análise do acidente. Confecção do material. Treinamento prático (DDS - Diálogo Diário de Segurança) com os colaboradores da Higienização Hospitalar. • Implantação do Fisga Caixa na Unidade I do Hospital Márcio Cunha. • Aprimoramento e implantação do Fisga Caixa na Unidade II do Hospital Márcio Cunha. • Prevenção de acidentes e doenças osteomusculares. • Redução do risco de acidentes com materiais perfurocortantes para esta atividade. • Melhor conforto para o colaborador na execução da atividade. • Criação de dispositivo com reaproveitamento de materiais (baixo custo). • “Informar os trabalhadores sobre os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa” (NR1 – Ministério do Trabalho, item 1.7, alínea c, inciso II). • • • • Solução de melhoria da qualidade e segurança dos colaboradores sem aumento de custos e alinhada ao programa Otimizar para Sustentar3, cumprindo as recomendações de segurança das análises de acidentes e com apoio da gerência. • É possível apreender desta prática, aparentemente simples, a importância de buscarmos a cada dia formas de aprimorarmos não só nas práticas de trabalho, mas também nas práticas de vida e no trato com as pessoas. O Otimizar para Sustentar é um programa da Fundação São Francisco Xavier e Usisaúde que envolve todos os colaboradores e profissionais parceiros. Seus objetivos são evitar desperdícios, otimizar custos e despesas, contribuir com a preservação ambiental e melhorar os resultados institucionais. 3 17 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Gilberto Leôncio Berbet Neto Instrumentista de Manutenção Thiago de Souza Pereira Supervisor de Conservação e Limpeza 18 Wanderson Alves de Oliveira Eletricista de Manutenção FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM “A empatia com os colegas de trabalho, principalmente nas horas mais difíceis, nos permite fazer grandes coisas. Nossa lição aprendida é que pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença.” Thiago de Souza Pereira Supervisor de Conservação e Limpeza PRÊMIO PROTEÇÃO BRASIL 2011 O projeto Fisga Caixa, eleito pelo Práticas que Transformam como o ganhador entre os apresentados em 2010, foi escolhido pelo Prêmio Proteção Brasil 2011 como o melhor case brasileiro na categoria Ações Corretivas em Saúde e Segurança no Trabalho. Os autores da ideia foram convidados a apresentar o trabalho no 7º Seminário Proteção Brasil - Aprenda Com as Empresas Que Fazem Melhor, nos dias 10 e 11 de agosto de 2011, no Expo Center Norte, em São Paulo, paralelamente à Feira Expo Proteção 2011. Além do troféu recebido pela conquista durante o evento, o projeto foi publicado na Revista Proteção. O Prêmio Proteção Brasil de Saúde e Segurança do Trabalho visa reconhecer o esforço de empresas, instituições e profissionais na melhoria do ambiente de trabalho dos brasileiros, além de divulgar à sociedade as ações bem-sucedidas de melhoria nas condições de saúde e segurança do trabalho. 19 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM CARRINHO MULTIUSO NO CTRS (CENTRO DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA) CICLO 2011 CICLO 2011 Instrumento de trabalho adaptado e com quatro rodas, capaz de transportar os materiais necessários à assistência dos pacientes submetidos ao tratamento por hemodiálise. A assistência aos pacientes submetidos ao tratamento por hemodiálise exige diversos cuidados realizados a todo momento pelas equipes de Enfermagem. Em se tratando do Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) do Hospital Márcio Cunha, referência para toda a região Leste de Minas Gerais e por onde passam por semana 250 pacientes, em média, para realizar sessões de até quatro horas, o trabalho desses profissionais exige uma preocupação ainda maior quanto a agilidade e ergonomia. Parte do esforço desse trabalho era gasto no deslocamento frequente do colaborador para buscar os materiais necessários à assistência aos pacientes nos armários dos Postos de Enfermagem, gerando maior trabalho, tempo e mobilização de outros profissionais. Havia ainda outro 20 impacto negativo: o grande consumo de luvas descartáveis. Durante o atendimento, por exemplo, para evitar contaminação nos Postos de Enfermagem, era preciso que o colaborador descartasse suas luvas para buscar algum material nos armários e, em seguida, vestir novas luvas para dar continuidade aos trabalhos com o paciente. Pensando em reverter esse quadro, as colaboradoras Leyse Cristina Oliveira, Renata Alves Madeira, Sandra Felipa Souza, Marceli Marques Santos e Edna Pedroso Rocha de Pádua criaram um carrinho multiuso como instrumento de trabalho adaptado, capaz de transportar tais materiais e de fácil movimentação entre as poltronas que acomodam os pacientes durante as sessões de diálise. Aumento de 3,5% no número de atendimentos na unidade Empurrados por essa boa ideia vieram também os resultados positivos, como disponibilização de maior tempo do colaborador para a assistência, atendimento mais ágil e humanizado e um ambiente mais harmônico. Além disso, houve também a redução nos gastos com materiais, como luvas descartáveis, mesmo com o aumento de 3,5% no número de atendimentos na unidade. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM “A prática fortalece na equipe maior senso de organização e disposição de materiais em um mesmo local, melhorando a qualidade da assistência ao paciente. Atendimento rápido, seguro e humanizado, com redução do risco de acidente." Edna Pedroso Rocha de Pádua Gerente do Centro de Terapia Renal Substitutiva GASTO TOTAL COM LUVAS R$ 8.000,00 7.000,00 6.000,00 5.000,00 4.000,00 3.000,00 2.000,00 1.000,00 31,13% JAN FEV MAR ABR 2010 7.257,36 6.745,20 7.151,75 7.056,72 2011 Redução 4.920,96 2.336,40 4.405,28 2.339,92 5.051,20 2.100,56 5.049,44 2.007,28 NÚMERO DE SESSÕES ANO JAN FEV MAR ABR 2010 2.749 2.555 2.709 2.673 2011 2.796 2.503 2.870 2.869 3,3% Sandra Felipa G. Souza Técnica de Enfermagem Renata Alves R. Madeira Técnica de Enfermagem Edna Pedroso Rocha de Pádua Gerente do CTRS Leyse Cristina S. Oliveira Auxiliar de Enfermagem Marceli Marques S. Santos Técnica de Enfermagem 21 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM DESENVOLVIMENTO RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS Aquisição de 12 carrinhos, sendo 01 carrinho para atender 04 pacientes por turno. • Adaptação do suporte de descarpack no carrinho. • Redução de 40 para 12 bandejas utilizadas no auxílio ao procedimento. • Padronização dos materiais por número de sessões programadas no dia. • Apresentação e orientação da utilização do carrinho aos colaboradores. • Otimização dos processos dialíticos, com a centralização dos materiais necessários aos procedimentos por sessão de diálise. • Maior segurança aos pacientes, considerando que os colaboradores estão disponíveis para assistência em tempo integral. • Maior segurança aos colaboradores, com fácil acesso ao descarte de perfurocortante. • Controle de custos. • • Elevar a praticidade e a segurança nas atividades garante à equipe do CTRS uma assistência mais presente e de maior qualidade ao paciente. • A prática fortalece na equipe maior senso de organização e disposição dos materiais em um mesmo local. • O carrinho possibilita que o suporte de descarpack esteja perto do profissional, o que reduz consideravelmente o risco de acidente com perfurocortante. “Foi uma maravilha! O serviço está mais organizado e as meninas não precisam ficar pedindo ajuda para a colega quando o material acaba. Eu me sinto mais assistido. Parabéns para quem colocou esta ideia em prática.” Rui Barbosa 64 anos, paciente que faz hemodiálise há dois anos e meio 22 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PALESTRAS DE ORIENTAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS E PREVENÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER CICLO 2011 Abordando temas relevantes sobre a doença, as palestras são destindas a pacientes e acompanhantes da Unidade de Oncologia do HMC Os mitos e os medos de uma doença temida e inesperada assusta muitas pessoas quando ouvem falar sobre câncer. Além de estar entre as principais causas de morte da humanidade, a doença ainda traz à lembrança de muitos a representação de diagnóstico difícil, sofrimento e morte do paciente. Opinião esta compartilhada, principalmente, devido à falta de informações corretas sobre o assunto. Na tentativa de reverter esse quadro, a Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha investe na orientação e na desmistificação sobre o câncer. Em uma de suas práticas, uma equi- pe multidisciplinar formada pela assistente social Alcione Cruz Camilo e a farmacêutica Nelma Lagares Pinto, em toda última sexta-feira de cada mês, realiza palestras de orientação sobre os cuidados e prevenções no tratamento do câncer. A prática já acontece há três anos. O trabalho é direcionado a pacientes que estejam iniciando os procedimentos de quimioterapia ou radioterapia, aos familiares e aos acompanhantes, a fim de que recebam explicações sobre a doença, tirem suas dúvidas e sintam-se acolhidos pela instituição durante o tratamento. Isso é fundamental para elevar a autoestima dos participantes em um momento difícil, evidenciando que, em sua maioria, os casos de câncer podem ser curados e tratados adequadamente em sua fase inicial. É importante ressaltar que prevenção em câncer é reduzir a possibilidade do aparecimento de qualquer tipo da doença. Para tanto, as abordagens de temas como definição da doença, os cuidados com a medicação, tabagismo, alcoolismo, entre outros assuntos, são sugeridas pelos próprios participantes. Os encontros duram cerca de uma hora, com participação média de 30 pessoas por apresentação. 23 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Nelma Lagares Pinto – Farmacêutica Neste período, cerca de 150 pessoas participaram das palestras. 24 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 2% 2% 9% 19% Avaliação das Palestras ÓTIMO BOM Você indicaria a palestra a um amigo ou familiar? 72% NÃO SOUBERAM RESPONDER SIM NÃO 96% NÃO SOUBERAM RESPONDER DESENVOLVIMENTO RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS Programação. Desenvolvimento da temática conforme sinalizações percebidas em relatos de pacientes, familiares e acompanhantes. • Pacientes, familiares e acompanhantes na Unidade de Oncologia são convidados a participar das palestras, que acontecem em toda última sexta-feira de cada mês. • A duração de cada encontro é de uma hora, e dele participam assistente social e farmacêutica. Outros profissionais podem ser convidados. • Após a apresentação, é repassado um questionário de avaliação aos participantes, no qual eles avaliam a palestra, o palestrante e ainda dão sugestões de outros temas. • Maior conscientização sobre assun- • Mesmo não sendo inovadora, a prá- tos relativos à doença. • Incentivo ao processo de acolhimento e humanização dos pacientes, o que beneficia os trabalhos e a relação assistência x pacientes. • Por meio das palestras, foram identificados dois casos de acompanhantes que perceberam alguns nódulos e procuraram médicos para fazer acompanhamento e iniciar tratamento. tica não deixa de ser fundamental. Tem impacto alto na saúde dos pacientes, auxilia a medicina de prevenção (os acompanhantes podem participar) e é fácil a implantação em outras áreas. • O que fazemos hoje para os nossos pacientes é muito pouco, diante do muito que temos. Sempre aprendemos com eles a lutar, a sorrir, mesmo com tanta coisa modificando seu dia a dia. • • “A prática das palestras deve fazer parte das ações assistenciais. A melhora dos pacientes, o controle dos efeitos colaterais, a humanização do atendimento são parte integrante do planejamento da assistência.” Alcione Cruz Camilo Assistente Social 25 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM DILUIDOR DE ÁCIDO PERACÉTICO CICLO 2011 Utilizando materiais recicláveis, a equipe desenvolveu um balde com tampa adaptada de espátula de aço e acoplada a um cabo externo. O novo equipamento permite uma fácil movimentação do ácido peracético, solução tóxica utilizada na desinfecção do aparelho endoscópico, evitando contato direto do colaborador com o produto químico. O problema estava no contato direto e tempo de exposição com a solução durante o processo. Primeiro, o preparo por aproximadamente 15 minutos até a sua homogeneização e, depois, devido à quantidade de produto químico necessário para preenchimento dos tubos onde os aparelhos endoscópicos são imersos. Menor contato direto e tempo de exposição com a solução durante o processo 26 Para a realização de exames de endoscopia, broncoscopia e colonoscopia, é necessário realizar a desinfecção de alto nível do aparelho endoscópico. O equipamento é então imerso em uma solução de ácido peracético 2% durante 20 minutos. O ácido peracético é um esterilizante químico de alta eficácia antimicrobiana e de ação rápida, composto por ácido peracético gerado a partir de perborato de sódio monoidratado 50 gramas e atividador TAED (Tetracetil Etileno Diamina) 25 gramas. Para cada 10 litros da solução recomendada para desinfecção dos aparelhos, utiliza-se ácido peracético diluído na concentração de 2% (20 g para cada litro de água). Jaqueline Lopes Carvalho Técnica de Enfermagem FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Marcilene Werly Amorim Técnica de Enfermagem - Simone Francisco Silva Sena Técnica de Enfermagem Cássia Maria de Araújo Gerente Métodos Gráficos - Meirilaine Andrade Silva Enfermeira Hemoterapia Paulo Roberto Moreira Mecânico de Refrigeração RESULTADOS OBTIDOS Melhor homogeneização do produto. Segurança para a equipe profissional, diminuindo os riscos de acidente de trabalho. • Erradicação dos transtornos ocorridos pela inalação do produto durante a preparação do ácido peracético. • Satisfação dos colaboradores/pacientes que transitam próximo ao setor de exames endoscópicos. • • LIÇÕES APRENDIDAS Reaproveitamento de materiais recicláveis, com isenção de custos para a empresa. • Fortalecimento do trabalho em equipe. • Capacidade para desenvolver ferramentas para aperfeiçoamento de nossas atividades. • Valorização de ideias. • Por se tratar de um produto tóxico, o trabalho exige dos colaboradores o uso de equipamentos de proteção individual, como máscara, capote, luvas e óculos para manipulá-lo. Mesmo assim, por ser preparada em um balde aberto com uma espátula de fina espessura, a solução demonstrou alguns transtornos e riscos para a enfermagem durante sua diluição, como cefaleia e irritação nos olhos. A máscara foi então substituída por outros tipos de EPIs, porém isso não foi suficiente para evitar a inalação do produto. As pessoas que passavam próximo ao setor também se queixavam do cheiro forte e pediam solução para o problema. A resposta das colaboradoras Cássia Maria de Araújo, Marcilene Werly Amorim, Meirilaine Andrade Silva e Simone Francisco Silva (HMC - Métodos Gráficos), juntamente com o colaborador Paulo Roberto Moreira (Manutenção e Reparos), veio de forma simples e dinâmica. Utilizando materiais recicláveis, eles aproveitaram baldes que acondicionavam sabão e eram desprezados para desenvolver um recipiente com uma espátula feita de uma chapa de aço, adaptada à tampa. Acoplada a um cabo externo, a espátula permite fácil movimentação e agitação da solução, sem que haja exalação do produto. Com isso, os colaboradores não tiveram mais contato direto e exposição ao produto químico, eliminando as reações adversas como irritação nos olhos, cefaleia e mal-estar, além do odor característico da solução que pairava sobre a sala. 27 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM USO DO MEDICAMENTO SILDENAFIL NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE DO RECÉMNASCIDO (HPPRN) CICLO 2011 CICLO 2012 A mudança de atitude com adoção de recursos de baixo custo e fácil execução resultou em um aumento de 75% da sobrevida de bebês com hipertensão pulmonar na UTI Neonatal e Pediátrica do HMC Fazer mais, melhor e gastando menos. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica do Hospital Márcio Cunha, a evolução dos trabalhos medida nos últimos anos não se baseia na compra de novos equipamentos ou na aquisição de tecnologias de alto custo, e sim na mudança de atitude para adoção de práticas simples. Uma delas foi a atuação da equipe, liderada pelo médico Marcus Vinícius Alvim de Oliveira e pela enfermeira Jussara Cesária Rosa Batista, sobre a Hipertensão Pulmonar Persistente no Recém-Nascido (HPPRN), uma patologia grave 28 em bebês a termo (nascidos com 40 semanas de gestação) e que atrapalha a chegada de sangue no pulmão. A HPPRN decorre do aumento relativo da pressão na artéria pulmonar em relação à sistêmica e é uma das principais causas de óbito entre os recém-nascidos submetidos à ventilação mecânica. Sua incidência é variável, sendo a média estimada entre um e dois casos para cada mil neonatos. Até 2008, todas as crianças portadoras da HPPRN eram submetidas apenas à ventilação mecânica e aminas vasoativas. Melhoria na assistência e queda da taxa de mortalidade Com o custo elevado da substância mais utilizada no mercado para tratar esses casos, o Óxido Nítrico Inalatório1 (R$ 547 por dia), que necessitava ainda de controle ambiental e equipamento especial para sua administração e monitorização laboratorial, os profissionais pesquisa- FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Os trabalhos da equipe da UTI Neonatal e Pediátrica do HMC abrem espaço para aplicação de novas posturas e adoção de práticas simples que tragam bons resultados 29 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM ram por outro produto com a mesma eficácia e menor custo. Além disso, o Óxido Nítrico Inalatório não é coberto pelo Sistema Único de Saúde e em um terço dos casos de uso do medicamento, segundo pesquisas monitoradas pelo Ministério da Saúde, não foram observadas melhoras clínicas (Guia para os profissionais de saúde - Atenção à saúde do Recém-Nascido. vol.3, pág. 76. Ministério da Saúde, 2011). uso do Sildenafil (medicamento vasodilatador) mostrou-se o mais adequado. Na forma de cápsulas manipuladas de 1 mg, seu custo unitário é de R$ 0,50, equivalente a R$ 4 por dia. Sua administração passou a ser feita por meio de sonda orogástrica por seringa de 1 ml, com custo unitário de R$ 0,38, utilizado na dose de 0,5 mg/kg de peso a cada 6 horas após o diagnóstico ecocardiográfico da doença. A partir dessas análises e de outras opções terapêuticas disponíveis, o A UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital Márcio Cunha foi uma das primei- Economia de R$ 220 mil no tratamento para 100 pacientes ras no Brasil a aderir ao tratamento com Sildenafil, quando trabalhos iniciais com o medicamento começaram a ser publicados em revistas científicas especializadas, como o Journal Pediatrics e o Pediatrics Critical Care, apresentando resultados positivos. “O nosso objetivo não é simplesmente salvar vidas, mas salvar vidas com qualidade para integrar a criança à sua família em boas condições de convívio na sociedade.” Marcus Vinícius Alvim de Oliveira Pediatra e especialista em UTI COMPARATIVOS REFERENTES À HIPERTENSÃO PULMONAR 25 24 20 15 10 6 5 4 1 0 0 10 SEM. 2008 CASOS 3 1 20 SEM. 2008 ÓBITOS 3 1 10 SEM. 2009 1 20 SEM. 2009 2 4 0 10 SEM. 2010 4 1 20 SEM. 2010 2 10 SEM. 2011 2 0 20 SEM. 2011 1 0 10 SEM. 2012 TOTAL A mortalidade devido à HPPRN mantém-se em 25%, desde o início do uso do Sildenafil. O referencial histórico antes do uso do Sildenafil é de 100%. O Óxido Nítrico (NO) pode produzir diversas substâncias tóxicas. Na presença de oxigênio (O2) é oxidado em dióxido de nitrogênio (NO2), um gás altamente citotóxico que em solução aquosa é convertido em ácido nítrico e nitroso. O Instituto de Segurança Ocupacional e Administração de Saúde dos EUA fixa o limite de 5 ppm de exposição ao NO2 para os trabalhadores. 1 30 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM A enfermeira Jussara Cesária Rosa Batista e o médico Marcus Vinícius Alvim de Oliveira coordenam as ações da UTI Neonatal e Pediátrica DESENVOLVIMENTO Mesmo com o receio advindo das primeiras utilizações e as poucas evidências científicas para embasar a conduta na época, a equipe médica se reuniu para dar continuidade à ação, buscando, na prática, as melhores evidências para reduzir o índice de mortalidade por HPPRN. • Profissionais da UTI Neonatal e da Cardiologia Pediátrica ampliaram a discussão dos casos e a análise do método, formulando novo consenso de iniciar a medicação da patologia a partir do diagnóstico mais precoce possível. • Com a reavaliação do processo, foi possível observar ganhos na mortalidade por HPPRN na Unidade. De 2008 ao primeiro semestre de 2012, ocorreram 24 casos de HPPRN no Hospital Márcio Cunha, dos quais 18 sobreviveram. Um aumento de 75% de sobrevida dos pacientes. • • Implantação da prática do uso de Sildenafil em pacientes HPPRN a partir do diagnóstico da doença. LIÇÕES APRENDIDAS • RESULTADOS OBTIDOS Prática de baixo custo e fácil execução, com resultados satisfatórios. • Promoção da assistência de qualidade em todas as situações, mesmo com recursos limitados. • A prática nos traz a conclusão de que a busca por melhoria contínua, a implementação de recursos de baixo custo, de fácil execução e com resultados satisfatórios permitem promover uma assistência de qualidade, dentro da nossa realidade. 31 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 32 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS 33 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM ADAPTAÇÃO DE AMBULÂNCIA TIPO A (SUPORTE BÁSICO) PARA TIPO D (SUPORTE AVANÇADO) CICLO 2010 Instalação de painel elétrico e de bancada na ambulância de suporte básico para adaptação de equipamentos, possibilitando a transformação do veículo numa ambulância de suporte avançado. (Unidade de Terapia Intensiva - UTI) Em 2010, a Gerência de Logística do Hospital Márcio Cunha enfrentava um constante desafio. A alta demanda de viagens do veículo de suporte avançado - a chamada UTI móvel - entre Ipatinga e Belo Horizonte comprometia a Gerência de Logística frente ao atendimento às demandas locais das Unidades I e II do Hospital Márcio Cunha. Na ausência dessa ambulância, que conta com equipamentos que permitem cuidados médicos intensivos durante o transporte do paciente, a Logística contava apenas com veículos de suporte básico, que não possuem a estrutura necessária para a intervenção médica. 34 A fim de reverter esse quadro e garantir assistência de qualidade a um maior número de pacientes, um grupo de colaboradores composto por Gustavo Cristiano Soares Pontes (Logística), Bruno Régis Oliveira Queiroz (Logística), Elaine Cristina Ferreira Silva (Logística), Renato Mateus de Souza (Logística), Raimundo Aparecido da Silva (Manutenção), Márcio Bragança de Souza (Manutenção), Luiz Cláudio Benedito Júnior (Manutenção) e Nilvon Alves Nogueira (Manutenção) vislumbrou uma oportunidade de melhoria de trabalho e benefício aos clientes. Everton Domingues Neto Técnico de Enfermagem FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Maior segurança para o paciente e redução de custo com aquisição de uma nova UTI Móvel ANTES DEPOIS A equipe realizou um estudo prévio e adaptou nesses veículos equipamentos como painel elétrico e uma bancada, sem deixar de preservar o espaço interno. A medida possibilitou a transformação das ambulâncias de suporte básico em ambulâncias de suporte avançado (UTI), propor- cionando grandes vantagens. Entre elas, a ampliação dos atendimentos a um maior número de pessoas, maior segurança para o paciente e a redução de custo com aquisição de uma nova UTI Móvel (em torno de R$ 100 mil). “Incentivo à criatividade dos colaboradores para a solução de problemas dos processos internos.” DESENVOLVIMENTO RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS Identificação do problema x Análise de oportunidades / viabilidade. • Benchmarking com empresas de adaptação de ambulâncias. • Elaboração do projeto. • Instalação do painel elétrico com seis tomadas (12/110 volts e 3/110 volts); inversor de voltagem de 1.000 watts; bateria auxiliar de 100 amperes e sistema de inversão de carga para as baterias. • Desenvolvimento do dispositivo pela Gerência de Manutenção. • Validação pelos usuários. • Ampliação do escopo de atendimentos para situações que necessitem de mais de uma unidade de suporte avançado (UTI Móvel). • Redução do custo com aquisição de ambulância (R$ 100 mil). • Satisfação e segurança do cliente interno, quanto à disponibilidade de atendimento. • Redução da variabilidade no processo. • Mais segurança para o paciente internado que necessita do recurso. • • Gustavo Cristiano Soares Pontes Gerente Comercial Capacidade de adequação dos veículos e de adaptação a situações adversas. • Aprendizado com a própria prática. • Oportunidade de aplicação das ideias propostas por colaboradores. • Desenvolvimento das habilidades técnicas dos profissionais envolvidos. • Estímulo ao trabalho em equipe, aplicando conhecimento multidisciplinar. 35 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM RETROFIT E AUTOMAÇÃO DAS LAVADORAS DO HOSPITAL MÁRCIO CUNHA CICLO 2010 A prática padronizou e deixou o processamento de roupas do Hospital Márcio Cunha ainda melhor, além de contribuir para a redução dos custos de manutenção e aquisição de novos equipamentos. Thiago Junio Lopes Eletricista de Manutenção Júlio César Gomes Lima Mecânico de Manutenção 36 Em um hospital de grande porte com mais de 500 leitos, como o Hospital Márcio Cunha, os trabalhos de processamento de roupas atingem marcas expressivas. Só em 2011, foram 1.800.714 kg de roupas, uma média de 5.000 kg lavados e 15.000 peças de roupas distribuídas por dia. Todo esse processo é realizado por enormes e potentes máquinas lavadoras, e é justamente aí que entra a importância da prática desenvolvida pelos colaboradores Francisco Afonso Linhares, João Dimas Gonçalves, Júlio César Gomes Lima, Jésus Pascoal da Silva, Thiago Júnior Lopes, Sadraque Emeriando Silva Santos e José Vicente de Almeida, todos da Gerência de Manutenção e Reparos. O trabalho dos colaboradores da FSFX foi realizado em parceria com outra equipe de profissionais de uma empresa de automação prestadora de serviços. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Reforma e Modernização Sobrevida do Equipamento Custo x Benefício Aumento de Produtividade O retrofit* e automação das lavadoras são fundamentais para garantir a potência e o bom estado de conservação desses equipamentos. Foram realizados o retrofit e automação da lavadora nO 04, marca/modelo Sitec, com capacidade para processar 100 kg de roupa. E ainda, efetuada a automação da lavadora nO 02, mar- ca/modelo Yamato, com capacidade para processar 200 kg de roupa. A prática permitiu a padronização de atividades e deixou o processo mais confiável, contribuindo para a redução dos custos de manutenção e aquisição de novos equipamentos. A economia gerada foi de R$ 300 mil. *O termo “retrofit” significa reforma, mas com algumas particularidades. Tratam-se de mudanças num equipamento que, após avaliação de custos da modernização, da relação custo x benefício, da sobrevida do equipamento e do aumento de produtividade, são implementadas somente se forem mais vantajosas que os benefícios da aquisição de um novo. Economia gerada com o processo foi de R$ 300 mil Júlio César Gomes Lima Mecânico de Manutenção Marcelo Bouissou de Sousa Gerente de Logística João Dimas Gonçalves Supervisor de Manutenção Eletromecânica 37 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM DESENVOLVIMENTO RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS • Custo SITEC 100 KG • Como a estrutura básica principal (carcaça e cesto) estava íntegra na máquina, foi viável reformá-la em vez de adquirir uma nova. • Opção pelo retrofit e automação desta máquina realizada pela equipe de colaboradores da FSFX, em parceria com a equipe da empresa de automação local. • do retrofit da lavadora Sitec 100 kg: abaixo de 30% do valor de uma nova Sitec 100 kg e abaixo de 35% do valor de uma nova Yamato 200 kg. • Uso de eletrônica para implantação das receitas de operação a partir do controlador principal, com algoritmos (softwares), residentes em PLC e inversor de frequência (Sitec 100 kg). • Utilização de comunicação via rede (RTU MODBUS) para implantação da nova tecnologia (Sitec 100 kg). • Acionamento por inversor de frequência (Yaskawa) e uso de três polias (Sitec 100 kg). • Painel principal dotado de inversor de frequência e dois PLCs, do fabricante Panasonic, de maior capacidade computacional, programados em linguagem “Ladder” (Yamato 200 kg). • Rede de comunicação RTU Modbus, montada do lado limpo do processo (Yamato 200 kg). • Recuperação da carcaça com jateamento de areia e pintura eletrostática (Yamato 200 kg). • Balanceamento dinâmico do cesto (800 kg) e polia principal (70 kg) (Yamato 200 kg). • Substituição da saboneteira original por nova, fabricada de aço inoxidável, com dimensões maiores, dotada de cassetes para implementação de dosagem automática (Yamato 200 kg). 38 YAMATO 200 KG Repetição da experiência anterior em outro equipamento. • Procedimento agregou mais valor ao processo de lavagem, preparando o equipamento para entrada de água quente a partir da recuperação de energia do condensado de vapor. • Ganho ambiental, de produtividade e redução da dependência energética da Usiminas. • Desenvolvimento da capacidade criativa da equipe diante de um desafio técnico e financeiro. • Desenvolvimento dos conhecimentos acadêmicos e das habilidades dos profissionais, capacitando-os para tarefas mais elaboradas e fornecendo conhecimentos técnicos, até então, restritos aos fabricantes dessa categoria de máquinas. • Satisfação pelos resultados obtidos e preocupação com a constante manutenção e melhoria dos processos. • Aquisição de capacidade para enfrentar os momentos críticos mantendo sempre o espírito de equipe (corresponsabilidade). • Sentimento de agradecimento à Unidade de Lavanderia pela confiança depositada, reforçando os compromissos com ela. “Para nós, ficou um sentimento sadio de orgulho, típico dos vencedores que, diante dos desafios e problemas técnicos encontrados durante a realização destes trabalhos, os resolveram com sucesso.” Francisco Afonso Linhares Gerente de Manutenção e Equipamentos FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM MELHORIA DA EFICIÊNCIA COM GANHOS DE PRODUTIVIDADE DAS SECADORAS DE ROUPAS CICLO 2011 A medida implantada consistiu na troca dos motores de exaustão das três secadoras de roupas da lavanderia. A alteração proporcionou um ganho de dez minutos por ciclo de secagem. Ganho de 10 minutos por ciclo de secagem para roupas 100% algodão A Unidade de Processamento de Roupas da Unidade I do Hospital Márcio Cunha adquiriu mais agilidade e eficiência, com ganhos de produtividade, a partir de uma sugestão apresentada pelos colaboradores Marcelo Bouissou de Sousa, Francisco Afonso Linhares, Jésus Pascoal da Silva, João Dimas Gonçalves e Júlio César Gomes Lima, das Gerências de Manutenção e Processamento de Roupas. No processo de lavanderia, o cliente é, ao mesmo tempo, início e fim do processo, que inclui ainda o recebimento e a classificação das roupas sujas; lavagem, extração, secagem, acabamento, armazenagem e, por fim, distribuição da roupa limpa e pronta para uso. Daí a importância de garantir a funcionalidade dos equipamentos de cada fase, por meio de ações constantes e coordenadas de manutenção preventiva e corretiva. Além disso, outra medida relevante é a atualização da capacidade de produção de cada componente da linha, de forma a absorver eventuais picos ou aumento de demanda, sempre com foco na melhor relação custo x benefício. Seguindo esta linha, a prática da equipe da Manutenção consistiu na modificação técnica dos motores de exaustão das secadoras nOs 1, 2 e 3, marca Suzuki, modelo 350V. Os antigos motores de um cavalo e 1.750 RPM (Rotações Por Minuto) foram substituídos por outros mais potentes, com três cavalos e 3.500 RPM. Com isso, aumentou-se o fluxo de ar de secagem que passa pela serpentina a vapor, uma vez que os motores mais potentes possibilitaram puxar mais ar quente para as secadoras e eliminar a umidade com maior rapidez. Isso trouxe 39 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Júlio César Gomes Lima Mecânico de Manutenção Thiago Junio Lopes Eletricista de Manutenção 40 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM vantagens em produtividade para a área operacional, reduzindo gargalos oriundos do aumento crescente de demanda dos clientes pelos serviços de lavanderia e eventuais paradas de manutenção que reduzem momentaneamente a capacidade instalada. Como resultado concreto, a alteração proporcionou um ganho de 10 minutos por ciclo de secagem para roupas 100% algodão, o que represen- ta, aproximadamente, um aumento de 14 kg de roupa seca por hora. A melhoria da eficiência com ganhos de produtividade das secadoras de roupas demandou investimentos de R$ 2.190,00, valor bem inferior ao custo de um novo equipamento adquirido trabalhando 12 horas por dia, o equivalente a R$ 25 mil. RESULTADOS OBTIDOS LIÇÕES APRENDIDAS Ganhos de conhecimentos técnicos nas áreas de processo e manutenção. • Aumento da capacidade de inovação e trabalho em equipe das duas unidades envolvidas. • Superação de desafios, buscando garantir o fornecimento de serviços de lavanderia (rouparia hospitalar) com foco nos clientes. • Com este projeto, podemos afirmar que houve o ganho (virtual) de uma máquina secadora nova funcionando 12 horas por dia, a um custo equivalente a 2% em relação a uma nova aquisição. • Resposta rápida ao cenário de crescente aumento de demanda, sem previsão, à época, de investimentos na Unidade de Processamento de Roupas, o que levaria certamente a impactos negativos na área assistencial. • Aplicações • diretas de conhecimentos adquiridos ao longo da vida laboral no ambiente hospitalar. • Desenvolvimento da capacidade criativa diante de um desafio técnico e financeiro. • Desenvolvimento das habilidades dos profissionais de ambas as unidades, fugindo das tarefas rotineiras e buscando melhoria contínua de processo. • Satisfação pelos resultados obtidos e preocupação com a constante manutenção e melhoria dos processos (foco no cliente). • Agradecimento à instituição pela confiança depositada e oportunidade de ampliar e desenvolver novas habilidades. Aumento de 14 kg de roupa seca por hora “A certeza de que podemos fazer mais e melhor, correndo riscos com responsabilidade, desafiando nossos limites.” Marcelo Bouissou de Sousa Gerente de Logística 41 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM IMPERMEABILIZAÇÃO DE PISOS DOS APARTAMENTOS DA UNIDADE II DO HMC CICLO 2011 Implantada na área de Higienização Hospitalar, essa técnica, além de agilizar a higienização dos leitos, reduziu os custos com a limpeza e minimizou o esforço dos colaboradores no exercício da atividade. 42 Em toda grande empresa, o momento de crescer chega sempre acompanhado de um desafio: expandir os serviços prestados mantendo a mesma qualidade e sem elevar custos. No Hospital Márcio Cunha, a equipe de Conservação e Limpeza já provou que, no que depender dos colaboradores Ceninha de Jesus, Cleidiane Lima, Crislan Oliveira Miranda, Danúbia Reis da Silva, Edmar de Paula Gomes, Kênia Regina dos Santos, Maria Auxiliadora Bragança, Maria Barbosa Duarte, Rosineide Soares, Thiago de Souza Pereira e Zeni Ferreira de Amorim, essa máxima já faz parte do dia a dia de bons resultados da instituição. Cleidiane Lima de Souza Auxiliar de Conservação e Limpeza - Ceninha de Jesus Souza Auxiliar de Conservação e Limpeza Maria Barbosa Duarte Auxiliar de Conservação e Limpeza - Zeni Ferreria de Amorim Auxiliar de Conservação e Limpeza Rosineide Soares (com o troféu) Auxiliar de Conservação e Limpeza - Kênia Regina dos Santos Maria Auxiliar de Conservação e Limpeza Danúbia Reis da Silva Supervisora de Conservação e Limpeza - Thiago de Souza Pereira Supervisor de Conservação e Limpeza Crislan de Oliveira Miranda Supervisor de Conservação e Limpeza FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Em setembro de 2010, quando a Unidade II do hospital passou a contar com 10 novos apartamentos, o grupo se deparou com uma grande tarefa: realizar as limpezas terminais desses apartamentos sem aumento de efetivo e dentro do prazo estipulado. Na ocasião, o setor havia pactuado como metas 16,33 minutos, para que o apartamento ficasse disponível, aguardando o início da limpeza, e 55 minutos, para a realização da limpeza, totalizando 71,33 minutos. O primeiro passo foi a incorporação de rotinas já estabelecidas na Unidade I do HMC, como a utilização da ferramenta bloqueio de leitos do sistema hospitalar Hosix, e a mensuração dos tempos gastos na Unidade II. Os resultados obtidos a partir dessas ações comprovaram que era preciso fazer algo diferente. Os tempos estavam bem acima do pactuado, motivando a adoção de uma nova prática que impactasse de forma corretiva e direta a qualidade e o tempo das atividades executadas. A solução encontrada foi a impermeabilização de pisos dos apartamentos da Unidade II, uma ação bemsucedida já implantada em alguns apartamentos da Unidade I do Hospital Márcio Cunha. A impermeabilização é um processo de tratamento do piso com impermeabilizante acrílico, que envolve remoção, aplique e queima do produto aplicado. Um processo demorado, que exigiu a interdição do ambiente por no mínimo 24 horas. Em contrapartida, é duradouro, sendo a manutenção do tratamento do piso impermeabilizado mais fácil e mais rápida, necessitando agora apenas de água e detergente. Antes, no tratamento convencional com cera de carnaúba, o procedimento de remoção, aplique e lustro da cera era preciso ser feito a cada alta de paciente. Os tempos obtidos mostram a diferença. Enquanto no período de janeiro a maio foram feitas, em média, 844 limpezas terminais/mês nos 139 apartamentos da Unidade I (o que representa 6,07 limpezas por apartamento/mês), na Unidade II foram feitas, em média, 54 limpezas terminais para 10 apartamentos, dando uma média de 5,4 limpezas por apartamento/mês. Vale lembrar ainda que, como o bloco cirúrgico do Hospital Márcio Cunha funciona de segunda a sexta para realização de cirurgias eletivas, a taxa de ocupação das unidades de internação é maior durante a semana, o que gera em certas ocasiões demanda reprimida por leitos em apartamentos. A otimização dos processos possibilitou o aumento do número de limpeza dos apartamentos por mês Rosemar Maria Martins Santos Auxiliar de Conservação e Limpeza 43 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Tempo / em minutos DISPONÍVEL PARA LIMPEZA MÊS LIMPEZA EM ANDAMENTO TOTAL Outubro/2010 19 70 89 Novembro/2010 18 76 94 Dezembro/2010 13 70 83 Janeiro/2011 9 76 85 Fevereiro/2011 10 75 85 Março/2011 5 48 53 Abril/2011 10 46 56 Maio/2011 13 43 56 Junho/2011 8 38 46 Em média, o tempo para disponibilizar o apartamento baixou de 19 para 13 minutos, e o tempo de limpeza passou de 70 para 60 minutos. NÚMERO DE ALTAS - HMC II 84 100 80 58 60 40 26 34 36 41 64 52 54 55 64 71 20 0 OUT NOV DEZ JAN 2010 2010 2010 2011 FEV 2011 MAR ABR MAI JUN 2011 2011 2011 2011 Os trabalhos foram iniciados em fevereiro de 2011, com a compra de uma enceradeira de alta velocidade e o treinamento de técnicas corretas na aplicação e uso do equipamento, ministrado por dois supervisores do próprio hospital. A impermeabilização foi concluída três meses depois e, embora pareça um longo tempo, diversos contratempos surgiram nesse período e exigiram grande esforço da equipe para cumprir o prazo. Entre eles, o aumento na demanda por apartamentos e o au44 JUL AGO SET 2011 2011 2011 mento no absenteísmo da equipe de Higienização e Limpeza, provocado por um surto de conjuntivite entre os colaboradores. Ao relacionarmos os dois gráficos a seguir, observamos que mesmo com o aumento no número de limpezas/ mês e com o alto absenteísmo, a equipe conseguiu reduzir os tempos gastos nas limpezas terminais. O valor atingido a partir do mês de março foi menor que o pactuado para o ano de 2011, que é de 50 minutos para limpeza em andamento, possibilitando valores ainda menores para os próximos anos. O tempo em que o apartamento ficou disponível para limpeza teve um discreto aumento em maio, atingindo 13 minutos, acima dos 10 minutos pactuados. Contudo, quando somados os tempos disponíveis para limpeza e limpeza em andamento, chegou-se ao cumprimento da meta pactuada de 60 minutos no total, como mostram a tabela e o gráfico acima. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Número de limpezas/mês - 2010 - 2011 70 64 58 60 50 40 55 54 52 41 30 36 34 20 26 10 0 OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN Taxa de frequência ao trabalho - 2010 - 2011 Unidade de Higienização 99,00 98,00 97,00 96,00 97,72 97,16 97,30 96,87 Danúbia Reis da Silva Supervisora de Conservação e Limpeza 97,76 97,63 "Com esta prática, aprendemos que a discussão em equipe, a busca por alternativas e os acordos com nossos clientes e fornecedores internos podem permitir melhorias importantes nos nossos processos, sem aumento de custos.” 95,02 95,00 94,00 93,70 93,00 92,00 91,00 OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN RESULTADOS OBTIDOS • • • • • Redução do tempo gasto nas limpezas dos apartamentos. Maior otimização e praticidade no trabalho das equipes. Eliminação da necessidade de remover, aplicar e lustrar a cera a cada limpeza terminal. Economia de água, energia elétrica e produtos de limpeza. Diminuição do esforço físico das colaboradoras, minimizando fadiga. 45 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM IMPLEMENTAÇÃO DE NOVA METODOLOGIA ORÇAMENTÁRIA CICLO 2011 Implantada na área Administrativa, a prática tem como principal objetivo alinhar o orçamento à estratégia da organização, além de centralizar, na Unidade de Planejamento e Controle, a estimativa de contas matriciais. A iniciativa ampliou a margem de acerto entre o que foi orçado e o que foi realizado. Eudes Marcone Marçal Mariano Assistente de Planejamento e Controle - Carolina Cirele Vieira da Cunha Gerente de Planejamento e Controle - André Luiz Nani Ribeiro Gerente de Negócios e Resultados - José Márcio Araújo Analista Financeiro de Planejamento e Controle - Michele Aparecida Campos de Paula Assistente de Planejamento e Controle – Thiago Lucas Novais Caldeira Analista Financeiro de Planejamento e Controle 46 O trabalho aplicado pela Gerência de Planejamento e Controle mostrou sua capacidade de transformar a disseminação de conhecimentos em equipe e a aposta nas competências individuais em uma cultura de bons resultados. Comandado pelos colaboradores André Luiz Nani Ribeiro, Carolina Cirele Vieira da Cunha, Eudes Marcone, José Márcio Araújo, Michele Aparecida Campos e Thiago Lucas Novais Caldeira, as diversas ações implantadas para a melhor elaboração, acompanhamento e controle do Planejamento Financeiro Plurianual da FSFX aplicaram à realidade da instituição o que há de melhor no mercado. Até o início da década, o processo de Planejamento Financeiro da FSFX era realizado seguindo o cronograma da tabela abaixo, sem nenhuma vinculação com o Planejamento Estratégico ocorrido anualmente. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM TABELA 1 PROCESSO ANTERIOR A 2010 RESPONSÁVEIS 1a etapa Elaboração das peças orçamentárias Responsáveis pelos centros de custos 2 etapa Revisão das peças recebidas Planejamento e controle 3a etapa Discussão com os responsáveis Planejamento e controle / Áreas responsáveis 4 etapa Análise para aprovação 5a etapa Retorno das peças orçamentárias com sugestões e determinações Planejamento e controle 6a etapa Ajuste das sugestões Planejamento e controle / Áreas responsáveis 7 etapa Análise final para aprovação 8a etapa Conclusão das peças orçamentárias 9a etapa Elaboração do orçamento geral e projeção dos demonstrativos contábeis 10a etapa Controles orçamentários 11 etapa Reporte das variações a a a a Planejamento e controle Em 2010, com as diretrizes estratégicas da nova Diretoria Executiva e investimentos em otimização de processos e capacitação de pessoas, a equipe participou de treinamento com o prof. Dr. Clóvis Luís Padoveze, especialista em Orçamento Empresarial, cujo tema foi “Novas técnicas de Planejamento Orçamentário”. A partir desse pontapé inicial, a nova metodologia foi implantada e adequada à situação atual da FSFX, seguindo as seguintes etapas: TABELA 2 PROCESSO POSTERIOR A 2010 RESPONSÁVEIS 1a etapa Estabelecimento da missão e objetivos corporativos Diretoria 2a etapa Análise do ambiente 3 etapa Construção dos cenários 4 etapa Estabelecimento do fator limitante (volume de vendas/produção) 5a etapa Definição das premissas orçamentárias gerais 6a etapa Definição das premissas específicas (despesas, etc.) 7a etapa Preparação das peças orçamentárias 8 etapa Aprovação inicial a a a 9 etapa Remessa aos responsáveis 10a etapa Retorno das peças orçamentárias com as sugestões dos responsáveis 11a etapa Revisão dos orçamentos recebidos 12a etapa Ajuste das sugestões 13a etapa Conclusão das peças orçamentárias 14 etapa Elaboração do orçamento geral e projeção dos demonstrativos contábeis 15a etapa Controles orçamentários 16a etapa Reporte das variações a a Grupo corporativo (cenários) Grupo corporativo / Planejamento e controle Planejamento e controle Áreas responsáveis pelos centros de custos Planejamento e controle Planejamento e controle / Áreas responsáveis 47 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Com a implantação da nova metodologia orçamentária, foram alcançadas diversas melhorias, tais como: • ALINHAMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA FSFX COM O PLANEJAMENTO FINANCEIRO (1a à 4a etapa – Tabela 2) Possibilitou que todo o processo de Planejamento Financeiro tivesse o mesmo objetivo final predefinido no 48 Planejamento Estratégico. A proposta preparada pela Unidade de Planejamento e Controle consistiu na criação de um Formulário de Investimentos e Ações Essenciais, cujo intuito principal é proporcionar à FSFX a mensuração e a análise prévia dos objetivos e estratégias priorizados pelos gestores. Cada gestor, por sua vez, elaborou junto a sua equipe diversos formulários, alinhando os seguintes planos aos objetivos da instituição: • Plano Diretor de Obras (PDO). • Plano de Melhorias de Instalações. • Plano de Máquinas e Equipamentos. • Plano de Móveis e Utensílios. • Plano de Informática. • Plano de Marketing e Comunicação Social. • Plano de Viagens e Treinamentos. • Plano de RH. • Plano de Novas Atividades e/ou Serviços. Obs.: Para o Planejamento Orçamentário 2011-2015, foram elaborados ao todo, pelos gestores da FSFX, aproximadamente 900 formulários. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM • REDUÇÃO NO TEMPO GASTO PELOS GESTORES DE CENTROS DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DO ORÇAMENTO A preparação das peças orçamentárias, que antes eram feitas pelos gestores dos centros de custos (vide tabela 1 – 1a à 8a etapa), passa a ser realizada pela equipe da Unidade de Planejamento e Controle (tabela 2 – etapas 7, 8 e 9). Com a alteração, os gestores de centros de custos ficaram responsáveis apenas pela validação do orçamento, e não mais por toda a elaboração, sem deixar de sugerir alterações necessárias, posteriormente avaliadas e aplicadas pelo Planejamento e Controle. Numa situação hipotética, por exemplo, em que o gestor avalia um custo novo e não previsto no orçamento para o próximo ano, cabe à equipe especializada avaliar a implantação desse contrato, o período de vigência, seus impactos e, assim, aplicar o reajuste no orçamento. A alteração gerou redução em torno de 70% no tempo gasto na elaboração e validação do orçamento, permitindo aos gestores utilizarem suas horas de trabalho na execução de atividades específicas de suas áreas. • MAIOR ÍNDICE DE ASSERTIVIDADE DO ORÇAMENTO • REDUÇÃO NO CUSTO COM MANUTENÇÃO DE SISTEMA Capacitada com maior conhecimento didático e prático de elaboração de planejamentos financeiros, a equipe de Planejamento e Controle passou a utilizar parâmetros assertivos baseados em premissas financeiras institucionais e de mercado (Premissas Macroeconômicas Usiminas e Indicadores Produtivos Setoriais), aumentando o índice de assertividade. Com a implantação da nova metodologia, foi preciso criar um módulo sistematizado de orçamento, dentro do sistema próprio (Sistema de Custos), com intuito de atender às especificidades da FSFX. Dessa forma, o módulo orçamentário do sistema MXM – que servia de base para alimentação dos dados do orçamento anterior a 2010 – foi cancelado, gerando redução de custo anual de R$ 4.581,00. As variações orçamentárias nos últimos anos, de todas as contas de despesas da FSFX, na imagem abaixo mostram os gastos excedentes em relação aos valores orçados entre 2007 e 2009. Já em 2010, a variação foi positiva (gasto menor que o orçado), em razão das fortes ações para redução de custos propostas pela Diretoria Executiva. Em 2011, após a implantação da nova metodologia e mesmo considerando algumas reduções de custos já realizadas em 2010, o orçamento também fechou de forma positiva. ÍNDICE DE ASSERTIVIDADE VARIAÇÃO ORÇAMENTO X CUSTO TOTAL 2007 -5,95% 2008 -9,00% 2009 -6,95% 2010 5,58% 2011 (acumulado/ até agosto) 3,18% • MELHOR ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE DAS VARIAÇÕES A facilidade no acesso aos diversos relatórios no sistema implantado foi outro importante diferencial para melhoria no acompanhamento e análise das variações, feito em conjunto entre a Gerência de Planejamento e Controle e as diversas áreas da instituição. Com a melhoria foi possível dar subsídio para pactuação de indicadores junto às superintendências. Entre eles, indicadores de custos das diversas áreas produtivas x indicador de orçamento, indicador de resultado orçado x realizado, resultado operacional das unidades e o seu desdobramento entre as outras unidades produtivas. 49 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM • MAIOR SATISFAÇÃO DOS GESTORES NA MELHORIA DO PROCESSO Ao consolidar as melhorias citadas anteriormente, a alteração no processo trouxe também alto nível de satisfação dos gestores. Isso por conta da redução do tempo gasto na elaboração do orçamento, do maior índice de assertividade das contas orçadas, da melhoria no sistema de orçamento com a implantação do módulo próprio, da maior facilidade no acesso ao histórico das informações. Tais benefícios promovem ainda o entendimento e envolvimento dos gestores no processo de Planejamento Estratégico e Financeiro como um todo. A comprovação de todos esses resultados veio da pesquisa de satisfação realizada em todas as unidades de negócio e gerências da FSFX, com participação de representantes de 39% dos centros de custos ativos. 4% 45% % de Satisfação Consolidado N0 de questionários enviados Menor Índice de Assertividade Insatisfação dos Gestores 50 SATISFEITO N0 de questionários respondidos 62 29 LIÇÕES APRENDIDAS DEPOIS Morosidade do Processo 51% MUITO SATISFEITO RESULTADOS OBTIDOS ANTES NEM SATISFEITO NEM INSATISFEITO Integração Maior Índice de Assertividade Padronização Controle Nem sempre a descentralização dos processos de gestão financeira é o melhor caminho. • Devemos tomar como hábito a revisão contínua dos processos de nossas unidades, com o intuito de otimizar custos e tempo. • É possível quebrar paradigmas. • FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM QUEBRA DE PARADIGMAS NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DA FSFX CICLO 2011 O trabalho demonstrou a efetivação da quebra de paradigmas na contratação de serviços da FSFX, por meio da ruptura dos modelos de contratação até então realizados, possibilitando maximizar recursos da instituição e otimizar resultados com racionalização dos custos e aumento da competitividade. “O todo só é perfeito se as partes o forem.” A frase de autor desconhecido tornou-se para a equipe de Gerência de Contratos a maior motivação e, ao mesmo tempo, o maior desafio frente a esse trabalho. Conquistar resultados inéditos com a aplicação de uma nova metodologia a partir da adesão de todas as unidades da FSFX. Uma tarefa que as colaboradoras do setor encararam com a certeza de resultados promissores. Até o início desta década, as diretrizes de compras de serviços da FSFX eram de contratações pelo processo de negociação direta, realizadas pelas próprias unidades usuárias. A formalização do contrato, na maioria dos casos, era realizada simplesmente para regularização, pois muitas vezes os serviços já haviam sido iniciados ou concluídos. Em 2010, devido ao grande volume de compra de serviços de obras na FSFX, a Gerência de Contratos, com o apoio da Gerência de Infraestrutura, passou a realizar os processos dessas contratações pela modalidade de licitação. Logo no primeiro processo realizado nesta modalidade, os primeiros resultados. Percebeu-se que o valor da maior proposta obtida estava 32% superior à menor proposta. E que as negociações realizadas com o fornecedor que apresentou a menor proposta resultaram em um ganho de 5% (saving). A partir dessa experiência, a Gerência de Contratos passou a acompanhar sistematicamente os resultados das negociações realizadas pelo processo de licitação. Com um novo saving de 3% obtido no 1o trimestre, a equipe definiu este valor como meta a ser alcançada neste indicador. As apresentações dos indicadores ganharam 51 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM ainda destaque na Oficina de Líderes4, sensibilizando outras unidades de negócio da instituição quanto à importância da realização de licitação nos processos de compra de serviços para a sustentabilidade da FSFX. Nesse período, vale ressaltar outro fator fundamental para a constante evolução dos resultados a cada trimestre: a capacitação da equipe de contratos. As colaboradoras realizaram cursos de capacitação em negociação e autodesenvolvimento em formatação de preços, composição dos custos com encargos sociais e trabalhistas, MBA em Gestão Financeira/Controladoria e Gerenciamento de Projetos Industriais. Com o desafio de aliar custos a benefícios, ou seja, garantir menor preço sem comprometer a qualidade dos serviços, foram realizadas as seguintes ações preventivas: Divisão da carteira de contratos dos colaboradores com agrupamento por categoria de serviços, proporcionando a sua especialização e a visualização de oportunidades de redução de custos. • Realização da análise individualizada das propostas apresentadas pelas empresas licitantes, sendo primeiramente realizada a análise das propostas técnicas pelo responsável técnico e, posteriormente, a análise das propostas comerciais das empresas consideradas qualificadas para os serviços em questão. • Desenvolvimento de fornecedores, com regras claras para que • eles tenham melhores condições de atender aos níveis de serviços esperados e, posteriormente, a realização da avaliação do desempenho dos serviços prestados. Mudança das diretrizes de apresentação de propostas estabelecidas na carta-convite, com exigência da abertura dos itens considerados no preço proposto e seus respectivos custos, inclusive da composição do BDI (Bônus e Dispêndios Indiretos) e dos percentuais de encargos sociais e trabalhistas envolvidos, propiciando assim uma análise mais aprofundada dos custos reais dos serviços, a minimização do risco de superfaturamento por parte do fornecedor e as oportunidades para a redução do preço final. • Patrícia Gomes Miranda Analista de Contratos Aline Vieira Gonçalves Badaró Moreira Analista de Contratos 4 As Oficinas de Líderes são encontros gerenciais, trimestrais, com foco no acompanhamento dos resultados, na integração das unidades de negócio e no aprendizado organizacional. 52 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM As ações realizadas possibilitaram à FSFX os seguintes resultados de contratação em 2010: VARIAÇÃO MAIOR PROPOSTA X VALOR NEGOCIADO (%) MAIOR PROPOSTA MENOR PROPOSTA VALOR NEGOCIADO MAIOR VARIAÇÃO RESULTADO PROPOSTA NEGOCIAÇÃO NEGOCIAÇÃO (-) VALOR (%) NEGOCIADO 10 TRIMESTRE 785.933,42 345.718,14 335.495,17 10.222,97 3% 450.438,25 57% 20 TRIMESTRE 2.424.112,90 1.964.736,98 1.870.772,75 93.964,23 5% 553.340,15 23% 30 TRIMESTRE 1.383.872,89 1.081.069,76 1.052.221,32 28.848,44 3% 331.651,57 24% 40 TRIMESTRE 8.730,16 5.169,08 288,98 3% 8.730,16 39% ANO 4.602.649,37 3.397.143,96 3.263.819,34 133.324,62 4% 1.344.160,13 29% Em 2011, com a nova formulação do Planejamento Estratégico da FSFX e o estabelecimento do Pacto de Resultados, a Gerência de Contratos pactuou com a Diretoria Executiva da FSFX a meta mínima de 4% para os resultados de saving nas contratações realizadas pelos processos de licitação. O índice, com base no resultado alcançado no ano anterior, considera a variação entre o valor negociado e o valor da menor proposta obtida das empresas participantes do processo. A Gerência de Contratos passou também a mensurar os ganhos de negociação nas contratações realizadas na modalidade de negociação direta, reduzindo custos das contratações de serviços essenciais à sua operacionalização, e a negociar os custos 5.330,10 dos contratos continuados em vigor, no ato da sua repactuação, evitando assim que os índices de inflação os alcançassem. Os resultados alcançados com as práticas citadas, aos poucos, direcionavam a empresa para uma mudança radical das diretrizes de contratação, com critérios para as modalidades de contratação por licitação e negociação direta, além de centralizar os processos de negociações na Gerência de Contratos. Um caminho com sinal verde, dado o apoio imprescindível da Diretoria Executiva, de outras gerências e das unidades de compras de materiais da FSFX, baseado nas diretrizes da Usiminas. O trabalho gerou a elaboração da Norma Administrativa - 03/2011, que visa estabelecer as novas diretrizes de suprimentos da FSFX, aprovada, implantada e divulgada em 14/07/2011. O quadro a seguir demonstra as mudanças ocorridas nos processos de contratação de serviços da FSFX, com a implantação das novas diretrizes estabelecidas: As negociações realizadas com fornecedores resultaram em um ganho de até 5% 53 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM DIRETRIZES ANTERIORES DIRETRIZES ATUAIS Seleção e pré-qualificação do fornecedor, realizadas pela unidade usuária Seleção e pré-qualificação do fornecedor, realizadas pela Gerência de Contratos com base em aspectos legais, técnicos e financeiros, com exigência de documentos comprobatórios, observada a sua validade Processos de aquisição de serviços realizados diretamente pela unidade usuária, sem critérios estabelecidos, com envio de solicitação para formalização do contrato à Gerência de Contratos Processos de aquisição de serviços são realizados pela Gerência de Contratos. As contratações de serviços de manutenção predial com valor previamente limitado, credenciamento e compras com fundo rotativo podem ser realizadas pela unidade usuária, mediante as diretrizes da Norma Administrativa - 03/2011 Aquisição sem formalização de contratos ou autorização do usuário para início dos serviços antes da formalização do contrato Serviços adquiridos somente por documento contratual com vigência no período de sua execução, exceto nos casos em que o serviço adquirido possa causar prejuízo para o processo produtivo na unidade usuária, mediante autorização da Diretoria Executiva Definição da modalidade de contratação realizada pela unidade usuária (licitação/ negociação direta) Obrigatoriedade de realização do processo de concorrência/ licitação para compras de serviços, com estabelecimento de critérios para sua dispensa Estabelecimento de quantidade mínima de propostas em função do valor total da aquisição ou valor estimado Estabelecimento de critérios para realização de mais 1 (uma) compra com base em concorrências anteriores Solicitação de contratação realizada somente pela unidade usuária Criação de unidades centralizadoras para solicitação e gestão de contratos, conforme a categoria de serviços Previsão orçamentária facultativa para aquisição de serviços Aquisição de serviços com limitações orçamentárias da unidade usuária Hierarquia de aprovações de documentos de compras engessada Estabelecimento de hierarquia de aprovações de compra favorecendo a agilidade dos processos e o fortalecimento das autonomias gerenciais Falta de padronização das consultas realizadas pelos usuários aos fornecedores Formalização e padronização de consultas aos fornecedores, pela Gerência de Contratos Propostas técnicas e comerciais solicitadas, recebidas e negociadas diretamente pelas unidades usuárias As propostas técnicas e comerciais são recebidas pela Gerência de Contratos, devidamente formalizadas, por meios físicos ou eletrônicos Avaliação e negociação das propostas comerciais realizadas pela Gerência de Contratos, com apoio da unidade gestora Indicadores de desempenho dos fornecedores não estabelecidos em contratos (SLA) Indicadores de desempenho dos fornecedores (SLA) estabelecidos em contrato, com previsão de penalidades para o não cumprimento Contratos continuados com prazos indeterminados ou renovação automática ou por meio de aditamento anual Contratos continuados com vigência máxima de 2 (dois) anos, exceto nos casos de ocorrência de investimento específico para os serviços por parte do fornecedor Estes contratos são licitados 90 (noventa) dias antes do seu encerramento, exceto nos casos de dispensa previstos na Norma Administrativa - 03/2011 Alteração das condições contratuais negociadas e autorizadas pela unidade usuária, inclusive condições comerciais, sem a formalização de aditivos contratuais Alterações comerciais negociadas pela Gerência de Contratos Alterações das condições contratuais autorizadas somente após a formalização de aditivos Tanto para os contratos continuados quanto para os não continuados, não é permitido o aditamento visando a alteração do objeto Para os contratos não continuados, obra certa ou serviços que não são considerados de natureza continuada, somente é permitida a emissão de 1 (um) único aditamento, referente à prorrogação de prazo de vigência, exceto nos casos de reajuste previsto no próprio contrato Para os casos de exceções aos princípios e critérios da Norma Administrativa - 03/2011, principalmente aqueles que possam trazer prejuízo ou comprometer a eficiência 54 da operacionalização dos processos da unidade usuária, a Gerência de Contratos implantou o formulário “Justificativa de Contratação/Pedido de Exceção à Norma Administrativa – 03/2011”. Por meio dele, a unidade solicitante poderá justificar a necessidade da exceção e submetê-la à aprovação da Diretoria Executiva. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM RESULTADOS OBTIDOS • Capacitação e motivação da equipe. • Otimização e padronização dos processos de contratação (Norma Administrativa - 03). • Maior interação entre a Gerência de Contratos e as demais unidades da FSFX. • Transparência dos processos de contratação, com tratamento de igualdade a todas as empresas participantes. • Melhoria do nível de serviços contratados, com a pré-qualificação e desenvolvimento dos fornecedores. • Melhoria da imagem da instituição perante os fornecedores. • Aporte nos resultados financeiros da FSFX, permitindo uma alavancagem dos seus negócios e favorecendo o aumento da sua competitividade. • Contribuição com o fluxo de caixa da FSFX. • Aderência dos processos de contratação ao Planejamento Estratégico da FSFX. • Redução dos custos de contratação/saving. LIÇÕES APRENDIDAS Maior conhecimento dos custos envolvidos na prestação de serviços. • Conciliação entre condições técnicas e oportunidades de redução dos preços contratados. • Desenvolvimento das técnicas de negociação. • Capacitação da equipe. • Satisfação em realizar um trabalho que trouxe benefícios a todos os envolvidos e à instituição como um todo. • Reconhecimento de que as metas e objetivos são fatores essenciais para o sucesso da unidade. • A quebra de paradigmas não deve ser imposta e sim construída com a participação de todos os envolvidos. • Percepção de que o trabalho executado na unidade contribui para os resultados da FSFX. • A resistência natural das unidades às mudanças propostas. • Dificuldades em realizar a mudança da cultura e dos valores consolidados com as diretrizes anteriores. • Insegurança das unidades envolvidas em transferir as atividades, antes realizadas por elas, para outra unidade. • A dificuldade de conscientização/ sensibilização das demais unidades da FSFX quanto aos ganhos na mudança dos processos. • Meta 12,0% 11,04% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE A MUDANÇA DOS PROCESSOS 9,63% 7,85% 9,71% Resultado 7,65% 4,0% 4,0% 4,0% 10 trimestre 20 trimestre 30 trimestre 4,0% 4,0% 0,0% 40 trimestre Acumulado Saving 2011 (acumulado) % Em R$ Menor Proposta X Valor Negociado 9,71% 1.384.751,57 Valor Orçado X Valor Negociado 13,49% 2.006.652,21 55 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM REDUÇÃO DE CUSTOS APÓS ANÁLISE DO CONTRATO PARA COLETA, TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DO GRUPO D CICLO 2012 A diminuição do número de viagens do transporte de materiais entre o HMC e a Central de Resíduos foi possível com o aluguel de mais uma caçamba de lixo para o hospital e, em especial, a revisão de rotas para coleta do resíduo. A prática possibilitou a redução de 20% no custo final de coleta, transporte e destinação de resíduos hospitalares. 56 Colaboradores da Gerência de Higienização e Transporte: trabalho coletivo com foco em resultados Desenvolvida pelos colaboradores Thiago de Souza Pereira, Alan Lage da Silveira, Inês Alves dos Santos, Crislan Oliveira Miranda, Sebastião Menezes Teixeira, Danúbia Reis da Silva, Renata Angélica Vaz Batista Ramos e Renata Pereira Guerra, da Gerência de Higienização e Transporte, a prática alcançou grande resultado nos serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos hospitalares FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM do Hospital Márcio Cunha1. Para isso, contudo, foi preciso executar um estudo sobre as partes integrantes do contrato – aluguel de caçambas compactadoras; preço por tonelada de resíduo destinado ao aterro; e preço por viagem – levantando possíveis pontos de melhoria e redução de custos. O primeiro percalço estava no monopólio existente no mercado regional, com a impossibilidade de substituição do fornecedor. Mensalmente, o HMC encaminha cerca de 70 toneladas à Central de Resíduos do Vale do Aço, administrada pela única empresa autorizada a recolher esse tipo de resíduo em um raio de aproximada- mente 200 km. Situação que torna a negociação de preços praticamente impossível. A aquisição de caçambas compactadoras, em substituição ao aluguel, também foi cogitada, porém logo descartada devido ao alto custo de manutenção e reposição de peças – hoje de responsabilidade da contratada – e à inviabilidade econômica. Reduzir o volume de resíduos (ver gráfico e tabela 2), outro ponto de melhoria levantado, já é realizado pela FSFX, por meio do trabalho de coleta seletiva. Só em 2011, 75 toneladas de plásticos e papel deixaram de ir para o aterro sanitário, seguindo o caminho da reciclagem. transporte de materiais entre o HMC e a Central de Resíduos, que correspondia a aproximadamente 54% do preço da fatura. Para isso, a ação prática foi o aluguel de mais uma caçamba de lixo para o hospital. Assim, em vez de o caminhão de transporte de resíduos realizar quatro viagens, entre recolher a caçamba cheia, descarregar na Central, devolver a caçamba e retornar à empresa, com a prática, agora são realizadas apenas duas. Isso porque não há mais a necessidade imediata de trazer a caçamba vazia ao HMC, e sim no dia seguinte, trocando-a pela caçamba cheia e retomando toda a logística novamente. Apesar do gasto a mais de R$ 1.092,70 com o aluguel, a diminuição do número de viagens reduziu o gasto com transporte pela metade. O custo total mensal de coleta, transporte e destinação final de resíduos passou de R$ 6.695,00 para R$ 3.347,50, uma redução de 50%. Mesmo com o aluguel da caçamba, a economia chegou a 20%, com cerca de R$ 27.000,00 por ano. A oportunidade vislumbrada estava em reduzir o percurso e, consequentemente, o custo de viagens no Com a mudança na logística, foi possível uma economia anual de R$ 27 mil Com a disponibilização da nova caçamba, a partir de janeiro de 2012, os valores cobrados foram revistos no contrato em vigor, demonstrados no gráfico e na tabela 1. A coleta, transporte e destinação final dos resíduos hospitalares, mesmo para aqueles considerados como do grupo D (Domiciliares), seguem exigências legais, conforme RDC 306/2004 da ANVISA e CONAMA 358/2005. 1 57 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM GRÁFICO E TABELA 1 – CUSTO EM REAL COM COLETA, TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DO GRUPO D – HMC I E II. R$ 16.000,00 14.000,00 12.000,00 10.000,00 8.000,00 6.000,00 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 2011 2011 2011 2011 2012 2012 2012 2012 MÊS R$ SET/11 12.294,24 OUT/11 12.741,45 NOV/11 8.865,98 DEZ/11 9.528,28 JAN/12 10.831,50 FEV/12 10.186,19 MAR/12 11.321,12 ABR/12 10.627,83 MAI/12 11.074,80 JUN/12 10.915,41 JUL/12 11.251,36 2012 2012 2012 Obs.: Houve reajuste anual de 6,17% a partir de jan/12, conforme contrato. Em novembro e dezembro não foi cobrado o aluguel da terceira caçamba. 58 Valor R$ Tendência FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM GRÁFICO E TABELA 2 - VOLUME DE RESÍDUOS DO GRUPO D ENCAMINHADOS AO ATERRO SANITÁRIO, EM TONELADAS (t). TONELADAS 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 2011 2011 2011 2011 2012 2012 2012 2012 2012 MÊS TONELADAS SET/11 61,2 OUT/11 64,6 NOV/11 62,0 DEZ/11 64,7 JAN/12 62,1 FEV/12 55,2 MAR/12 67,7 ABR/12 60,6 MAI/12 65,9 JUN/12 63,2 JUL/12 68,9 2012 2012 Volume em t Tendência LIÇÕES APRENDIDAS A prática ressaltou a importância da análise detalhada de dados, da discussão em grupo e da disponibilidade para revisão constante dos processos, levando a ganhos sem perda de qualidade dos serviços, mesmo em situações adversas. 59 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 60 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO 61 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PROJETO CUIDAR CICLO 2011 Adotado no Colégio São Francisco Xavier, o projeto estabelece um paralelo entre os cuidados com uma planta e o relacionamento e rendimento das turmas do Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano), por meio de ações de conservação, respeito e solidariedade. A prática traz reflexos diretos no patrimônio escolar e no índice de aprovação dos alunos. A questão ambiental vem sendo considerada cada vez mais importante e urgente para a sociedade. Nas escolas essa consciência já chegou, ao abordarem o meio ambiente como tema transversal dos currículos escolares, permeando toda a prática educacional. Ciente do seu papel de relevância na educação de crianças, adolescentes e jovens, o Colégio São Francisco Xavier (CSFX) se preocupa em contribuir com a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidir e atuar na realidade socioambiental de modo comprometido com a vida e com o bem-estar de todos. Dessa forma, a Coordenação Geral do Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano) e a equipe de pedagogas, re62 presentadas pelas colaboradoras Adriana Soares Souza, Fabiane Costa de Araújo Porto, Maria das Graças Pessoa, Mary de Assis Silva Franco e Simone Dutra Machado de Oliveira, desenvolveram e lançaram em março de 2010 o Projeto Cuidar. Um plano que visa educar os futuros cidadãos brasileiros com valores que propiciem cuidados nos âmbitos pessoal, ambiental e social, de modo a agirem com respeito e sensibilidade frente ao ambiente em que vivem, conservando-o no presente e para as próximas gerações. A ideia da implantação do Projeto Cuidar surgiu como uma ação corretiva ao aumento do número de carteiras escolares danificadas, de paredes sujas, de objetos escolares perdidos na escola, de papéis e embalagens de merenda jogados no chão, entre outros. Respeito, solidariedade, amizade, conservação, cuidado com os objetos e com a própria escola foram alguns dos temas tratados durante a realização do projeto, de forma a ampliar o olhar cuidadoso do aluno para o ambiente escolar como um todo, desde o mobiliário, a estrutura física, passando pelos jardins até as pessoas. O que era apenas uma ideia, cresceu, tomou corpo e tornou-se uma prática dividida em etapas, aplicadas no decorrer de oito meses. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM OBJETIVOS DAS AÇÕES DO PROJETO DESENVOLVIMENTO Relacionar cuidados concedidos às plantas com cuidados tomados por todos da turma, na formação de laços de amizade que contribuam para o estabelecimento de um ambiente de respeito e de compromisso com as atividades escolares. • Conhecer e compreender, de modo integrado e sistêmico, as noções básicas relacionadas ao meio ambiente. • Respeitar e cuidar do ambiente, modificando atitudes e práticas pessoais. • Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis. • Observar e analisar fatos e situações do ponto de vista ambiental de modo crítico, reconhecendo a necessidade e as oportunidades de atuar de modo reativo e propositivo para garantir um meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida. Em aula cedida ao Serviço de Orientação Educacional, as pedagogas levaram aos alunos reflexões sobre o tema “Preservação e conservação do ambiente e das relações pessoais e sociais”, subdivididas nos seguintes tópicos: • 1a ETAPA – REFLEXÕES Reflexão 1 – O que é meio ambiente? Que elementos compõem o nosso ambiente aqui na escola? Reflexão 2 – O ambiente da nossa escola e o da nossa sala de aula poderiam ser melhorados em algum aspecto? Reflexão 3 – Que ações podem ser realizadas para contribuir com a preservação e a conservação do nosso ambiente escolar, tanto na parte física quanto na parte social? Reflexão 4 – Na última reflexão, o objetivo foi levar o aluno a reconhecer e valorizar a instituição em que estuda, a qualidade de ensino, os professores capacitados e seus materiais, uniformes e lanches. Tudo isso contribuiu para um ambiente escolar acompanhado de carinho, atenção e compromisso com o bem-estar de todos. 2a ETAPA – DESENHOS E MONTAGEM DE MURAL Após o momento de reflexões, cada aluno confeccionou dois desenhos, um retratando o ambiente escolar degradado e outro o ambiente escolar limpo, preservado e conservado. Depois de prontos, os desenhos foram expostos em um mural, com o título: “Quem ama, cuida!” 3a ETAPA – OS DIVERSOS SENTIDOS DA PALAVRA CUIDAR A partir de discussões em sala, foi realizada a montagem de um acróstico pelos alunos, com as letras da palavra CUIDAR, ressaltando atitudes e valores que revelam cuidados com o ambiente físico, com as relações sociais e com a vida acadêmica. Arthur Pessoa Morais, Adriele Debortoli da Silva, Daniel Stoller Souza - 9° ano/ T.91 63 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 4a ETAPA – TABELA DE LIMPEZA E ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DA SALA Divulgada pelas pedagogas, a tabela é composta pelo calendário (dia do mês/dia da semana) e as opções de classificação da qualidade do ambiente físico da sala em cada dia de aula como ótimo, bom, regular ou ruim. A tabela foi colada atrás da porta e preenchida diariamente pelo(a) auxiliar de limpeza. Sua tarefa foi observar em que estado a turma deixou a sala após as aulas, e marcar a opção que melhor retrate a qualidade do ambiente, observando sala limpa, lixo na lixeira, carteiras organizadas, entre outros itens. A turma que obteve a melhor concei- Adriane Soares Souza Orientadora Pedagógica do 7° ao 9° ano tuação no final do mês recebeu um prêmio. 5a ETAPA – RETRATANDO O AMBIENTE DA TURMA Aqui, cada turma recebeu um vaso de planta representando o ambiente dos alunos. Os alunos deveriam dedicar à planta o mesmo cuidado que dedicaram ao ambiente, ao patrimônio físico e às relações pessoais, fazendo da planta “retrato da turma”. Para isso, ao longo do ano, os estudantes receberam como objetivos: • Identificar o vaso com o nome cien- tífico dessa planta, com o nome popular pelo qual é conhecida e com o “nome fantasia” (nome carinhoso) pelo qual a chamarão. • Pesquisar os cuidados necessários à planta: recomendações sobre quantas vezes aguar, quantidade de luz solar que deve receber e cuidados com a terra. Tais informações obtidas foram expostas em cartazes na sala. • Escolher um local adequado para o vaso com a planta, dentro da sala de aula. • Organizar uma escala de alunos responsáveis por cuidar da planta na sala de aula (sugerir rodízio de pessoas). Na última semana do ano letivo, o vaso com a planta foi sorteado entre os alunos da turma. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM CONCLUSÕES Sempre que foi necessário intervir em algum problema de comportamento no cumprimento das regras, na organização, nas relações interpessoais, no compromisso com as tarefas ou no rendimento escolar, o ponto de partida foi o vaso com a planta, relacionando-o aos fatos ocorridos na turma. Assim, assuntos como amizade, respeito, compromisso com os estudos e com as tarefas, união, colaboração, solidariedade, preservação do patrimônio escolar e conservação do ambiente físico passaram a ser tratados com os alunos de maneira simples e prática, trazendo mudanças no seu comportamento. De forma concreta, os alunos visualizaram soluções para os problemas enfrentados, baseando-se nos cuidados que dispensam ao vaso com a planta. LIÇÕES APRENDIDAS “Em setembro de 2010, a turma 63 me chamou a atenção, por reunir um número significativo de alunos que apresentavam baixo rendimento e descompromisso com as tarefas de sala e de casa. Numa ação corretiva, a conversa que tivemos com os alunos partiu dos cuidados que eles dispensavam ao vaso com a planta da turma, que, para nossa surpresa e até mesmo dos próprios alunos, não estava nem dentro da sala. Um aluno buscou o vaso, sujo, com a planta seca e descuidada. Esse era o 'retrato da turma 63'. Os alunos perceberam como estavam descuidados. A partir daí, ajudamos a turma a listar os compromissos para o último trimestre, com foco em novas posturas. Motivados, eles limparam o vaso, renovaram a identificação que havia nele, aguaram a planta e a deixaram em um lugar de destaque, na sala. O vaso voltou a receber atenção e, a partir daí, percebemos um número bem menor de ocorrências por falta de tarefas e a melhoria no rendimento escolar dos alunos. Foi uma forma prática de provocar mudanças.” O Projeto Cuidar tornou-se um projeto institucional, sendo implantado novamente em 2012 junto aos alunos do 6o ao 9o ano. Mary de Assis Silva Franco Supervisora Pedagógica “A limpeza geral das salas do Ensino Fundamental II, no final de 2010, foi muito mais fácil. Houve uma melhora muito grande. Encontramos um número bem menor de carteiras riscadas ou danificadas e as paredes estavam mais limpas. Com o incentivo das plantas no vasinho, os alunos cuidaram mais da sala.” Maura Soares Ferreira Auxiliar de Higienização e Limpeza 65 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM SARAU LITERÁRIO CICLO 2011 Projeto pedagógico educacional que visa resgatar e desenvolver nos alunos de ensino infantil, fundamental, integral e médio o hábito de leitura de literatura, poesias, contos, causos, crônicas, lendas folclóricas e despertá-los para manifestações artísticas, tais como música, dança e teatro. Kênia Rodrigues Auxiliar de Biblioteca - Paulo Vitor Biblioteconomista 66 A biblioteca escolar é um centro de pesquisa e ação cultural que objetiva o desenvolvimento da leitura e da cidadania na escola. Definida em diversos países latinos como "centro ativo de aprendizagem" e de atividades culturais para a comunidade, um dos principais papéis da biblioteca escolar é desenvolver projetos e atividades integradas, evitando o fracionamento entre as áreas científicas, técnicas e artísticas, salientando suas funções intelectuais, ativas e criativas. Daí a abertura para consagrar esse espaço como palco democrático de atividades de discussões em grupo, pesquisas escolares, de poesias, contos, saraus, exposições e leitura em geral, uma vez que seus usuários – alunos, professores, colaboradores, pais e pessoas da comunidade – buscam nela os mais diversificados tipos de informação, lazer e recreação. Buscam motivações para o aprendizado e o gosto pela leitura. Segundo Caldeira (2003, p. 47), a biblioteca escolar visa “[...] proporcionar aos alunos oportunidades de FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Matheus Henrique Dutra Oliveira 2° ano/ T.201 - Ana Carolina Maia Batista 2° ano/ T. 201 - Mariana Plácida de Faria Costa 1° ano/ T. 101 leitura intensa e autônoma, além de incentivar a busca de informação para responder a questionamentos e solucionar problemas [...].” desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão propostas pelo Colégio São Francisco Xavier. Ler, refletir, pensar, estar a favor ou contra, comentar, trocar opiniões, posicionar-se, enfim, exercer desde cedo a cidadania. É dessa percepção pelo papel da leitura na formação escolar que nasceu o projeto Sarau Literário, envolvendo alunos de Ensino Infantil, Fundamental I, Fundamental II, Integral e Médio. Um trabalho dos colaboradores Paulo Vítor Oliveira e Kênia Rodrigues Vieira, da Biblioteca José Amilar da Silveira, com o apoio da Coordenação Geral de Desenvolvimento e Promoção da Educação, no O Sarau Literário tem como objetivo proporcionar momentos de prazer e alegria aos alunos e a toda comunidade do CSFX, resgatando e desenvolvendo o hábito de leitura por meio de literatura, poesias, contos, causos, crônicas, lendas folclóricas, música, dança e teatro. Além disso, os trabalhos visam valorizar as relações interpessoais e o espírito de cooperação e respeito entre os alunos, integrar disciplinas, aprimorar a capacidade linguística dos alunos e valorizar a biblioteca e o acervo literário do CSFX. “Desejamos mostrar para os alunos que a biblioteca é lugar da literatura, dos livros e da pesquisa. Ficamos satisfeitos com a grande participação dos estudantes. Acredito que foi o começo para despertar a vontade de todos de visitarem mais esse espaço do conhecimento.” Nancy Nogueira – Professora de Português e Teatro 67 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.49), a dança instituída no ambiente escolar proporciona ao aluno: • Compreender a estrutura e o funcionamento do corpo e os elementos que compõem o seu movimento. • Interessar-se pela dança como atividade coletiva. • Compreender e apreciar as diversas danças como manifestações culturais. São benefícios da prática musical ao aluno: • Interpretar, improvisar e compor, demonstrando alguma capacidade ou habilidade. • Reconhecer e apreciar os seus trabalhos musicais, de colegas e de músicos por meio das próprias reflexões, emoções e conhecimentos, sem preconceitos estéticos, artísticos, étnicos e de gênero. • Compreender a música como produto cultural histórico em evolução, sua articulação com as histórias do mundo e as funções, valores e finalidades que foram atribuídas a ela por diferentes povos e épocas. • Reconhecer e valorizar o desenvolvimento pessoal em música nas atividades de produção e apreciação, assim como na elaboração de conhecimentos sobre a música como produto cultural e histórico. O teatro aplicado no cotidiano escolar possibilita ao aluno: • Compreender e estar habilitado para se expressar na linguagem dramática. • Compreender o teatro como ação coletiva. • Compreender e apreciar as diversas formas de teatro produzidas nas culturas. 68 DESENVOLVIMENTO 1a ETAPA ELABORAÇÃO DO PROJETO 2a ETAPA INSCRIÇÕES Os alunos optaram pela temática de sua escolha de acordo com os temas abordados: Poesias; Causo; Contos; Crônicas; Lendas folclóricas; Músicas poéticas; Literatura; Teatro; Dança. 3a ETAPA CRONOGRAMA Filtragem das inscrições e preparação do cronograma, dividindo as apresentações por turma e alunos. 4a ETAPA SELEÇÃO DE OBRAS E TEXTOS Cada professor ficou responsável pela sua respectiva série, pela escolha das obras e indicação delas aos alunos. Os professores selecionaram textos adequados às habilidades de leitura e ao repertório dos alunos. A escolha foi feita pensando nas possibilidades de adaptação desse texto para as apresentações. E, para tanto, foi de fundamental importância observar se a história escolhida tinha condições de envolver o espectador. FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM 5a ETAPA APRESENTAÇÃO DO SARAU Exposição “O Leitor Indica”: Durante o evento do Sarau Literário, a Biblioteca José Amilar da Silveira realizou uma exposição de livros, revistas e gibis para divulgação do seu acervo. Ao lado dos livros expostos, havia um comentário ou uma dica dos alunos dando vários motivos para que as pessoas visitantes pudessem ler o livro recomendado. Foi exposto um cavalete com vários papéis presos e um pincel, onde o aluno pôde deixar seu recado como leitor, indicando uma obra, um autor, ou até mesmo relatando a sinopse do livro indicado. Para atender a necessidades e interesses educacionais e culturais das pessoas com deficiência visual, a Biblioteca José Amilar da Silveira, em parceria com a Fundação Dorina Nowill, oferece um acervo variado de títulos em audiolivro e braile, entre clássicos da literatura nacional e estrangeira, obras de leitura obrigatória para vestibulares e os mais recentes best-sellers. RESULTADOS dariedade e, principalmente, o contato e uma melhor convivência entre alunos, professores, funcionários e comunidade. O Sarau Literário mostrou-se uma prática transformadora ao contribuir para a superação da timidez para muitos alunos. Além disso, o projeto estimulou a revelação de novos autores, proporcionou expansão do conhecimento e mentalidade crítica, valorizou o ser humano e o conhecimento do patrimônio cultural. No dia a dia em sala de aula, percebeu-se ainda um impulso ao desenvolvimento do vocabulário, da concentração, da disciplina, do respeito e da soli- Tendo em vista o grande número de participantes no Sarau Literário, observou-se que é muito importante o desenvolvimento de ações culturais envolvendo todos os segmentos da escola e da comunidade, expandindo o acesso à cultura, à educação, à cidadania e à construção do conhecimento de cada pessoa que interage com o Colégio São Francisco Xavier. RELAÇÃO DO AUMENTO DO VOLUME DE EMPRÉSTIMOS NA BIBLIOTECA 704 433 261 JUNHO JULHO AGOSTO Nota: a queda no mês de julho deve-se às férias escolares. “Ler vai muito além de decodificar códigos linguísticos, ler é ver com a alma. Ler é entender, sentir e viver o que está implícito nas entrelinhas. Essa leitura plena só acontece a partir do momento em que o leitor é envolvido em situações criativas e envolventes como foi o Sarau Literário. Parabéns à equipe, e venham outros eventos!” Cláudia Vargas Professora do Ensino Fundamental I 69 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM PROJETO GAIA CICLO 2012 A partir da conscientização ambiental em sala de aula, alunos do 5o ano do CSFX trabalharam questões referentes à sustentabilidade e à poluição e mobilizaram a comunidade por meio de uma gincana. O óleo saturado recolhido na ação foi ainda trocado por materiais de limpeza, o que beneficiou instituições carentes da região. No Colégio São Francisco Xavier, zelar pelo meio ambiente é coisa que se aprende desde cedo, como demonstrou o Projeto Gaia junto aos alunos de cinco turmas do 5o ano do Ensino Fundamental. Realizada pelos colaboradores Weber Campos de Souza, Delme Araújo Castro Garcia, Gabriela Bicalho Barros, Kelly Cristina Leite e Luciene Nascimento Cardoso, a prática abordou questões referentes a sustentabilidade, poluição ambiental e reciclagem, levando os alunos a refletir, analisar e praticar os conhecimentos sobre a questão do óleo saturado dentro e fora da sala de aula. Partindo da disciplina Ciências, a 1a etapa do projeto levou informação sobre os impactos do descarte incorreto do óleo saturado na natureza, a contextualização desse cenário nas cidades e a importância da reciclagem. Dados que, utilizados na aula de Filosofia, ressaltaram a importância de um “novo” pensar filosófico na área ambiental, justificando como o pensamento está ligado diretamente às ações. Para potencializar o conhe- 70 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM cimento adquirido, os alunos receberam a visita da diretora da Recóleo, uma empresa de coleta e reciclagem de óleo vegetal para a produção de biodiesel, e participaram de um debate para esclarecer dúvidas, mitos e soluções para a poluição. Durante o encontro, os alunos realizaram ainda a leitura da música “Sal da Terra”, explicando-se aos estudantes o nome do projeto. Gaia, representação do planeta Terra na mitologia grega, ressaltou a responsabilidade de todos com as atitudes no dia a dia que podem contribuir para uma sociedade mais justa e ética. Na etapa seguinte, o Projeto Gaia envolveu os pais, por meio da agenda eletrônica semanal1 e das reuniões de pais, multiplicando dicas e in1 formações sobre a importância da reciclagem do óleo. Ao levar as discussões sobre o assunto também para a casa dos estudantes, houve ainda um maior interesse dos alunos sobre o tema, percebido não apenas em sala, mas ainda por ligações de pais elogiando o projeto e solicitando novos dados sobre o assunto. Após todas essas reflexões, as cinco turmas do 5o ano do Ensino Fundamental, divididas em grupos de seis alunos, começaram uma gincana, com as tarefas de criarem cartazes, músicas, desenhos, slogans sobre o tema e um desafio: arrecadar o maior número de óleo usado para reciclagem. Ao todo, foram arrecadados 640 litros do produto em oito dias, entregues no posto de coleta montado nas dependências do Colégio. A união entre pais e filhos para ir às ruas e conscientizar ainda mais pessoas sobre questão da sustentabilidade ressalta o valor da escola como um espaço privilegiado para a formação de cidadãos e desenvolvimento de valores e atitudes sustentáveis. A iniciativa não parou por aí. Todo o resíduo obtido foi trocado pela Recóleo por materiais de limpeza. Com isso, os alunos do CSFX puderam ainda beneficiar as entidades Casa da Esperança e Creche Lar Escola da Caridade. Foram arrecadados 640 litros de óleo saturado para reciclagem Ferramenta de comunicação entre a escola e a família do aluno sobre os compromissos do período Alunos do 50 ano durante a entrega das arrecadações no Shopping do Vale 71 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM GRÁFICOS DA ARRECADAÇÃO DO ÓLEO SATURADO – SHOPPING DO VALE DO AÇO ARRECADAÇÃO DO ÓLEO - 2011 800 600 400 530 482 420 415 340 200 0 Litros ABRIL MAIO DESENVOLVIMENTO 1a etapa – Abordagem do tema sustentabilidade e poluição ambiental em sala de aula nas disciplinas Ciências e Filosofia; • 2a etapa – Visita ao Colégio da diretora da Recóleo, empresa de coleta e reciclagem de óleo vegetal; • 3a etapa – Reflexões e debate dos conhecimentos adquiridos durante a visita; • 4a etapa – Divulgação das informações para os pais de alunos; • 5a etapa – Gincana: pequenos com grandes responsabilidades. • RESULTADOS OBTIDOS Destacar a importância da filosofia inserida na educação dos primeiros anos do Ensino Fundamental I, com o objetivo principal de estimular o pleno desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dos alunos; • Aumento de postos de coleta de óleos utilizados na cidade de Ipatinga; • 72 JUNHO JULHO Maior interação dos pais a respeito de projetos desenvolvidos no CSFX; • Foram arrecadados 640 litros de óleo durante oito dias de coleta; • A partir da gincana, novos restaurantes passaram a destinar cerca de 80 litros de óleo vegetal usado por semana; • Participação dos alunos para a continuidade do projeto por meio de conscientização; • Famílias de 32 alunos também passaram a entregar nos postos de coleta o óleo utilizado em suas casas. • LIÇÕES APRENDIDAS “Nossa como foi boa! Aprendemos muito, desde o processo de reciclagem até as consequências que ela pode trazer para nós. A turma ficou empolgada e conseguimos aumentar ainda mais o gosto pela disciplina de Filosofia.” Entrevistada: Júlia Lima Aluna da turma 54 AGOSTO “Achei muito boa a iniciativa da escola de mostrar aos pais e alunos como somente 1 litro de óleo polui tanto. Isso dá consciência a todos nós de que o futuro do meio ambiente depende de cada um. Tive a oportunidade de ir à casa de muitos vizinhos e parentes para ajudar a minha filha na gincana; com isso, todos ganhamos mais conhecimentos, entretenimento com as pessoas envolvidas, sem falar do gostinho de poder ajudar minha filha durante o meu dia de folga, conseguimos arrecadar 46 litros em uma tarde. Valeu a pena!” Entrevistada: Micheline Barros Mãe da aluna Stéphanie, da turma 51 “Na atualidade, a convivência em sociedade exige que o aluno compartilhe seu raciocínio com clareza e que ele seja capaz de compreender e atuar nas demandas socioculturais e ambientais em que está inserido. Baseado nesse princípio, as aulas de FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM ARRECADAÇÃO DO ÓLEO - 2012 800 600 400 684 512 556 530 518 200 0 Litros ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO Filosofia ministradas pelo professor Weber foram organizadas de maneira que pudessem promover uma grande variedade de atividades envolvendo os alunos do 5o ano na atuação cidadã em relação à coleta de óleo para reutilização, promovendo não só a conscientização como também a prática dos alunos e comunidade escolar, mobilizando outras disciplinas para que os alunos, assim, tivessem oportunidade de construir significado e dar vida ao aprendizado.” Entrevistada: Kelly Cristina Leite Supervisora do Ensino Fundamental I “Inserir a Filosofia na educação dos primeiros anos é estimular o pleno desenvolvimento social, afetivo e cognitivo dos alunos.” A professora Delme Garcia (à esquerda), a supervisora Kelly Leite, a coordenadora Gabriela Barros, o professor Weber Campos e a orientadora Luciene Nascimento integram a equipe do Projeto Gaia Weber Campos Professor de Filosofia do Ensino Fundamental I 73 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM EXPEDIENTE Luís Márcio Araújo Ramos Diretor-Executivo da Fundação São Francisco Xavier e Usisaúde Adriana Leite Chaves Quintela Superintendente de Gestão Mauro Oscar Soares de Souza Lima Superintendente do Hospital Márcio Cunha Adseu Álvares de Andrade Superintendente de Planos de Saúde Solange Liége dos Santos Prado Superintendente do Colégio São Francisco Xavier Carlos Antônio de Souza Superintendente do Centro de Odontologia Integrada Amália Regina Lage Leão Superintendente de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente José Carlos de Carvalho Gallinari Assessor Especial de Relações Institucionais Alessandra Pinto Simões Assessora de Desenvolvimento Estratégico e Qualidade Alexandre Albuquerque Guimarães Assessor da Auditoria Corporativa Felipe Lannes de Aguiar Pacheco Assessor Jurídico Érica Pascoal Fernandes Assessora de Comunicação FICHA TÉCNICA Produção | Assessoria de Comunicação Textos | Assessoria de Comunicação e Assessoria de Desenvolvimento Estratégico e Qualidade Design e diagramação | Café c/ Design Fotografia | Arquivo FSFX, Nilmar Lage, João Rabelo e Gustavo Jácome 74 FSFX - PRÁTICAS QUE TRANSFORMAM