UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 SUMÁRIO
RESUMOS EXPANDIDOS
CAPACIDADE REPRODUTIVA DE SPODOPTERA ERIDANIA CRAMER (LEPIDOPTERA:
NOCTUIDAE) EM DUAS CULTURAS DE ENTRESSAFRA DA SOJA
Bruna Magda Favetti *, Alessandra Regina Butnariu, Luis Amilton Foerster_________________05
DIETA E BIOMETRIA DE HYPHESSOBRYCON SANTAE (CHARACIFORMES, CHARACIDAE)
EM RIACHOS DE CABECEIRA
Bruno Felipe Camera*, Tatiane Deoti Pelissari, Divina Sueide de Godoi, Lilian Rebecca Pereira,
Eduardo Bessa________________________________________________________________10
ESPÉCIES PIONEIRAS E BIOMASSA AÉREA DA BORDA DE DOIS FRAGMENTOS
FLORESTAIS URBANOS DE ALTA FLORESTA – MT
Antônio Carlos Silveiro da Silva*, Wesley Vicente Claudino, Charles Caioni, Jessica Borges da
Veiga, Ademilso Sampaio de Oliveira_______________________________________________17
MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DE PASSIFLORA ALATA
Lais Alves Lage*, Simone Santos de Oliveira Cobra, Daianny Correia Dias, Sabrina Aparecida
Antoniazzi, Celice Alexandre Silva_________________________________________________22
AUTOECOLOGIA DE ASTYANAX MARIONAE (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) EM
RIACHOS DE CABECEIRA
Bruno Felipe Camera*, Nayara Evellin, Lilian Rebecca da Silva, Divina Sueide de Godoy, Eduardo
Bessa_______________________________________________________________________27
ETNOCONHECIMENTO DOS FEIRANTES DE TANGARÁ DA SERRA SOBRE PLANTAS
MEDICINAIS
Nadia Botini*, Higor Vendrame Ribeiro, Jessica Cocco, Amanda Fernanda Nunes, Auclar Felipe
Botini_______________________________________________________________________32
OCORRÊNCIA DE EPÍFITAS E PARASITAS EM UMA ÁREA FLORESTAL DA FAZENDA TRÊS
PALMEIRAS, MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES – MATO GROSSO
Nadia Botini*, Auclar Felipe Botini, Amanda Fernanda Nunes, Tassiana Andruchack de Azevedo,
Talita Hevilla de Souza_________________________________________________________36
PRIMEIRO REGISTRO DE NEMATOIDES DO GÊNERO MELOIDOGYNE EM RAÍZES DE FICUS
ADHATODIFOLIA (SCHOTT EX SPRENG. (MORACEAE) PROPAGADAS POR ESTACAS
Marilza Machado*, Lin Chau Ming, Diones Krinski, Marlon Jocimar Rodrigues da Silva, Maria de
Fátima Almeida Silva___________________________________________________________40
FAUNA DE ARTRÓPODES NA SERRAPILHEIRA DO BOSQUE MUNICIPAL ILTO FERREIRA
COUTINHO NA CIDADE DE TANGARÁ DA SERRA, MATO GROSSO
Auclar Felipe Botini *, Cleber Aparecido Barros, Bruna Magda Favetti, Talitha Hévilla de Souza,
Nadia Botini___________________________________________________________________46
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
(NECTAR)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ESTRUTURA HORIZONTAL DE UM SISTEMA AGROFLORESTAL E SEU POTENCIAL PARA
FIXAÇÃO DE CARBONO NO MUNICIPIO DE ALTA FLORESTA – MT
Antônio Carlos Silveiro da Silva*, Jessica Borges da Veiga, Charles Caioni, Ademilso Sampaio de
Oliveira, Wesley Vicente Claudino_________________________________________________52
FATORES QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DA AGRICULTURA NA BACIA DO RIO DO
SANGUE
Jéssica Cocco*, Edinéia Aparecida dos Santos Galvanin, Rogerio Gonçalves Lacerda de Gouveia,
Higor Vendrame Ribeiro_________________________________________________________59
DIVERSIDADE DE PEIXES NO RIO BENTO GOMES UTILIZANDO REDE DE ESPERA –
PANTANAL, MATOGROSSENSE
Auclar Felipe Botini, Cleber Aparecido Barros, Talitha Hevilla de Souza, Nadia Botini, Nelson
Antunes de Moura______________________________________________________________66
DIETA DO ASTYANAX SP. NO CÓRREGO RUSSO, TANGARÁ DA SERRA-MT
Auclar Felipe Botini, Nadia Botini, Talitha Hevilla de Souza, Tassiana Andruchak, Divina Sueide de
Godoi_______________________________________________________________________73
DENSIDADE E OBSERVAÇÃO DE TRÊS COMPORTAMENTOS DE AVES ÀS MARGENS DO
RIO BENTO GOMES, PANTANAL DE POCONÉ-MT
Andréia Izabel Mikovski, Kaliane Zaira Camacho Maximiano da Cruz, Lidiane Miranda da Silva,
Geyce Kelly Sales Santos Firmino, Nelson Antunes Moura_____________________________79
DIETA E BIOMETRIA DE HYPHESSOBRYCON EQUES (CHACARACIFORMES: CHARACIDAE)
EM RIACHOS DE CABECEIRA
Bruno Felipe Camera, Tatiane Deoti Pelissari, Nayara Evelin da Silva, Lilian Rebeccva Pereira da
Silva, Eduardo Bessa___________________________________________________________86
INFLUÊNCIA DA LUZ NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FICUS ADHATODIFOLIA SCHOTT
EX SPRENG. (MORACEAE)
Machado, M. ; Ming, L. C. ; Krinski, Diones ; Souza, N. M. ; Silva, M. J. R__________________92
EFEITO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE INFLORESCÊNCIAS E FOLHAS DE PIPER
GAUDICHAUDIANUM (PIPERACEAE) SOBRE OVOS DO PERCEVEJO TIBRACA
LIMBATIVENTRIS (PENTATOMIDAE)
Krinski, Diones ; Foerster, L. A____________________________________________________96
TRAPOERABA (COMMELINA BENGHALENSIS) E HORTELÃ-DO-CAMPO (MARSYPIANTHES
CHAMAEDRYS): PLANTAS DANINHAS POTENCIAIS PARA UTILIZAÇÃO COMO SUBSTRATO
NATURAL DE OVIPOSIÇÃO DO PERCEVEJO ASA PRETA (EDESSA MEDITABUNDA)
Diones Krinski e Bruno Felipe Camera_____________________________________________103
EFEITO OVICIDA DO EXTRATO DE SEMENTES DA FRUTA-DO-CONDE, ANNONA MUCOSA
(ANNONACEAE) SOBRE POSTURAS DA MARIPOSA DO TRIGO, PSEUDALETIA SEQUAX
(NOCTUIDAE)
Krinski, Diones ; Paixao, M. F. ; Mateus, M. A. F. ; Massaroli, A. ; Foerster, L. A.____________109
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 SIMULANDO O ATAQUE DE INSETOS DESFOLHADORES EM CULTURA ARROZ DE TERRAS
ALTAS CULTIVADO NO ESTADO DO PARÁ E SEU EFEITO NA PRODUÇÃO DE GRÃOS
Krinski, Diones ; Foerster, L. A.__________________________________________________115
PRIMEIRO REGISTRO DE NEMATOIDES DO GÊNERO MELOIDOGYNE EM RAÍZES DE
ESTACAS DE PROPAGAÇÃO DA FIGUEIRA, FICUS ADHATODIFOLIA (MORACEAE)
Machado, M. ; Ming, L. C. ; Krinski, Diones ; Silva, M. J. R. ; Silva, M. F. A__________120
LEVANTAMENTO RÁPIDO DA FAUNA DE NYMPHALIDAE (INSECTA: LEPIDOPTERA)
NO SUDOESTE DO PARÁ, BRASIL
Bruno Felipe Camera e Diones Krinski______________________________________124
RESUMOS SIMPLES
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETAL DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREA NATIVAS
DA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DE MATO GROSSO
Margarida Maria Da Silva Mota1, Leydyane Marizete Vieira da Silva, Fernanda Carla Sousa Silva,
Edenir Maria Serigatto_________________________________________________________139
AVALIAÇÃO DA CURVATURA DO ESTILE E COMPRIMENTO DO ANDROGINÓFORO NUMA
POPULAÇÃO DE MARACUJAZEIRO AZEDO EM TANGARÁ DA SERRA, MT
Simone Santos de Oliveira Cobra*, Sabrina Antoniazzi, Daianny Correia Dias, Lais Lage, Celice
Alexandre Silva_______________________________________________________________140
MORFOANATOMIA DA FOLHA E PECÍOLO DE CROTON URUCURANA BAILL
(EUPHORBIACEAE)
Camila Aparecida Antoniazzi*, Sabrina Aparecida Antoniazzi, Rogério Benedito da Silva Añez_141
USO DE ARMADILHA DE SUCÇÃO TIPO ASPIRADOR PARA COLETA DE ARTRÓPODES
José Victor Alves Ferreira*, Fabrícia Bruna da Silva, Luana De Souza Medeiros, Bruna Magda
Favetti______________________________________________________________________142
MOVIMENTO VERTICAL EM FITOPLANCTÔNICOS DA CACHOEIRA SALTO MACIEL,
TANGARÁ DA SERRA/MT
Tiago Nunes Farias *, Max Júnior Lima Portela, Alex César Sauer, Sarah Krause, Nelson Antunes
de Moura____________________________________________________________________143
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS COM DIFERENTES
TRATAMENTOS DE ADUBAÇÃO
Eva Patricia Oliveira Porto*, Valeria Daiane Bonfante Domingos, Arieley Patricia Cordeiro Paiva,
Edenir Maria Serigatto_________________________________________________________144
CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS: RELATOS DE UM RAIZEIRO
Sabrina Antoniazzi*, Daianny Correia Dias, Ingrid Estrazulas Pires, Rafaela Fernanda Lima,
Patricia Campos______________________________________________________________145
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ESTUDO TAXONÔMICO DE SMILAX FLUMINENSIS STEUD. (SMILACACEAE)
Sabrina Antoniazzi*, Daianny Correia Dias, Simone Santos de Oliveira Cobra, Lais Lage, Celice
Alexandre Silva_______________________________________________________________146
LEPIDÓPTEROS COLETADOS NA CULTURA DO MILHETO NO SUDOESTE DE MATO
GROSSO
Bruna Magda Favetti *, Thais Lohaine Braga dos Santos, Alessandra Regina Butnariu, Alexandre
Specht______________________________________________________________________147
CRESCIMENTO IN VITRO DE ENCYCLIA CAXIMBOENSIS (ORCHIDACEAE) COM ADIÇÃO DE
CARVÃO ATIVADO E ÁCIDO GIBERÉLICO (GA3)
Andréia Izabel Mikovski*, Kaliane Zaira Camacho Maximiano da Cruz, Jéssica Fernandes Duarte,
Nadia Botini, Rodrigo Faria de Brrito______________________________________________148
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 MEIO AMBIENTE
RESUMOS EXPANDIDOS
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 CAPACIDADE REPRODUTIVA DE SPODOPTERA ERIDANIA
CRAMER (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) EM DUAS CULTURAS
DE ENTRESSAFRA DA SOJA
Bruna Magda Favetti *, Alessandra Regina Butnariu, Luis Amilton Foerster
*
Universidade Estadual Paulista. [email protected]
Palavras-chave: Polifagia, lagarta-da-vagem, manejo.
1. Introdução
Spodoptera eridania (Cramer) (Lepidoptera: Noctuidae), conhecida como lagarta-davagem, possuía uma incidência esporádica associada à soja (Fundação MT, 2011). Com sua
ocorrência em expansão e casos de surtos populacionais, tornou-se um problema crescente,
passando a ser verificada também em outras culturas como o algodão (Santos et al., 2010). Entre
as causas para estes surtos, em cultivos de soja, destaca-se a aplicação intensiva de produtos
químicos de largo espectro, diminuindo a incidência de inimigos naturais, que controlavam
naturalmente esta espécie mantendo-a em equilíbrio (Bavaresco et al., 2003; Habib et al., 1983).
Outro fator que pode estar contribuindo para a dificuldade de manejo deste inseto, é a ampla
oferta de plantas hospedeiras disponíveis ao longo do ano, em decorrência da sucessão ou
rotação de culturas (Tomquelski e Maruyama, 2009). Por ser considerada uma desfolhadora
polífaga (King e Saunders 1984; Nora e Reis-Filho 1988; Savoie, 1988; Sosa-Gómez et al., 1993;
Picanço et al., 2003; Dias et al., 2009; Miranda, 2010), S. eridania, possuem maior sucesso no
que diz respeito à permanência em áreas com alternância de culturas, quando comparada com
insetos oligófagos e monófagos, pela disponibilidade contínua de alimento.
Registros da permanência desta espécie no campo foram feitos por Santos et al., (2005),
onde este inseto migrou de lavouras de soja no final do ciclo para abrigos constituídos por
hospedeiros alternativos, como as plantas daninhas (corda-de-viola) e lavouras de algodão
vizinhas às áreas de cultivo de soja, sendo utilizadas como refúgio e local de alimentação.
Diante do aumento e frequência de surtos de infestação de S. eridania nos cultivos de soja,
torna-se fundamental a realização de estudos para o conhecimento de como as plantas, utilizadas
em um sistema de rotação de culturas, podem estar interferindo no ataque de S. eridania em
plantios de soja, possibilitando assim que novas táticas de manejo possam ser implantadas para o
controle desta espécie no campo.
A partir disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de duas culturas de
entressafra da soja, na capacidade reprodutiva de S. eridania em laboratório.
2. Material e métodos
As mariposas utilizadas foram oriundas de lagartas alimentadas, quando larvas, com
algodão (FMT 701) e girassol (Embrapa 122-V2000). Para cada tratamento, foram separados 15
casais de acordo com a data de emergência, em gaiolas de tubos de PVC (10 cm de diâmetro e
21.5 cm de altura). Essas gaiolas eram mantidas em sala climatizada à temperatura de 25 ± 2 Cº,
cobertas na parte superior com tecido branco e fino do tipo “voil” e na parte inferior com uma placa
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 de Petri, revestidas internamente com folhas de papel sulfite como substrato de oviposição. Para
alimentação dos adultos foi oferecida uma solução de mel a 10% colocada em frascos plásticos
com algodão na parte inferior das gaiolas. As folhas de sulfite e o “voil” contendo posturas foram
removidos diariamente, e as posturas acondicionadas em placas de petri (10 cm diâmetro) e
mantidas em câmara climatizada (25±1ºC, umidade relativa de 70% e fotofase de 12h) até a
eclosão das lagartas.
Para avaliar o desempenho reprodutivo de S. eridania nos dois tratamentos (culturas), as
variáveis biológicas aferidas foram: fecundidade (total), viabilidade dos ovos, duração da fase de
ovo, pré-oviposição e oviposição. Para o registro da fecundidade e viabilidade dos ovos, as
posturas foram retiradas diariamente e individualizadas em placas de petri até a eclosão das
lagartas. A contagem dos ovos foi realizada com o auxílio de registro fotográfico, onde fotos de
cada postura foram tiradas com o auxílio de uma câmera e um microscópio estereoscópico, e,
posteriormente, transferidas para o computador, onde foi procedida a contagem dos ovos na tela.
A viabilidade total dos ovos foi feita através do registro da eclosão das larvas, durante todo o
período de oviposição.
Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado e os
resultados submetidos ao teste de normalidade de Shapiro Wilk (p>0.05). Os dados que não
atingiram a normalidade foram submetidos ao teste de teste de Mann-Whitney (5%), e os demais,
submetidos à ANOVA a 5%, e as médias comparadas pelo teste t de Student (5%). Os softwares
utilizados foram o R Studio e Statistica 7.0.
3. Resultados
Os períodos de pré-oviposição, oviposição e a fecundidade de larvas alimentadas com
algodão e girassol não foram influenciados pelo alimento consumido na fase larval (Tabela 01). A
viabilidade e duração da fase de ovo foram significativamente influenciadas pelo girassol,
indicando uma interferência desta planta hospedeira nestes parâmetros (Tabela 01).
Tabela 01. Aspectos reprodutivos de Spodoptera eridania mantidos quando larva em
folhas de algodão e girassol.
Culturas
Duração (dias)
Viabilidade (%)
Fecundidadens
Pré-oviposiçãons
Oviposiçãons1
Ovo¹
Total
Algodão 3,2 ± 0,5 b
2,1 ± 0,4
9,8 ± 1,5
58,7 ± 26,9 a
2417,6 ± 2351,9
Girassol 3,5 ± 0,3 a
2,3 ± 0,6
10,8 ± 2,0
31,1 ± 24,2 b
2776,7 ± 3222,1
U
38,0
110,5
-
46,0
124,0
t
-
-
1,5
-
-
p
<0,05
>0,05
>0,05
<0,05
>0,05
Ovo¹
¹Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferiram significativamente pelo teste
de Mann Whitney (P<0.05). nsNão significativo de acordo com o teste de Mann Whitney a 5 % de
probabilidade. ns¹Não significativo segundo o teste t de Student a 5%.
Os ovos de S. eridania alimentada com folhas de algodão no período larval foram viáveis,
com valores em torno de 60% do 1º ao 10º dia de oviposição (Figura 01). No girassol, os ovos
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 deste inseto, tiveram uma viabilidade próxima de 50% ao longo de toda a oviposição (Figura 01).
Figura 01. Viabilidade dos ovos (%) durante o período de
oviposição (dias) de Spodoptera eridania.
Os maiores picos de fecundidade de S. eridania ocorreram no 2º, 3º e 4º dias no girassol, e
no 3º, 4º e 5º dias no algodão, ocorrendo um decréscimo no número de ovos e larvas, em ambos
os tratamentos, ao final da oviposição (Figura 02).
Figura 02. Número total de ovos e larvas de Spodoptera eridania durante o período de oviposição,
alimentada na fase larval com algodão (a) e girassol (b).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4. Discussão
A reprodução de S. eridania foi afetada apenas na viabilidade e duração da fase de ovo
quando alimentada, na fase larval, com folhas de girassol. Existem vários fatores envolvidos no
processo de reprodução dos insetos, no entanto, um dos mais importantes ocorre durante a fase
larval, que é a aquisição de recursos nutricionais que serão destinados para manter o crescimento
e/ou a reprodução destes animais (Milano et al., 2010).
Os recursos energéticos presentes no alimento ingerido durante a fase larval contribuem
no processo de vitelogênese e maturação de óvulos antes da emergência do adulto, fundamentais
para um maior potencial reprodutivo dos insetos (Milano et al., 2010). Sendo assim, a possível
interferência na viabilidade e duração da fase de ovo verificada na cultura do girassol pode ter
ocorrido pela baixa qualidade do conteúdo nutritivo existente no ovo para o embrião de S.
eridania, que, provavelmente, se deu a partir da baixa propriedade nutricional das folhas de
girassol ingeridas pelas larvas (Vendramim e Guzzo, 2009).
A partir disso, conclui-se que S. eridania, alimentada, quando larva, com algodão e
girassol, possui um potencial reprodutivo, durante a fase adulta, favorável para o desenvolvimento
desta espécie, apesar da redução que a cultura de girassol causou na viabilidade e duração da
fase de ovo. Sendo assim, estes resultados contribuem para um melhor manejo de S. eridania
durante o período da entressafra da soja.
5. Agradecimentos
Os autores agradecem a CAPES pela concessão da bolsa de estudos, a UNEMAT e ao
programa de pós-graduação em Zoologia da UFPR, pelo apoio no desenvolvimento deste
trabalho.
6. Referências bibliográficas
Bavaresco A, Garcia MS, Grützmacher AD, Foresti J, Ringenberg R. 2003. Biologia comparada de
Spodoptera cosmioides (Walk.) (Lepidoptera: Noctuidae) em cebola, mamona, soja e feijão.
Ciência Rural, 33: 993-998.
Dias NS, Micheletti SMFB, Tourinho LL, Rodrigues VM. 2009. Primeiro registro de ocorrência de
Spodoptera spp. (Lepidoptera: Noctuidae) atacando crotalária no estado de Alagoas, Brasil.
Revista Caatinga, 22: 01-03.
Fundação MT. Boletim de pesquisa de soja, Mato Grosso, Brasil. 2011. Nº 15.
Habib MEM, Paleari ML, Amaral MEC. 1983. Effect of three larval diets on the development of the
armyworm, Spodoptera latifascia Walker, 1856 (Noctuidae: Lepidoptera). Revista Brasileira de
Zoologia, 01: 177-182.
King ABS e Saunders JL. 1984. The invertebrate pests of annual food crops in Central
America. London: Overseas Development Administration, 166p.
Milano P, Berti-Filho E, Parra JRP, Oda ML, Cônsoli FL. 2010. Efeito da Alimentação da Fase
Adulta na Reprodução e Longevidade de Espécies de Noctuidae, Crambidae, Tortricidae e
Elachistidae. Neotropical Entomology, 39: 172-180.
Miranda JE. 2010. Manejo integrado de pragas do algodoeiro no Cerrado brasileiro. Campina
Grande, Embrapa Algodão. 36 p. (Circular Técnica, 131).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Nora I e Reis-Filho W. 1988. Damage to apple (Malus domestica, Bork.) caused by Spodoptera
spp. (Lepidoptera: Noctuidae). Acta Horticulturae, 232: 209-212.
Picanço MC, Galvan TL, Galvão JCC, Silva EC, Gontijo LM. 2003. Intensidades de perdas, ataque
de insetos-praga e incidência de inimigos naturais em cultivares de milho em cultivo de safrinha.
Ciência e Agrotecnologia, 27: 339-347.
Sosa-Gomez DR, Gazzoni LD, Corrêa-Ferreira B, Moscardi F. 1993. Pragas da soja e seu
controle. In: Arantes NP e Souza PIM (Eds). Cultura da soja nos cerrados. Piracicaba: Potafós,
p.299 - 331.
Santos KB, Meneguim AM, Neves PMOJ. 2005. Biologia de Spodoptera eridania (Cramer)
(Lepidoptera: Noctuidae) em diferentes hospedeiros. Neotropical Entomology, 34: 903-910.
Santos KB, Meneguim AM, Santos WJ, Neves PMOJ, Santos RB. 2010. Caracterização dos
danos de Spodoptera eridania (Cramer) e Spodoptera cosmioides (Walker) (Lepidoptera:
Noctuidae) a Estruturas de Algodoeiro. Neotropical Entomology, 39: 626-631.
Savoie KL. 1988. Selective feeding by species of Spodoptera (Lepidoptera: Noctuidae) in a bean
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Tomquelski GV e Maruyama LC. 2009. Em migração. Revista Cultivar, 117: 20-22.
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In: Panizzi AR, Parra JRP (Org.) Bioecologia e Nutrição de Insetos: base para o manejo
integrado de pragas. Brasília: Embrapa, p.1055-1105.
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CABECEIRA
Bruno Felipe Camera*, Tatiane Deoti Pelissari, Divina Sueide de Godoi, Lilian Rebecca Pereira,
Eduardo Bessa
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chave: Ecologia, Ecoturismo, Importância alimentar
1. Introdução
Riachos de cabeceira são ambientes de pequeno volume e muito susceptíveis a diversos
impactos (Casatti, 2010). A falta de estudos nestes ambientes torna urgente a realização de
trabalhos voltados à biologia de seus peixes, como alimentação, reprodução, crescimento e
dinâmica populacional, que muitas vezes são endêmicos destes ambientes (Braga, 2006).
Uma das ameaças que pode afetar riachos é a prática de turismo desordenado. Em
riachos de cabeceira já foram constatadas perdas de diversidade de espécies devido ao impacto
dos turistas sobre a estrutura do habitat (Teresa et al., 2011a), de teias tróficas (Teresa et al.,
2011b) e de comportamento (Bessa e Gonçalves-de-Freitas, no prelo). Além da presença dos
turistas, a oferta de alimento também leva a impactos nos peixes de riachos usados para turismo
(Sabino et al., 2005) e à perda de biodiversidade em ambientes de recife (Ilarrí et al., 2008). O
turismo de natureza, apesar de ser uma alternativa de uso econômico de áreas naturais íntegras,
precisa ser feito de maneira adequada para não causar, ele próprio, os impactos que pretende
evitar.
Outra ameaça é a exploração comercial dos organismos presentes nestes ambientes para
utilização em aquarismo, o que pode facilmente levar à sobrexploração do recurso (Andrews,
1990). Um destes casos pode ser representado pelo gênero Hyphessobrycon, que é amplamente
utilizado com finalidade ornamental, sendo 62 espécies legalizadas para tal finalidade no Brasil
(IBAMA, 2004).
Trabalhos existentes que tratam da espécie Hyphessobrycon santae se limitam a registros
de ocorrência nas bacias hidrográficas do Rio São Francisco (Barbosa e Soares, 2009) e do Rio
Paraguai (Britski et al., 2007). Por isso buscamos acrescentar informações sobre abundância,
tamanho e dieta desta espécie em riachos de cabeceira na Bacia do Rio Paraguai, auxiliando para
a melhor compreensão das características deste grupo e sua importância ecológica em áreas
menos explorados.
2. Materiais e métodos
Nossas coletas foram realizadas no município de Nobres, Mato Grosso (14º43’13” S;
56º19’39” W), um importante destino turístico na região. O turismo em Nobres subsiste de trilhas
contemplativas e da observação de peixes em riachos integrantes da Bacia do Rio Paraguai. A
vegetação nativa é do tipo Cerrado e o clima é classificado como AW com um inverno seco e
verão chuvoso e quente (Camargo, 2011).
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 As coletas ocorreram entre abril de 2009 e setembro de 2011, sempre durante a estação
seca. Amostramos sete trechos de 30 m de riachos de cabeceira com auxílio de duas peneiras (90
x 70 cm, 2 mm de entre-nós), e de armadilhas do tipo covo (cinco armadilhas iscadas com farinha
embebida em óleo de sardinha, isolada por uma tela, exposta), ambos durante 1 h. Fixamos os
animais imediatamente após a coleta em formalina a 10% e os transferimos para etanol 70% após
72 h. A coleta e transporte dos animais foi autorizada pelo IBAMA (SISBIO 16482-1) e os
espécimes testemunho foram depositados na coleção zoológica do Instituto de Biologia, Letras e
Ciências Exatas (IBILCE) na UNESP de São José do Rio Preto, São Paulo.
Medimos o comprimento padrão dos peixes com paquímetro digital (precisão 0,5 mm) e
obtivemos a massa dos indivíduos em balança analítica de precisão (precisão 0,01 g). Todos os
espécimes analisados (exceto o testemunho) estão depositados no Museu de Zoologia da
Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Tangará da Serra, anexados aos itens
referentes no Laboratório de Ecologia Comportamental da Reprodução.
Analisamos as medidas do comprimento padrão por meio de histograma e a razão peso x
comprimento padrão por meio de um gráfico de pontos. Calculamos o coeficiente intestinal
conforme proposto por Fugi e Hahn (1991) e o fator de condição conforme proposto por Vazzoler
(1996).
Retiramos o trato digestivo através de incisão ventral longitudinal e o medimos. Após isso,
identificamos o conteúdo estomacal em categorias ecológicas e medimos o volume dos itens.
Quantificamos a dieta por meio da Importância Alimentar do Item (IAi) conforme proposto por
Kawakami & Vazzoler (1980), onde a frequência e o volume dos itens são levados em
consideração.
3. Resultados
Coletamos 72 espécimes de Hyphessobrycon santae, compondo 4,6% da diversidade de
peixes dos riachos estudados. Medimos 29 espécimes, que apresentaram tamanho médio de
21,04 ± 4,44 mm (Média ± Desvio Padrão; Figura 1), pesaram 0,17 ± 0,10 g (Figura 2) e o trato
digestivo de 16,63 ± 6,13 mm. H. santae tem fator de condição 1,626 ± 3,061 e coeficiente
intestinal de 0,80 ± 0,26.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 1 – Distribuição das categorias de comprimento padrão (mm) de Hyphessobrycon
santae.
Figura 2 – Regressão linear da relação peso x comprimento acompanhada da equação da
reta e sua validade (R²).
Dissecamos 19 espécimes para análise da dieta. Um indivíduo não apresentou conteúdo
estomacal. Nos demais (18 indivíduos) identificamos quatro itens alimentares, sendo que insetos
alóctones apresentaram maior representatividade na dieta (IAi = 0,52) aparecendo em 36% dos
indivíduos e somando 44% do volume total dos itens, seguido por insetos autóctones (IAi = 0,38),
restos de artrópodes não identificados (IAi = 0,05) e material vegetal (IAi = 0,04) (Figura 3).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 3 – Importância alimentar dos itens ingeridos por Hyphessobrycon santae.
4. Discussão
Adultos de Hyphessobrycon santae podem medir até 60 mm (Britski et al., 2007). Em
nossa amostra os animais tiveram tamanho médio de 21 mm, sugerindo que riachos de cabeceira
podem servir como berçário para esta espécie.
A relação peso-comprimento é usada para descrever o crescimento dos peixes, sem
considerar a idade do mesmo (Gomiero et al., 2010). Ela pode ser usada como um indicador do
bem-estar do animal, visto que peso e o comprimento são parâmetros influenciados
principalmente pela disponibilidade de alimento, período reprodutivo e fatores abióticos (Satake et
al., 2009), para estimar o peso do peixe quando o seu comprimento é conhecido e vice-versa
(Tavares-Dias et al., 2010) e ainda para indicar investimentos energéticos para crescimento e/ou
reprodução (Santos et al., 2004). Tanto a inclinação da reta de regressão da relação pesocomprimento quanto o fator de condição indicam que H. santae tem crescimento alométrico
positivo (b>3), encontrando maior suficiência nutricional durante o período de maturação,
indicando bem-estar na população (Gomiero e Braga, 2003).
O gênero Hyphessobrycon apresenta um grande espectro alimentar. Existem espécies
onívoras (Hyphessobrycon griemi), alguívoras/detritívoras (H. elachys, H. luetkenii e H.
meridionalis) e comedores de invertebrados (H. anisitsi, H. eques, H. igneus e H. wajat) (Barreto e
Aranha, 2006, Soneira et al.,2006). Inexistem dados sobre a dieta de H. santae na principal rede
de informações sobre peixes (Froese e Pauli, 2014).
Adaptada para o consumo de um determinado item, ou conjunto deles (Moraes et al.,
1997), o comprimento do intestino relaciona-se diretamente com seus hábitos alimentares (Gatz,
1979, Seixas Filho et al., 2000). Frente a isto, a plasticidade na dieta dos peixes obedece a limites
pré-estabelecidos pela forma de seu tubo digestivo. Fugi e Hahn (1991) o interpretaram de forma
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 matemática, o coeficiente intestinal. Assim sendo, este coeficiente nos indica que Hyphessobrycon
santae é uma espécie predadora de invertebrados.
No entanto, este resultado discorda daquele obtido pela análise da dieta. Segundo o
conteúdo estomacal H. santae é um onívoro, atuando como consumidor primário que ingere algas,
ou secundário, capturando pequenos animais autóctones. Esta espécie compôs 4,6% da
diversidade ictiológica dos riachos amostrados e atua no fluxo de matéria e energia dentro do
sistema aquático, o que demonstra sua importância ecológica nestes riachos. Hyphessobrycon
santae também integra a cadeia trófica como presa de outros peixes e adicionam matéria e
energia ao sistema lótico ao se alimentar de itens de origem alóctone.
Concluímos que H. santae é um importante integrante dos riachos de cabeceira em
Nobres, cuja frequente avaliação do estado de conservação é primordial para a manutenção
desse ecossistema tão ameaçado.
5. Agradecimentos
Agradecemos a prof. Msc. Lilian Rebecca Pereira pelo auxílio na identificação do
conteúdo estomacal. Também agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Mato Grosso (FAPEMAT) pelo auxílio financeiro (Processo 002.191/2007).
6. Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ESPÉCIES PIONEIRAS E BIOMASSA AÉREA DA BORDA DE
DOIS FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS DE ALTA
FLORESTA – MT
Antônio Carlos Silveiro da Silva*, Wesley Vicente Claudino, Charles Caioni, Jessica Borges da
Veiga, Ademilso Sampaio de Oliveira
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e
Agroecossistemas Amazônicos, Alta Floresta - MT. [email protected]
Palavras-chave: Efeito de borda, Biomassa florestal, Fragmentação.
1. Introdução
A floresta amazônica apresenta alta diversidade biológica, porém o desmatamento, e a
urbanização de suas áreas de floresta intacta, são uma grande ameaça a sua sobrevivência. Para
Tabarelli e Gascon (2005) a fragmentação de habitats representa os primeiros passos de uma
ampla modificação das paisagens naturais, inserindo fragmentos em paisagens não florestais,
Nunes et al (2003) cita que os fragmentos florestais estão mais susceptíveis a ações antrópicas e
ao efeito de borda.
Com o desmatamento e a fragmentação, grandes quantidades de Dióxido de Carbono
(CO2) deixam de ser incorporadas pelas plantas e são liberadas para a atmosfera, Dias Filho et al.
(2001) demonstra que a conversão de floresta amazônica em pastagens pode emitir para
atmosfera cerca de 100 a 200 t ha-1 de C, em função do processo de desmatamento e queima da
biomassa aérea, nesse contexto a biomassa florestal é cada vez mais importante e vem sendo
massivamente estudada em diversos trabalhos (Nelson et al., 1999; Chambers et al., 2001;
Higuchi et al., 2004)
Com base nos pressupostos, o presente estudo tem por objetivo avaliar o efeito de borda
através da ocorrência de espécies pioneiras e a biomassa florestal de dois fragmentos florestais
urbanos do munícipio de Alta Floresta – MT.
2. Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido no perímetro urbano do município de Alta Floresta-MT localizada
à 800 km ao norte de Cuiabá-MT, ligados pelas rodovias BR 163, e MT 208, A região de Alta
Floresta apresenta clima tropical quente úmido, com temperaturas médias elevadas (23 e 26°C)
durante o ano, com máximas diárias de 34 a 37°C. Não raramente, registram-se temperaturas
próximas de 40°C (IBGE, 1998).
Alta Floresta apresenta solo predominantemente Argilossolos Vermelho-Amarelo
Distrófico, ocorrendo, como subdominante na maioria das manchas, latossolo vermelho-amarelo e
latossolo amarelo (IBGE, 1999). O município está situado em uma área de tensão ecológica, com
manchas de cerrado em contato com floresta amazônica.
Para a analise de efeito de borda foram alocadas quatro unidades amostrais, sendo duas
no fragmento florestal A, localizado nas coordenadas 09º52’51,16”, 56º05’58,84” e duas parcelas
no fragmento B, 09º52’34,04”, 56º03’54,45”. As parcelas foram implantadas perpendicularmente a
borda dos fragmentos escolhidas aleatoriamente, cada parcela possui 10 m X 100 m, demarcados
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 com barbante, foram amostrados todos os indivíduos com CAP superior a 15,7 cm para posterior
transformação em DAP pela Razão DAP= CAP/π, as alturas foram estimadas com auxilio de
vareta graduada com 3 m, para a análise de espécies pioneiras foram escolhidas as espécies
Schizolobium amazonicum Ducke, espécies do gênero Cecropia spp. e a espécie Apeiba
echinata Gaertn, todas espécies heliófitas, exigentes de luz características de ambiente de borda
(Carvalho, 2007; Salomão et al., 1995; Lorenzi 2000) As espécies foram identificadas in loco, com
o auxilio de bibliografias especificas.
A estimativa de biomassa florestal seguiu a metodologia da amostragem clássica não
destrutiva, sendo utilizada apenas a variável DAP, seguindo a metodologia proposta por Arevalo
et al. (2002), utilizando-se a equação alométrica para os indivíduos vivos (em Mg.ha-1): BA =
0,1184 DAP^2,53*0,1. Onde BA= biomassa aérea, DAP= diâmetro do fuste e 0,1 = fator de
conversão para unidade amostral com dimensão de 100 m2.
Os dados foram tabulados no software Microsoft Excel 2010, sendo analisada a
representatividade das espécies pioneiras ao longo das unidades amostrais, a frequência relativa
e a densidade relativa das espécies selecionadas.
3. Resultados e Discussão
Foram amostrados 521 indivíduos (Tabela 1), destes 5 Schizolobium amazonicum, 5
Apeiba echinata, e 49 Cecropia spp. totalizando 59 indivíduos. As espécies pertencentes ao
gênero Cecropia, representam 83% das espécies pioneiras selecionadas, em estudo realizado por
Figueiredo et al. (2000), o gênero representa 59,81% da dominância relativa e 130,4% do IVI para
a borda de uma floresta secundária com 15 anos de sucessão.
Tabela 1. Biomassa aérea, número de indivíduos, número e representatividade
de espécies pioneiras nos fragmentos florestais estudados.
Biomassa
Biomassa
Nº
Nº
Tratamento
% Pioneiras
(Mg-1)
média (Mg-1) indivíduos Pioneiras
T1
19,46
0,39
50
13
26,00
T2
45,68
0,85
54
7
12,96
T3
26,72
0,83
32
2
6,25
T4*
18,22
0,36
51
5
9,80
T5
20,16
0,53
38
4
10,53
T6
21,20
0,39
55
2
3,64
T7
18,39
0,30
61
4
6,56
T8*
22,74
0,36
63
10
15,87
T9*
9,91
0,17
58
6
10,34
T10*
18,79
0,32
58
6
10,34
*Ocorrência de clareiras próximas a uma das unidades amostrais.
A amostragem de espécies pioneiras variou de 2 a 13 indivíduos por tratamento (Tabela 1),
no geral 11,32% dos indivíduos amostrados pertencem ao grupo escolhido para amostragem de
espécies pioneiras. Para Nascimento e Laurance (2006) o tamanho do fragmento é um dos
fatores que influenciam a ocorrência de espécies pioneiras. O T1 apresentou maior
representatividade amostrada no levantamento, 26% do total, seguido do tratamento T8, (15,87%)
ambos os tratamentos apresentaram grande incidência de luminosidade, o T1 pelo fato do contato
direto da borda do fragmento com a matriz, e o T8 pela ocorrência de clareiras, os dados
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 corroboram com Rigueira et al (2012), que associou a maior ocorrência de espécies heliófitas com
a incidência de luminosidade no interior de ambientes florestais.
A biomassa variou 35 Mg-1 entre os tratamentos, sendo T2 com a maior biomassa e T9
com a menor, apesar da variação na biomassa os tratamentos não tiveram grande variação no
número de indivíduos, porém houve variação na média de diâmetro dos indivíduos de 15,38 cm
para o T2, e 9,8 cm para o T9.
A grande maioria dos indivíduos possuem um menor diâmetro (Figura 1). Segundo Finol
(1969), a distribuição diamétrica da floresta, dá uma ideia precisa de como as diferentes espécies
estão representadas na floresta, segundo classes diamétricas.
Figura 1. Número de indivíduos e biomassa aérea em relação ao diâmetro obtido nos
fragmentos florestais analisados.
A predominância de espécies nas classes de menor diâmetro aos fragmentos florestais
revelam que apesar de um ambiente perturbado possuem potencial de regeneração. Lamprecht
(1962) afirmou que uma distribuição diamétrica regular (maior número de indivíduos nas classes
inferiores) é a maior garantia para a existência e sobrevivência das espécies e, ao contrário,
quando ocorre uma estrutura diamétrica irregular, as espécies tenderão a desaparecer com o
tempo.
A distribuição de biomassa foi inversamente proporcional às classes de diâmetro, apesar
de as menores classes de diâmetro apresentarem maior número de indivíduos a maioria da
biomassa está concentrada nos indivíduos de grande porte, escassos em ambientes de borda.
Geralmente, florestas maduras apresentam maior densidade de árvores mais grossas, enquanto
aquelas em estádios iniciais de regeneração formam grandes adensamentos de árvores finas (Uhl
& Murphy 1981; Parthasarathy 1999).
De forma geral a incidência de espécies pioneiras está relacionada diretamente a
incidência de luminosidade na floresta. Onde a maioria dos indivíduos apresentou menor DAP,
conferindo potencial de regeneração aos fragmentos estudados, e a biomassa aérea sendo
incorporada nos indivíduos com maior diâmetro.
4. Referências Bibliográficas
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Lais Alves Lage*, Simone Santos de Oliveira Cobra, Daianny Correia Dias, Sabrina Aparecida
Antoniazzi, Celice Alexandre Silva
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Pós Graduação Genética e Melhoramento de Plantas.
Tangará da Serra- MT. [email protected]
Palavras-chave: Biologia reprodutiva, Características morfológicas, Passiflora
1. INTRODUÇÃO
A família Passifloraceae possui distribuição pantropical, com aproximadamente 20 gêneros
e 600 espécies (Souza e Lorenzi, 2005).O Brasil é o maior centro de diversidade (Oliveira e
Ruggiero, 2005; Nascimento, 2006) com quatro gêneros e aproximadamente 149 espécies, sendo
o gênero Passiflora L. o mais representativo com aproximadamente 135 espécies (Bernacci et al.,
2013).
O gênero Passiflora apresenta gavinhas axilares, nectários extraflorais no pecíolo foliar,
presença de filamentos de corona, flores hermafroditas com presença de um tubo androginóforo
que sustenta as estruturas reprodutivas,. (Meletti e Maia, 1999; Ulmer e Macdougal, 2004).
Além das características morfológicas, flores de Passifloraceae exibem uma diversidade de
cores, formas e odores (Koschnitzke e Sazima, 1997), sendo estas responsáveis pela atração,
comportamento e manutenção dos polinizadores naturais.
Passiflora alata C. é popularmente conhecida por maracujá-guaçu (Leitão Filho e Aranha,
1974), maracujá doce, maracujá de refresco, maracujá de comer, e maracujá-alado (Medina,
1980). É considerada nativa do Brasil e caracterizada pelos seus frutos apresentarem elevado
valor nutritivo, boa qualidade gustativa, tamanho e aparência externa de grande aceitação
(Vasconcellos, 1991).
O principal uso do maracujá doce é na alimentação humana (Martins et al., 2003), mas
também é utilizado na indústria farmacêutica (Lima e Cunha, 2004). O Brasil é o maior produtor
mundial de maracujá, sendo P. alata a terceira espécie mais cultivada (Manica et al., 2005).
As flores de P. alata são solitárias, sustentadas por um pedúnculo do qual parte um único
pedicelo, geralmente são pendentes, porém quando arbustivo, ficam oclusas na folhagem
(Varassin e Silva, 1999). Possuem estruturas masculinas e femininas, mas ainda assim
apresentam um sistema de reprodução auto- incompatível, não realizando autopolinização (Loss
et al., 2006).
Todavia, estudos sobre a biometria floral poderão fornecer informações importantes para
caracterizar aspectos sobre a morfologia da espécie, compreender e detectar a variabilidade
genética inter-populacional e as relações entre a variabilidade e os fatores ambientais contribuindo
com estudos sobre a diversidade genética, conservação e exploração dos recursos de valor
econômico (Gusmão et al., 2006).
Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo avaliar a morfologia e morfometria
floral de Passiflora alata cultivados na área experimental da Universidade do Estado de Mato
Grosso (UNEMAT), situada no município de Tangará da Serra- MT.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
(NECTAR)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade do Estado de Mato
Grosso (UNEMAT), situada no município de Tangará da Serra, MT, utilizando a coleção ativa de
germoplasma (CAG). O município de Tangará da Serra apresenta clima tropical chuvoso, quente
e úmido. A precipitação média anual é de 1.830 mm, e a temperatura média é de 24,4ºC e 26,1°C,
com umidade relativa do ar de 70-80% (Dallacort et al., 2010).
A espécie avaliada, Passiflora alata está presente na CAG, que possui um sistema de
condução de espaldeiramento vertical, com um fio de arame liso número 12 a uma altura de dois
metros do solo, com distância de seis metros entre as estacas. O espaçamento de plantio é de 3m
entre plantas e 3,5m entre linhas.
Coletou-se 10 flores para o estudo da morfologia e morfometria floral. Com auxilio de um
paquímetro digital avaliou-se as seguintes características: Comprimento de sépalas (CS) e pétalas
(CP); Diâmetro da corona (DC); Comprimento dos filamentos da corona (CFC); Número de séries
da corona (Ns C); Comprimento do androginóforo (CA); Altura da antera (AA); Comprimento da
antera (CAnt); Altura do estilete (AE); Comprimento da superfície estigmática (CEst) altura da
câmara nectarífera até a superfície das anteras (ANSA) e curvatura do estilete.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na espécie em estudo foram observadas flores com cinco pétalas e cinco sépalas, ambas
com a cor vermelho escuro. As flores apresentaram cinco séries de corona, sendo duas bem
desenvolvidas e três pouco desenvolvidas próximas ao néctario. Em Passiflora alata a coloração
dos filamentos da corona variaram, sendo encontrados filamentos com coloração branca na base
e/ou violeta na extremidade. Em outras espécies de Passiflora são encontrados outras cores,
vermelho, púrpura ou violeta, azul (Souza et al., 2010) e rosa (Mazza e Miniati, 1993) devido a um
tipo de flavonóide chamado antocianina. Possivelmente esse pigmento conferiu em P. alata a cor
vermelha, semelhante ao encontrado por Crochemore et al. (2003), e Lawinscky (2010).
A corona de P. alata assim como ocorre em Passiflora edulis tem o papel de atrair os
polinizadores. Em P. edulis a corona possui longos filamentos e a cor púrpura contrasta com as
demais partes florais, funcionando como uma plataforma de pouso e um atrativo visual, estas
características estão associadas a flores polinizadas por insetos como as mamangavas (Sazima &
Sazima, 1989; Varassin et al., 2001).
O androginóforo de Passiflora alata se caracteriza pela sua coloração verde, e por
apresentar a função de sustentação das estruturas reprodutivas. O androceu é formado por cinco
estames e o gineceu por um ovário súpero, normalmente afilado no ápice apresentando três
estiletes.
Em outras espécies de Passiflora pode ser encontrado ovário tricarpelar, unilocular e de
placenta perietal, como em P. suberosa (Silvério et al., 2009); globoso, com base dilatada, glabro,
como em P. mucugeana T. N. Senna (Nunes e Queiroz, 2006); oblongo ou elíptico como em P.
racemosa e P. truncata Regel, respectivamente (Milward-de-Azevedo e Valente, 2004), e ovóide
como em P. edulis (Siqueira et al., 2009). As características morfológicas das flores do gênero
Passiflora permitem que as estruturas reprodutivas se acoplem precisamente a região dorsal do
corpo do polinizador, principalmente abelhas de grande porte (Siqueira et al., 2009).
Observou-se que houve grande variação entre os valores encontrados, com exceção das
seguintes características: Número de séries da corona, onde 100% das repetições apresentaram
o mesmo número (NsC = 5) e Curvatura do Estilete, apenas 20% das flores apresentaram estilete
parcialmente curvo, e os 80% restantes totalmente curvos. A porcentagem média de estiletes
totalmente curvos para as flores deste estudo foram superiores as verificadas no estudo realizado
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edulis.
O comprimento das sépalas apresentou valor máximo de 37,42 mm e mínimo de 28,02; as
pétalas variaram de 36,81 a 27,16 mm (Tabela 1). O menor e maior valor de diâmetro de corona
foi de 42,08 e 77,66, respectivamente. Para comprimento de corona o menor valor encontrado foi
de 11,66 e maior 52,56 (Tabela 1).
O comprimento do androginóforo apresentou mínima de 12,68 e máxima de 23,04mm. A
altura dessa peça floral limita as condições favoráveis para que a polinização seja realizada por
abelhas de médio ou pequeno porte (Oliveira et al., 2011).
Já para as características comprimento e altura das anteras, os valores oscilaram com
mínimas e máximas de 8,56 a 12,61 e 8,64 a 20,62, respectivamente.
Em relação a altura do estilete o menor valor encontrado foi de 10,70 a 23,47mm e 2,46 a
4,81mm para comprimento da superfície estigmática.
Para a característica altura da câmara nectarífera à superfície das anteras obteve-se
valores como 10,90 a 26,50mm.
Tabela 1. Morfometria floral de Passiflora alata, na região de Tangará da Serra-MT.
Comprimento de sépalas (CS) e pétalas (CP); Diâmetro da corona (DC); Comprimento dos
filamentos da corona (CFC); Comprimento do androginóforo (CAnd); Altura da antera (AA);
Comprimento da antera (CA); Altura do estilete (AE); Comprimento da superfície estigmática
(CEst) altura da câmara nectarífera até a superfície das anteras (Dsat).
CS
CP
DC
CFC
CA
AA
Cand
AE
CEst Dsat
Máximo 37.42 36.81 77.66 42.08 12.61 20.62 23.04 23.47 4.81 10.90
Mínimo 28.02 27.16 42.08 11.66 8.56
8.64
12.68 10.70 2.46 26.50
Média
31,82 32,11 55,37 29,43 11,29 12,81 17,61 15,32 3,16 13,37
D.P
3,95
2,91
12,78 11,40 1,13
4,03
4,07
4,87
0,87 4,91
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 AUTOECOLOGIA DE ASTYANAX MARIONAE
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE) EM RIACHOS DE
CABECEIRA
Bruno Felipe Camera*, Nayara Evellin, Lilian Rebecca da Silva, Divina Sueide de Godoy, Eduardo
Bessa
*Universidade do Estado de Mato Grosso, Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da
Saúde, Tangará da Serra, MT. [email protected]
Palavras-chave: Alimentação, Índice de importância alimentar, Relação peso-comprimento.
1. Introdução
O Brasil apresenta uma vasta malha hídrica na qual riachos de cabeceira desempenham
importante papel na composição e manutenção ecológica de diversas espécies de peixes.
Entretanto pouco se conhece sobre esses ambientes e sobre suas espécies e ecologia (Castro e
Menezes, 1998). Isto é um sério problema, pois riachos estão sob constante ameaça, como
represamento, assoreamento, perda de mata ciliar (Casatti et al., 2012) e uso como atrações
turísticas (Teresa et al., 2011), como em nossa área de estudo (Nobres-MT). Riachos são
considerados ambientes vulneráveis facilmente impactáveis pelo meio adjacente, modificando
hábitos alimentares de diversas espécies ali presentes, podendo chegar ao extremo das extinções
locais (Agostinho et al., 1992).
Os peixes de pequeno porte servem como fonte de informação sobre as demais espécies.
Eles são peças basais da cadeia alimentar, além de serem responsáveis pela ciclagem de
nutrientes orgânicos que mantém vivo todo ciclo ecológico do mesmo (Wootton 1990) o que os
torna bons indicadores da qualidade ambiental (Teresa et al., 2011).
Dentre os Characiformes, Astyanax é o segundo gênero mais especioso, contendo 86
espécies ocorrentes nas bacias da América do Sul (Lima et al., 2003). As espécies deste gênero
em geral apresentam dieta rica em insetos (Vilella et al., 2002, Ferreira et al., 2012). No entanto,
pouco se sabe sobre a ecologia trófica de A. marionae, uma espécie comum em riachos de
cabeceira da Bacia do Paraguai. Estudos dos seus hábitos alimentares são importantes para
entender as relações entre os componentes da ictiofauna e os demais organismos da comunidade
aquática (Hahn et al,1997).
O presente resumo busca preencher essa lacuna ao descrever a dieta e características
biométricas de Astyanax marionae, uma pequena espécie encontrada na bacia do rio Paraguai
(Britski et al., 2007. Lima et al., 2003).
2. Materiais e Métodos
Utilizamos como área de estudos os riachos de primeira ordem da Vila de Bom Jardim
(14º43’13” S; 56º19’39” W), distrito de Nobres, a cerca de 60 km da sede do município e 145 da
capital, Cuiabá, no Médio Norte do Estado de Mato Grosso. O local destaca-se no seguimento do
turismo de natureza, que é voltado para a realização de trilhas e flutuações para a observação de
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 peixes. Os cursos d’água estudados pertencem à Bacia do Paraguai. O clima da região pode ser
classificado como Tropical Savana (Aw) (Camargo, 2011).
Coletamos 36 espécimes de Astianax marionae com auxílio de peneiras (90 x 70 cm, 2 mm
de entrenós) e armadilhas do tipo covo (cinco armadilhas com isca de farinha e óleo de sardinha,
isolada por uma tela). Ambas as artes de pesca utilizadas analisaram um trecho de 30 m dos
riachos e foram aplicadas durante 1 h. Efetuamos a fixação em formalina a 10%, de forma a
paralisar instantaneamente a ação de enzimas digestivas. Após três dias os peixes foram
transferidos para álcool 70% para conservação.
Analisamos as medidas do comprimento padrão por meio de histograma, a razão pesocomprimento por meio de um gráfico de pontos e calculamos o fator de condição conforme
proposto por Vazzoler (1996).
Retiramos o trato digestivo abrindo uma incisão ventral longitudinal. Identificamos o
conteúdo estomacal em categorias ecológicas e medimos o volume dos itens. Quantificamos a
dieta por meio da Importância Alimentar do Item (IAi) conforme proposto por Kawakami & Vazzoler
(1980), na qual a frequência e o volume dos itens são levados em consideração.
3. Resultados
Astyanax marionae compôs 2,7% da diversidade de peixes dos riachos estudados, sendo
a sétima espécie mais abundante. Ele mediu 3,01 ± 0,58 cm (Figura 1). A regressão pesocomprimento foi significativamente explicativa (R²=0,905) e apresentou coeficiente de inclinação
b=0,42 (Figura 2).
Figura 1 – Histograma das categorias de tamanho de Astyanax marionae.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2 – Relação peso x comprimento incluindo regressão linear representativa dos
pontos obtidos, equação da reta de regressão e representatividade da reta (R²).
Identificamos seis itens alimentares, sendo insetos alóctones os mais representativos (IAi=
0,86), seguido de material vegetal (IAi= 0,12). Alimentos de origem autóctone tiveram pouca
representatividade na dieta (IAi= 0,03) (Figura 3)
Figura 3 – Importância alimentar dos itens ingeridos por A. marionae.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4. Discussão
Estima-se matematicamente que o comprimento de primeira maturação em A. marionae
seja de 3,6 cm (Froese e Pauly, 2013). Isto sugere que os peixes amostrados nestes riachos são
sexualmente imaturos.
A relação peso-comprimento pode descrever o desenvolvimento relacionado aos estágios
de vida de uma determinada espécie, mas a modificação das condições naturais, como por
exemplo, o represamento, assoreamento, perda de mata ciliar e a formação de reservatórios,
pode influenciar o tipo de crescimento (Araya et al., 2005). Em nosso trabalho tanto a inclinação
da reta de regressão da relação peso-comprimento quanto o fator de condição indicam que A.
marionae, tem crescimento alométrico negativo (b<3).
Fator de Condição é um indicador da saúde de um peixe, seu valor reflete condições
nutricionais recentes e/ou gasto de reservas em atividades cíclicas, possibilitando relações com
condições ambientais e aspectos comportamentais das espécies (Vazzoler, 1996). Nossos dados
apresentam um fator de condição típico de uma população saudável e com alimento em
abundância.
A dieta da espécie foi constituída basicamente por insetos, além de apresentar outros
itens, como material vegetal, ootecas, e outros invertebrados. Isto indica que a espécie pode ser
considerada onívora, como constatado por Lima (2005). A onivoria é um tipo de dieta comum
entre espécies do gênero Astyanax (Ferreira et al., 2012, Manna et al., 2012, Vilella et al., 2002).
Em relação à origem dos itens, material alóctone teve maior representatividade na dieta de
Astyanax marionae. Isto pode representar uma fragilidade para a espécie, já que ela depende de
uma vegetação ciliar preservada. Entretanto, estudos com outras espécies do gênero têm
mostrado uma plasticidade na dieta desses peixes dependendo das condições ambientais no local
em que os animais são coletados (Vilella et al., 2002, Wolff et al., 2009).
Assim, concluímos que Astyanax marionae consumiu principalmente insetos alóctones e
apresenta condições de se alimentar de outros itens caso as condições ambientais lhe forcem a
tal.
5. Agradecimentos
Agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT)
pelo auxílio financeiro (Processo 002.191/2007).
6. Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Froese R e Pauly D ed. 2013. FishBase. World Wide Web electronic publication.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ETNOCONHECIMENTO DOS FEIRANTES DE TANGARÁ DA
SERRA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS
Nadia Botini*, Higor Vendrame Ribeiro, Jessica Cocco, Amanda Fernanda Nunes, Auclar Felipe
Botini
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]
Palavras – chave: Plantas, conhecimento popular.
1. Introdução
Os estudos etnobotânicos vão além da investigação botânica, uma vez que seu ponto
fundamental é a significação ou o valor cultural das plantas em determinada comunidade humana
(BARRERA, 1979).
O uso popular de plantas medicinais é de fundamental importância, pois quando utilizadas
adequadamente funcionam eficazmente e não provocam efeitos negativos nos humanos servindo
como beneficio para as pessoas, sendo então mais uma alternativa de tratamento e manutenção
da saúde (FONTES et al., 2007). Além disso, o conhecimento medicinal das plantas é algo
adquirido através de milhares de anos de uso por comunidades tradicionais; em determinadas
situações podemos afirmar categoricamente a existência de coevolução entre humanos e plantas,
em especial as plantas medicinais e as produtoras de alimentos.
O saber popular quanto ao uso das plantas medicinais para tratamento de diferentes males
é evidenciado em conversas com as pessoas idosas (inserindo aí os raizeiros, benzedeiras,
donas-de-casa etc.) que por alguns motivos carregam essas informações, recebidas dos seus
ancestrais (PASA, 2011). Esse conhecimento das propriedades medicinais das plantas é algo
passado de geração para geração através da oralidade e da observação do aprendiz com as
pessoas mais velhas ou com maior saber vivenciado. Assim, os estudos etnobotânicos vêm se
desenvolvendo tendo como principal objetivo registrar o saber botânico tradicional relacionando-o
com o uso dos recursos da flora (GUARIM NETO, 2001).
No Brasil, a utilização de plantas medicinais pela população para tratar enfermidades foi
sempre expressiva, principalmente devido à extensa e diversificada flora. Ainda hoje em diversas
regiões do país,plantas medicinais são encontradas em quintais de residências ou até mesmo
comercializadas em feiras e mercados populares (PASA, et al., 2010). Observamos que o
conhecimento popular sobre as plantas medicinais locais é algo que mostra profundamente as
nossas raízes indígenas, uma vez que, esses povos coevoluíram com essas plantas.
O conhecimento popular pode fornecer dados importantes para novas descobertas
científicas e as pesquisas acadêmicas podem originar novos conhecimentos sobre as
propriedades terapêuticas das plantas (SIMÕES et al., 1988).
Portanto o presente trabalho tem por objetivo identificar a origem do conhecimento dos
mesmos com as plantas e se a manutenção desse conhecimento mesmo na comunidade onde ele
reside e listar quais plantas medicinais serão citadas pelos feirantes e suas respectivas
aplicações.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2. Material e métodos
2.1 Área de Estudo
O município de Tangará da Serra encontra-se na (Latitude 14º39’S, Longitude 57º25’W e
altitude de 321,5 m). Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é tropical úmido
megatérmico (Aw) apresentando temperatura média de 24,4ºC, com uma precipitação média
anual de 1.500 mm, caracterizadas por chuvas no verão e seca no inverno (MARTINS, et al.,
2009). A feira municipal é uma associação de pequenos agricultores que comercializam produtos
para a população da região, a feira é aberta ao público todas as quartas – feira e domingos de
todas as semanas do ano, a feira têm aproximadamente 200 feirantes, sendo 3 deles dedicados
ao comércio de plantas medicinais.
Público Alvo: Feirantes da feira municipal de Tangará da Serra serão escolhidos os
feirantes que trabalham com plantas medicinais, tanto feirantes do sexo feminino como do sexo
masculino incluindo todas as faixas etárias e todos os níveis de escolaridade.
2.2 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa foi realizada com pressupostos em Etnobotânica segundo Amorozo (1996),
pelo qual foram realizadas entrevistas por meio de questionários semi estruturados sobre as
plantas de uso medicinal que foram aplicadas no mês de novembro de 2012.
Foram entrevistados três feirantes que trabalham com plantas medicinais presentes no dia
da entrevista. No questionário as 5 espécies vegetais mais vendidas foram referenciadas pelos
moradores e anotadas no caderno de campo onde foi anotado o nome popular, a parte que é
utilizada, como pode ser utilizada e para o que é utilizada.
3. Resultados e Discussão
Segundo os entrevistados os conhecimentos que eles possuem sobre essas plantas e o
uso delas para fins medicinais vieram através de conhecimentos passados através de
ensinamentos que seus pais e avós dos mesmos. E hoje eles procuram passar esses
conhecimentos para as pessoas mais jovens, filhos, amigos ou mesmo pessoas que procuram
saber sobre.
Dentre os entrevistados uma senhora relatou que teve grande parte do seu conhecimento
sobre o uso terapêutico e medicinal das plantas, através de livros e pesquisas.
A pesquisa nos permitiu identificar tipos de produtos utilizados como medicina popular
pelos feirantes. Destas foram levantadas os 11 exemplares mais vendidos (Tabela 1), que são:
Carqueja, Doradinha, Calunga, Pau de Tenente, Barbatimão, Algodãozinho, Carobinha, Nó de
cachorro, Vergateiro, Sangra d'agua e Chico Magro.
Tabela 1 - Lista de plantas com uso medicinais mais citadas pelos feirantes do município de
Tangará da Serra - MT.
NOME DA PLANTA
1
Carqueja
PARTE
USADA
Folha
PARA QUE USA?
COMO USA?
QUALA DOSE?
Fígado
Chá
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
2
Doradinha
Folha
Rim
Chá
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
3
Calunga
Raiz
Diabete
Coloca na água deixar por
um tempo e ir bebendo a
água
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
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Pau de Tenente
Casca
Fígado
/
Impotência Sexual
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
Infecção
Coloca na água deixar por
um tempo e ir bebendo a
água
Chá / Banho
5
Barbatimão
Casca
6
Algodãozinho
Casca
Infecção
Chá
1 copinho de café, 2 vezes
por semana
7
Carobinha
Casca
Depurativo
Garrafadas
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
8
Nó de cachorro
Raiz
Tremedeira
Garrafadas
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
9
Vergateiro
Raiz
Cansaço
Câimbras
Garrafadas
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
10
Sangra d'agua
Casca
Seiva
Chá / Garrafada / Banho
1 copinho pequeno 3 vezes
ao dia / 1 vez por semana
11
Chico Magro
Casca
Chá
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia
/
/
Inflamação
Diabete
Emagrecer
/
1 copinho de café, 2 vezes
ao dia / Banho 1 vez por
semana
Grande maioria desses produtos são vendidas ou utilizadas “garrafadas”, que é uma
mistura de vinho branco com as ervas, cascas e raiz onde ficam armazenadas por um tempo e
depois é consumido. Os raizeiros possuem dessas “garrafadas” prontas para venda caso o cliente
não queira fazer um, é uma maneira mais pratica segundo eles próprios, pois essa garrafada é
meio que um remédio para “tudo”, devido ter vários tipos de produtos medicinais.
A uma infinidade de uso dos produtos segundo os raizeiros, dentre os tratamentos indicado
pelos vendedores grande maioria são para infecções e inflamações em geral, mas também se faz
o uso desses medicamentos para amenizar o diabete, emagrecer, cansaços, problemas renais,
impotência sexual e muito outros. A uma grande procura pelos homens para remédios para
impotência sexual, remédio esse que segundo os feirantes tem efeito garantido.
A coleta do material do material que é vendido pelos raizeiros, é feito manualmente por
eles próprios. Essas coletas são feitas na região da cidade de Diamantino – MT e proximidades da
Itamarati Norte – MT. Segundo eles é feita a retirada do material da natureza com conscientização
ambiental, buscando sempre fazer o manejo das plantas utilizadas para que não falte esse meio
de sustento para eles.
Foi relatado pelos feirantes que há uma maior procura pelos produtos naturais, por um
publico com faixa etária mais elevada (acima de 40 anos), porem eles comentam que a população
mais jovem (menos de 30 anos) nos últimos tempos teve um aumento na procura por esses
produtos.
5. Conclusão
Os raizeiros da feira municipal de Tangará da Serra tem um conhecimento de plantas
medicinais amplo sendo a maioria adquirido por experiências e troca de experiência, sabendo
essa importância o conhecimento etnobotânico continua sendo repassado por eles. Amorim
(1999) destacaque há uma troca de conhecimentos entre as pessoas em relação ao uso de
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 plantas medicinais, pois a maioriado conhecimentos sobre plantas medicinais dos entrevistados
surgiua partir de familiares, amigos, vizinhos. A maioria das plantas vendidas geralmente é
utilizada por pessoas com mais 40, geralmente a procura está relacionada a alguma enfermidade
como infecções, problemas nos rins, a parte mais jovem e feminina geralmente a procura está
relacionada ao emagrecimento. Podemos então perceber a importância de preservar e repassar o
conhecimento etnobotânico a fim que as novas gerações também possa usufruir dela.
6. Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 OCORRÊNCIA DE EPÍFITAS E PARASITAS EM UMA ÁREA
FLORESTAL DA FAZENDA TRÊS PALMEIRAS, MUNICÍPIO DE
BARRA DO BUGRES – MATO GROSSO
Nadia Botini*, Auclar Felipe Botini, Amanda Fernanda Nunes, Tassiana Andruchack de Azevedo,
Talita Hevilla de Souza
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]
1.INTRODUÇÃO
Epífitas, conforme definidas por Madison (1977), são plantas que em algum estágio de sua
vida utilizam-se de suporte, mas não diretamente de nutrientes, das plantas em que se apóiam
(forófitos), sem estarem conectadas ao solo. (Kersten & Silva, 2002).
Segundo as classificações sobre formas biológicas aplicadas às plantas aquáticas, epífitas
são aquelas espécies que se estabelecem e se desenvolvem sobre indivíduos de espécies
flutuantes livres ou fixas (Pivari, Pott e Pott, 2008).
O recente reconhecimento do ambiente da copa das árvores das florestas tropicais como
um dos celeiros da biodiversidade do planeta tem incentivado estudos que procuram o
entendimento de processos ligados à comunidade epifítica, destacando o seu papel na
funcionalidade dos ecossistemas. Suas formas de vida têm estimulado a criação de vários
sistemas de classificação, como o de Benzing, 1990 (apud Oliveira, 2004), que leva em
consideração categorias de relação com o suporte, hábito de crescimento e formas de obtenção
de água e nutrientes.
Em contrapartida das epífitas, existem as plantas parasitas, que se nutrem do individuo
parasitado sem o hábito mutualístico. As plantas parasitas necessitam retirar nutrientes das
hospedeiras e utilizam os haustórios para invadir tecidos vasculares de outras espécies (Riopel &
Timko et al apud Batista, 2007). Portanto, parasitas são organismos que vivem sobre ou dentro de
outro organismo de espécie diferente e obtém seus nutrientes deste; a associação é benéfica para
o parasita e prejudicial para o hospedeiro (Haven, Evert & Eichhorn, 2001).
Observando esse caráter fisiológico distinto existente entre epífitas e parasitas, este
trabalho tem por objetivo fazer um levantamento de ocorrência de epífitas e parasitas na fazenda
Três Palmeiras localizada próxima ao distrito de Nova Fernandópolis no município de Barra do
Bugres – Mato Grosso.
2.MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado em uma fazenda do distrito de Nova Fernandópolis à 54
km do município de Barra do Bugres. Fazenda esta, localizada próxima ao Rio Sepotuba.
A área foi dividida em três transectos partindo da margem do Rio Sepotuba em direção à
pastagem e circundando a sede da fazenda. Cada transecto possui 25m de largura e 80m de
extensão com intervalo de 10m na largura entre um transecto e outro. Em todos os transectos
foram feitas observações ativas para contagem das epífitas e parasitas.
O primeiro transecto seguia à 25m na margem do rio, formado de uma vegetação mais
fechada com predominância de espécies de plantas arbóreas até a delimitação da pastagem.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
(NECTAR)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 O segundo transecto circunda a sede da fazenda, apresenta maior área com pastagem,
portanto, poucas espécies de plantas arbóreas. O terceiro transecto tem vegetação aberta e
plantas arbóreas.
Primeiro
Transecto
Intervalo
Segundo
Transecto
Intervalo
Terceiro
Transecto
25 m
10 m
25 m
10 m
25 m
Em todos os transectos foram feitas observações ativas para contagem das epífitas e
parasitas.
4.Resultados E DISCUSSÃO
Com a observação dos transectos foram identificadas quatro tipos de epífitas, ou seja,
quatro morfotipos, aqui classificadas como morfotipo I, II, III e IV, no total foram encontradas onze
epífitas. Já os tipos de parasita encontrados foram três, classificadas como parasita morfotipo I, II
e III, no total nove parasitas foram encontradas.
O número de epífitas de cada transecto, de acordo com o morfotipo, está apresentado na
tabela 1, assim como o número de parasitas, de acordo com o morfotipo, está apresentado na
tabela 2.
No primeiro transecto foi encontrada uma epífita morfotipo I, uma epífita morfotipo II (anexo
1), duas epífitas morfotipo III e quatro parasitas morfotipo I (anexo 3). Nesse transecto foi
constatada a riqueza de epífita de 3 morfotipos com abundância de 4 indivíduos. Já as parasitas
estão em menor riqueza, pois foi encontrado apenas um morfotipo, porém a abundância de
parasitas se iguala a de epífitas, com 4 indivíduos.
No segundo transecto, que circundava a sede da fazenda, sendo uma área mais aberta,
não foram encontradas parasitas ou epífitas, talvez por ser uma área onde o pasto e a construção
são predominantes.
No terceiro transecto, que partia do corpo d’água do rio Sepotuba e apresentava maior
fragmento vegetal, foram encontradas duas parasitas morfotipo I, duas parasitas morfotipo II
(anexo 2), uma parasita morfotipo III, duas epífitas morfotipo III e cinco epífitas morfotipo IV.
Foram encontradas dois morfotipos de epífitas, tendo assim uma riqueza baixa, porém
abundância de 7 indivíduos, maior que a do primeiro transecto que apresentou abundância 4 e
riqueza 3. Nesse transecto, foram encontradas todos os morfotipos de parasitas o que o define
como o transecto de maior riqueza de parasitas e maior abundância, com 5 indivíduos.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Tabela 2: Número de epífitas encontradas em cada transecto de acordo com seu
Morfotipo.
.
Epífitas
1° Transecto 2° Transecto 3° Transecto
Morfotipo I
1
0
0
Morfotipo II
1
0
0
Morfotipo III
2
0
2
Morfotipo IV
0
0
5
Total
4
0
7
Tabela 2: Número de parasitas encontradas em cada transecto de acordo com seu
Morfotipo.
Parasitas
1° Transecto 2° Transecto 3° Transecto
Morfotipo I
4
0
2
Morfotipo II
0
0
2
Morfotipo III
0
0
1
Total
4
0
5
5.CONCLUSÃO
No primeiro e terceiro transecto, foi encontrado um maior número de epífitas e parasitas,
isso pode ser justificado pelo fato de a vegetação estar mais presente, com maior número de
plantas arbóreas. Acredita-se que foi por esse mesmo motivo, que foi encontrado maior incidência
de indivíduos parasitas e epífitas no terceiro transecto, já que este, comparado aos outros dois
transectos, apresentava maior número de plantas arbóreas e menos pastagem.
Segundo Haven, 2001 os frutos e sementes transportados pelo vento são leves e
comumente têm alas e tufos de pêlos que auxiliam a sua dispersão. Os frutos de algumas plantas
expelem as sementes explosivamente.
Algumas sementes e frutos são levados pela água e para tanto necessitam ser capazes de
bóiar e ter envoltórios resistentes à água. Outros são disseminados por pássaros ou mamíferos,
tendo coberturas carnosas que são comestíveis ou ainda ganchos, espinhos ou outros
mecanismos para aderir aos pelos dos mamíferos ou penas de aves.
Considerando que os pássaros são os animais, que na maioria das vezes, alcançam a
copa das árvores com grande facilidade, trazendo consigo as sementes de epífitas, parasitas e
até mesmo de outras plantas e que eles são mais abundantes em locais com mais vegetação,
podemos concluir então que, esse foi o motivo de o primeiro e terceiro transecto apresentarem
mais plantas epífitas e parasitas, enquanto o segundo transecto com mais pastagem e menos
vegetação não apresentou a mesma quantidade dessas plantas, pois os pássaros não possuem
locais adequados para se abrigarem, construírem seus ninhos, por exemplo, consequentemente,
não transportando sementes para esse local.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MELOIDOGYNE EM RAÍZES DE FICUS ADHATODIFOLIA
(SCHOTT EX SPRENG. (MORACEAE) PROPAGADAS POR
ESTACAS
Marilza Machado*, Lin Chau Ming, Diones Krinski, Marlon Jocimar Rodrigues da Silva, Maria de
Fátima Almeida Silva
*
Universidade Estadual Paulista. [email protected]
Palavras-chave: nematoides, ficus, Plantas Medicinais.
1.Introdução
Entre espécies consagradas pela medicina popular no Brasil, estão algumas espécies da
família Moraceae que possui cerca de 1100 espécies, distribuídas em 37 gêneros. A maioria dos
gêneros da família ocorre na região pantropical. Para a região neotropical, a família é constituída
por 19 gêneros, com cerca de 270 espécies (Berg, 1998, 2001). Além do gênero Ficus, a família
das moráceas possui outras espécies importante tais como: a jaqueira, (Artocarpus heterophyllus),
a árvore da fruta-pão (Artocarpus altilis), o pau-rainha (Brosimum rubescens), o carapiá (Dorstenia
cayapia), a tatajuva (Maclura tinctoria), a falsa espinheira santa (Sorocea bonplandii), a amora
(Morus alba), figueira branca (Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng.), entre outras (Carauta e Diaz,
2002; Berg, 2001 apud Mendonça-Souza, 2006). As plantas do gênero Ficus são conhecidas
popularmente como figueiras e estão entre as primeiras plantas cultivadas pelo homem há mais
de 11 mil anos (KISLEV et al., 2006). Gregos, Romanos, Egípcios, Maias, Astecas entre outros
povos antigos, as utilizavam na medicina, alimentavam-se dos figos e extraiam do caule fibras
para tecer (Alves et al., 2001; Carauta e Diaz, 2002).
Igual as outras Moráceas, as figueiras ao serem cortadas, exudam látex (Fredericksen et
al., 1998), sendo este reputado como medicinal em várias regiões do mundo. No Brasil, desde a
época do pré-descobrimento, o látex das espécies nativas de Ficus do subgênero Pharmacosycea
são considerados como vermífugo pelos indígenas e mais tarde pelos brasileiros de outras
descendências. Em algumas regiões, as figueiras são denominadas popularmente como
lombrigueiras, por causa da sua utilização no combate de vermes do sistema digestório (Alves et
al., 2001; Carauta e Diaz, 2002; Peckolt e Peckolt, 1888). As espécies nativas no Brasil pertencem
a dois subgêneros, Urostigma e Pharmacosycea. No grupo Pharmacosycea, cujo nome se deve
às propriedades medicinais de suas plantas (Carauta e Diaz, 2002), encontra-se a espécie Ficus
adhatodifolia conhecida como figueira branca ou figueira vermífuga.
A indicação como vermífugo também remete à possibilidade de controle de nematoides,
como é frequente, principalmente na cultura de Ficus carica, que constituem um problema agrícola
de importância econômica e de difícil controle. A conscientização dos danos ambientais causados
pelo controle químico convencional de pragas e patógenos, além da ocorrência de formas
resistentes, tem direcionado pesquisas da área agronômica para o controle biológico e para o
controle com produtos naturais de menor impacto ambiental.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2.Material e Métodos
O experimento foi conduzido em estufa da Fazenda Experimental São Manoel, da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), nos meses de novembro de 2013 a fevereiro de 2014,
no município de São Manoel – SP, no encontro aproximado das coordenadas geográficas 22° 44’
de latitude sul e 48° 34’ de longitude ocidental, com altitude em torno de 750 metros.
As estacas caulinares foram obtidas a partir de mudas de aproximadamente um ano e
meio de idade, propagadas via sementes tendo entre 0,5 a 1 cm de diâmetro. As sementes para a
produção das mudas foram coletadas no município de Iporanga, São Paulo, no ano 2011, no mês
de junho. O substrato utilizado foi areia grossa, em canteiros 30 cm de profundidade.
Após 200 dias em campo, foi coletado o material vegetal para proceder as análises das
variáveis físicas nas estacas caulinares. Foi observada a presença de “nós” nas raízes de F.
adhatodifolia que estavam sendo avaliadas. Coletou-se 50 amostras de raízes e foi encaminhado
para o departamento de fitopatologia da UNESP, e após as análises.
3.Resultados e Discussão
Foi emitido pelo laboratório de Fitopatologia da UNESP laudo registrando a presença de
nematoides do gênero meloidogyne nas fases ovos, juvenis e adultos tais amostras de raízes.
Porém ainda não foi possível determinar a espécie, está se procedendo analises de eletroforese
de enzimas para determinar a espécie do nematoide (Figura 1).
A presença de nematoides em F. adhatodifolia é registrada pela primeira vez. Por se tratar
de uma espécie vegetal utilizada para curar doenças de ascaridíase, ancilostomose entre doenças
originadas por parasitas do filo nematoda. Porém, a suscetibilidade da figueira, F.carica a
Meloidogyne spp. tem sido relatada em várias regiões do mundo (Ichinoe, 1965).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 1. Colocar legenda.
Recentemente foi demonstrado por vários autores que Ficus possui atividade anticâncer e
anti-inflamatória eficaz (Shukla et al., 2004; Shi et al., 2011, Niranjan e Garg, 2012). Isso se deve
à sua potente atividade citotóxica e da ação dos alcaloides, flavonoides, compostos fenólicos e
antioxidantes presentes em diversas espécies do gênero, demonstrando que as espécies do
gênero possuem grande potencial para o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento do
câncer.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Algumas espécies de Ficus, nativas, demonstraram possuir propriedades medicinais,
principalmente a ação anti-helmíntica do seu látex, Assunpção, (2008). O efeito baseia-se na
presença de enzimas proteolíticas que operam na digestão do revestimento mucoso dos
helmintos (Mali e Mehta, 2008, Rizzini e Mors, 1976 apud Assunpcão, 2008).
No século XIX foi desenvolvida uma preparação farmacêutica com látex de Ficus doliaria,
que foi comercializada no Rio de Janeiro com o nome “Pó de Doliarina e Ferro”, indicado conta
opilação (anemia profunda) provocada por vermes (Amorim et al., 1999).
Thomen (1939), realizou um estudo sobre o uso de figueiras nativas no tratamento de
verminoses, da América do Sul, por meio de um levantamento de artigos e textos publicados no
início do século 18. Esses trabalhos relatam o uso das figueiras por populações tradicionais, além
de artigos que comprovam a eficiência do látex dessas plantas como Ficus doliaria e Ficus
glabrata no combate a verminoses.
Peckcolt e Peckcolt (1888), descrevem o uso no século XIX, de F. adhatodifolia,
misturando-se uma colher de chá de látex com igual quantidade de cachaça e uma xícara de leite
bem adoçado, para eliminação de vermes intestinais.
O subgênero Pharmacosycea, recebeu esse nome justamente em virtude das
propriedades medicinais de suas plantas, dentre elas a espécie F. adhatodifolia, (Carauta e Diaz,
2002). Essa espécie, além da atividade anti-helmíntica, é também recomendada no tratamento de
ancilostomose e no tratamento de icterícia. Aos seus frutos são atribuídas propriedades
afrodisíacas e estimulantes de memória. (Amorim et al., 1999; Lorenzi e Matos, 2008; Schultes e
Raffauf, 1990).
O uso do látex como medicamento anti-helmíntico pode trazer diversos riscos, devido
principalmente à alta dosagem, pois apresenta ação purgativa muito drástica, podendo ocorrer até
o sangramento de órgãos do sistema digestório (Lorenzi e Matos, 2008). Os riscos com o uso de
látex de F. insipida, foi relatado por Hansson et al., (2005), na Amazônia Peruana, através do
levantamento dos casos de intoxicação com látex no Hospital Regional de Pucallpa, Peru. Os
resultados demonstram que em um período de 12 anos, a maioria dos 37 casos de intoxicação,
foram provocadas por overdose, ou seja, ingestão de quantidades superiores à indicada, 1,5
cm3/Kg e em cinco apresentaram intoxicação em doses inferiores à indicada e duas foram à óbito.
É crescente o interesse da ciência em desenvolver pesquisas com F. adhatodifolia, em
virtude do seu poder anticancerígeno e anti-helmíntico. Porém, O fato do registro de nematoides
nas raízes de F. adhatodifolia no o experimento realizado, levanta algumas questões inerentes à
fisiologia da planta, a exemplo da localização do princípio ativo presente no látex que é eficaz no
combate a nematoides. O registro de tal parasita na espécie se faz importante para subsidiar
trabalhos futuros com propagação da espécie, uma vez que é uma planta de grande interesse
medicinal.
4.Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Horticultura da Universidade
Estadual Paulista-UNESP-FCA, Campus de Botucatu pelo suporte logistíco; aos pesquisadores
prof. Dr. Lin Chau Ming, do departamento de Horticultura pelo apoio na pesquisa e a prof. Drª
Silvia Renata S. Wilcken e a laboratorista Maria de Fátima Almeida Silva do Laboratório de
Nematologia do departamento proteção de plantas pelas analises nematológicas Agradecemos
também, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por fornecer
as bolsas de estudos durante esta pesquisa.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Shi YX, Xu YK, Hu HB, Na Z e Wang WH 2011. Preliminary assessment of antioxidant activity of
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 FAUNA DE ARTRÓPODES NA SERRAPILHEIRA DO BOSQUE
MUNICIPAL ILTO FERREIRA COUTINHO NA CIDADE DE
TANGARÁ DA SERRA, MATO GROSSO
Auclar Felipe Botini *, Cleber Aparecido Barros, Bruna Magda Favetti, Talitha Hévilla de Souza,
Nadia Botini
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chave: Biodiversidade, Ecossistemas, Invertebrados.
1.INTRODUÇÃO
Os artrópodes compreendem mais de 1 milhão de espécies e ocupam uma grande
variedade de nichos nos ecossistemas (Aquino 2006), e estima-se que cerca de 96.660-129.840
de artrópodes ocorram no Brasil (LEWINSOHN & PRADO, 2005).
Segundo Seastedt (1984) e Moore et al. (1991) a fauna de artrópodes em serrapilheira
destaca-se nos ecossistemas florestais pela sua importância na ciclagem de nutrientes e
degradação da matéria orgânica, já que estes organismos são os principais responsáveis pela
fragmentação da serrapilheira acumulada proveniente da vegetação circundante.
O que explica o crescente número de estudos das comunidades de invertebrados e da
utilização desses dados na formulação de estratégias de conservação e diretrizes para o manejo
de ecossistemas (SIVESTRE, 2000).
A serrapilheira abriga uma enorme diversidade de artrópodes terrestres, integrantes de um
grupo que desempenha inúmeras funções ecológicas nos ecossistemas e são importantes para a
conservação e manejo de reservas biológicas. A composição e a estrutura das comunidades de
artrópodes de serrapilheira são influenciadas por condições ambientais como umidade, tipo de
formação vegetal, volume e profundidade de serrapilheira (CORREIA & OLIVEIRA, 2000).
No centro de Tangará da Serra está localizado o Parque Natural Ilto Ferreira Coutinho que
possui uma vegetação de transição para a Floresta Amazônica (Moura, 2002) e possui três
diferentes áreas denominadas área de lazer, área alterada e reserva natural, conforme seu estado
de degradação e de utilização (Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2002).
Sendo assim, esse ambiente apresenta características que favorecem o acúmulo de
serrapilheira, constituída de matéria orgânica vegetal e animal que é depositada sobre o solo, sob
diferentes estágios de decomposição (BARBOSA & FARIA, 2006).
Com base nas informações acima, este estudo apresenta como principal objetivo avaliar a
composição das espécies, riqueza e abundância da fauna de artrópodes na serrapilheira da mata
de galeria no Bosque Municipal Ilto Ferreira Coutinho na cidade de Tangará da Serra, Mato
Grosso.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2.MATERIAIL E MÉTODOS
2.1- Local da coleta
A coleta de artrópodes ocorreu no Bosque Municipal Ilto Ferreira Coutinho, localizado no
município de Tangará da Serra em Mato Grosso. O bosque é caracterizado por ter um clima do
tipo tropical quente e semiúmido, com quatro a cinco meses de seca ao ano. A temperatura média
deste ambiente é de 24ºC anualmente.
Coodernadas geográficas: 14.627785, -57.492909
2.2- Coletas da fauna
As coletas de organismos pertencentes ao filo Arthropoda ocorreram no fim da estação da
seca e inicio da estação chuvosa de 2013, no período matutino aproximadamente oito horas da
manhã no horário local.
Para a coleta dos artrópodes de serrapilheira foram selecionados dez pontos
aleatoriamente.
Para todos os pontos de coleta da serrapilheira foi utilizado um quadrado feito de madeira,
com 40 x 40 cm. O material coletado foi condicionado em sacos plásticos e levado do local de
coleta para o laboratório de microscopia da Universidade do Estado do Mato Grosso/UNEMAT,
Campus de Tangará da Serra.
Para a realização da triagem, que foi dividida em duas etapas: a primeira foi a coleta
manual dos animais separado-os da serrapilheira e a segunda etapa foi utilizado um método a
partir de indução de luz, onde a serrapilheira do quadrante foi posta dentro de uma peneira e
abaixo desta peneira foi posto um balde, e sobre a peneira com serrapilheira foi posto uma luz
para incidir calor sobre o material coletado, desta forma os animais migravam do local que estava
incidindo o calor luminoso para o local interior do balde onde eram capturados e posteriormente
armazenados em sacos plásticos, após levar o material para o laboratório utilizou-se álcool 70%
para armazenar e preservar o material até o momento da identificação, posteriormente foi
realizado a identificação dos animais em nível de ordem segundo Brandão & Cancello (1999).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 3.RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os invertebrados que ocorrem em ambientes terrestres são: Acanthocephala, Tardigrada,
Onychophora, Platyhelminthes, Nematoda, Arthropoda, Annelida e Mollusca (Brandão & Cancello,
1999). Neste estudo, foram considerados apenas os exemplares pertencentes ao Filo Arthropoda.
No presente trabalho foi possível coletar artrópodes das ordens Hymenoptera, Isoptera e
Hemíptera estas ordens são representadas respectivamente pelos seguintes animais:
Tabela 1. Ordens capturadas e seus representantes.
ORDEM
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
Hymenoptera
Vespa,
Formigas,
Abelhas,
Marimbondos
Isoptera
Cupins, Aleluias
Hemíptera
Percevejos, Barbeiros, Chupanças
O seguinte gráfico mostra a quantidade de animais coletados em cada ordem, sendo 134
indivíduos da ordem Hymenoptera, 86 indivíduos da ordem Isoptera e 1 indivíduo da ordem
Hemíptera (Figura 1).
Figura 1. Frequência absoluta e ordens capturadas no Bosque Ilto Ferreira Coutinho.
As porcentagens encontradas de cada ordem foram respectivamente, Hymenoptera
(60,63%), Isoptera (38,91% e Hemíptera (0,41%) de animais coletados (Figura 2).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2. Frequência relativa das ordens encontradas.
Das duas espécies dentre as três espécies coletadas, as espécies maior abundância na
coleta foram formigas com 134 indivíduos e cupins com 86 indivíduos. A figura a seguir mostra
esta quantidade de forma mais facilitada.
Figura 3. Frequência absoluta das espécies capturadas.
Segundo Marques et al. (2005), a diversidade da fauna do solo depende da matéria
orgânica disponível e seu arejamento adequado, bem como pouca exposição ao sol. Além disso,
a estrutura física do solo pode contribuir para o desaparecimento de grande parte dos habitats,
permitindo o estabelecimento apenas daquelas espécies adaptadas às condições adversas.
No trabalho de Copatti & Daudt, (2009) eles relatam que em sua coleta observou-se que
todos os indivíduos da ordem Hymenoptera eram pertencentes à família Formicidae, sendo este o
táxon mais abundante na área de mata nativa. Brandão & Cancello (1999) afirmam que em muitas
comunidades ecológicas, Formicidae é dominante, ocupando todos os espaços disponíveis, onde
exercem um grande número de funções.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 SILVEIRA et al., 2002 afirma que este grupo é bastante sensível à heterogeneidade
fisionômica, já que apresenta diferentes especialidades tanto na forma de colonização, quanto na
escolha de nichos ecológicos. Santos et al. (2003), quando investigaram a fauna de artrópodes
em Attalea phalerata Mart. (Arecaceae), obtiveram Formicidae como o segundo grupo dominante
no período de seca no Pantanal de Mato Grosso.
O segundo grupo mais coletado foram os cupins, segundo Bandeira (1983), esses insetos
sociais pertencentes à ordem Isoptera, são conhecidos principalmente pelo seu aspecto de praga.
Ocorrem em todos os habitats, desempenhando importante papel na decomposição orgânica,
contribuindo na ciclagem dos nutrientes em ambientes naturais.
Além disso, o comportamento construtor dos cupins causa modificações na estrutura dos
solos, promovendo um aumento de porosidade e do transporte de partículas minerais para a
superfície e vice-versa (LEE & WOOD, 1971; WOOD & SANDS, 1978).
4.CONCLUSÃO
Com presente trabalho presente foi possível concluir que a diversidade de espécies de
Artrópodes no Bosque Municipal Ilto Ferreira Coutinho não obteve os resultados esperados.
Podem ter ocorrido vários fatores que influenciaram direto ou indiretamente nos resultados, entre
eles: A estação seca, a influência de turistas, já que o bosque é aberto ao publico, ou até mesmo
o método de coleta não ter sido adequado ao ambiente, onde armadilhas passivas poderiam ter
apresentados melhores resultados do que a ativa. Isto abre espaços para novos estudos sobre
qual o método mais eficaz para o local, e se realmente o publico tem influencia direta ou indireta
na comunidade do bosque.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ESTRUTURA HORIZONTAL DE UM SISTEMA
AGROFLORESTAL E SEU POTENCIAL PARA FIXAÇÃO DE
CARBONO NO MUNICIPIO DE ALTA FLORESTA – MT
Antônio Carlos Silveiro da Silva*, Jessica Borges da Veiga, Charles Caioni, Ademilso Sampaio de
Oliveira, Wesley Vicente Claudino
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e
Agroecossistemas Amazônicos, Alta Floresta - MT. [email protected]
Palavras-chave: Manejo de agroecossistemas, Crédito de carbono, Ciclo biogeoquímico.
1.Introdução
Entre os diversos serviços ambientais prestados pelos ambientes florestais, destacam-se o
sequestro e estocagem do carbono, em função da intensificação do efeito-estufa e do
consequente aquecimento global. Esses fenômenos ocorrem devido ao aumento da concentração
dos gases de efeito-estufa, principalmente dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso
(N2O), provenientes de emissões antrópicas (Ribeiro et al., 2009).
Uma das formas mais eficientes de diminuir os impactos ambientais ligados às alterações
climáticas é reduzir as emissões de carbono, sequestrando-o, fixando-o e mantendo-o pelo maior
tempo possível na biomassa vegetal (Alvarado et al., 2008). Em geral, a fixação de carbono pode
aumentar através de intervenções como de programas de manejo de solos com reflorestamentos,
sistemas agroflorestais e práticas conservacionistas de solos (Arevalo et al., 2002).
Desta forma os sistemas agroflorestais se prestam como importantes ecossistemas na
manutenção de serviços ambientais, e sendo de tal forma, de interesse o estudo de sua estrutura,
arranjo e composição, para que se possa aferir com maior veracidade sua relevância ecológica.
Como descrito por Wolf et al. (2012) e Alvarado et al. (2003) os sistemas agroflorestais além de
garantirem uma renda adicional para a sustentabilidade financeira do sistema através da produção
de alimentos, os mesmos apresentam potencial na retenção de carbono, servindo como
sumidouro deste elemento em quantidades consideráveis.
Diante do exposto, o presente estudo objetivou analisar a estrutura horizontal e estimar o
potencial de estoque de biomassa aérea, fixação de carbono e sequestro de dióxido de carbono
em um sistema agroflorestal da região norte do estado de Mato Grosso.
2.Material e Métodos
2.1. Área de estudo
O experimento foi conduzido no município de Alta Floresta, localizado no extremo norte do
estado de Mato Grosso, entre as coordenadas geográficas de 09º 02’ 29" a 11º 15’ 45” de Latitude
sul e 56º 44' 55" a 58º 45’ 10” de Longitude oeste, estando a uma altitude de 283 metros (Figura
1). O municipio possui uma área territorial de 8.947 km2 (IBGE, 2007), ocupada por um total de
49.164 habitantes (IBGE, 2013).
Apresenta clima Equatorial continental úmido com estação seca definida da Depressão sul
amazônica, com temperatura média anual entre 24,3 e 24,8 ºC (Butturi et al., 2013), com
precipitação pluviométrica de 2.000 a 2.300 mm (SEPLAN, 2006). O relevo faz parte do Planalto
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Apiacás-Sucurundi e da Depressão Interplanáltica Amazônica Meridional. Os solos presentes na
região variam de Argissolos Amarelo e Vermelho-Amarelos e, em menor proporção os Latossolos
e solos Hidromórficos (Ferreira, 2001).
A cobertura vegetal dominante no município de Alta Floresta é do tipo Floresta Ombrófila
Aberta Tropical, Floresta densa tropical, Savanas e Áreas de tensão ecológica que ocorre
associada às palmeiras e cipós. Este tipo de floresta caracteriza-se pela presença de árvores de
grande porte, muitas vezes bastante espaçadas, pelo frequente agrupamento de palmeiras e,
também pela grande quantidade de fanerófitas sarmentosas (Oliveira, 2006).
Figura 1. Localização do municipio de Alta Floresta – MT.
O levantamento foi realizado em um sistema agroflorestal (SAFs), pertencente a uma
propriedade rural de Alta Floresta. O sistema possui uma área de 30 x 80m, sendo desenvolvido
pelo proprietário á 15 anos. A principal cultura agrícola empregada é o cacau (Theobroma cacau
L.) no espaçamento 3 x 4m, estando consorciado com outras espécies florestais distribuídas
aleatoriamente pelo SAFs (Tabela 1).
Tabela 1. Espécies florestais utilizadas no Sistema Agroflorestal (em estudo), localizado no
município de Alta Floresta - MT.
Área
Sistema agroflorestal
Nome científico
Aristida pallens Nuff
Theobroma cacau L.
Ocotea sp.
Cedrela fissilis Vell.
Sapium glandulatum (Vell.) Pax.
Senegalia polyphylla (DC) Britton & Rose
Chlorophora tinctoria (L.) Gaud.
Calycophyllum spruceanum (Benth.) K. Schum.
Schizolobium amazonicum Ducke
Nome comum
Barba de bode
Cacau
Canela
Cedro rosa
Leitero
Monjoleiro
Moreira
Mulateiro
Pinho cuiabano
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Timburi
2.2. Coleta e analise de dados
Para coleta de dados foram estabelecidas dez parcelas aleatórias, de 10 x 10m (100m2), e
realizado o inventário florestal medindo-se o diâmetro do fuste a 1,3 m de altura (DAP), com
auxilio de uma fita diamétrica. Todos os indivíduos tiveram o DAP mensurado, independente do
diâmetro. Os indivíduos (cacau e espécies florestais) foram divididos em classes de diâmetro.
Para melhor compreensão da estrutura vegetacional presente no SAFs, utilizou-se o intervalo de 5
cm para cada centro de classe, iniciando-se a partir de 10 cm.
A análise fitossociológica foi feita de acordo com a metodologia usada por Jardim e
Hosokawa (1986) e Ribeiro et al. (1993). Esta metodologia utiliza parâmetros das espécies como:
Frequência, Densidade e Dominância, colocados de modo relativo e agrupados em um único valor
que indica a importância ecológica (IVI) da espécie na floresta. Também foi analisado o índice
valor de cobertura (lVC), o qual destaca a ordem de importância das espécies e pode ser
expresso pela somatória da densidade relativa e dominância relativa (Santos, 1996).
Para a estimativa da biomassa florestal foi utilizada apenas a variável DAP, seguindo a
metodologia proposta por Arevalo et al. (2002), utilizando-se a equação alométrica para os
indivíduos vivos (em Mg.ha-1):
BAVT = 0,1184 DAP^ 2,53* 0,1
Onde:
BAVT= biomassa aérea total de indivíduos vivos,
DAP= diâmetro do fuste,
0,1 = fator de conversão para parcelas que possui dimensão de 100 m2.
O estoque de carbono foi obtido multiplicando-se a biomassa florestal aérea pelo fator 0,45
(Brown, 1997). A determinação do CO2 foi adquirida pela razão entre a massa molecular do
dióxido de carbono (CO2) e a massa atômica do carbono (C) (Brown et al., 1986). Os valores
obtidos para biomassa, carbono e dióxido de carbono foram expressos para cada espécie
encontrada no sistema agroflorestal.
3.Resultados e Discussão
No sistema agroflorestal foram encontrados um total de 127 indivíduos, dos quais
aproximadamente 70% são representados pela cultura do cacau e os outros 30% pelas espécies
florestais. A distribuição diamétrica dos mesmos encontra-se ilustrada na Figura 2. Para espécie
cacau evidenciou-se uma maior concentração na segunda e terceira classe de diâmetro (Figura
2A), as quais corresponderam a 68,53% dos indivíduos amostrados. Já para as espécies florestais
houve uma maior concentração entre as classes de 20,1 a 45 cm, o que correspondeu a
aproximadamente 71% dos indivíduos florestais presentes no sistema (Figura 2B).
Para o sistema agroflorestal, como um todo, houve uma maior concentração nas primeiras
classes amostradas (Figura 2C). A segunda, terceira e quarta classe de diâmetro tratadas
conjuntamente revelaram que 63,77% dos indivíduos tinham o diâmetro à altura do peito entre
10,1 a 25 cm. Esta distribuição fez com que a curva da Figura 2C não apresentasse uma
distribuição típica para ambientes conservados (Jurinitz e Jarenkow, 2003), no entanto tal
resultado é esperado, uma vez que o mesmo é observado para vegetações naturais e não para
ambientes artificiais. A espécie que contribuiu com os maiores valores de diâmetro encontrado foi
o Pinho cuiabano, variando de 65 a 77 cm, sendo os menores diâmetros encontrados na cultura
de cacau.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 (A)
(B)
(C)
Figura 2. Distribuição diamétrica encontrada no sistema agroflorestal. (A) Diâmetro da
espécie cacau. (B) Diâmetro das espécies florestais. (C) Diâmetro total das espécies analisadas.
Os índices encontrados para o valor de importância (IVI) de cada espécie estão
evidenciados na tabela 2, com os valores de densidade, freqüência e dominância relativa e o valor
de cobertura (IVC). A espécie que apresentou maior IVC e IVI foi o Cacau, devido a sua alta
densidade e frequência em comparação aos demais. A espécie florestal Leiteiro obteve a maior
percentagem de dominância relativa, contribuindo com 2,52 m2 da área basal total do sistema
agroflorestal (6,78 m2). Este valor de dominância fez com que a espécie obtivesse o segundo
melhor resultado de IVC e IVI.
Observa-se que algumas espécies tiveram sua densidade relativa semelhantes entre si,
mas o seu valor de importância diferenciou significativamente. Tal resultado pode ser explicado
pela dominância relativa que cada espécie apresentou, portanto as espécies que apresentaram
uma dominância relativa maior que as demais (com densidade e frequência iguais) demonstram
um diferencial em suas características fisionômicas e uma maior adaptabilidade no local.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Tabela 2. Lista da ordem decrescente das espécies com maior valor de importância do
sistema agroflorestal no municipio de Alta Floresta – MT.
Espécies
NI
DR %
FR %
DoR %
IVC
IVI
Cacau
89
70,08
37,03
26,25
96,33
133,36
Leitero
25
19,68
29,63
37,17
56,85
86,48
Pinho cuiabano
4
3,14
7,41
22,13
25,27
32,68
Canela
3
2,36
3,70
4,87
7,23
10,93
Moreira
1
0,79
3,70
2,80
3,59
7,29
Timburi
1
0,79
3,70
2,21
3,00
6,70
Cedro rosa
1
0,79
3,70
1,62
2,41
6,11
Mulateiro
1
0,79
3,70
1,33
2,12
5,82
Monjoleiro
1
0,79
3,70
1,03
1,82
5,52
Barba de bode
1
0,79
3,70
0,59
1,38
5,08
NI = número de indivíduos; DR = densidade relativa; FR = frequência relativa; DoR =
dominância relativa; IVC = índice valor de cobertura; IVI = índice valor de importância.
Os valores encontrados para biomassa aérea, estoque de carbono e estimativa de
sequestro de CO2 para as espécies presentes no SAFs, estão evidenciados na tabela 3. A
espécie Leiteiro apresentou as maiores proporções de biomassa aérea (2.731,09 Mg ha-1) seguida
de Pinho cuiabano e Cacau, as quais contribuíram com 85,48% da biomassa total presente no
levantamento. Estes resultados só foram possíveis devido ao número e ao diâmetro do fuste de
cada indivíduo das respectivas espécies. No entanto, nota-se que a cultura Cacau apresentou os
maiores valores de indivíduos no sistema (Tabela 2) e os menores valores de DAP (Figura 2) o
que não se mostrou suficiente para superar a quantidade de biomassa aérea apresentada pelas
espécies florestais Leiteiro e Pinho cuiabano.
Para as variáveis carbono e dióxido de carbono os resultados foram semelhantes aos
apresentados pela biomassa aérea, uma vez que a fixação e sequestro de carbono estão
intimamente ligadas aos valores obtidos pela biomassa de cada indivíduo e espécie presentes no
sistema agroflorestal. De modo geral, o SAFs se mostrou importante para a fixação e sequestro
de carbono, uma vez que o mesmo contribui com 3.237,00 Mg ha-1 de carbono e 11.819,86 Mg ha1
de CO2 respectivamente. Tais resultados corroboram com a ideia de que os sistemas
agroflorestais são potenciais para a fixação de carbono e, portanto apresentam potencial para
melhorar a qualidade ambiental via regulação do clima (Izac e Sanchez, 2001).
Tabela 3. Quantidade total de biomassa aérea, carbono e CO2 para as espécies do sistema
agroflorestal, localizado no municipio de Alta Floresta – MT.
Biomassa Aérea
Carbono
CO2
Espécies
Mg ha-1
Leitero
2.731,09
1.229,14
4.510,94
Pinho Cuiabano
2.139,45
962,75
3.533,31
Cacau
1.278,09
575,14
2.110,77
Canela
343,47
154,56
507,24
Moreira
231,81
104,31
382,84
Timburi
171,31
77,09
282,92
Cedro Rosa
106,90
48,10
176,54
Mulateiro
96,85
43,58
159,95
Monjoleiro
63,55
28,60
104,95
Barba de bode
30,52
13,73
50,40
Total
7.193,04
3.237,00
11.819,86
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Portanto, o sistema agroflorestal se mostrou dinâmico em relação sua estrutura horizontal
e seu potencial para fixação de carbono, tendo a participação efetiva de suas essências florestais.
Este apresentou grande importância ecológica, demonstrando potencial para sugestão de
utilização como crédito de carbono e desempenhando um papel significativo no ciclo
biogeoquímico deste elemento. Corroborando com a ideia de que os sistemas agroflorestais se
apresentam como protótipos alternativos de sustentabilidade para utilização dos ecossistemas
(Vale, 2004).
5.Referência Bibliográfica
Alvarado JR, Veiga JB, Santana AC. 2008. Quantificação do carbono em sistemas de uso-da-terra
no distrito de José Crespo e Castillo, Peru. Asociación Latinoamericana de Producción Animal, 16:
139-152.
Arevalo LA, Alegre JC, Vilcahuaman LM. 2002. Metodologia para estimar estoque de carbono em
diferentes sistemas de uso da terra. Colombo: Embrapa Florestas.
Brown S. 1997. Estimating biomass and biomass change of tropical forests: a primer. Rome: FAO.
Brown S, Lugo AE, Chapman J. 1986. Biomass of tropical tree plantations and its implication for
the global carbon budget. Canadian Journal of Forest Research, 13: 390-394.
Butturi W, Nunes EJS, Silva EP. 2013. Banco de dados geográfico aplicado ao cadastro ambiental
rural do município de Alta Floresta-MT. Revista de Ciências Agro-Ambientais, 11: 1-8.
Ferreira, JCV. 2001. Mato Grosso e Seus Municípios. Cuiabá: Secretaria de Estado de Educação.
Instituto
Brasileiro
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Geografia
e
Estatística
(IBGE).
2007.
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http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=510025#. Acesso em: 09 abr. 2014.
Instituto
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de
Geografia
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Estatística
(IBGE).
2013.
Censo
2013.
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=510025&search=mato-grosso|altafloresta. Acesso em: 09 abr. 2014.
Izac AMN, Sanchez PA. 2001. Towards a natural resource management paradigm for international
agriculture: the example of agroforestry research. Agricultural Systems, 69: 5-25.
Jardim FCS, Hosokawa RT. 1986. Estrutura da Floresta Equatorial Úmida da Estação
Experimental de Silvicultura Tropical do INPA. Acta Amazonica, 16/17 (único): 411-508.
Jurinitz CF, Jarenkow J. 2003. A estrutura do componente arbóreo de uma floresta estacional na
Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 26: 475-487.
Oliveira AS. 2006. Qualidade do Solo em Sistemas Agroflorestais em Alta Floresta-MT.
Dissertação de Mestrado, Curso de Pós-Graduação em Ciências do Solo e Nutrição de Plantas,
UFV, Viçosa.
Ribeiro RI, Higuchi N, Azevedo C.P. 1993. Estudos Fitossociológicos nas Regiões de Carajás e
Marabá-PA. Monografia, UTAM, Manaus.
Ribeiro SC, Jacovine L.AG, Soares CPB, Martins SV, Souza AL, Nardelli AMB. 2009.
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município de viçosa, Minas gerais. Revista Árvore, 33: 917-926.
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Tropical Úmida de Terra-Firme da Amazônia Brasileira. Tese de Doutorado, UFV, Viçosa.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
(NECTAR)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN). 2001. Unidades
Climáticas do Estado de Mato Grosso. In: Zoneamento Sócio Econômico Ecológico. Cuiabá:
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serviços ambientais. In: Seminário de Agroecologia de Mato Grosso do Sul, 4., Glória de
Dourados. Anais... Glória de Dourados: seminário de agroecologia de mato grosso do sul, p. 1-5.
VALE, R. S. 2004. Agrossilvicultura com eucalipto como alternativa para o desenvolvimento
sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Curso de Pós-Graduação em
Ciências Florestais. UFV, Viçosa.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 FATORES QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DA
AGRICULTURA NA BACIA DO RIO DO SANGUE
Jéssica Cocco*, Edinéia Aparecida dos Santos Galvanin, Rogerio Gonçalves Lacerda de Gouveia,
Higor Vendrame Ribeiro
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Programa de Pós Graduação Ambiente e Sistemas de
Produção Agrícola. Tangará da Serra- MT. [email protected]
Palavras-chaves: desmatamento, declividade, migração
1.Introdução
O estado de Mato Grosso começou a ser ocupado no século XVII, desde então houve
algumas transformações do espaço, devido às pressões antrópicas (KLINK e MOREIRA, 2002).
No entanto, nos anos 80, a soja levou o progresso e o desenvolvimento para regiões
despovoadas e desvalorizadas no Brasil Central (FREITAS, 2011).
Deste modo como houve a evolução das áreas destinadas ao cultivo de soja, em
consequência houve o aumento de áreas desmatadas, causando alguns prejuízos ao ambiente,
como a destruição das florestas, da biodiversidade genética, a erosão dos solos e a contaminação
dos recursos hídricos (BALSAN, 2006; OLIVEIRA-FILHO e LIMA, 2002).
Além disso, vale ressaltar que o Estado de Mato Grosso contribui para o incremento da
produção hídrica de seis bacias hidrográficas brasileiras, Amazônica, Araguaia-Tocantins, ParanáParaguai, São Francisco, Atlântico Norte-nordeste e Atlântico Leste (LIMA e SILVA, 2002). O Rio
do Sangue pertence à bacia hidrográfica Amazônica, e é considerado como um dos principais
afluentes da sub-bacia do Rio Juruena (MATO GROSSO, 2010). As principais atividades na
região da bacia do Rio do Sangue são a pecuária, a agricultura e usinas de geração de energia
(BRASIL, 2006).
Neste contexto, atividades como agricultura, pecuária, usinas de geração de energia e
áreas de lazer, presentes na bacia Rio do Sangue, modificam o ambiente natural. Ao passo que
esse processo vai avançando ocorre à redução do ambiente natural, quando de forma
desordenada grandes problemas ambientais são causados (SILVA e FRANCISCHETT, 2012),
como o desrespeito com as áreas de preservação permanentes uso ilegal da mata ciliar pelos
proprietários de terras (SERIGATTO, 2006). Portanto este trabalho propõe identificar e analisar os
fatores que favoreceram o processo de ocupação na região da bacia do Rio do Sangue.
2.Material e Métodos
2.1 Área de Estudo
A bacia do Rio do Sangue situa-se na região centro norte do Estado de Mato Grosso, entre
as coordenadas geográficas 12°15’ a 14°45’ de latitude S e 56°45’ a 58°15’ de longitude W,
ocupando uma área de aproximadamente 2.890.412,65 ha (Figura 01). Compreendendo os
Municípios de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Diamantino, Nova Marilândia, Nova
Maringá e Brasnorte.
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(NECTAR)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 01: Mapa de localização da bacia do Rio do Sangue, Mato Grosso Brasil.
A bacia apresenta dois tipos de vegetação principais, Floresta Estacional e a Savana,
contidas nos biomas Amazônia e Cerrado (BRASIL, 2004). O clima da região é Tropical com
regime pluviométrico composto por uma estação chuvosa, de outubro a março e, outra seca, de
abril a setembro, temperatura e precipitação média anual são 24,4°C e 1500 mm, respectivamente
(DALLACORT et al., 2010). O solo da bacia é composto por Latossolo Vermelho distrófico,
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico e Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, principalmente
(BRASIL, 2001).
2.2 Procedimentos metodológicos
Foi realizado um levantamento dos motivos que levaram a ocupação das terras na região
da bacia do Rio do Sangue por meio de análise de dados secundários, tais como valoração das
culturas, incentivos governamentais, estradas, valor das terras, entre outros. Esses dados foram
analisados por meio de revisão bibliográfica e busca em bancos de dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
Para a elaboração dos arquivos vetoriais do mapa de solo foi utilizado como referencia o
Mapa de solos do Brasil na escala de 1:5.000.000 elaborado pelo IBGE e EMBRAPA (IBGE,
2001), que no contexto deste estudo foram recortados pela máscara da área de estudo e inseridos
no Banco de Dados Geográficos visando a integração com as demais informações espaciais.
Para o mapa de declividade foi seguida a metodologia de Sousa Junior e Dêmatte (2008),
onde o modelo digital de elevação (MDE) foi gerado utilizando as curvas de nível, por meio da
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Rede Irregular de Triangulações (Irregular Triangulated Networks – TIN) que reproduz elevação
ao plotar pontos em vértices de triângulos.
A classificação das declividades foi realizada conforme proposto pela Embrapa (2009), que
considera: 0–3 cm m-1 (plano), 3–8 cm m-1 (suave ondulado), 8–20 cm m-1 (ondulado), 20–45 cm
m-1 (forte ondulado), 45–75 cm m-1 (montanhoso) e 75–100 cm m-1 (escarpado).
Para a confecção dos mapas de declividade e de solos utilizou-se o software ArcMap,
versão 9.2 (ESRI, 2008).
3. Resultados e Discussões
De acordo com Ferreira (2001), a atividade econômica na região baseia-se na agricultura,
pecuária, extrativismo (mineral e vegetal), agroindústria e ecoturismo. A agricultura está em
destaque, uma vez que esta representa a base econômica da região, em decorrência do cultivo de
soja, arroz, milho, cana-de-açúcar, algodão e feijão, principalmente (CONAB, 2013).
De acordo com Coutinho (2009), as características do solo, relevo, clima e precipitação,
presentes na bacia do Rio do Sangue possibilitaram a expansão da agricultura e pecuária na
região. Além disso, fatores históricos e econômicos como incentivos governamentais, preços de
terras e produtos, também influenciaram no processo de ocupação da região.
(a)
(b)
Figura 02: (a) Mapa de solos e (b) mapa de declividade da bacia do Rio do Sangue-MT.
A partir do mapa de solos foi possível constatar que os principais tipos de solo presentes
na Bacia são Argilossolo vermelho-amarelo (5,42), Latossolo vermelho-amarelo (52,65%),
Neossolo litólico (0,25%), Neossolo Quartzarênico (5,85), Latossolo Vermelho (35,83) (figura 02
a).
O Latossolo vermelho-amarelo e o Latossolo vermelho apresentam alta profundidade,
baixa densidade aparente (0,92g a 1,15g/cm3) a porosidade varia de alta a muito alta (60% a
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correção da acidez e adubação fertilizante (SANTOS et al., 2006).
Ademais por possuírem excelentes condições físicas, tendem a favorecer a sua utilização
para o cultivo de diversas culturas, quando associado ao relevo plano a suave ondulado e clima
adaptado (SANTOS et al., 2006).
A bacia apresenta em sua maior parte (77,37) relevo plano a suave ondulado (tabela 01 e
figura 02 b), sendo que este é um fator importante para o desenvolvimento da agricultura, uma vez
que possibilitam melhores condições para o uso de maquinário agrícola, facilitando o processo de
plantio e colheita (COELHO et al., 2002).
Tabela 01: Declividade, tipo de relevo e a área da bacia do Rio do Sangue-MT.
Declividade
Relevo
Área em %
0-3 cm m-1
Plano
59,06
3-8 cm m-1
Suave Ondulado
18,31
8-20 cm m-1
Ondulado
14,05
20-45 cm m-1
Forte Ondulado
8,45
45-100 cm m-1
Montanhoso a escarpo
0,13
Além disso, regiões de altos declives, normalmente são usadas para pastagem,
reflorestamento e preservação da biodiversidade local, uma vez que a ocupação inadequada pode
causar erosão, lixiviação, deslizamentos, dificuldade nas manobras dos maquinários, entre outros
(COELHO et al., 2002; ALMEIDA, 2005).
A migração marca o contexto da ocupação do Mato Grosso, sendo estimulada por
incentivos governamentais, acesso ao financiamento e o baixo preço das terras do estado em
relação aos demais estados (DESCONSI, 2010). Houve um aumento de 29,72% da população na
região da bacia do Rio do Sangue de 1990 até 2010 (IBGE, 2013). Desconsi (2010) ressalta ainda
que o fluxo migratório para a região mato-grossense era advindo basicamente da Região Sul,
desencadeada pelos grandes incentivos governamentais, inovações tecnológicas na agricultura e
baixo custo das terras na região (REZENDE, 2002; SANTOS et al., 2010; GASQUES et al., 2008).
O preço dos produtos da agricultura e da pecuária de acordo com Strassburg et al. (2013),
se mantiveram de 1990 a 2010 sem grandes variações, no entanto houve um aumento na
produção das culturas (milho, sorgo, soja, algodão e arroz) (27%) e da pecuária (12%) bem como
um aumento na área destinada à essas atividades, 27% e 13% respectivamente (STRASSBURG
et al., 2013).
Atualmente a agricultura no estado de Mato Grosso tem passado por problemas no
transporte da produção, de acordo com Almeida (2005), os principais problemas são a
precariedade das estradas e a distância do estado em relação aos principais portos do país, que
contribuem para o elevado custo do transporte dos produtos em virtude dos pedágios. De acordo
com Brasil (2002), a região da bacia do Rio do Sangue possui quatro rodovias estaduais (MT 170,
MT 358, MT 160, MT 220) e uma federal (BR 364), juntas fornecem 528 km de estradas, no
entanto somente 50% destas possuem asfalto, demonstrando assim a necessidade de
investimentos nesse setor na região, a fim de melhorar as condições de transporte da produção.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4.Considerações Finais
A bacia do Rio do Sangue apresenta condições climáticas, de solo e de relevo que
favorecem o uso das terras da região para o cultivo de diversas culturas agrícolas, como soja,
milho, sorgo, algodão. Além disso, no decorrer do processo de colonização da região fatores
como preço das terras no estado, a valorização econômica dos produtos agrícolas, também são
fatores importantes no processo de expansão da agricultura na bacia do Rio do Sangue.
5.Referencias bibliográficas
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UTILIZANDO REDE DE ESPERA – PANTANAL,
MATOGROSSENSE.
Auclar Felipe Botini, Cleber Aparecido de Barros, Talitha Hevilla de Souza, Nadia Botini, Nelson
Antunes de Moura
Universidade do Estado de Mato Grosso
Palavras-chave: Diversidade de peixes. Abundância. Pantanal.
1. INTRODUÇÃO
A América do Sul apresenta a fauna de peixes de água doce mais rica do mundo, com
uma grande diversidade morfológica e adaptativa (Uieda, v.s, Castro, R. M. C, 1999).
Assim a quantidade de informações disponíveis acerca da ecologia de peixes de rios é
consideravelmente menor do que aquela disponível para as espécies de peixes marinhos, devido
não somente ao valor econômico comparativamente menor dos primeiros, mas também, em
grande parte, às dificuldades envolvidas nas técnicas de amostragem em rios (Whitton apud
Ueida, V, S, 1999).
O Pantanal é uma vasta planície alagável localizada na Bacia do Alto Paraguai (BAP), que
abrange áreas do Brasil, Paraguai e Bolívia, considerado Patrimônio Nacional pela Constituição
Federal de 1988 e reconhecido, em 2000, como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da
Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO). Esta região apresenta um regime hidrológico peculiar que se caracteriza pela
alteração sazonal dos níveis dos rios, chamada pulso de inundação, que está entre os principais
fatores que regem o funcionamento do sistema e garantem a biodiversidade, representada por
mais de 650 espécies de aves, 80 espécies de mamíferos, 50 espécies de répteis, 2.000 espécies
de plantas e mais de 260 espécies de peixes.
Britski e colaboradores, no livro “Peixes do Pantanal”, publicado em 1999, listaram a
ocorrência de 11 ordens de peixes, representadas por 109 espécies de Characiformes, 105 de
Siluriformes, 16 de Perciformes, 12 de Gymnotiformes, 11 de Cyprinodontiformes e 11 de
espécies distribuídas nos grupos Myliobatiformes, Clupeiformes, Beloniformes, Synbranchiformes,
Pleuronectiformes e Lepidosireniformes.
Com isto, a diversidade da fauna de peixes do Pantanal existe graças a processos
evolutivos, com desenvolvimento de diferentes estratégias de uso dos recursos ambientais,
principalmente quanto à obtenção de energia por meio da alimentação. Assim, nesta região, há
peixes detritívoros (que se alimentam de restos de animais e vegetais, encontrados no fundo dos
rios), herbívoros (alimentam-se de folhas e frutos), carnívoros (que se alimentam de peixes, por
exemplo) e suas variações, que são outras formas de alimentação, como, por exemplo,
insetívoros, iliófagos (que se alimentam lodo), lepidófagos (que se alimentam de escamas), etc.
O pantanal é uma das maiores áreas alagáveis do mundo, ainda carece de estudos que
avaliem a diversidade a estrutura e a dinâmica das comunidades de peixes. Sabendo dessas
informações, o objetivo deste trabalho foi verificar a diversidade e abundância de espécies de
peixes em diferentes horários em um trecho do rio Bento Gomes localizado no município de
Poconé – MT. Delimitar a ocupação das comunidades nos horários amostrados; Comparar
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 diversidade de espécies coletadas em cada horário e Identificar o horário de maior abundância de
espécies.
2.MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no rio Bento Gomes, localizada na cidade de Poconé- MT. O
trabalho de campo foi realizado nos dias 18, 19, 20 de novembro de 2013. As coletas foram
realizadas em três pontos do rio: P1, P2, P3, utilizando a coleta passiva, ou seja, consiste na
captura de peixes utilizando apetrechos que não são movidos ativamente pelo coletor, produzindo
supostamente uma menor perturbação no ambiente. O apetrecho utilizado foi a rede de espera.
As redes de espera possuíam malhas 4, 6, 8, mm entre nós opostos com 25m de comprimento e
altura de 2,5m, utilizada por trinta minutos por ponto. Os horários para as coletas foram: 7:00 às
8:00 h, 8:00 às 9:00 h, 9:00 às 10:00 h.
Os exemplares coletados foram fixados em formol 30% em sacos plásticos no campo para
o transporte até o laboratório e após dois dias foram transferidos para álcool 70%. Os exemplares
estão armazenados no Laboratório de Genética do Centro de Pesquisas, Estudos e
Desenvolvimento Agro-Ambientais – CPEDA, da Universidade do Estado de Mato- Grosso
(UNEMAT), campus Tangará da Serra. No laboratório os peixes foram triados e identificados com
apoio da chave de identificação.
2.1- Área de estudo
O rio Bento Gomes pertence à porção norte do Pantanal Matogrossense situado na cidade
de Poconé. Como quase todos os rios da região, trata-se de um rio de meandros, que associado à
sua baixa declividade, propicia inundações anuais (Hamilton et al., 1996), as quais geralmente
ocorrem de dezembro a março. Ao longo de suas margens encontra-se um complexo de lagoas
de diferentes tipos, formadas pelas depressões naturais ou por mudanças naturais do curso do rio
(Figura 1).
Figura 1. Área de coleta no rio Bento Gomes, Poconé – MT.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram capturados 111 indivíduos pertencentes três ordens, sete famílias e dezessete
espécies de peixes. A ordem com maior número de espécies foi Characiformes com onze
espécies, seguida por Siluriformes (três espécies), Perciformes (três espécies). A ictiofauna da
América do Sul, segundo Lowe-McConnell (1999), é caracterizada pela dominância de
Characiformes sobre Siluriformes (Figura 2).
Figura 2. Riqueza absoluta de espécies nas três ordens capturadas no rio Bento Gomes,
Mato Grosso.
A distribuição de abundâncias das espécies na comunidade mostrou que poucas espécies
foram muito abundantes, algumas com abundâncias intermediárias e a maioria com baixa
abundância, sendo que 55.86% das espécies apresentaram abundância inferior a 7 indivíduos e
44,14% das espécies foram representadas por 10 ou mais indivíduos. Por outro lado, a espécie
mais abundante, Cyphocharax gillii representou 44,14 % da amostra (49 indivíduos) (Figura 3).
A ordem Characiformes representa o maior grupo de peixes da America do Sul, com mais
de 1100 espécies conhecidas neste continente e apresenta variabilidade adaptativa a diversidade
de habitat na região neotropical (MELO et al., 005).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 3. Abundância absoluta das dezessetes espécies encontrados durante a coleta no
rio Bento Gomes, Mato Grosso.
A família Curimatidae foi a mais abundante, apresentando 64 indivíduos (57.66 %) seguida
por Characidae 28 indivíduos (25,23%), Cichlidae com 9 indivíduos (8,1%), Callichthyidae 5
(4,50%), Anostomidae 3 (2,7%), enquanto que as famílias menos abundantes foram
Auchenipteridae, Loricariidae com apenas um indivíduo (0,90 %) cada (Figura 4).
Figura 4. Frequência absoluta das 7 familías coletadas.
Esse domínio dos Characiformes ficou bem nítido nos resultados das coletas, em todos os
horários, onde a ordem foi dominante tanto em diversidade quanto em abundância.
O ponto com maior abundância de indivíduos foi o ponto 2, com 68 indivíduos coletados
(61.26%), com rede de espera malha 6 mm entre nós opostos, seguido pelo ponto um com 30
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 indivíduos (27.02%) e malha de 4 mm entre nós opostos, o ponto três teve menor abundância
com 13 indivíduos (11.71%) com malha de 8 mm entre nós opostos (Figura 5).
Figura 5. Número de indivíduos capturados nos três pontos amostrados.
O ponto dois também teve o maior índice de espécies, totalizando treze espécies (56,72%)
capturadas pertencentes a três ordens e seis famílias, o ponto um com cinco espécies capturadas
(21.73%) pertencentes a três ordens e três famílias, o ponto três também com cinco espécies
capturadas (21,73%) pertencentes a duas ordens e três famílias (Figura 6).
Figura 6. Diversidade de espécies encontradas nos pontos amostrais.
O horário que apresentou maior riqueza de espécies foi das 8 às 9h, com 13 espécies
capturadas (Figura 7).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 7. Abundância de espécies nos diferentes horários de coleta no rio Bento Gomes,
Mato Grosso.
Isto demonstra que variações na dieta podem estar relacionadas com a disponibilidade de
alimento ao longo do período do dia, e consequentemente, enunciando na amplitude do nicho
alimentar das espécies.
Assim concluímos que o horário de maior abundância e diversidade foi das 8:00 as 9:00 h,
que demonstra um horário que tenha maior disponibilidade de alimento. A Ordem mais abundante
foi a Characiformes, destacando a espécie Cyphocharax gillii, com mais de 44,14% do total de
indivíduos coletados, isso demonstra que a espécie é a dominante no sistema.
5.AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Nelson Antunes de Moura pelo comprometimento da ida a campo e pelo auxílio na
identificação dos peixes. Ao IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso) pela disponibilidade do
alojamento.
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DA SERRA-MT.
Auclar Felipe Botini, Nadia Botini, Talitha Hevilla de Souza, Tassiana Andruchak, Divina Sueide de
Godoi
Palavras – Chaves: Habito alimentar, dieta, ordem Charaiformes.
1.Introdução
A alimentação de uma espécie é a chave para a compreensão de aspectos básicos
da sua biologia, como: reprodução, crescimento e adaptação, bem como entender a
maneira como exploram, utilizam e compartilham os recursos do meio ambiente.
Adicionalmente, propiciam informações úteis sobre as relações tróficas entre os
organismos (Silva, et al., 2012).
A ordem Characiformes comporta a mais numerosa ordem de peixes de água doce
da América do Sul e apresenta destacada importância na pesca comercial e de
subsistência, na aquariofilia e na ecologia geral dos ecossistemas (Santos et al., 2004;
Santos & Santos, 2005).
A família Characidae é a mais representativa dentro da ordem Characiformes
possuindo 12 subfamílias, 167 gêneros e 98 espécies reconhecidas (Castro, 2005).
Segundo Winemiller (1989), um dos grandes objetivos da biologia atual é o
conhecimento da bionomia de uma população animal, principalmente em se tratando de
peixes teleósteos, que, dentre os vertebrados, apresentam uma grande variabilidade de
estratégias e táticas de sobrevivência. Os peixes ocupam virtualmente todos os grupos
tróficos possíveis, incluindo espécies herbívoras, carnívoras, algívoras, lepidófagas, entre
outros (Wootton, 1999).
Assim variações bióticas e abióticas podem levar a uma mudança nos itens que
compõem a dieta dos peixes, sugerindo que a maioria pode se utilizar de uma ampla
gama de alimentos, e quando um destes itens encontra-se em proporções diferentes do
normal, em escassez ou em excesso, os peixes mudam seu comportamento alimentar
(HARTZ et al., 1996; WINEMILLER; JEPSEN, 1998; BENNEMANN et al., 2005).
O conhecimento da dieta possibilita a compreensão das relações entre a ictiofauna
e os demais componentes do sistema aquático, servindo de base para o entendimento do
papel ecológico desempenhado pelos peixes e fornecendo subsídios para a conservação
dos ambientes aquáticos (Agostinho, 2005).
Por isso o presente estudo teve por objetivo fazer análise da dieta do Astyanax sp. no
córrego Russo, Tangará da Serra MT.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2.Material e Métodos
As coletas foram realizadas acima e abaixo da cachoeira do rio Russo, que fica
localizado nas coordenadas geográficas (14º37’29.02”5 57º37’45.55”0), é possível ver
a área da coleta que está dentro do circulo vermelho na figura 1 que está logo abaixo.
Figura
1.
Cachoeira do rio Russo.
Para as coletas foram utilizados:
• Uma rede de arrasto (8 m de comprimento por 1,80m de altura com malha de 10 mm). A
rede foi passada cinco vezes ao longo de 10m do rio, sendo manejada por 4 pessoas.
• Uma tarrafa de malha de 12 mm, com 1,40m de altura e 5m de diâmetro, ela foi utilizada
por 2 horas.
Os peixes coletados foram fixados em formol 30%, e após 2 dias, transferidos para
álcool 70%. Em laboratório os peixes foram triados e identificados com ajuda do professor
Dr. Waldo Pinheiro Troy. Somente o Astyanax sp. foi utilizado para o estudo da dieta.
Para fazer a biometria da espécie foi utilizada régua, o comprimento usado foi o
padrão e foram medidos 15 exemplares de Astyanax sp.
Em laboratório fiz analise do conteúdo estomacal com apoio das professoras Dr.
Divina Sueide de Godoy e Dr. Monica Josene Barbosa, onde foi possível fazer a
identificação dos organismos presentes nos estômagos dos peixes, utilizando lupa,
microscópio óptico, pinça e tesoura.
Foram realizados seguintes índices:
1) Freqüência de Ocorrência dos itens alimentares, através da fórmula:
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Onde:
і: Freqüência de ocorrência do item alimentar i na amostra;
nі: números de estômagos da amostra que contem o item alimentar i;
N: número total de estômagos com conteúdos na amostra. (Hyslop, 1980).
2) Freqüência volumétrica dos itens alimentares, foi obtida pelo método de compressão do
material (itens alimentares) com lamina de vidro sobre placa milímetrada até uma altura
conhecida (1 mm), e o resultado convertido em milímetros (1mm3 = 0,001 mL ) ( Hellawel &
Abel, 1971).
3) Determinação da importância dos diferentes itens alimentares utilizando o índice alimentar
proposto por Kawakami & Vazzoler (1980), segundo a fórmula:
Onde:
IAi = índice alimentar;
i = 1, 2,... n = determinado item alimentar;
Fi = freqüência de ocorrência (%) do determinado item;
Vi = volume (%) do determinado item.
3.Resultados
O tamanho dos espécimes de Astyanax sp. utilizados nas análises dos conteúdos
estomacais variaram entre 6 a 7,5 cm, apresentando média geral no comprimento padrão
de 6,79 cm.
Os itens alimentares consumidos e o índice de importância alimentar do Astyanax
sp. no córrego Russo estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Freqüência de Ocorrência (F%) Porcentagem Volume (V%) e índice
importância alimentar (IAi), do Astyanax sp.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 O Índice de Importância alimentar (IAi) demonstrou que Astyanax sp., alimentou- se
mais de matéria animal, sendo (16,31%) de insetos, (0,6%) coleóptera, (0,03%)
crustáceos e (0,15%) Hemíptera. Os alimentos de origem vegetal foram algas
filamentosas (9,14%), restos vegetais (1,47%).
A figura 1, representa a Freqüência de Ocorrência e Porcentagem de Volume dos
itens encontrados no estômago do Astyanax sp. Os maiores valores de ocorrência e
volume, respectivamente, foram Restos de Insetos (60% e 43,38%) e Alga Filamentosa
(46,6% e 21,32%).
Figura 1. Freqüência de Ocorrência e Porcentagem de Volume dos itens encontrados no
estômago.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Esses dados mostram que a partir desse estudo é possível saber o que uma
determinada espécie utiliza como alimento, onde isso depende muito do local, pois se o
local estiver sofrendo com a poluição, a diversidade de espécies nesse ambiente vai ser
baixa. Por isso se torna importante estudo nessa área, e várias outras.
4. Discussão
Apesar da dominância de insetos na dieta de Astyanax sp. a espécie demonstrou
flexibilidade na dieta ao consumir outros itens alimentares, Agostinho & Zalewski (1995)
enfatizam que em ambientes aquáticos tropicais, grande parte dos peixes apresenta uma
ampla flexibilidade alimentar.
Dill (1983) comenta que a flexibilidade é uma importante característica adaptativa
do comportamento alimentar de peixes, uma vez que ambientes naturais variam espacial
e temporalmente, e os peixes respondem a baixa disponibilidade alimentar alterando seu
comportamento.
No presente estudo, Astyanax sp. apresentou um habito alimentar onívoro com
tendência a insetívora. Lowe-McConnell (1999) define como eurifagia a capacidade das
espécies de explorar vários tipos de alimentos, possibilitando uma ampla distribuição das
mesmas, permitindo que as espécies onívoras se tornem mais distribuídas do que as
especialistas.
A ampla variação no espectro alimentar de espécies desse gênero foi relatada por
Vilella et al. (2002) que a descreveu como espécie onívora, predando uma ampla
variedade de itens, com insetos e plantas representando os alimentos de maior
importância na dieta, sendo que os itens de origem vegetal encontrados foram restos de
macrófitas, algas e sementes (Silva, et al., 2012).
A dieta dos peixes representa uma integração entre preferências alimentares,
disponibilidade e acessibilidade do alimento (Angermeier & Karr, 1984), assim os onívoros
podem elevar sua probabilidade de sobrevivência, principalmente frente às mudanças
ambientais (Gerking, 1994).
5. Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 DILL. L.M. Adaptative flexibility in the foraging behavior of fishes. Canadian Journal of Fisheries
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 DENSIDADE E OBSERVAÇÃO DE TRÊS COMPORTAMENTOS
DE AVES ÀS MARGENS DO RIO BENTO GOMES, PANTANAL
DE POCONÉ-MT
Andréia Izabel Mikovski(1), Kaliane Zaira Camacho Maximiano da Cruz(1), Lidiane Miranda da
Silva(1), Geyce Kelly Sales Santos Firmino(1), Nelson Antunes Moura(2).
1
Universidade do Estado de Mato Grosso
Palavras-chave: Área, Estiagem, Avifauna.
1. Introdução
O pantanal abrange uma área de 140.000 Km2 nas planícies da Bacia do Alto Paraguai,
sendo este uma das maiores regiões alagáveis do planeta. Esta região apresenta uma imensa
riqueza de espécies aquáticas e terrestres, sendo a planície inundável mais rica em espécies de
aves com 463 espécies registradas (Harris, et al., 2005).
A região do pantanal divide-se em duas épocas distintas: cheia e estiagem. Durante a
cheia as aves pernaltas espalham-se por toda a região, geralmente em grupo. Quando as águas
baixam, as lagoas se convertem em pequenas poças abrigando, assim, imensos cardumes de
peixes que se tornam presas fáceis, atraindo uma grande quantidade de aves aquáticas, dentre as
quais se destacam os jaburus, biguás, colhereiros e as garças (Gwynne et al., 2010).
Essa alternância entre o período de estiagem e cheia faz com que diferentes grupos
taxonômicos ocupem a região de forma sazonal como, por exemplo, as aves, uma vez que os
quatro biomas que contornam o Pantanal (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Chaco e Cerrado)
influenciam na sua fauna e flora (Fernandes et a., 2010). Esta ocupação ocorre devido a
capacidade das aves percorrerem longas distâncias, onde um dos fatores que levam a essa
migração é o inverno que vem juntamente com a baixa oferta de alimentos, o que induz essas
aves a migrarem dos Hemisférios Norte e Sul para os lugares vizinhos onde há alimentos
disponíveis, permanecendo nesses locais até a primavera (Nunes & Tomas, 2004).
O trabalho teve como objetivo, avaliar densidade a e a frequência da ocorrência de três
comportamentos de aves do pantanal em três horários e três diferentes pontos às margens do rio
Bento Gomes, pantanal de Poconé-MT.
2. Materiais e Métodos
O estudo de observação e comparação foi realizado no Pantanal Matogrossense,
subpantanal de Poconé (Adámoli, 1981), (Figura 1), no período de estiagem (outubro de 2013).
Foram escolhidos três pontos para serem as áreas de observação das frequências de três
comportamentos, onde o primeiro ponto foi a Área de Rio (A.R), o segundo Área Alagada (A.A) e
o terceiro Área de Mata (A.M), conforme a Figura 1. Posteriormente, as mesmas foram medidas
com fita métrica e demarcadas com barbante, onde cada área teve delimitação de 56m de
comprimento. x 36m de largura, total de 2.016 m2.
Os pontos amostrais localizam-se nas seguintes coordenadas geográficas: (A.R) teve a
coordenada de S16°19’09.6” e W056°32’36.8”; a (A.A) de S16°19’09.3” e W056°32’38.4” e a
(A.M) S16°19’09.1” e W056°32’38.0”. Esses dados foram registrados com o uso de GPS. A área
está localizada no município de Poconé, distante 100km da capital do Estado de Mato Grosso-
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Cuiabá. Os pontos de observação distanciam 15 km da área urbana do município acima citado,
em um local próximo ao Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus de Cáceres.
O primeiro ponto (Área de rio) é caracterizado pela presença nas duas margens de mata
ciliar com presença de árvores de grande porte, sendo que o lado direito apresenta algumas
partes livres, predomínio de espécies rasteiras ou por apresentar uma área ocupada pelo gado e,
portanto, desmatada. No período de estiagem é possível visualizar nas margens as áreas de
extravasamento do leito do rio e a formação de áreas alagadas no período anterior da cheia. A
área alagada neste período é caracterizada por um solo sedimentar arenoso e em alguns pontos
com presença de matéria orgânica (húmico) oriunda dos sedimentos em suspensão carreados
pelas águas do rio. Devido à diminuição do seu leito, o rio faz com que a presença de macrófitas
aquáticas seja também escassa nos pontos observados. A área de mata está em um relevo mais
acentuado do rio, é ocorre o aparecimento de árvores do tipo lenhosas e também de pequenos
arbustos.
Para a observação dos comportamentos das aves (forrageamento, pouso ou sobrevôo)
foram utilizados binóculos com expanse de 30x40 e as imagens foram capturadas com câmera
digital Sony Cyber Shot 12.1. A identificação taxonômica dos espécimes foi realizada inicialmente
no campo e posteriormente utilizando chaves de identificação de aves e auxílio de especialistas
da área da avifauna do Pantanal de Mato Grosso.
Para cada observação e em cada um dos pontos, foi cronometrado o tempo médio de 30
minutos (variação de 20 a 45 minutos), onde delimitou-se três horários: Amanhecer (Am), Manhã
e tarde. No primeiro ponto (A.R), o período compreendeu das 05:40h às 06:15h, 09:20h às 09:50h
e 16:35h às 17:11h; o ponto de Área Alagada (A.A) as observações ocorreram das 06:17h as
06:42h; 09:55h às 10:25h e 17:13h às 17:35h e o ponto de Área de Mata (A.M) observou-se das
06:43h as 07:23h; 09:56h às 10:26h e 17:36h às 18:15h. Durante as observações, utilizou-se uma
planilha com os dados para anotações das espécies bem como das áreas de ocorrências para,
posteriormente análise da densidade e dos comportamentos das aves nos três pontos e horários.
As mesmas foram identificadas com o auxílio do livro Aves da Planície Alagável do Alto Rio
Paraná (Autor, Ano).
Poconé
Figura 1. Mapa do Brasil com destaque para o Pantanal Mato-grossense, área de estudo (em vermelho) e
Imagens dos pontos de coleta (Google Earth, 2013).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 3. Resultados e Discussão
A partir das observações de campo pode-se quantificar um total 103 indivíduos distribuídos
em 28 espécies nos três pontos de estudo (Tabela 1). Apesar deste trabalho ter sido realizado em
apenas um dia, pode-se observar que a diversidade de aves, principalmente as aquáticas é
grande (diversidade gama), e isso deve-se ao próprio ambiente que se apresenta de forma
ecologicamente complexa, Tubelis e Tomas citado por Nunes (2011).
De acordo com a análise de Frequência Absoluta e Relativa (Tabela 1) as espécies com
maiores densidades foram: Cacicus cela (11,65%), Pitangus sulphuratus (8,74%), Paroaria
dominicana e Tigrisoma lineatum (7,77%).
Tabela 1. Frequências absoluta e relativa do total de espécies
rio, área alagada e mata, em ordem alfabética.
Nome científico
Nome popular
Freq.
Absoluta
Actitis macularia
Maçarico pintado
1
Anhinga anhinga
Biguatinga
6
Aramides cajanae
Saracura-três1
potes
Ardea cocoi
Garça-moura
7
Brotogeris chiriri
Periquito-de4
Encontro-Amarelo
Cacicus cela
Xexéu
12
Calidris fusciollis
Maçarico-de1
sobre-branco
Casiornes rufus
Caneleiro
4
Casmerodius albus
Garça-branca2
grande
Ceryle torquata
Martim pescador 4
grande
Columbina talpacoti
Rolinha
4
Crotophaga ani
Anú preto
4
Himantopus himantopus Pernilongo
2
Jacana jacana
Jaçanã
5
Molothrus bonariensis
Chopim
2
Notharchus
Macurú de testa 1
macrorynchos
branca
Nycticorax nycticorax
Savacu
2
Paroaria capitata
Cavalaria
2
Paroaria dominicana
Cabecinha8
vermelha
Penelope ochrogaster
Jacú-de-barriga1
castanha
Phalacrocorax
Biguá
1
brasilianus
Philohydor lictor
Bentevizinho-do1
observadas nos pontos de
Freq. Relativa
0,97%
5,82%
0,97%
6,80%
3,88%
11,65%
0,97%
3,88%
1,94%
3,88%
3,88%
3,88%
1,94%
4,85%
1,94%
0,97%
1,94%
1,94%
7,77%
0,97%
0,97%
0,97%
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Pitangus sulphuratus
Tachycineta albiventer
Theristicus
caerulescens
Bentevi
Andorinha-do-rio
Curicaca cinza
Tigrisoma lineatum
Turdus ruventris
Vanellus chilensis
TOTAL
Socó-boi
Sabiá laranjeira
Quero-quero
1
1
9
8,74%
0,97%
0,97%
8
2
7
103
7,77%
1,94%
6,80%
100%
Dentre as áreas estudadas, pode se observar que o maior número de indivíduos foi
encontrado na Área de Rio (A.R.) apresentando um total de 46 indivíduos (Figura 2).
Para Swarts citado por Morrison (2008), o Pantanal apresenta-se como uma das maiores
áreas úmidas e importantes para aves aquáticas na América do Sul. Esta riqueza pode estar
correlacionada com o fato de o rio ser circundado por áreas de mata fechada, o qual tende a
apresentam uma rica fonte de alimentação e abrigo.
A área estudada que apresentou maior número de indivíduos observados foi (A.R), no
período das 05:40h às 07:23h, com 21 representantes. Já na Área de Mata (A.M), nos horários de
09:20h às 10:55h, obteve-se o menor número de indivíduos observado, apenas 3 aves (Figura 3).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 O comportamento observado nas aves durante os três períodos de observação e as três
áreas estudadas, mostra que das 05:40h às 07:23h as aves encontravam-se em pouso, com
maior frequência na Área Alagada (A.A.).
Em relação ao ambiente, a maior frequência foi na Área de Rio (A.R.), onde apresentaram
como principal comportamento o voo, tendo o pouso como o segundo comportamento mais
evidente. Independente do horário e do tipo de ambiente, o comportamento de forrageamento
apresentou as menores frequências (Figura 4).
Segundo Nunes (2010), a avifauna concentra-se ao longo de corpos d’água no período de
estiagem, em alguns momentos do dia é possível encontrar esses animais próximos de rios e
bacias.
O comportamento de forrageamento, de acordo com as observações, foi realizado por
aves de pequeno porte que estavam em busca de alimento, principalmente insetos que ficam na
parte das margens do rio e das áreas alagadas.
Para Marques (2007), os diferentes comportamentos em cada ambiente se deve a
adaptação de cada indivíduo, assim deve-se levar em consideração durante seu estudo a ligação
que o indivíduo possui com determinado lugar.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4. Conclusão
O trabalho realizado no Pantanal de Mato Grosso possibilitou a observação de um pouco
da grande diversidade de animais, especificamente das aves aquáticas e dos seus tipos de
comportamentos, o que nos mostra que estudos prolongados e com maior acuidade de
observação são necessários para conhecer a grande riqueza ecológica que este bioma nos
oferece.
5. Agradecimentos
A Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) por proporcionar a aula de
campo realizada na disciplina de Ecologia de Comunidades.
Ao Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), por possibilitar a realização da pesquisa.
Ao Profº. Drº. Nelson Moura, pela atenção e ensinamentos.
Aos colegas de sala pelo agradável convívio.
6. Referências Bibliográficas
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09:45
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(CHACARACIFORMES: CHARACIDAE) EM RIACHOS DE
CABECEIRA
Bruno Felipe Camera, Tatiane Deoti Pelissari, Nayara Evelin da Silva, Lilian Rebeccva Pereira da
Silva, Eduardo Bessa
Palavras-chave: Ecologia, Mato Grosso, Peixe ornamental.
Introdução
A aquariofilia é uma prática milenar, presente tanto na cultura oriental quanto na cultura
ocidental (Mills, 1998; Rowland e Cox, 1998), que vem ganhando popularidade e que se mostra
uma atividade comercial rentável. Nesse sentido, há uma crescente necessidade de informação
sobre ecologia e biologia dos peixes utilizados em aquário (Chellappaet al., 2005).
A espécie Hyphessobrycon eques, conhecida popularmente como Mato-Grosso é
amplamente utilizada na aquariofilia e está presente tanto no mercado nacional quanto
internacional (Hunziker, 1986). Sua coloração avermelhada ou rosada e o pequeno porte o torna
muito procurado (Britski et al., 2007).
Endêmico da região Neotropical (Lima et al., 2003), H. eques é encontrado em riachos nas
bacias hidrográficas do Amazonas, do Paraguai (Cole e Haring, 1999), Pará-Tocantins (Weitzman
e Palmer, 1997) e na Bacia do rio Paraná (López et al., 2005). Prefere águas de correnteza suave
(Cole e Haring, 1999), com temperatura entre 22 e 26° C e pH levemente ácido, variando entre
5,0 e 7,8 (Baensch e Riehl, 1995; Fujimoto et al., 2013). De reprodução ovípara (Breder e Rosen,
1966), são peixes pacíficos (Planquette et al., 1996) e onívoros, que se alimentam de vermes,
crustáceos, insetos e plantas (Mills e Vevers, 1989).
Riachos são geralmente ambientes frágeis e pouco estudados. São urgentes trabalhos
voltados para a biologia dos peixes que habitam esses ambientes, incluindo a alimentação,
reprodução, crescimento e dinâmica populacional de espécies, muitas vezes endêmicas (Braga,
2006). Diversas práticas econômicas podem impactar estes sistemas, como o turismo
desordenado e a captura de peixes, levando à sobrexploração do recurso e afetando a dinâmica
do ambiente (Andrews, 1990; Teresa et al., 2011a, 2011b; Sabino et al., 2005).
Considerando o exposto, buscamos no presente estudo, descrever a abundância, tamanho
e dieta de Hyphessobrycon eques em riachos de cabeceira utilizados para o ecoturismo, a fim de
gerar dados que contribuam para melhor compreensão das características da espécie e sua
importância ecológica no meio onde vive.
2.Materiais e métodos
As coletas foram realizadas no município de Nobres, Mato Grosso (14º43’13” S; 56º19’39”
W), um importante destino turístico na região. O turismo em Nobres subsiste de trilhas
contemplativas e da observação de peixes em riachos integrantes da Bacia do Rio Paraguai. A
vegetação nativa é do tipo Cerrado e o clima é classificado como AW com um inverno seco e
verão chuvoso e quente (Camargo, 2011).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 As coletas ocorreram entre abril de 2009 e setembro de 2011, sempre durante a estação
seca. Amostramos sete trechos de 30 m de riachos de cabeceira com auxílio de duas peneiras por
1 h cada (90 x 70 cm, 2 mm de entre-nós), e de armadilhas do tipo covo (cinco armadilhas iscadas
com farinha embebida em óleo de sardinha, isolada por uma tela). Fixamos os animais
imediatamente após a coleta em formalina a 10% e os transferimos para etanol 70% após 72 h. A
coleta e transporte dos animais foram autorizados pelo IBAMA (SISBIO 16482-1) e os espécimes
testemunho foram depositados na coleção zoológica do Instituto de Biologia, Letras e Ciências
Exatas (IBILCE) na UNESP de São José do Rio Preto, São Paulo.
Medimos o comprimento padrão dos peixes com paquímetro digital (precisão 0,5 mm) e
obtivemos a massa dos indivíduos em balança analítica de precisão (precisão 0,01 g). Todos os
espécimes analisados (exceto o testemunho) estão depositados no Museu de Zoologia da
Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Tangará da Serra, anexados aos itens
referentes no Laboratório de Ecologia Comportamental da Reprodução.
Analisamos as medidas do comprimento padrão por meio de histograma e a razão peso x
comprimento padrão por meio de um gráfico de pontos. Calculamos o coeficiente intestinal
conforme proposto por Fugi e Hahn (1991), e o fator de condição conforme proposto por Vazzoler
(1996).
Retiramos o trato digestivo através de incisão ventral longitudinal e o medimos. Após isso,
identificamos o conteúdo estomacal em categorias ecológicas e medimos o volume dos itens.
Quantificamos a dieta por meio da Importância Alimentar do Item (IAi) conforme proposto por
Kawakami e Vazzoler (1980), onde a frequência e o volume dos itens são levados em
consideração.
3.Resultados
Coletamos 11 espécimes de Hyphessobrycon eques, compondo 0,9% da abundância total
de peixes dos riachos estudados. Os espécimesmediram 20 ± 2,4 mm (Média ± Desvio Padrão;
Figura 1) e pesaram 0,13 ± 0,05 g (Figura 2). Hyphessobrycon eques tem fator de condição de
0,008 ± 0,001, com b=3,94 e coeficiente intestinal de 0,59 ± 0,17.
Figura 1 – Distribuição de frequências do comprimento padrão de H. eques em Nobres,
Mato Grosso.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2 – Relação peso x comprimento de Hyphessobrycon eques, incluindo a equação
da reta e a representatividade da reta em relação aos pontos (R²).
Nos nove indivíduos cujo conteúdo estomacal foi analisado (um indivíduos foi depositado
como testemunho e outro não apresentou conteúdo estomacal) identificamos cinco itens
alimentares. A matéria vegetal apresentou maior importância na dieta (IAi = 0,75) aparecendo em
mais de 60% dos indivíduos, seguido por insetos autóctones (IAi = 0,11), semente (IAi = 0,07),
crustáceos autóctones (IAi = 0,05) e material orgânico digerido (IAi = 0,01) (Figura 3).
Figura 3 – Importância alimentar dos itens ingeridos por H. eques.
4.Discussão
Hyphessobrycon eques, pode medir ate 40 mm e tem primeira maturação com 21 mm
(Britski et al., 2007), o que significa que os espécimes que coletamos ainda eram imaturos. Isso
indica que riachos de cabeceira servem de berçário para esta espécie.
A relação peso-comprimento é usada para descrever o crescimento dos peixes, sem
considerar a idade do mesmo (Gomieroet al., 2010). Tanto a inclinação da reta de regressão da
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 relação peso-comprimento quanto o fator de condição indicam que H. eques tem crescimento
alométrico positivo (b>3), encontrando maior suficiência nutricional durante o período de
maturação, indicando bem-estar na população (Gomiero e Braga, 2003). Este é um bom indicador
da qualidade ecológica na área de estudos.
O comprimento do intestino relaciona-se diretamente com os hábitos alimentares dos
peixes (Gatz, 1979; Seixas Filho et al., 2000). Conforme as medidas propostas por Fugi e Hahn
(1991), Hyphessobrycon eques seria uma espécie predadora. Nossos dados de dieta não
concordam com tal conclusão, tendo como principal item em nossa amostra o material vegetal.
Outros autores consideram H. eques primariamente um predador pelágico (Mills e Vevers, 1989).
De fato, não é só a morfologia e o comportamento alimentar do peixe que determinam sua dieta. A
disponibilidade de alimento também é um fator que determina a dieta desses animais oportunistas
e plásticos (Pillay,1952).
A diversidade de itens consumidos pela espécie nos riachos amostrados concorda com a
literatura. O Mato-Grosso é um peixe onívoro tanto de acordo com nossas observações quanto
com outros estudos (Mills e Vevers, 1989; Soneira et al., 2006) e dependem principalmente de
organismos de origem autóctone para se alimentar.
Hyphessobrycon eques é um peixe de notória importância por atuar no fluxo de matéria e
energia dentro do sistema aquático como espécie consumidora primária, ingerindo vegetais, ou
secundária, ingerindo pequenos animais autóctones. Eles também integram a cadeia trófica como
presas de outros peixes e servem como indicadores de ambientes preservados em riachos na
margem esquerda do Rio Paraguai (Teresa et al. 2011a), assim como na nossa área de estudo.
5.Agradecimentos
Agradecemos a Prof. Dr. Divina Sueide de Godoi pelo auxílio na identificação do
conteúdo estomacal. Também agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Mato Grosso (FAPEMAT) pelo auxílio financeiro (Processo 002.191/2007).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 INFLUÊNCIA DA LUZ NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE
FICUS ADHATODIFOLIA SCHOTT EX SPRENG. (MORACEAE)
Machado, M. ; Ming, L. C. ; Krinski, Diones ; Souza, N. M. ; Silva, M. J. R
Palavras-chave: sementes, ficus, Plantas Medicinais, germinação.
1.Introdução
As figueiras possuem inflorescências especiais, conhecidas como figos, e designados
cientificamente como sicônios. As minúsculas flores das figueiras estão inseridas na face interna
do receptáculo do figo, que possui sempre uma abertura para o exterior designada ostíolo
(Assumpção, 2008; Carauta e Diaz, 2002). Outra característica das figueiras é a forma de
reprodução, considerada excepcional entre as plantas. A polinização é feita exclusivamente por
pequenas vespas, que geralmente têm menos de 2 mm. Os ovos dessas vespas só se
desenvolvem dentro do figo, e o mesmo somente é polinizado por elas (Pereira e Peng, 2008).
Muitos fatores podem influenciar a propagação e produção de mudas de espécies
medicinais. Com relação à germinação, os principais fatores são a luz, a temperatura, a
disponibilidade de água e o oxigênio, a qualidade das sementes, o substrato a dormência entre
outros (Brasil, 2009; Ferreira e Borghetti, 2004).
F. adhatodifolia é conhecida popularmente como figueira vermífuga, figueira branca ou
figueira de barranco e pode ser encontrada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil. Foi descrita
pela primeira vez pelo botânico alemão Heinrich Wilhelm Schott (1794-1865). O tipo foi coletado
pelo próprio Schott e a primeira descrição data de 1827. O epíteto adhatodifolia refere-se à
semelhança de suas folhas com as do gênero Adhatoda da família Acanthaceae (Carauta e Diaz,
2002) e pertence ao subgenero Pharmacosycea.
O subgênero Pharmacosycea, recebeu esse nome em virtude das propriedades
medicinais de suas plantas, dentre elas a espécie F. adhatodifolia, (Carauta e Diaz, 2002). Essa
espécie, além da atividade anti-helmíntica, é também recomendada no tratamento de
ancilostomose e no tratamento de icterícia. Aos seus frutos são atribuídas propriedades
afrodisíacas e estimulantes de memória. (Amorim et al., 1999; Lorenzi e Matos, 2008; Schultes e
Raffauf, 1990). O uso do látex como medicamento anti-helmíntico pode trazer diversos riscos,
devido principalmente à alta dosagem, pois apresenta ação purgativa muito drástica, podendo
ocorrer até o sangramento de órgãos do sistema digestório (Lorenzi e Matos, 2008).
Aparentemente, a regeneração natural das figueiras requer ambientes com alta
luminosidade e certas perturbações do solo. Portanto, em condições de manejo em floresta o
gênero Ficus estaria adaptado à retirada por grupos ou manchas, em vez de extração seletiva.
Contudo, é importante manter um número relativamente alto de árvores adultas, já que os
polinizadores dependem da existência de uma fonte contínua de árvores com frutos adultos e sem
estes polinizadores, não existirão sementes viáveis para a regeneração (Fredericksen et al.,1998).
Apesar da crescente o número de trabalhos sobre análise de sementes de espécies nativas, ainda
há carência de informações sobre as condições ideais de germinação de muitas espécies, como a
F.adhatodifolia Schott ex Spreng. (Moraceae).
A germinação é uma sequência de eventos fisiológicos influenciados por fatores externos
(ambientais) e internos (dormência, inibidores e promotores da germinação). O processo de
germinação é um fenômeno biológico que pode ser considerado pelos botânicos como a retomada
do crescimento do embrião, com o subsequente rompimento do tegumento pela radícula.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Entretanto, para os tecnólogos de sementes, a germinação é definida como a emergência e o
desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando a sua capacidade para dar
origem a uma plântula normal, sob condições ambientais favoráveis (Nassif et al., 1998).
Por razões articuladas acima, existe a necessidade de se estudar técnicas de
germinação de sementes na propagação de F. adhatodifolia, por se tratar de uma espécie nativa e
indicada na recuperação de áreas degradadas, como apresenta (Carauta e Diaz, 2002), Silveira e
Coelho, (2008) além de ser uma planta medicinal indicada para tratamentos de verminoses.
2.Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Laboratório de plantas Medicinas do Departamento de
Horticultura da UNESP, campus de Botucatu SP, no mês de Janeiro de 2014. As sementes foram
coletadas no ano de 2012, no município de Iporanga – SP.
O delineamento experimental foi definido com dois tratamentos (fotoperíodo, 24 horas luz e
24 horas escuro) e quatro repetições de 100 sementes cada. A germinação foi conduzida em
caixas de germinação tipo gerbox (11 x 11 x 3 cm), em germinadores tipo Marconi®, com
circulação interna de água, com temperatura constante de 30°C, um com 24 horas luz, e outro
com 24 horas sem luz sob mesmas condições de temperatura e umidade. A cada 3 dias realizavase a avaliação das sementes germinadas. Foi utilizado lâmpada da cor verde, em ambiente
totalmente escuro para realizar analise da germinação para as sementes que permaneceram no
tratamento sem luz. As caixas gerbox contendo as sementes que permaneceram no
termogerminador 24 horas escuro ficaram ainda envolvidas em papel alumínio. O parâmetro
avaliado foi à porcentagem de germinação (% G) e comparada entre os fatores (24 horas Luz e 24
horas escuro). Após o período de 28 dias, as caixas gerbox contendo as sementes que estavam
no fotoperíodo 24 horas escuro foram levadas para a BOD com fotoperíodo de 24 horas luz.
3.Resultados e Discussão
Os resultados mostraram positivos em relação ao fator luz na germinação das sementes
da espécie, pois não ocorreu germinação de nenhuma semente nas quatro repetições. Já as
sementes que foram submetidas ao tratamento de 24 horas luz constante apresentaram 52 % de
sementes germinadas. É notável a importância da luz para germinação de F. adhatodifolia, uma
vez que na ausência desta, para o este experimento não ocorreu germinação nas sementes
submetidas a 24 horas de escuro constante. Após esse período as mesmas caixas gerbox
contendo as sementes removendo- se o papel alumínio foram levadas para a B.O.D com
fotoperíodo de 24 horas luz, e após 15 dias ocorreu a germinação de 48% das sementes. A tabela
1 apresenta os resultados obtidos para experimento.
Tabela 1. Porcentagem de germinação de sementes de F. adhatodifolia em tratamentos de
fotoperíodo de 24 horas luz e 24 horas escuro
Tratamentos
(fotoperíodo)
24 horas luz
Repetições
T1
Porcentagem de germinação
(%)
49 %
24 horas luz
T2
56 %
24 horas luz
T3
54 %
24 horas luz
T4
53 %
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Média
-
53%
24 horas escuro
T1
0%
24 horas escuro
T2
0%
24 horas escuro
T3
0%
24 horas escuro
T4
0%
Média
-
0%
Os fatores temperatura e luz podem apresentar interações. De acordo com Labouriau
(1983), a presença de luz para muitas espécies favorece, de alguma forma, a germinação das
sementes, designando-se esse efeito como fotoblástico positivo; em outras espécies, o
comportamento germinativo das sementes é melhor na ausência do que na presença de luz, o
que se designa como fotoblastismo negativo. Klein e Felippe (1991) denominaram o caráter
fotoblástico positivo de “preferencial” quando alguma germinação ocorre na ausência de luz e de
“absoluto” quando a germinação é nula na ausência de luz. Segundo Felippe e Silva (1984), as
sementes de Stylosanthes macrocephala M. B. Ferr. et S. Costa são fotoblásticas negativas a 10
e 15 ºC e indiferentes a 20 e 30 ºC. Thanos et al. (1995) verificaram que as sementes de Satureja
thymbra L. possuem comportamento de fotoblásticas negativas na faixa de temperatura de 5 a 25
ºC, exceto a 15 ºC, onde são neutras, enquanto as de Origanum vulgare L. são fotoblásticas
positivas entre 5 e 25 ºC. Já as sementes de Ocotea catharinensis Mez., se comportaram como
fotoblásticas negativas preferenciais a 20 ºC (Silva e Aguiar, 1998) e as de Triplaris surinamensis
Cham., como fotoblásticas positivas preferenciais de 25 a 30 ºC e neutras acima dessa
temperatura (Silva e Matos,1998).
Para Silva et al. (2002), sementes de Myracrondrun urundeuva Fr. All. são fotobláticas
negativas preferenciais na faixa de temperatura entre 20 e 30 ºC. Sugere-se então, de acordo com
os autores supracitados que a espécie F. adhatodifolia para este experimento, seja fotobláticas
positiva, uma vez que não ocorreu germinação das sementes no período em que estas
permaneceram no escuro.
4.Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Horticultura da
Universidade Estadual Paulista-UNESP-FCA, Campus de Botucatu pelo suporte logistíco;
aos pesquisadores prof. Dr. Lin Chau Ming, do departamento de Horticultura pelo apoio
na pesquisa, ao Departamento de Agricultura - Laboratório de sementes e a laboratorista
Valéria Giandoni pelo apoio com as BODs. Agradecemos também, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por fornecer as bolsas de
estudos durante esta pesquisa.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 EFEITO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE INFLORESCÊNCIAS E
FOLHAS DE PIPER GAUDICHAUDIANUM (PIPERACEAE)
SOBRE OVOS DO PERCEVEJO TIBRACA LIMBATIVENTRIS
(PENTATOMIDAE)
Krinski, Diones ; Foerster, L. A
Palavras-chave: plantas inseticidas, pimenta de macaco, inseticidas vegetais.
1.Introdução
O percevejo-do-colmo, Tibraca limbativentris Stål, 1860 ocorre em todas as regiões
orizícolas da América Latina, apresentando-se como importante praga nos diferentes sistemas de
cultivo, pois o ataque do inseto ocorre tanto durante o ciclo vegetativo quanto o reprodutivo da
cultura, sendo registradas perdas expressivas para ataques durante as fases de pré-floração e
enchimento dos grãos (Silva et al., 2004; Prando et al., 1993). A ocorrência dessa praga tem
aumentado expressivamente nas lavouras de arroz, onde a alta densidade de plantas, o clima e o
posicionamento das lavouras favorecem a ocorrência e o aumento populacional do inseto (Martins
et al., 2004; Prando, 2002; Rampelotti et al., 2007).
Atualmente, o controle de T. limbativentris é realizado através de pulverizações com
inseticidas químicos (Rampelotti-Ferreira et al., 2010; Souza et al., 2009). No entanto, novas
técnicas e metodologias de controle são necessárias para reduzir os riscos ao ambiente e, mesmo
porque o uso abusivo do controle químico pode acarretar na perda da eficiência sobre o alvo de
controle (surgimento de populações resistentes) além de também afetar os agentes de controle
biológico presentes no ambiente (Loureiro et al., 2002; Petroski e Stanley, 2009; RampelottiFerreira et al., 2010). Assim, estratégias integradas para o manejo desse inseto-praga devem ser
definidas utilizando-se o controles alternativos ao inseticidas convencionais.
Diante de todos estes problemas ocasionados pelo uso destes produtos químicos, uma
alternativa viável para o controle deste percevejo é a utilização fitoinseticidas, que apresentam
baixa toxicidade e pouca persistência no ambiente (Costa et al., 2004). Neste contexto as plantas
das famílias Piperaceae surgem com alternativa promissora para o controle de pragas em geral,
uma vez que, possuem em sua composição substâncias que apresentam alto potencial inseticida
(Barbosa et al., 2012; Estrela et al., 2006; Fazolin et al., 2007, 2005).
Alguns estudos relatando as propriedades ovicida de outras famílias de plantas foram
realizados principalmente para controlar insetos vetores de doenças, como em espécies de
triatomíneos (Reduviidae) (Carneiro et al., 2011; Laurent et al., 1997). No entanto, são incipientes
pesquisas que relatem a atividade ovicida de Piperaceae sobre posturas de percevejos
pentatomídeos, onde nenhuma ou poucas espécies foram estudadas. Frente à necessidade da
busca de métodos alternativos que preconizem uma agricultura menos impactante ao meio
ambiente, este trabalho tem por objetivo verificar a ação ovicida de óleos essenciais de folhas e
inflorescências da espécies Piper gaudichaudianum (Piperaceae), sobre ovos do percevejo-docolmo do arroz, Tibraca limbativentris.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 2.Material e Métodos
As posturas utilizadas para os bioensaios foram obtidas de uma criação de T. limbativentris
estabelecida pelo Laboratório de Entomologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa Arroz e Feijão) situada no município de Santo Antônio de Goiás/GO (Figuras 1ab).
Para obtenção dos óleos essenciais foram utilizadas folhas e inflorescências de Piper
gaudichaudianum Kuntze coletadas nas proximidades do Parque Tingui, município de Curitiba/PR
(25°23’30”S e 49°18’22”W - 908 m). A espécie foi identificada pela botânica Dra. Micheline
Carvalho-Silva na Universidade de Brasília (UnB), e as exsicatas dessa espécie foram
depositadas na Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Tangará da Serra
(UNEMAT/CUTS) no Herbário Tangará (TANG) (Figura 1c).
Após a coleta, o material foi levado à estufa onde permaneceu durante 96 horas a 37°C,
para secagem. Em seguida cada parte da planta foi triturada em moinho do tipo faca para a
obtenção do pó vegetal. O material já moído foi encaminhado para o Laboratório de Ecofisiologia
Vegetal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde foram feitas as extrações dos óleos em
aparelho tipo Clevenger, por arraste de vapor d’água. Para cada extração dos óleos, 50 gramas
do pó vegetal foi colocado em um balão de 2 L contendo 1 L de água destilada. Este balão foi
aquecido em manta aquecedora e após iniciar a fervura do material vegetal, este permaneceu
durante 3 horas realizando a extração por arraste de vapor e obtenção do óleo essencial puro
(Figuras 2abc).
Para avaliar a atividade dos óleos essenciais de P. gaudichaudianum sobre posturas de T.
limbativentris com até 24 horas de idades foi realizado um bioensaio por imersão dos ovos em
delineamento inteiramente casualizado, com 10 repetições por tratamento, contendo 10 posturas
com 10 ovos cada. As posturas foram imersas nas cinco concentrações (0,25; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0
%) além dos dois controles (controle 1 – com água destilada, e controle 2 - com a solução de
Tween20 à 5%) (Figuras 2def). Os dados foram submetidos ao teste de normalidade, e o teste
estatístico utilizado foi o Mann-Whitney, ambos a 5% de probabilidade.
Figura 1. Tibraca limbativentris em oviposição (A); postura de ovos de Tibraca
limbativentris sobre folhas de arroz (B); e planta de Piper gaudichaudianum com
inflorescências (C).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2. Material vegetal seco de Piper gaudichaudianum sendo pesado (A); Extração
dos óleos essenciais por arraste de vapor d’água em aparelho tipo clevenger (B); oléo
essencial acumulado no aparelho tipo clevenger (C); posturas de ovos de Tibraca
limbativentris (D); imersão das posturas nas diferentes concentrações dos óleos
essenciais (E); posturas de ovos de Tibraca limbativentris secando sobre papel filtro (F).
3.Resultados e Discussão
Os óleos essenciais de folhas e inflorescências de P. gaudichaudianum não apresentaram
atividade ovicida satisfatória (maior que 70%), porém, ocasionaram o atraso na eclosão das
ninfas, uma vez que, só nos controles ocorreu a emergência de ninfas após 4 dias de aplicação
dos óleos (Fig. 3A). A eclosão no sexto dia também foi menor em todas as concentrações quando
comparadas com os controles, mas alcançou 50% e 70% para os óleos de folhas e inflorescências
respectivamente (Fig. 3B). No nono dia de avaliação, apenas o óleo de folhas na concentração de
4% demonstrou atividade ovicida com apenas 23% de emergência de ninfas (Fig. 3C). Nas
demais concentrações, a eclosão de ninfas de T. limbativentris foi superior a 70%.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 3. Emergência de ninfas de Tibraca limbativentris após 4, 6 e 9 dias da aplicação
dos óleos essenciais de folhas e inflorescências de Piper gaudichaudianum sobre
posturas com até 24 horas de idade.
Quando comparamos o efeito dos óleos entre as diferentes partes (folhas e
inflorescências) de P. gaudichaudianum notamos que a emergência de ninfas foi maior em quase
todas as concentrações para o óleo proveniente das folhas, com exceção da maior concentração,
onde o óleo obtido das inflorescências inviabilizou menor número de ovos, permitindo assim, uma
maior emergência de ninfas de Tibraca limbativentris (Figura 4).
Isso abre possibilidades para duas hipóteses, (1) que os óleos não estão entrando nos
ovos e portanto, não afetam as ninfas, ou (2), que os óleos entram nos ovos, todavia, as ninfas
conseguem se desintoxicar, o que pode explicar o retardamento na eclosão destas. Portanto,
nota-se que mais estudos devem ser realizados para verificar a bioatividade das diferentes partes
de P. gaudichaudianum, por exemplo, sobre ninfas e adultos do percevejo do colmo Tibraca
limbativentris.
Figura 4. Comparação do efeito dos óleos essenciais de folhas e inflorescências de Piper
gaudichaudianum sobre posturas com até 24 horas de idade. (Teste de Mann-Whitney:
1% - U=82.000; p=0.015; 4% - U=3.000; p=0.000)
4.Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), pelo suporte logistíco; aos pesquisadores Dr. José Alexandre Freitas
Barrigossi da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de
Arroz e Feijão (EMBRAPA/CNPAF) e Cícero Deschamps do Laboratório de Ecofisiologia Vegetal,
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 do Departamento de Fitotecnia, da Universidade Federal do Paraná, que acompanharam e
ajudaram durante este estudo. Agradecemos também, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) por fornecer as bolsas de estudos durante esta pesquisa.
5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 TRAPOERABA (COMMELINA BENGHALENSIS) E HORTELÃDO-CAMPO (MARSYPIANTHES CHAMAEDRYS): PLANTAS
DANINHAS POTENCIAIS PARA UTILIZAÇÃO COMO
SUBSTRATO NATURAL DE OVIPOSIÇÃO DO PERCEVEJO ASA
PRETA (EDESSA MEDITABUNDA)
Diones Krinski e Bruno Felipe Camera
Palavras-chave: plantas reservatório, preferência de oviposição, substrato natural.
1.Introdução
O gênero Edessa (Fabricius) tem cerca de 260 espécies descritas, com uma ampla gama
de distribuição na Região Neotropical (Fernandes et al 2011; Silva et al 2006). Na América do Sul,
algumas espécies se alimentam de várias plantas de importância econômica (Panizzi et al, 2000).
No Brasil, as espécies de Edessa são comumente referenciadas para a cultura da soja,
Glycine max (Leguminosae), no entanto, outras plantas hospedeiras foram relatadas nas famílias
Malvaceae, Solanaceae, Cucurbitaceae, Pedaliaceae, Poaceae, Rutaceae (Silva et al, 1968;
Perioto et al 2004). A espécie Edessa meditabunda (Fabricius, 1794), já foi encontrada em
diversas culturas hospedeiras, como: abóbora, alface, algodão, arroz, batata, berinjela, beterraba,
boldo-brasileiro, camapú, chicória, chuchu, citros, ervilha, fumo, girassol, mandioca, melão,
pimenta, pimentão, soja e tomate, podendo causar danos econômicos (Buzzi e Miyazaki, 1993;
Krinski e Pelissari 2012; Krinski et al., 2012; Krinski 2013a,b; Lima e Racca-Filho, 1996;
Lourenção et al., 1999). Danos causados por E. meditabunda podem limitar a produção agrícola,
dependendo do número de insetos que estejam se alimentando do fito-hospedeiro e da estrutura
fenológica da planta por eles utilizada (Gonçalves et al., 2008).
Na cultura da soja, por exemplo, este inseto pode provocar retenção foliar, deformações e
diminuição do tamanho das sementes, redução do teor de óleo e do poder germinativo e a
diminuição da produção (Vernetti, 1983; Gallo et al., 1988; Lourenção et al., 1999). Edessa
meditabunda também pode se alimentar e se reproduzir em hospedeiros alternativos ou ocupar
plantas daninhas como locais de hibernação. Infelizmente, a maioria dos estudos sobre a biologia
de diversos percevejos se concentram apenas em culturas de interesse econômico. As plantas
daninhas são ignoradas completamente, embora algumas delas, como a trapoeraba, Commelina
benghalensis L. (Commelinaceae) e o hortelã-do-campo, Marsypianthes chamaedrys (Vahl)
Kuntze (Labiatae) sejam comuns em cultivos agrícolas e podem ser reservatórios de insetos
pragas.
A trapoeraba é uma planta daninha perene, herbácea, ereta ou semi-prostrada, com
reprodução por sementes e vegetativa (Lorenzi, 1991). A espécie é bastante frequente em
lavouras anuais, apresentando nítida preferência por solos argilosos, úmidos e sombreados. A
presença desta planta dificulta a colheita mecânica da cultura da soja e confere excesso de
umidade aos grãos (Voll et al., 1997). O hortelã-do-campo pertence à família Lamiaceae e ocorre
nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde também é conhecida popularmente como paracarí,
hortelã-do-mato, betônica-brava, erva-de-cobra, corta-hérpes e bóia-caá, sendo muito utilizada
pela população local para combater o veneno de cobra (Menezes et al., 1998).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Desta forma, este trabalho teve como objetivo verificar se percevejos E. meditabunda
utilizam a trapoeraba e o hortelã-do-campo como substratos de oviposição, uma vez que estes
insetos podem sem encontrados nestas plantas, e também se os percevejos tem preferência entre
estas plantas daninhas.
2.Material e Métodos
Os exemplares de E. meditabunda utilizados foram coletados em plantação de soja
cultivada na Fazenda Florentino, localizada no município de Novo Progresso/PA, na safra de
2011/12 (Figura 1). As duas espécies de plantas daninhas (C. benghalensis e M. chamaedrys)
também foram obtidas no entorno da plantação de soja (Figura 2).
Figura 1. Área de coleta dos percevejos e plantas daninhas. Fazenda Florentino, Estado
do Pará.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2. Plantas daninhas utilizadas para os experimentos. A) Marsypianthes
chamaedrysi (hortelã-do-campo); b) Commelina benghalensis (trapoeraba).
Dois experimentos foram realizados, o primeiro sem chance de escolha das plantas para
oviposição, e o segundo com chance de escolha entre as plantas daninhas.No experimento sem
chance de escolha, duas gaiolas de criação (60x40x40cm) foram utilizadas. Em cada uma delas
foi colocado um vaso de cada uma das plantas daninhas. E em cada gaiola foram acondicionados
20 casais de E. meditabunda. Para o experimento com chance de escolha, uma terceira gaiola foi
utilizada, está contendo dois vasos, cada um com uma das espécies de plantas daninhas, foi
utilizada para verificar a preferência de oviposição. As plantas foram avaliadas diariamente
durante 17 dias, até as fêmeas pararem a oviposição. Durante os experimentos, os percevejos
foram alimentados com vagem de feijão e grãos de soja que eram trocados a cada 2 dias. Os
dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk a 5% e por não apresentarem distribuição
normal foram submetidos ao teste Mann-Whitney a 5%.
3.Resultados e Discussão
Durante o experimento sem chance de escolha, os percevejos colocaram 65 posturas
(3,8±0,6 posturas/dia) em trapoeraba e 58 posturas (3,4±0,7 posturas/dia) em hortelã-do-campo,
não apresentando diferença significativa entre as plantas (U= 158.5; p= 0.638). No experimento
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 com chance de escolha os percevejos colocaram 64 posturas, sendo 27 posturas (1,6±0,3
posturas/dia) em trapoeraba e 37 (2,2±0,5 posturas/dia) em hortelã-do-campo, e também não
mostraram preferência significativa para oviposição entre as plantas (U= 133.5; p= 0.701). O
número de ovos por postura também não mostrou diferença significativa, tanto no experimento
sem chance de escolha (U=160.5; p=0.563) quanto no experimento com chance de escolha (U=
142.0; p= 0.942) (Figura 3). Esses resultados mostram que ambas as espécies de plantas
daninhas, C. benghalensis e M. chamaedrys, podem ser utilizadas como substratos de oviposição
de E. meditabunda.
Figura 3. Oviposição de Edessa meditabunda (quantidade de ovos por posturas e
posturas por dia) em trapoeraba e hortelã-do-campo. Experimentos sem e com chance de
escolha.
Os pesquisadores que trabalham com a biologia de diversas espécies de percevejos
pragas sabem a dificuldade de se manter uma criação destes insetos em laboratório. A espécie E.
meditabunda, em especial, é considerada um dos percevejos mais difíceis de se manter em
laboratório, devido a diversos fatores, entre eles a diminuição de oviposição, o que
consequentemente acarreta no decaimento da população destes insetos em laboratório.
Por isso, a realização de experimentos visando encontrar substratos naturais (e também
artificiais) são importantes, para manutenção e estabilidade populacional de insetos oriundos de
laboratório, principalmente visando sua posterior utilização em estudos bioecológicos.
4.Agradecimentos
Os autores agradecem os agricultores, Marlete Florentino, Eurides Florentino e Nadir de
Lima Florentino (in memoriam) por permitir a realização desta pesquisa em sua propriedade.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 EFEITO OVICIDA DO EXTRATO DE SEMENTES DA FRUTA-DOCONDE, ANNONA MUCOSA (ANNONACEAE) SOBRE
POSTURAS DA MARIPOSA DO TRIGO, PSEUDALETIA SEQUAX
(NOCTUIDAE)
Krinski, Diones ; Paixao, M. F. ; Mateus, M. A. F. ; Massaroli, A. ; Foerster, L. A
Palavras-chave: plantas inseticidas, lepidópteros pragas, inseticida botânico.
1.Introdução
A utilização de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de insetos-praga, em
geral, tem aumentado nos países industrializados, inclusive no Brasil, principalmente por sua flora
possuir uma grande diversidade. Ao observar os dados de literatura envolvendo publicações que
utilizaram plantas inseticidas percebe-se o quanto é vasta esta abordagem e observamos a
eficácia destes produtos como alternativa de controle contra insetos. E além do mais, por estes
apresentarem compostos biodegradáveis, produtos não tóxicos e potencialmente adequados para
utilização no controle de pragas (Krinski et al., 2014).
A lagarta-do-trigo, Pseudaletia sequax Franclemont, ocorre nos trópicos das Américas
Central e do Sul (Franclemont, 1951). Durante a fase larval, P. sequax alimenta-se de folhas de
uma grande variedade de culturas economicamente importantes (Biezanko et al., 1974). No Brasil,
esta espécie foi encontrada em culturas de trigo no sul e sudeste do país (Amante, 1962; Bertels,
1970), mas Biezanko et al., (1974) mencionam, ainda, a presença desta espécie em culturas de
arroz, aveia, centeio, cevada e sorgo, entre outras gramíneas com menor potencial econômico.
Segundo Marchioro e Foerster (2012) a longevidade média dos adultos é de 39 e 28 dias
para machos e fêmeas respectivamente, quando criados em plantas de quicuio, uma fonte natural
de alimento de P. sequax. As posturas são feitas de forma agrupada, algumas vezes com mais de
200 ovos dispostos em fileiras e presos por uma substância pegajosa. A fecundidade pode atingir
mais de 1000 ovos por fêmea (Gassen, 1996).
Atualmente, para o controle desta praga são utilizados inseticidas neurotóxicos, no
entanto, nem sempre estes produtos são eficientes devido ao hábito desta lagarta permanecer na
face abaxial das folhas, dificultando assim, o contato com o produto (Oliveira, 2010). Outrossim, a
falta de monitoramento adequado, para aplicação no momento certo e a utilização de produtos
inadequados tem contribuído para o estabelecimento desta espécie como praga-principal nas
culturas de diversos cereais (Schaafsma et al., 2007).
Além da baixa eficiência dos produtos químicos, estes agrotóxicos também oferecem
riscos à saúde humana, contaminação ambiental, seleção de pragas resistentes e diminuição dos
inimigos naturais, o que contribui para o aumento populacional da praga. Portanto, deve-se adotar
outras estratégias na tentativa de controlar este inseto e consequentemente, minimizar os
impactos ambientais. Umas das opções é a utilização de produtos de origem vegetal, como
extratos e óleos essenciais.
Diversas famílias de plantas já tiveram seu potencial inseticida comprovado por diversos
autores e apesar do potencial da família Annonaceae e das vantagens de sua utilização, não há
estudos de seu efeito sobre a lagarta do trigo, a qual vem trazendo prejuízos aos agricultores
(Jacobson 1989; Isman 2006; Krinski et al., 2014). A espécie Annona mucosa Jacq. é uma planta
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 nativa da Floresta Amazônica e Mata Atlântica, onde é conhecida popularmente como biribá,
araticum, ariticum, condessa, fruta-da-condessa, fruta-de-conde ou graviola brava (Lorenzi, 2002).
Portanto, é evidente que a utilização de inseticidas a partir de plantas da família
Annonaceae pode ser uma ferramenta vantajosa em relação aos inseticidas sintéticos,
especialmente com a descobertas de novas substância, como as acetogeninas encontradas nas
anonáceas (Alali et al., 1999).
Assim este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial ovicida do extrato de sementes
de Annona mucosa (Annonaceae) sobre posturas da mariposa do trigo, Pseudaletia sequax
(Noctuidae).
2.Material e Métodos
As posturas utilizadas para o bioensaio foram obtidas de uma criação de Pseudaletia
sequax estabelecida pelo Laboratório de Controle Integrado de Insetos (LCII) vinculado ao
Programa de Pós-graduação em Zoologia da Universidade Federal do Paraná UFPR), situada no
município de Curitiba/PR.
Os frutos de A. mucosa foram coletados na área urbana de Tangará da Serra-MT e após a
confirmação da espécie, a exsicata foi depositada no Herbário da Universidade do Estado de Mato
Grosso, campus de Tangará da Serra (UNEMAT/CUTS) sob o registro № 92 (Figura 1).
Dos frutos coletados foram retiradas as sementes e estas foram desidratadas em estufa de
circulação de ar a 40ºC por 72 horas. Após a secagem, as sementes foram trituradas em moinho
tipo faca e o pó obtido foi levado ao laboratório de Bioquímica de Carboidratos da Universidade
Federal do Paraná, onde foi submetido à deslipidificação por três dias com solvente orgânico
clorofórmio-metanol (2:1), utilizando aparelho extrator Soxhlet em manta aquecida a 60°C até a
exaustão (Figura 2).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 1. A) Frutos de Annona mucosa (Annonaceae) coletados em Tangará da Serra/MT;
B) Sementes de Annona mucosa secos e prontas para serem trituradas e submetidas à
deslipidificação.
O material foi triturado e submetido a deslipidificação por 3 dias com solvente orgânico
clorofórmio-metanol (2:1) utilizando aparelho extrator Soxhlet em manta aquecida a 60°C (Figura
2). O material extraído foi rotaevaporado a 40º C para remoção dos solventes, obtendo-se então,
o extrato bruto. A partir deste extrato, foram feitas as diluições nas concentrações de 0,5; 1,0; 2,0
e 4,0% utilizando-se Tween20 (5%) para solubilização, além de três tratamentos controles (água,
Tween20 5%, e Neem 5%). 7Posturas com 10 ovos de P. sequax, com até 24 horas de idade,
foram mergulhadas por 10 segundos em cada concentração. As avaliações ocorreram diariamente
até o sexto dia após a aplicação dos tratamentos. Por não seguirem a distribuição normal, os
dados foram submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade.
As plantas foram avaliadas diariamente durante 17 dias, até as fêmeas pararem a
oviposição. Durante os experimentos, os percevejos foram alimentados com vagem de feijão e
grãos de soja que eram trocados a cada 2 dias. Os dados foram submetidos ao teste de ShapiroWilk a 5% e por não apresentarem distribuição normal foram submetidos ao teste Mann-Whitney a
5%.
Figura 2. Deslipidificação do material vegetal (sementes) por 72 horas com solvente
orgânico clorofórmio-metanol (2:1) utilizando aparelho extrator Soxhlet em manta
aquecida a 60°C. A) Aparelho Soxhlet e manta aquecida preparados para a extração do
extrato; B) Momento da obtenção do extrato vegetal.
3.Resultados e Discussão
Os resultados mostraram que o extrato de sementes de A. mucosa apresentou ação
ovicida em todas as concentrações testadas, pois nenhuma lagarta emergiu dos ovos durante os
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 seis dias de avaliação. Entre os controles, a eclosão foi baixa chegando a 21% com diferença
estatística entre os tratamentos (H=18.3051) (Figura 3).
A baixa eclosão entre os controles pode ser decorrente ao manuseio de posturas jovens
(com até 24 horas), e desta forma, estudos com posturas de diferentes idades devem ser
realizados visando verificar se este padrão se repete. Além disso, a inviabilidade de 100% das
posturas nas diferentes concentrações pode estar relacionada a presença das acetogeninas, que
são substancias encontradas apenas em plantas da família Annonaceae e com potencial
inseticida reconhecido na literatura.
As acetogeninas constituem uma classe de produtos naturais promissora como protótipos
de agentes inseticidas, sendo encontradas nas cascas, raízes e, principalmente, em sementes de
plantas da família Annonaceae (Bermejo et al., 2005; Castillo-Sánchez et al., 2010). A uvaricina foi
à primeira acetogenina isolada a partir de Uvaria accuminata em 1982, o que evidencia o quão
recente são os estudos com estas substâncias (Alali et al., 1999).
Infelizmente a grande diversidade de espécies de Annonaceae conhecida cientificamente
não reflete a quantidade de estudos destas plantas visando o controle de insetos pragas. Segundo
Krinski et al., (2014) isso deve-se provavelmente a recente descoberta das propriedades biocida
das anonáceas contra insetos.
Além disso, Krinski et al., (2014) ainda ressaltam que ao observarmos a diversidade de
espécies de anonáceas conhecidas mundialmente, notamos que apenas cerca de 1% das
espécies desta família possuem informações acerca do seu potencial inseticida. Isso demonstra
que muito ainda se tem para pesquisar com este grupo de plantas em relação ao conhecimento
de suas propriedades inseticidas. Também deve-se aumentar a quantidade de experimentos com
outras espécies de insetos pragas ainda não estudadas.
Figura 3. Número médio e erro padrão de larvas emergidas de posturas (n=10) de
Pseudaletia sequax após a aplicação de diferentes concentrações do extrato de sementes de
Annona mucosa.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 4.Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), pelo suporte logistíco; ao pesquisador Dr. Guilherme Lanzi Sassaki do
Laboratório de Química de Carboidratos, do Departamento de Bioquímica, da Universidade
Federal do Paraná, que proporcionou a extração do extrato das sementes de Annona mucosa, e a
todos os membros do seu laboratório que contribuíram quando necessário. Agradecemos
também, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por fornecer as bolsas
de estudos durante esta pesquisa.
5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 SIMULANDO O ATAQUE DE INSETOS DESFOLHADORES EM
CULTURA ARROZ DE TERRAS ALTAS CULTIVADO NO
ESTADO DO PARÁ E SEU EFEITO NA PRODUÇÃO DE GRÃOS
Krinski, Diones ; Foerster, L. A
Palavras-chave: Oryza sativa, lepidópteros pragas, nível de dano econômico.
1.Introdução
O arroz (Oryza sativa L.) é uma das mais antigas espécies de plantas cultivadas e
atualmente ocupa aproximadamente 10% do solo agricultável do planeta (Barrigossi et al., 2004).
Por ser o alimento básico para mais de 1/3 da população mundial, é considerado um dos cereais
de maior importância econômica no mundo, sendo que a produção anual de arroz é de
aproximadamente 606 milhões de toneladas. A Ásia é o principal produtor com mais de 90% do
arroz produzido no planeta e o Brasil participa com 13.477.000t (2,17% da produção mundial) e
destaca-se como único país não-asiático entre os nove maiores produtores (Fao, 2011). A região
da floresta Amazônica, devido às grandes áreas desmatadas nas últimas décadas, principalmente
para a pecuária (criação de gado de corte), torna-se uma região potencial para produção de grãos
(Kirby et al. 2006).
Em condições de campo, a cultura de arroz está sujeita a perdas de área foliar por insetos
desfolhadores das ordens Coleoptera, Orthoptera, Hymenoptera (Formicidae, Myrmicinae) e
principalmente Lepidoptera (Didonet et al., 2001; Ferreira, 2006; Machado e Garcia 2010). A ação
destes insetos é um dos principais fatores que reduzem a produtividade em cultivos de arroz, mas
alguns deles recebem maior importância por ocasionarem danos econômicos à cultura (Pathak e
Khan 1994; Gomes e Magalhães-Junior 2004).
A avaliação do efeito da desfolha artificial em plantas de importância econômica, como o
arroz, é uma metodologia útil para simular os danos, pois permite mensurar quanto de desfolha a
cultura pode suportar em determinado estádio fenológico, e assim quantificar a perda de
produtividade para os diferentes níveis de desfolha (Moscardi e Villas-Bôas 1983; Fazolin e
Estrela 2003). Além disso, esse parâmetro, pode ser utilizado para estimar o nível de dano
econômico (NDE), como ocorre na cultura de soja, onde o número de insetos pragas é utilizado
para indicar o momento em que se deve realizar o controle químico (Hoffmann-Campo et al.,
2000; Bueno et al., 2012).
Portanto, neste estudo simulamos através de níveis crescentes de desfolha artificial em
diferentes estádios fenológicos de arroz, os danos causados por insetos desfolhadores na
produção de grãos. Além disso, verificamos em qual fase de desenvolvimento as plantas são mais
vulneráveis ao desfolhamento.
2.Material e Métodos
O estudo foi realizado durante a safra de arroz de 2011/2012 sob condições de campo, em
uma plantação de arroz de terras altas, variedade Cambará, na Fazenda Florentino (7°07’45.71”S
55°23’21.13”W), município de Novo Progresso, estado do Pará (região de floresta Amazônica). O
experimento consistiu de 5 níveis de desfolha, sendo 0% (controle), 25%, 50%, 75% e 90%, que
foram realizadas em três estádios fenológicos do arroz, sendo dois no período vegetativo, estádio
V8 (formação do colar na 8ª folha do colmo principal) e estádio V12 (formação da folha bandeira)
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 e um estádio reprodutivo R3/R4 (liberação da panícula ou antese), perfazendo 15 tratamentos.
Para a obtenção dos níveis de desfolha estabelecidos foram retiradas manualmente, de todas as
folhas da planta, as porcentagens correspondentes ao desfolhamento estabelecido (Fig. 1). Para
cada tratamento foram selecionadas aleatoriamente 50 plantas (repetições) de arroz de uma
mesma linha da plantação. Para garantir que as plantas não fossem atacadas por insetos durante
o experimento, utilizou-se quinzenalmente o controle químico com Pounce 384 EC até a colheita.
Avaliou-se a produção total de espiguetas por panícula, a quantidade de espiguetas cheias
e vazias, a porcentagem de danos para cada nível de desfolha nos diferentes estádios fenológicos
(danos: EV/TE*100, onde EV é o número de espiguetas vazias por panícula e TE é o número total
de espiguetas). Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk a
5%. Aqueles que apresentaram distribuição normal foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) e à comparação de médias pelo teste de Tukey a 5%. Os dados que não apresentaram
distribuição normal foram submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis a 5%.
Figura 1. Porcentagens de desfolha utilizadas para os experimentos.
2.Resultados e Discussão
Entre as porcentagens de desfolha nos diferentes estádios fenológicos a quantidade média
total de espiguetas (espiguetas cheias e vazias) variou de 93.7 ± 5.1 a 183.5 ± 4.5 por panícula.
No estágio vegetativo, a quantidade total de espiguetas foi significativamente reduzida a partir de
25% de desfolhamento em relação à testemunha sem desfolha (V8: H=109.993, p< 0.000; V12:
F=8.925, p< 0.000). Quando o dano ocorreu no estágio reprodutivo, apenas as perdas de 75% ou
mais na área foliar apresentaram redução significativa no número de espiguetas, enquanto que
desfolhas de até 50% nesta fase fenológica não provocaram redução no número total de
espiguetas (H= 49.109, p< 0.000) (Fig. 2).
A quantidade de espiguetas vazias aumentou com o aumento da porcentagem de desfolha
entre os diferentes estádios fenológicos variando de 16.3 ± 1.3 a 58,0 ± 3.5. As desfolhas de até
75% mostraram diferença significativa entre os estádios V8, V12 e R3/R4 (25%: H= 6.882; p<
0.032; 50%: H= 39.15; p< 0.000; 75%: H=34.041; p< 0.000). Este padrão não foi observado para a
porcentagem de 90% nos diferentes estádios fenológicos. O estádio V12 foi o que apresentou
maior quantidade de espiguetas vazias por panícula para todas as porcentagens de desfolhas (H=
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aumento na quantidade de espiguetas vazias quando comparado com o controle sem desfolha
(H= 125,378; p< 0.000). No estágio reprodutivo R3/R4 os resultados foram semelhantes com os
diferentes níveis de desfolhamento obtidos em V12 (H= 59.016; p< 0.000) (Fig. 2).
A porcentagem de danos (EV/TE*100) provocados pelos diferentes níveis de
desfolhamento variaram de 11.2± 0.9 % a 45.9 ± 1.7 % entre os tratamentos e estádios
fenológicos analisados. Em todas as porcentagens de desfolhas os danos foram maiores no
estágio vegetativo (Table 1). Considerando-se cada estádio fenológico, observa-se que os danos
foram maiores no estádio vegetativo V8 com diferenças significativas a partir da desfolha de 25%.
O mesmo padrão foi observado para o estádio reprodutivo R3/R4. Já no estádio V12 os danos na
desfolha de 25% não mostraram-se diferentes do controle, sendo maior apenas a partir da
desfolha de 50% (Tabela 1).
Figura 2. Quantidade média de espiguetas cheias e vazias após crescentes porcentagens
de desfolhamento em diferentes estádios fenológicos. Barras de mesma cor seguidas de letras
iguais entre as porcentagens de desfolha não diferem pelo teste Kruskal-Wallis (p <0.05). Barras
pretas: espiguetas cheias (H= 227.225; p< 0.001); Barras cinzas: espiguetas vazias (H= 254.884;
p< 0.001); Acima das barras: total de espiguetas (H=222.582; p< 0.001).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Tabela 1. Porcentagem de danos (EV/TE*100) ocasionados por diversas
porcentagens de desfolha na produção média de grãos por cacho de arroz de terras
altas em diferentes estádios fenológicos. Novo Progresso, PA, 2011-2012.
Estádio
1
*
0%
*
Porcentagem de desfolha (média ± EP )
25%
50%
75%
90%
H
2
p
V8
11.1 ± 0.9 C
17.4 ± 1.1 aB
21.6 ± 1.6 bB
45.9 ± 1.7 aA
40.6 ± 2.0 aA
163,235 0,000
V12
11.1 ± 0.9 B
16.6 ± 1.5 aB
32.6 ± 2.3 aA
36.3 ± 2.0 bA
33.2 ± 2.5 bA
105,944 0,000
R3/R4
111,372 0,000
11.1 ± 0.9 C
12.4 ± 1.1 bB
16.5 ± 0.7 bB
24.7± 1.5 cA
29.5 ± 1.4 bA
2
-
18,984
29,765
-
12,553
3
-
-
-
35,210
-
-
0,0001
0,000
0,000
0,0019
H
F
p
1
2
Médias seguidas de mesma letra maiúscula nas linhas e de letras minúsculas nas colunas não diferem pelos testes Kruskal3
*
Wallis ou Tukey (p <0.05). Erro Padrão (EP).
Os resultados encontrados neste trabalho corroboram com informações de Watson (1952)
ao verificar que a variação da área foliar está entre as principais causas de perdas na produção
em diversas culturas, sendo determinante na produção de matéria seca, e, portanto, no
rendimento final. De acordo com Walter et al. (2012) a fase vegetativa é considerada como o
período em que a cultura do arroz tem maior sensibilidade ao fotoperíodo. E como a produção de
matéria seca desta cultura é calculada em função da eficiência do uso da radiação e do índice de
área foliar, a perda de área foliar nesta fase pode interferir diretamente na quantidade de radiação
solar interceptada para o crescimento das plantas, e consequentemente na produção de grãos.
Isso ocorreu, principalmente quando o desfolhamento foi realizado no estágio vegetativo (Fig. 2).
Embora estudos similares devam ser realizados com outras variedades e tipos de cultivo
de arroz (irrigado ou de inundação, por exemplo), os dados apresentados neste estudo servem
como modelo para cultivares utilizadas nos diferentes países produtores de arroz. Observamos
para o arroz de terras altas, variedade Cambará, que quando as desfolhas ocorrem principalmente
no estádio vegetativo, os produtores devem utilizar uma alternativa de controle dos insetos
desfolhadores
4.Agradecimentos
Os autores agradecem os agricultores, Marlete Florentino, Eurides Florentino e Nadir de
Lima Florentino (in memoriam) por permitir a realização desta pesquisa em sua propriedade.
Agradecemos também, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por fornecer
as bolsas de estudos durante esta pesquisa.
5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 PRIMEIRO REGISTRO DE NEMATOIDES DO GÊNERO
MELOIDOGYNE EM RAÍZES DE ESTACAS DE PROPAGAÇÃO
DA FIGUEIRA, FICUS ADHATODIFOLIA (MORACEAE)
MACHADO, M. ; MING, L. C. ; Krinski, Diones ; SILVA, M. J. R. ; SILVA, M. F. A
Palavras-chave: nematoides, ficus, Plantas Medicinais.
1.Introdução
Entre espécies consagradas pela medicina popular no Brasil, estão algumas espécies da
família Moraceae que possui cerca de 1100 espécies, distribuídas em 37 gêneros. A maioria dos
gêneros da família ocorre na região pantropical. Para a região neotropical, a família é constituída
por 19 gêneros, com cerca de 270 espécies (Berg, 1998, 2001). Além do gênero Ficus, a família
das moráceas possui outras espécies importante tais como: a jaqueira, (Artocarpus heterophyllus),
a árvore da fruta-pão (Artocarpus altilis), o pau-rainha (Brosimum rubescens), o carapiá (Dorstenia
cayapia), a tatajuva (Maclura tinctoria), a falsa espinheira santa (Sorocea bonplandii), a amora
(Morus alba), figueira branca (Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng.), entre outras (Carauta e Diaz,
2002; Berg, 2001 apud Mendonça-Souza, 2006). As plantas do gênero Ficus são conhecidas
popularmente como figueiras e estão entre as primeiras plantas cultivadas pelo homem há mais
de 11 mil anos (KISLEV et al., 2006). Gregos, Romanos, Egípcios, Maias, Astecas entre outros
povos antigos, as utilizavam na medicina, alimentavam-se dos figos e extraiam do caule fibras
para tecer (Alves et al., 2001; Carauta e Diaz, 2002).
Igual as outras Moráceas, as figueiras ao serem cortadas, exudam látex (Fredericksen et
al., 1998), sendo este reputado como medicinal em várias regiões do mundo. No Brasil, desde a
época do pré-descobrimento, o látex das espécies nativas de Ficus do subgênero Pharmacosycea
são considerados como vermífugo pelos indígenas e mais tarde pelos brasileiros de outras
descendências. Em algumas regiões, as figueiras são denominadas popularmente como
lombrigueiras, por causa da sua utilização no combate de vermes do sistema digestório (Alves et
al., 2001; Carauta e Diaz, 2002; Peckolt e Peckolt, 1888). As espécies nativas no Brasil pertencem
a dois subgêneros, Urostigma e Pharmacosycea. No grupo Pharmacosycea, cujo nome se deve
às propriedades medicinais de suas plantas (Carauta e Diaz, 2002), encontra-se a espécie Ficus
adhatodifolia conhecida como figueira branca ou figueira vermífuga.
A indicação como vermífugo também remete à possibilidade de controle de nematoides,
como é frequente, principalmente na cultura de Ficus carica, que constituem um problema agrícola
de importância econômica e de difícil controle. A conscientização dos danos ambientais causados
pelo controle químico convencional de pragas e patógenos, além da ocorrência de formas
resistentes, tem direcionado pesquisas da área agronômica para o controle biológico e para o
controle com produtos naturais de menor impacto ambiental.
2.Material e Métodos
O experimento foi conduzido em estufa da Fazenda Experimental São Manoel, da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), nos meses de novembro de 2013 a fevereiro de 2014,
no município de São Manoel – SP, no encontro aproximado das coordenadas geográficas 22° 44’
de latitude sul e 48° 34’ de longitude ocidental, com altitude em torno de 750 metros.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 As estacas caulinares foram obtidas a partir de mudas de aproximadamente um ano e
meio de idade, propagadas via sementes tendo entre 0,5 a 1 cm de diâmetro. As sementes para a
produção das mudas foram coletadas no município de Iporanga, São Paulo, no ano 2011, no mês
de junho. O substrato utilizado foi areia grossa, em canteiros 30 cm de profundidade.
Após 200 dias em campo, foi coletado o material vegetal para proceder as análises das
variáveis físicas nas estacas caulinares. Foi observada a presença de “nós” nas raízes de F.
adhatodifolia que estavam sendo avaliadas. Coletou-se 50 amostras de raízes e foi encaminhado
para o departamento de fitopatologia da UNESP, e após as análises.
3.Resultados e Discussão
Foi emitido pelo laboratório de Fitopatologia da UNESP laudo registrando a presença de
nematoides do gênero meloidogyne nas fases ovos, juvenis e adultos tais amostras de raízes.
Porém ainda não foi possível determinar a espécie, está se procedendo analises de eletroforese
de enzimas para determinar a espécie do nematoide (Figura 1).
A presença de nematoides em F. adhatodifolia é registrada pela primeira vez. Por se tratar
de uma espécie vegetal utilizada para curar doenças de ascaridíase, ancilostomose entre doenças
originadas por parasitas do filo nematoda. Porém, a suscetibilidade da figueira, F.carica a
Meloidogyne spp. tem sido relatada em várias regiões do mundo (Ichinoe, 1965).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 1. Colocar legenda.
Recentemente foi demonstrado por vários autores que Ficus possui atividade anticâncer e
anti-inflamatória eficaz (Shukla et al., 2004; Shi et al., 2011, Niranjan e Garg, 2012). Isso se deve
à sua potente atividade citotóxica e da ação dos alcaloides, flavonoides, compostos fenólicos e
antioxidantes presentes em diversas espécies do gênero, demonstrando que as espécies do
gênero possuem grande potencial para o desenvolvimento de medicamentos para o tratamento do
câncer.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Algumas espécies de Ficus, nativas, demonstraram possuir propriedades medicinais,
principalmente a ação anti-helmíntica do seu látex, Assunpção, (2008). O efeito baseia-se na
presença de enzimas proteolíticas que operam na digestão do revestimento mucoso dos
helmintos (Mali e Mehta, 2008, Rizzini e Mors, 1976 apud Assunpcão, 2008).
No século XIX foi desenvolvida uma preparação farmacêutica com látex de Ficus doliaria,
que foi comercializada no Rio de Janeiro com o nome “Pó de Doliarina e Ferro”, indicado conta
opilação (anemia profunda) provocada por vermes (Amorim et al., 1999).
Thomen (1939), realizou um estudo sobre o uso de figueiras nativas no tratamento de
verminoses, da América do Sul, por meio de um levantamento de artigos e textos publicados no
início do século 18. Esses trabalhos relatam o uso das figueiras por populações tradicionais, além
de artigos que comprovam a eficiência do látex dessas plantas como Ficus doliaria e Ficus
glabrata no combate a verminoses.
Peckcolt e Peckcolt (1888), descrevem o uso no século XIX, de F. adhatodifolia,
misturando-se uma colher de chá de látex com igual quantidade de cachaça e uma xícara de leite
bem adoçado, para eliminação de vermes intestinais.
O subgênero Pharmacosycea, recebeu esse nome justamente em virtude das
propriedades medicinais de suas plantas, dentre elas a espécie F. adhatodifolia, (Carauta e Diaz,
2002). Essa espécie, além da atividade anti-helmíntica, é também recomendada no tratamento de
ancilostomose e no tratamento de icterícia. Aos seus frutos são atribuídas propriedades
afrodisíacas e estimulantes de memória. (Amorim et al., 1999; Lorenzi e Matos, 2008; Schultes e
Raffauf, 1990).
O uso do látex como medicamento anti-helmíntico pode trazer diversos riscos, devido
principalmente à alta dosagem, pois apresenta ação purgativa muito drástica, podendo ocorrer até
o sangramento de órgãos do sistema digestório (Lorenzi e Matos, 2008). Os riscos com o uso de
látex de F. insipida, foi relatado por Hansson et al., (2005), na Amazônia Peruana, através do
levantamento dos casos de intoxicação com látex no Hospital Regional de Pucallpa, Peru. Os
resultados demonstram que em um período de 12 anos, a maioria dos 37 casos de intoxicação,
foram provocadas por overdose, ou seja, ingestão de quantidades superiores à indicada, 1,5
cm3/Kg e em cinco apresentaram intoxicação em doses inferiores à indicada e duas foram à óbito.
É crescente o interesse da ciência em desenvolver pesquisas com F. adhatodifolia, em
virtude do seu poder anticancerígeno e anti-helmíntico. Porém, O fato do registro de nematoides
nas raízes de F. adhatodifolia no o experimento realizado, levanta algumas questões inerentes à
fisiologia da planta, a exemplo da localização do princípio ativo presente no látex que é eficaz no
combate a nematoides. O registro de tal parasita na espécie se faz importante para subsidiar
trabalhos futuros com propagação da espécie, uma vez que é uma planta de grande interesse
medicinal.
4.Agradecimentos
Os autores agradecem ao Programa de Pós-Graduação em Horticultura da Universidade
Estadual Paulista-UNESP-FCA, Campus de Botucatu pelo suporte logistíco; aos pesquisadores
prof. Dr. Lin Chau Ming, do departamento de Horticultura pelo apoio na pesquisa e a prof. Drª
Silvia Renata S. Wilcken e a laboratorista Maria de Fátima Almeida Silva do Laboratório de
Nematologia do departamento proteção de plantas pelas analises nematológicas Agradecemos
também, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por fornecer
as bolsas de estudos durante esta pesquisa.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 5.Referências Bibliográficas
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 LEVANTAMENTO RÁPIDO DA FAUNA DE NYMPHALIDAE
(INSECTA: LEPIDOPTERA) NO SUDOESTE DO PARÁ, BRASIL
Bruno Felipe Camera e Diones Krinski
Palavras-chave: Inventário de fauna, Borboletas, Amazônia
1.Introdução
O termo popular, borboleta, refere-se àqueles lepidópteros de hábitos diurnos e
crepusculares (Sackis e Morais, 2008) e constituem cerca de 13% de uma riqueza de 146.000
espécies de lepidópteros no mundo (Brown-Junior e Freitas, 1999). Seus representantes estão
distribuídos em seis famílias, Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e
Nymphalidae (Wahlberg et al., 2005) que distinguem-se da mariposas, sobretudo por apresentar
antenas claviformes e hábitos predominantemente diurnos (Heppner, 1991).
Ganha destaque dentre esta diversidade, a família Nymphalidae, das quais já foram
registradas cerca de 2.850 espécies para a região Neotropical, entre estas, no Brasil são
encontradas 788 espécies, que a torna a mais família mais especiosa (Brown-Junior e Freitas,
1999; Lamas, 2008). Além disso, esta família também costuma apresentar maior
representatividade nos trabalhos desenvolvidos com as borboletas (Biezanko e Freitas, 1938;
Biezanko, 1949; Krüger e Silva 2003; Iserhard e Romanowski, 2004) o que ocasiona
frequentemente em novos registros (Dessuy e Morais 2007).
Por apresentarem uma notável diversidade referente à forma das asas, colorido e tipo de
voo, são agrupadas em 12 subfamílias (Wahlberg et al., 2009) e seus adultos podem ser
classificados ecologicamente em duas guildas: as espécies nectarívoras, que se alimentam do
néctar encontrado nas flores; e as frugívoras, que se alimentam de frutos fermentados, exsudados
de árvores, carcaças e excrementos de mamíferos (Devries, 1997; Devries et al., 1999; Devries e
Walla, 2001).
Listas regionais de espécies de borboletas tem grande relevância no conhecimento sobre
qualquer grupo animal, porque apresentam informações básicas sobre sua diversidade
taxonômica, ecológica e genética (Motta, 2002). A comparação entre ocorrência de espécies entre
locais ou hábitats depende da disponibilidade dessas listas, e servem de base para que se
definam formas de manejo adequadas a cada situação (Balmer, 2002). Com a crescente demanda
do mercado econômico global, o desmatamento tem reduzido muitas áreas tropicais a fragmentos
de florestas, com consequente alteração dos hábitats.
A área de mata, bem como com seu grau de isolamento tem relação direta com a
diversidade de borboletas (Baz e Boyero, 1995). Isso acontece devido a disponibilidade dos
recursos utilizados por estes insetos. Por serem especialistas em determinados recursos, as
borboletas respondem prontamente as alterações no ambiente e seus hábitats, que constitui sua
ameaça mais frequente (Dessuy e Morais, 2007). Estudos indicam que as espécies das
subfamílias Nymphalinae e Satyrinae são boas indicadoras de perturbação, tanto de origem
natural, quanto antrópica (Brown Jr. & Freitas 2000).
Pouquíssimos estudos foram conduzidos na região do Pará, no que se refere a borboletas.
Frente ao pouco conhecimento e a importância da realização de levantamentos com a fauna de
borboletas em nosso país, realizamos este levantamento rápido acerca das espécies de
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Nymphalidae em uma área de floresta amazônica desmatada no sudeste do estado do Pará,
Brasil.
2.Metodologia
Nossas coletas aconteceram na Fazenda Florentino, situada no município de Novo
Progresso, estado do Pará, Brasil, sudeste da floresta amazônica (-55.389167°, -7.129167°, 235
m a.s.l; DATUM= WGS84) durante os meses de outubro de 2011 a março de 2012 (Figura 1). As
coletas foram feitas ocasionalmente nos períodos matutino, vespertino e no crepúsculo apenas
por procura ativa com auxílio de rede entomológica, no interior de fragmentos florestais, bordas e
áreas abertas. Matamos os espécimes com compressão do tórax e os acondicionamos em
envelope entomológico, para posterior montagem. A identificação foi feita pelo prof Dr. Olaf
Hermann Hendrix Mielke e por seu aluno de doutorado Ricardo Siewert, ambos do Laboratório de
Estudos dos Lepidoptera Neotropical da Universidade do Estado do Paraná (UFPR) e a
nomenclatura segue a proposta pela Fundação Butterflies of America. Para algumas espécies em
que não foram capturadas, utilizamos o registro fotográfico para a identificação.
Figura 1. Áreas de coleta. Fazenda Florentino, sudoeste do estado do Pará. Brasil.
1.
Resultados e Discussão.
Encontramos 83 espécies (Figuras 2-5), distribuídas em nove subfamílias e vinte e quatro
tribos, sendo elas:
Apaturinae: Doxocopa sp.;
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Biblidinae/Ageroniini: Ectima thecla (Fabricius, 1796); Hamadryas laodamia (Cramer, 1777);
Hamadryas sp.1; Hamadryas sp.2;
Biblidinae/Biblidini: Biblis hyperia (Cramer, 1779);
Biblidinae/Catenophelini: Catonephele numilia (Cramer, 1775);
Biblidinae/Callicorini: Callicore sp.1; Callicore sp.2; Catacore kolyma kolyma (Hewitson, 1852);
Diaethria clymena clymena (Cramer, 1775);
Biblidinae/Epiphelini: Nica flavilla (Godart, [1824]); Pyrrhogyra sp.1; Pyrrhogyra sp.2; Temenis
laothoe (Cramer, 1777);
Biblidinae/Eubagini: Dynamine sp.;
Charaxinae/Anaeini: Consul fabius (Cramer, 1776); Fountainea cf. ryphea (Cramer, 1775);
Fountainea sp.1; Hypna clytemnestra clytemnestra (Cramer, 1777); Memphis sp.1; Memphis sp.2;
Memphis sp.3; Memphis sp.4;
Charaxinae/Preponini: Archaeoprepona demophon (Linnaeus, 1758);
Cyrestinae/Cyrestini: Marpesia chiron marius (Cramer, 1779); Marpesia sp.1; Marpesia sp.2;
Danainae/Danaini: Lycorea halia ssp. (Hübner, 1816); Danaus gilippus (Cramer, 1775);
Danainae/Ithominiini: Aeria sp.; Dircenna sp.; Hypothyris euclea barii (H. Bates, 1862);
Hypothyris sp.; Mechanitis polymnia polymnia (Linnaeus, 1758); Mechanitis sp.; Melinaea sp.;
Napeogenes sp.; Oleria sp.; Scada sp.; Thyridia sp.;
Heliconiinae/Acraeini: Actinote sp.;
Heliconiinae/Argynnini: Chlosyne sp.; Eresia sp.; Euptoieta hegesia ssp. (Cramer, 1779);
Heliconiinae/Heliconiini: Agraulis vanillae (Linnaeus, 1758); Dryas sp.; Eueides aliphera (Godart,
1819); Eueides sp.; Heliconius doris doris (Linnaeus, 1771); Heliconius erato ssp. (Linnaeus,
1758); Heliconius sara thamar (Fabricius, 1793); Heliconius sp.1; Heliconius sp.2; Heliconius
wallacei wallacei Reakirt, 1866;
Limenitidinae/Limenitini: Adelpha sp.1A; Adelpha sp.1B; Adelpha sp.2; Adelpha sp.3;
Nymphalinae/Coeini: Historis odius dious Lamas, 1995; Baeotus aeilus (Stoll, 1780);
Nymphalinae/Junoniini: Junonia sp.;
Nymphalinae/Melitaeini: Tegosa sp.;
Nymphalinae/Nymphalini: Colobura dirce (Linnaeus, 1758);
Nymphalinae/Victorinini: Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763); Napeocles jucunda (Hübner,
[1808]); Siproeta stelenes (Linnaeus, 1758);
Satyrinae/Brassolini: Caligo illioneus (Cramer, 1775); Caligopsis seleucida (Hewitson, 1877);
Catoblepia sp.; Opsiphanes cassiae (Linnaeus, 1758); Opsiphanes invirae ssp. (Hübner, [1808]);
Satyrinae/Haeterini: Haetera sp.;
Satyrinae/Morphini: Morpho achilles (Linnaeus, 1758); Morpho achilles ssp. (Linnaeus, 1758);
Morpho cisseis C. Felder & R. Felder, 1860; Morpho deidamia ssp. (Hübner, [1819]); Morpho
helenor (Cramer, 1776); Morpho helenor ssp. (Cramer, 1776); Morpho menelaus ssp. (Linnaeus,
1758); Morpho telemachus (Linnaeus, 1758);
Satyrinae/Satyrini: Pareuptychia ocirrhoe (Fabricius, 1776); Taygetis sp.; Hermeuptychia sp.;
Cissia sp.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 A subfamília Biblidinae apresentou maior diversidade de tribos (seis tribos) e Heliconiinae
apresentou a maior diversidade de espécies, com dezesseis espécies (19,27%), seguida por
Biblidinae, com quinze espécies (18,07%). Apaturinae foi a subfamília menos diversa e presentou
apenas uma espécie (1,20%), em seguida as subfamílias menos diversas foram Cyrestinae e
Limenitidinae, ambas com uma diversidade de apenas três espécies (3,61%).
Estudos feitos na região sudoeste do Rio Grande do Sul, abrangendo três ambientes
diferentes (serra, encosta e litoral) apresentou uma riqueza de 100 espécies de Nymphalidae (Paz
et al 2008) e em áreas de Mata Atlântica do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro foram
encontradas 20 espécies (Corso e Hernández, 2012). Em Santa Maria-RS em região de floresta
estacional decidual considerada de rica de borboletas, Dessuy e Morais (2007) encontraram 51
espécies desta família.
Visto que as condições de relevo, composição florística, topografia, micro-clima e os
diferentes esforços amostrais aplicados nas investigações têm influência nos resultados
observados, além de que quanto maior a extensão temporal dos inventários, maior tendência a
aumentar o número total de espécies registradas (Summervile et al., 2001), nosso trabalho
mostrou resultados satisfatórios por ter acontecido em um intervalo pequeno de tempo e com
recurso de coleta limitado.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 2. Napeocles jucunda (A); Caligo illioneus (B); Morpho menelaus ssp. (C); Morpho helenor
ssp. (D); Morpho deidamia ssp. (E); Morpho achilles ssp. (F); Siproeta stelenis (G); Consul fabius
(H); Haetera sp. (I); Taygetis sp. (J); Cissia sp. (K); Junonia sp. (L); Dynamine sp. (M); Catacore
holyma holyma (N); Diaethria clymena clymena (O); Euptoieta hegesia ssp. (P); Closyne sp. (Q);
Danaus gilippus (R); Barra: 1cm.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 3. Lycorea halia ssp. (A); Melinaea sp. (B); Heliconius sp. (C); Mechanitis polymnia
polymnia (D); Mechanitis sp. (E); Hypothyris euclea barii (F); Hypothyris sp. (G); Napeogenes sp.
(H); Thyridia sp. (I); Heliconius doris doris (J); Heliconius wallacei wallacei (K); Heliconius sara
thamar (L); Heliconius erato ssp (M); Dryas sp. (N); Baeotus aeilus (O); Marpesia sp1. (P);
Marpesia chiron marius (Q); Marpesia sp2. (R). Barra: 1cm.
Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Apoio: UNEMAT/Tangará da Serra; Núcleo de Educação em Ciências Tabebuia aurea
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Figura 4. Hamadryas laodamia (A); Hamadryas sp1. (B); Agraulis vanillae (C); Biblis hyperia (D);
Catonephele numilia (E); Hypna clytemnestra clytemnestra (F); Adelpha sp. (G); Adelpha sp. (H);
Fountainea cf. ryphea (I); Memphis sp1. (J); Memphis sp2. (K); Memphis sp3. (L); Memphis sp4.
(M); Doxocopa sp. (N); Doxocopa sp. (O); Opsiphanes invirae ssp. (P); Catoblepia sp. (Q);
Colobura dirce (R). Barra: 1cm.
Figura 5. Morpho cisseis (A); Morpho telemachus (B); Archaeoprepona demophon (C); Pyrrhogyra
sp1. (D); Pyrrhogyra sp2. (E); Ectima thecla (F); Callicore sp1. (G); Nica flavilla (H); Temenis
laothoe (I). Barra: 1cm.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Brown Jr. KS Freitas AVL. 1999. Lepidóptera. In: Brandão CRF Cancello EM. (org.).
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 Wahlberg N Leneveu J Kodandaramaiah U Peña C Nylins S Freitas AVL Brower AVZ. 2009.
Nymphalid butterflies diversify following near demise at Cretaceous/Tertiary boundary.
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RESUMOS SIMPLES
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETAL DE TRÊS
ESPÉCIES ARBÓREA NATIVAS DA REGIÃO SUDOESTE DO
ESTADO DE MATO GROSSO
Margarida Maria Da Silva Mota1, Leydyane Marizete Vieira da Silva, Fernanda Carla Sousa Silva,
Edenir Maria Serigatto
1
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da
Saúde. Tangará da Serra- MT. [email protected]
Palavras Chaves: Semeadura direta, adubação, desenvolvimento vegetal
Nos processos de regeneração da vegetação nativa, o plantio de mudas é o mais utilizado,
principalmente por fornecer uma boa densidade inicial de plantas, porém, estudos demonstram
que esta técnica apresenta custos muito elevados chegando a ser de três a quatro vezes mais
onerosas quando comparado à semeadura direta. O objetivo deste trabalho foi verificar o
desenvolvimento inicial de três espécies nativa Enterolobium timbouva, Jacaranda cuspidifolia e
Handroanthus impetiginosus com diferentes tratamentos de adubação. O experimento foi
conduzido em área degradada próximo a uma represa nas dependências do Campus da
Universidade do Estado de Mato Grosso, localizado no município de Tangará da Serra, entre as
coordenadas geográficas: S 14°38' 56. 25" e O 57°26' 07. 98". Foram demarcadas e limpas por
meio manual (capina) 4 parcelas. Em cada parcela foram delimitada 7 linhas com área de 1 metro
de largura por 10 metros de comprimento (1m x 10m). Os tratamentos corresponderam a dois
tipos de esterco orgânico (esterco aviário e esterco bovino) e 3 dosagens, sendo eles distribuídos
em: controle 0kg (T1) , esterco aviário 5kg (T2), esterco bovino 5Kg (T3), esterco aviário 8kg (T4),
esterco bovino 8Kg (T5), esterco aviário 12kg (T6), esterco bovino 12Kg (T7). As sementes foram
semeadas a lanço em janeiro de 2013. Após um ano de desenvolvimento verificou-se que a altura
media das plantas das três espécies avaliadas em cada tratamento foram: Enterolobium timbouva,
T1 = 105,61cm. T2 = 112,36cm, T3 = 96,36cm, T4 = 123,30cm, T5 = 92,44, T6 = 140cm e T7 =
102,80cm. Jacaranda cuspidifolia, T1 = 31cm. T2 = 29,40cm, T3 = 29,13cm, T4 = 26,80cm, T5 =
51,40cm, T6 = 40,25cm e T7 = 27,86cm. Handroanthus impetiginosus T1 = 29,6cm, T2 = 18cm,
T3 = 21,67cm, T4 = 29,43cm, T5 = 45,57cm, T6 = 16,50cm e T7 = 22,40cm. A análise estatística
ANOVA demonstrou que houve diferença significativa entre os tratamentos apenas no
desenvolvimento da espécie Enterolobium timbouva (Orelha de Negro), e somente no tratamento
T6. Para o desenvolvimento das demais espécies os tratamentos adotados não apresentaram
estatisticamente diferenças significativas.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 AVALIAÇÃO DA CURVATURA DO ESTILE E COMPRIMENTO
DO ANDROGINÓFORO NUMA POPULAÇÃO DE
MARACUJAZEIRO AZEDO EM TANGARÁ DA SERRA, MT
Simone Santos de Oliveira Cobra*, Sabrina Antoniazzi, Daianny Correia Dias, Lais Lage, Celice
Alexandre Silva
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Programa de Pós Graduação em Genética e
Melhoramento de Plantas. Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chave: Passiflora edulis, morfologia floral, polinização natural.
O maracujazeiro azedo (Passiflora edulis Sims) é uma fruteira nativa do Brasil, na flor a
curvatura do estilete e o tamanho do androginóforo são características que interferem no sucesso
da polinização. Uma flor com androginóforo de comprimento menor, associado à estiletes
totalmente curvos, pode viabilizar a polinização natural. Portanto, este trabalho objetivou verificar
a porcentagem de flores com estilete totalmente curvo e comprimento do androginóforo numa
população de maracujazeiro azedo oriunda de cruzamentos de cultivares comerciais. O
experimento foi conduzido na área experimental da Universidade do Estado de Mato Grosso
(UNEMAT), município de Tangará da Serra, MT. O delineamento experimental foi o de blocos
casualizados, com dez repetições. Os tratamentos foram constituídos de oito cruzamentos, sendo
(BRS Gigante Amarelo x Rubi), (BRS Sol do Cerrado x Rubi), (BRS Ouro Vermelho x Rubi), (FB
100 x Rubi), (FB 200 x Rubi), (IAC 275 x Rubi), (IAC 275 x BRS Sol do Cerrado) e (IAC 275 x BRS
Ouro Vermelho). As flores foram avaliadas quanto a curvatura do estilete e comprimento do
androginóforo. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade. A análise de variância demonstrou que as
características curvatura do estilete e comprimento do androginóforo diferiram entre os
cruzamentos (p< 0,05). A progênie resultante dos cruzamentos entre as cultivares BRS Sol do
Cerrado x Rubi do Cerrado e FB100 x Rubi do Cerrado apresentaram maior porcentagem de
flores com estilete totalmente curvo, sendo 93,2% e 89,2%, e menor comprimento do
androginóforo, 9,35cm e 9,32, respectivamente. Nestes cruzamentos ocorre alta porcentagem de
flores com o estilete totalmente curvo, além de obterem menor comprimento do androginóforo em
relação aos demais cruzamentos. Estas características podem otimizar a polinização, pois permite
que o polinizador contate mais facilmente as estruturas reprodutivas.
Órgão financiador: FAPEMAT
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 MORFOANATOMIA DA FOLHA E PECÍOLO DE CROTON
URUCURANA BAILL (EUPHORBIACEAE)
Camila Aparecida Antoniazzi*, Sabrina Aparecida Antoniazzi, Rogério Benedito da Silva Añez
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chave: Planta medicinal, Cerrado, Etnobotânica
O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, apresentando enorme riqueza em espécies
medicinais, entre elas se destaca a sangra d’água (Croton urucurana – Euphorbiaceae), a
segunda família mais representativa. A espécie é importante por suas propriedades químicas e
farmacológicas como antidiurético e anti-flamatório. A coleta se deu no Viveiro Minas Azul,
Tangará da Serra – MT. As amostras de C.urucurana foram estocadas em álcool 70% no
Laboratório de Botânica (CPEDA,EMPLAMEC-UNEMAT) com objetivo de analisar a
morfoanatomia foliar. Após o estoque, realizou-se a técnica de decalque e secções anatômicas,
folhas de Croton urucurana foram cortadas com uso do micrótomo rotativo. Duas secções foram
utilizadas para o decalque com cola instantânea em lâmina de vidro, deixando evidentes as faces
abaxial e adaxial. Os cortes em historeina se mantiveram aderidos á lâmina, logo foram
confeccionadas laminas permanentes em historesina e cobertas com Permount entre lamina e
laminula. Foi utilizado azul-de-toluidina para destacar tecidos de parede celular primária e
secundária. A epiderme apresenta células uniestratificada com tamanhos variados, as da face
abaxial são menores que a adaxial. A folha é anfiestomática e o complexo estomático são dos
tipos paracítico e anomocítico. O mesofilo possui parênquima paliçádico uniestratificado e
lacunoso homogêneo, variando de seis á oito camadas. Apresentam dois tipos de tricomas tector
unicelular único ou estrelado que variam em ambas as faces da epiderme com maior frequência
do estrelado na epiderme que recobre as nervuras. Em seção transversal, o limbo apresenta
nervura principal com contorno biconvexo sendo mais amplo e proeminente na fase abaxial. O
parênquima paliçádico é interrompido pelo colênquima angular de uma ou duas camadas logo
abaixo das células da epiderme adaxial sobre a nervura central. O parênquima cortical apresenta
células isodiamétrica. Na expansão do limbo nota-se feixe acessório acima do cilindro vascular da
nervura central. O sistema vascular é um feixe central, em forma de um semi-arco fechado. O
pecíolo é arredondado, levemente achatada na região do polo abaxial. O cilindro vascular tem
formato semelhante á de ferradura. Compostos fenólicos são identificados com abundância ao
longo de toda a estrutura foliar e peciolar, nas células do parênquima paliçádico e
fundamentalmente no mesófilo e no parênquima cortical. Os padrões anatômicos são os mesmo
descritos para Euphorbiaceae e as células secretoras sugerem látex contendo as propriedades
medicinais na folha. Testes histoquímicos são recomendados para a confirmação do grupo
químico que indica a planta como medicinal.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 USO DE ARMADILHA DE SUCÇÃO TIPO ASPIRADOR PARA
COLETA DE ARTRÓPODES
José Victor Alves Ferreira*, Fabrícia Bruna da Silva, Luana De Souza Medeiros, Bruna Magda
Favetti
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra- MT. [email protected]
Palavras-chave: Coletor de sucção, Arthropoda, área verde urbana.
Os artrópodes são considerados o grupo mais diverso dentro do reino Animalia com mais
de um milhão de espécies conhecidas. Para a realização de estudos científicos e práticas de
ensino com estes animais, a utilização de armadilhas de captura é uma importante ferramenta
para a coleta, levantamento e flutuação populacional destes organismos. Devido à grande
quantidade de artrópodes e os seus mais diversos habitats, uma variedade de modelos de
armadilhas foram criados visando facilitar a captura e desta forma, obter melhores resultados. A
partir disso, este trabalho objetivou demonstrar a eficiência no uso de uma armadilha de sucção
do tipo aspirador na coleta de artrópodes terrestres. Para a confecção dos aspiradores, utilizaramse materiais alternativos e de fácil manuseio (uma garrafa pet, duas mangueira com comprimento
de 15 cm cada e pedaços de tecido tipo gaze), no qual foram feitos dois furos nas laterais da
garrafa pet, em um foi inserido um pedaço de mangueira com uma ponta livre para o contato com
o animal, e no outro, uma mangueira protegida em sua base por um pedaço de tecido tipo gaze
(para evitar a ingestão de sujeiras ou até mesmo dos animais capturados). A coleta foi realizada
no parque natural municipal “Ilto Ferreira Coutinho” em Tangará da Serra-MT, no dia 26 de
outubro de 2013. Para tanto, 15 pontos foram distribuídos em três áreas (cinco ponto por área)
sendo elas: mata fechada (área 01), campo aberto (área 02) e próximo a trilha (área 03). Em cada
área, os pontos distanciavam-se cinco metros um do outro. Para a sucção, delimitou-se 2m2 em
cada ponto, coletando os artrópodes encontrados durante cinco minutos. No total, foram
amostrados 129 indivíduos pertencentes às classes Arachnida (ordem: Araneae) e Insecta
(ordens: Hymenoptera, Hemiptera e Coleoptera) como a mais representativa. Na área 01 coletouse 30 formigas (Formicidae) e 01 besouro (Coleoptera); área 02, 26 formigas (Formicidae), 06
ninfas de percevejo (Hemiptera) e 03 aranhas (Araneae); área 03, 62 formigas (Formicidae) e 01
besouro (Coleoptera). A partir disso, conclui-se que o aparelho de sucção tipo aspirador foi
eficiente na coleta de artrópodes nas três áreas amostradas dentro do parque municipal, apesar
de ter sido feito apenas uma única coleta. Assim, sugere-se a utilização desta armadilha por ser
um método de fácil confecção, manuseio e eficiente na captura de artrópodes.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 MOVIMENTO VERTICAL EM FITOPLANCTÔNICOS DA
CACHOEIRA SALTO MACIEL, TANGARÁ DA SERRA/MT
Tiago Nunes Farias *, Max Júnior Lima Portela, Alex César Sauer, Sarah Krause, Nelson Antunes
de Moura
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chaves: produtores primários, fotossíntese, ambiente aquático.
Chama-se de produtores primários, os seres autótrofos que assimilam a luz do Sol ou de
compostos orgânicos reduzidos e a utilizam para sintetizar compostos orgânicos mais complexos.
São representados principalmente pelas plantas no ambiente terrestre, e pelos chamados
fitoplânctons no ambiente aquático. Este processo é chamado de fotossíntese ou produção
primária, e a matéria orgânica resultante se torna a base da cadeia alimentar na biosfera.
Fitoplanctônicos possuem grande importância no que se refere a concentração de oxigênio na
terra, visto que contribuem com a maior parte desta produção. Assim sendo, as características do
ambiente tem grande influência na distribuição dos micro-organismos. A comunidade de
fitoplânctons, por exemplo, é influenciada por diversos fatores, sendo eles temperatura,
salinidade, distribuição de nutrientes, entre outros. Aspectos físicos como turbulência, no ambiente
aquático, exercem um papel decisivo na composição do fitoplâncton, principalmente no que se
refere ao maior acesso à luz e aos nutrientes. A partir disso, o presente trabalho teve como
objetivo avaliar o movimento vertical de componentes do fitoplâncton, da cachoeira Salto Maciel
em Tangará da Serra/MT em diferentes pontos, horários e profundidades da mesma. Foram
realizadas coletas de amostras de água na cachoeira Salto Maciel, no Município de Tangara da
Serra/MT com auxílio de garrafa tipo PET de 600mL, e posteriormente identificadas com o ponto
(A, B e C), horário (manhã – 8:00h; meio dia – 12:00 h; tarde – 15:00 h) e profundidade (30cm,
60cm e 90cm), respectivamente. A profundidade foi medida com régua artesanal. Após, as
amostras foram deslocadas até o Laboratório de Microscopia, da UNEMAT, campus de Tangará
da Serra/MT, e analisadas com auxílio de Microscópio Ótico. As amostras foram quantificadas
quanto a presença ou ausência de algas. Os dados foram tabulados por meio de Software
Microsoft Excel®. Das coletas analisadas no ponto A, a que se mostrou com maior quantidade de
fitoplânctons foi aquela realizada no por volta do meio dia na profundidade de 60 cm, com um total
de 44% das amostras visualizadas. No ponto B, foram encontrados os mesmos 38% tanto no
período matutino, por volta das oito horas da manhã, quanto no período vespertino, às 17:00
horas. Estes valores foram observados nos primeiros 30 cm de profundidade. O ponto C obteve
maior número de componentes do fitoplânctons à 60 cm de profundidade, totalizando 46% dos
indivíduos encontrados no período da manhã. Pode-se observar que não ouve variações
significativas entre a quantidade de organismos encontrados. No entanto, estes resultados
mostram que há uma enorme influência da correnteza em relação ao movimento vertical dos
organismos produtores, devendo-se realizar outros testes em regiões mais afastadas da queda
d’água para certificação dos dados obtidos, visto que tais organismos necessitam da energia solar
para a fotossíntese.
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COM DIFERENTES TRATAMENTOS DE ADUBAÇÃO
Eva Patricia Oliveira Porto*, Valeria Daiane Bonfante Domingos, Arieley Patricia Cordeiro Paiva,
Edenir Maria Serigatto
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras chaves: Desenvolvimento vegetal, Espécies nativas, Semeadura direta
A semeadura direta tem se destacado como uma das técnicas mais promissoras para
recomposição da vegetação nativa em áreas degradadas. Isto porque, além da possibilidade de
plantar uma maior diversidade de espécies de uma só vez, também reduz o custeio ao eliminar
todo o custo de produção das mudas em viveiro. Para a região sudoeste do estado do Mato
Grosso ainda não estão definidas quais espécies permitem este tipo de manejo com isto, o
objetivo deste trabalho foi verificar o desenvolvimento inicial de três espécies arbóreas nativa da
região de Tangará da Serra-MT com diferentes tratamentos de adubação. O experimento foi
conduzido em uma área degradada nas dependências do Campus da Universidade do Estado de
Mato Grosso, localizado no município de Tangará da Serra, entre as coordenadas geográficas: S
14°38' 56. 25" e O 57°26' 07. 98". As espécies avaliadas foram: Astronium flaxinifolium (Aroeira),
Anadenanthera macrocarpa (Angico), e Sterculia striata (arixixa). O delineamento utilizado foram
de 4 parcelas, no esquema fatorial 3x2x18+1 onde os tratamentos corresponderam a 3 dosagens
de esterco orgânico, sendo eles: controle 0kg (T1), esterco aviário 5kg (T2), esterco bovino 5Kg
(T3), esterco aviário 8kg (T4), esterco bovino 8Kg (T5), esterco aviário 12kg (T6), esterco bovino
12Kg (T7). Em cada parcela foram delimitada 7 linhas com área de 1 metro de largura por 10
metros de comprimento (1m x 10m). As sementes foram semeadas a lanço em janeiro de 2013.
Após um ano de desenvolvimento verificou-se que a altura media das plantas em cada tratamento
e para cada espécie foram: Aroeira T1 = 34,8cm. T2 = 48,12cm, T3 = 36,58cm, T4 = 38,28cm, T5
= 34,8 cm, T6 = 41cm e T7 = 29,27cm. Angico T1 = 56,6cm. T2 = 107,4cm, T3 = 67,25cm, T4 =
138,25cm, T5 = 70cm, T6 = 122,9cm e T7 = 129cm. Arixixa T1 = 44cm. T2 = 40,11cm, T3 =
40,4cm, T4 = 48,8cm, T5 = 58cm, T6 =66cm e T7 = 63,83cm. A análise estatística ANOVA
demonstrou que houve diferença significativa entre os tratamentos no desenvolvimento da espécie
Anadenanthera macrocarpa (Angico), nos tratamentos T4, T6 e T7. Para o desenvolvimento das
demais espécies os tratamentos adotados não apresentaram estatisticamente diferenças
significativas.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS:
RELATOS DE UM RAIZEIRO
Sabrina Antoniazzi*, Daianny Correia Dias, Ingrid Estrazulas Pires, Rafaela Fernanda Lima,
Patricia Campos
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavra-chave: Etnobotânica, raizeiro, plantas.
A Etnobotânica é uma área da Biologia que vem sendo estudada pela ciência desde 1895,
abordando a relação dos homens com as plantas medicinais e o modo como utilizam este recurso
natural para consumo próprio. As plantas medicinais são utilizadas para curar doenças desde o
início das civilizações, além disso, é uma prática milenar onde os povos passam seus
conhecimentos de geração a geração. O foco da Etnobotânica é estudar como diferentes povos
tradicionais interagem com as plantas. Este conhecimento local dos povos possui uma grande
importância, pois é através dele que o homem consegue extrair alimentos, remédios e matériasprimas. O conhecimento tradicional popular que no passado estava bem enraizado nas
populações, hoje com o deslocamento das pessoas do campo para as cidades e o uso constante
dos mesmos por meios tecnológicos, influenciam o seu desaparecimento e é por este motivo que
a Etnobotânica interfere, para impedir que estes saberes populares não morram. Desta forma, o
presente trabalho teve como objetivo estabelecer um perfil básico e as práticas de um raizeiro da
cidade de Tangará da Serra – MT. A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa de
campo com a utilização de um roteiro de entrevistas semiestruturadas com perguntas objetivas
diretas onde o foco principal é o entrevistado. A entrevista consistiu de um roteiro com as
principais perguntas, podendo obter informações também livres. O senhor entrevistado nos
passou que as plantas/raízes que ele adquiriu vêm de uma cidade do Sul do Mato Grosso, sendo
que algumas das plantas ele busca no Paraguai e muitas são do próprio quintal. As principais
plantas que o mesmo possui são: Carqueja, Santa Maria, Alfavaca, Manjericão, Quebra- pedra
roxa, Saia Branca, Parim Paroba, Gtika, Sangra D’água e Chico Magro. As principais pessoas que
vão procurar estas plantas são jovens (homens e mulheres) e adultos (homens e mulheres), e as
principais plantas vendidas são Quina, que é bom para o fígado, rim e intestino, e a Gtika, que
cura inflamações. Este senhor além de vender as plantas e raízes, ele também as utiliza para seu
próprio consumo, principalmente a Gtika para tomar junto com o Chimarrão. Durante a entrevista
o senhor nos conta que passou muito pouco de seus conhecimentos para outras pessoas e que
aprendeu desde muito novo sobre as plantas medicinais. O senhor nos conta que foi bem difícil
aprender sobre as plantas, pois o livro que usava para estudar era muito grosso e de leitura
complicada de entender.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 ESTUDO TAXONÔMICO DE SMILAX FLUMINENSIS STEUD.
(SMILACACEAE)
Sabrina Antoniazzi*, Daianny Correia Dias, Simone Santos de Oliveira Cobra, Lais Lage, Celice
Alexandre Silva
*
Universidade do Estado de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde.
Tangará da Serra - MT. [email protected]
Palavras-chave: Japecanga, monocotiledônea, taxonomia.
A família Smilacaceae pertence ao grupo das monocotiledôneas. É representada por dois
gêneros, Smilax sp. e Heterosmilax sp., distribuídas predominantemente nas regiões tropicais e
subtropicais. Smilax sp. é considerado um grupo monofilético e possui sinapomorfias como:
inflorescências umbeladas, anteras biesporangiadas e gavinhas peciolares. As espécies de
Smilacaceae são popularmente conhecidas como dente-de-cachorro, inhapecanga, japecanga,
jupicanga, salsa-americana, salsa-de-espinho, salsaparrilha, salsaparrilha-das-boticas, entre
outros nomes. O presente estudo tem como objetivo descrever a espécie de Smilax fluminensis
em um Fragmento Florestal de Mata Estacional Semidecidual, no município de Tangará da Serra,
região sudoeste de Mato Grosso. O material botânico foi coletado durante o período de agosto de
2012 a outubro de 2013, realizando marcações nos indivíduos existentes no local, e posterior
coleta de material fértil para a herborização. Smilax fluminensis. distribui-se nas regiões Norte
(RR, PA), Nordeste (BA), Centro-Oeste (MT, GO, DF, MS) e Sudeste (MG, SP, RJ), em vegetação
de Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal; é uma liana, dioica, espinescentes com base subterrânea
e com muitos caules; folhas com bainha e pecíolo sem acúleos; lâmina coriácea, de coloração
esverdeada, de 11,5-16 x 7-9 cm, quando jovem ovada ou elíptica, 1º par de nervura lateral mais
delgado que a mediana, venação proeminente nas duas faces; possui inflorescência do tipo
umbela, com flores inconspícuas. Seus botões florais são elípticos ou ovoides, tépalas com dois
verticilos diferentes entre si. Flor feminina com seis estaminódios, filiformes, de tamanhos
semelhantes, ultrapassando a metade do comprimento do ovário, papilosos no ápice e nas
margens; flor masculina com anteras lineares, de mesmo comprimento ou maiores que o filete.
Fruto do tipo baga globosa de coloração verde passando de alaranjada a preta na maturidade e
com sementes alaranjadas. Suas folhas são utilizadas em forma de chá, como depurativo do
sangue.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 LEPIDÓPTEROS COLETADOS NA CULTURA DO MILHETO NO
SUDOESTE DE MATO GROSSO
Bruna Magda Favetti *, Thais Lohaine Braga dos Santos, Alessandra Regina Butnariu, Alexandre
Specht
*
Universidade Estadual Paulista. [email protected]
Palavras-chave: Entomofauna, entressafra, manejo.
O plantio de milheto vem se expandindo de forma acelerada no Brasil, tendo destaque ao
longo dos anos como uma planta de cultivo na região de cerrado, atuando principalmente como
cobertura de solo para o sistema de plantio direto, além de, potencialmente, servir como alimento
e abrigo de vários insetos pragas de outras culturas. Levando em consideração a crescente
utilização do milheto como planta cultivada, torna-se fundamental o conhecimento da
entomofauna ocorrente nesta cultura para um melhor controle e manejo de pragas. Assim, este
trabalho teve como objetivo fazer um levantamento dos lepidópteros presentes na cultura do
milheto na região sudoeste de Mato Grosso. O estudo foi conduzido na fazenda Aparecida da
Serra (14°18’59” S, 57°45’16” W) (14°20’23” S, 57°42’. 39” W), localizada entre os municípios de
Tangará da Serra e Nova Marilândia, sudoeste do estado de Mato Grosso. A cultivar de milheto
plantada foi ADR 7010 (plantio em 15 de março de 2013), e as coletas foram realizadas a partir de
48 dias do plantio até próximo à colheita (120 dias). O talhão utilizado possuía 145 ha, com bordas
próximas a uma área de cerrado e um plantio de eucalipto. Foram estabelecidos 12 pontos,
distribuídos em um transecto ao longo do talhão. Este transecto foi dividido em três áreas
(próximo a borda de cerrado (BC), meio do talhão (M) e próximo a borda de eucalipto (BE)), onde
a distância entre cada ponto, dentro destas áreas (BC, M e BE), foi de 67 metros, e as áreas
distanciavam-se 134 m entre si. O método de coleta adotado foi o metro linear utilizando uma
trena para demarcação, no entanto, alguns indivíduos foram coletados aleatoriamente. As
espécies ocorrentes foram Mocis latipes (Guenée) (Lepidoptera: Noctuidae) (n=61), Spodoptera
frugiperda (Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) (n=28), Helicoverpa sp (Lepidoptera: Noctuidae)
(n=12), Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) (n=09), Mythimna (Pseudaletia)
sequax Franclemont (Lepidoptera: Noctuidae) (n=03), Urbanus proteus (Linnaeus) (Lepidoptera:
Hesperiidae) (n=02), Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae) (n=01), Leucania
latiuscula Herrich-Schäffer (Lepidoptera: Noctuidae) (n=01) e um espécime de Geometridae. Notase que as espécies mais abundantes foram M. latipes e S. frugiperda. Este é o primeiro registro de
ocorrência de lepidópteros no milheto da região sudoeste do Mato Grosso. A partir disso, este
trabalho contribui para o conhecimento das espécies que compõem o complexo de insetos praga
desta cultura, e potencialmente para o manejo integrado de pragas desta e outras plantas
cultivadas.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO III BIOTA III Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra II Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 28 a 30 de Maio de 2014 ISSN 2175-­‐6392 CRESCIMENTO IN VITRO DE ENCYCLIA CAXIMBOENSIS
(ORCHIDACEAE) COM ADIÇÃO DE CARVÃO ATIVADO E
ÁCIDO GIBERÉLICO (GA 3 )
Andréia Izabel Mikovski(1), Kaliane Zaira Camacho Maximiano da Cruz(1), Jéssica Fernandes
Duarte(1), Nadia Botini(2), Rodrigo Faria de Brrito(2).
1
Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas – UNEMAT. Campus Universitário de Tangará da
Serra – email: [email protected]; 2Graduados em Ciências Biológicas.
Palavras-chave: Orquídea, propagação, fitossanitária
A família Orchidaceae compreende uma das maiores famílias de plantas ornamentais e de
maior importância econômica devido a cor, forma, tamanho e exuberância de suas flores,
apresentando 35.000 espécies distribuídas em 1.800 gêneros, podendo estas ser encontradas em
quase todo o mundo. Porém, muitas espécies dessa família estão ameaçadas de extinção, por
consequência do desaparecimento de seu habitat natural, que vem sendo causado pelo
extrativismo e a destruição de seu ecossistema, o que acaba dificultando a propagação e a
reprodução dessas plantas. Devido a sua importância econômica, ameaça de extinção e a baixa
germinação de orquídeas na natureza por meio de sementes, o cultivo in vitro vem sendo uma
alternativa cada vez mais utilizada devido a obtenção de plântulas em um curto espaço de tempo
e com alta qualidade fitossanitária. Estima-se que 95% do cultivo de orquídeas comercializadas
anualmente, seja feito de forma artificial com o propósito de diminuir a retirada dessas plantas do
seu habitat natural. O trabalho teve como objetivo a indução de enraizamento e alongamento de
plantas de Encyclia caximboensis cultivadas in vitro. Plantas com ± 2 cm de altura foram isoladas
em tubos de ensaio contendo meio MS acrescido de 30g L-1 de sacarose, 100 mg L-1 de inositol,
8,5 g L-1 de Agar, 0,50 mg de ácido giberélico (GA3) e carvão ativado a 1% e pH ajustado a 5,7. As
plantas foram mantidas em sala de cultivo com fotoperíodo de 12 horas e temperatura de 27 ± 2
º
C e µmolm-2s-1 de luminosidade. Foram isoladas 72 plantas, onde aos 240 dias após a
transferência das mesmas para os tubos de ensaio, observou-se a presença de raízes e um
alongamento de 13 cm. Esse crescimento das plantas, mostra que o uso da giberilina GA3 foi
eficiente, proporcionando a obtenção de plantas sadias e vigorosas, pois este hormônio estimula o
crescimento das plantas, aumentando o seu tamanho devido a sua divisão e expansão celular. O
uso de carvão ativado em meio de cultura para o cultivo de orquídeas tem sido um dos maiores
compostos utilizados para o aumento da produção dessas plantas. Este composto tem como
principal função a absorção de substâncias que pode ou não ser inibitórias para as plantas como
os fenóis, etileno, vitaminas e outras substâncias orgânicas, modificando assim o meio de cultura
e regulando o crescimento. Após atingirem o comprimento de 15cm, as plantas foram
aclimatizadas em fibra de coco triturada e sfagno, apresentando 95% de sobrevivência, pois o
sfagno mantém a humidade necessária para a sobrevivência da planta.
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