XXII CONFAEB Arte/Educação: Corpos em Trânsito
29 de outubro à 02 de novembro de 2012
Instituto de Artes / Universidade Estadual Paulista
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EM BUSCA DE CRITÉRIOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DOS OBJETOS DE
APRENDIZAGEM NOS CURSOS DE ARTES VISUAIS NA MODALIDADE DE
ENSINO A DISTÂNCIA
João Helder Alves e Silva
INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ
[email protected]
http://lattes.cnpq.br/0570835426785484
José Maximiano Arruda Ximenes de Lima
INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ
[email protected]
http://lattes.cnpq.br/5549741678098188
RESUMO
O ensino de artes visuais na modalidade a distância tornou-se uma realidade no Brasil
devido ao avanço das Tecnologias de comunicação e ao apoio da Universidade Aberta do
Brasil (UAB) que ampliou o acesso e a formação de professores de Arte no país. Os cursos
são desenvolvidos com apoio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que
armazena os Objetos de Aprendizagem (OAs). Não encontramos na literatura específica até
2012, pesquisas que verificassem os aspectos ergopedagógicos desses Objetos de
Aprendizagem. Por isso, o presente artigo tem como objetivo apresentar um processo de
avaliação de um Objeto de Aprendizagem destinado ao curso de Artes Visuais na
modalidade à distância com a utilização do Método Interativo para avaliação
ergopedagógica dos Produtos Educacionais Interativos, denominado MAEP.
Palavras-chave: Objetos de Aprendizagem; Avaliação de Objetos de Aprendizagem;
Ensino de Arte.
ABSTRACT
The teaching of visual arts in the distance became a reality in Brazil due to the advancement
of communication technologies and the support of the Open University of Brazil (UAB) that
expanded access and training of Art teachers in the country. The courses are developed with
the support of a Virtual Learning Environment (VLE) that stores the learning objects (LOs).
Not found in the specific literature until 2012, research that verify these aspects ergonomic
and educational Learning Objects. Therefore, this paper aims to present an evaluation
process of a learning object for the Visual Arts course in distance mode using the Interactive
Method for assessment of ergopedagógica Interactive Educational Products, called MAEP.
Key words: Learning Objects; Evaluation of Learning Objects, Art Teaching.
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Introdução
Além de outros fatores, o desenvolvimento de novas tecnologias possibilitou a
consolidação do ensino à distância na educação brasileira, a utilização de
tecnologias
da
informação
e
comunicação
auxilia
o
processo
de
ensino/aprendizagem; rompendo as barreiras culturais, de espaço geográfico e
dinamizando as interações pedagógicas.
Essa modalidade de ensino vem sendo inserida em diversas faculdades e
universidades do Brasil. Mas o crescente número de cursos de Artes
Visuais à distância no Brasil levantam algumas questões: temos professores
de Artes Visuais suficientes preparados para atuar no ensino a distância?
Os alunos dos cursos de licenciatura aprendem a produzir Objetos de
Aprendizagem (OA), para o ensino de artes Visuais? (LIMA, 2011).
Diante desses questionamentos da pesquisa supracitada, percebemos que
esses OAs estão sendo produzidos e utilizados sem uma avaliação. No Estado do
Ceará existem, em 2012, cadastrados no e-MEC dois cursos de Licenciatura em
Artes Visuais na modalidade à distância (BRASIL, 2012). Esses cursos
desenvolveram seus OAs. Com isso, algumas questões se tornaram essenciais,
como por exemplo: como avaliar um OA de artes? Com o que avaliar? Qual o perfil
do usuário do OA?
Diante do exposto, O objetivo deste trabalho é avaliar ergopedagogicamente
um Objeto de Aprendizagem destinado ao curso de Artes Visuais na modalidade à
distância com a utilização do Método Interativo para avaliação ergopedagógica dos
Produtos Educacionais Interativos, denominado MAEP.
Na seção 2, são apresentadas as definições de um Objeto de Aprendizagem.
Na seção 3 o método MAEP. Na seção 4, encontra-se a metodologia utilizada para
avaliação dos OAs. Na seção 5, apresentam-se alguns resultados obtidos nesse
processo de avaliação. Encerra-se o artigo com as considerações finais.
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Objetos de Aprendizagem
Com o crescimento do uso das novas tecnologias, juntamente com o
processo de ensino/aprendizagem, percebe-se no cenário atual uma procura
acentuada por ferramentas computacionais que permitam um aprendizado mais
personalizado. Um meio de suprir essa necessidade é a utilização dos OAs, os quais
são materiais que visam promover a aprendizagem.
Uma ampla definição do conceito de um Objeto de Aprendizagem é dada pelo
Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas/Learning Technology Standards
Committee (IEEE/LTSC), como sendo “qualquer entidade, digital ou não, que pode
ser utilizada e reutilizada durante o ensino com suporte tecnológico.” (IEEE, 2002).
Sendo assim, qualquer material didático (vídeo, imagem, áudio, texto, gráfico,
tabela, tutorial, mapa, jogo educacional, animação, infográfico, página web) que
trabalhe junto ao professor no processo de mediação entre o ensino/aprendizagem
pode ser definido como um OA. Um dos principais autores desse tema, Wiley
(2002), compreende que qualquer material digital que possa ser reutilizado para dar
suporte ao ensino é considerado um objeto de aprendizagem.
Para tanto, a priori, alguns fatores precisam ser analisados se a intenção for o
pleno funcionamento deste OA dentro do contexto educacional: as características
pedagógicas, adequação do objeto ao currículo escolar, a facilidade de uso, a
eficácia, a linguagem adequada para a faixa etária correta, entre outros fatores que
podem ser observados mediante uma avaliação ergopedagógica dos OAs.
Métodos de Avaliação de Objetos de Aprendizagem
Um método de avaliação que analisa a concepção epistemológica, as
características e os objetivos de um OA foi proposto por Mussoi et al (2010). A
avaliação
propõe
alguns
parâmetros
essências,
tais
como:
a
concepção
epistemológica; qualidade do conteúdo; interatividade; adequação do conteúdo com
o público alvo; definição dos objetivos a serem alcançados; motivação e
reusabilidade do material avaliado.
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As pesquisadoras aplicaram uma avaliação qualitativa em um Objeto de
Aprendizagem disponível no repositório do Banco Internacional de Objetos
Educacionais – BIOE, na categoria de Matemática, com o título A Matemática e as
Artes Visuais. Os critérios propostos na pesquisa foram divididos em três categorias:
características gerais, ferramentas de apoio ao professor e ferramentas de apoio ao
aluno.
O outro método estudado foi criado pelo grupo PROATIVA da Universidade
Federal do Ceará-UFC, com o título: Avaliação de Conteúdos Educacionais Digitais,
o modelo do Instituto UFC Virtual (2011). Este trabalho propõe dois métodos
avaliativos: o primeiro seria a análise do perfil personográfico dos alunos inseridos
na modalidade de Educação a Distância EAD, e posteriormente a avaliação da
experiência dos alunos com os OAs disponíveis no ambiente virtual da instituição, o
SOLAR.
Por fim, O MAEP que foi decomposto por Silva (2002) em 03 (três) categorias:
os critérios gerais ou comunicacionais, os critérios ergonômicos e os critérios
pedagógicos, tornando mais prática à análise do potencial ergopedagógico do OA
submetido ao crivo da avaliação do método.
Ergonômica para que o usuário, aluno ou professor possa utilizar a
tecnologia com o máximo de segurança, conforto e produtividade [...].
Pedagógica, para que as estratégias didáticas de apresentação das
informações e tarefas cognitivas exigidas estejam em conformidade com o
objetivo educacional e as características do aprendiz/usuário. E
comunicacionais, para que os dispositivos midiáticos de comunicação entre
os interlocutores (professor x aluno) sejam eficazes do ponto de vista da
interatividade permitida e da quantidade de informação representativa da
realidade do leiro/usuário/aprendiz. (SILVA, 2002, p. 145-146)
O método é composto de um questionário com 76 (setenta de seis) perguntas
divididas em três critérios: gerais, ergonômicos e pedagógicos. Com relação aos
critérios gerais, a autora decompôs em 5 (cinco): Documentação e material de
Apoio; navegação; interatividade; grafismo; organização da informação. Nos critérios
ergonômicos, a autora decompôs em 8 (oito): condução; carga de trabalho; controle
explícito;
adaptabilidade;
compatibilidade.
E
nos
gestão
critérios
de
erros;
homogeneidade;
Pedagógicos,
decompôs
significação
em
4
(quatro):
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e
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Ensino/aprendizagem, Dispositivos da formação, Controle e gestão do processo e
Validade político/pedagógica. O questionário mostrou-se de fácil aplicação, pois
continha apenas quatro (04) opções de resposta; Não, Sim, Não se aplica e
Parcialmente.
Esse
processo
avaliativo
fica
a
cargo
exclusivo
do
pesquisador/avaliador. Diferente de outros métodos, não existe a necessidade da
presença de alunos.
Nenhum dos métodos estudados é específico para Artes Visuais. Não
encontramos na literatura específica até 2012 um Método de Avaliação de OA para
essa área. Segundo SILVA (2002) na ausência de critérios pré-estabelecidos, o
pesquisador produzirá outras formas de avaliação tomando por referência outros
dispositivos com objetivos semelhantes ou por meio da comparação com outras
ferramentas de formação. Entre os 3 (três) estudados, o MAEP é o único que avalia
ergopedagogicamente um OA. Por isso, entre outros fatores, adotamos o MAEP
neste trabalho.
Metodologia
Delimitamos a pesquisa a uma Universidade do Estado do Ceará, onde
residimos, por questões logísticas, temporais e espaciais. Essa Universidade foi
identificada por: Universidade Alfa. Entre as disciplinas do curso, optamos por
avaliar o OA da disciplina História da Arte. Justificamos sua escolha porque ela está
presente na maioria dos cursos de Licenciatura em Artes Visuais na modalidade à
distância do Brasil.
Após essa fase, coletamos o OA da referida disciplina no AVA da instituição
dando inicio ao processo de avaliação. A avaliação constou da aplicação de um
questionário com 76 questões distribuídas entre os critérios supracitados. Esses
dados foram tratados com os seguintes parâmetros: a) Atende, para aqueles
critérios que estão presentes no OA; b) Não atende, para aqueles critérios que não
estão presentes, não se aplica ou estão parcialmente no OA.
Após a conclusão da avaliação, mostrou-se necessário a observação de uma
aula presencial, a aplicação de um questionário e teste de conhecimento. Foram
observadas duas aulas presencias entre os dias 06 e 07 de julho de 2012. Nessa
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oportunidade, foram efetuadas fotos do ambiente físico ao qual se encontra a
Universidade Alfa, bem como a filmagem das aulas referentes à unidade I e II do OA
de História da Arte. Após as aulas foram aplicados o questionário com objetivo traçar
o perfil personográfico da turma e o teste de conhecimento com quatro perguntas
referentes ao conteúdo da disciplina.
Resultados e Discussões
O OA destinado aos alunos do referido curso da Universidade Alfa apresentase no AVA na forma textual, em formato Portable Document Format (PDF), dividido
em quatro unidades didáticas, que abrange desde a arte Pré-histórica até o
Renascimento. Cada unidade contém dicas extras para o aluno, links para
pesquisas na internet e a indicação de livros e filmes que acentuem a compreensão
do aluno, bem como atividades ao final de cada unidade.
O resultado da avaliação da primeira categoria comprova que o OA não
atende efetivamente aos recursos de comunicação entre o material didático e o
usuário-aluno. De acordo com o questionário composto de seis questões, apenas
duas questões atenderam plenamente ao critério, 33% das respostas. Quatro
questões, 67% do resultado do questionário, não atenderam ao perfil desejado.
O OA utilizado exclusivamente na forma textual não atende aos critérios
comunicacionais de avaliação do MAEP, não diferenciando do ensino presencial,
pois uma das vantagens da EAD é a diversidade de abordagens pedagógicas que
podem ser direcionadas para o conteúdo didático, podendo-se apresentar nas
formas de: áudio, vídeo, jogos, mapas, filmes e não apenas na forma textual como
utiliza o curso observado. Conforme tabela 1.
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5
4
3
2
1
0
ATENDE
NÃO ATENDE
Tabela 1. Resultados dos Critérios Gerais
Com relação aos critérios ergonômicos do método de avalição, de acordo
com o questionário composto de trinta questões para análise do caráter ergonômico
do OA, dezessete questões não atenderam ao perfil, contabilizando 57% do
resultado do questionário, já as questões que atenderam plenamente ao caráter
avaliado foram treze, ou seja, 43% das respostas. O resultado demonstra que
mesmo com a ausência notável de um potencial de ergonomia, o OA ainda
consegue atender a um valor significativo, mais de 40% da opção positiva do teste.
Comprovamos que, o material na forma exclusiva de texto, tal qual é disponilizado
pelo curso, é de fácil manipulação por parte de qualquer aluno, independente da sua
faixa etária ou experiência com os meios tecnológicos. Conforme tabela 2.
20
15
10
5
0
ATENDE
NÃO ATENDE
Tabela 2. Resultados dos Critérios Ergonômicos
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Quanto aos critérios que dizem respeito ao caráter pedagógico do OA, em
conformidade com o questionário composto de quarenta questões, vinte e seis
questões atenderam ao perfil, contabilizando 65% do resultado do questionário, já as
questões que não atenderam plenamente ao caráter avaliado foram quatorze, ou
seja, 35% das respostas. Conforme as considerações supracitadas, esse resultado
comprova que há uma facilidade em se trabalhar com esse material didático e o
mesmo
apresenta-se
como
elemento
importante
no
processo
de
ensino/aprendizagem. Conforme tabela 3.
30
25
20
15
10
5
0
ATENDE
NÃO ATENDE
Tabela 3. Resultados dos Critérios Pedagógicos
De acordo com as estatísticas do questionário, das setenta e seis questões, o
produto final da avaliação demonstra que quarenta e sete questões, 62% dos
critérios não atendem perfeitamente as características de um OA educacional. A
falta de interatividade contribuiu para esse resultado acentuado.
Ao final da avaliação, o MAEP solicita do avaliador uma nota final para o OA,
assim como uma questão na qual pergunta se OA deve ser aceito, com as seguintes
opções: sim; sim, com algumas modificações; não, deve ser devolvido ao autor.
Nesse caso, indicamos a nota seis por não apresentar interatividade e deixar a
desejar no aspecto ergonômico.
Há uma escassez de imagens no material, que contém na sua maioria
referências a iconografia das obras de arte. Por se tratar de um OA de História da
Arte, a inserção de imagens poderia aumentar a absorção do conteúdo didático pelo
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aluno/usuário, bem como: jogos, vídeos e animações. Acredita-se que essas
modificações, se acatadas, poderiam elevar o potencial ergopedagógico do material
avaliado.
Após a conclusão do processo de avaliação pelo MAEP, aplicamos dois
testes com os 29 alunos da disciplina que se encontravam presentes nas aulas
presenciais. Entregamos uma avaliação com quatro perguntas relacionadas à
imagem de uma pintura rupestre da caverna de Lascaux na França. No material
didático da disciplina essa figura está presente e esse conteúdo já tinha sido
apresentado no curso.
No dia do teste, o professor da disciplina estava abordando exatamente esse
assunto, o que facilitou à compreensão. Os alunos não obtiveram dificuldade em
responder aos quesitos, visto que o assunto havia sido trabalhado pela professora
momentos antes da aplicação do teste, o que não evitou um número significativo de
respostas semelhantes. As respostas mostraram que os alunos observaram a aula,
mas mascarou a possibilidade de averiguar o alcance do OA nesse processo,
mesmo não sendo o escopo dessa pesquisa.
Contudo, além de se observar o nível de aprendizado dos alunos na aula
presencial, notou-se a necessidade em se conhecer o perfil do aluno do curso de
Artes Visuais, produzindo um questionário com o objetivo de traçar o perfil
personográfico.
Esse perfil revelou que a grande maioria, quase 70% dos alunos, é do sexo
feminino, assim como detinham também uma juventude acentuada, 52% dos alunos
entrevistados tinham menos de 29 anos, o que facilita o uso de metodologias
pautadas na tecnologia. Mesmo assim, a instituição utiliza-se pouco da tecnologia
nesse processo.
Um elemento importante salientado nessa análise é que todos os alunos
encontram-se inseridos no mercado de trabalho, cerca de 70% dos alunos trabalham
de 20 a 40 horas semanais, ou seja, os alunos já estão ligados de maneira formal ou
informal a economia local.
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Com relação ao uso dos materiais que auxiliavam o aprendizado, mais de
40% dos alunos responderam que a apostila (conteúdo do OA disponibilizado de
forma impressa) era o material mais importante para seu aprendizado, superando
vídeos, imagens e animações, materiais esses de alta interatividade e comuns na
prática da EAD. Reflexo do AVA da instituição que apenas disponibiliza esse tipo de
OA.
Esse dado mostra que os alunos não conhecem todo o potencial de um OA,
tal como poderia ser, um elemento estimulador, inovador e que proporcionasse uma
interação significativa entre o aluno e o material. A utilização apenas dessa apostila
evidencia que a prática do ensino presencial, nessa instituição, ainda está enraizada
dentro do contexto escolar presencial, mesmo com todos os avanços tecnológicos e
possibilidades que a EAD disponibiliza.
Concluindo esse teste, questionamos sobre a satisfação do material didático,
69% dos alunos mostraram-se parcialmente satisfeitos com o conteúdo do material,
contra 31% totalmente satisfeitos, o que mostra que a maioria dos alunos espera por
alguma mudança prática ou teórica no OA.
O resultado da avaliação do MAEP, bem como as respostas do perfil
personográfico dos alunos, comprovou que o OA não atende a maioria dos critérios
avaliados e que os alunos não usufruem de todos os recursos que poderiam ser
disponibilizados.
Considerações finais
O MAEP proporcionou um número significativo de dados para a pesquisa,
pois seu método é extenso e consegue avaliar todo o potencial do OA; desde os
critérios ergonômicos até o seu alcance pedagógico, mesmo não sendo um método
específico para as artes visuais. Ficou claro que o OA analisado pode ser utilizado
como material didático. Mas devemos considerar que o resultado apresentado pode
apresentar algumas distorções pela ausência de um método específico para
avaliação de um OA de artes visuais.
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Contudo, essa avaliação que OA precisa melhorar em alguns aspectos,
principalmente no que diz respeito aos critérios comunicacionais e ergonômicos,
sendo interativo.
Referências
BARONE, Nidia et al. Avaliação de Conteúdos Educacionais Digitais: o Modelo do
Instituto UFC Virtual. In: 22º Simpósio brasileiro de informática na educação (2011: Santa
Catarina). Anais... Santa Catarina: SIBIE, 2011.
MUSSOI, E. M.; FLORES, M. L. P.; BEHAR, P. A. Avaliação de Objetos de
Aprendizagem. En J. Sanchez (Ed.): Congresso Ibero-Americano de Informática Educativa.
v. 1, p. 122-126, Santiago. Chile, 2010.
BRASIL.
MEC.
Sistema
e-MEC.
Brasilia,
DF,
<http://emec.mec.gov.br>. Acesso em: 24 setembro 2012.
2012.
Disponível
em:
IEEE Learning Technology Standards Committee (IEEE/LTSC). ‘IEEE Standard for
Learning Object Metadata’. 2002. Disponível em: <http://ltsc.ieee.org/wg12/> Acesso em:
24 setembro 2012.
LIMA, José Maximiano Arruda de. A ABORDAGEM TRIANGULAR COMO BASE TEÓRICA
NA ELABORAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NO CURSO DE LICENCIATURA
EM ARTES VISUAIS DO INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ. In: XXI Congresso Brasileiro
da Confederação de Arte Educadores do Brasil (2011: São Luís). Anais... São Luís:
CONFAEB, 2011.
SILVA, C.R. MAEP: Um método ergopedagógico interativo de avaliação para produtos
educacionais informatizados. Florianópolis, 2002. Tese (Doutorado em Engenharia de
Produção) - PPGEP/UFSC. 221p.
WILLEY, D.A. Learning object design and sequencing theory. Doctoral dissertation
partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Philosophy, Brigham Young
University, 2000. Disponível em: <http://opencontent.org/docs/dissertation.pdf>. Acesso em:
24 setembro 2012
.
Mini-currículos
João Helder Alves e Silva
É aluno do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Instituto Federal do Ceará-IFCE,
bolsista do Programa de Iniciação de Bolsas Científicas – PIBIC e membro do grupo de
pesquisa Arte UM sob orientação do Ms. José Maximiano Arruda Ximenes de Lima.
José Maximiano Arruda Ximenes de Lima
Doutorando em Artes/EBA/UFMG. Desenvolveu seu projeto de mestrado sobre Ensino de
Artes à distância e tecnologia computacional. É graduado em Educação Artística pela
UFRN/RN. Professor das disciplinas Web Arte e Gravura Digital do curso de Licenciatura em
Artes Visuais do Instituto Federal do Ceará.
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61- Artigo