O SER HUMANO É TRANSFORMADO PELO CONHECIMENTO Reinaldo Pereira de Aguiar Auxiliar de Biblioteca UFAL – Campus Sertão, U. A. de Santana do Ipanema/AL Graduando em Direito e Letras [email protected] RESUMO: O conhecimento é o fator primordial para a mudança do ser humano em seu presente, e prepara o destino do seu futuro, pois este indivíduo pode produzir, usar e posicionar-se sobre os diversos tipos de conhecimento. Dentre eles estão o: popular, o religioso, o científico e o conhecimento filosófico. O conhecimento é a junção de um dado, que transforma em informação, e consequentemente gera o conhecimento, e como este acontece na educação básica e no ensino superior. E a relação mercado trabalho com o conhecimento no mundo globalizado. PALAVRAS-CHAVE: Dado, Informação e Conhecimento no Presente. Construção do Futuro. Tipos de Conhecimento. Adquirir Conhecimento na Universidade. Conhecimento na Legislação Brasileira. O Mercado de Trabalho e o Conhecimento. 1 1. Introdução O conhecimento é adquirido pela utilização dos sentidos, então cabe a cada pessoa buscar este conhecimento pelo dado, informação e consequentemente acrescentando novos conhecimentos. Esta gradação reflete o verdadeiro valor da junção de dados que resulta em informações e estas agregadas transformam em conhecimentos. Neste trabalho também será abordado a definição de que venha a ser conhecimento, a sua origem, e os seus diversos tipos de conhecimento. E o conhecimento na Legislação Brasileira, como o sistema educacional deve transmitir conhecimento e a exposição de novas metodologias de como trabalhar a educação em busca de novos conhecimentos para o ensino básico e para o ensino superior. E o mercado de trabalho atual exige pessoas com alto grau de conhecimento e qualificação para melhor comunicar no ambiente de trabalho, isto acontece devido a inúmeras necessidades que exige o mercado globalizado na era atual. 1.1 O conhecimento O conhecimento é uma palavra de origem latina denominada “cognoscere”, que tem como significado: conhecer pelos sentidos. Também define a autora Moura no Livro de Metodologia do Trabalho Acadêmico em parceria com a FTC EAD que o conhecimento é: [...] o atributo que têm os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de sua sobrevivência. É o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto a ser conhecido. Observando com os sentidos o indivíduo adquire informações que a transformam em conhecimento, este poderá ser de diversos tipos, dentre eles estão: o conhecimento científico, popular, religioso e filosófico. E este indivíduo também é capaz de produzir, usar e posicionar-se a partir do conhecimento. 2 Ele produz conhecimento quando a pessoa está presente no mundo, além de buscar novas informações agindo de forma criativa; produzindo e “fazendo” conhecimento. Para somar à produção de conhecimento o indivíduo também pode usar o conhecimento, isto acontece quando o conhecimento já vem pronto, acabado. Pode-se dizer que as escolas tradicionais, em grande maioria, usam o conhecimento utilizando a metodologia de transmissão de conteúdo passivamente ao aluno. Além de produzir e usar o conhecimento o ser humano também e deve participar ativamente deste conhecimento na forma do posicionar-se, isto acontece quando o ser age de forma crítica e reflexiva através do método dialógico. 1.2 Os diversos tipos de conhecimento É imensa a diversidade de conhecimento existente, mas neste trabalho será abordado alguns deles, como por exemplo: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso e científico. É como diz a autora Moura no livro publicado em parceria com a FTC EAD, metodologia do trabalho acadêmico que diz que o conhecimento: [...] consiste numa relação “sui generis” entre a consciência cognoscente e o objeto conhecido. Assim o conhecimento é algo sem comparação, é único, e em suas diversas formas de apresentar, salienta-se comentar sobre os conhecimentos: popular, filosófico, religioso e científico. O popular ou senso comum, é aquele conhecimento da espontaneidade, é aquele que se aprende diariamente com experiências sem fundamentos, sem questionamentos, sendo que todos têm este conhecimento, uns tem um pouco menos, outros o tem mais. Já o conhecimento filosófico possui algo valorativo que consiste em hipóteses que não aceitam observações como o conhecimento científico, aquele baseia-se em experiência e não experimentação, é também um conhecimento infalível e exato visto que seus postulados e suas hipóteses não são submetidas ao teste de observações e também é racional, sendo uma das características mais importante deste conhecimento, pois consiste num conjunto de enunciados logicamente relacionados. 3 Para dar continuidade aos tipos de conhecimento é necessário comentar sobre o conhecimento científico, que é um conhecimento organizado sobre um determinado objeto, mediante observações e experiências dos fatos num método próprio, é um conhecimento crítico, rigoroso, pois nasce da dúvida e consolida na certeza das leis demonstradas. E para finalizar o “tecer comentar” sobre alguns dos diversos tipos de conhecimento não poderia deixar de mencionar o conhecimento religioso, pois os conhecimentos aqui citados muito se relacionam. O conhecimento religioso é a suposição, e exige a autoridade divina, aqui se opõe ao conhecimento científico, pois este somente admite o que foi testado e provado. Naquele conhecimento está presente a inspiração, e aqui as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis, pois consistem na “revelação” da divindade. 1.3 Dado, informação e conhecimento Dado, informação e conhecimento não tem a mesma definição, mas nesta mesma ordem se completam. O dado é algo único, sozinho; já o conjunto de dado, se transforma em dados que é o mesmo que informação; e a partir desta se forma o conhecimento. Para entender melhor citase como exemplo: Em língua portuguesa, as letras soltas, são tidas como dado; as junções destas letras formam palavras, que é tida como informação; e consequentemente a junção destas palavras formam-se frases e/ou textos que é tida como conhecimento certo ou errado, real oi irreal. Definem dado, informação e conhecimento o mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira no seu mini Aurélio (2000): Dado: [...] 6. Elemento ou quantidade conhecida, que serve de base a resolução dum problema. 7. Elemento para a formação dum juízo [...]. Informação: [...] 2. Dados acerca de alguém ou de algo. 3. Instrução, direção. 4. Inform. Conhecimento extraído dos dados. 5. Inform. Resumo dos dados. [...]. Conhecimentos: sm.pl. Erudição, saber Conhecimento: [...] Informação ou noção adquiridas pelo estudo ou pela experiência. 4 Explica bem o mestre o que venha a ser dado, informação e conhecimento, como buscar conhecimento, produzir conhecimento: EFEITOS: Causa – Consequência (Dado, Informação e Conhecimento) A desigualdade social - O desequilíbrio na justiça – justiça falha O uso de drogas CONSEQUÊNCIAS: O que se interpreta destas imagens? O Professor Rubens N. Melo em palestra na UFPA define dado, informação e conhecimento: Dado é uma forma de representação de fatos, fenômenos e ideias, [em outras palavras ele diz que:] Dado = símbolo + meio de representação; 5 Informação é o dado interpretado. [em outras palavras ele quer dizer que:] Informação = dado + significado; Conhecimento é um conjunto de informações e de regras para manipulação dessas informações, [em outras palavras diz que:] Conhecimento = {informações} + {regras para manipulação dessas informações} Assim explica muito bem em sua palestra a definição de dado, informação e conhecimento, sendo o primeiro uma parte, o segundo um conjunto e o terceiro e último que é o conhecimento é a junção dos conjuntos que levam as informações a formular e identificar uma situação-problema. 1.4 O conhecimento para a Legislação Brasileira O conhecimento é um dos objetivos que prevê a legislação brasileira, quando se fala em educação. Em 1996, com a edição da Lei 9.394/96, a famosa LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), a fim de exigir inovação com qualidade na educação esta lei em seu art. 26 diz: Art. 26 ... § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática. O conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. (grifo meu) É percebido que esta lei inova para que os currículos devam abranger obrigatoriamente a língua portuguesa e matemática a fim de conhecer o mundo na sua essência e exterior por meio dos sentidos como a mediação de conhecimento das disciplinas citadas. Assim a LDB chega para ressignificar a educação em uma nova educação, moderna, pois a realidade sócio-cultural e econômica necessita dessa inovação. Devem citar as finalidades da Educação no Ensino Superior para a LDB, algumas de suas finalidades podem ser mencionadas como: Art. 43 A educação superior tem por finalidade: I - ... II - Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento e aptos para a inserção em setores profissionais para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III ... 6 IV – Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicas que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino de publicações ou de outras formas de comunicação. V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. Para isso é de extrema necessidade que os professores superem o vício de transmitir o “conhecimento” pronto, como se fossem verdades absolutas. E deve ser feito como o mestre Cury fala em seu livro Pais brilhantes, professores fascinantes: “Os professores fascinantes transformam a informação em conhecimento e o conhecimento em experiência”. 1.5 Como adquirir conhecimento no Ensino Superior? No espaço acadêmico o professor deve ensinar e mediar o conhecimento de forma diferente da prática pedagógica aplicada no ambiente do ensino básico. Aqui, no Ensino Superior: “[...] o conhecimento deve ser adquirido não mais através de seus produtos mas de seus processos. O conhecimento deve se dar mediante a construção dos objetos a se conhecer e não mais pela representação desses objetos”. (SEVERINO, 2007). Na academia é preciso ensinar a construir experiência no educando, trabalhando de forma ativa com o pensamento reflexivo, crítico e instigando ao aluno a construir o conhecimento, deixando de ser um ser passivo como na escola clássica que acontecia e as vezes ainda acontece no ensino básico. E assim para que o aluno busque o conhecimento na Universidade é necessário ser um pesquisador; e com ele deverá o professor fazer parceria na busca do conhecimento, pois a pesquisa assume uma tríplice dimensão, como explica o Autor Severino (2007): De um lado, tem uma dimensão epistemológica: a perspectiva do conhecimento. Só se conhece construindo o saber, ou seja, praticando a significação dos objetos. De outro lado, assume ainda uma dimensão pedagógica: a perspectiva decorrente de sua relação com a aprendizagem. Ela é imediação necessária e eficaz para o 7 processo de ensino aprendizagem. Só se aprende e só se ensina pela efetiva prática da pesquisa. Mas ela tem ainda uma dimensão social: a pesquisa de extensão. Assim é constatado que a educação superior deve atuar não somente na metodologia ensino, mas na pesquisa e extensão a fim de preparar o acadêmico pessoal e profissionalmente para a vida. 1.6 O conhecimento para o mundo atual É um fator de extrema importância para melhor comunicar com os interlocutores neste mundo globalizado, pois diversas são as informações, sejam elas verdadeiras ou mentirosas, mas sempre pautadas em saber discernir o que é certo ou o que é errado realizando pesquisas em busca do conhecimento. Como por exemplo, tanto para um aluno, um trabalhador, um empregador, bem como para qualquer ser humano na atualidade é preciso conhecer outro(s) idioma(s) além de bastante domínio em sua língua materna para evitar “obstáculos” na comunicação entre o atendente e o cliente, entre o comprador e o fornecedor, entre o professor e o aluno. Também além desses conhecimentos de novos idiomas, é necessário ser qualificado ter (graduação, pós-graduação „strictu-sensu’, PHD) para “adentrar” ao mercado de trabalho que está cada dia mais exigente em nível de qualificação e capacitação (realização de cursos nas diversas áreas, especificamente na área que trabalha). 2. Considerações finais O conhecimento é adquirido pelos sentidos e é extremamente importante para a vida do indivíduo na atualidade. Este conhecimento que necessita o ser humano é aquele conhecimento adquirido por meio da educação formal, enquanto influencia bastante na vida de qualquer pessoa, o conhecimento comum adquirido no dia-a-dia. 8 No entanto, somente este conhecimento que adquire em casa e na rua não é suficiente, é necessário buscar o conhecimento mediado e transmitido pela educação formal. No Ensino Superior adquire-se o conhecimento por meio de Ensino, Pesquisa e Extensão que o professor media este conhecimento instigando ao aluno à busca de novos conhecimentos. E assim é cediço que o dado, a informação e o conhecimento é algo que adquire com experiência e maturidade ao longo do tempo. Conhecer um objeto, uma pessoa e o meio habitat nos faz viver melhor na atualidade, por isso ir ao encontro do conhecimento é necessidade do ser humano. 9 Referências Brasil, LDB. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em <portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf >. Acesso em: 05 ago 2011. 1996 Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997, 126p. Cury, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante. 2003. FTC EAD. Metodologia do Trabalho Acadêmico. FTC EAD/UNIASSELVI. Disponível <http://www.ead.ftc.br/portal/upload/bacharelado/comuns/01-MetodologiadoTrabalhoAcademicoUNIASSELVI.pdf>, Acesso em: 08 de agosto de 2011. em: Imagens. Acesso em: <www.google.com.br>, Acesso em: 09 de ago de 2011. Köche, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 27 ed. Petropólis, RJ: Vozes, 2010. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias/Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília: MEC: SEMTEC, 2002, 244p. Melo, Rubens N. Tendências em Sistemas de Banco de Dados Palestra na UFPA. Disponível em: <http://www.ufpa.br/sampaio/bd_2002/semin_dw/Transparencias/palestraTend.PDF> Acesso em: 15 de ago de 2011. Severino, Antônio Joaquim, 1941. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. 10