MÁRCIA REGINA SANTOS DE JESUS
“RESOLVEMOS POLITIZAR A NOSSA MORTE”: Movimento Negro,
Genocídio e Extermínio da Juventude Negra e Segurança Pública.
CURITIBA
2013
MÁRCIA REGINA SANTOS DE JESUS
“RESOLVEMOS POLITIZAR A NOSSA MORTE”: Movimento Negro,
Genocídio e Extermínio da Juventude Negra e Segurança Pública.
Monografia
apresentada
ao
Curso de Ciência Sociais da
Universidade Federal do Paraná
– UFPR, como requisito parcial
para obtenção de Bacharel em
Ciências Sociais sob. orientação
do Professor Doutor Pedro
Rodolfo Bodê de Moraes.
CURITIBA
2013
Aos meus pais,
Rosa Francisco dos Santos de Jesus (in memória) e
Luiz Carlos Nunes de Jesus
AGRADECIMENTOS
Agradeço as(os) militantes negras(os) que diretamente contribuíram para a
realização deste trabalho, dedicando parte da sua vida a essa discussão e
tantas outras, tendo como tarefa principal a construção de um país de fato
democrático. A minha família, aos meus pais os primeiros responsáveis pelo
ser humano que me tornei e aos meus irmãos que direta e indiretamente
contribuem para a realização de tudo que eu faço. Ao Centro de Estudos em
Segurança Pública e Direitos Humanos – CESPDH/UFPR pelas discussões e
provocações acerca das temáticas, muito braviamente aqui consideradas e ao
Núcleo de Estudos Afro-brasileiro – NEAB/UFPR, neste momento, muito
especialmente a pessoa da Dra. Rosa Espejo, pela generosidade com que tem
tratado os(as) estudantes. A todas as amizades construídas nessa etapa da
minha vida, feitas em sala de aula e nestes espaços de troca de conhecimento.
Em especial, as amizades que transcenderam o espaço da universidade:
Andressa Ignácio da Silva, Thaís Pinhata de Souza, Roberto Jardim da Silva,
Marli klein Valaski, Rosa Maria Ramos, Mônica Valeria e Ednubia Ghisi. E muito
especial, ao Prof. Dr. Pedro Rodolfo Bodê de Moraes, pela dedicação à esse
tema, dentro e fora da universidade, tendo em vários momentos somado na
luta do Movimento Negro. E ainda mais especialmente, pelas palavras de
incentivo e conforto nos momentos de dificuldades atravessados nessa
trajetória. Estendo ainda esse agradecimento a Elena Shizuno. Para finalização
deste trabalho, agradeço ao Marcelo Bordim pela indicação e disponibilização
dos seus trabalhos sobre a polícia em Curitiba.
Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que
a verdade é um lugar de lutas. (Pierre Bourdieu)
RESUMO
Pesquisas realizadas por diversas entidades que desenvolvem indicadores
sociais como IBGE, IPAE, e CEAS apontam a condição de genocídio e
extermino que vivem os jovens negros. Este trabalho tem o objetivo de
destacar as iniciativas do Movimento Negro na denuncia da violência que
perpassa essa realidade. Para tanto, metodologicamente se trabalhou fazendo
pesquisa bibliográfica, em documentos e de ações do movimento negro que
possibilitaram a construção do objeto de pesquisa, contextualizando-o histórica
e teoricamente. Nesse intuito iniciamos este trabalho fazendo uma breve
exposição da apropriação pessoal do tema da pesquisa referida a jovens
negros e violência racial, para em seguida desenvolver e situar os conceitos de
raça e racismo como processos sociais que se configuram hierarquizando e
submetendo a população negra, a seguir desenvolvemos um capítulo referente
aos jovens e a realidade de ser jovem e negro no Brasil. Na sequencia falamos
da ação policial e sua relação com a realidade desses jovens, continuando com
uma exposição das condições que se desenvolvem em Curitiba, para culminar
trazendo dados importantes da atuação do movimento negro, suas demandas,
suas articulações e repercussões na temática desenvolvida. Conclui-se neste
trabalho que a denuncia do movimento negro é urgente e necessária ao
chamar atenção para um estado organizado para eliminar parte da sua
população jovem, um controle social perverso se destina a juventude negra.
PALAVRAS CHAVE: Movimento Negro, Genocídio e Extermínio, Juventude
Negra e Segurança Pública.
ABSTRACT
Surveys conducted by various organizations that develop social indicators as
IBGE, EPI, and CEAS showed condition of genocide and extermination living
young blacks. This work aims to highlight the initiatives of the Black Movement
denounces the violence that permeates this reality. For both, methodologically it
worked making literature, documents and actions of the black movement that
enabled the construction of the research object, contextualizing it historically
and theoretically. To that end begin this work by making a brief statement of
personal appropriation of the theme of the research referred to young blacks
and racial violence, soon to develop and situate the concepts of race and
racism as social processes that constitute a hierarchy and submitting to the
black population, then develop a chapter on youth and the reality of being
young and black in Brazil. Following on talk of police action and its relationship
to the reality of these young people, with a continuing exposure to conditions
that develop in Curitiba, bringing important data to culminate the activity of the
black movement, their demands, their impact on the joints and theme
developed. We conclude in this paper that denounces the black movement is
urgent and necessary to draw attention to an organized state to eliminate part of
its young population, social control is intended to pervert black youth.
KEYWORDS: Black Movement, Genocide e extermination, Black youth and
public safety.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................... ..................................... 01
1. TRAJETÓRIA POLÍTICA E ESCOLHA DO OBJETO ............................... 04
2. UMA BREVE DISCUSSÃO DE RAÇA E RACISMO NO BRASIL.............. 06
3. JUVENTUDES: SER JOVEM E NEGRO FAZ DIFERENÇA ...................... 11
4. SEGURANÇA PÚBLICA E INSEGURANÇA PÚBLICA ............................ 15
5. A CIDADE DE CURITIBA E O TEMA DO RACISMO, VIOLÊNCIA E
POLÍCIA .......................................................................................................... 21
6. “RESOLVEMOS POLITIZAR A NOSSA MORTE”: MILITÂNCIA NEGRA E
O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA RACIAL .............................................. 30
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 40
8.REFERÊNCIAS............................................................................................. 43
9.ANEXOS ...................................................................................................... 47
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