AVALIAÇÃO DO PROJETO MENOR APRENDIZ EM UMA INSTITUIÇÃO NA CIDADE DE JACAREÍ FABIANE BICUDO LANDIN CASSAL; GRACE APARECIDA PEREIRA DA COSTA; HELENA CORREA DE PAULA; IRACILDA MARIA DA SILVA; LILIAN MARIA QUINTELA; Orientador: NELSON GONÇALVES PRIANTI JUNIOR FAETEC- Faculdade de Educação e Tecnologia Thereza Porto Marques - Gestão de Recursos Humanos Rua São Sebastião, 25 – Centro – Jacareí – SP, [email protected] Resumo- O presente artigo tem como objetivo avaliar as vantagens e benefícios dos jovens cadastrados no Projeto Menor Aprendiz, criado pelo governo federal brasileiro, para dar oportunidade aos jovens que não possuem experiência para ingressar no mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada em uma entidade, a JAM – Jacareí Ampara Menores, situada no município de Jacareí – São Paulo. Foram feitas visitas à entidade e entrevistas com profissionais da área que atuam no projeto pesquisado. Em 2003 o projeto social educativo foi implantado, e o jovem após ser selecionado, passa por treinamentos profissionalizantes, e é acompanhado em sua formação profissional. Verificou-se uma alta freqüência dos jovens no projeto (90%), baixa evasão (4%) e 40% de possibilidade de efetivação nos empregos ou encaminhamento a outro trabalho, além de possibilitar aos participantes melhor qualidade de vida, e maior experiência para ingressar na vida profissional com mais segurança. Palavras-chave: Menor Aprendiz, Mercado de Trabalho, JAM Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas Introdução O Projeto Menor Aprendiz foi criado pelo governo federal brasileiro para dar oportunidade aos jovens que não possuem experiência para ingressar no mercado de trabalho. O Projeto foi implantado no governo Vargas quando foi criada a Lei 10.097 (Brasil, 1942), na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelecia o conceito do Menor Aprendiz para efeitos de legislação trabalhista. A referida legislação dispõe sobre a Organização De Ensino Industrial. Neste período os jovens aprendizes trabalhariam somente nas indústrias que desejassem contratá-los, não existindo então lei que os obrigassem a recompensá-los. Em 19 de dezembro de 2000 a Lei 10.097 sofreu alterações se tornando a Lei 10.097/00 que declara que os jovens de 14 a 18 anos têm o direito de estudar e aprender uma profissão com remuneração salarial. Logo em 2005 a lei foi regulamentada pelo Decreto 5.598 (Brasil, 2005), alterando a faixa etária para 14 a 24 anos, e a partir de então sendo obrigatória a presença de jovens aprendizes dentro das empresas. Com a esperança de garantir o primeiro emprego, os jovens se cadastram no Projeto para adquirir experiência exigida pela maioria das empresas. Sobre experiência, Bertelli (1998), afirma que “se o jovem não tem experiência, não trabalha, se não trabalha, não tem experiência”. Além da experiência, o Projeto Menor Aprendiz propicia aos jovens cadastrados o direito a remuneração salarial, podendo então ajudar na renda familiar. De acordo com Sako (2006), os jovens aprendizes nutrem a esperança de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, auferir ganhos, e ajudar na renda familiar, sendo que a maioria dos jovens inscritos no Projeto são jovens carentes, e o autor afirma ainda que a aprendizagem é importante para afastá-los da criminalidade, drogas e delinquência. No final do contrato o Menor Aprendiz forma-se em um curso técnico profissional e adquire experiência para ingressar com mais segurança no mercado de trabalho. Diante do exposto o presente artigo tem como finalidade, demonstrar as vantagens e benefícios que os jovens e adolescentes cadastrados no Projeto Menor Aprendiz, no município de Jacareí, São Paulo, têm para ingressar no mercado de trabalho. Metodologia A pesquisa foi realizada na instituição JAM - Jacareí Ampara Menores, na cidade de JacareíSão Paulo (Figura 1 - logotipo da entidade). A mesma foi fundada em 1969 por um grupo de XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 senhoras, lideradas por Delma Teresa Pereira de Almeida Assad, primeira dama da cidade na época, que teve por objetivo atender alunos excepcionais. Resultados FIGURA 1- Logotipo da entidade Estes alunos eram trazidos para entidade pelos seus irmãos que durante todo período permaneciam no local a espera do término da aula e também participavam do lanche que era servido a todos. Em 1972 esse agrupamento de menores deu origem a mais um atendimento que passou a chamar-se Guarda Mirim de Jacareí. No ano de 2003, a entidade implantou o Projeto Menor Aprendiz, tendo como base a Lei 10097/00, a Lei de Aprendizagem, onde o trabalho da entidade através do projeto, promove a inclusão dos adolescentes no mercado de trabalho. Hoje a JAM é a única entidade do município de Jacareí que desenvolve um projeto para adolescentes incluindo-os no mercado de trabalho. As empresas que fazem parceria com o Projeto Menor Aprendiz junto à entidade, visando a vida profissional dos adolescentes são: Adatex, Ahlstrom, LupatechMipel, Latecoere, Viação Jacareí, Sodexho, Ambev, Câmara Municipal de Jacareí, WirexCable, Freudemberg, Gates, Heineken, Mars Brasil, Eaton, Fibria, Sadefem, Saae, White Martins, Petrobras, Cebrace, Dresser, Dow Agrosciences, Panasonic, Latapack-Ball, Cbce, Sud-Chemie, Emerson, Parker, Schrader Bridgeport, Rohm And Haas, Parker, Byo Fórmula, Came Ron, Lanobrasil. Para o desenvolvimento da pesquisa foi elaborado um questionário destinado a Roseli Rosa da Silva (Assistente Social) e Vera Lúcia Pellogia (Coordenadora Pedagógica), profissionais responsáveis pelo Projeto na entidade, objetivando avaliar as vantagens e benefícios de ser um Menor Aprendiz. Verificou-se através da pesquisa realizada que o Projeto é desenvolvido por meio de um trabalho social e educativo, atendendo jovens e adolescentes de baixa renda familiar, ele é contínuo e atende turmas de 32 adolescentes por um período de 24 meses, ingressando com 15 anos, totalizando 260 atendimentos mensais. Atualmente, estão cadastrados no projeto 171 adolescentes, que terão a oportunidade de entrar no mercado de trabalho bem qualificados e de forma rápida. Para o ingresso no projeto, os jovens procuram a entidade espontaneamente, preenchem uma ficha de inscrição e são atendidos pela assistente social. A partir daí, é feita uma entrevista com os pais e uma visita domiciliar. Após esse processo são escolhidos os jovens de menor renda per capita, para o ingresso no Projeto Rumo a Empregabilidade. Esse Projeto tem como objetivo facilitar o acesso e a adaptação do jovem em um ambiente de trabalho, encaminhando-o diretamente para as entrevistas nas empresas. Aprovado, o jovem passa a fazer parte do Projeto Menor Aprendiz por um contrato de dois anos. Durante este período o jovem participa de cursos profissionalizantes na própria entidade, como o curso de Auxiliar Administrativo que é dividido em módulos, a também fazem cursos que as empresas oferecem no Sest Senat, Senac, Senai etc. Contratados, os jovens passam a ter registro na carteira de trabalho, com remuneração salarial mensal, tendo por base, o salário mínimo, direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. Se o jovem estiver cursando o ensino fundamental ele terá carga horária de no máximo seis horas diárias. Caso já tenha terminado o ciclo fundamental, poderá cumprir a jornada de até oito horas, desde que as aulas de aprendizagem teórica estejam introduzidas neste período. Observou-se ser proibido que o jovem realize horas extras, mesmo que ele seja remunerado pelas mesmas. São aproximadamente 85% dos jovens encaminhados ao mercado de trabalho, com 90% de frequência no Projeto e evasão de 4%. Dados da pesquisa demonstraram que 40% dos jovens, são efetivados no local de trabalho ou são encaminhados a outros empregos após XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 completarem 18 anos, muitos ainda ingressam no ensino superior. Conclusão Segundo a análise dos resultados, podese considerar que a JAM, com seu Projeto Menor Aprendiz, traz muitas vantagens e benefícios para os adolescentes, auxiliando-os com programas de desenvolvimento técnico profissional, inserindo-os nas empresas. O projeto apresenta alta freqüência dos jovens (90%) e baixa evasão nos seus programas (4%), sendo que, 40% dos adolescentes são efetivados no trabalho ou encaminhados a outras empresas. Desta forma, o projeto desenvolvido pela entidade traz aos jovens afiliados, a oportunidade de adquirir experiências profissionais e capacitação, maior inclusão social, e facilidade na inserção no mercado de trabalho. Referências BERTELLI, L, G. Presidente do CIEE – Centro de Integração Empresa Escola (1998). Disponivel em: <http://inf.unisul.br /~psicologia/wpcontent/uploads/2010/03/ Celisa%20 Stenger.pdf>. Acesso em: 16 de março de 2012. Brasil. Decreto Lei N° 4.073 de 30 de janeiro de 1942. Disponível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/24/1 942/4073.htm> Acesso em: 14 de março de 2012 Brasil. Decreto Lei N° 5.598, de 1° de dezembro de 2005(BRASIL). Disponível em: <ttp://www.planalto. gov.br/ ccivil _03/_Ato20042006/2005/Decreto/ D5598.htm>. Acesso em: 14 de março de 2012. JAM. 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