Ano 8
Nº 36
Mar/Abr 2011
ISSN 0100-1485
ENTREVISTA
Alfredo Carlos
Orphão Lobo,
Diretor de
Qualidade do
INMETRO
EVENTO ABRACO/GE
Seminário
debate
tendências
na inspeção
da corrosão
Organometálicos
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Zintek - Alta Tecnologia em Organometálicos
Atotech do Brasil Galvanotécnica Ltda.
Rua Maria Patrícia da Silva, 205
Taboão da Serra • SP • CEP 06787-480 • Brasil
Telefone: +55 11 4138-9900 • Fax: +55 11 4138-9909
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SEA: 0800 55 91 91
Sumário
Ano 8
Nº 36
Mar/Abr 2011
ISSN 0100-1485
A revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficial da
ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundada em
17 de outubro de 1968. ISSN 0100-1485
ENTREVISTA
Alfredo Carlos
Orphão Lobo,
Diretor de
Qualidade do
INMETRO
Av. Venezuela, 27, Cj. 412
Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311
Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892
www.abraco.org.br
EVENTO ABRACO/GE
Seminário
debate
tendências
na inspeção
da corrosão
Diretoria Executiva – Biênio 2011/2012
Presidente
Eng. João Hipolito de Lima Oliver –
PETROBRÁS/TRANSPETRO
6
Entrevista
Vice-presidente
Eng. Rosileia Mantovani – Jotun Brasil
A importância da certificação
profissional no mundo moderno
Diretores
Adauto Carlos Colussi Riva – RENNER HERRMANN
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Eng. Fernando de Loureiro Fragata – CEPEL
Bel. Marco Aurélio Ferreira Silveira – WEG TINTAS
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ
Dra. Zehbour Panossian – IPT
8
Evento ABRACO/GE
Conselho Científico
M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN
M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC
M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior
Dra. Idalina Vieira Aoki – USP
Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE
Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ
10
Gestão de Projetos
Quando as certificações viram “commodities”
24
Notícias de Mercado
Conselho Editorial
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT
Dra. Denise Souza de Freitas – INT
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ
Simone Maciel – ABRACO
Dra. Zehbour Panossian – IPT
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Cursos e Eventos
Calendário 2011 – De Maio a Outubro
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Opinião
Revisão Técnica
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT
Como ganhar sem comprar market share
Lucas Reñé Copelli
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
São Paulo – SP – 03124-010
Fone/Fax: (11) 2028-0900
[email protected]
Diretores
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte
Editor
Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações
[email protected]
Repórteres
Henrique A. Dias e Carlos Sbarai
Projeto Gráfico/Edição
Intacta Design – [email protected]
Gráfica
Van Moorsel
Esta edição será distribuída em maio de 2011.
As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da
revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou
parcial das matérias e imagens publicadas sem a prévia autorização da editora responsável.
Artigos Técnicos
12
28
Estudo do comportamento
eletroquímico de Ta/Ta2O5 sob
carregamentos de hidrogênio
Pré-qualificação de sequestrantes
de H2S para injeção em poços
de petróleo
Por Aleksandra G.S.G da Silva,
Haroldo A. Ponte
Por Álvaro A. O. Magalhães,
André L. C. Bonfim
20
Alguns parâmetros para a
caracterização das camadas
fosfatizadas: rugosidade,
aderência e massa de fosfato
Por Zehbour Panossian,
Célia A. L. dos Santos
C & P • Março/Abril • 2011
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Carta
ao leitor
ABRACO: à frente na disseminação
do conhecimento
m dos pilares para o desenvolvimento das sociedades é a disseminação do conhecimento
técnico para o aprimoramento de diversas tarefas. Com experiência adequada, é possível, entre outras vantagens, ampliar a produtividade e alcançar a excelência nas operações, pois os profissionais
estarão muito mais habilitados para exercer suas funções, evitando, por exemplo, retrabalhos.
Muitas vezes já nos referimos na Revista Corrosão & Proteção ao importante papel da ABRACO na
disseminação do conhecimento no setor que representa e também junto aos segmentos econômicos
usuários, ou seja, as áreas que precisam de informações sobre controle da corrosão para o bom desempenho
de seu negócio. Contudo, mais do que palavras são as ações que chancelam a postura da entidade como
uma das principais impulsionadoras do desenvolvimento técnico em soluções de proteção à corrosão.
Nesta edição, por exemplo, apresentamos o resumo de um seminário sobre as tendências na inspeção
da corrosão, com equipamentos de última geração, desenvolvido em
parceria com a GE. Também a entrevista com o diretor de Qualidade
O apoio institucional e a divulgação dos
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – INMETRO, Alfredo Carlos Orphão Lobo, que aborda
temas sobre proteção anticorrosiva são
o tema certificação profissional, assunto que a ABRACO tem efetiva
esforços contínuos da ABRACO e um claro
participação.
Em maio, a ABRACO organiza, junto com a ABENDI – Assoindicador da postura pró-ativa da entidade
ciação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção e o IBP –
Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, a décima
primeira edição da COTEq – Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, entre os dias 10 e 13, no
Recife. É uma oportunidade ímpar para atualização técnica. Está prevista a apresentação de mais de 150
trabalhos (oral e pôster) e há uma vastíssima programação com reuniões, minicursos, sessões especiais,
workshops e plenárias. Destaque para o CONBRASCORR, Congresso Brasileiro de Corrosão, que dentre
os eventos paralelos foi o que apresentou o maior número de trabalhos técnicos inscritos. A próxima edição
da Revista Corrosão & Proteção trará matéria especial sobre a COTEq.
No segundo semestre, outros eventos com a participação da ABRACO também estão alinhados à proposta de disseminar o conhecimento. Em 7 de julho, por exemplo, está programada a realização do
Seminário de Pintura de Manutenção Industrial, no IPT – São Paulo. Depois, a entidade marca presença
como expositora no Rio Pipeline (20 a 22 de setembro, no Rio de Janeiro). A entidade ainda trabalha para
viabilizar a participação em outros eventos correlatos. Estar presente como apoio institucional, divulgando
os temas relacionados à proteção anticorrosiva é um esforço contínuo da ABRACO, e é um claro indicador
do dinamismo institucional e da postura pró-ativa da entidade quanto a levar o tema “proteção e combate
à corrosão” a todos os setores que direta ou indiretamente necessitam de informações qualificadas.
Revista Corrosão & Proteção – Todos os eventos citados vão merecer cobertura jornalística na Revista
Corrosão & Proteção. E, mais, está prevista a distribuição de exemplares adicionais, o que potencializa a
importância da publicação e da entidade. Na COTEq, por exemplo, haverá uma distribuição extra de 1.300
exemplares. Dessa forma, todos os congressistas receberão a edição no ato de sua inscrição.
Boa leitura!
Os Editores
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C & P • Março/Abril • 2011
Entrevista
Alfredo Carlos
Orphão Lobo
A importância da certificação
profissional no mundo moderno
Em um momento que o mercado nacional enfrenta escassez de mão de obra qualificada,
o debate em torno da certificação profissional ganha maior importância
Por Carlos Sbarai
s mudanças nas formas
de produção e nos conceitos relativos à gestão
empresarial estão redesenhando
totalmente o perfil do profissional moderno, o qual deve estar
voltado para o alcance dos melhores desempenhos e resultados. Segundo especialistas do
mundo do trabalho e da educação, o valor fundamental das
sociedades passa a ser o conhecimento, fruto da educação, da
formação e da experiência. Nesse contexto, a competência profissional tem cada vez mais importância para a inserção dos
trabalhadores no mundo produtivo, cada vez mais exigente e
competitivo.
Segundo Alfredo Carlos Orphão Lobo, que é engenheiro
mecânico, especializado em gestão avançada no Canadá, e tendo atuado durante 30 anos na
PETROBRAS, hoje diretor de
qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
INMETRO, a certificação profissional atesta a real competência do profissional para exercer
a atividade a que ele se propõe.
“Em linhas gerais é uma maneira de dar formalidade à
questão da competência para
desempenhar determinada função”, afirma o engenheiro. Para
esclarecer alguns pontos importantes sobre esse tema, o diretor
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C & P • Março/Abril • 2011
do INMETRO recebeu a Revista Corrosão e Proteção.
Qual a importância da certificação profissional?
Lobo – A certificação profissional
representa o reconhecimento da
habilidade e conhecimento do uso
da tecnologia, garantindo um
importante diferencial e agregando credibilidade ao currículo do
profissional. Entendida em seu
sentido mais amplo, é a comprovação formal dos conhecimentos,
habilidades e atitudes do trabalhador, requeridos pelo sistema
produtivo e definidos em termos
de padrões ou normas acordadas
previamente. A certificação tem
sido apontada principalmente como instrumento para a melhoria
das atividades das empresas, a
evolução profissional, o aumento
da empregabilidade, a maior
atenção à cidadania e, no contexto da produção, para o melhor
atendimento ao consumidor.
Quais são os setores que estão
mais estruturados quanto aos
programas de certificação no
Brasil?
Lobo – Com certeza os programas
de certificação mais robustos estão voltados para os setores de
manutenção, turismo e de montagem industrial. Destacaria o
setor de turismo, em função de
uma série de eventos de grande
porte que serão organizados no
Brasil, como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do
Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016, além de diversos outros de porte menor do que
esses três grandes eventos globais.
A competência profissional fará a
diferença principalmente nas áreas de hotelaria, de alimentação e
de aventura, nos serviços relacionados ao atendimento do turista nacional ou internacional.
Na área de manutenção, por sua
vez, existe uma série de profissionais que são certificados atualmente e tudo isso serve para aumentar o grau de confiança nos
profissionais e também na qualidade do serviço oferecido.
E no que se refere ao segmento industrial especificamente,
qual avaliação pode ser feita?
Lobo – Toda fábrica tem um
processo produtivo que requer
manutenção. Mais fábricas, mais
processos e mais empregos para
este profissional. Cabe a ele executar os serviços de manutenção
mecânica, ou seja, montar e desmontar máquinas, reparar e
substituir peças para que o funcionamento continue perfeito. No
mercado de tecnologia, certificações são grandes referências,
auxiliando as empresas no critério de seleção dos melhores profissionais do mercado, na escolha
daqueles que realmente detêm conhecimentos técnicos mais atua-
De que forma entidades como
a ABRACO, que têm sistemas
de certificação, poderiam atuar com o INMETRO?
Lobo – Entidades como a ABRACO podem atuar fortemente
junto com o INMETRO no sentido de promover mais certificações profissionais, principalmente
porque essas entidades técnicas
reúnem um número substancial
de especialistas, que podem contribuir de forma decisiva para a
excelência desses sistemas de certificação. É uma soma de esforços
que só vai trazer resultados positivos ao mercado brasileiro. Existem alguns programas voluntários, tocados por entidades, que não
levam a chancela do INMETRO
e que são muito bons. Entretanto,
se o gestor desejar obter essa chancela terá mais vantagens como,
por exemplo, maior credibilidade, e sua marca obterá um reconhecimento internacional. Isso
porque o INMETRO é signatário de diversos fóruns internacionais e o fato de ter essa chancela
implica que o gestor participe da
mesma esfera internacional. É
importante ressaltar que se um
gestor se interessar em ter a chancela do INMETRO deve avaliar
as regras, apresentar documentos
que serão minuciosamente analisados e depois haverá uma auditoria inicial e outras periódicas,
que garantem a qualidade do
programa após a obtenção inicial
da chancela. Dessa forma, mantém-se a credibilidade, confiança
e reconhecimento internacional
ao programa de certificação.
Qual a atuação desenvolvida
pelo INMETRO nos sistemas
de avaliação e de certificação
profissional existentes atualmente no Brasil?
Lobo – O INMETRO busca fortalecer as empresas, ampliando
sua produtividade por meio da
adoção de mecanismos destinados
à melhoria da qualidade de produtos e serviços. Dessa forma, são
funções do INMETRO: a formulação e execução da política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de
qualidade de produtos industriais. Além da verificação, o órgão
incentiva, regulamenta, fornece
suporte técnico e investe em pesquisas. A diversidade de funções
exige do órgão um quadro de profissionais com perfis diferenciados. É por isso que o próximo
concurso do instituto reforçará
40 áreas, divididas entre os cargos de pesquisador-tecnologista
Fotos: INMETRO
lizados. Especificamente quanto
ao combate à corrosão, devemos
dar uma atenção a esse assunto,
pois é tema fundamental para
qualquer segmento industrial. Os
custos associados ao controle da
corrosão de máquinas e equipamentos são elevados e a certificação de profissionais que atuam
nesse segmento visa melhorar a
qualidade da prestação de serviços, o que significa redução de
custos e maior confiabilidade das
operações das empresas.
em metrologia e qualidade, analista executivo em metrologia e
qualidade e especialistas em metrologia e qualidade sênior.
O Brasil enfrenta uma crise de
mão de obra qualificada. Isso
amplia a importância de termos programas de certificação profissional? Como o
INMETRO espera atuar nos
próximos anos para atenuar
essa situação?
Lobo – A crise de mão de obra
qualificada transcende aos limites
de atuação do INMETRO. No
escopo de sua atuação, ao INMETRO compete priorizar o atendimento a todas as demandas pelo
estabelecimento de Programas de
Certificação Profissional, como
acabamos de fazer com os profissionais da construção civil.
Mais informações sobre o
INMETRO no site
www.inmetro.gov.br
C & P • Março/Abril • 2011
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Evento
ABRACO/GE
Seminário debate tendências na inspeção da corrosão
Com o objetivo de debater soluções
para a detecção e avaliação da corrosão
em dutos, a Associação Brasileira de Corrosão (ABRACO) em parceria com a GE
Inspection Technologies, realizaram em
16 de fevereiro, na sede do Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio de Janeiro, o seminário “Futuro Agora: Técnicas Avançadas
de Ensaios Não-Destrutivos para Inspeção da Corrosão”.
Na mesa de abertura do evento estive- Da esq. para dir: Simone Brasil, diretora da ABRACO,
ram presentes, o diretor da GE Inspec- Carlos Alexandre Martins da Silva, Lilian Modolo, Aldo
tion Technologies para a América Latina, Cordeiro Dutra e Eugênio Soldá
Eugênio Soldá, o diretor da ABRACO,
Aldo Cordeiro Dutra, e o engenheiro da PETROBRAS Transporte S.A. (TRANSPETRO), Carlos
Alexandre Martins da Silva.
Em seu discurso de abertura, Soldá anunciou a construção, por parte da GE, do Brazil Technology Center (BTC), que será erguido em uma área, na Ilha do Fundão, próxima à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Serão investidos US$ 100 milhões na construção desse centro de pesquisa e desenvolvimento, cujo início das obras está previsto para o próximo mês de junho. Vale
destacar que teremos um laboratório
focado na exploração da camada do présal”, explicou Soldá.
O seminário contou com a participação de mais de 70 profissionais, entre inspetores de ensaios não-destrutivos, engenheiros de equipamentos, gerentes de inProfissionais da área acompanharam com atenção as palestras tegridade de ativos e gerentes de operação, que tiveram a oportunidade de
acompanhar três palestras, ministradas por profissionais da GE Inspection Technologies e da empresa
norte-americana Acuren.
Os temas abordados no evento foram Monitoramento da Corrosão com Sensores Permanentes e
Não-Intrusivos, tema apresentado por Silvana Santos, da GE; As Vantagens da Radiografia Digital para
Aplicações de Corrosão, por Brian Anderson, da Acuren; e Aplicações de Videoscopia 3D na Inspeção
da Corrosão, por Lilian Modolo, da GE (veja breve resumo a seguir).
Ao final do evento, Aldo Cordeiro Dutra comentou sobre a importância dessa parceria entre a
ABRACO e a GE Inspection Technologies. “Esse evento foi o ponto de partida, e acredito que seja
muito importante a participação da GE nos congressos e nas comissões técnicas da ABRACO. Além
disso, a criação do centro de pesquisa poderá estreitar ainda mais essa parceria”.
Apresentações
Para melhor entendimento, a Revista Corrosão e Proteção apresenta linhas gerais das três palestras
técnicas. Acompanhe.
Ultrassom na detecção da corrosão (Silvana Santos/GE)
Esta é a metodologia com a qual é possível detectar corrosão, espessura remanescente e corrosão localizada, graças à inovadora tecnologia Phased Array, que garante uma alta performance próxima à superfície, maior área de varredura, aumento da produtividade, visualização da perda de espessura, medidas de precisão, maior detecção que medidores de espessura convencionais e também
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C & P • Março/Abril • 2011
a possibilidade de visualizar o A-Scan e B-Scan.
Segundo Silvana Santos, gerente de segmento petróleo e gás para América Latina da empresa, essa tecnologia, propiciada pelo ultrassom Phasor DM, permite visualizar simultaneamente na tela do monitor a
informação relativa à espessura mínima de todos os feixes armazenada durante o scan desde o último reset
(TSmA), espessura mínima de todos os feixes na posição atual do cabeçote (TmA) e a leitura da espessura no feixe selecionado na posição atual do cabeçote (TA), além da visualização da perda de espessura. “Já
o equipamento de ultrassom Phasor XS é perfeito para se realizar a inspeção para detecção de corrosão
em flanges, pois além de aumentar confiabilidade nos dados, ainda apresenta maior probabilidade de
detecção por sua faixa de ângulos, sendo uma solução all-in-one para inspeção e relatório”, revelou Silvana.
Ela também apresentou o sistema de monitoramento da corrosão por ultrassom, o Rightrax, que, em
linhas gerais, são sensores de ultrassom instalados permanentemente em pontos de maior potencial de corrosão da tubulação. A principal vantagem é que, uma vez instalado, não é necessária a escavação de dutos
subterrâneos ou construção de andaimes para a coleta de medidas. O sistema é fornecido em duas versões, onde uma é para alta temperatura (até 350 ºC) e outra para baixa temperatura (até 120 ºC), e ainda
pode ter seus dados exportados para outros sistemas pelos padrões industriais OPC, Modbus, ou no formato de arquivo CSV.
As vantagens da radiografia digital para aplicações de corrosão (Brian Anderson/Acuren)
O gerente técnico da Acuren Brian Anderson apresentou a Radiografia Digital para o monitoramento da corrosão. A tecnologia prevê a utilização de uma placa de fósforo, o scanner CRFlex e um equipamento de raio-X para gerar imagens radiográficas de tubulações ou equipamentos. “Assim, pode-se realizar a análise imediata da imagem, sem necessidade de revelação. Além disso, a solução possui ferramentas de imagem digital para, por exemplo, ajustar contraste e brilho. As imagens podem ser armazenadas
em uma base de dados que permite o compartilhamento de dados e a emissão de relatórios”, disse Brian,
avaliando ainda que essa solução é particularmente interessante para inspeção de corrosão interna e sob
camada de revestimento.
Aplicações de videoscopia 3D na inspeção da corrosão (Lilian Modolo/GE)
A chegada do 3D à videoscopia tem agora tecnologia de medição sob demanda e com tela cheia
baseada em escaneamento 3D. “Todas as medidas são realizadas em uma superfície 3D e conta com
medições adicionais como o mapa de superfície 3D e perfil de profundidade. A medição sob demanda
permite visualizar em tela cheia e medir sem substituir a lente, proporcionando facilidade de uso, pois
não precisa indicar posição da sombra ou de ponto equivalente, e maior precisão especialmente na medida de profundidades, que é o caso da corrosão”, comentou Lilian Modolo da GE.
A ABRACO dá as boas-vindas às novas empresas associadas
API Dutos
Empresa fundada no ano de 2008, em São Francisco do Sul, Santa Catarina,
por profissional com experiência de 35 anos na atividade de Proteção Catódica.
A API Serviços Especializados em Dutos Ltda. conta com profissionais treinados
para a execução de projetos, implantação, inspeção e manutenção de sistemas de
proteção catódica. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras e eficazes no controle dos processos de corrosão, visando juntamente com seus clientes, evitar perdas pessoais, ambientais e materiais.
Mais informações: [email protected]
INSPEC
A INSPEC Norproj Ltda. é uma empresa baiana que há 15 anos forma profissionais nas áreas de integridade, corrosão, proteção contra a corrosão e inspeção e também presta serviços de inspeção de equipamentos e de fabricação, contribuindo para o desenvolvimento da região.
Mais informações: www.inspec.com.br
C & P • Março/Abril • 2011
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Gestão de Processos
& Gestão de Projetos
Quando as certificações
viram “commodities”
Os clientes de projetos de certificação nas normas ISO, muitas vezes, optam pelo “mais barato”
e não pelo que “agrega mais valor” ao sistema de gestão da organização
Por Orlando
Pavani Júnior
10
ara empresas que contratam projetos de adequação às normas ISO,
fica cada vez mais explícito o fato
de que irão obter o mesmo selo
minimista de “empresa certificada”, por mais que os critérios de
consultoria sejam diferentes entre
si na sua implementação por
meio das empresas de consultoria
e/ou por algum profissional especializado.
Os sistemas de gestão implementados, de algum modo ainda
aderentes às normas adotadas,
estão cada vez mais diferentes entre si principalmente sob o ponto
de vista qualitativo. Essas diferenças fizeram de algumas empresas certificadas uma alternativa pouco relevante, uma vez que
não foram capazes de perceber
novos valores às operações após a
certificação.
O que temos são certificações
muito diferentes, algumas muito
boas e plenas de conteúdo agregador de valor às operações, mas
outras realizando apenas o mínimo necessário para merecer o
diploma de “empresa certificada”
e o direito de pregá-lo na parede,
sem nenhum tipo de distinção a
estas diferenças.
A primeira grande omissão é
com relação ao escopo da respectiva certificação, ou seja,
existem empresas certificando o
“pedaço do pedaço do pedaço”
de sua gestão e publicando nas
revistas e em outros meios de
divulgação que estão certificadas. Podemos fazer uma analogia ao meio hospitalar, que pode
estar certificado “superficialmente” (apenas a recepção, por
exemplo) e não segue as medidas de forma global a todas as
áreas do Hospital. Fica no ar
C & P • Março/Abril • 2011
esta circunstância e a confiança ou a falta dela.
Isso poderia ser minimizado se os organismos competentes obrigassem que 100% das empresas certificadas, quando optassem por
divulgar sua “conquista”, divulgassem também seu escopo, ou seja, a
efetiva abrangência de quais processos organizacionais ou quais “caixinhas do organograma” estão efetivamente certificados. Estes simples
cuidados já separariam, em algum grau, o joio do trigo.
Outro lapso é o fato de muitas pessoas entenderem que a inexistência de não-conformidades, durante as auditorias internas e/ou
externas, representa que a gestão vai muito bem! Muitos sistemas de
gestão estão sendo implementados de tal forma que a não-conformidade simplesmente não acontecerá jamais. Basta uma empresa dizer
em seus procedimentos documentados que seus padrões de trabalho
têm intervalos bem espaçados de qualidade para que uma não-conformidade seja quase impossível.
Quer um exemplo? Uma empresa do segmento médico que atende
pacientes (ou deveria atender) com hora marcada tem alto grau de
probabilidade de não-conformidade, uma vez que as “horas marcadas”
geralmente não funcionam. Uma alternativa de burlar o sistema e
encobrir as não-conformidades é simplesmente dizer que o intervalo
para considerar uma hora marcada é de até 4 horas depois da hora
agendada inicialmente. Um desrespeito ao cliente e à sociedade de
maneira geral.
Existem ainda empresas que dizem em seus procedimentos documentados que a “hora marcada” é considerada validada desde que o
atendimento aconteça no mesmo dia. Processos como esse “apagam”
a não-conformidade e intitulam a empresa, mesmo com seus erros,
como certificada. Isso não quer dizer que a empresa está indo bem ou
que seus clientes estão satisfeitos e é justamente nesse ponto que é preciso se atentar. Parece mentira, mas infelizmente as normas permitem
este tipo de tratativa, uma vez que seu objetivo é padronizar uma
determinada qualidade e não necessariamente a melhor qualidade.
Lembre-se, nenhuma norma pode substituir o cliente na determinação de que é realmente bom ou ruim.
As certificadoras também têm sua parcela de culpa nesta nivelação
por baixo, pois designam auditores cada vez mais despreparados para
realização das famigeradas auditorias e, mesmo que fossem competentíssimos, ainda estariam limitados ao texto das normas aplicadas.
É comum ouvir auditores perguntando por que se implementou
esta ou aquela prática de gestão, nitidamente agregadora de valor, alegando que a norma não solicita nada naquele sentido, como se a
mesma fosse o único meio legítimo e inquestionável para definir o que
a empresa deve fazer para obter resultados sustentáveis.
Essa realidade pode mudar, pois com a publicação pela ABNT das
normas NBR ISO/IEC 17050-1:2005 (Parte 1 – Declaração de
Conformidade do Fornecedor – Requisitos Gerais) e NBR ISO/IEC17050-2:2005 (Parte 2 – Declaração de Conformidade do Fornecedor – Documentação de Suporte), fica clara a tendência de que as
empresas não dependerão, única e exclusivamente, das empresas certi-
Artigo
Técnico
Estudo do comportamento
eletroquímico de Ta/Ta2O5 sob
carregamentos de hidrogênio
Study of electrochemical behavior of Ta/Ta2O5 under hydrogen charging
Por Aleksandra
G.S.G da Silva
Haroldo A.
Ponte
Introdução
Este trabalho tem como objetivo observar o comportamento
eletroquímico do tântalo metálico submetido a carregamentos
cíclicos de hidrogênio, através da
variação de seu potencial eletroquímico para aplicação como
sensor de detecção de hidrogênio. Este sensor eletroquímico
será instalado em equipamentos
ou tubulações que operam em
contato com produtos corrosivos
que podem gerar hidrogênio e
poderá realizar o monitoramento
da corrosão, melhorando a confiabilidade e a vida útil dos equipamentos, e ainda monitorar do
fluxo de hidrogênio, que é danoso às propriedades mecânicas
desses equipamentos.
Introduction
This study aims to observe the
electrochemical behavior of tantalum metal subjected to hydrogen
cyclic charging, through the variation of its potential application as
electrochemical probe for hydrogen
detection. This electrochemical
probe is installed in equipment or
operating pipelines in contact with
corrosive materials that can generate hydrogen. It may hold the
monitoring corrosion, enhancing
reliability and equipment life, and
also monitor the flow of hydrogen,
which is harmful to the mechanical properties of these devices.
No Brasil, as reservas offshore
de petróleo apresentam uma
quantidade de nitrogênio em
torno de 4000 ppm, sendo uma
das maiores concentrações de
12
C & P • Março/Abril • 2011
nitrogênio das
reservas mundiais. O petróleo brasileiro
foi classificado
como muito
agressivo devido às altas concentrações de
HS- e CNgerados durante o processo
de produção
de petróleo. A Figura 1 – Voltamograma cíclico para o tântalo
presença do obtido imediatamente após a sua imersão em solução
íon CN- impe- de 0,1 mol/L de NaOH, pH 13, a 25 ºC; numa
de a formação faixa de potenciais de -1,0 VECS a 1,1 VECS
de filmes superficiais de FeS que podem re- to eletroquímico do tântalo metardar a penetração de hidrogê- tálico submetido a carregamennio elementar para o interior tos cíclicos de hidrogênio, atrado metal. A reação entre o CN- vés da variação de seu potencial
e o FeS produz um complexo eletroquímico para aplicação coFe(CN)4-6 sobre a superfície o mo sensor de detecção de hidroqual não retarda o processo cor- gênio. Este sensor eletroquímico
rosivo ou a absorção de hidro- será instalado em equipamentos
ou tubulações que operam em
gênio.
Uma característica notável do contato com produtos corrosivos
hidrogênio, a qual em grande que podem gerar hidrogênio e
parte é responsável pelo processo poderá realizar o monitoramento
de fragilização, é a sua alta difu- da corrosão, melhorando a consividade1, podendo ficar retido fiabilidade e a vida útil dos equino interior dos metais na forma pamentos, e ainda monitorar do
de gás ou mesmo formando hi- fluxo de hidrogênio, que é danodretos, os quais podem causar so às propriedades mecânicas
danos às propriedades mecânicas desses equipamentos.
O tântalo está no grupo dos
do material podendo até chegar
à sua ruptura2. Muitos autores metais válvula7,8,9,10,11; os quais
têm revisado os mecanismos de formam espontaneamente um
fragilização por hidrogênio e filme de óxido compacto, não
mostrado que não existe apenas poroso e estável, com baixa disum mecanismo que explique o solução, o que confere ao metal
fenômeno de degradação2,3.4.5,6.
base alta resistência à corrosão
Este trabalho tem como ob- em uma ampla variedade de
jetivo observar o comportamen- meios10. A interação entre hidro-
A
ção sólida, cuja
extensão depende da pressão e da temperatura do gás12.
Materiais e
métodos
Para o desenvolvimento
deste trabalho,
utilizou-se uma
chapa de tântalo de pureza
comercial com
B
0,785 cm2 de
área específica.
Na montagem
da célula eletroquímica
foram utilizados como eletrodos de referência e auxiliar, o calomelano saturado
(ECS) e a platina, respectivamente. Uma soC
lução de NaOH
0,1 mol/L, a
cerca de 25 ºC
e pH em torno
de 13, foi o
meio eletrolítico utilizado.
Para a realização de cada experimento, foi
colocado o eletrodo de tântalo em uma esFigura 2 – Potencial de circuito aberto para cinco
tufa por 30 miciclos de 10 min de carregamento de hidrogênio com
nutos entre 90
densidades de corrente elétrica (A) 40 mA/cm2; (B)
60 mA/cm2; (C) 80 mA/cm2. Em meio de 0,1 mol/L e 100 ºC para
a remoção do
NaOH, àa temperatura de 25 ºC e pH = 13
hidrogênio abgênio e tântalo resulta em um sorvido previamente no metal.
“pseudo-hidreto”, no qual a Posteriormente, este eletrodo foi
absorção do hidrogênio no metal lixado em lixa de grana 600. A
diminui com o aumento da tem- solução utilizada foi desaerada
peratura, o que pode ser chama- por 15 minutos através do bordo de inclusão exotérmica. No bulhamento de nitrogênio. Os
caso de uma inclusão exotérmi- equipamentos utilizados para as
ca, a única reação com o hidro- leituras de potencial foi um
gênio é a formação de uma solu- Voltalab PGZ301, em que foram
programadas medidas de seis
potenciais de circuito aberto
(OCP) alternados com cinco cronopotenciometrias sucessivas. As
medidas de OCP tinham duração de 90 minutos. Já nas cronopotenciometrias, durante as quais
ocorriam os carregamentos de
hidrogênio, a densidade de corrente catódica foi variada de
40 mA/cm2, 60 mA/cm2 e
80 mA/cm2 e os tempos de carregamento foram de 10 min e
20 min. Com o objetivo de avaliar o comportamento do tântalo
no meio aquoso de hidróxido
de sódio na concentração citada, foi realizada voltametria cíclica numa faixa de potenciais de
-1,0 VECS a 1,1 VECS com velocidade de varredura 20 mV/s.
Resultados e discussão
O voltamograma para o tântalo em solução de 0,1 mol/L de
NaOH à temperatura de cerca
de 25 ºC obtido logo após a
imersão do eletrodo no eletrólito, numa faixa de potenciais de
-1,0 VECS a 1,1 VECS é mostrado
na Figura 1.
Por meio da análise deste voltamograma pode-se observar um
comportamento típico dos metais válvula. O primeiro ciclo de
varredura de potenciais pode ser
dividido em regiões: na região A,
onde a corrente é catódica, a varredura é feita desde o potencial de
início da polarização, -1,0 VECS,
até o potencial de inversão de
corrente de catódica para anódica; a região B consiste em uma
varredura desde o potencial de
inversão até o pico de corrente
catódica. Nessa região, onde a
corrente aumenta exponencialmente em função do potencial
aplicado, ocorre a oxidação do
metal. Então, nessa região acontece o crescimento do óxido anódico, preferencialmente por migração de íons. O pico, observado em torno de -0,40 VECS, corresponde ao máximo de corrente
anódica que diminui com posteC & P • Março/Abril • 2011
13
A
sivo do metal
acompanhado
por aumento
da espessura
do óxido formado. Este aumento da espessura do óxido causa o aumento da resistência à corrosão desses filmes protetores.
A região D
está relacionaB
da a processos
de ruptura do
filme de óxido
e é verificada
na região em
que a densidade de corrente
começa a aumentar rapidamente até o
potencial de
inversão
da
varredura. Esta
elevação da
C
densidade de
corrente também pode estar
associada à formação de um
óxido poroso,
ou ainda ao início da evolução
de gás oxigênio
no eletrodo de
trabalho, que
pode ser gerado
através da disFigura 3 – Potencial de circuito aberto para cinco
ciclos de 20 min de carregamento de hidrogênio com sociação da água ou mesmo
densidades de corrente elétrica (A) 40 mA/cm2; (B)
da hidroxila de60 mA/cm2; (C) 80 mA/cm2. Em meio de 0,1 mol/L
vido à utilizaNaOH, na temperatura de 25 ºC e pH = 13
ção de um
rior aumento do potencial anó- meio básico. Na região E, onde
dico, indicando a formação de ocorre a inversão no sentido de
um óxido com características varredura, observa-se uma queprotetoras,
provavelmente da brusca na corrente que tende
Ta2O5. Em seguida, a corrente a zero e se mantém constante, o
permanece praticamente cons- que caracteriza o comportatante com o aumento do poten- mento de um metal válvula, isto
cial, correspondendo à região C, é, um metal que possui forte
indicando o estado pseudo-pas- tendência a formar óxidos es14
C & P • Março/Abril • 2011
pontâneos, estáveis e de difícil
dissolução.
A partir do segundo ciclo de
varredura, a corrente se mantém
constante e próxima de zero,
tanto no sentido de varredura
direto quanto no reverso. Este
comportamento torna evidente
que, após o primeiro ciclo, o eletrodo de tântalo se mantém passivo em toda a faixa de potenciais investigado e que o óxido
passivo, formado sobre a superfície, impede as reações de oxirredução na interface tântalo/óxido/eletrólito.
Com o objetivo de analisar os
efeitos do hidrogênio sobre o
potencial de equilíbrio do metal
foram usadas medidas de OCP.
Observa-se em todas as curvas de
OCP (Figuras 2 e 3) que independentemente das condições de
carregamento de hidrogênio, isto
é, de tempo e de densidade de
corrente, há um deslocamento
de potencial do sistema tântalo
/óxido para valores mais positivos. Este comportamento indica
uma maior estabilidade eletroquímica do sistema com a elevação da carga de hidrogênio.
Entretanto, nas condições de
pH e potencial utilizados na medida de OCP (pH = 13 e potencial em torno de -0,5VECS), temse Ta2O5 como espécie mais estável, como demonstrado pelo diagrama de equilíbrio pH vs
potencial da Figura 5.
A Equação 1 representa a reação de oxidação do tântalo13.
2Ta + 5H2O → Ta2O5 + 10H+
+ 10e- E0 = -0,750 – 0,0591 pH
(1)
Esta interação pode estar presente como a soma da contribuição configuracional, oscilatória e
eletrônica, conforme Equação 2.

f = F/N = fconf + fosc + fe
(2)
onde
N = número de interstícios
octaédricos;
Figura 4 – Diagrama de equilíbrio potencial-pH
para o sistema água-tântalo, a 25 ºC 13
fconf = contribuição configuracional;
fosc = contribuição oscilatória;
fe = contribuição eletrônica.
Neste trabalho, considera-se
que a contribuição mais significativa do carregamento de hidrogênio é a configuracional que
considera o potencial eletroquímico conforme a Equação 3:
µconf = KTln c + UHconf + UHconf c
1-c
(3)
onde
c = concentração local de hidrogênio definida pelo número
de posições intersticiais ocupadas;
UH = energia de ligação do átomo de hidrogênio com a
estrutura cristalina do metal, sem dissociação;
UHH = energia de interação entre
os átomos de energia dissolvidos.
Assim, a interação configuracional pode ocorrer pelos sítios
intersticiais, pela formação de ligas (Ta-H), ou pela interação
dos átomos de hidrogênio.14
Conforme se observa nas
Figuras 2 e 3 e na Tabela 1, em
todas as condições de carregamento há uma variação significativa entre o potencial antes do
carregamento para o potencial
do ciclo 1. Isto provavelmente
Figura 5 – Valores de potencial de circuito aberto
(OCP) após 40 min. em relação ao número de ciclos
de carregamento
ocorre devido ao maior número
de sítios que interagem num primeiro momento com hidrogênio. A variação dos demais potenciais entre os ciclos subsequentes é relativamente menor,
já que os sítios irreversíveis certamente foram ocupados no primeiro ciclo de carregamento, restando apenas os sítios reversíveis
que se descarregam a cada ciclo.
A variação de potencial de
um ciclo para o outro poderia ser
devido tanto às interações do
hidrogênio com o metal como à
variação de forma estequiométrica do óxido formado na superfície. Contudo, esta hipótese é descartada devido ao fato de existir
somente uma forma estequiomé-
trica Ta2O5 de óxido de tântalo,
como se observa na Figura 4.
Na Figura 5, pode-se observar que o valor de potencial de
circuito aberto para as diversas
condições de carregamento, após
40 minutos em relação ao número de ciclos, desloca-se continuamente para valores mais positivos. Verifica-se também que a
maior variação de potencial
ocorre entre os ciclos 0 e 1. Esta
variação diminui com o aumento de ciclos, evidenciando uma
rápida tendência de estabilização
em um patamar.
Isto mostra que o sistema em
estudo apresenta um tempo de
resposta relativamente baixo para
sua utilização como sensor de
TABELA 1 – VALORES OBTIDOS PARA POTENCIAIS DE CIRCUITO ABERTO PARA
CADA CICLO DE CARREGAMENTO DE HIDROGÊNIO NO SISTEMA TA/TA2O5 EM
SOLUÇÃO DE NAOH 0,1 MOL/L A 25 ºC
Condição
experimental
40 mA/cm2
10 min
60 mA/cm2
10 min
80 mA/cm2
10 min
40 mA/cm2
20 min
60 mA/cm2
20 min
80 mA/cm2
20 min
Antes
-0,5212
Potencial de circuito aberto (VECS)
Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5
-0,3444 -0,3164 -0,3002 -0,2874 -0,2769
-0,3747
-0,315
-0,2964
-0,2727
-0,2666
-0,2595
-0,4981
-0,4493
-0,4221
-0,4037
-0,3862
-0,3709
-0,3875
-0,34
-0,3109
-0,3012
-0,2832
-0,2734
-0,4907
-0,4432
-0,4257
-0,4094
-0,3996
-0,3964
-0,4559
-0,3976
-0,3772
-0,3607
-0,3614
-0,3425
C & P • Março/Abril • 2011
15
hidrogênio. Verifica-se a possibilidade de utilização de tempos de
resposta inferior a 40 minutos.
Conclusões
Neste trabalho foi possível
observar a influência do hidrogênio no comportamento eletroquímico do sistema tântalo/pentóxido de tântalo (Ta/Ta2O5) em
solução de hidróxido de sódio
(NaOH), alcançando assim o
objetivo principal deste trabalho
de pesquisa.
Por voltametria cíclica, verificou-se o comportamento do tântalo como um metal válvula e a
formação de uma única estequiometria de óxido.
Foi observado que o potencial de circuito aberto sofre alteração e se desloca para valores
mais positivos com o aumento
da quantidade de hidrogênio gerado pelos ciclos de carregamento de hidrogênio, independentemente da densidade de corrente
catódica aplicada e do tempo de
carregamento.
No estudo da variação do potencial de circuito aberto em relação ao número de ciclos com
40 minutos após o carregamento
de hidrogênio já se observa uma
variação significativa no potencial, o que mostra a sensibilidade
do sistema ao hidrogênio com
um tempo de resposta relativamente baixo comparado a alguns
sensores utilizados.
Baseado nos resultados obtidos, verifica-se que a utilização
do tântalo apresenta potencial
para aplicação como sensor indicativo da influência do hidrogênio no metal.
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C & P • Março/Abril • 2011
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Hydrogen Energy. n. 27, p. 825828, 2002
Aleksandra G. S. G da Silva
Possui graduação em Engenharia de
Materiais pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa (2003) e mestrado em
Engenharia pela Universidade Federal do
Paraná (2007). Atualmente é doutoranda
em Engenharia pela Universidade Federal
do Paraná. Atua como professora da
Escola Técnica da Universidade federal do
Parana (ET-UFPR), professora do Centro
de Educação Profissional Irmão Mário
Cristóvão (TECPUC) e professora substituta da Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Tem experiência na área de
Engenharia de Materiais e Metalúrgica,
com ênfase em Corrosão, atuando principalmente nos seguintes temas: sensor de
hidrogênio, fragilização por hidrogênio e
eletroquímica do nióbio e tântalo.
Haroldo A. Ponte
Doutor em Ciência e Engenharia dos
Materiais - Departamento de Engenharia
de Materiais da Universidade Federal de
São Carlos (1994). Atualmente é professor Associado II da Universidade Federal
do Paraná. Membro da Sociedade Latino
Americana de Biomateriais -SLABO, da
American society of mechanical engineers
-ASME e da National Association of
Corrosion Engineers -NACE. Atua nas
áreas de Engenharia de Materiais e
Metalúrgica e Tecnologia Ambiental.
Contato: [email protected]
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INVESTIMENTO
• Sócio ABRACO: R$ 220,00
• Não-sócio: R$ 280,00
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FORMA DE PAGAMENTO
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Artigo
Técnico
Alguns parâmetros para a
caracterização das camadas
fosfatizadas: rugosidade,
aderência e massa de fosfato
Some parameters for characterization of phosphated coatings: surface roughness,
adhesion and mass of phosphate
Por Zehbour
Panossian
Célia A. L.
dos Santos
Introdução
A caracterização das camadas
de fosfato pode ser feita por diferentes métodos, alguns deles
envolvendo técnicas refinadas e
dispendiosas. Na prática, consegue-se determinar algumas propriedades destas camadas de maneira relativamente simples. Parâmetros como a rugosidade, a
aderência e, principalmente, a
massa de fosfato por área são importantes, tanto para as camadas
que serão empregadas como
substrato para a pintura, quanto
àquelas destinadas à deformação
mecânica.
Introduction
The characterization of phosphate coatings can be made by different methods, some of them
involving refined and expensive
techniques. In practice, it is possible to determine some coatings
properties of relatively simple way.
Parameters such as roughness,
adhesion, and especially the mass
of phosphate per area are important for both coatings to be used as
a substrate for painting, as those
for the mechanical deformation.
Rugosidade das camadas de
fosfato
De acordo com a literatura, a
rugosidade de uma camada de
fosfato varia de 0,5 m a 40 m
(RAUSCH, 1990, p.105) e depende de muitos fatores, tais
como, da condição superficial
inicial do substrato; do tipo de
20
C & P • Março/Abril • 2011
pré-tratamento do substrato; do
tipo e da composição do banho,
e das condições de operação do
processo.
A área superficial das camadas de fosfato exposta ao meio é
cerca de 5 a 6 vezes maior do
que a área exposta do substrato
sobre o qual as camadas foram
obtidas, devido à rugosidade
inerente das mesmas (RAUSCH,
1990, p. 105).
Aderência
O crescimento epitaxial das
camadas de fosfato é responsável
pela aderência das camadas de
fosfato (LORIN, 1974, p.61). O
crescimento epitaxial caracterizase pelo crescimento paralelo dos
cristais da camada em relação aos
cristais do substrato e, pelos ângulos dos cristais da camada que
cresce serem iguais aos ângulos
do substrato. Em outras palavras,
a camada em crescimento segue
a mesma orientação cristalográfica do substrato.
Segundo Woods & Spring
(1979), a boa aderência das camadas de fosfato é devida ao modo pela qual elas são formadas.
Quando se imerge o aço num
banho à base de fosfato de zinco,
forma-se primeiramente uma
fina camada de óxidos e fosfatos
fortemente aderida ao substrato.
Sobre esta camada, inicia-se a
formação dos cristais de fosfato
de zinco, os quais ficam fortemente presos à fina camada. Não
há uma interface bem definida
entre a fina camada e a camada
de fosfato propriamente dita: a
camada de fosfato não cresce
sobre o substrato mas faz parte
integrante do mesmo. Esta seria
a razão da boa aderência.
Apesar de bastante aderentes,
as camadas fosfatizadas sofrem
fissuramento e quebra de cristais
quando submetidos ao dobramento (LAINER & KUDRYAVTSEV, 1966). Isto é mais
acentuado quanto maior a massa
de fosfato e maior o tamanho
dos cristais. Em operações de
conformação mecânica esta propriedade não interfere no desempenho, pois os cristais quebrados
são incorporados na camada
devido à pressão exercida durante o processo mecânico. Já para
tintas, esta propriedade é indesejável, pois os cristais quebrados
podem interferir na camada de
tinta danificando-a. Esta é uma
das razões pelas quais as camadas
fosfatizadas utilizadas como base
de pintura apresentam cristais
finos e com baixos valores de
massa por unidade de área.
Massa de fosfato por unidade
de área e espessura da
camada de fosfato
A espessura das camadas de
fosfato pode ser expressa tanto
em micrometros (m) como em
massa de fosfato por unidade de
área (g/m2). No entanto, em termos práticos, a segunda unidade
é a mais utilizada, devido:
• à natureza cristalográfica da ca-
Figura 1 – Influência da temperatura na massa de
fosfato por unidade de área do banho à base de
fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito.
Dados obtidos em diferentes banhos de fosfatização
mada a qual dificulta a determinação da espessura, por
exemplo, pelo método magnético. As sondas de medição
danificam a camada durante a
própria medição o que introduz erros de medida;
• à espessura das camadas fosfatizadas que, normalmente, são
finas o que torna inadequada a
adoção de métodos como o
magnético (aplicável a espessuras maiores que 10 m) e metalográfico (aplicável a espessuras
maiores que 8 m).
É comum correlacionar-se a
massa por unidade de área de um
determinado revestimento com a
espessura média. Para tal utilizase a seguinte expressão:
m
d
onde:
e = espessura da camada em m.
m = massa da camada por unidade de área em g/m2.
d = densidade do material da
camada em g/cm3.
Pode-se verificar que se a
densidade de camada for conhecida, a correlação entre a espessura e a massa de fosfato é direta.
Infelizmente, para as camadas
fosfatizadas, a densidade não
assume um único valor, visto tra-
e=
Figura 2 – Influência da acidez total na massa de
fosfato por unidade de área do banho à base de fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito. Dados
obtidos em diferentes banhos de fosfatização
tar-se de uma
camada formada de cristais
de compostos
diferentes, no
caso da camada de fosfato
de zinco, por
exemplo, temse a hopeíta e a
fosfofilita que
formam uma
camada rugosa
e com alta densidade de poros. A densida- Figura 3 – Influência da concentração do nitrito na
de, a massa da massa de fosfato por unidade de área do banho à base
camada de fos- de fosfato de zinco, acelerado com nitrato e nitrito.
fato e a espes- Dados obtidos em diferentes banhos de fosfatização
sura da camada
0,9 g/cm3 e 2,5 g/cm3, valores
variam muito, não só devido ao
tipo de fosfato mas, também,
diferentes da densidade dos comdevido à natureza do substrato e
postos que lhe deram origem.
à composição e às condições de
Muitas vezes, assume-se um vaoperação dos banhos de fosfatilor de 1,7 g/cm3 para transforzação. Dos três fatores citados, a
mar os valores de massa de fosfaporosidade parece ser a mais sigto para espessura. No entanto,
nificativa. Devido aos fatos citaquando se faz isto, deve-se ter em
dos, costuma-se utilizar a denomente que se pode estar comeminação “densidade aparente” e
tendo um erro de até 45 %.
não densidade das camadas fosA massa de fosfato por unidafatizadas.
de de área de camadas fosfatizaExperiências têm mostrado
das pode variar desde 0,1 g/m2
que a densidade aparente das
até 80 g/m2, contudo, industrialcamadas fosfatizadas, normalmente são utilizadas camadas
mente, assume valores entre
fosfatizadas entre 0,1 g/m2 a
C & P • Março/Abril • 2011
21
20 g/m2. As camadas mais finas
são obtidas com banhos fortemente acelerados (por exemplo,
com nitritos e cloratos). As camadas de espessura intermediária
são obtidas a partir de banhos
moderadamente acelerados, como por exemplo, banhos acelerados com nitrato. As camadas
mais espessas são obtidas com banhos não-acelerados ou fracamente acelerados. Os banhos à
base de metais alcalinos ou de
amônio produzem camadas muito finas e, portanto, são muito
usados como base de pintura de
chapas que serão deformadas,
por exemplo, para pintura em
banda contínua (BIESTEK &
WEBER, 1976, p.215).
A massa de fosfato por unidade de área obtida com um determinado processo depende de
muitos fatores, citando-se:
• o tipo de cátion presente (metal
alcalino ou de amônio, zinco,
ferro II, cálcio ou manganês).
Como regra geral, tem-se que
as camadas obtidas a partir de
metais alcalinos e de amônia
são finos, enquanto que, as camadas obtidas a partir de banhos à base de fosfato ferroso
ou de manganês são mais grossas. Além disso, a presença de
níquel nos banhos à base de
fosfato de zinco aumenta em
20 % a massa de fosfato
(LORIN, 1974, p.129);
• a temperatura. Como regra geral, tem-se que quanto maior a
temperatura (dentro da faixa
operacional) maior é a massa
de fosfato por unidade de área.
Na Figura 1, mostra-se a dependência da massa de fosfato
com a temperatura do banho à
base de fosfato de zinco acelerado com nitrato e nitrito;
• a relação acidez total/acidez livre. Quanto maior a relação
maior é a massa de fosfato por
unidade de área. Deste fato
decorre que quanto maior a
acidez total maior é a massa de
fosfato por unidade de área. Na
22
C & P • Março/Abril • 2011
Figura 2, é apresentada a dependência da massa de fosfato
por unidade de área em função
da acidez total do banho à base
de fosfato de zinco acelerado
com nitrato e nitrito;
• a concentração do acelerador.
Quanto maior a concentração,
maior, a espessura da camada
obtida. Na Figura 3, mostra-se
a dependência da massa de fosfato por unidade de área em
função da concentração de nitrito;
• o tipo de acelerador e o grau de
aceleração. Por exemplo, banhos acelerados só com nitrato
determinam a obtenção de camadas mais espessas do que os
acelerados com nitrato e nitrito
que, por sua vez, produzem camadas mais grossas do que os
banhos acelerados só com nitrito. Os banhos acelerados com
cloratos produzem camadas
mais finas ainda (BIESTEK &
WEBER, 1974, p.156);
• a presença de aditivos: muitos
aditivos proprietários, à base de
agentes complexantes de íons
metálicos, estão disponíveis no
mercado. Tais aditivos determinam aumento da camada
obtida por um determinado
banho (LORIN, 1988, p.38).
Em contra partida existem
algumas substâncias (polifosfatos e ácidos orgânicos) que
quando adicionados aos banhos de fosfatização diminuem
a espessura da camada de fosfato. Por exemplo, tartarato de
potássio ou tripolifosfato de sódio quando adicionados a banhos acelerados com nitrito
determinam a diminuição da
espessura da camada. Estes
compostos são usados para
banhos aplicados por aspersão
utilizados para obtenção de
camadas que serão pintadas
(LORIN, 1988, p.38);
• o tipo de aplicação. A aplicação
por aspersão produz camadas
mais finas do que a aplicação
por imersão.
Referências bibliográficas
BIESTEK, T.; WEBER, J. Electrolytic
and chemical conversion coatings. 1st
ed.
Wydawnictwa: Porteceilles.
1976. 432p.
LAINER, V. I.; KUDRYAVTSEV.
Fundamentals of electroplating. 3.ed.
Jerusalem: Israel Program for Scientific Translation, Part II. p. 1992111966.
LORIN, G. Phosphating of metals.
Great-Britain : Finishing Publications. 1974. 222p.
RAUSCH, W. The phosphating of
metals. 1st.ed. Great Britain: Redwood Press, 1990. 416p.
WOODS, K.; SPRING, S. Zinc
Phosphating. Metal Finishing. v.77,
n.4, p. 56-60, Apr. 1979.
Zehbour Panossian
Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
Proteção – LCP. Doutora em Ciências
(Fisico-Química) pela USP.
Responsável pelo LCP.
Célia A. L. dos Santos
Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
Proteção – LCP. Doutora em Química
(Fisico-Química) pela USP.
Pesquisadora do LCP.
Contato com as autoras:
[email protected] / [email protected]
fax: (11) 3767-4036
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO
MISSÃO
Difundir e desenvolver o conhecimento da corrosão e da proteção anticorrosiva, congregando empresas, entidades
e especialistas e contribuindo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos, proteger as pessoas e o meio
ambiente dos efeitos da corrosão.
ATIVIDADES
Cursos
Ministra cursos em sua própria sede, que conta com modernas instalações. Também são realizados cursos em parceria
com importantes instituições nacionais de áreas afins e cursos in company, sempre com instrutores altamente qualificados.
Eventos
Organiza periodicamente diversos eventos como: congressos, seminários, palestras, workshops e fóruns, com o objetivo de
promover o intercâmbio de conhecimento e informação, além de compartilhar os principais avanços tecnológicos do setor.
Qualificação e Certificação
Mantém um programa de qualificação e certificação de profissionais da área de corrosão e técnicas anticorrosivas, por meio
do seu Conselho de Certificação e do Bureau de Certificação.
Suporte Técnico
Oferece suporte técnico a seus associados e comunidade técnico-empresarial, com profissionais altamente qualificados,
com a finalidade de fornecer soluções para os diversos problemas relacionados à corrosão.
Biblioteca
Possui uma Biblioteca especializada nos temas corrosão, proteção anticorrosiva e assuntos correlatos. O acervo é composto
por livros, periódicos, normas técnicas, trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias da ação corrosiva.
CB-43
Coordena o CB-43 - Comitê Brasileiro de Corrosão, que abrange a corrosão de metais e suas ligas no que concerne à
tecnologia, requisitos, avaliação, classificação, métodos de ensaio e generalidade. O trabalho é desenvolvido desde 2000,
após aprovação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Comunicação
Utiliza canais de comunicação para informar ao mercado e à comunidade técnico-empresarial todas as novidades da área,
conquistas da Associação, dos filiados e parceiros. Por obterem maior visibilidade na área, destacam-se: Boletim Eletrônico
ABRACO INFORMA, Site: www.abraco.org.br e a Revista Corrosão & Proteção.
Associe-se à ABRACO e aproveite seus benefícios:
√ Descontos em cursos e eventos técnicos;
√ Descontos significativos nas aquisições de publicações na área de corrosão e proteção anticorrosiva;
√ Descontos em anúncios na Revista Corrosão & Proteção;
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√ Pesquisas bibliográficas gratuitas na Biblioteca da ABRACO;
√ Inserção do perfil da empresa no site institucional da ABRACO.
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Notícias
do Mercado
A MELKOR instala estrutura de jateamento e pintura móvel
A Obra BOP da Usina Termoelétrica de
Pecém UTE /MPX , recebeu em 2010 um Paint
Shop Estrutura de Jateamento e Pintura da
MELKOR.
Foram instalados dois barracões de 550 m2
cada equipados com pórticos de 3 toneladas para
movimentação das tubulações e suportes, um
deles com a cabine de jateamento e área para aplicação de primer e intermediário e outro só os
acabamentos e inspeções.
A Melkor em mais uma parceria com a Montcalm Montagens Industriais foi contratada para
execução dos serviços de jateamento e pintura
industrial dos seguintes quantitativos: 20.000 m2
de tubulação e 310 toneladas de suporte, sendo o
esquema em três demãos.
A cabine de jateamento com 16 m de compri-
mento, 5 m de altura e 6 m de largura trabalha
com granalha de aço. Recebeu inspeções do órgão
ambiental do Ceará e está dentro da legislação em
relação à atividade de jateamento abrasivo.
O equipamento de jateamento são modulados
podendo atender vários tamanhos de estruturas e
tubulações, hoje o sistema é o mais moderno e
atende às exigências ambientais brasileiras para a
atividade, garantindo uma melhor qualidade dos
serviços executados, a Melkor atende todo o território Nacional.
O Paint Shop é uma estrutura planejada para
cada cliente que conta com todos os equipamentos e profissionais necessários para a garantia da
qualidade e agilidade na execução dos trabalhos de
jateamento e pintura industrial de uma forma
segura e ambientalmente correta.
Tecnologias no combate à corrosão agilizam produção
A Renner Protective Coating está ampliando
sua participação no mercado, com uma linha diversificada de produtos para atender diversos mercados, tais como manutenção industrial, naval,
construção civil, sucroalcooleiro, produção de torres eólicas, petróleo e gás. O Rezinc PEZ 870, por
exemplo, é um primer epóxi rico em zinco que
oferece elevado grau de proteção catódica e possui
rápida secagem, o que permite dar continuidade
ao trabalho com outras demãos de produtos e
manuseio em menor prazo.
Para demão intermediária, a Renner possui em
seu portólio o Oxibar DFC 707, um epóxi dupla
função de alta espessura formulado com fosfato
de zinco de rápida secagem e acabamento semi24
C & P • Março/Abril • 2011
brilho, recomendado para finalizar o sistema interno das estruturas; e o Oxibar PFC 533, que contém fosfato de zinco e óxido de ferro micáceo em
sua formulação. Para uma proteção mais ampla, o
Rethane FHS 651 é um poliuretano que, segundo
a Renner, apresenta características de altíssima
durabilidade e excelente retenção de brilho e cor.
Outro destaque é o Revran NVC DHR 870
GF que possui epóxi Novolac curada com poliaminas diferenciadas, adicionadas de glass flake
com controle de tamanho de partículas. O produto é isento de solventes orgânicos e pode ser aplicado em altas espessuras em uma única demão.
Mais informações: www.renner.com.br
Notícias
do Mercado
KCH – Ancobras em nova fase
WEG lança tinta antichama
Há mais de 30 anos no Brasil, a KCH –
Ancobras, uma das pioneiras em revestimentos
anticorrosivos de superfícies industriais, anunciou
a completa reformulação na sua área administrativa. “Estamos implementando algumas mudanças, buscando melhorar ainda mais, certificando
os nossos serviços e investindo no treinamento
dos nossos funcionários e toda a equipe que executa, coordena e gerencia obras”, comenta Paulo
Tavares, um dos novos diretores da empresa.
Desenvolvida para oferecer maior segurança
nas aplicações, o Politherm 20 LI antichama Branca SB é o mais recente lançamento da WEG –
Unidade Tintas. Em casos de princípio de incêndio, a tinta pó híbrida retarda a propagação de
chamas, permitindo a proteção de estruturas e de
pessoas em rota de fuga. O produto atende às normas BS 476 Parte 7 e DIN 4102 – B2 no quesito
propagação de chamas é indicado para pintura de
estruturas, portas antichamas, painéis, eletrodomésticos e outros itens metálicos em ambientes
públicos, residenciais e industriais.
Novidade em tintas hidrossolúveis – Voltada
a oferecer itens que proporcionam proteção e menor impacto ambiental, a WEG anuncia o desenvolvimetno do WEGPOXI Hidro ERP 303, um
primer epóxi hidrossolúvel, que além de apresentar características de proteção, como resistência de
mais de 1.500 horas em salt spray (camada de
240-320 micrometros), possui secagem rápida
em comparação aos epóxi de base solvente.
Mais informações: www.ancobras.com.br
Porto do Recife recupera
Após dois anos sucessivos de queda na movimentação de cargas, o Porto do Recife fechou o
ano de 2010 com resultado 19,7% maior do que
no período anterior. Em 2009, o porto recebeu
investimentos estaduais de R$ 18 milhões para
melhorias das instalações e R$ 25 milhões no
âmbito do Programa Nacional de Dragagens.
Mais informações: www.weg.net
Notícias
do Mercado
Henkel apresenta novidades
na FIEE
Uma das líderes globais em adesivos e selantes e tratamento de superfícies, a Henkel lançou
durante a FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Energia e Automação e 6ª Feira Internacional da Indústria de Componentes, Subconjuntos, Equipamentos para a Produção de
Componentes, Tecnologia a Laser e Optoeletrônica, realizadas no Pavilhão do Anhembi, em
São Paulo entre 28 de março e 1º de abril, sua
nova linha Macromelt (adesivos derretidos a
quente para aplicações industriais) e uma pasta
de solda livres de halogênio.
O novo Macromelt termoplástico UL 94 V0
é produzido com matérias primas naturais, com
alta propriedade de adesão, baixa viscosidade e
baixa pressão de aplicação. Além disso, não é tóxico. Já a pasta de solda HF possui resíduos incolores que facilitam a inspeção após a refusão, tem
alta velocidade de impressão de até 140mm/s e é
livre de halogênio.
Saiba mais: www.henkel.com.br
NOVO SISTEMA DE
MICROSCOPIA
3D LEICA DCM 3D
Bem-vindo ao Mundo da Nanotecnologia
• O sistema combina a técnica confocal com
interferometria, metodologia pioneira no mundo
• Ideal para a obtenção de avaliações em tempo
ultrarrápido: em apenas 10 segundos o sistema é capaz de
capturar, avaliar e enviar o relatório completo das medições
• Não exerce qualquer contato com o material que está sendo
observado, somente através de projeção da imagem
• Velocidade e resolução de até 0,1 nanômetro no eixo Z
• Ideal para inspeções rápidas de qualidade e que exige do
pesquisador uma grande precisão nos resultados obtidos.
CK COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO
Representante exclusivo para o Brasil da Leica Microsystems Gmbh
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12 C & P • Maio/Junho • 2008
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A SurTec do Brasil esclarece
Nos anúncios veiculados na revista Corrosão & Proteção, edições de número 19, 26, 30,
31 e 32, com circulação em março de 2008,
maio de 2009 e março, maio e julho de 2010
respectivamente, a divulgação do produto SurTec 716 inserido na contracapa, por meio de
mensagem publicitária, apresentou a seguinte
incorreção: onde se lê “conforme ensaio Scania
em 2006”; deve-se ler “conforme ensaio realizado e citado na Dissertação de Mestrado do
aluno Johan Åslund da School of Industrial
Engineering and Management que trabalhava na
Scania no ano de 2006”.
Mais informações: [email protected]
International Paint no navio
“Sérgio Buarque de Holanda”
O Estaleiro Mauá lançou no final de 2010
o terceiro navio do PROMEF, Programa de
Modernização e Expansão da Frota da TRANSPETRO, a segunda embarcação construída no
estaleiro localizado em Niterói (RJ).. Batizado
de “Sérgio Buarque de Holanda”, trata-se de
um navio para transporte de derivados claros
de petróleo, com capacidade para 48,3 mil
toneladas de porte bruto.
A embarcação foi pintada com produtos da
International Paint. No tanque de lastro foi
utilizado produtos de acordo com as normas da
IMO MSC.215 (82) PSPC (Performance
Standard for Protective Coatings), adotada em 8
de dezembro de 2006, e projetada para se alcançar a durabilidade de, no mínimo, 15 anos.
O sistema de tanques de lastro que a fábrica da
International Paint no Brasil oferece para atender à IMO/PSPC sem a necessidade de
remoção de shop primer de zinco possui o certificado Type Approval, do Lloyd’s Register e é
composto pelos produtos Interplate 855 (shop
primer de zinco) e Interbond 808 (anticorrosivo epóxi), este último também foi o primer
universal para todas as áreas da embarcação.
Além desses produtos, o navio ainda utilizou
Intergrad 263 (intermediário epóxi), Interline
925 (tinta epóxi para tanques de água potável),
Interthane 582 (acabamento poliuretanot) e
Intersmooth 7465HS SPC (anti-incrustante
copolímero de autopolimento livre de TBT).
Mais informações:
www.akzonobel.com/international
Cursos
e Eventos
Calendário 2011 – De Maio a Outubro
Cursos
Pintura Industrial
Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ
Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ 1
Inspetor de Pintura Industrial N1 / BA
Inspetor de Pintura Industrial N1 / SP
Inspetor de Pintura Industrial N2
Pintor e Encarregado de Pint. Industrial
Inspetor de Pintura – Módulo de Doc.
Curso Intensivo – Inspetor N1
Básico de Pintura Industrial (BA)
88
88
88
88
40
40
40
40
16
Corrosão
Corrosão 2
Corrosão e Inibidores 2
Tratamento d’água
Corrosão: Fund., Monit. e Controle
Corrosão em Concreto
24
24
24
24
16
Inspeção e Monitoração da Corrosão
Inspeção e Corrosão em Aeronaves / SP 3
Recuperação, Reforço e Tratamento
de Estruturas de Concreto Armado
Proteção Catódica
Básico de Proteção Catódica / SP
Revest., Pint. Industrial e Prot. Catódica 2
Insp. e Manut. de Sistemas de Proteção
Catódica em Dutos Terrestres 2
Básico Prot. Catódica de Dutos Terrestres
Formação em Proteção Catódica:
Inspeção e Manutenção
Proteção Catódica em Plataformas,
Equipamentos e Dutos Submarinos 2
Revestimento Anticorrosivo
Fundamentos de Resistência à Corrosão
Básico de Revestimentos Anticorrosivos
Orgânicos de Dutos Terrestres
Revest. Metálicos Resistentes à Corr. 2
Eventos
Seminário de Pint. de Manut. Ind. / SP 4
Coteq: Conf. sobre Tec. de Equip. / PE
1 Turma
somente aos sábados
Parceria com o IBP
3 Parceria com a ABENDI
4 Parceria com o IPT
5 Turma completa
2
horas
Maio
Junho
Julho
23/5 a 3/6 27/6 a 8/7
19/3 a 4/6 5
Agosto
8 a 19
30/4 a 9/7 – Sorocaba
16 a 21
16 a 20 5
25 a 29
18 a 22
11 a 15
Setembro
Outubro
12 a 23
17 a 28
25/9 a 3/12
22/8 a 3/9
29 e 30
a definir
a definir
24
16
20 a 22
24
24
32
a definir
20 a 22
16
80
24
16
24
7e8
a definir
24
7
10 a 13
Mais informações:
[email protected]
[email protected]
Atenção:
As datas estão sujeitas a alterações
C & P • Março/Abril • 2011
27
Artigo
Técnico
Pré-qualificação de sequestrantes de H2S
para injeção em poços de petróleo
Prequalification of H2S scavengers for oil wells treatment
Por Álvaro A.
O. Magalhães
André L. C.
Bonfim
Introdução
O Sulfeto de Hidrogênio
(H2S) é um contaminante presente nos fluidos produzidos em
campos de petróleo e gás, podendo estar presente naturalmente
no reservatório ou ocorrer após o
início da produção do campo,
desde pequenas quantidades até
altas concentrações. A redução e
remoção de H2S são freqüentemente requeridas devido a aspectos de segurança ocupacional e a
impactos ao meio ambiente e à
integridade das instalações devido à ocorrência de corrosão sob
tensão em alguns materiais susceptíveis a este fenômeno corrosivo. Para este fim, uma alternativa é a injeção de sequestrantes
de H2S no sistema produtivo.
Este trabalho sugere aparatos de
testes, metodologias e critérios
de avaliação do desempenho de
sequestrantes para sistemas com
escoamento multifásico, dando
subsídio à definição de um protocolo destinado à pré-qualificação de sequestrantes, considerando como parâmetros: eficiência,
cinética e compatibilidade com o
processo e materiais utilizados na
produção de petróleo. Esta proposta de protocolo se baseia em
dados de campo e em testes de
laboratório, considerando a interação entre regimes de escoamento dos fluidos, tipo de óleo,
composição da salmoura, pH,
tempo de contato, temperatura e
BSW, no desempenho de sequestrantes solúveis em água ou
óleo aplicados em linhas multifásicas de óleo ácido.
Introduction
Hydrogen sulfide (H2S) is a
28
C & P • Março/Abril • 2011
contaminant in the oil and gas
from several fields. It is naturally
present in the reservoir or occurs
after the beginning of the field production from small quantities to
high concentrations. The reduction and removal of H2S are often
required due to occupational safety, environment impacts and
integrity of the facilities owing to
Stress Corrosion Cracking (SCC).
An alternative to reduce H2S concentration in oil and gas production systems would be the injection
of H2S scavenger to the process.
This work suggests testing devices,
methods and criteria for evaluating the performance of scavengers
in multiphase flow lines. It also
proposes conditions in order to
define a protocol for pre-selection
of scavengers, considering as main
parameters: efficiency, kinetics and
compatibility with the process and
materials used for oil and gas production. The proposed protocol is
based on field data and laboratory
tests considering the interaction
between fluid flow regimes, type of
oil, brine composition, pH, time
of contact, temperature, BSW
(Basic Sediment Water) and the
performance of water and oil soluble products applied in multiphase
sour oil lines.
O H2S é um contaminante
comumente presente nas correntes produzidas em campos de
petróleo e gás. A origem do H2S
pode ser atribuída a razões geológicas, devido à decomposição térmica de compostos de enxofre
presentes nas rochas do reservatório, mas também tem sido muito
associada às operações de recuperação secundária de injeção de
água. Nestas operações de recuperação secundária, que envolvem a injeção de água do mar,
suspeita-se que o H2S seja gerado
nos poços por meio de atividade
microbiológica, mais precisamente por bactérias redutoras de
sulfato. Tal fenômeno, denominado souring ou acidificação biogênica de reservatório, tem sido
muito comum nos campos da
PETROBRAS. A corrosividade
da água produzida é fortemente
alterada devido ao processo de
souring ou acidificação do reservatório pela formação de H2S.
Embora o gás CO2, também presente na produção de óleo, possa
provocar corrosão uniforme ou
localizada muito severa aos aços,
a corrosão localizada pelo H2S
pode ser ainda mais severa e pode
causar Corrosão sob Tensão por
Sulfetos (CSTS), fragilização pelo hidrogênio e trincamento induzido pelo hidrogênio. Assim, o
aumento do teor de H2S nos fluidos produzidos não necessariamente causa um aumento na taxa
de corrosão uniforme ou localizada, mas pode induzir à falha
súbita de equipamentos em
materiais susceptíveis a tais fenômenos de corrosão sob tensão e
fragilização pelo H2S.
Com a finalidade de evitar a
ocorrência de danos catastróficos
em instalações de petróleo e produção de gás, as companhias de
petróleo vêm utilizando vários
métodos de remoção de H2S
presente em correntes monofásicas ou multifásicas, sendo a injeção de produtos químicos sequestrantes de H2S, em pontos
apropriados no sistema, uma das
atuais alternativas para mitigar os
Figura 1 – Desenho esquemático do sistema de ensaio
de sequestro de H2S a alta temperatura
efeitos do H2S[1]. Na existência
de linhas de produção offshore
projetadas ou instaladas com
materiais não apropriados para o
serviço com H2S, a única forma
de redução do H2S é através da
injeção destes sequestrantes diretamente no poço. Para isso é realizada a injeção através do sistema de elevação denominado gaslift ou de linha umbilical.
Os efeitos da injeção de
sequestrantes de H2S e o desempenho dos mesmos em função
de vários parâmetros operacionais como o tipo de petróleo
bruto, BSW, temperatura, tempo de contato e padrão de fluxo
não estão completamente esclarecidos. Tal situação sinalizou
que o conhecimento que a PETROBRAS e a indústria tinham
sobre o tratamento com sequestrantes em meio multifásico era
embrionário e que, portanto, um
aprofundamento neste tema seria necessário. Apesar de existir
um amplo conhecimento quanto a utilização de sequestrantes
líquidos injetados diretamente
em linhas e dutos de transporte,
ou mesmo na área de produção
nas instalações de processamento
de gás, raríssimas referências são
encontradas na indústria com
relação à aplicação deste tratamento em fluxo multifásico, em
Figura 2 – Foto ilustrativa do aparato de teste para
avaliação de sequestrantes em alta temperatura
ambiente de poço. Diversas condições de contorno, muito mais
complexas e dinâmicas, ocorrem
no sistema de produção multifásico, tornando o tratamento nestas condições muito mais difícil,
como por exemplo: variações de
pressão, temperatura, hold-up,
velocidade das fases (água, óleo e
gás) produzidas, pH da água
produzida e a emulsão dos líquidos. Além disso, a aplicação de
sequestrantes em locais onde
ocorrem temperaturas superiores
a 100 ºC requer, além de desempenho satisfatório, que o produto não sofra degradação térmica,
o que poderia vir a causar problemas operacionais. Por causa
disto, há a necessidade de que a
avaliação reflita os efeitos dessas
variáveis sobre o desempenho do
sequestrante.
Devido a esta situação, foi
desenvolvido um projeto de
pesquisa onde foi estabelecido
um protocolo de testes que permitisse à PETROBRAS avaliar,
em laboratório, a eficiência dos
sequestrantes e a compatibilidade dos mesmos com o meio e
com os materiais em contato,
de forma a filtrar os piores candidatos, antes de partir para
uma dispendiosa e diuturna
avaliação em campo.
Dentro do projeto, alguns e-
quipamentos de análise laboratorial foram projetados e construídos. Tais equipamentos, em
conjunto com protocolos experimentais, tornaram viável avaliar o desempenho de sequestrantes de H2S em condições
simuladas de escoamento multifásico, facilitando a seleção de
produtos comerciais para serem
injetados nas linhas de óleo
através do sistema de gas-lift ou
de linhas umbilicais até o
fundo poço[2]. Os protocolos
foram desenvolvidos para que
os produtos apresentem sempre
uma boa eficiência em dosagens economicamente viáveis,
de maneira a minimizar os custos e incertezas associadas aos
testes de campo e à própria
produção. Uma conquista também importante do projeto foi
a possibilidade de se obter uma
melhor compreensão do impacto de alguns parâmetros
operacionais na eficiência do
sequestro de H2S em fluidos de
produção.
Este trabalho visa, principalmente, apresentar apenas uma
etapa do referido projeto, a qual
se refere a um protocolo destinado à pré-qualificação de sequestrantes. São apresentados o aparato de teste, a metodologia empregada, os critérios de avaliação
C & P • Março/Abril • 2011
29
tação utilizada rios de seleção estão descritos a
no
aparato seguir.
consiste
de
medidores de Procedimento experimental
vazão volumé- 1. Submeter o sistema de teste
(Figura 1) a um fluxo constrico para gatante de mistura gasosa (H2Sses, medidor
de temperatura
CO2) com 3,2 % molar de
e manômetros.
H2S em pressão de 150 psia
A concentra(1034 kPa) e temperatura de
ção de H2S,
130 ºC;
medida duran- 2. Medir continuamente a concentração de H2S no gás purte todo tempo
de teste, foi feigado por cromatografia gasosa
ta através de
até que atinja um estado estaum microcrocionário, ou seja, até que o
matógrafo Vameio reacional esteja saturado
Figura 3 – Gráfico dos parâmetros escolhidos como
rian® modelo
com H2S;
critérios de seleção do sequestrante de H2S
CP4900.
3. Após saturação do meio reaCalculada a partir da variação
cional, adicionar alíquota do
de desempenho (capacidade de
produto a ser avaliado na consequestro, cinética e compatibili- da concentração em relação ao
centração de 500 ppm ou
dade com o meio) e resultados de tempo, a massa de H2S que cada
1000 ppm. A concentração de
testes com alguns sequestrantes produto testado é capaz de reduH2S deve ser continuamente
específicos para aplicação em zir a partir da corrente gasosa oripoços e linhas de produção com ginal indica a capacidade de semedida até atingir o valor do
escoamento multifásico.
questro e a eficiência relativa enestado estacionário inicial;
tre os produtos em massa de H2S 4. Calculada a partir da variação
da concentração em relação ao
sequestrado por volume de seExperimental
tempo, a massa de H2S que
A metodologia concebida questrante utilizado, (kg de
possibilita avaliar o desempe- H2S/L de sequestrante).
cada produto testado é capaz
nho de sequestrantes de H2S
de reduzir (sequestrar) a partir
O sistema sugerido foi utilizada corrente gasosa original
em diferentes condições, onde do na verificação da capacidade
indica a capacidade de sequesparâmetros como teor de água, de sequestro (kg de H2S consutro e a eficiência relativa entre
temperatura, pressão, concen- mido/Litro de sequestrante injeos produtos.
tração de H2S e concentração tado) de quatro tipos de sequesde sequestrantes podem ser trantes de H2S comerciais desticontrolados. Consequentemen- nados à aplicação em um poço Condições experimentais
te, diferentes produtos podem com produção de óleo leve (28 • Pressão de teste = 150 psia
ser avaliados nas mesmas condi- API) e água produzida de alta
(1034 kPa)
ções experimentais, permitindo salinidade e potencial de incrus- • Temperatura = 130 ºC
classificá-los de acordo com o tação. Os produtos foram avalia- • BSW (teor de água) = 100 %,
desempenho apresentado. Foi dos em temperatura de 130 ºC,
50 % e 0 %
idealizado um sistema capaz de em três condirealizar experimentos com gases ções de BSW:
e líquidos corrosivos em ampla 0 %, 50 % e
faixa de temperaturas, variando 100 %. O fluidesde a temperatura ambiente do foi mantido
até 200 ºC.
sob agitação
O sistema, esquematizado e mecânica. O
ilustrado nas Figuras 1 e 2, res- procedimento
pectivamente, consiste de uma expe ri men tal,
autoclave em Hasteloy® onde se as condições
pode utilizar misturas multifási- experimentais,
cas (gás, óleo e água) a pressões os tipos de
da ordem de até 1500 psia, sob produtos testa- Figura 4 – Perfil de absorção de H2S de 1000 µL/L
agitação constante. A instrumen- dos e os crité- (ppm) de Sequestrante em meio com BSW = 0 %
30
C & P • Março/Abril • 2011
Figura 5 – Resultados de capacidade de sequestro
com 1.000 µL/L (ppm) ao longo de 60 minutos de
reação – BSW = 0 %
Figura 7 – Perfil de absorção de H2S do sequestrante
A1 e A2 em diferentes condições de BSW e
concentração de produto
Figura 6 – Resultados de capacidade de sequestro
com 1.000 µL/L (ppm) até atingir o tempo
mínimo de concentração de H2S (tmin [H2S]),
sendo BSW igual a 0 %
Figura 8 – Resultados de capacidade de sequestro
ao longo de 60 minutos de reação dos sequestrantes
A1 e A2 em diferentes condições de BSW e
concentração de produto
• Salinidade da água produzida
sintetizada= 280 mg/L em
NaCl
• Tipo de óleo = óleo cru leve de
28 API (amostra obtida de
poço do pré-sal)
• Concentração de H2S no gás
injetado = 3,2 % mol/mol
(Balanço em CO2)
• Dosagem de Sequestrante =
500 µL/L e 1000 µL/L (ppm)
Produtos testados
• Produto A1 – produto solúvel em água com 100 % de
matéria ativa à base de Formaldeído;
• Produto A2 – produto A1
com teor de matéria ativa de
80 % e 20 % de uma mistura
Etanol e Glicol;
• Produto B1 – produto solúvel
em óleo à base de amina com
solvente Nafta leve;
• Produto B2 – produto solúvel
em óleo à base de amina com
solvente Nafta Pesada.
Critérios de seleção
A sistematização de critérios
que levam em consideração o
desempenho baseado na cinética de reação e na capacidade de
sequestro está descrita a seguir e
ilustrada na Figura 3:
a. Volume de sequestrante para
consumir 1 kg de H2S (L
Seq./kg H2S), integrando-se a
curva de concentração de H2S
vs. tempo transiente. A razão
L Seq./kg H2S deve ser menor
que 25 para 1.000 ppm de
produto;
b. O tempo para alcançar a concentração de H2S mínima
(tmin [H2S]). tmin [H2S] deve estar
em torno ou abaixo de 10
minutos para 1.000 ppm de
produto injetado;
c. Volume de sequestrante para
consumir 1 kg de H2S até o
ponto de concentração mínima L Seq/kg H2S @ tmin [H2S]),
integrando-se a curva de concentração de H2S vs. tempo
transiente até tmin. A razão L
SC/kg H2S deve ser menor
que 50 para 1.000 ppm de
produto injetado;
d. Comparação relativa aos sequestrantes de boa performance de sequestro em campo
Resultados e discussão
Na Figura 4, estão apresentadas as curvas de absorção de H2S
dos produtos A1, A2, B1 e B2.
Os produtos B1 e B2 são idênticos quanto ao desempenho, conforme pode ser visto nestas curvas de absorção. Os produtos A1
e A2, nos testes de sequestro em
laboratório, apresentam também
um bom desempenho quanto à
C & P • Março/Abril • 2011
31
BSW 0 %
TABELA 1 – RESULTADOS DE CAPACIDADE DE SEQUESTRO COM 1,000 µL/L
(PPM) AO LONGO DE 60 MINUTOS DE REAÇÃO – BSW = 0 %
130 ºC
Vol (L)
1000 ppm
H2S
A1
0,2415
A2
0,2832
B1
0,0445
B2
0,0444
m (g) Vol Seq / m H2S m H2S/Vol Seq
H2S
L/kg
kg/L
0,383
1,826
0,5476
0,450
1,557
0,6421
0,071
9,912
0,1009
0,070
9,934
0,1007
BSW 0 %
TABELA 2 – RESULTADOS DE CAPACIDADE DE SEQUESTRO COM 1.000 µL/L
(PPM) ATÉ ATINGIR O TEMPO PARA ALCANÇAR A CONCENTRAÇÃO DE H2S
MÍNIMA (Tmin [H2S]) – BSW = 0 %
130 ºC
Vol (L)
1000 ppm
H2S
A1
0,0438
A2
0,0599
B1
0,0104
B2
0,0104
m (g) Vol Seq / m H2S m H2S/Vol Seq
H2S
L/kg
kg/L
0,070
10,061
0,0994
0,095
7,366
0,1358
0,016
42,507
0,0235
0,016
42,515
0,0235
capacidade de absorção com injeção de 1.000 ppm dos produtos,
sendo o desempenho bem superior aos dois produtos anteriores,
conforme pode ser também observado na Tabela 1 e na Figura 5
referentes à capacidade de sequestro ao longo de 60 minutos de
reação, obtidos das curvas de
absorção da Figura 4.
Na Tabela 2 e na Figura 6,
estão apresentados os valores de
capacidade de sequestro com
1.000 µL/L (ppm) até atingir o
tempo para alcançar a concentração de H2S mínima (tmin [H2S])
obtidos das curvas de absorção da
Figura 4. Por esses valores, podemos verificar que os produtos B1
e B2 têm desempenho bem superior de sequestro de H2S nos primeiros minutos de contato com
o fluido se comparadoao dos produtos A1 e A2.
Comparativamente, pode-se
concluir que os produtos B1 e B2
tem o melhor desempenho dentre todos os testados na mesma
dosagem de 1.000 ppm. Este
desempenho chega a ser de cinco
a seis vezes superior ao dos produtos C, tanto em capacidade de
absorver o H2S (Figuras 5 e 6)
como em velocidade de reação,
ou seja, em cinética de sequestro,
32
C & P • Março/Abril • 2011
observada nos primeiros 10 minutos após a injeção do produto
no meio de ensaio (Figura 4).
Na Figura 7, são apresentadas
as curvas de absorção de H2S dos
produtos A1 e A2 em diferentes
condições de teste, sendo variado
o BSW (0,50 % e 100 %) e a
dosagem do produto (500 e
1.000 ppm). As capacidades de
sequestro obtidas das curvas da
Figura 7 estão apresentadas na
Figura 8. Pelas curvas de absorção
e os valores de capacidade de
sequestro de H2S, pode-se verificar que, nos diferentes BSW, os
produtos A1 e A2 têm desempenho bem satisfatório, mesmo em
condição de emulsão, no caso de
50 % de BSW. Com uma dosagem de 500 ppm, verifica-se que
o produto A1 apresenta uma performance pior que quando adicionado na concentração de
1.000 ppm. Entretanto, ao comparar as curvas de absorção de
H2S e os valores de capacidade de
sequestro dos produtos B1 e B2 a
1.000 ppm (Figuras 4 a 6), o produto A1 ainda apresenta um
desempenho bem superior.
Conclusões
O sistema permite comparar
o desempenho relativo entre os
diferentes sequestrantes, as diferentes dosagens do mesmo tipo
de sequestrante e os diferentes
meios, além de proporcionar informações quanto à velocidade
de reação de sequestro e à capacidade de sequestro dos diferentes
produtos e condições. Com base
nos resultados dos testes de sequestro, conclui-se que os sequestrantes comerciais A1 e A2
(solúveis em água) têm um ótimo desempenho no que se refere à cinética e à capacidade de
sequestro, superando o desempenho de sequestro em laboratório
dos produtos B1 e B2 (solúveis
em óleo). Com base nos critérios
empregados para aplicação, os
produtos B1 e B2, apesar de inferiores, também deverão ter
desempenho satisfatório nos
poços de petróleo para os quais
foram pré-qualificados, mas a
dosagem em campo deve ser bem
maior do que a dos produtos A1
e A2, para se alcançar a mesma
eficiência.
Referências bibliográficas
1. KELLAND, M. A., Production
Chemicals for the Oil and Gas
Industry. Boca Raton, Fl: CRC Press,
2009, p. 363
2. MENDEZ, C.; MAGALHãES, A.
A. O.; FERREIRA, P. A.; BASTOS,
E. C.; YOULL, P. H2S Scavengers
Injection: A Novel Evaluation Protocol
to Enhance the Integrity of Production
Lines. Offshore Technology Conference
2009 (OTC 2009) Houston/TX –
EUA. Paper OTC 20168.
Alvaro A. O. Magalhães
D.Sc., Engenheiro de Petróleo – PETROBRAS – CENPES/Tecnologia de
Materiais, Equipamentos e Corrosão
André L. C. Bonfim
Químico Industrial - PETROBRAS –
CENPES/Tecnologia de Materiais,
Equipamentos e Corrosão
Contato: [email protected]
Opinião
Lucas Reñé Copelli
Como ganhar sem comprar market share
Ganhar market share e aumentar a fidelidade do consumidor
têm se tornado uma tarefa cada vez mais difícil
tualmente, os consumidores são mais exigentes e
bem informados, buscando produtos e serviços coerentes
com os valores pessoais que defendem. O dilema é como se adaptar ao novo perfil do consumidor e ganhar participação
de mercado com baixo custo, de
forma que o investimento para
conquistar uma fatia do mercado
não seja tão alto a ponto de ser
contraproducente.
No modelo tradicional de marketing, são utilizadas uma série
de ferramentas: aprimorar a proposta de valor e o marketing mix,
estruturar um plano de comunicação com conteúdo relevante, executar ações de trade
marketing. No entanto, estimase que o custo para conquistar
um novo cliente pode ser de três
a quatro vezes superior ao custo
para manter um cliente. O investimento realizado para conquistar um novo cliente é tão alto,
que este demora para proporcionar rentabilidade à organização.
Porém, esta equação matemática
pode ser alterada, caso a organização esteja disposta a inovar e
experimentar novos modelos.
Uma ferramenta inovadora para
a conquista de mercado é um
dos pontos que, para muitos gestores, representa um grande desafio: o uso da Marca como um
ativo estratégico da organização.
A Marca pode gerar um diferencial forte e perene a baixo custo,
fazendo com que a empresa de
fato ganhe market share, e não
34
C & P • Março/Abril • 2011
compre market share. A Marca pode ter importância mais ampla, não
se restringindo em ser um nome ou logotipo bonito.
Uma Estratégia de Marca inicia-se com a revisão do que chamamos
de Inspiração da Marca. Isso se faz através da reavaliação da causa,
propósito, razão de ser e proposta de valor, verificando se são atuais
e se atendem tanto às aspirações dos executivos como às dos consumidores e demais públicos. Assim, é possível iniciar um reposicionamento forte e definitivo, que trará diretrizes para todas as
estratégias da organização. A empresa precisa saber claramente como
deseja ser percebida pelo consumidor e pelos demais públicos. Para
isso, é preciso entender como ela se relaciona com eles e como
gostaria de se relacionar.
Vale lembrar que, nem sempre o que as pessoas dizem a respeito de
suas aspirações é o realmente desejam. Por isso, o planejamento, a
execução e a análise de pesquisa de opinião exigem técnicas específicas que garantam uma avaliação verdadeira e fiel sobre o relacionamento da marca com o consumidor e com o mercado, entendendo a origem das suas percepções. Após esta avaliação aprofundada, é possível começar a trabalhar na Arquitetura de Marca,
otimizando a dinâmica do portfólio de produtos ou serviços de
forma a aproveitar as oportunidades de mercado.
Toda a Estratégia de Marca precisa ser disseminada dentro e fora da
organização. Nos diferentes pontos de contato com a marca, o consumidor precisa perceber os valores e os conceitos que a direcionam. A marca também deve direcionar a estratégia de relacionamento da organização com seus públicos, com aumento de performance e da percepção de valor.
Deste modo, a Estratégia de Marca se concretizará como uma ferramenta fundamental para aumentar a participação de uma empresa no mercado, atraindo e fidelizando os consumidores. Como trabalha com base na razão de ser da empresa, demanda poucos investimentos e baixos esforços de comunicação, mas muito trabalho de
estruturação de um novo modelo mental na forma de fazer, de se
relacionar e de se comunicar. Enfim, trata-se de uma estratégia simples, barata e, ainda, inovadora.
Lucas Reñé Copelli
Sócio-diretor da Vallua Consultoria, graduado em engenharia pela UNICAMP e pósgraduado em marketing pela ESPM.
Contato: www.valua.com
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