RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS BOLSISTAS DO PIBID EM HISTÓRIA NA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ ANTÔNIO NAVARRO LINS, JOINVILLE, SC. RODRIGUES, Bruno Ramos1 - UNIVILLE HAMMES, Nathália2 - UNIVILLE BRAND, Thiago Silveira3 - UNIVILLE HEINZELMANN, Marta Regina4 - UNIVILLE Grupo de Trabalho – Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agencia Financiadora: Capes Resumo O presente artigo tem por finalidade problematizar as experiências vivenciadas por graduandos do 4º ano do Curso de História (Licenciatura) enquanto participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) em parceria com a Escola Municipal José Antônio Navarro Lins na cidade de Joinville. As perspectivas adotadas no subprojeto de História no PIBID, “Um bairro para chamar de meu”, envolveram discussões sobre o letramento e suas manifestações em diversos âmbitos sociais e culturais, bem como seus moldes e sua presença em complexas questões de identidade e leitura de espaço de sociabilização, tendo como interface a relação dos “pibidianos” com os alunos do Estabelecimento de Ensino e os moradores do bairro. Outro objetivo do projeto é articular os modos com que os estudantes se manifestam e se expressam quando instigados a produzir conhecimento. Estão sendo considerados, também, os anseios dos acadêmicos em fase de finalização de curso e experimentação do Estágio Curricular Supervisionado. Imbricado na discussão do letramento, emergem as experiências e os usos dos sujeitos que vivenciam as ruas e os diferentes espaços de sociabilização presentes ao redor da Escola como, sorveteria, padaria, ponte, lojas e mercados, para além dos seus usos cotidianos. Estamos observando as maneiras que os sujeitos que praticam o bairro, no caso 1 Graduando em História pela Universidade da Região de Joinville – Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Graduanda em História pela Universidade da Região de Joinville – Santa Catarina. E-mail: [email protected] 3 Graduando em História pela Universidade da Região de Joinville – Santa Catarina. E-mail: [email protected] 4 Mestre em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina, professora titular da Universidade da Região de Joinville. Coordenadora do Sub-projeto Um Bairro pra Chamar de Meu, PIBID, E-mail: [email protected] 14796 estudantes da rede pública de ensino, identificam os locais que, cotidianamente, frequentam, tendo em vista a sua relação de memória, que, por vezes, ultrapassa as nomenclaturas técnicas presentes nos projetos urbanísticos, como nome de rua, de praça, de ponte ou demais atribuições especificas. Palavras-chave: PIBID. Letramento. História e memória. Introdução A Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), durante os anos de 2009 e 2012, passou por amplo processo de repensar e reestruturar os cursos de Licenciatura. Essa nova abordagem criou o Centro de Ciências Humanas e Biológicas (CHB), que engloba os cursos de Ciências Biológicas, Educação Física, Geografia, Letras, História, Artes Visuais e Matemática. Com o intuito de aproximar os estudos, as discussões e a prática dos educadores formados pela UNIVILLE, foi criado o Núcleo Pedagógico Integrador (NPI), que envolve alunos de licenciatura. Ao longo do curso, são oferecidas duas disciplinas por série, a saber: Metodologia da Pesquisa em Educação, Filosofia, Psicologia da Educação; História da Educação; Educação Inclusiva e Libras; Políticas Públicas, dentre outros. Essa estrutura foi criada em 2009, sendo que em 2012, fechou-se o primeiro ciclo e está em curso, amplo processo de avaliação. No ano de 2010, foi organizado o 1º Colóquio das Licenciaturas (CLIC), que teve como intenção a integração dos acadêmicos e professores das Licenciaturas da UNIVILLE, bem como de sua comunidade, discussões sobre a temática “Identidade docente: Construção, desafios e dilemas”. Na programação, espaço para palestras, mesas redondas e relato de experiências, oportunizando três dias de intensa integração, fortalecendo a proposta e também apontando as dificuldades a serem superadas. Em 2013 acontecerá o 4º CLIC. No ano de 2012 mais uma novidade impactou positivamente a UNIVILLE, especialmente as Licenciaturas: o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), da Capes, lançou um edital para apresentação de propostas. A instituição e os cursos se reuniram, escreveram e tiveram aprovados os cinco projetos apresentados tendo como enfoque o Letramento. Desenvolvimento 14797 O subprojeto, “Um bairro para chamar de meu”, apresentado pelo Curso de História, tem por objetivo buscar e desenvolver práticas sociais de leitura e escrita, “procurando (re)conhecer a escola, o bairro e seus espaços de sociabilidades, a partir dos dados coletados na comunidade.” Com a intenção de que os bolsistas do projeto não fossem a campo sem uma boa bagagem teórica e histórica, nas primeiras semanas o cotidiano dos bolsistas, se concentrou na leitura de textos e levantamento de dados sobre os bairros em que haveria a intervenção e sobre o processo de educação em um contexto regional. A organização dos seminários serviu então como suporte teórico onde também foram separados diversos temas pertinentes à formação da cidade em diversos segmentos, imigração e migração, construção cultural da cidade, invenção das tradições e distribuição física demográfica da população, utilizando de leituras como Certeau (1996) e Chartier (1991) para abordar as temáticas da cidade e das representações, Costa e Gabardo (2005) como aparato de discussão da educação em Joinville, Ficker (1965) e Guedes e Silva (2000) para reflexões sobre Joinville enquanto cidade de (i)migrantes e Colaço e Fischer (2012) e Silveira; Rohling; Rodrigues (2012) como sustentação teórica acerca do letramento. Para além das leituras e pesquisas os bolsistas de História junto com a coordenadora do projeto, discutiam e socializavam todas as informações que estávamos adquirindo. Terminada essa etapa aconteceu a primeira saída a campo para a Escola Municipal Dr. José Antônio Navarro Lins, localizada no Bairro Espinheiros, região leste da cidade. Esta região sofreu um intenso processo de urbanização, a partir da década de 1970, com a expansão industrial do município, sendo região característica de manguesais e restingas que se transformou rapidamente em bairro residencial de trabalhadores das empresas do entorno. Foram agendadas visitas na Escola com a intenção de observarmos e compreendermos a instituição escolar a fim de conhecermos e nos habituarmos com o ambiente. Em seguida, iniciamos a fase de observação das aulas compreendendo uma situação muito semelhante ao Estagio Curricular Supervisionado (ECS) obrigatório no Curso de Licenciatura em História. 14798 Figura 01 – Foto de satélite do entorno da E.M. José Antônio Navarro Lins Fonte: Organizado pelos autores, com base no sítio eletrônico <http://www.maps.google.com.br> Neste momento podemos verificar a primeira narrativa que nos chegou sobre o bairro, sobre a escola, sobre seu espaço físico e sobre o olhar de alguém que conhecia mais do bairro que qualquer um dos bolsistas. “Passando pela Tupy na rotatória à direita vai ter uma reta, nessa reta tu vai embora toda vida até chegar à curva bem ali em frente ao mangue”, sendo esta a fala de um dos moradores do bairro Espinheiros, vide Figura 01. A partir dessa narrativa, foram surgindo diversas outras sobre o bairro, entre contestações, negações e afirmações, fazendo com que o grupo percebesse a complexidade e as possibilidades do subprojeto “Um bairro para chamar de meu”. Além das leituras técnicas, dos gráficos e mapas, que sobre o bairro, estavam ali na memória, na narrativa, na fala carregada de sentimentos, o que precisávamos saber para começar a desenvolver nosso trabalho naquele espaço. Logo que estávamos entrando em um território estranho, pois não tínhamos relação nenhuma com o bairro. Caminhada Fotográfica A partir daí, organizamos uma atividade chamada Caminhada Fotográfica I, com o objetivo de reconhecer o espaço no entorno da escola, os lugares de sociabilidades do bairro e suas dificuldades com infraestrutura. Foi possível fazer uma análise sobre as construções de 14799 memória, perspectiva sobre os espaços do bairro e uma serie de reflexões acerca da noção e pertencimento do espaço urbano, práticas do cotidiano vivido pelos moradores e visitantes da região em contrapartida com a perspectiva dos alunos. Houve a necessidade de separação de uma aula para programar a atividade com os alunos: escolha das ruas utilizando mapas, solicitação dos que fossem a campo, munidos de câmeras fotográficas cadernos e lápis para anotações. Nossa função nesta atividade consistiu no auxilio e na organização de um roteiro de perguntas e ajuda na escolha das Ruas que seriam visitadas pelos alunos. Neste momento percebemos que a escolha das ruas que seriam visitadas se deu pela noção de espaço de cada aluno. Diversas perguntas foram feitas como “O que tem nesta rua?”, “Quem mora lá?”, “Você conhece alguém que mora lá?”, “Porque você escolheu esta rua?”. Tendo em vista a presença de quatro bolsistas do PIBID na Escola Municipal Dr. José Antônio Navarro Lins, sendo três deles autores deste relato de experiência, e sua relação com as turmas do 8º ano do Ensino Fundamental do período matutino do estabelecimento de ensino, houve a oportunidade do reconhecimento de múltiplas possibilidades de experimentação e vivência dos bairros. Um dos grupos de alunos acompanhados escolheu percorrer a Rua Pixinguinha. Nela está localizado o Sambaqui Espinheiros II (Rua Pixinguinha esquina com a Rua Antonio Mazolli). Sambaqui é um tipo de sítio arqueológico pré-colonial, característico de mangues e restingas, próximos a baías. Ou seja, típico da região em que está localizada Joinville, que conta com mais de 50 deles cadastrados. Para os alunos, no entanto, é mais conhecido como “casqueiro”. O Sambaqui Espinheiros II está a 750 metros da escola e faz parte do cotidiano de grande parcela dos alunos da instituição, especialmente para brincadeiras. O lugar também é conhecido pelo frequente uso por “desocupados” (segundo a fala dos alunos), ou seja, um local para o consumo de drogas. Nota-se de antemão que esta região é rodeada de casas e foi alvo de diversas tensões políticas de zoneamento urbano durante a década de 1980. Esta área do Sambaqui Espinheiros II, que atualmente se encontra aberta e sem proteção, já recebeu pesquisas de salvamento arqueológico e projetos de ação escolar de salvamento educação patrimonial, capitaneados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville. 14800 A caminhada pelo sambaqui-casqueiro foi muito significativa pela percepção acerca da importância que tem o espaço geográfico para a vida cotidiana da comunidade que circunda o Sambaqui e que é visitado pelos alunos, evidenciando os discursos acerca deste espaço e os novos usos e desusos deste local. O que anteriormente significava um aspecto cultural de uma comunidade ribeirinha pré-colonial (sambaquianos), nos anos de 1980 foi utilizado como solo para a construção de moradia para migrantes da cidade de Joinville e, nos dias atuais, como ponto de transição de indivíduos que exercem diferentes práticas (uso de entorpecentes, brincadeiras de criança, caminho...), tornando-se assim perceptível as constantes apropriações e representações dos espaços ao seu entorno. Dentro dessas possibilidades de leitura de bairro, alguns grupos optaram por passear pelas ruas ao entorno da Escola, apresentando, paulatinamente, aos bolsistas do projeto os pontos mais relevantes para eles e que traziam mais significados para sua rotina cotidiana, dentre estes espaços encontram-se; pontos comerciais (padaria, lanchonete, mercado, loja de roupas...); as casas dos alunos; os locais de brincadeiras (campinho de futebol, praça da melhor idade...); a associação de moradores do Bairro, dentre outros. Outros grupos de alunos viabilizaram o contato dos integrantes do PIBID com os morados mais antigos do bairro, elaborando perguntas e entrevistas para que o instrutor da caminhada (que neste momento torna-se instruído) conheça mais sobre a(s) história(s) da comunidade e do bairro. Conhecer o bairro e/ou o entorno do colégio pelo viés do aluno possibilita observar as diferentes praticáveis existentes em um micro e/ou macro espaço geográfico, que, por sua vez faz emergir as pulsações urbanas que se modificam e apropriam-se desse espaço por meio de interferências físicas (construções), expressões urbanas (grafite, pintura, pichações) e escritos espalhados pelas ruas da localidade (placas, anúncios, avisos e dizeres), viabilizando a análise da interação aluno-bairro-comunidade-letramento. Letramento e História O primeiro contato dos bolsistas do projeto com o tema, letramento, se deu na leitura e discussão do texto publicado no periódico “Presença Pedagógica”, na seção “Dicionário crítico da educação”, intitulado de “Letramento em verbete: O que é letramento?”, visando a introdução sobre a temática, tendo em vista que o Programa Institucional de Bolsas de 14801 Iniciação à Docência envolve os diversos anos dos cursos, no caso, do primeiro ao quarto ano de História. Muitos dos acadêmicos ali presentes tiveram o seu primeiro contato com a temática “Letramento”, sendo um termo, até então, pouco abordado dentro da esfera acadêmica do curso. Nesse momento de reconhecimento, tanto dos acadêmicos com o subprojeto, tanto com a temática adotada, se foi compreendido como letramento “(...) o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”. (SILVEIRA, A; ROHLING, N ; RODRIGUES, R., 2012, p. 18) Ou seja, o entendimento de letramento adotado pelos participantes do subprojeto “Um bairro para chamar de meu” foca analisar e vivenciar as práticas dos grupos sociais e dos indivíduos, no caso os alunos de Educação Básica da Escola Municipal Dr. José Antônio Navarro Lins, bem como da comunidade ao entorno do colégio, na instrumentalização da escrita e da leitura, seja ela em forma de comunicados dentro da Instituição e de propagandas/avisos pelo bairro, seja pelo diálogo entre os alunos e os “pibidianos”. Segundo o periódico “(...) não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente” (SILVEIRA, A; ROHLING, N ; RODRIGUES, R., 2012, p. 20), tal afirmação possibilita diferenciar o significado de “analfabetismo”, “alfabetismo” e “letramento”, sendo o primeiro, aquele que não possui a “tecnologia” da escrita e da leitura, o segundo, aquele que possui o saber do ler e escrever, e o terceiro o indivíduo que sabe utilizar dessa escrita e dessa leitura aprendida. O letramento, no caso, é visto/entendido como o “saber expressar-se”, ou seja, a interação do indivíduo com o social. O letramento, as autoras, não impede que o analfabeto utilize ou instrumentalize do status de ser “letrado”, tendo em vista que: (...) um adulto pode ser analfabeto (...) mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros leem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado as escreva (e é significativo que, em geral, dita usando vocabulário e estruturas próprios da língua escrita), se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma, letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita. (SILVEIRA, A; ROHLING, N; RODRIGUES, R., 2012, p. 24) 14802 A problemática do Letramento se faz muito rica para a compreensão do subprojeto de História acerca das práticas sociais do bairro, tendo em vista que o “ser letrado” está inerente ao ser “alfabetizado”, mas sim intrinsicamente ligado à apropriar-se e expressar-se por meio das inúmeras possibilidades de gêneros textuais e linguísticos, ou seja, mesmo que o indivíduo não possua o saber da escrita e da leitura, ele saber instrumentalizá-las para comunicar-se com o seu meio, seja por intermédio de terceiros ou por expressões que extrapolam a escrita, como a pintura e/ou a expressão corporal. Segundo Colaço; Fischer (2012), autoras que foram posteriormente abordadas dentro das discussões teóricas do grupo, “Todo enunciado ocorre para cumprir determinada intenção numa situação comunicativa, em forma de um gênero discursivo, inserido numa prática de letramento, carregada de valores, ideologias e modos de ser” (COLAÇO; FISCHER, 2012, p. 223). Sendo assim as expressões de comunicabilidade são formas de interação entre o indivíduo e seu espaço de sociabilidade. Pôde-se notar a instrumentalização do saber (alfabetização), bem com as intencionalidades proferidas nos discursos dos alunos, no momento que eles, estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, foram instigados em problematizar o conteúdo pragmático de História (Revoltas nativistas no Brasil Império), dado em sala de aula, para além da escrita formal de um texto escolar. A proposta se deu na criação, por parte dos alunos, de uma dramatização das Revoltas Nativistas selecionadas, como a Balaiada, a Cabanagem, Farroupilha e a Revolta dos Malês, tendo como base um material didático elaborado pelos integrantes do PIBID presentes no colégio. Dentre os matérias selecionados e fornecidos estavam, história em quadrinho, música, material imagético e poema. Esses materiais serviriam como base para que os alunos construíssem uma breve cena teatral abordando o conteúdo da revolta (começo, desenvolvimento e fim) e problematizassem-na, visando a sua explicação para os demais da turma, tendo em vista que cada grupo de alunos ficou incumbido de uma das temáticas (revoltas). Considerações Finais O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) proporcionou aos integrantes do primeiro grupo de História da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) participante, restringindo-se, neste momento, aos autores deste texto, a 14803 possibilidade de repensar, refletir, experimentar e analisar as práticas docentes enquanto graduandos de um curso de Licenciatura. A oportunidade de ter o maior contato com o campo de atuação docente (sala de aula, alunos, escola...) ampliou esse espaço de interação para além dos muros das instituições, tanto da Universidade como da Escola Municipal. Esta dinâmica reconheceu a comunidade na qual o colégio se insere, que os alunos frequentam, moram, e participam, como agentes atuantes (in)diretamente na educação/ensino dos estudantes da Escola Municipal José Antônio Navarro Lins. Interagir com esses locais “além-muros” disponibiliza os saberes fundamentais para a elaboração e criação de novas práticas para atender esse público educacional, utilizando de seu meio e de suas experiências cotidianas para construir novos saberes. Foi possível perceber as diferentes definições de letramento que encontramos quando, pensado no cotidiano de um acadêmico de licenciatura, de um bolsista do PIBID, ou mesmo de alguém fora da esfera de discussão sobre a temática, acerca do uso e a prática do letramento em cada momento do cotidiano desses indivíduos, seja na esfera do privado ou do público. Mesmo com a falta de conhecimento dessa prática pelo terceiro grupo (os que desconhecem a temática), no caso os alunos da instituição municipal trabalhada, eles já passaram e, por vezes, passam pelo processo de letramento seja ele metodológico/teórico ou na prática social. Seguindo esse contexto, palavras como didática, flexibilidade e a contemplação entre teoria e prática não podem deixar de aparecer no contexto escolar. Logo, o objetivo do educador não é que seu educando apenas absorva o conteúdo, mas sim que ele receba essa informação e a problematize, associe o conteúdo em sala de aula com a sua vida e que consiga colocar em prática o conteúdo em questão. Deste modo, o PIBID-UNIVILLE dispôs uma vivencia singular aos bolsistas do programa, aos professores e estudantes das escolas participantes que os outros momentos, como o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) do curso de Licenciatura não oportunizam. REFERÊNCIAS CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996. 351 p. CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, São Paulo, n. 11, p. 173-191, 1991. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010340141991000100010&script=sci_arttext>. 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