INFORMATIVO APBA www.apba.com.br Março/2012 Céu, mar, cenário inspirador para a arte No dia 03 de dezembro artistas da APBA desceram a serra rumo ao litoral; desta vez, o destino foi Bertioga A viagem para o litoral paulista transcorreu em um clima harmonioso e divertido. Além de serem agraciados com a bela paisagem característica da Serra do Mar, os associados participaram de sorteios de materiais artísticos para pintura e desenho. Dez dos participantes foram contemplados com jogos de pincéis doados pela Casa do Artista e pela associada Martha Provezano Ito, que também doou um jogo de pastel seco. Na entrada de Bertioga, o grupo foi recebido pela atual encarregada de Turismo, Vanessa Prado Signorini, que imediatamente o conduziu para o café da manhã na Casa da Cultura. O bufet de primeira linha, promovido pela Prefeitura Municipal de Bertioga surpreendeu os participantes, pela qualidade e variedade (tortas, doces, pães, biscoitos), fornecidos pelo Restaurante e Panificadora Caravelas. Café da Manhã em Bertioga História e cultura Após o café da manhã, Vanessa ciceroneou o grupo em visita ao Forte São João. Narrou alguns fatos históricos com algumas passagens curiosas. Um dos detalhes importantes da construção da fortaleza é a escadaria que dá acesso aos canhões direcionados para o mar. Na subida é uma escada e na descida, cilada. A altura é totalmente desproporcional à largura de cada degrau. Segundo Vanessa, o propósito era justamente provocar a queda de quem ousasse descê-los em caso de invasão. Atualmente o Forte São João também abriga o Museu Histórico João Ramalho, onde podemos encontrar pintu- ras, esculturas, armas e materiais bélicos da época em que o Brasil ainda estava sob domínio de Portugal. Aliás, o Forte São João é a primeira construção de Bertioga. Edificado em 1532, por ordem do colonizador português Martin Afonso de Souza, a estrutura de madeira foi totalmente destruída em um ataque indígena. Em 1547 a fortaleza foi reerguida em alvenaria, cujas características são mantidas até os dias atuais. Em 1940 foi declarado patrimônio histórico, e tombado oficialmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Bertioga, que pode ser chamada de “Caçulinha do Litoral”, é uma das mais jovens cidades brasileiras. Há 20 anos atrás era considerada, por muitos, uma extensão da cidade de Santos e caminho de passagem para as praias do Litoral Norte. Emancipada em 1992 a cidade ganhou personalidade própria e hoje tem uma administração exemplar. A limpeza, a infraestrutura, as áreas de lazer e as atividades culturais são alguns dos aspectos relevantes que tem chamado a atenção dos investidores e do setor imobiliário. Prédios e condomínios de alto padrão estão sendo construídos dentro de um planejamento responsável. A rigorosa observância das leis ambientais é uma das exigências do município, atualmente administrado pelo prefeito José Mauro Dedemo Orlandini. Virada inclusiva e outros eventos Tal como ocorreu em Santana de Parnaíba, o passeio artístico da APBA também coincidiu com uma bateria de eventos em Bertioga. A “2ª Virada Inclusiva” com o tema “Participação Plena” reuniu uma série de atividades artísticas e culturais em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. O evento, organizado pelo Condefi (Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência), em parceria com a Apae e apoio dos governos estadual e municipal. Contou ainda com feirinha de artesanato, danças, show com a Vanessa recebe aquarela de Zeminian binação perfeita para uma cidade litorânea. O vasto bufê tinha quase 50 opções de pratos frios e quentes com serviço self-service digno dos artistas da APBA. O diferencial do restaurante, além da comida caseira, é a relação intimista que a proprietária Ruth Fonseca tem com os clientes. O visitante tem a sensação de conhecê-la há anos. O almoço também foi patrocinado pela Prefeitura Municipal de Bertioga. De volta à praia, os artistas deram continuidade aos trabalhos. Às 15h30, pinturas e desenhos foram reunidos na Casa da Cultura para uma breve exposição e serem fotografados. O associado, Luiz Zeminian, entregou à Vanessa uma aquarela da “Casa da Cultura”, pintada ao vivo. Posteriormente, dois artistas-associados fizeram suas doações aos nossos grandes colaboradores: João Alves fez o retrato oficial do prefeito Orlandini, e Pedro Paulo Rosa, uma marinha. O passeio artístico foi promovido por Raquel Santos com o apoio de Isabel Barbosa. banda Bert´s no Parque dos Tupiniquins. Destaque para as atividades do Programa “Praia Acessível” próximo ao Forte São João. As cadeiras anfíbias foram implantadas, inicialmente em Bertioga, em abril de 2010, e conseguiram mudar a vida de pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida. Elas agora podem tomar banhos de mar com total segurança. Quem visitou a Casa da Cultura, pôde apreciar a mostra de arte e artesanato produzidos pela comunidade local. O “Projeto Arte Nossa” mantém uma exposição permanente, e funciona todos os dias da semana, ininterruptamente. Também, no mesmo local, houve o Associados pintam “Marinhas” ao vivo lançamento do livro ‘Século 21 Só Agradecimentos Esse passeio artístico não teria sido realizado a Mulher é Responsável’, do escrise não tivéssemos recebido o aporte de pessoas tor Dimaga – Dirceu Maria Garcia. Agenda cumprida Devido ao grande número de eventos na cidade que exigiam a presença de Vanessa Signorini, tivemos de elaborar uma agenda detalhada, cujos horários foram “religiosamente” cumpridos. Às 12h00 os artistas compareceram para o almoço no Restaurante e Panificadora Caravelas – uma casa agradável, com uma arquitetura rústica e ao mesmo tempo refinada, com- sensíveis a arte e compreensíveis com os artistas. A APBA tem a grata satisfação de anunciar os apoiadores desse evento: Prefeitura Municipal de Bertioga – Prefeito José Mauro Dedemo Orlandini // Vanessa Prado Signorini – Encarregada da Casa da Cultura, atualmente lotada na Chefia de Seção na Secretaria de Turismo // Casa da Cultura – Av. Tomé de Souza, 130 – Bertioga (SP) – Tel: (13) 3319.915011 // Secretaria de Turismo, Comércio e Assuntos Náuticos – R. Henrique Costabile, 141 – Jd. Veleiros – Bertioga (SP) – Tel.: (13) 3317.35671 // Restaurante Caravelas – Praça Vicente Molinari, 158 – Bertioga (SP) – Tel.: (13) 3317.2441 – Contato: Ruth Fonseca // A Casa do Artista – www.acasadoartista.com.br // Marta Provezano Ito – Associada da APBA nº 19014 INFORMATIVO APBA 2 Março/2012 Há 70 anos nascia a APBA Por Raquel Santos Cenário Estamos na região central Capital Paulista. O circuito formado pela Praça Ramos, Viaduto do Chá, ruas Direita, Líbero Badaró, é um passeio interessante para as moçoilas casadoiras (espremidas nos espartilhos) que, com pretexto de fazer compras no Mappin Stores, não perdem tempo para flertar com os futuros advogados das Arcadas do Largo São Francisco. São Paulo está deixando o provincianismo e descobrindo a vocação industrial. Os sotaques dos imigrantes (grande parte italianos e portugueses) se misturam ao do caboclo, do mineiro, do nordestino e dos demais trabalhadores que surgem em busca de emprego na construção civil. As emissoras de rádio executam músicas românticas como as de Carlos Galhardo, Orlando Silva. O “Repórter Esso” da Rádio Record é o símbolo de credibilidade em jornalismo. No campo das artes o mecenato empresarial desponta com a possibilidade da criação de um museu de arte moderna, aberto ao público, já que o MASP, embora eclético em seu acervo, aglutina freqüentadores da elite. O que Assis Chateaubriand queria fazer “para um grupo de iniciados e privilegiados, eu desejava fazer para o povo, para o homem da rua” – teria dito Ciccillo Matarazzo para justificar a criação do MAM, instalado na Rua 7 de Abril, no final da década de 40. Os “Cadernos Azuis” trazem análise das diversas manifestações artísticas, com textos de vários autores, entre eles, Mário de Andrade e Luiz Martins. A revista “Clima” é a mídia expoente das artes. A Coca-Cola torna-se a preferên- Ata da Fundação da APBA (frente e verso) cia dos rapazes “certinhos”, que antes tomavam apenas café ou frapês de coco ou de frutas. Aliás, Luiz Martins, freqüentador assíduo do Bar “Ao Franciscano”, na rua Líbero Badaró, 481, fala sobre um desentendimento que teve com Mário de Andrade, em uma conversa sobre os pintores acadêmicos da “Família Paulistana”, depois do 3º. Salão de Maio (realizado em 1939, na Galeria Ita), na Rua Barão de Itapetininga. Segundo ele, o grupo de autodidatas, “se preocupa em demasia com a técnica, com a matéria, ignorando ou desprezando os novos rumos da arte de vanguarda”. No “Diário de São Paulo”, Martins define o antagonismo vigente nas artes plásticas. – “Os rapa- classe social, etnia, opção religiosa, ou formação acadêmico-profissional. Bassi toma a palavra e defende a tese de que a nova associação tem de manter sessões de modelo vivo para o aperfeiçoamento do desenho, idéia aplaudida por todos os presentes. Enfim, o grupo esboça o perfil da entidade, inicialmente, batizada de “Sociedade dos Artistas de São Paulo”. Esse memorável encontro deve ser registrado. “Mas ninguém trouxe um caderno” – reclama Virgilio Della Monica. Torquato Bassi chama o garçom e lhe pede uma folha de papel. – “Não há outro, senão a página timbrada do Fundação da APBA – Francisco Parlagreco – OST - 95 x 76 bloco de cartas”, diz o garçom. - Serve, responde Del Nero - quem zes da Família Paulista defendem-se como podem, não tem cão caça com gatos – comenta. mas quase todos eles exercem outras atividades que Bassi redige a primeira ata. Está criada a lhes garantem a subsistência. Em geral, as pessoas “Sociedade dos Artistas de São Paulo”, que de posse preferem ostentar em seus salões uma paidois meses após, receberá o nome oficial de Assagem de Almeida Junior, ou uma natureza-morta sociação Paulista de Belas Artes. Uma garrafa de Pedro Alexandrino. Apesar de Segall, apesar de de champanhe francesa é aberta. Bassi puxa a ata Anita Malfatti em 1917, apesar da Semana de Arte que está sobre a mesa. É um documento e históriModerna em 1922, no início da década de 40 a arte co e não pode ser manchado pelas gotas do espuacadêmica domina ainda São Paulo”. mante. – “Deve ser guardada para a posteridade”, Aliás, a “Família Paulista” foi responsável declara o pintor. pela realização de um Salão que traria ao público Silva Neves sobe em uma cadeira e diz à ora arte do “Grupo Santa Helena”, composto por questra: - “Retumbem os tambores, senhores, trabalhadores autônomos que ocupavam o prédio porque hoje foi fundada a mais nobre instituição com o mesmo nome na Praça da Sé. Esses, por artística de São Paulo e quiçá do País. Estamos sua vez, também não deixam de “dar uma pasescrevendo uma nova história. Com nossa entisadinha” no “Franciscano” para tomar uma cerdade, romperemos barreiras, subiremos aos pícavejinha. Mais tarde eles se tornariam associados ros das montanhas carregando nossos cavaletes e da APBA. empunhando os pincéis. Desta Sociedade de Artistas surgirão embriões que se tornarão grandes No aconchego do Franciscano mestres da pintura acadêmica. Atravessaremos surge a APBA os séculos. Esses filhos da arte levarão os seus Início de noite de 22 de março de 1942, sextatrabalhos aos continentes de além mar. E no dia -feira. Embora seja final de verão, a temperatura em que nossos corpos estiverem inertes sob este está baixa e a neblina cobre o Vale do Anhangasolo levaremos em nossas almas o alento de dever baú. A umidade abrange as ruas adjacentes à Lícumprido”. bero Badaró. Do Teatro Municipal só se enxerga O entusiasmo toma conta da turma. Já são ala cúpula. Um grupo de estudantes do curso de tas horas da noite. Os pintores se dão conta que Direito das Arcadas bebe cerveja em uma mesa. precisam ir embora. A condução é escassa e o Discutem política. O pintor Torquato Bassi entra bonde deve parar de circular. Todos se abraçam. e vai direto para a choperia. O grupo de Mário de Há uma sensação de alívio e satisfação em cada Andrade não apareceu. O clima é aconchegante. rosto. A neblina deu lugar a um céu permeado de De repente chega José Maria da Silva Neves, nuvens, mas com alguns buracos tomados pelo e junta-se a Bassi. Os dois confabulam sobre os tom azul da Prússia, por onde é possível visuarumos da arte figurativa na Capital que começa lizar algumas estrelas. Entre elas, a constelação a verticalizar suas construções. Aos poucos vão “Cruzeiro do Sul”. É a bênção de Deus sobre os adentrando pelo salão, João Del Nero, Juarez de desígnios da APBA! Almada Fagundes, Ricardo Cipicchia, Roque de Mingo, Eurico Franco Caiuby, Lázaro de Freitas, Observação: 1) Esse artigo é uma tentativa de João Batista Ferri, José Torres, Luiz Atílio Ferreproduzir o cenário em torno do Bar e Restauranrible Fiori, Luiz Verri, Maurício Fetel, Mário de te “Ao Franciscano” e o ambiente descontraído Campos Pacheco, Dr. Virgilio Della Monica e Dr. em que foi constituída a Associação Paulista de José Maria da Silva Neves. A orquestra, ao fundo Belas Artes. Os personagens são reais. Os discurda choperia, faz esquecer a neblina de fora. sos saíram da imaginação da autora. As caracteA conversa gira em torno da criação de uma rísticas arquitetônicas e o ambiente sócio-econôentidade que reúna os figurativos e os permita a mico-cultural foram descritos seguindo rigorosa exercitar e aprimorar suas técnicas. Deve ser uma pesquisa em bibliotecas e internet. instituição aberta ao artista, independente da sua INFORMATIVO APBA Março/2012 TORQUATO BASSI Palavra do Presidente Prezado(a) Associado(a) Esta é uma edição histórica do Informativo APBA. São 70 anos de fundação da nossa entidade que já teve o período áureo, passou por dificuldades em função da má administração de alguns gestores, mas sempre se levantou. Aliás, houve quem apostasse que a Associação fecharia as portas até o final do ano passado, mas isso só não ocorreu devido ao empenho e colaboração de alguns associados abnegados, que têm contribuído com doações, ou dedicando o precioso tempo com alguma atividade para obtenção de fundos para a entidade. A fundação da APBA foi calcada nos princípios da democracia, no acolhimento dos artistas iniciantes e veteranos, e no incentivo dos associados, para que a partir dela pudessem transpor os mais longínquos caminhos. Tornou-se referência no currículo de grandes artistas que ganharam fama internacional. Hoje, temos mais de 19.700 inscritos. Se entre os associados vivos, tivéssemos 10% pagando as anuidades e participando das atividades, a Associação estaria em excelentes condições físicas, financeiras, e estruturais. Mas não é o que ocorre. De qualquer forma acreditamos que podemos reerguer a entidade. Parafraseando o pensador Enio Giacomini de Sales, vale dizer que “estagnar-se irremediavelmente diante de um problema é decretar a falência da própria força de vontade”. EXPEDIENTE O Informativo APBA é uma publicação da Associação Paulista de Belas Artes, prevista no artigo 43, item 4 do Estatuto. Tiragem desta edição 1.000 exemplares. Diretor: José Carlos Acerbi // Jornalista responsável: Raquel Santos // Revisão: Vivian Rosa // Colaboração: Paulo Camassa // Fotos: Raquel Santos // Diagramação: Suzy Suzuki // Impressão: Gráfica Cinelândia 3 Por Paulo Camassa* Neste ano em que se comemora o septuagésimo aniversário da Associação Paulista de Belas Artes, nada mais justo que homenagear o pintor e escultor Torquato Bassi, não só por ter idealizado a entidade, como pelas suas virtudes como artista. Torquato nasceu na região de Ferrara, em Stienta, província de Rovigo, na Itália, em 1880, e veio para São Paulo com a família, aos 13 anos de idade, sabendo-se que seus estudos de pintura logo se iniciaram no tradicional Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1898, aos dezoito anos, casou-se com a italiana Eugenia Tessarini, nascendo quatro filhos dessa união. Desde logo demonstrou ter grande qualidade artística, tanto que em 1908 alcançou Medalha de Ouro no respeitado Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1913 o artista viajou à Paris desacompanhado de sua família, com o objetivo de aprimorar a técnica pictórica, estudando na famosa Academia Julian, com Jean Paul Laurens (1838/1921), constando também ter freqüentado o atelier do grande paisagista Henri Joseph Harpignies (1819/1916). Todavia, com a eclosão da 1ª Guerra Mundial, em 1914, seus estudos foram interrompidos e Torquato retornou ao Brasil. Em 1917 viajou para cidades do interior de São Paulo, difundindo as obras de diversos artistas, entre eles, Pedro Alexandrino, Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto. Dotado de espírito associativo, e visando a promoção de artistas, Torquato criou, em 1928, o “Grupo Almeida Junior”, realizando a primeira exposição no Teatro Municipal, e a segunda na galeria da “Casa das Arcadas”, situada no nº 54, atual 176 da Rua Quintino Bocaiúva. Apresentou, entre outros artistas, Pedro Alexandrino, Oscar Pereira da Silva, J. Thimóteo da Costa e Henrique Bernardelli. Alcançou Medalhas de Prata nos Salões Paulistas de Belas Artes de 1938 e1939. Em 1942 Torquato idealizou e fundou, juntamente com outros artistas, a Associação Paulista de Belas Artes, sendo seu primeiro diretor artístico. Em 1961 a Municipalidade de São Paulo conferiu-lhe o título de Cidadão Paulistano. As obras de Torquato se encontram em diversos museus, galerias e coleções particulares; alguns quadros, inclusive integram o acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segundo Júlio Louzada, na obra “Artes Plásticas – Seu Mercado – Seus Leilões”, vol. 1, pag. 99, 1984, o trabalho de Torquato Bassi foi desenvolvido “de forma tão séria e sólida, que o seu nome e sua arte foram, durante anos, assunto para jornais e revistas de todo País”. * Paulo Camassa é artista, associado da APBA nº 19689 Modelo Vivo – o diferencial da APBA Durante 70 anos ininterruptos a APBA mantém semanalmente sessões de modelo vivo Já se passaram sete décadas da criação da Associação Paulista de Belas Artes. O mundo evoluiu rapidamente em todos os sentidos. A concepção de arte, os elementos que a compõem, a estética, a ética... tudo que parecia estático tornou-se maleável. Até os padrões de beleza mudaram. A captação da imagem digital, as alterações por meio do photoshop, conferiram um novo conceito à arte da criação e manipulação da imagem, mas indiferente aos avanços tecnológicos, o artista figurativo continua fiel no exercício do desenho ou da modelagem diante as sessões de modelo vivo. A APBA se orgulha de cumprir esse propósito dos fundadores e manter, sem interrupção, as sessões de modelo vivo. Isto faz o diferencial entre as instituições que se dedicam ao ensino e exercício da arte. Nesta data em que se comemora o septuagésimo aniversário, resta agradecer a todas as(os) modelos que posaram nos divãs da APBA e as(os) que continuam fiéis nesta nobre missão. Modelo vivo TUDO QUE VOCÊ PRECISA PARA PINTURA VOCÊ ENCONTRA NA PAPELARIA UNIVERSITÁRIA Na apresentação deste folheto ganhe 10% de desconto nas compras acima de R$ 20,00 reais pu.com.br facebook: Papelaria Universitaria Twitter: p_universitaria ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE BELAS ARTES APBA.COM.BR loja1: Rua Maria Antônia, 263 - Consolação - SP - Fone: (11) 3257 1844 loja2: Rua Humberto I, 1012 - Vl. Mariana - SP - Fone: (11) 5571 9015 loja3: Rua Casa do Ator, 65 - Vila Olímpia - SP - Fone: (11) 3842 3139 loja4: Rua José Antº Coelho, 872 - Vl. Mariana - SP - Fone: (11) 5539 4559 INFORMATIVO APBA 4 Março/2012 Uma noite de descontração Monólogo, poemas, caricatura e música deram o tom ao primeiro Sarau da APBA Erimeide e Cabelo co, o artista-associado, Paulinho Zeminian executava caricaturas dos convidados. O evento, organizado por Raquel Santos, contou com a preciosa colaboração da artista-plástica Célia Viégas, e o empenho da cantora Erimeide Zanquetini. Nesta edição, a APBA agradece a participação dos expoentes da música, poesia, do teatro, das artes pictóricas, sem os quais seria impossível realizar esse evento de tamanho sucesso. Foto: Rafael Machado res, Elcio Gonçalves de Souza que declamaram seus textos com total desenvoltura. O escritor e poeta Celso Alencar deu um espetáculo à parte. Conseguiu delinear um quadro em forma de versos, com três poemas que retratam a solidão e miséria humana. Eles fazem parte do seu último livro “Poemas Perversos” publicado em 2011 pela editora Pantemporâneo, de São Paulo. Enquanto os músicos e poetas ocupavam o pal- Foto: Rafael Machado Foto: Rafael Machado Foto: Rafael Machado Uma sexta feira memorável O Sarau foi aberto pela cantora e artista associada Erimeide Zanquetini. O guitarrista Gabriel Magalhães executou um solo, também de sua autoria, no estilo blues. Em seguida, a atriz e cantora, Marcela Alves apresentou o monólogo de sua autoria “Onde está o dinheiro”. Ela também executou as músicas “Summertime”, de Gershwuin e Du Bose Heyward, e “ I dreamed a dream”, de Claude-Michel Shonberg e H. Kretzermer. Ela foi responsável pela declamação do “Hino do Artista”, do associado Theodoro Meirelles, no momento destinado à poesia. O evento teve a participação do violonista clássico Cabelo (Romano Nunes), conhecido por abrir o “Festival de Inverno de Campos do Jordão”. Ele executou um poupurri de canções brasileiras, além da música de autoria própria “O vôo do Beija-Flor”. A dupla Alan Simon Bravo e Dido Gunner, que integra a Roosevelt Hard Rock Band (convidada pelo presidente José Carlos Acerbi) apresentou a versão instrumental solo “Knockin’ on Heaven’s Door” de Bob Dylan. Já, o repertório de Erimeide Zanquetini, acompanhada por Cabelo foi bastante eclético. Incluiu, entre outras canções “Fascinação”, “Lua Branca” gravada por Chiquinha Gonzaga; “Beijo Nele” e “Crendeuspai” de sua autoria; “Ciúmes” (Caetano Veloso); além de “Carinhoso” que fechou o evento, com acompanhamento da platéia. No quadro reservado à poesia foi possível conferir o talento dos artistas associados Enivaldo Pi- Foto: Rafael Machado O Primeiro Sarau de Arte, Música, Poesia e Teatro da Associação Paulista de Belas Artes, realizado em 10 de fevereiro, inaugurou uma nova fase na entidade, e prova que nem só de tintas, pincéis e espátulas vivem os artistas. É preciso algo mais para alentar a alma e reduzir o estresse da cidade grande. Esse é um dos objetivos da entidade, que ao promover tais encontros permite, também, a integração dos associados, com os novos frequentadores e convidados. São Francisco Xavier O próximo roteiro dos artistas-associados será o município de São Francisco Xavier (comarca de São José dos Campos). A viagem será no sábado (31 de março/2012), com saída na Avenida São Luiz (ao lado da Biblioteca Mário de Andrade). Esse é o resultado da parceria entre a Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR) e a APBA. A entidade joseense tem desenvolvido importantes ações culturais em âmbito nacional nos mais diversos segmentos artísticos. A FCCR foi criada na década de 80, por meio do decreto mu- nicipal nº 3.050, para gerir as ações até então coordenadas pelo Departamento de Cultura da Prefeitura de São José dos Campos. Atualmente tem como diretor-presidente Mário Domingos de Moraes e diretor de cultura Cláudio Mendel. Quem visitar São Francisco Xavier com certeza ficará com o desejo de voltar. É um lugarejo bucólico, cravado na Serra da Mantiqueira, com menos de 3.000 habitantes, com grande parte da população proveniente da zona rural. Atualmente a administração tem investido no eco-turismo. O município, rodeado de colinas, possui várias cachoeiras como a do Roncador; das Couves; do Turvo; do Sabão, entre outras, onde é possível a prática de esportes radicais (desde que acompanhado por um guia credenciado). As montanhas convidam o turista para a caminhada ou contemplação da natureza. O artista que procura sossego para retratar tem o centro de São Francisco Xavier como uma das opções, com seus casarios típicos de uma cidadezinha do interior.