Jornal dos FuncionÁrios do bRADESCO •
• São Paulo, julho de 2014
Queremos mais
contratações
Sindicato cobra fim das demissões e da sobrecarga de trabalho
N
o dia 3 de julho, dirigentes sindicais
reuniram-se com representantes do
RH do Bradesco para cobrar o fim
das demissões e a contratação de mais funcionários. O banco negou que esteja colocando
em prática um programa de demissões e de
reestruturação. Alega ainda que as dispensas
são pontuais, motivadas por desempenho ou,
ainda, por vontade própria do funcionário.
Mas os números e as denúncias de bancários remanescentes contestam a empresa.
Apenas de janeiro a março deste ano, o banco cortou 944 postos de trabalho. De março
de 2013 a março deste ano, foram 3,25 mil
empregos a menos.
“O Bradesco demite funcionários e o que é
pior, não repõe. Os remanescentes são obrigados a realizar o serviço que antes era feito por
três, quatro colegas. Entram no banco às 7h e,
muitas vezes, ficam até às 21h. Não estão tendo vida própria e ainda são obrigados a ouvir
que no final do mês o compromisso é com o
banco, por causa das metas”, relata a dirigente
Sandra Regina da Silva.
De acordo com Sandra, essa realidade
desrespeitosa fica ainda mais absurda se os
resultados do Bradesco forem levados em
consideração. O segundo maior banco privado no país teve neste ano lucro líquido de
R$ 3,47 bilhões, variação de 18% em relação
aos R$ 2,94 bilhões de janeiro a março de
2013, surpreendendo até mesmo as expectativas do mercado.
Em vez de ampliar postos de trabalho
para melhor atendimento à população, o
Bradesco reduziu seu quadro de pessoal para
99.545 trabalhadores. “O banco nega que
esteja colocando em prática uma política de
redução de postos de trabalho, mas os fatos
e os números provam o contrário. O Bradesco tem lucro, portanto não há sentido em
continuar com as demissões, que tem como
consequência a pressão, a sobrecarga, o adoecimento e a precarização do atendimento.
Queremos mais contratações!”
A presidenta do Sindicato, Juvandia
Moreira, destaca que o resultado divulgado pelo banco é o maior lucro trimestral
da história. “E, ao mesmo tempo, o banco fecha postos de trabalho. Não podemos
aceitar essa situação, que está na contramão
da economia brasileira”, afirma, ao se referir
aos aumentos das taxas de emprego observadas no país nos últimos anos.
Página 2 • RAIOS • julho de 2014
francisco conde
Sobrecarga na Cidade de Deus
Funcionários ainda convivem com ameaças de demissão;
Recursos Humanos, no entanto, desmente boatos
paulo pepe
Dois departamentos da Cidade de Deus estão
no olho do furacão das demissões e da sobrecarga
de trabalho, sintetizando a realidade da matriz do
Bradesco: o DCPS (Departamento de Comercialização de Produtos e Serviços) e o DCO (Departamento Controle Operacional).
No primeiro, há o receio dos funcionários devido à série de dispensas que atingiu essa área no
final de 2013. O Sindicato entrou em contato
com o setor de Recursos Humanos do Bradesco
para questionar boatos sobre possíveis demissões,
Funcionários da Cidade de Deus
sofrem com demissão e sobrecarga
o que foi negado pelo banco.
“Os bancários afirmam estar sobrecarregados”,
afirma o dirigente sindical Osvaldo Caetano. “Por
isso é essencial que marquem a jornada, pois se
detectarmos extrapolação no horário de trabalho
teremos mais condições de cobrar o Bradesco.”
DCO – O Sindicato também está recebendo denúncias de demissões no Departamento Controle
Operacional, em especial bancários aposentados
ou próximos da aposentadoria. Representantes da
entidade procuraram a área de recursos humanos
do Bradesco no final de junho, mas a empresa
negou que haja processo de reestruturação.
“Os bancários remanescentes estão sobrecarregados. Com isso, aumenta o assédio moral e são
obrigados a fazer hora extra para dar conta do
serviço”, relata a dirigente sindical Sandra Regina
da Silva, lembrando que funcionários estão trabalhando além da jornada, assinando termos de
compensação, com horas para ser tiradas.
“O Sindicato é contra isso. O banco tem de
parar com demissões e contratar mais”, afirma
Sandra. Representantes do Bradesco têm negado
que haja extrapolação da jornada, mas se comprometeram a verificar as denúncias.
defenda-se!
Denuncie o assédio moral
Sindicato possui programa sigiloso de combate à prática
A realidade vivida pelos bancários da Cidade
Deus – que consiste em um número insuficiente
de funcionários para exercer funções em demasia – é um terreno fértil para o assédio moral.
Assédio moral é a exposição repetitiva e prolongada dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada
de trabalho e no exercício de suas funções. É
praticado pelos chefes contra seus subordinados.
Pode ser identificada por atitudes como, por
exemplo, iniciar reuniões amedrontando quanto ao desemprego ou ameaçar constantemente
com a demissão, chamar de incompetente, sobrecarregar de trabalho ou impedir a continuidade da tarefa ao negar informações, desmorali-
Sindicato
aguarda MP
mauricio morais
dcps e dco
zar publicamente afirmando que tudo está errado, afirmar que seu trabalho é desnecessário etc.
Reaja – Os bancários têm a disposição um
programa de combate ao assédio moral. É uma
conquista dos trabalhadores após grande mobilização na Campanha Nacional Unificada 2010.
“O bancário que está se sentindo pressionado, sofrendo assédio moral, deve entrar
em contato com o Sindicato. Sua identidade
será preservada”, orienta o dirigente sindical
Marcelo Peixoto.
Para fazer uma denúncia ao Sindicato, ligue
no 3188-5200 ou acesse www.spbancarios.com.
br/Servicos/denuncia.aspx
Os funcionários do ex-BCN
aprovaram em assembleias realizadas em todo o país a destinação de cerca de R$ 100 milhões
referentes à segunda parcela que
têm direito a receber da Fundação
Francisco Conde.
Essas decisões – inclusive a da
assembleia realizada em janeiro
por cerca de 500 participantes da
FFC na Quadra (foto) – foram
juntadas pelo Sindicato ao processo movido pelo Ministério Público (MP). Agora a entidade aguarda que o MP se manifeste sobre a
resolução dos trabalhadores.
A entidade também informou
as decisões ao desembargador
Paulo Dimas, relator do processo no Tribunal de Justiça de São
Paulo. Além disso, pede a Dimas
que também solicite ao MP que
se manifeste sobre as deliberações
das assembleias.
Desde 1997 – O montante a
ser pago aos trabalhadores referese a recursos do IABCN (Instituto
Assistencial BCN) que era administrado pela FFC. Os recursos,
constituídos por contribuições do
extinto banco BCN e dos funcionários, estão bloqueados desde que
o Bradesco adquiriu a instituição
financeira em 1997.
Essa é a segunda e última parcela que os trabalhadores têm direito a receber da FFC. A primeira,
paga em 2001, foi relativa aos recursos previdenciários e totalizou
R$ 200 milhões.
Edi­ta­do pe­lo Sin­di­ca­to dos Ban­cá­rios e Fi­nan­ciá­rios de São Pau­lo, Osas­co e Re­gião. Pre­si­den­ta: Juvandia Moreira. Di­re­tor de Im­pren­sa: Ernesto Shuji Izumi. Di­re­to­res res­pon­sá­veis: Adozinda Praça de
Almeida, Alexandre de Almeida Bertazzo, Antônio Joaquim da Rocha, Bruno Scola, Cássio Roberto Alves, Edson Carneiro da Silva, Erica de Oliveira Batista, Givaldo Lucas, João Paulo da Silva, Jozival­
do da Costa Ximenes, Juvandia Moreira, Luiz Carlos Costa, Marcelo Peixoto de Araújo, Marcos Antônio do Amaral, Neiva Maria Ribeiro dos Santos, Rubens Blanes Filho, Rubens Luiz Neves, Sandra
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