Ano 8 Nº 36 Mar/Abr 2011 ISSN 0100-1485 ENTREVISTA Alfredo Carlos Orphão Lobo, Diretor de Qualidade do INMETRO EVENTO ABRACO/GE Seminário debate tendências na inspeção da corrosão Organometálicos ® Zintek - Alta Tecnologia em Organometálicos Atotech do Brasil Galvanotécnica Ltda. Rua Maria Patrícia da Silva, 205 Taboão da Serra • SP • CEP 06787-480 • Brasil Telefone: +55 11 4138-9900 • Fax: +55 11 4138-9909 [email protected]•www.atotech.com.br SEA: 0800 55 91 91 Sumário Ano 8 Nº 36 Mar/Abr 2011 ISSN 0100-1485 A revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficial da ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968. ISSN 0100-1485 ENTREVISTA Alfredo Carlos Orphão Lobo, Diretor de Qualidade do INMETRO Av. Venezuela, 27, Cj. 412 Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311 Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892 www.abraco.org.br EVENTO ABRACO/GE Seminário debate tendências na inspeção da corrosão Diretoria Executiva – Biênio 2011/2012 Presidente Eng. João Hipolito de Lima Oliver – PETROBRÁS/TRANSPETRO 6 Entrevista Vice-presidente Eng. Rosileia Mantovani – Jotun Brasil A importância da certificação profissional no mundo moderno Diretores Adauto Carlos Colussi Riva – RENNER HERRMANN Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO Eng. Fernando de Loureiro Fragata – CEPEL Bel. Marco Aurélio Ferreira Silveira – WEG TINTAS Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Dra. Zehbour Panossian – IPT 8 Evento ABRACO/GE Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior Dra. Idalina Vieira Aoki – USP Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Dr. Pedro de Lima Neto – UFC Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ 10 Gestão de Projetos Quando as certificações viram “commodities” 24 Notícias de Mercado Conselho Editorial Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT Dra. Denise Souza de Freitas – INT Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Simone Maciel – ABRACO Dra. Zehbour Panossian – IPT 27 Cursos e Eventos Calendário 2011 – De Maio a Outubro 34 Opinião Revisão Técnica Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT Como ganhar sem comprar market share Lucas Reñé Copelli Redação e Publicidade Aporte Editorial Ltda. Rua Emboaçava, 93 São Paulo – SP – 03124-010 Fone/Fax: (11) 2028-0900 [email protected] Diretores João Conte – Denise B. Ribeiro Conte Editor Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações [email protected] Repórteres Henrique A. Dias e Carlos Sbarai Projeto Gráfico/Edição Intacta Design – [email protected] Gráfica Van Moorsel Esta edição será distribuída em maio de 2011. As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou parcial das matérias e imagens publicadas sem a prévia autorização da editora responsável. Artigos Técnicos 12 28 Estudo do comportamento eletroquímico de Ta/Ta2O5 sob carregamentos de hidrogênio Pré-qualificação de sequestrantes de H2S para injeção em poços de petróleo Por Aleksandra G.S.G da Silva, Haroldo A. Ponte Por Álvaro A. O. Magalhães, André L. C. Bonfim 20 Alguns parâmetros para a caracterização das camadas fosfatizadas: rugosidade, aderência e massa de fosfato Por Zehbour Panossian, Célia A. L. dos Santos C & P • Março/Abril • 2011 3 Carta ao leitor ABRACO: à frente na disseminação do conhecimento m dos pilares para o desenvolvimento das sociedades é a disseminação do conhecimento técnico para o aprimoramento de diversas tarefas. Com experiência adequada, é possível, entre outras vantagens, ampliar a produtividade e alcançar a excelência nas operações, pois os profissionais estarão muito mais habilitados para exercer suas funções, evitando, por exemplo, retrabalhos. Muitas vezes já nos referimos na Revista Corrosão & Proteção ao importante papel da ABRACO na disseminação do conhecimento no setor que representa e também junto aos segmentos econômicos usuários, ou seja, as áreas que precisam de informações sobre controle da corrosão para o bom desempenho de seu negócio. Contudo, mais do que palavras são as ações que chancelam a postura da entidade como uma das principais impulsionadoras do desenvolvimento técnico em soluções de proteção à corrosão. Nesta edição, por exemplo, apresentamos o resumo de um seminário sobre as tendências na inspeção da corrosão, com equipamentos de última geração, desenvolvido em parceria com a GE. Também a entrevista com o diretor de Qualidade O apoio institucional e a divulgação dos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, Alfredo Carlos Orphão Lobo, que aborda temas sobre proteção anticorrosiva são o tema certificação profissional, assunto que a ABRACO tem efetiva esforços contínuos da ABRACO e um claro participação. Em maio, a ABRACO organiza, junto com a ABENDI – Assoindicador da postura pró-ativa da entidade ciação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção e o IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, a décima primeira edição da COTEq – Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, entre os dias 10 e 13, no Recife. É uma oportunidade ímpar para atualização técnica. Está prevista a apresentação de mais de 150 trabalhos (oral e pôster) e há uma vastíssima programação com reuniões, minicursos, sessões especiais, workshops e plenárias. Destaque para o CONBRASCORR, Congresso Brasileiro de Corrosão, que dentre os eventos paralelos foi o que apresentou o maior número de trabalhos técnicos inscritos. A próxima edição da Revista Corrosão & Proteção trará matéria especial sobre a COTEq. No segundo semestre, outros eventos com a participação da ABRACO também estão alinhados à proposta de disseminar o conhecimento. Em 7 de julho, por exemplo, está programada a realização do Seminário de Pintura de Manutenção Industrial, no IPT – São Paulo. Depois, a entidade marca presença como expositora no Rio Pipeline (20 a 22 de setembro, no Rio de Janeiro). A entidade ainda trabalha para viabilizar a participação em outros eventos correlatos. Estar presente como apoio institucional, divulgando os temas relacionados à proteção anticorrosiva é um esforço contínuo da ABRACO, e é um claro indicador do dinamismo institucional e da postura pró-ativa da entidade quanto a levar o tema “proteção e combate à corrosão” a todos os setores que direta ou indiretamente necessitam de informações qualificadas. Revista Corrosão & Proteção – Todos os eventos citados vão merecer cobertura jornalística na Revista Corrosão & Proteção. E, mais, está prevista a distribuição de exemplares adicionais, o que potencializa a importância da publicação e da entidade. Na COTEq, por exemplo, haverá uma distribuição extra de 1.300 exemplares. Dessa forma, todos os congressistas receberão a edição no ato de sua inscrição. Boa leitura! Os Editores 4 C & P • Março/Abril • 2011 Entrevista Alfredo Carlos Orphão Lobo A importância da certificação profissional no mundo moderno Em um momento que o mercado nacional enfrenta escassez de mão de obra qualificada, o debate em torno da certificação profissional ganha maior importância Por Carlos Sbarai s mudanças nas formas de produção e nos conceitos relativos à gestão empresarial estão redesenhando totalmente o perfil do profissional moderno, o qual deve estar voltado para o alcance dos melhores desempenhos e resultados. Segundo especialistas do mundo do trabalho e da educação, o valor fundamental das sociedades passa a ser o conhecimento, fruto da educação, da formação e da experiência. Nesse contexto, a competência profissional tem cada vez mais importância para a inserção dos trabalhadores no mundo produtivo, cada vez mais exigente e competitivo. Segundo Alfredo Carlos Orphão Lobo, que é engenheiro mecânico, especializado em gestão avançada no Canadá, e tendo atuado durante 30 anos na PETROBRAS, hoje diretor de qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, a certificação profissional atesta a real competência do profissional para exercer a atividade a que ele se propõe. “Em linhas gerais é uma maneira de dar formalidade à questão da competência para desempenhar determinada função”, afirma o engenheiro. Para esclarecer alguns pontos importantes sobre esse tema, o diretor 6 C & P • Março/Abril • 2011 do INMETRO recebeu a Revista Corrosão e Proteção. Qual a importância da certificação profissional? Lobo – A certificação profissional representa o reconhecimento da habilidade e conhecimento do uso da tecnologia, garantindo um importante diferencial e agregando credibilidade ao currículo do profissional. Entendida em seu sentido mais amplo, é a comprovação formal dos conhecimentos, habilidades e atitudes do trabalhador, requeridos pelo sistema produtivo e definidos em termos de padrões ou normas acordadas previamente. A certificação tem sido apontada principalmente como instrumento para a melhoria das atividades das empresas, a evolução profissional, o aumento da empregabilidade, a maior atenção à cidadania e, no contexto da produção, para o melhor atendimento ao consumidor. Quais são os setores que estão mais estruturados quanto aos programas de certificação no Brasil? Lobo – Com certeza os programas de certificação mais robustos estão voltados para os setores de manutenção, turismo e de montagem industrial. Destacaria o setor de turismo, em função de uma série de eventos de grande porte que serão organizados no Brasil, como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, além de diversos outros de porte menor do que esses três grandes eventos globais. A competência profissional fará a diferença principalmente nas áreas de hotelaria, de alimentação e de aventura, nos serviços relacionados ao atendimento do turista nacional ou internacional. Na área de manutenção, por sua vez, existe uma série de profissionais que são certificados atualmente e tudo isso serve para aumentar o grau de confiança nos profissionais e também na qualidade do serviço oferecido. E no que se refere ao segmento industrial especificamente, qual avaliação pode ser feita? Lobo – Toda fábrica tem um processo produtivo que requer manutenção. Mais fábricas, mais processos e mais empregos para este profissional. Cabe a ele executar os serviços de manutenção mecânica, ou seja, montar e desmontar máquinas, reparar e substituir peças para que o funcionamento continue perfeito. No mercado de tecnologia, certificações são grandes referências, auxiliando as empresas no critério de seleção dos melhores profissionais do mercado, na escolha daqueles que realmente detêm conhecimentos técnicos mais atua- De que forma entidades como a ABRACO, que têm sistemas de certificação, poderiam atuar com o INMETRO? Lobo – Entidades como a ABRACO podem atuar fortemente junto com o INMETRO no sentido de promover mais certificações profissionais, principalmente porque essas entidades técnicas reúnem um número substancial de especialistas, que podem contribuir de forma decisiva para a excelência desses sistemas de certificação. É uma soma de esforços que só vai trazer resultados positivos ao mercado brasileiro. Existem alguns programas voluntários, tocados por entidades, que não levam a chancela do INMETRO e que são muito bons. Entretanto, se o gestor desejar obter essa chancela terá mais vantagens como, por exemplo, maior credibilidade, e sua marca obterá um reconhecimento internacional. Isso porque o INMETRO é signatário de diversos fóruns internacionais e o fato de ter essa chancela implica que o gestor participe da mesma esfera internacional. É importante ressaltar que se um gestor se interessar em ter a chancela do INMETRO deve avaliar as regras, apresentar documentos que serão minuciosamente analisados e depois haverá uma auditoria inicial e outras periódicas, que garantem a qualidade do programa após a obtenção inicial da chancela. Dessa forma, mantém-se a credibilidade, confiança e reconhecimento internacional ao programa de certificação. Qual a atuação desenvolvida pelo INMETRO nos sistemas de avaliação e de certificação profissional existentes atualmente no Brasil? Lobo – O INMETRO busca fortalecer as empresas, ampliando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços. Dessa forma, são funções do INMETRO: a formulação e execução da política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos industriais. Além da verificação, o órgão incentiva, regulamenta, fornece suporte técnico e investe em pesquisas. A diversidade de funções exige do órgão um quadro de profissionais com perfis diferenciados. É por isso que o próximo concurso do instituto reforçará 40 áreas, divididas entre os cargos de pesquisador-tecnologista Fotos: INMETRO lizados. Especificamente quanto ao combate à corrosão, devemos dar uma atenção a esse assunto, pois é tema fundamental para qualquer segmento industrial. Os custos associados ao controle da corrosão de máquinas e equipamentos são elevados e a certificação de profissionais que atuam nesse segmento visa melhorar a qualidade da prestação de serviços, o que significa redução de custos e maior confiabilidade das operações das empresas. em metrologia e qualidade, analista executivo em metrologia e qualidade e especialistas em metrologia e qualidade sênior. O Brasil enfrenta uma crise de mão de obra qualificada. Isso amplia a importância de termos programas de certificação profissional? Como o INMETRO espera atuar nos próximos anos para atenuar essa situação? Lobo – A crise de mão de obra qualificada transcende aos limites de atuação do INMETRO. No escopo de sua atuação, ao INMETRO compete priorizar o atendimento a todas as demandas pelo estabelecimento de Programas de Certificação Profissional, como acabamos de fazer com os profissionais da construção civil. Mais informações sobre o INMETRO no site www.inmetro.gov.br C & P • Março/Abril • 2011 7 Evento ABRACO/GE Seminário debate tendências na inspeção da corrosão Com o objetivo de debater soluções para a detecção e avaliação da corrosão em dutos, a Associação Brasileira de Corrosão (ABRACO) em parceria com a GE Inspection Technologies, realizaram em 16 de fevereiro, na sede do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio de Janeiro, o seminário “Futuro Agora: Técnicas Avançadas de Ensaios Não-Destrutivos para Inspeção da Corrosão”. Na mesa de abertura do evento estive- Da esq. para dir: Simone Brasil, diretora da ABRACO, ram presentes, o diretor da GE Inspec- Carlos Alexandre Martins da Silva, Lilian Modolo, Aldo tion Technologies para a América Latina, Cordeiro Dutra e Eugênio Soldá Eugênio Soldá, o diretor da ABRACO, Aldo Cordeiro Dutra, e o engenheiro da PETROBRAS Transporte S.A. (TRANSPETRO), Carlos Alexandre Martins da Silva. Em seu discurso de abertura, Soldá anunciou a construção, por parte da GE, do Brazil Technology Center (BTC), que será erguido em uma área, na Ilha do Fundão, próxima à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Serão investidos US$ 100 milhões na construção desse centro de pesquisa e desenvolvimento, cujo início das obras está previsto para o próximo mês de junho. Vale destacar que teremos um laboratório focado na exploração da camada do présal”, explicou Soldá. O seminário contou com a participação de mais de 70 profissionais, entre inspetores de ensaios não-destrutivos, engenheiros de equipamentos, gerentes de inProfissionais da área acompanharam com atenção as palestras tegridade de ativos e gerentes de operação, que tiveram a oportunidade de acompanhar três palestras, ministradas por profissionais da GE Inspection Technologies e da empresa norte-americana Acuren. Os temas abordados no evento foram Monitoramento da Corrosão com Sensores Permanentes e Não-Intrusivos, tema apresentado por Silvana Santos, da GE; As Vantagens da Radiografia Digital para Aplicações de Corrosão, por Brian Anderson, da Acuren; e Aplicações de Videoscopia 3D na Inspeção da Corrosão, por Lilian Modolo, da GE (veja breve resumo a seguir). Ao final do evento, Aldo Cordeiro Dutra comentou sobre a importância dessa parceria entre a ABRACO e a GE Inspection Technologies. “Esse evento foi o ponto de partida, e acredito que seja muito importante a participação da GE nos congressos e nas comissões técnicas da ABRACO. Além disso, a criação do centro de pesquisa poderá estreitar ainda mais essa parceria”. Apresentações Para melhor entendimento, a Revista Corrosão e Proteção apresenta linhas gerais das três palestras técnicas. Acompanhe. Ultrassom na detecção da corrosão (Silvana Santos/GE) Esta é a metodologia com a qual é possível detectar corrosão, espessura remanescente e corrosão localizada, graças à inovadora tecnologia Phased Array, que garante uma alta performance próxima à superfície, maior área de varredura, aumento da produtividade, visualização da perda de espessura, medidas de precisão, maior detecção que medidores de espessura convencionais e também 8 C & P • Março/Abril • 2011 a possibilidade de visualizar o A-Scan e B-Scan. Segundo Silvana Santos, gerente de segmento petróleo e gás para América Latina da empresa, essa tecnologia, propiciada pelo ultrassom Phasor DM, permite visualizar simultaneamente na tela do monitor a informação relativa à espessura mínima de todos os feixes armazenada durante o scan desde o último reset (TSmA), espessura mínima de todos os feixes na posição atual do cabeçote (TmA) e a leitura da espessura no feixe selecionado na posição atual do cabeçote (TA), além da visualização da perda de espessura. “Já o equipamento de ultrassom Phasor XS é perfeito para se realizar a inspeção para detecção de corrosão em flanges, pois além de aumentar confiabilidade nos dados, ainda apresenta maior probabilidade de detecção por sua faixa de ângulos, sendo uma solução all-in-one para inspeção e relatório”, revelou Silvana. Ela também apresentou o sistema de monitoramento da corrosão por ultrassom, o Rightrax, que, em linhas gerais, são sensores de ultrassom instalados permanentemente em pontos de maior potencial de corrosão da tubulação. A principal vantagem é que, uma vez instalado, não é necessária a escavação de dutos subterrâneos ou construção de andaimes para a coleta de medidas. O sistema é fornecido em duas versões, onde uma é para alta temperatura (até 350 ºC) e outra para baixa temperatura (até 120 ºC), e ainda pode ter seus dados exportados para outros sistemas pelos padrões industriais OPC, Modbus, ou no formato de arquivo CSV. As vantagens da radiografia digital para aplicações de corrosão (Brian Anderson/Acuren) O gerente técnico da Acuren Brian Anderson apresentou a Radiografia Digital para o monitoramento da corrosão. A tecnologia prevê a utilização de uma placa de fósforo, o scanner CRFlex e um equipamento de raio-X para gerar imagens radiográficas de tubulações ou equipamentos. “Assim, pode-se realizar a análise imediata da imagem, sem necessidade de revelação. Além disso, a solução possui ferramentas de imagem digital para, por exemplo, ajustar contraste e brilho. As imagens podem ser armazenadas em uma base de dados que permite o compartilhamento de dados e a emissão de relatórios”, disse Brian, avaliando ainda que essa solução é particularmente interessante para inspeção de corrosão interna e sob camada de revestimento. Aplicações de videoscopia 3D na inspeção da corrosão (Lilian Modolo/GE) A chegada do 3D à videoscopia tem agora tecnologia de medição sob demanda e com tela cheia baseada em escaneamento 3D. “Todas as medidas são realizadas em uma superfície 3D e conta com medições adicionais como o mapa de superfície 3D e perfil de profundidade. A medição sob demanda permite visualizar em tela cheia e medir sem substituir a lente, proporcionando facilidade de uso, pois não precisa indicar posição da sombra ou de ponto equivalente, e maior precisão especialmente na medida de profundidades, que é o caso da corrosão”, comentou Lilian Modolo da GE. A ABRACO dá as boas-vindas às novas empresas associadas API Dutos Empresa fundada no ano de 2008, em São Francisco do Sul, Santa Catarina, por profissional com experiência de 35 anos na atividade de Proteção Catódica. A API Serviços Especializados em Dutos Ltda. conta com profissionais treinados para a execução de projetos, implantação, inspeção e manutenção de sistemas de proteção catódica. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras e eficazes no controle dos processos de corrosão, visando juntamente com seus clientes, evitar perdas pessoais, ambientais e materiais. Mais informações: [email protected] INSPEC A INSPEC Norproj Ltda. é uma empresa baiana que há 15 anos forma profissionais nas áreas de integridade, corrosão, proteção contra a corrosão e inspeção e também presta serviços de inspeção de equipamentos e de fabricação, contribuindo para o desenvolvimento da região. Mais informações: www.inspec.com.br C & P • Março/Abril • 2011 9 Gestão de Processos & Gestão de Projetos Quando as certificações viram “commodities” Os clientes de projetos de certificação nas normas ISO, muitas vezes, optam pelo “mais barato” e não pelo que “agrega mais valor” ao sistema de gestão da organização Por Orlando Pavani Júnior 10 ara empresas que contratam projetos de adequação às normas ISO, fica cada vez mais explícito o fato de que irão obter o mesmo selo minimista de “empresa certificada”, por mais que os critérios de consultoria sejam diferentes entre si na sua implementação por meio das empresas de consultoria e/ou por algum profissional especializado. Os sistemas de gestão implementados, de algum modo ainda aderentes às normas adotadas, estão cada vez mais diferentes entre si principalmente sob o ponto de vista qualitativo. Essas diferenças fizeram de algumas empresas certificadas uma alternativa pouco relevante, uma vez que não foram capazes de perceber novos valores às operações após a certificação. O que temos são certificações muito diferentes, algumas muito boas e plenas de conteúdo agregador de valor às operações, mas outras realizando apenas o mínimo necessário para merecer o diploma de “empresa certificada” e o direito de pregá-lo na parede, sem nenhum tipo de distinção a estas diferenças. A primeira grande omissão é com relação ao escopo da respectiva certificação, ou seja, existem empresas certificando o “pedaço do pedaço do pedaço” de sua gestão e publicando nas revistas e em outros meios de divulgação que estão certificadas. Podemos fazer uma analogia ao meio hospitalar, que pode estar certificado “superficialmente” (apenas a recepção, por exemplo) e não segue as medidas de forma global a todas as áreas do Hospital. Fica no ar C & P • Março/Abril • 2011 esta circunstância e a confiança ou a falta dela. Isso poderia ser minimizado se os organismos competentes obrigassem que 100% das empresas certificadas, quando optassem por divulgar sua “conquista”, divulgassem também seu escopo, ou seja, a efetiva abrangência de quais processos organizacionais ou quais “caixinhas do organograma” estão efetivamente certificados. Estes simples cuidados já separariam, em algum grau, o joio do trigo. Outro lapso é o fato de muitas pessoas entenderem que a inexistência de não-conformidades, durante as auditorias internas e/ou externas, representa que a gestão vai muito bem! Muitos sistemas de gestão estão sendo implementados de tal forma que a não-conformidade simplesmente não acontecerá jamais. Basta uma empresa dizer em seus procedimentos documentados que seus padrões de trabalho têm intervalos bem espaçados de qualidade para que uma não-conformidade seja quase impossível. Quer um exemplo? Uma empresa do segmento médico que atende pacientes (ou deveria atender) com hora marcada tem alto grau de probabilidade de não-conformidade, uma vez que as “horas marcadas” geralmente não funcionam. Uma alternativa de burlar o sistema e encobrir as não-conformidades é simplesmente dizer que o intervalo para considerar uma hora marcada é de até 4 horas depois da hora agendada inicialmente. Um desrespeito ao cliente e à sociedade de maneira geral. Existem ainda empresas que dizem em seus procedimentos documentados que a “hora marcada” é considerada validada desde que o atendimento aconteça no mesmo dia. Processos como esse “apagam” a não-conformidade e intitulam a empresa, mesmo com seus erros, como certificada. Isso não quer dizer que a empresa está indo bem ou que seus clientes estão satisfeitos e é justamente nesse ponto que é preciso se atentar. Parece mentira, mas infelizmente as normas permitem este tipo de tratativa, uma vez que seu objetivo é padronizar uma determinada qualidade e não necessariamente a melhor qualidade. Lembre-se, nenhuma norma pode substituir o cliente na determinação de que é realmente bom ou ruim. As certificadoras também têm sua parcela de culpa nesta nivelação por baixo, pois designam auditores cada vez mais despreparados para realização das famigeradas auditorias e, mesmo que fossem competentíssimos, ainda estariam limitados ao texto das normas aplicadas. É comum ouvir auditores perguntando por que se implementou esta ou aquela prática de gestão, nitidamente agregadora de valor, alegando que a norma não solicita nada naquele sentido, como se a mesma fosse o único meio legítimo e inquestionável para definir o que a empresa deve fazer para obter resultados sustentáveis. Essa realidade pode mudar, pois com a publicação pela ABNT das normas NBR ISO/IEC 17050-1:2005 (Parte 1 – Declaração de Conformidade do Fornecedor – Requisitos Gerais) e NBR ISO/IEC17050-2:2005 (Parte 2 – Declaração de Conformidade do Fornecedor – Documentação de Suporte), fica clara a tendência de que as empresas não dependerão, única e exclusivamente, das empresas certi- Artigo Técnico Estudo do comportamento eletroquímico de Ta/Ta2O5 sob carregamentos de hidrogênio Study of electrochemical behavior of Ta/Ta2O5 under hydrogen charging Por Aleksandra G.S.G da Silva Haroldo A. Ponte Introdução Este trabalho tem como objetivo observar o comportamento eletroquímico do tântalo metálico submetido a carregamentos cíclicos de hidrogênio, através da variação de seu potencial eletroquímico para aplicação como sensor de detecção de hidrogênio. Este sensor eletroquímico será instalado em equipamentos ou tubulações que operam em contato com produtos corrosivos que podem gerar hidrogênio e poderá realizar o monitoramento da corrosão, melhorando a confiabilidade e a vida útil dos equipamentos, e ainda monitorar do fluxo de hidrogênio, que é danoso às propriedades mecânicas desses equipamentos. Introduction This study aims to observe the electrochemical behavior of tantalum metal subjected to hydrogen cyclic charging, through the variation of its potential application as electrochemical probe for hydrogen detection. This electrochemical probe is installed in equipment or operating pipelines in contact with corrosive materials that can generate hydrogen. It may hold the monitoring corrosion, enhancing reliability and equipment life, and also monitor the flow of hydrogen, which is harmful to the mechanical properties of these devices. No Brasil, as reservas offshore de petróleo apresentam uma quantidade de nitrogênio em torno de 4000 ppm, sendo uma das maiores concentrações de 12 C & P • Março/Abril • 2011 nitrogênio das reservas mundiais. O petróleo brasileiro foi classificado como muito agressivo devido às altas concentrações de HS- e CNgerados durante o processo de produção de petróleo. A Figura 1 – Voltamograma cíclico para o tântalo presença do obtido imediatamente após a sua imersão em solução íon CN- impe- de 0,1 mol/L de NaOH, pH 13, a 25 ºC; numa de a formação faixa de potenciais de -1,0 VECS a 1,1 VECS de filmes superficiais de FeS que podem re- to eletroquímico do tântalo metardar a penetração de hidrogê- tálico submetido a carregamennio elementar para o interior tos cíclicos de hidrogênio, atrado metal. A reação entre o CN- vés da variação de seu potencial e o FeS produz um complexo eletroquímico para aplicação coFe(CN)4-6 sobre a superfície o mo sensor de detecção de hidroqual não retarda o processo cor- gênio. Este sensor eletroquímico rosivo ou a absorção de hidro- será instalado em equipamentos ou tubulações que operam em gênio. Uma característica notável do contato com produtos corrosivos hidrogênio, a qual em grande que podem gerar hidrogênio e parte é responsável pelo processo poderá realizar o monitoramento de fragilização, é a sua alta difu- da corrosão, melhorando a consividade1, podendo ficar retido fiabilidade e a vida útil dos equino interior dos metais na forma pamentos, e ainda monitorar do de gás ou mesmo formando hi- fluxo de hidrogênio, que é danodretos, os quais podem causar so às propriedades mecânicas danos às propriedades mecânicas desses equipamentos. O tântalo está no grupo dos do material podendo até chegar à sua ruptura2. Muitos autores metais válvula7,8,9,10,11; os quais têm revisado os mecanismos de formam espontaneamente um fragilização por hidrogênio e filme de óxido compacto, não mostrado que não existe apenas poroso e estável, com baixa disum mecanismo que explique o solução, o que confere ao metal fenômeno de degradação2,3.4.5,6. base alta resistência à corrosão Este trabalho tem como ob- em uma ampla variedade de jetivo observar o comportamen- meios10. A interação entre hidro- A ção sólida, cuja extensão depende da pressão e da temperatura do gás12. Materiais e métodos Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se uma chapa de tântalo de pureza comercial com B 0,785 cm2 de área específica. Na montagem da célula eletroquímica foram utilizados como eletrodos de referência e auxiliar, o calomelano saturado (ECS) e a platina, respectivamente. Uma soC lução de NaOH 0,1 mol/L, a cerca de 25 ºC e pH em torno de 13, foi o meio eletrolítico utilizado. Para a realização de cada experimento, foi colocado o eletrodo de tântalo em uma esFigura 2 – Potencial de circuito aberto para cinco tufa por 30 miciclos de 10 min de carregamento de hidrogênio com nutos entre 90 densidades de corrente elétrica (A) 40 mA/cm2; (B) 60 mA/cm2; (C) 80 mA/cm2. Em meio de 0,1 mol/L e 100 ºC para a remoção do NaOH, àa temperatura de 25 ºC e pH = 13 hidrogênio abgênio e tântalo resulta em um sorvido previamente no metal. “pseudo-hidreto”, no qual a Posteriormente, este eletrodo foi absorção do hidrogênio no metal lixado em lixa de grana 600. A diminui com o aumento da tem- solução utilizada foi desaerada peratura, o que pode ser chama- por 15 minutos através do bordo de inclusão exotérmica. No bulhamento de nitrogênio. Os caso de uma inclusão exotérmi- equipamentos utilizados para as ca, a única reação com o hidro- leituras de potencial foi um gênio é a formação de uma solu- Voltalab PGZ301, em que foram programadas medidas de seis potenciais de circuito aberto (OCP) alternados com cinco cronopotenciometrias sucessivas. As medidas de OCP tinham duração de 90 minutos. Já nas cronopotenciometrias, durante as quais ocorriam os carregamentos de hidrogênio, a densidade de corrente catódica foi variada de 40 mA/cm2, 60 mA/cm2 e 80 mA/cm2 e os tempos de carregamento foram de 10 min e 20 min. Com o objetivo de avaliar o comportamento do tântalo no meio aquoso de hidróxido de sódio na concentração citada, foi realizada voltametria cíclica numa faixa de potenciais de -1,0 VECS a 1,1 VECS com velocidade de varredura 20 mV/s. Resultados e discussão O voltamograma para o tântalo em solução de 0,1 mol/L de NaOH à temperatura de cerca de 25 ºC obtido logo após a imersão do eletrodo no eletrólito, numa faixa de potenciais de -1,0 VECS a 1,1 VECS é mostrado na Figura 1. Por meio da análise deste voltamograma pode-se observar um comportamento típico dos metais válvula. O primeiro ciclo de varredura de potenciais pode ser dividido em regiões: na região A, onde a corrente é catódica, a varredura é feita desde o potencial de início da polarização, -1,0 VECS, até o potencial de inversão de corrente de catódica para anódica; a região B consiste em uma varredura desde o potencial de inversão até o pico de corrente catódica. Nessa região, onde a corrente aumenta exponencialmente em função do potencial aplicado, ocorre a oxidação do metal. Então, nessa região acontece o crescimento do óxido anódico, preferencialmente por migração de íons. O pico, observado em torno de -0,40 VECS, corresponde ao máximo de corrente anódica que diminui com posteC & P • Março/Abril • 2011 13 A sivo do metal acompanhado por aumento da espessura do óxido formado. Este aumento da espessura do óxido causa o aumento da resistência à corrosão desses filmes protetores. A região D está relacionaB da a processos de ruptura do filme de óxido e é verificada na região em que a densidade de corrente começa a aumentar rapidamente até o potencial de inversão da varredura. Esta elevação da C densidade de corrente também pode estar associada à formação de um óxido poroso, ou ainda ao início da evolução de gás oxigênio no eletrodo de trabalho, que pode ser gerado através da disFigura 3 – Potencial de circuito aberto para cinco ciclos de 20 min de carregamento de hidrogênio com sociação da água ou mesmo densidades de corrente elétrica (A) 40 mA/cm2; (B) da hidroxila de60 mA/cm2; (C) 80 mA/cm2. Em meio de 0,1 mol/L vido à utilizaNaOH, na temperatura de 25 ºC e pH = 13 ção de um rior aumento do potencial anó- meio básico. Na região E, onde dico, indicando a formação de ocorre a inversão no sentido de um óxido com características varredura, observa-se uma queprotetoras, provavelmente da brusca na corrente que tende Ta2O5. Em seguida, a corrente a zero e se mantém constante, o permanece praticamente cons- que caracteriza o comportatante com o aumento do poten- mento de um metal válvula, isto cial, correspondendo à região C, é, um metal que possui forte indicando o estado pseudo-pas- tendência a formar óxidos es14 C & P • Março/Abril • 2011 pontâneos, estáveis e de difícil dissolução. A partir do segundo ciclo de varredura, a corrente se mantém constante e próxima de zero, tanto no sentido de varredura direto quanto no reverso. Este comportamento torna evidente que, após o primeiro ciclo, o eletrodo de tântalo se mantém passivo em toda a faixa de potenciais investigado e que o óxido passivo, formado sobre a superfície, impede as reações de oxirredução na interface tântalo/óxido/eletrólito. Com o objetivo de analisar os efeitos do hidrogênio sobre o potencial de equilíbrio do metal foram usadas medidas de OCP. Observa-se em todas as curvas de OCP (Figuras 2 e 3) que independentemente das condições de carregamento de hidrogênio, isto é, de tempo e de densidade de corrente, há um deslocamento de potencial do sistema tântalo /óxido para valores mais positivos. Este comportamento indica uma maior estabilidade eletroquímica do sistema com a elevação da carga de hidrogênio. Entretanto, nas condições de pH e potencial utilizados na medida de OCP (pH = 13 e potencial em torno de -0,5VECS), temse Ta2O5 como espécie mais estável, como demonstrado pelo diagrama de equilíbrio pH vs potencial da Figura 5. A Equação 1 representa a reação de oxidação do tântalo13. 2Ta + 5H2O → Ta2O5 + 10H+ + 10e- E0 = -0,750 – 0,0591 pH (1) Esta interação pode estar presente como a soma da contribuição configuracional, oscilatória e eletrônica, conforme Equação 2. f = F/N = fconf + fosc + fe (2) onde N = número de interstícios octaédricos; Figura 4 – Diagrama de equilíbrio potencial-pH para o sistema água-tântalo, a 25 ºC 13 fconf = contribuição configuracional; fosc = contribuição oscilatória; fe = contribuição eletrônica. Neste trabalho, considera-se que a contribuição mais significativa do carregamento de hidrogênio é a configuracional que considera o potencial eletroquímico conforme a Equação 3: µconf = KTln c + UHconf + UHconf c 1-c (3) onde c = concentração local de hidrogênio definida pelo número de posições intersticiais ocupadas; UH = energia de ligação do átomo de hidrogênio com a estrutura cristalina do metal, sem dissociação; UHH = energia de interação entre os átomos de energia dissolvidos. Assim, a interação configuracional pode ocorrer pelos sítios intersticiais, pela formação de ligas (Ta-H), ou pela interação dos átomos de hidrogênio.14 Conforme se observa nas Figuras 2 e 3 e na Tabela 1, em todas as condições de carregamento há uma variação significativa entre o potencial antes do carregamento para o potencial do ciclo 1. Isto provavelmente Figura 5 – Valores de potencial de circuito aberto (OCP) após 40 min. em relação ao número de ciclos de carregamento ocorre devido ao maior número de sítios que interagem num primeiro momento com hidrogênio. A variação dos demais potenciais entre os ciclos subsequentes é relativamente menor, já que os sítios irreversíveis certamente foram ocupados no primeiro ciclo de carregamento, restando apenas os sítios reversíveis que se descarregam a cada ciclo. A variação de potencial de um ciclo para o outro poderia ser devido tanto às interações do hidrogênio com o metal como à variação de forma estequiométrica do óxido formado na superfície. Contudo, esta hipótese é descartada devido ao fato de existir somente uma forma estequiomé- trica Ta2O5 de óxido de tântalo, como se observa na Figura 4. Na Figura 5, pode-se observar que o valor de potencial de circuito aberto para as diversas condições de carregamento, após 40 minutos em relação ao número de ciclos, desloca-se continuamente para valores mais positivos. Verifica-se também que a maior variação de potencial ocorre entre os ciclos 0 e 1. Esta variação diminui com o aumento de ciclos, evidenciando uma rápida tendência de estabilização em um patamar. Isto mostra que o sistema em estudo apresenta um tempo de resposta relativamente baixo para sua utilização como sensor de TABELA 1 – VALORES OBTIDOS PARA POTENCIAIS DE CIRCUITO ABERTO PARA CADA CICLO DE CARREGAMENTO DE HIDROGÊNIO NO SISTEMA TA/TA2O5 EM SOLUÇÃO DE NAOH 0,1 MOL/L A 25 ºC Condição experimental 40 mA/cm2 10 min 60 mA/cm2 10 min 80 mA/cm2 10 min 40 mA/cm2 20 min 60 mA/cm2 20 min 80 mA/cm2 20 min Antes -0,5212 Potencial de circuito aberto (VECS) Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5 -0,3444 -0,3164 -0,3002 -0,2874 -0,2769 -0,3747 -0,315 -0,2964 -0,2727 -0,2666 -0,2595 -0,4981 -0,4493 -0,4221 -0,4037 -0,3862 -0,3709 -0,3875 -0,34 -0,3109 -0,3012 -0,2832 -0,2734 -0,4907 -0,4432 -0,4257 -0,4094 -0,3996 -0,3964 -0,4559 -0,3976 -0,3772 -0,3607 -0,3614 -0,3425 C & P • Março/Abril • 2011 15 hidrogênio. Verifica-se a possibilidade de utilização de tempos de resposta inferior a 40 minutos. Conclusões Neste trabalho foi possível observar a influência do hidrogênio no comportamento eletroquímico do sistema tântalo/pentóxido de tântalo (Ta/Ta2O5) em solução de hidróxido de sódio (NaOH), alcançando assim o objetivo principal deste trabalho de pesquisa. Por voltametria cíclica, verificou-se o comportamento do tântalo como um metal válvula e a formação de uma única estequiometria de óxido. Foi observado que o potencial de circuito aberto sofre alteração e se desloca para valores mais positivos com o aumento da quantidade de hidrogênio gerado pelos ciclos de carregamento de hidrogênio, independentemente da densidade de corrente catódica aplicada e do tempo de carregamento. No estudo da variação do potencial de circuito aberto em relação ao número de ciclos com 40 minutos após o carregamento de hidrogênio já se observa uma variação significativa no potencial, o que mostra a sensibilidade do sistema ao hidrogênio com um tempo de resposta relativamente baixo comparado a alguns sensores utilizados. Baseado nos resultados obtidos, verifica-se que a utilização do tântalo apresenta potencial para aplicação como sensor indicativo da influência do hidrogênio no metal. Referências bibliográficas 1 – JOHNSON, H. H. Keynote lecture: Overview on Hydrogen degradation phenomena. Hydrogen embrittlement and stress corrosion cracking. Edited by R. Gibala and R. F. Hehemann. p 3-27. Ohio, 1984. 2 – HIRTH, J. P. Theories of Hydrogen induced cracking of steels. Hydrogen 16 C & P • Março/Abril • 2011 embrittlement and stress corrosion cracking. Edited by R. Gibala and R. F. Hehemann. p 29-39. Ohio, 1984. 3 – TROIANO, A. R. The Role of Hydrogen and Other Intersticials in Mechanical Behaviour of Metals. Trans. AIME. v. 52, p. 54-80, 1960. 4 – ORIANI, R. A. Mechanistic Theory of Hydrogen Embrittlement of Steels. Beriche Der Bunsen Gesellschaft. v. 76, n. 8, p. 848-857, 1972. 5 – GUEDES, F. M. F. Aplicação de técnicas foto-eletroquímicas e eletroquímicas ao estudo do processo de permeação de hidrogênio em um aço ASTM A516 GR60 em meios contendo H2S. Tese (Doutorado em Ciências em Engenharia Metalúrgica e de Materiais) – Programa de Pós Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. 6 – LOUTHAN, J. R., M. R.; CASKEY, G. R.; DONORAN, J. A.; RAWL, D. E. Hydrogen Embrittlement of Metals. Mater. Science Eng. v. 10, p. 357-368, 1972. 7 – D’ ALKAINE, C.V.; SOUZA, L. M. M., NART, F. C. The anodic behavior of niobium – I. The state of the art. Corrosion Science, v. 34, n.1, p. 109-111,1993. 8 – KHARAFI, F. M.; BADAWY, W. A. Phosphoric acid passivated niobium and tantalum EIS-comparative study. Electrochimica Acta. V. 40, n. 16, p.2623-2626, 1995. 9 – BIAGGIO, S. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Electrochemical Characterization of thin passive films on Nb electrodes in H3PO4 solutions. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 8, n. 6, p.: 615-620, 1997. 10 – ROBIN, A. Corrosion behavior of niobium in sodium hydroxide solutions. Journal of Applied Electrochemistry, v. 34, n. 6. p. 623-629, 2004 11 – GOMES, M. A. B., ONOFRE, S., JUANTO, S, BULHÕES L. O. S. Anodization of niobium in sulphuric acid media. Journal of Applied Electrochemistry, v. 21, n. 11. p. 1023-1026, 1991 12 – COTTERILL. P. The hydrogen embrittlement of metals. Progress in Materials Science. v. 9, n. 4, p. 205250, 1961. 13 – POURBAIX, M. Atlas of electrochemical equilibria in aqueous solution. Houston: National Association of Corrosion Engineers, 1974. 14 – SMIRNOV,L.I.; PRONCHENCKO,D.A. Chemical potential and phase diagrams of hydrogen in palladium. International Journal of Hydrogen Energy. n. 27, p. 825828, 2002 Aleksandra G. S. G da Silva Possui graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2003) e mestrado em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná (2007). Atualmente é doutoranda em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná. Atua como professora da Escola Técnica da Universidade federal do Parana (ET-UFPR), professora do Centro de Educação Profissional Irmão Mário Cristóvão (TECPUC) e professora substituta da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tem experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em Corrosão, atuando principalmente nos seguintes temas: sensor de hidrogênio, fragilização por hidrogênio e eletroquímica do nióbio e tântalo. Haroldo A. Ponte Doutor em Ciência e Engenharia dos Materiais - Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (1994). Atualmente é professor Associado II da Universidade Federal do Paraná. Membro da Sociedade Latino Americana de Biomateriais -SLABO, da American society of mechanical engineers -ASME e da National Association of Corrosion Engineers -NACE. Atua nas áreas de Engenharia de Materiais e Metalúrgica e Tecnologia Ambiental. Contato: [email protected] Seminário de Pintura de Manutenção Industrial √ Data: 7 de julho de 2011 √ Local: IPT / SP OBJETIVO Reunir especialistas do segmento de pintura de manutenção industrial para discutir as tendências atuais do mercado e as novas tecnologias de produtos e de aplicação para prevenção da corrosão em estruturas, equipamentos e plantas de processo. PÚBLICO ALVO • Empresas ligadas às atividades de prevenção da corrosão, plantas de processo, equipamentos e estruturas. • Empresas ligadas à fabricação, aplicação e pesquisa e desenvolvimento do segmento de tintas e pintura industrial. • Centros e Institutos de Pesquisa. • Gerentes, supervisores, engenheiros, técnicos e inspetores da área de projetos, operação, inspeção e manutenção. INVESTIMENTO • Sócio ABRACO: R$ 220,00 • Não-sócio: R$ 280,00 • Estudantes: R$ 190,00 FORMA DE PAGAMENTO • Cartão VISA e MASTERCARD • Boleto Bancário COMISSÃO TÉCNICA Fernando de Loureiro Fragata – CEPEL Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Simone Louise D.C. Brasil – UFRJ Zehbour Panossian – IPT SEJA UM PATROCINADOR! Divulgue sua empresa e amplie a visibilidade de sua marca. Envie um email para [email protected] e saiba como. Informações e inscrições: (21) 2516-1962 – R.: 25 [email protected] Artigo Técnico Alguns parâmetros para a caracterização das camadas fosfatizadas: rugosidade, aderência e massa de fosfato Some parameters for characterization of phosphated coatings: surface roughness, adhesion and mass of phosphate Por Zehbour Panossian Célia A. L. dos Santos Introdução A caracterização das camadas de fosfato pode ser feita por diferentes métodos, alguns deles envolvendo técnicas refinadas e dispendiosas. Na prática, consegue-se determinar algumas propriedades destas camadas de maneira relativamente simples. Parâmetros como a rugosidade, a aderência e, principalmente, a massa de fosfato por área são importantes, tanto para as camadas que serão empregadas como substrato para a pintura, quanto àquelas destinadas à deformação mecânica. Introduction The characterization of phosphate coatings can be made by different methods, some of them involving refined and expensive techniques. In practice, it is possible to determine some coatings properties of relatively simple way. Parameters such as roughness, adhesion, and especially the mass of phosphate per area are important for both coatings to be used as a substrate for painting, as those for the mechanical deformation. Rugosidade das camadas de fosfato De acordo com a literatura, a rugosidade de uma camada de fosfato varia de 0,5 m a 40 m (RAUSCH, 1990, p.105) e depende de muitos fatores, tais como, da condição superficial inicial do substrato; do tipo de 20 C & P • Março/Abril • 2011 pré-tratamento do substrato; do tipo e da composição do banho, e das condições de operação do processo. A área superficial das camadas de fosfato exposta ao meio é cerca de 5 a 6 vezes maior do que a área exposta do substrato sobre o qual as camadas foram obtidas, devido à rugosidade inerente das mesmas (RAUSCH, 1990, p. 105). Aderência O crescimento epitaxial das camadas de fosfato é responsável pela aderência das camadas de fosfato (LORIN, 1974, p.61). O crescimento epitaxial caracterizase pelo crescimento paralelo dos cristais da camada em relação aos cristais do substrato e, pelos ângulos dos cristais da camada que cresce serem iguais aos ângulos do substrato. Em outras palavras, a camada em crescimento segue a mesma orientação cristalográfica do substrato. Segundo Woods & Spring (1979), a boa aderência das camadas de fosfato é devida ao modo pela qual elas são formadas. Quando se imerge o aço num banho à base de fosfato de zinco, forma-se primeiramente uma fina camada de óxidos e fosfatos fortemente aderida ao substrato. Sobre esta camada, inicia-se a formação dos cristais de fosfato de zinco, os quais ficam fortemente presos à fina camada. Não há uma interface bem definida entre a fina camada e a camada de fosfato propriamente dita: a camada de fosfato não cresce sobre o substrato mas faz parte integrante do mesmo. Esta seria a razão da boa aderência. Apesar de bastante aderentes, as camadas fosfatizadas sofrem fissuramento e quebra de cristais quando submetidos ao dobramento (LAINER & KUDRYAVTSEV, 1966). Isto é mais acentuado quanto maior a massa de fosfato e maior o tamanho dos cristais. Em operações de conformação mecânica esta propriedade não interfere no desempenho, pois os cristais quebrados são incorporados na camada devido à pressão exercida durante o processo mecânico. Já para tintas, esta propriedade é indesejável, pois os cristais quebrados podem interferir na camada de tinta danificando-a. Esta é uma das razões pelas quais as camadas fosfatizadas utilizadas como base de pintura apresentam cristais finos e com baixos valores de massa por unidade de área. Massa de fosfato por unidade de área e espessura da camada de fosfato A espessura das camadas de fosfato pode ser expressa tanto em micrometros (m) como em massa de fosfato por unidade de área (g/m2). No entanto, em termos práticos, a segunda unidade é a mais utilizada, devido: • à natureza cristalográfica da ca- Figura 1 – Influência da temperatura na massa de fosfato por unidade de área do banho à base de fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito. Dados obtidos em diferentes banhos de fosfatização mada a qual dificulta a determinação da espessura, por exemplo, pelo método magnético. As sondas de medição danificam a camada durante a própria medição o que introduz erros de medida; • à espessura das camadas fosfatizadas que, normalmente, são finas o que torna inadequada a adoção de métodos como o magnético (aplicável a espessuras maiores que 10 m) e metalográfico (aplicável a espessuras maiores que 8 m). É comum correlacionar-se a massa por unidade de área de um determinado revestimento com a espessura média. Para tal utilizase a seguinte expressão: m d onde: e = espessura da camada em m. m = massa da camada por unidade de área em g/m2. d = densidade do material da camada em g/cm3. Pode-se verificar que se a densidade de camada for conhecida, a correlação entre a espessura e a massa de fosfato é direta. Infelizmente, para as camadas fosfatizadas, a densidade não assume um único valor, visto tra- e= Figura 2 – Influência da acidez total na massa de fosfato por unidade de área do banho à base de fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito. Dados obtidos em diferentes banhos de fosfatização tar-se de uma camada formada de cristais de compostos diferentes, no caso da camada de fosfato de zinco, por exemplo, temse a hopeíta e a fosfofilita que formam uma camada rugosa e com alta densidade de poros. A densida- Figura 3 – Influência da concentração do nitrito na de, a massa da massa de fosfato por unidade de área do banho à base camada de fos- de fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito. fato e a espes- Dados obtidos em diferentes banhos de fosfatização sura da camada 0,9 g/cm3 e 2,5 g/cm3, valores variam muito, não só devido ao tipo de fosfato mas, também, diferentes da densidade dos comdevido à natureza do substrato e postos que lhe deram origem. à composição e às condições de Muitas vezes, assume-se um vaoperação dos banhos de fosfatilor de 1,7 g/cm3 para transforzação. Dos três fatores citados, a mar os valores de massa de fosfaporosidade parece ser a mais sigto para espessura. No entanto, nificativa. Devido aos fatos citaquando se faz isto, deve-se ter em dos, costuma-se utilizar a denomente que se pode estar comeminação “densidade aparente” e tendo um erro de até 45 %. não densidade das camadas fosA massa de fosfato por unidafatizadas. de de área de camadas fosfatizaExperiências têm mostrado das pode variar desde 0,1 g/m2 que a densidade aparente das até 80 g/m2, contudo, industrialcamadas fosfatizadas, normalmente são utilizadas camadas mente, assume valores entre fosfatizadas entre 0,1 g/m2 a C & P • Março/Abril • 2011 21 20 g/m2. As camadas mais finas são obtidas com banhos fortemente acelerados (por exemplo, com nitritos e cloratos). As camadas de espessura intermediária são obtidas a partir de banhos moderadamente acelerados, como por exemplo, banhos acelerados com nitrato. As camadas mais espessas são obtidas com banhos não-acelerados ou fracamente acelerados. Os banhos à base de metais alcalinos ou de amônio produzem camadas muito finas e, portanto, são muito usados como base de pintura de chapas que serão deformadas, por exemplo, para pintura em banda contínua (BIESTEK & WEBER, 1976, p.215). A massa de fosfato por unidade de área obtida com um determinado processo depende de muitos fatores, citando-se: • o tipo de cátion presente (metal alcalino ou de amônio, zinco, ferro II, cálcio ou manganês). Como regra geral, tem-se que as camadas obtidas a partir de metais alcalinos e de amônia são finos, enquanto que, as camadas obtidas a partir de banhos à base de fosfato ferroso ou de manganês são mais grossas. Além disso, a presença de níquel nos banhos à base de fosfato de zinco aumenta em 20 % a massa de fosfato (LORIN, 1974, p.129); • a temperatura. Como regra geral, tem-se que quanto maior a temperatura (dentro da faixa operacional) maior é a massa de fosfato por unidade de área. Na Figura 1, mostra-se a dependência da massa de fosfato com a temperatura do banho à base de fosfato de zinco acelerado com nitrato e nitrito; • a relação acidez total/acidez livre. Quanto maior a relação maior é a massa de fosfato por unidade de área. Deste fato decorre que quanto maior a acidez total maior é a massa de fosfato por unidade de área. Na 22 C & P • Março/Abril • 2011 Figura 2, é apresentada a dependência da massa de fosfato por unidade de área em função da acidez total do banho à base de fosfato de zinco acelerado com nitrato e nitrito; • a concentração do acelerador. Quanto maior a concentração, maior, a espessura da camada obtida. Na Figura 3, mostra-se a dependência da massa de fosfato por unidade de área em função da concentração de nitrito; • o tipo de acelerador e o grau de aceleração. Por exemplo, banhos acelerados só com nitrato determinam a obtenção de camadas mais espessas do que os acelerados com nitrato e nitrito que, por sua vez, produzem camadas mais grossas do que os banhos acelerados só com nitrito. Os banhos acelerados com cloratos produzem camadas mais finas ainda (BIESTEK & WEBER, 1974, p.156); • a presença de aditivos: muitos aditivos proprietários, à base de agentes complexantes de íons metálicos, estão disponíveis no mercado. Tais aditivos determinam aumento da camada obtida por um determinado banho (LORIN, 1988, p.38). Em contra partida existem algumas substâncias (polifosfatos e ácidos orgânicos) que quando adicionados aos banhos de fosfatização diminuem a espessura da camada de fosfato. Por exemplo, tartarato de potássio ou tripolifosfato de sódio quando adicionados a banhos acelerados com nitrito determinam a diminuição da espessura da camada. Estes compostos são usados para banhos aplicados por aspersão utilizados para obtenção de camadas que serão pintadas (LORIN, 1988, p.38); • o tipo de aplicação. A aplicação por aspersão produz camadas mais finas do que a aplicação por imersão. Referências bibliográficas BIESTEK, T.; WEBER, J. Electrolytic and chemical conversion coatings. 1st ed. Wydawnictwa: Porteceilles. 1976. 432p. LAINER, V. I.; KUDRYAVTSEV. Fundamentals of electroplating. 3.ed. Jerusalem: Israel Program for Scientific Translation, Part II. p. 1992111966. LORIN, G. Phosphating of metals. Great-Britain : Finishing Publications. 1974. 222p. RAUSCH, W. The phosphating of metals. 1st.ed. Great Britain: Redwood Press, 1990. 416p. WOODS, K.; SPRING, S. Zinc Phosphating. Metal Finishing. v.77, n.4, p. 56-60, Apr. 1979. Zehbour Panossian Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção – LCP. Doutora em Ciências (Fisico-Química) pela USP. Responsável pelo LCP. Célia A. L. dos Santos Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção – LCP. Doutora em Química (Fisico-Química) pela USP. Pesquisadora do LCP. Contato com as autoras: [email protected] / [email protected] fax: (11) 3767-4036 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO MISSÃO Difundir e desenvolver o conhecimento da corrosão e da proteção anticorrosiva, congregando empresas, entidades e especialistas e contribuindo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos, proteger as pessoas e o meio ambiente dos efeitos da corrosão. ATIVIDADES Cursos Ministra cursos em sua própria sede, que conta com modernas instalações. Também são realizados cursos em parceria com importantes instituições nacionais de áreas afins e cursos in company, sempre com instrutores altamente qualificados. Eventos Organiza periodicamente diversos eventos como: congressos, seminários, palestras, workshops e fóruns, com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimento e informação, além de compartilhar os principais avanços tecnológicos do setor. Qualificação e Certificação Mantém um programa de qualificação e certificação de profissionais da área de corrosão e técnicas anticorrosivas, por meio do seu Conselho de Certificação e do Bureau de Certificação. Suporte Técnico Oferece suporte técnico a seus associados e comunidade técnico-empresarial, com profissionais altamente qualificados, com a finalidade de fornecer soluções para os diversos problemas relacionados à corrosão. Biblioteca Possui uma Biblioteca especializada nos temas corrosão, proteção anticorrosiva e assuntos correlatos. O acervo é composto por livros, periódicos, normas técnicas, trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias da ação corrosiva. CB-43 Coordena o CB-43 - Comitê Brasileiro de Corrosão, que abrange a corrosão de metais e suas ligas no que concerne à tecnologia, requisitos, avaliação, classificação, métodos de ensaio e generalidade. O trabalho é desenvolvido desde 2000, após aprovação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Comunicação Utiliza canais de comunicação para informar ao mercado e à comunidade técnico-empresarial todas as novidades da área, conquistas da Associação, dos filiados e parceiros. Por obterem maior visibilidade na área, destacam-se: Boletim Eletrônico ABRACO INFORMA, Site: www.abraco.org.br e a Revista Corrosão & Proteção. 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Foram instalados dois barracões de 550 m2 cada equipados com pórticos de 3 toneladas para movimentação das tubulações e suportes, um deles com a cabine de jateamento e área para aplicação de primer e intermediário e outro só os acabamentos e inspeções. A Melkor em mais uma parceria com a Montcalm Montagens Industriais foi contratada para execução dos serviços de jateamento e pintura industrial dos seguintes quantitativos: 20.000 m2 de tubulação e 310 toneladas de suporte, sendo o esquema em três demãos. A cabine de jateamento com 16 m de compri- mento, 5 m de altura e 6 m de largura trabalha com granalha de aço. Recebeu inspeções do órgão ambiental do Ceará e está dentro da legislação em relação à atividade de jateamento abrasivo. O equipamento de jateamento são modulados podendo atender vários tamanhos de estruturas e tubulações, hoje o sistema é o mais moderno e atende às exigências ambientais brasileiras para a atividade, garantindo uma melhor qualidade dos serviços executados, a Melkor atende todo o território Nacional. O Paint Shop é uma estrutura planejada para cada cliente que conta com todos os equipamentos e profissionais necessários para a garantia da qualidade e agilidade na execução dos trabalhos de jateamento e pintura industrial de uma forma segura e ambientalmente correta. Tecnologias no combate à corrosão agilizam produção A Renner Protective Coating está ampliando sua participação no mercado, com uma linha diversificada de produtos para atender diversos mercados, tais como manutenção industrial, naval, construção civil, sucroalcooleiro, produção de torres eólicas, petróleo e gás. O Rezinc PEZ 870, por exemplo, é um primer epóxi rico em zinco que oferece elevado grau de proteção catódica e possui rápida secagem, o que permite dar continuidade ao trabalho com outras demãos de produtos e manuseio em menor prazo. Para demão intermediária, a Renner possui em seu portólio o Oxibar DFC 707, um epóxi dupla função de alta espessura formulado com fosfato de zinco de rápida secagem e acabamento semi24 C & P • Março/Abril • 2011 brilho, recomendado para finalizar o sistema interno das estruturas; e o Oxibar PFC 533, que contém fosfato de zinco e óxido de ferro micáceo em sua formulação. Para uma proteção mais ampla, o Rethane FHS 651 é um poliuretano que, segundo a Renner, apresenta características de altíssima durabilidade e excelente retenção de brilho e cor. Outro destaque é o Revran NVC DHR 870 GF que possui epóxi Novolac curada com poliaminas diferenciadas, adicionadas de glass flake com controle de tamanho de partículas. O produto é isento de solventes orgânicos e pode ser aplicado em altas espessuras em uma única demão. Mais informações: www.renner.com.br Notícias do Mercado KCH – Ancobras em nova fase WEG lança tinta antichama Há mais de 30 anos no Brasil, a KCH – Ancobras, uma das pioneiras em revestimentos anticorrosivos de superfícies industriais, anunciou a completa reformulação na sua área administrativa. “Estamos implementando algumas mudanças, buscando melhorar ainda mais, certificando os nossos serviços e investindo no treinamento dos nossos funcionários e toda a equipe que executa, coordena e gerencia obras”, comenta Paulo Tavares, um dos novos diretores da empresa. Desenvolvida para oferecer maior segurança nas aplicações, o Politherm 20 LI antichama Branca SB é o mais recente lançamento da WEG – Unidade Tintas. Em casos de princípio de incêndio, a tinta pó híbrida retarda a propagação de chamas, permitindo a proteção de estruturas e de pessoas em rota de fuga. O produto atende às normas BS 476 Parte 7 e DIN 4102 – B2 no quesito propagação de chamas é indicado para pintura de estruturas, portas antichamas, painéis, eletrodomésticos e outros itens metálicos em ambientes públicos, residenciais e industriais. Novidade em tintas hidrossolúveis – Voltada a oferecer itens que proporcionam proteção e menor impacto ambiental, a WEG anuncia o desenvolvimetno do WEGPOXI Hidro ERP 303, um primer epóxi hidrossolúvel, que além de apresentar características de proteção, como resistência de mais de 1.500 horas em salt spray (camada de 240-320 micrometros), possui secagem rápida em comparação aos epóxi de base solvente. Mais informações: www.ancobras.com.br Porto do Recife recupera Após dois anos sucessivos de queda na movimentação de cargas, o Porto do Recife fechou o ano de 2010 com resultado 19,7% maior do que no período anterior. Em 2009, o porto recebeu investimentos estaduais de R$ 18 milhões para melhorias das instalações e R$ 25 milhões no âmbito do Programa Nacional de Dragagens. Mais informações: www.weg.net Notícias do Mercado Henkel apresenta novidades na FIEE Uma das líderes globais em adesivos e selantes e tratamento de superfícies, a Henkel lançou durante a FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Energia e Automação e 6ª Feira Internacional da Indústria de Componentes, Subconjuntos, Equipamentos para a Produção de Componentes, Tecnologia a Laser e Optoeletrônica, realizadas no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo entre 28 de março e 1º de abril, sua nova linha Macromelt (adesivos derretidos a quente para aplicações industriais) e uma pasta de solda livres de halogênio. O novo Macromelt termoplástico UL 94 V0 é produzido com matérias primas naturais, com alta propriedade de adesão, baixa viscosidade e baixa pressão de aplicação. Além disso, não é tóxico. Já a pasta de solda HF possui resíduos incolores que facilitam a inspeção após a refusão, tem alta velocidade de impressão de até 140mm/s e é livre de halogênio. Saiba mais: www.henkel.com.br NOVO SISTEMA DE MICROSCOPIA 3D LEICA DCM 3D Bem-vindo ao Mundo da Nanotecnologia • O sistema combina a técnica confocal com interferometria, metodologia pioneira no mundo • Ideal para a obtenção de avaliações em tempo ultrarrápido: em apenas 10 segundos o sistema é capaz de capturar, avaliar e enviar o relatório completo das medições • Não exerce qualquer contato com o material que está sendo observado, somente através de projeção da imagem • Velocidade e resolução de até 0,1 nanômetro no eixo Z • Ideal para inspeções rápidas de qualidade e que exige do pesquisador uma grande precisão nos resultados obtidos. CK COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO Representante exclusivo para o Brasil da Leica Microsystems Gmbh Tel: (11) 5188-0000 – Fax: (11) 5188-0006 12 C & P • Maio/Junho • 2008 www.ckltda.com.br – [email protected] A SurTec do Brasil esclarece Nos anúncios veiculados na revista Corrosão & Proteção, edições de número 19, 26, 30, 31 e 32, com circulação em março de 2008, maio de 2009 e março, maio e julho de 2010 respectivamente, a divulgação do produto SurTec 716 inserido na contracapa, por meio de mensagem publicitária, apresentou a seguinte incorreção: onde se lê “conforme ensaio Scania em 2006”; deve-se ler “conforme ensaio realizado e citado na Dissertação de Mestrado do aluno Johan Åslund da School of Industrial Engineering and Management que trabalhava na Scania no ano de 2006”. Mais informações: [email protected] International Paint no navio “Sérgio Buarque de Holanda” O Estaleiro Mauá lançou no final de 2010 o terceiro navio do PROMEF, Programa de Modernização e Expansão da Frota da TRANSPETRO, a segunda embarcação construída no estaleiro localizado em Niterói (RJ).. Batizado de “Sérgio Buarque de Holanda”, trata-se de um navio para transporte de derivados claros de petróleo, com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto. A embarcação foi pintada com produtos da International Paint. No tanque de lastro foi utilizado produtos de acordo com as normas da IMO MSC.215 (82) PSPC (Performance Standard for Protective Coatings), adotada em 8 de dezembro de 2006, e projetada para se alcançar a durabilidade de, no mínimo, 15 anos. O sistema de tanques de lastro que a fábrica da International Paint no Brasil oferece para atender à IMO/PSPC sem a necessidade de remoção de shop primer de zinco possui o certificado Type Approval, do Lloyd’s Register e é composto pelos produtos Interplate 855 (shop primer de zinco) e Interbond 808 (anticorrosivo epóxi), este último também foi o primer universal para todas as áreas da embarcação. Além desses produtos, o navio ainda utilizou Intergrad 263 (intermediário epóxi), Interline 925 (tinta epóxi para tanques de água potável), Interthane 582 (acabamento poliuretanot) e Intersmooth 7465HS SPC (anti-incrustante copolímero de autopolimento livre de TBT). Mais informações: www.akzonobel.com/international Cursos e Eventos Calendário 2011 – De Maio a Outubro Cursos Pintura Industrial Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ 1 Inspetor de Pintura Industrial N1 / BA Inspetor de Pintura Industrial N1 / SP Inspetor de Pintura Industrial N2 Pintor e Encarregado de Pint. Industrial Inspetor de Pintura – Módulo de Doc. Curso Intensivo – Inspetor N1 Básico de Pintura Industrial (BA) 88 88 88 88 40 40 40 40 16 Corrosão Corrosão 2 Corrosão e Inibidores 2 Tratamento d’água Corrosão: Fund., Monit. e Controle Corrosão em Concreto 24 24 24 24 16 Inspeção e Monitoração da Corrosão Inspeção e Corrosão em Aeronaves / SP 3 Recuperação, Reforço e Tratamento de Estruturas de Concreto Armado Proteção Catódica Básico de Proteção Catódica / SP Revest., Pint. Industrial e Prot. Catódica 2 Insp. e Manut. de Sistemas de Proteção Catódica em Dutos Terrestres 2 Básico Prot. Catódica de Dutos Terrestres Formação em Proteção Catódica: Inspeção e Manutenção Proteção Catódica em Plataformas, Equipamentos e Dutos Submarinos 2 Revestimento Anticorrosivo Fundamentos de Resistência à Corrosão Básico de Revestimentos Anticorrosivos Orgânicos de Dutos Terrestres Revest. Metálicos Resistentes à Corr. 2 Eventos Seminário de Pint. de Manut. Ind. / SP 4 Coteq: Conf. sobre Tec. de Equip. / PE 1 Turma somente aos sábados Parceria com o IBP 3 Parceria com a ABENDI 4 Parceria com o IPT 5 Turma completa 2 horas Maio Junho Julho 23/5 a 3/6 27/6 a 8/7 19/3 a 4/6 5 Agosto 8 a 19 30/4 a 9/7 – Sorocaba 16 a 21 16 a 20 5 25 a 29 18 a 22 11 a 15 Setembro Outubro 12 a 23 17 a 28 25/9 a 3/12 22/8 a 3/9 29 e 30 a definir a definir 24 16 20 a 22 24 24 32 a definir 20 a 22 16 80 24 16 24 7e8 a definir 24 7 10 a 13 Mais informações: [email protected] [email protected] Atenção: As datas estão sujeitas a alterações C & P • Março/Abril • 2011 27 Artigo Técnico Pré-qualificação de sequestrantes de H2S para injeção em poços de petróleo Prequalification of H2S scavengers for oil wells treatment Por Álvaro A. O. Magalhães André L. C. Bonfim Introdução O Sulfeto de Hidrogênio (H2S) é um contaminante presente nos fluidos produzidos em campos de petróleo e gás, podendo estar presente naturalmente no reservatório ou ocorrer após o início da produção do campo, desde pequenas quantidades até altas concentrações. A redução e remoção de H2S são freqüentemente requeridas devido a aspectos de segurança ocupacional e a impactos ao meio ambiente e à integridade das instalações devido à ocorrência de corrosão sob tensão em alguns materiais susceptíveis a este fenômeno corrosivo. Para este fim, uma alternativa é a injeção de sequestrantes de H2S no sistema produtivo. Este trabalho sugere aparatos de testes, metodologias e critérios de avaliação do desempenho de sequestrantes para sistemas com escoamento multifásico, dando subsídio à definição de um protocolo destinado à pré-qualificação de sequestrantes, considerando como parâmetros: eficiência, cinética e compatibilidade com o processo e materiais utilizados na produção de petróleo. Esta proposta de protocolo se baseia em dados de campo e em testes de laboratório, considerando a interação entre regimes de escoamento dos fluidos, tipo de óleo, composição da salmoura, pH, tempo de contato, temperatura e BSW, no desempenho de sequestrantes solúveis em água ou óleo aplicados em linhas multifásicas de óleo ácido. Introduction Hydrogen sulfide (H2S) is a 28 C & P • Março/Abril • 2011 contaminant in the oil and gas from several fields. It is naturally present in the reservoir or occurs after the beginning of the field production from small quantities to high concentrations. The reduction and removal of H2S are often required due to occupational safety, environment impacts and integrity of the facilities owing to Stress Corrosion Cracking (SCC). An alternative to reduce H2S concentration in oil and gas production systems would be the injection of H2S scavenger to the process. This work suggests testing devices, methods and criteria for evaluating the performance of scavengers in multiphase flow lines. It also proposes conditions in order to define a protocol for pre-selection of scavengers, considering as main parameters: efficiency, kinetics and compatibility with the process and materials used for oil and gas production. The proposed protocol is based on field data and laboratory tests considering the interaction between fluid flow regimes, type of oil, brine composition, pH, time of contact, temperature, BSW (Basic Sediment Water) and the performance of water and oil soluble products applied in multiphase sour oil lines. O H2S é um contaminante comumente presente nas correntes produzidas em campos de petróleo e gás. A origem do H2S pode ser atribuída a razões geológicas, devido à decomposição térmica de compostos de enxofre presentes nas rochas do reservatório, mas também tem sido muito associada às operações de recuperação secundária de injeção de água. Nestas operações de recuperação secundária, que envolvem a injeção de água do mar, suspeita-se que o H2S seja gerado nos poços por meio de atividade microbiológica, mais precisamente por bactérias redutoras de sulfato. Tal fenômeno, denominado souring ou acidificação biogênica de reservatório, tem sido muito comum nos campos da PETROBRAS. A corrosividade da água produzida é fortemente alterada devido ao processo de souring ou acidificação do reservatório pela formação de H2S. Embora o gás CO2, também presente na produção de óleo, possa provocar corrosão uniforme ou localizada muito severa aos aços, a corrosão localizada pelo H2S pode ser ainda mais severa e pode causar Corrosão sob Tensão por Sulfetos (CSTS), fragilização pelo hidrogênio e trincamento induzido pelo hidrogênio. Assim, o aumento do teor de H2S nos fluidos produzidos não necessariamente causa um aumento na taxa de corrosão uniforme ou localizada, mas pode induzir à falha súbita de equipamentos em materiais susceptíveis a tais fenômenos de corrosão sob tensão e fragilização pelo H2S. Com a finalidade de evitar a ocorrência de danos catastróficos em instalações de petróleo e produção de gás, as companhias de petróleo vêm utilizando vários métodos de remoção de H2S presente em correntes monofásicas ou multifásicas, sendo a injeção de produtos químicos sequestrantes de H2S, em pontos apropriados no sistema, uma das atuais alternativas para mitigar os Figura 1 – Desenho esquemático do sistema de ensaio de sequestro de H2S a alta temperatura efeitos do H2S[1]. Na existência de linhas de produção offshore projetadas ou instaladas com materiais não apropriados para o serviço com H2S, a única forma de redução do H2S é através da injeção destes sequestrantes diretamente no poço. Para isso é realizada a injeção através do sistema de elevação denominado gaslift ou de linha umbilical. Os efeitos da injeção de sequestrantes de H2S e o desempenho dos mesmos em função de vários parâmetros operacionais como o tipo de petróleo bruto, BSW, temperatura, tempo de contato e padrão de fluxo não estão completamente esclarecidos. Tal situação sinalizou que o conhecimento que a PETROBRAS e a indústria tinham sobre o tratamento com sequestrantes em meio multifásico era embrionário e que, portanto, um aprofundamento neste tema seria necessário. Apesar de existir um amplo conhecimento quanto a utilização de sequestrantes líquidos injetados diretamente em linhas e dutos de transporte, ou mesmo na área de produção nas instalações de processamento de gás, raríssimas referências são encontradas na indústria com relação à aplicação deste tratamento em fluxo multifásico, em Figura 2 – Foto ilustrativa do aparato de teste para avaliação de sequestrantes em alta temperatura ambiente de poço. Diversas condições de contorno, muito mais complexas e dinâmicas, ocorrem no sistema de produção multifásico, tornando o tratamento nestas condições muito mais difícil, como por exemplo: variações de pressão, temperatura, hold-up, velocidade das fases (água, óleo e gás) produzidas, pH da água produzida e a emulsão dos líquidos. Além disso, a aplicação de sequestrantes em locais onde ocorrem temperaturas superiores a 100 ºC requer, além de desempenho satisfatório, que o produto não sofra degradação térmica, o que poderia vir a causar problemas operacionais. Por causa disto, há a necessidade de que a avaliação reflita os efeitos dessas variáveis sobre o desempenho do sequestrante. Devido a esta situação, foi desenvolvido um projeto de pesquisa onde foi estabelecido um protocolo de testes que permitisse à PETROBRAS avaliar, em laboratório, a eficiência dos sequestrantes e a compatibilidade dos mesmos com o meio e com os materiais em contato, de forma a filtrar os piores candidatos, antes de partir para uma dispendiosa e diuturna avaliação em campo. Dentro do projeto, alguns e- quipamentos de análise laboratorial foram projetados e construídos. Tais equipamentos, em conjunto com protocolos experimentais, tornaram viável avaliar o desempenho de sequestrantes de H2S em condições simuladas de escoamento multifásico, facilitando a seleção de produtos comerciais para serem injetados nas linhas de óleo através do sistema de gas-lift ou de linhas umbilicais até o fundo poço[2]. Os protocolos foram desenvolvidos para que os produtos apresentem sempre uma boa eficiência em dosagens economicamente viáveis, de maneira a minimizar os custos e incertezas associadas aos testes de campo e à própria produção. Uma conquista também importante do projeto foi a possibilidade de se obter uma melhor compreensão do impacto de alguns parâmetros operacionais na eficiência do sequestro de H2S em fluidos de produção. Este trabalho visa, principalmente, apresentar apenas uma etapa do referido projeto, a qual se refere a um protocolo destinado à pré-qualificação de sequestrantes. São apresentados o aparato de teste, a metodologia empregada, os critérios de avaliação C & P • Março/Abril • 2011 29 tação utilizada rios de seleção estão descritos a no aparato seguir. consiste de medidores de Procedimento experimental vazão volumé- 1. Submeter o sistema de teste (Figura 1) a um fluxo constrico para gatante de mistura gasosa (H2Sses, medidor de temperatura CO2) com 3,2 % molar de e manômetros. H2S em pressão de 150 psia A concentra(1034 kPa) e temperatura de ção de H2S, 130 ºC; medida duran- 2. Medir continuamente a concentração de H2S no gás purte todo tempo de teste, foi feigado por cromatografia gasosa ta através de até que atinja um estado estaum microcrocionário, ou seja, até que o matógrafo Vameio reacional esteja saturado Figura 3 – Gráfico dos parâmetros escolhidos como rian® modelo com H2S; critérios de seleção do sequestrante de H2S CP4900. 3. Após saturação do meio reaCalculada a partir da variação cional, adicionar alíquota do de desempenho (capacidade de produto a ser avaliado na consequestro, cinética e compatibili- da concentração em relação ao centração de 500 ppm ou dade com o meio) e resultados de tempo, a massa de H2S que cada 1000 ppm. A concentração de testes com alguns sequestrantes produto testado é capaz de reduH2S deve ser continuamente específicos para aplicação em zir a partir da corrente gasosa oripoços e linhas de produção com ginal indica a capacidade de semedida até atingir o valor do escoamento multifásico. questro e a eficiência relativa enestado estacionário inicial; tre os produtos em massa de H2S 4. Calculada a partir da variação da concentração em relação ao sequestrado por volume de seExperimental tempo, a massa de H2S que A metodologia concebida questrante utilizado, (kg de possibilita avaliar o desempe- H2S/L de sequestrante). cada produto testado é capaz nho de sequestrantes de H2S de reduzir (sequestrar) a partir O sistema sugerido foi utilizada corrente gasosa original em diferentes condições, onde do na verificação da capacidade indica a capacidade de sequesparâmetros como teor de água, de sequestro (kg de H2S consutro e a eficiência relativa entre temperatura, pressão, concen- mido/Litro de sequestrante injeos produtos. tração de H2S e concentração tado) de quatro tipos de sequesde sequestrantes podem ser trantes de H2S comerciais desticontrolados. Consequentemen- nados à aplicação em um poço Condições experimentais te, diferentes produtos podem com produção de óleo leve (28 • Pressão de teste = 150 psia ser avaliados nas mesmas condi- API) e água produzida de alta (1034 kPa) ções experimentais, permitindo salinidade e potencial de incrus- • Temperatura = 130 ºC classificá-los de acordo com o tação. Os produtos foram avalia- • BSW (teor de água) = 100 %, desempenho apresentado. Foi dos em temperatura de 130 ºC, 50 % e 0 % idealizado um sistema capaz de em três condirealizar experimentos com gases ções de BSW: e líquidos corrosivos em ampla 0 %, 50 % e faixa de temperaturas, variando 100 %. O fluidesde a temperatura ambiente do foi mantido até 200 ºC. sob agitação O sistema, esquematizado e mecânica. O ilustrado nas Figuras 1 e 2, res- procedimento pectivamente, consiste de uma expe ri men tal, autoclave em Hasteloy® onde se as condições pode utilizar misturas multifási- experimentais, cas (gás, óleo e água) a pressões os tipos de da ordem de até 1500 psia, sob produtos testa- Figura 4 – Perfil de absorção de H2S de 1000 µL/L agitação constante. A instrumen- dos e os crité- (ppm) de Sequestrante em meio com BSW = 0 % 30 C & P • Março/Abril • 2011 Figura 5 – Resultados de capacidade de sequestro com 1.000 µL/L (ppm) ao longo de 60 minutos de reação – BSW = 0 % Figura 7 – Perfil de absorção de H2S do sequestrante A1 e A2 em diferentes condições de BSW e concentração de produto Figura 6 – Resultados de capacidade de sequestro com 1.000 µL/L (ppm) até atingir o tempo mínimo de concentração de H2S (tmin [H2S]), sendo BSW igual a 0 % Figura 8 – Resultados de capacidade de sequestro ao longo de 60 minutos de reação dos sequestrantes A1 e A2 em diferentes condições de BSW e concentração de produto • Salinidade da água produzida sintetizada= 280 mg/L em NaCl • Tipo de óleo = óleo cru leve de 28 API (amostra obtida de poço do pré-sal) • Concentração de H2S no gás injetado = 3,2 % mol/mol (Balanço em CO2) • Dosagem de Sequestrante = 500 µL/L e 1000 µL/L (ppm) Produtos testados • Produto A1 – produto solúvel em água com 100 % de matéria ativa à base de Formaldeído; • Produto A2 – produto A1 com teor de matéria ativa de 80 % e 20 % de uma mistura Etanol e Glicol; • Produto B1 – produto solúvel em óleo à base de amina com solvente Nafta leve; • Produto B2 – produto solúvel em óleo à base de amina com solvente Nafta Pesada. Critérios de seleção A sistematização de critérios que levam em consideração o desempenho baseado na cinética de reação e na capacidade de sequestro está descrita a seguir e ilustrada na Figura 3: a. Volume de sequestrante para consumir 1 kg de H2S (L Seq./kg H2S), integrando-se a curva de concentração de H2S vs. tempo transiente. A razão L Seq./kg H2S deve ser menor que 25 para 1.000 ppm de produto; b. O tempo para alcançar a concentração de H2S mínima (tmin [H2S]). tmin [H2S] deve estar em torno ou abaixo de 10 minutos para 1.000 ppm de produto injetado; c. Volume de sequestrante para consumir 1 kg de H2S até o ponto de concentração mínima L Seq/kg H2S @ tmin [H2S]), integrando-se a curva de concentração de H2S vs. tempo transiente até tmin. A razão L SC/kg H2S deve ser menor que 50 para 1.000 ppm de produto injetado; d. Comparação relativa aos sequestrantes de boa performance de sequestro em campo Resultados e discussão Na Figura 4, estão apresentadas as curvas de absorção de H2S dos produtos A1, A2, B1 e B2. Os produtos B1 e B2 são idênticos quanto ao desempenho, conforme pode ser visto nestas curvas de absorção. Os produtos A1 e A2, nos testes de sequestro em laboratório, apresentam também um bom desempenho quanto à C & P • Março/Abril • 2011 31 BSW 0 % TABELA 1 – RESULTADOS DE CAPACIDADE DE SEQUESTRO COM 1,000 µL/L (PPM) AO LONGO DE 60 MINUTOS DE REAÇÃO – BSW = 0 % 130 ºC Vol (L) 1000 ppm H2S A1 0,2415 A2 0,2832 B1 0,0445 B2 0,0444 m (g) Vol Seq / m H2S m H2S/Vol Seq H2S L/kg kg/L 0,383 1,826 0,5476 0,450 1,557 0,6421 0,071 9,912 0,1009 0,070 9,934 0,1007 BSW 0 % TABELA 2 – RESULTADOS DE CAPACIDADE DE SEQUESTRO COM 1.000 µL/L (PPM) ATÉ ATINGIR O TEMPO PARA ALCANÇAR A CONCENTRAÇÃO DE H2S MÍNIMA (Tmin [H2S]) – BSW = 0 % 130 ºC Vol (L) 1000 ppm H2S A1 0,0438 A2 0,0599 B1 0,0104 B2 0,0104 m (g) Vol Seq / m H2S m H2S/Vol Seq H2S L/kg kg/L 0,070 10,061 0,0994 0,095 7,366 0,1358 0,016 42,507 0,0235 0,016 42,515 0,0235 capacidade de absorção com injeção de 1.000 ppm dos produtos, sendo o desempenho bem superior aos dois produtos anteriores, conforme pode ser também observado na Tabela 1 e na Figura 5 referentes à capacidade de sequestro ao longo de 60 minutos de reação, obtidos das curvas de absorção da Figura 4. Na Tabela 2 e na Figura 6, estão apresentados os valores de capacidade de sequestro com 1.000 µL/L (ppm) até atingir o tempo para alcançar a concentração de H2S mínima (tmin [H2S]) obtidos das curvas de absorção da Figura 4. Por esses valores, podemos verificar que os produtos B1 e B2 têm desempenho bem superior de sequestro de H2S nos primeiros minutos de contato com o fluido se comparadoao dos produtos A1 e A2. Comparativamente, pode-se concluir que os produtos B1 e B2 tem o melhor desempenho dentre todos os testados na mesma dosagem de 1.000 ppm. Este desempenho chega a ser de cinco a seis vezes superior ao dos produtos C, tanto em capacidade de absorver o H2S (Figuras 5 e 6) como em velocidade de reação, ou seja, em cinética de sequestro, 32 C & P • Março/Abril • 2011 observada nos primeiros 10 minutos após a injeção do produto no meio de ensaio (Figura 4). Na Figura 7, são apresentadas as curvas de absorção de H2S dos produtos A1 e A2 em diferentes condições de teste, sendo variado o BSW (0,50 % e 100 %) e a dosagem do produto (500 e 1.000 ppm). As capacidades de sequestro obtidas das curvas da Figura 7 estão apresentadas na Figura 8. Pelas curvas de absorção e os valores de capacidade de sequestro de H2S, pode-se verificar que, nos diferentes BSW, os produtos A1 e A2 têm desempenho bem satisfatório, mesmo em condição de emulsão, no caso de 50 % de BSW. Com uma dosagem de 500 ppm, verifica-se que o produto A1 apresenta uma performance pior que quando adicionado na concentração de 1.000 ppm. Entretanto, ao comparar as curvas de absorção de H2S e os valores de capacidade de sequestro dos produtos B1 e B2 a 1.000 ppm (Figuras 4 a 6), o produto A1 ainda apresenta um desempenho bem superior. Conclusões O sistema permite comparar o desempenho relativo entre os diferentes sequestrantes, as diferentes dosagens do mesmo tipo de sequestrante e os diferentes meios, além de proporcionar informações quanto à velocidade de reação de sequestro e à capacidade de sequestro dos diferentes produtos e condições. Com base nos resultados dos testes de sequestro, conclui-se que os sequestrantes comerciais A1 e A2 (solúveis em água) têm um ótimo desempenho no que se refere à cinética e à capacidade de sequestro, superando o desempenho de sequestro em laboratório dos produtos B1 e B2 (solúveis em óleo). Com base nos critérios empregados para aplicação, os produtos B1 e B2, apesar de inferiores, também deverão ter desempenho satisfatório nos poços de petróleo para os quais foram pré-qualificados, mas a dosagem em campo deve ser bem maior do que a dos produtos A1 e A2, para se alcançar a mesma eficiência. Referências bibliográficas 1. KELLAND, M. A., Production Chemicals for the Oil and Gas Industry. Boca Raton, Fl: CRC Press, 2009, p. 363 2. MENDEZ, C.; MAGALHãES, A. A. O.; FERREIRA, P. A.; BASTOS, E. C.; YOULL, P. H2S Scavengers Injection: A Novel Evaluation Protocol to Enhance the Integrity of Production Lines. Offshore Technology Conference 2009 (OTC 2009) Houston/TX – EUA. Paper OTC 20168. Alvaro A. O. Magalhães D.Sc., Engenheiro de Petróleo – PETROBRAS – CENPES/Tecnologia de Materiais, Equipamentos e Corrosão André L. C. Bonfim Químico Industrial - PETROBRAS – CENPES/Tecnologia de Materiais, Equipamentos e Corrosão Contato: [email protected] Opinião Lucas Reñé Copelli Como ganhar sem comprar market share Ganhar market share e aumentar a fidelidade do consumidor têm se tornado uma tarefa cada vez mais difícil tualmente, os consumidores são mais exigentes e bem informados, buscando produtos e serviços coerentes com os valores pessoais que defendem. O dilema é como se adaptar ao novo perfil do consumidor e ganhar participação de mercado com baixo custo, de forma que o investimento para conquistar uma fatia do mercado não seja tão alto a ponto de ser contraproducente. No modelo tradicional de marketing, são utilizadas uma série de ferramentas: aprimorar a proposta de valor e o marketing mix, estruturar um plano de comunicação com conteúdo relevante, executar ações de trade marketing. No entanto, estimase que o custo para conquistar um novo cliente pode ser de três a quatro vezes superior ao custo para manter um cliente. O investimento realizado para conquistar um novo cliente é tão alto, que este demora para proporcionar rentabilidade à organização. Porém, esta equação matemática pode ser alterada, caso a organização esteja disposta a inovar e experimentar novos modelos. Uma ferramenta inovadora para a conquista de mercado é um dos pontos que, para muitos gestores, representa um grande desafio: o uso da Marca como um ativo estratégico da organização. A Marca pode gerar um diferencial forte e perene a baixo custo, fazendo com que a empresa de fato ganhe market share, e não 34 C & P • Março/Abril • 2011 compre market share. A Marca pode ter importância mais ampla, não se restringindo em ser um nome ou logotipo bonito. Uma Estratégia de Marca inicia-se com a revisão do que chamamos de Inspiração da Marca. Isso se faz através da reavaliação da causa, propósito, razão de ser e proposta de valor, verificando se são atuais e se atendem tanto às aspirações dos executivos como às dos consumidores e demais públicos. Assim, é possível iniciar um reposicionamento forte e definitivo, que trará diretrizes para todas as estratégias da organização. A empresa precisa saber claramente como deseja ser percebida pelo consumidor e pelos demais públicos. Para isso, é preciso entender como ela se relaciona com eles e como gostaria de se relacionar. Vale lembrar que, nem sempre o que as pessoas dizem a respeito de suas aspirações é o realmente desejam. Por isso, o planejamento, a execução e a análise de pesquisa de opinião exigem técnicas específicas que garantam uma avaliação verdadeira e fiel sobre o relacionamento da marca com o consumidor e com o mercado, entendendo a origem das suas percepções. Após esta avaliação aprofundada, é possível começar a trabalhar na Arquitetura de Marca, otimizando a dinâmica do portfólio de produtos ou serviços de forma a aproveitar as oportunidades de mercado. Toda a Estratégia de Marca precisa ser disseminada dentro e fora da organização. Nos diferentes pontos de contato com a marca, o consumidor precisa perceber os valores e os conceitos que a direcionam. A marca também deve direcionar a estratégia de relacionamento da organização com seus públicos, com aumento de performance e da percepção de valor. Deste modo, a Estratégia de Marca se concretizará como uma ferramenta fundamental para aumentar a participação de uma empresa no mercado, atraindo e fidelizando os consumidores. Como trabalha com base na razão de ser da empresa, demanda poucos investimentos e baixos esforços de comunicação, mas muito trabalho de estruturação de um novo modelo mental na forma de fazer, de se relacionar e de se comunicar. Enfim, trata-se de uma estratégia simples, barata e, ainda, inovadora. Lucas Reñé Copelli Sócio-diretor da Vallua Consultoria, graduado em engenharia pela UNICAMP e pósgraduado em marketing pela ESPM. Contato: www.valua.com Empresas Associadas Empresas associadas à ABRACO A ABRACO espera estreitar ainda mais as parcerias com as empresas, para que os avanços tecnológicos e o estudo da corrosão sejam compartilhados com a comunidade técnico-empresarial do setor. Traga também sua empresa para nosso quadro de associadas. ADVANCE TINTAS E VERNIZES LTDA. www.advancetintas.com.br AKZO NOBEL LTDA - DIVISÃO COATINGS www.international-pc.com/pc/ ALCLARE REVEST. E PINTURAS LTDA. www.alclare.com.br API SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM DUTOS LTDA. [email protected] BIESOLD INTRAGÁS DO BRASIL LTDA. www.biesold.com BLASPINT MANUTENÇÃO INDUSTRIAL LTDA. www.blaspint.com.br B BOSCH GALVANIZAÇÃO DO BRASIL LTDA. www.bbosch.com.br CEPEL - CENTRO PESQ. ENERGIA ELÉTRICA www.cepel.br CIA. METROPOLITANO S. PAULO - METRÔ www.metro.sp.gov.br CIKEL LOGISTICA E SERVIÇOS LTDA. www.cikel.com.br COMÉRCIO E INDÚSTRIA REFIATE LTDA. www.vpci.com.br CONFAB TUBOS S/A www.confab.com.br C & Q CONSULTORIA E TREINAMENTO www.ceqtreinamento.com.br DEPRAN MANUTENÇÃO INDUSTRIAL LTDA. www.depran.com.br DETEN QUÍMICA S/A www.deten.com.br DOERKEN DO BRASIL ANTI-CORROSIVOS LTDA. www.doerken-mks.de DUPONT DO BRASIL S/A www.dupont.com.br DUROTEC INDUSTRIAL LTDA. www.durotec.com.br ELETRONUCLEAR S/A www.eletronuclear.gov.br EGD ENGENHARIA www.engedutoengenharia.com.br EQUILAM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. www.equilam.com.br FIRST FISCHER PROTEÇÃO CATÓDICA www.firstfischer.com.br FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S/A www.furnas.com.br GAIATEC COM. E SERV. DE AUTOM. DO BRASIL LTDA. www.gaiatecsistemas.com.br G P NIQUEL DURO LTDA. www.grupogp.com.br HARCO DO BRASIL IMP. 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LTDA. www.zincoligas.com.br *," --"Ê "Ê Ê< "Ê +1 6XU7HF , /,-/ Ê /ÀkÃÊÛiâiÃÊ>ÃÊ`ÕÀʵÕiÊÊ<Ê «ÕÀ Ê ÝViiÌiÊ`ÃÌÀLÕXKÊ`iÊV>>`> Ê >ÀÊiÃÌ>L`>`iÊ`ÊiiÌÀÌ Ê L>ÊiiÌÀµÕV>iÌiÊ VÊÊ Ê Ì>ÊÀiÃÃÌkV>ÊÌjÀV>Ê>ÌjÊ £Èä¨ Ê -iÊ«iÀVÕÃ`>`iÊVÊvÀ>}â>XKÊ «ÀÊ `À}k Ê ,iÃÃÌiÊ>ÊÌ`>ÃÊÃÕLÃÌ@V>ÃÊ `À?ÕV>ÃÊVÕÃ Ê KÊLiÀ>Ê>ÃʵÕiÊiÌ>ʵÕiÊÊ>XÊÝÊÎ£È "Ê i ÀÊV«ÀÌ>iÌÊÌÀL}V Ê `i>Ê«>À>Ê«iX>ÃÊ`iÊ}iiÌÀ>ÊV«iÝ> Ê *ÀViÃÃÊ`iÊëiÃÊVÌÀi Ê ÀiÊÀi`ÕXKÊ`>ÊVÀÀÃKÊ«ÀÊVÌ>Ì Ê $ÌÊ«>À>Ê«iX>ÃÊ>ÊÀi}KÊ`ÊÌÀ Ê `V>`Ê«>À>Ê«iX>ÃÊÌi«iÀ>`>Ã Ê Ì>ÊÀiÃÃÌkV>ʵÕV> Ê >Ê«iÀVÕÃ`>`iÊVÊ`iÀ>ÌÌià -ÕÀ/iVÊ`ÊÀ>ÃÊÌ`>° ££Ê{ÎÎ{°ÇΣÈÊÊUÊ££Ê{ÎÎ{°Ç룂 ViÌÀ>ÌiVJLÀ°ÃÕÀÌiV°V ÜÜܰÃÕÀÌiV°V°LÀ