INFORMATIVO APBA
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Março/2012
Céu, mar, cenário inspirador para a arte
No dia 03 de dezembro artistas da APBA desceram a serra rumo
ao litoral; desta vez, o destino foi Bertioga
A
viagem para o litoral paulista transcorreu em um clima harmonioso e divertido.
Além de serem agraciados com a
bela paisagem característica da Serra do Mar, os associados participaram de sorteios de materiais artísticos para pintura e desenho. Dez dos
participantes foram contemplados
com jogos de pincéis doados pela
Casa do Artista e pela associada
Martha Provezano Ito, que também
doou um jogo de pastel seco.
Na entrada de Bertioga, o grupo
foi recebido pela atual encarregada
de Turismo, Vanessa Prado Signorini, que imediatamente o conduziu para o café da manhã na Casa
da Cultura. O bufet de primeira
linha, promovido pela Prefeitura
Municipal de Bertioga surpreendeu os participantes, pela qualidade e variedade (tortas, doces, pães,
biscoitos), fornecidos pelo Restaurante e Panificadora Caravelas.
Café da Manhã em Bertioga
História e cultura
Após o café da manhã, Vanessa ciceroneou o grupo em visita
ao Forte São João. Narrou alguns
fatos históricos com algumas passagens curiosas. Um dos detalhes
importantes da construção da fortaleza é a escadaria que dá acesso
aos canhões direcionados para o
mar. Na subida é uma escada e na
descida, cilada. A altura é totalmente desproporcional à largura de
cada degrau. Segundo Vanessa, o
propósito era justamente provocar
a queda de quem ousasse descê-los
em caso de invasão. Atualmente o
Forte São João também abriga o
Museu Histórico João Ramalho,
onde podemos encontrar pintu-
ras, esculturas, armas e materiais
bélicos da época em que o Brasil
ainda estava sob domínio de Portugal.
Aliás, o Forte São João é a primeira construção de Bertioga. Edificado em 1532, por ordem do colonizador português Martin Afonso
de Souza, a estrutura de
madeira foi totalmente
destruída em um ataque indígena. Em 1547
a fortaleza foi reerguida
em alvenaria, cujas características são mantidas até os dias atuais.
Em 1940 foi declarado
patrimônio histórico, e
tombado oficialmente
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Bertioga, que pode ser chamada de
“Caçulinha do Litoral”, é uma das
mais jovens cidades brasileiras. Há
20 anos atrás era considerada, por
muitos, uma extensão da cidade de
Santos e caminho de passagem para
as praias do Litoral Norte.
Emancipada em 1992 a cidade
ganhou personalidade própria e
hoje tem uma administração exemplar. A limpeza, a infraestrutura, as
áreas de lazer e as atividades culturais são alguns dos aspectos relevantes que tem chamado a atenção
dos investidores e do setor imobiliário. Prédios e condomínios de alto
padrão estão sendo construídos
dentro de um planejamento responsável. A rigorosa observância
das leis ambientais é uma das exigências do município, atualmente
administrado pelo prefeito José
Mauro Dedemo Orlandini.
Virada inclusiva e
outros eventos
Tal como ocorreu em Santana
de Parnaíba, o passeio artístico
da APBA também coincidiu com
uma bateria de eventos em Bertioga. A “2ª Virada Inclusiva” com o
tema “Participação Plena” reuniu
uma série de atividades artísticas
e culturais em comemoração ao
Dia Internacional da Pessoa com
Deficiência.
O evento, organizado pelo
Condefi (Conselho Municipal para
Assuntos da Pessoa com Deficiência), em parceria com a Apae e
apoio dos governos estadual e municipal. Contou ainda com feirinha
de artesanato, danças, show com a
Vanessa recebe aquarela de Zeminian
binação perfeita para uma cidade
litorânea. O vasto bufê tinha quase
50 opções de pratos frios e quentes
com serviço self-service digno dos
artistas da APBA.
O diferencial do restaurante,
além da comida caseira, é a relação
intimista que a proprietária Ruth
Fonseca tem com os clientes. O visitante tem a sensação de conhecê-la há anos. O almoço também foi
patrocinado pela Prefeitura Municipal de Bertioga. De volta à praia,
os artistas deram continuidade aos
trabalhos. Às 15h30, pinturas e desenhos foram reunidos na Casa da
Cultura para uma breve exposição
e serem fotografados. O associado,
Luiz Zeminian, entregou à Vanessa uma aquarela da “Casa da
Cultura”, pintada ao vivo. Posteriormente, dois artistas-associados
fizeram suas doações aos nossos
grandes colaboradores: João Alves
fez o retrato oficial do prefeito Orlandini, e Pedro Paulo Rosa, uma
marinha. O passeio artístico foi
promovido por Raquel Santos com
o apoio de Isabel Barbosa.
banda Bert´s no Parque dos Tupiniquins. Destaque para as atividades do Programa “Praia Acessível”
próximo ao Forte São João. As cadeiras anfíbias foram implantadas,
inicialmente em Bertioga, em abril
de 2010, e conseguiram mudar a
vida de pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida.
Elas agora podem tomar banhos de
mar com total segurança.
Quem visitou a Casa da Cultura, pôde apreciar a mostra de arte
e artesanato produzidos pela comunidade local. O “Projeto Arte
Nossa” mantém uma exposição
permanente, e funciona todos os
dias da semana, ininterruptamente.
Também, no mesmo local, houve o Associados pintam “Marinhas” ao vivo
lançamento do livro ‘Século 21 Só Agradecimentos
Esse passeio artístico não teria sido realizado
a Mulher é Responsável’, do escrise
não
tivéssemos recebido o aporte de pessoas
tor Dimaga – Dirceu Maria Garcia.
Agenda cumprida
Devido ao grande número de
eventos na cidade que exigiam a
presença de Vanessa Signorini, tivemos de elaborar uma agenda detalhada, cujos horários foram “religiosamente” cumpridos. Às 12h00
os artistas compareceram para o
almoço no Restaurante e Panificadora Caravelas – uma casa agradável, com uma arquitetura rústica e
ao mesmo tempo refinada, com-
sensíveis a arte e compreensíveis com os artistas.
A APBA tem a grata satisfação de anunciar os
apoiadores desse evento: Prefeitura Municipal de
Bertioga – Prefeito José Mauro Dedemo Orlandini // Vanessa Prado Signorini – Encarregada da
Casa da Cultura, atualmente lotada na Chefia de
Seção na Secretaria de Turismo // Casa da Cultura
– Av. Tomé de Souza, 130 – Bertioga (SP) – Tel:
(13) 3319.915011 // Secretaria de Turismo, Comércio e Assuntos Náuticos – R. Henrique Costabile, 141 – Jd. Veleiros – Bertioga (SP) – Tel.:
(13) 3317.35671 // Restaurante Caravelas – Praça
Vicente Molinari, 158 – Bertioga (SP) – Tel.: (13)
3317.2441 – Contato: Ruth Fonseca // A Casa
do Artista – www.acasadoartista.com.br // Marta
Provezano Ito – Associada da APBA nº 19014
INFORMATIVO APBA
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Março/2012
Há 70 anos nascia a APBA
Por Raquel Santos
Cenário
Estamos na região central Capital Paulista.
O circuito formado pela Praça Ramos, Viaduto
do Chá, ruas Direita, Líbero Badaró, é um passeio interessante para as moçoilas casadoiras
(espremidas nos espartilhos) que, com pretexto
de fazer compras no Mappin Stores, não perdem
tempo para flertar com os futuros advogados das
Arcadas do Largo São Francisco.
São Paulo está deixando o provincianismo e
descobrindo a vocação industrial. Os sotaques
dos imigrantes (grande parte italianos e portugueses) se misturam ao do caboclo, do mineiro, do
nordestino e dos demais trabalhadores que surgem em busca de emprego na construção civil. As
emissoras de rádio executam músicas românticas
como as de Carlos Galhardo, Orlando Silva. O
“Repórter Esso” da Rádio Record é o símbolo de
credibilidade em jornalismo.
No campo das artes o mecenato empresarial
desponta com a possibilidade da criação de um
museu de arte moderna, aberto ao público, já que
o MASP, embora eclético em seu acervo, aglutina freqüentadores da elite. O que Assis Chateaubriand queria fazer “para um grupo de iniciados e
privilegiados, eu desejava fazer para o povo, para
o homem da rua” – teria dito Ciccillo Matarazzo
para justificar a criação do MAM, instalado na
Rua 7 de Abril, no final da década de 40.
Os “Cadernos Azuis” trazem análise das diversas manifestações artísticas, com textos de
vários autores, entre eles, Mário de Andrade e
Luiz Martins. A revista “Clima” é a mídia expoente das artes. A Coca-Cola torna-se a preferên-
Ata da Fundação da APBA (frente e verso)
cia dos rapazes “certinhos”, que antes tomavam
apenas café ou frapês de coco ou de frutas. Aliás,
Luiz Martins, freqüentador assíduo do Bar “Ao
Franciscano”, na rua Líbero Badaró, 481, fala
sobre um desentendimento que teve com Mário
de Andrade, em uma conversa sobre os pintores
acadêmicos da “Família Paulistana”, depois do
3º. Salão de Maio (realizado em 1939, na Galeria
Ita), na Rua Barão de Itapetininga. Segundo ele,
o grupo de autodidatas, “se preocupa em demasia
com a técnica, com a matéria, ignorando ou desprezando os novos rumos da arte de vanguarda”.
No “Diário de São Paulo”, Martins define o antagonismo vigente nas artes plásticas. – “Os rapa-
classe social, etnia, opção religiosa,
ou formação acadêmico-profissional.
Bassi toma a palavra e defende a tese
de que a nova associação tem de manter sessões de modelo vivo para o aperfeiçoamento do desenho, idéia aplaudida por todos os presentes. Enfim, o
grupo esboça o perfil da entidade, inicialmente, batizada de “Sociedade dos
Artistas de São Paulo”.
Esse memorável encontro deve ser
registrado. “Mas ninguém trouxe um
caderno” – reclama Virgilio Della Monica. Torquato Bassi chama o garçom
e lhe pede uma folha de papel. – “Não
há outro, senão a página timbrada do
Fundação da APBA – Francisco Parlagreco – OST - 95 x 76
bloco de cartas”, diz o garçom.
- Serve, responde Del Nero - quem
zes da Família Paulista defendem-se como podem,
não tem cão caça com gatos – comenta.
mas quase todos eles exercem outras atividades que
Bassi redige a primeira ata. Está criada a
lhes garantem a subsistência. Em geral, as pessoas
“Sociedade dos Artistas de São Paulo”, que
de posse preferem ostentar em seus salões uma paidois meses após, receberá o nome oficial de Assagem de Almeida Junior, ou uma natureza-morta
sociação Paulista de Belas Artes. Uma garrafa
de Pedro Alexandrino. Apesar de Segall, apesar de
de champanhe francesa é aberta. Bassi puxa a ata
Anita Malfatti em 1917, apesar da Semana de Arte
que está sobre a mesa. É um documento e históriModerna em 1922, no início da década de 40 a arte
co e não pode ser manchado pelas gotas do espuacadêmica domina ainda São Paulo”.
mante. – “Deve ser guardada para a posteridade”,
Aliás, a “Família Paulista” foi responsável
declara o pintor.
pela realização de um Salão que traria ao público
Silva Neves sobe em uma cadeira e diz à ora arte do “Grupo Santa Helena”, composto por
questra: - “Retumbem os tambores, senhores,
trabalhadores autônomos que ocupavam o prédio
porque hoje foi fundada a mais nobre instituição
com o mesmo nome na Praça da Sé. Esses, por
artística de São Paulo e quiçá do País. Estamos
sua vez, também não deixam de “dar uma pasescrevendo uma nova história. Com nossa entisadinha” no “Franciscano” para tomar uma cerdade, romperemos barreiras, subiremos aos pícavejinha. Mais tarde eles se tornariam associados
ros das montanhas carregando nossos cavaletes e
da APBA.
empunhando os pincéis. Desta Sociedade de Artistas surgirão embriões que se tornarão grandes
No aconchego do Franciscano
mestres da pintura acadêmica. Atravessaremos
surge a APBA
os séculos. Esses filhos da arte levarão os seus
Início de noite de 22 de março de 1942, sextatrabalhos aos continentes de além mar. E no dia
-feira. Embora seja final de verão, a temperatura
em que nossos corpos estiverem inertes sob este
está baixa e a neblina cobre o Vale do Anhangasolo levaremos em nossas almas o alento de dever
baú. A umidade abrange as ruas adjacentes à Lícumprido”.
bero Badaró. Do Teatro Municipal só se enxerga
O entusiasmo toma conta da turma. Já são ala cúpula. Um grupo de estudantes do curso de
tas horas da noite. Os pintores se dão conta que
Direito das Arcadas bebe cerveja em uma mesa.
precisam ir embora. A condução é escassa e o
Discutem política. O pintor Torquato Bassi entra
bonde deve parar de circular. Todos se abraçam.
e vai direto para a choperia. O grupo de Mário de
Há uma sensação de alívio e satisfação em cada
Andrade não apareceu. O clima é aconchegante.
rosto. A neblina deu lugar a um céu permeado de
De repente chega José Maria da Silva Neves,
nuvens, mas com alguns buracos tomados pelo
e junta-se a Bassi. Os dois confabulam sobre os
tom azul da Prússia, por onde é possível visuarumos da arte figurativa na Capital que começa
lizar algumas estrelas. Entre elas, a constelação
a verticalizar suas construções. Aos poucos vão
“Cruzeiro do Sul”. É a bênção de Deus sobre os
adentrando pelo salão, João Del Nero, Juarez de
desígnios da APBA!
Almada Fagundes, Ricardo Cipicchia, Roque de
Mingo, Eurico Franco Caiuby, Lázaro de Freitas,
Observação: 1) Esse artigo é uma tentativa de
João Batista Ferri, José Torres, Luiz Atílio Ferreproduzir o cenário em torno do Bar e Restauranrible Fiori, Luiz Verri, Maurício Fetel, Mário de
te “Ao Franciscano” e o ambiente descontraído
Campos Pacheco, Dr. Virgilio Della Monica e Dr.
em que foi constituída a Associação Paulista de
José Maria da Silva Neves. A orquestra, ao fundo
Belas Artes. Os personagens são reais. Os discurda choperia, faz esquecer a neblina de fora.
sos saíram da imaginação da autora. As caracteA conversa gira em torno da criação de uma
rísticas arquitetônicas e o ambiente sócio-econôentidade que reúna os figurativos e os permita a
mico-cultural foram descritos seguindo rigorosa
exercitar e aprimorar suas técnicas. Deve ser uma
pesquisa em bibliotecas e internet.
instituição aberta ao artista, independente da sua
INFORMATIVO APBA
Março/2012
TORQUATO BASSI
Palavra do
Presidente
Prezado(a) Associado(a)
Esta é uma edição histórica do Informativo
APBA. São 70 anos de fundação da nossa entidade que já teve o período áureo, passou por
dificuldades em função da má administração
de alguns gestores, mas sempre se levantou.
Aliás, houve quem apostasse que a Associação
fecharia as portas até o final do ano passado,
mas isso só não ocorreu devido ao empenho e
colaboração de alguns associados abnegados,
que têm contribuído com doações, ou dedicando o precioso tempo com alguma atividade
para obtenção de fundos para a entidade.
A fundação da APBA foi calcada nos princípios
da democracia, no acolhimento dos artistas
iniciantes e veteranos, e no incentivo dos associados, para que a partir dela pudessem
transpor os mais longínquos caminhos. Tornou-se referência no currículo de grandes artistas
que ganharam fama internacional. Hoje, temos
mais de 19.700 inscritos. Se entre os associados
vivos, tivéssemos 10% pagando as anuidades e
participando das atividades, a Associação estaria em excelentes condições físicas, financeiras,
e estruturais. Mas não é o que ocorre.
De qualquer forma acreditamos que podemos
reerguer a entidade. Parafraseando o pensador Enio Giacomini de Sales, vale dizer que
“estagnar-se irremediavelmente diante de um
problema é decretar a falência da própria força
de vontade”.
EXPEDIENTE
O Informativo APBA é uma publicação da Associação Paulista
de Belas Artes, prevista no artigo 43, item 4 do Estatuto. Tiragem
desta edição 1.000 exemplares. Diretor: José Carlos Acerbi // Jornalista responsável: Raquel Santos // Revisão: Vivian Rosa // Colaboração: Paulo Camassa // Fotos: Raquel Santos // Diagramação:
Suzy Suzuki // Impressão: Gráfica Cinelândia
3
Por Paulo Camassa*
Neste ano em que se comemora o septuagésimo
aniversário da Associação Paulista de Belas Artes,
nada mais justo que homenagear o pintor e escultor
Torquato Bassi, não só por ter idealizado a entidade,
como pelas suas virtudes como artista.
Torquato nasceu na região de Ferrara, em Stienta, província de Rovigo, na Itália, em 1880, e veio para São Paulo
com a família, aos 13 anos de idade, sabendo-se que seus
estudos de pintura logo se iniciaram no tradicional Liceu de
Artes e Ofícios de São Paulo.
Em 1898, aos dezoito anos, casou-se com a italiana Eugenia Tessarini, nascendo quatro filhos dessa união. Desde
logo demonstrou ter grande qualidade artística, tanto que
em 1908 alcançou Medalha de Ouro no respeitado Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Em 1913 o artista viajou à Paris desacompanhado de sua
família, com o objetivo de aprimorar a técnica pictórica, estudando na famosa Academia Julian, com Jean Paul Laurens
(1838/1921), constando também ter freqüentado o atelier do
grande paisagista Henri Joseph Harpignies (1819/1916). Todavia, com a eclosão da 1ª Guerra Mundial, em 1914, seus
estudos foram interrompidos e Torquato retornou ao Brasil.
Em 1917 viajou para cidades do interior de São Paulo,
difundindo as obras de diversos artistas, entre eles, Pedro
Alexandrino, Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto. Dotado de espírito associativo, e visando a promoção de artistas,
Torquato criou, em 1928, o “Grupo Almeida Junior”, realizando a primeira exposição no Teatro Municipal, e a segunda na
galeria da “Casa das Arcadas”, situada no nº 54, atual 176
da Rua Quintino Bocaiúva. Apresentou, entre outros artistas,
Pedro Alexandrino, Oscar Pereira da Silva, J. Thimóteo da
Costa e Henrique Bernardelli.
Alcançou Medalhas de Prata nos Salões Paulistas de
Belas Artes de 1938 e1939. Em 1942 Torquato idealizou e
fundou, juntamente com outros artistas, a Associação Paulista de Belas Artes, sendo seu primeiro diretor artístico. Em
1961 a Municipalidade de São Paulo conferiu-lhe o título de
Cidadão Paulistano. As obras de Torquato se encontram
em diversos museus, galerias e coleções particulares; alguns quadros, inclusive integram o acervo da Pinacoteca
do Estado de São Paulo. Segundo Júlio Louzada, na obra
“Artes Plásticas – Seu Mercado – Seus Leilões”, vol. 1, pag.
99, 1984, o trabalho de Torquato Bassi foi desenvolvido “de
forma tão séria e sólida, que o seu nome e sua arte foram,
durante anos, assunto para jornais e revistas de todo País”.
* Paulo Camassa é artista, associado da APBA
nº 19689
Modelo Vivo – o diferencial da APBA
Durante 70 anos ininterruptos a APBA mantém semanalmente sessões de modelo vivo
Já se passaram sete décadas da criação da Associação
Paulista de Belas Artes. O mundo evoluiu rapidamente em
todos os sentidos. A concepção de arte, os elementos que a
compõem, a estética, a ética... tudo que parecia estático tornou-se maleável. Até os padrões de beleza mudaram. A captação da imagem digital, as alterações por meio do photoshop,
conferiram um novo conceito à arte da criação e manipulação
da imagem, mas indiferente aos avanços tecnológicos, o artista figurativo continua fiel no exercício do desenho ou da
modelagem diante as sessões de modelo vivo.
A APBA se orgulha de cumprir esse propósito dos fundadores e manter, sem interrupção, as sessões de modelo vivo.
Isto faz o diferencial entre as
instituições que se dedicam
ao ensino e exercício da arte.
Nesta data em que se comemora o septuagésimo aniversário, resta agradecer a todas
as(os) modelos que posaram
nos divãs da APBA e as(os)
que continuam fiéis nesta nobre missão.
Modelo vivo
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INFORMATIVO APBA
4
Março/2012
Uma noite de descontração
Monólogo, poemas, caricatura e música deram o tom ao primeiro Sarau da APBA
Erimeide e Cabelo
co, o artista-associado, Paulinho
Zeminian executava caricaturas
dos convidados. O evento, organizado por Raquel Santos, contou com a preciosa colaboração
da artista-plástica Célia Viégas,
e o empenho da cantora Erimeide Zanquetini. Nesta edição, a
APBA agradece a participação
dos expoentes da música, poesia,
do teatro, das artes pictóricas, sem
os quais seria impossível realizar
esse evento de tamanho sucesso.
Foto: Rafael Machado
res, Elcio Gonçalves de Souza
que declamaram seus textos com
total desenvoltura. O escritor e
poeta Celso Alencar deu um espetáculo à parte. Conseguiu delinear um quadro em forma de versos, com três poemas que retratam
a solidão e miséria humana. Eles
fazem parte do seu último livro
“Poemas Perversos” publicado
em 2011 pela editora Pantemporâneo, de São Paulo. Enquanto os
músicos e poetas ocupavam o pal-
Foto: Rafael Machado
Foto: Rafael Machado
Foto: Rafael Machado
Uma sexta feira memorável
O Sarau foi aberto pela cantora e artista associada Erimeide
Zanquetini. O guitarrista Gabriel Magalhães executou um
solo, também de sua autoria, no
estilo blues. Em seguida, a atriz
e cantora, Marcela Alves apresentou o monólogo de sua autoria
“Onde está o dinheiro”. Ela também executou as músicas “Summertime”, de Gershwuin e Du
Bose Heyward, e “ I dreamed a
dream”, de Claude-Michel Shonberg e H. Kretzermer. Ela foi
responsável pela declamação do
“Hino do Artista”, do associado
Theodoro Meirelles, no momento
destinado à poesia.
O evento teve a participação
do violonista clássico Cabelo (Romano Nunes), conhecido
por abrir o “Festival de Inverno
de Campos do Jordão”. Ele executou um poupurri de canções
brasileiras, além da música de
autoria própria “O vôo do Beija-Flor”. A dupla Alan Simon
Bravo e Dido Gunner, que integra a Roosevelt Hard Rock
Band (convidada pelo presidente
José Carlos Acerbi) apresentou a
versão instrumental solo “Knockin’ on Heaven’s Door” de Bob
Dylan. Já, o repertório de Erimeide Zanquetini, acompanhada por Cabelo foi bastante eclético. Incluiu, entre outras canções
“Fascinação”, “Lua Branca” gravada por Chiquinha Gonzaga;
“Beijo Nele” e “Crendeuspai” de
sua autoria; “Ciúmes” (Caetano
Veloso); além de “Carinhoso”
que fechou o evento, com acompanhamento da platéia.
No quadro reservado à poesia
foi possível conferir o talento dos
artistas associados Enivaldo Pi-
Foto: Rafael Machado
O
Primeiro Sarau de Arte,
Música, Poesia e Teatro
da Associação Paulista de
Belas Artes, realizado em 10 de
fevereiro, inaugurou uma nova
fase na entidade, e prova que nem
só de tintas, pincéis e espátulas
vivem os artistas. É preciso algo
mais para alentar a alma e reduzir
o estresse da cidade grande. Esse
é um dos objetivos da entidade,
que ao promover tais encontros
permite, também, a integração
dos associados, com os novos
frequentadores e convidados.
São Francisco Xavier
O próximo roteiro dos artistas-associados será o município de São Francisco Xavier (comarca de São José dos
Campos). A viagem será no sábado (31 de março/2012), com
saída na Avenida São Luiz (ao lado da Biblioteca Mário de
Andrade). Esse é o resultado da parceria entre a Fundação
Cultural Cassiano Ricardo (FCCR) e a APBA. A entidade
joseense tem desenvolvido importantes ações culturais em
âmbito nacional nos mais diversos segmentos artísticos. A
FCCR foi criada na década de 80, por meio do decreto mu-
nicipal nº 3.050, para gerir as ações até então coordenadas
pelo Departamento de Cultura da Prefeitura de São José dos
Campos. Atualmente tem como diretor-presidente Mário Domingos de Moraes e diretor de cultura Cláudio Mendel.
Quem visitar São Francisco Xavier com certeza ficará
com o desejo de voltar. É um lugarejo bucólico, cravado
na Serra da Mantiqueira, com menos de 3.000 habitantes,
com grande parte da população proveniente da zona rural.
Atualmente a administração tem investido no eco-turismo.
O município, rodeado de colinas, possui várias cachoeiras
como a do Roncador; das Couves; do Turvo; do Sabão, entre outras, onde é possível a prática de esportes radicais
(desde que acompanhado por um guia credenciado). As
montanhas convidam o turista para a caminhada ou contemplação da natureza. O artista que procura sossego para
retratar tem o centro de São Francisco Xavier como uma
das opções, com seus casarios típicos de uma cidadezinha
do interior.
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