Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal
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Respostas cardiovasculares e da percepção subjetiva de esforço durante exercício com a técnica de
facilitação neuromuscular proprioceptiva associada a polia.
MTP&RehabJournal 2014, 12:961-978
Alessandra Araujo da Silva
Arianne Nunes Lobato
Elder Nascimento Pereira
Flávio Socorro da Silva
Renato Campos Freire Jr
Fernando Zanela da Silva Arêas
Guilherme Peixoto Tinoco Arêas
ISSN 2236-5435
Article type Research article
Submission date 12 September 2014
Acceptance date 14 December 2014
Publication date 19 December 2014
Article URL http://www.submission-mtprehabjournal.com
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Respostas cardiovasculares e da percepção de esforço no uso do FNP associado a polia.
Respostas cardiovasculares e da percepção subjetiva de esforço
durante exercício com a técnica de facilitação neuromuscular
proprioceptiva associada a polia.
Cardiovascular and relative exertion perceived response during proprioceptive neuromuscular
facilitation exercise associated to pulley.
Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), Brasil.
Alessandra Araujo da Silva1, Arianne Nunes Lobato1, Elder Nascimento Pereira2, Flávio Socorro
da Silva3, Renato Campos Freire Jr3, Fernando Zanela da Silva Arêas3, Guilherme Peixoto
Tinoco Arêas4.
1
Discente, Instituto de Saúde e Biotecnologia, Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas, Coari, (AM), Brasil.
2
Docente, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Morfologia, Universidade Federal do Amazonas,
Manaus (AM), Brasil.
3
Docente, Instituto de Saúde e Biotecnologia, Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas, Coari (AM), Brasil.
4
Docente, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ciências Fisiológicas, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus (AM), Brasil.
Autor Correspondente
Guilherme Peixoto Tinoco Arêas
Universidade Federal do Amazonas.
Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ciências Fisiológicas.
Av. Rodrigo Otávio, nº 3000, Coroado, Manaus – Amazonas – Brasil. CEP: 69077– 000.
E-mail: [email protected]
Phone: +55 92 3305-4229.
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Alessandra A Silva, Arianne N Lobato, Elder N Pereira, Flávio S Silva, Renato C Freire Jr, Fernando ZS Arêas, et al.
RESUMO
Introdução: O uso de polia associado com a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP)
é descrito como uma excelente abordagem para vários exercícios resistidos, mas prescrever
com segurança ainda é falho na área da reabilitação. Objetivo: Avaliar as alterações agudas
pressóricas e da percepção subjetiva de esforço após exercício com membros superiores
através da técnica de FNP associado à polia. Método: 10 mulheres, saudáveis e sedentários
realizaram os exercícios de membro superior com a técnica de FNP associado a polia. Foi
realizado uma sessão com três séries de 10 repetições. Foi avaliado a pressão arterial
sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), duplo-produto (DP) e percepção
subjetiva de esforço (PSE) durante as três séries. Para a análise estatística foi utilizado
ANOVA uma via post hoc Bonferroni, sendo aceito p <0,05. Resultados: Em relação aos
valores hemodinâmicos foram observadas diferenças na FC (1a, 2a e 3a em relação ao
repouso, p <0,05) e no DP (1a, 2a e 3a em relação ao repouso, p <0,05). Na percepção
subjetiva de esforço houve diferença entre 3a série em relação a 1a série (p> 0,05).
Conclusão: O uso de exercícios com os padrões do FNP associados a polias não produzem
grande influencias cardiovasculares, sendo seguros em indivíduos saudáveis.
Palavras - chaves: FNP, exercícios resistidos, hemodinâmicos, Saúde
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Respostas cardiovasculares e da percepção de esforço no uso do FNP associado a polia.
ABSTRACT
Introduction: The use of pulley together with proprioceptive neuromuscular facilitation
(PNF) are described how an excellent approach for several exercises, but prescribe with
safety is very difficult and it's a failure in the rehabilitation area, yet. Objective: Was to
measure hemodynamic changes and the relative exertion perceived through OMNI - RES
scale after use PNF exercise together pulley. Method: 10 women, healthy and sedentary
performed the exercises with right upper body together with PNF and pulley load. Was
realized 3 sets with 10 repetitions and measurement blood pressure, heart rate and
perceived exertion among the three series. ANOVA post hoc Bonferroni, accepting p<0.05.
Results: One subject dropped out due to lack of exercise program adherence. In the
hemodynamic’s data was observed significance differences in HR (1 st, 2nd and 3rd in
relationship at rest, p < 0.05), RPP (1st, 2nd and 3rd in relationship at rest, p < 0.05). In the
perceived exertion was difference among 3rd set in relationship for 1st set (p > 0.05).
Conclusion: The use of exercises with the PNF patterns associated with pulleys do not
produce great cardiovascular influences, be safe in healthy individuals.
Key - Words: PNF, Resistive Exercise, Haemodynamic, Health
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Alessandra A Silva, Arianne N Lobato, Elder N Pereira, Flávio S Silva, Renato C Freire Jr, Fernando ZS Arêas, et al.
INTRODUÇÃO
Estudos clínicos e sociedades científicas recomendam o uso de exercícios resistidos
(ER) como coadjuvante ao tratamento de doenças cardiovasculares.(1,2,3) Os efeitos
benéficos descritos estão relacionados com o aumento da força muscular, da capacidade
funcional, do aumento bem – estar físico e mental e do impacto positivo sobre fatores de
risco cardiovascular.(3) Os programas de reabilitação recomendam que os exercícios
resistidos sejam realizados com movimentos de grandes amplitudes,(2) e para isso, os
fisioterapeutas utilizam o conceito de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).(4)
O FNP é um conceito que tem como princípio utilizar exercícios diagonais e espirais
para mimetizar os movimentos funcionais humanos(5) e possui correlação com os
movimentos realizados durante as atividades de vida diária.(4) De forma clássica, a aplicação
da técnica é realizada através de contato manual e a resistencia é aplicada pelo prórpiro
terapeuta.(5) No entanto, pesos, como polias, podem ser associados aos padrões específicos
do FNP, a qual facilita o aumento de força muscular e a amplitude de movimento articular.(6)
Entretanto, nenhum estudo descreve como prescrever essa modalidade de exercício usando
as polias.
Atualmente, várias são as formas de prescrever o ER, sendo as mais comuns o teste
de uma repetição maxima (1RM) e a percepção subjetiva de esforço (PSE).
(2)
Esses testes
são ferramentas simples e práticas a qual o profissional pode realizar sem grandes
dificuldades. Além disso, atualmente é sabido que cargas incrementais resistidas, a partir de
30% 1RM, possuem grande correlação com a atividade simpática cardíaca, pressórica,
metabólica muscular e da PSE,(7) sendo o conhecimento dessas variáveis um excelente
instrumento para facilitar a prescrição e a realização dos exercícios com segurança. Por fim,
devido a necessidade do melhor conhecimento do comportamento pressórico e da percepção
de esforço durante a realização da técnica de FNP associado a polia, o objetivo do estudo foi
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identificar o comportamento dessas váriaveis durante uma sessão de exercício em indivíduos
jovens saudáveis.
MÉTODO
Amostra
Foram selecionadas para o estudo 10 voluntárias do sexo feminino, jovens, saudáveis
e destras. As voluntárias foram convidadas a participar do estudo por meio de chamadas
públicas na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Os critérios de inclusão foram:
normotensos,(8) idade entre 18 a 25 anos, serem destra de acordo com o questionário de
lateralidade de Edimburgo(9) e sedentários de acordo com o questionário de atividade física
(IPAQ).(10) Os critérios de exclusão foram: Estarem baixo do peso ou serem obesas (IMC =
≤ 20 kg/m2 ou ≥ 30 kg/m2), serem fumantes, terem distúrbios hormonais, doenças
neuromusculares,
estarem
gravidas,
fazendo
uso
de
medicação
anti-hipertensiva,
broncodilatadores ou qualquer medicamento que afetem as respostas cardiovasculares.
Todos os voluntários leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O
estudo obteve a aprovação do comitê de ética institucional e foi realizado de acordo com os
padrões éticos com o número 069/11.
Instrumentos
Para a seleção da carga foi utilizado o teste de uma repetição máxima (1 - RM). O
teste de 1-RM com polia foi realizado com a voluntária sentada paralelamente a frente do
aparelho de polia em uma cadeira com encosto. Os movimentos utilizados no estudo foram
os de flexão - abdução - rotação externa com o cotovelo estendido e extensão - adução rotação interna com o cotovelo estendido (figura 1A e B). O aparelho possuía carga mínima
de 2 kg e carga máxima de 10 kg, e o cabo da polia era posicionado no punho direito com
cuff, deixando sua mão livre, assim, permitindo o uso padrão de FNP corretamente. (Figura
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1A). Se alguma participante não obtivesse como carga de 100% de 1-RM os 10 kg na polia,
a voluntária era excluída, devido o estudo utilizar valores até essa carga.
A
B
Figura 1. Padrão de FNP associado a polia A. Movimento de flexição - abdução – rotatção externa com o cotovelo
estendido e B. movimento de extenção - adução – rotação interna com cotovelo estendido.
As mudanças de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD)
foram avaliados através de aparelho de pressão digital (HEM 742, Omron, Vernon Hills,
Illinois, EUA)(11) a frequência cardíaca (FC) foi avaliada através do monitor cardíaco portátil
(FT1, Polar, Kempele, Finlândia). As Mensurações da PAS e PAD foram realizadas em
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repouso e ao final das séries de exercício. Nos exercícios, os valores foram medidas no
membro superior esquerdo, sendo que na sétima repetição o aparelho era ligado para obter
os parâmetros imediatamente ao final da série. Para avaliar a FC, foi utilizado o valor de pico
da frequência durante a série. Para determinar os valores do produto produto (DP), foi feito
o cálculo através da PAS x FC.
Para a medição da PSE foi utilizada a escala de OMNI-RES do membro ativo e todo o
corpo.(12) De acordo com a escala de OMNI - RES, os níveis de esforço são classificadas
como: extremamente fácil (0 - 1), fácil (2 - 3), um pouco mais fácil (4-5), um pouco difícil
(6-7), difícil (8 - 9), extremamente difícil. (10)
Procedimentos
Para o procedimento experimental, o movimento seguiu os procedimentos básicos
utilizados no conceito FNP. O padrão utilizado foi a flexão - abdução - rotação externa com o
cotovelo estendido e extensão - adução - rotação interna com o cotovelo estendido e a
técnica específica foi a de reversão de antagonistas(5) (Adler, Beckers, Buck, 2007) (figura
1A e B). O tempo de realização dos exercícios ocorreu no final da tarde e início da noite. Os
voluntários realizaram os exercícios em outro dia da escolha do 100% de 1 - RM, com
intervalo mínimo de 48 horas entre eles. O protocolo consistiu de três séries de dez
repetições com tempo de descanso entre as séries de 60 segundos, durante o exercício
sempre foi encorajado evitar a respiração para evitar a manobra de Valsalva durante as
execuções.
Análise estatística
Os dados foram tabulados por média ± EPM. Para determinar a distribuição normal,
foi utilizado o teste de Shapiro - Wilk. Para dados pareados foi utilizado o teste t de Student
e para os dados não - pareados foi utilizado o ANOVA post hoc Bonferroni. O nível de
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significância aceito foi p <0,05. O programa estatístico utilizado foi o GraphPad Prism.5.0.
(GraphPad Software Inc., CA, EUA)
RESULTADOS
10 voluntárias foram selecionadas, mas uma voluntária abandonou o estudo após a
avaliação de 1RM, terminando com 09 voluntários ao final do estudo. Nas tabelas 1 e 2
estão os valores antropométricos e os valores absolutos das cargas utilizadas por cada
voluntário, respectivamente.
Tabela 1. Valores antropométricos, hemodinâmicos basais e
da carga utilizada. Média ± EPM.
N = 09
Idade (anos)
Peso (Kg)
21,0 ± 1,2
58,3 ± 10,6
Altura (metros)
1,5 ± 0,05
IMC (Kg/m2)
23,2 ± 3,0
PAS (mmHg)
106 ± 9,7
PAD (mmHg)
67 ± 7,6
PAM (mmHg)
80 ± 7,2
FC (bpm)
80 ± 7,7
100% 1 – RM (Kg)
7,1 ± 1,2
Carga média (Kg)
6,0 ± 1,4
IMC = Índice de massa corpórea; PAS = Pressão arterial
sistólica; PAD = Pressão arterial diastólica; PAM = Pressão
arterial média; FC = frequência cardiac; 1 – RM = uma
repetição maxima.
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Respostas cardiovasculares e da percepção de esforço no uso do FNP associado a polia.
Tabela 2.Valores absolutos da % do 1 RM e da carga.
Indivíduo
100% 1 - RM
Carga
% 1 - RM
01
10 kg
8 Kg
80%
02
8 kg
6 kg
75%
03
6 kg
4 kg
66%
04
8 kg
6 kg
75%
05
8 kg
6 kg
75%
06
6 kg
4 kg
66%
07
8 kg
6 kg
75%
08
10 kg
8 kg
80%
09
8 kg
6 kg
75%
A Tabela 3 mostra os valores hemodinâmicos e PSE durante as séries. Os dados
incluíram PAS, PAD, FC, DP e OMNI – RES no membro superior e do corpo todo. As variáveis
PAS e PAD não tiveram diferença significativa entre as séries. Foi visualizado aumento da
FC e DP em todas as séries. Em relação a FC, os valores da primeira, segunda e terceira
séries foram significantes em relação ao repouso. (Respouso = 78 ± 3.1, 1ª série = 98 ±
4,4, p <0,05; repouso = 78 ± 3,1, 2ª série = 99 ± 4,2, p <0,05; repouso = 78 ± 31; 3ª
série = 101 ± 3.0, p <0,05). Os valores DP seguiu as mesmas respostas da FC. (Repouso =
8,399 ± 499; 1ª série = 10.994 ± 797, p <0,05; repouso = 8,399 ± 499, 2ª série = 11,946
± 578, p <0,05; repouso = 8,399 ± 499; 3ª séries = 11.941 ± 660. p <0,05).
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Tabela 3.Valores pressóricos, da frequência cardíaca e da percepção subjetiva de esforço entre as séries. Média ±
EPM.
Repouso
1a Série
2a Série
3a Série
PAS (mmHg)
104 ± 3.2
115 ± 6.1
120 ± 3.8
117 ± 4.5
PAD (mmHg)
68 ± 2.7
80 ± 5.2
79 ± 4.6
81 ± 4.3
FC (bpm)
81 ± 3.1
98 ± 4.4*
99 ± 4.2*
101 ± 3.0*
DP (bpm.mmHg)
8399± 499
10994 ± 797*
11946 ± 578*
11941± 660*
OMNI – RESmembro
0
3.6 ± 0.6
4.7 ± 0.8
6.3 ± 0.7**
OMNI – REScorpo
0
2.5 ± 0.6
2.4 ± 0.6
3.4 ± 0.6
PAS = Pressão arterial sistólica; PAD = Pressão arterial diastólica; FC = Frequência cardíaca; DP = Duplo produto;
OMNI – RESmembro = Percepção subjetiva de esforço no membro superior; OMNI – RESCorpo = Percepção subjetiva de
esforço no corpo inteiro. * Repouso x Séries (p < 0.05), ** Diferença entre 1a série e 3a série (p < 0.05).
O valor do PSE entre as séries pode ser visualizado na tabela 3. Foi observado
aumento significativo no valor da primeira série em relação a terceira série na PSE no
membro ativo (1ª série = 3,6 ± 0,6, 3ª série = 6,3 ± 0,7. P <0,05). Nos valores de PSE em
relação o corpo não houve diferença entre as séries.
DISCUSSÃO
Os principais achados do estudo foram demonstrar não haver diferença nas respostas
pressórica e discreto aumento da FC, DP e PSE no exercício com FNP com os membros
superiores associados a polia. Para o nosso conhecimento não há
nenhum estudo a qual
avalia o comportmamento pressórico e da PSE associando as polias com o a ténica de FNP.
Atualmente, o exercício resistido é visto como um componente importante no
programa de atividade física e de reabilitação.(3) Além disso, as respostas cardiovasculares
são parâmetro importante para a compreensão e segurança na aplicação diferentes tipos de
exercícios realizados.(13) Apesar de vários estudos mostrando o efeito pressórico durante o
exercício de resistência,
(14-16)
há poucos estudos que tentam identificar as alterações
hemodinâmicas durante o treinamento de resistência associada com o conceito FNP.
(17 – 19)
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Respostas cardiovasculares e da percepção de esforço no uso do FNP associado a polia.
Gultekin et al.
(17)
estudaram o efeito pressórico e a concentração de lactato após o
exercício com os membros superiores associando o FNP com a resistência manual. Os
autores visualizaram aumento em todos os parâmetros hemodinâmicos e da concentração
de lactato após única sessão de exercícios em mulheres jovens e saudáveis. Em nosso
estudo, apenas os valores de FC e DP foram equivalentes ao trabalho de Gultekin et al.(17)
Mesmo visualizando mudanças nos valores de pressão arterial entre as séries, elas não
foram estatisticamente significativas.
O ponto importante a ser discutido sobre a diferença entre os estudos é o uso da
resistência manual, a qual foi diferente do nosso, que utilizou a carga fixa através das
polias. A dificuldade de quantificar a resistência manual aplicada na metodologia pode
produzir grandes efeitos isométricos e manobra de Valsalva.(20) Estudos têm mostrado que a
contração isométrica aumenta as variáveis do controle autonômico cardíaco e pressórico,
devido ao grande efeito da contração no sistema vascular do músculo ativo(21) e, do grande
estímulo dos ergorreceptores musculares durante essa atividade.(22)
O movimento utilizado no nosso estudo foi baseada na técnica de reversão de
antagonistas e sem pausa para evitar o aparecimento de grandes contrações isométricas
durante o exercício. A técnica utilizada não isenta o aparecimento das contrações
isométricas durante a atividade, mas pode reduzir esse efeito. De qualquer forma, são
necessários mais estudos para avaliar a atividade muscular, como por exemplo no uso de
eletromiografia de superfície, para identificar possíveis diferenças na contração muscular em
exercícios que usam a carga fixa e a resistência carga manual.
Em relação a manobra de Valsalva, McCartney(20) mostrou que o exercício resistido
com cargas elevadas favorece o aparecimento da manobra, e que os efeitos principais estão
intimamente ligados ao aumento da pressão intra - abdominal e intratorácica, resultando em
um aumento na pressão arterial durante o exercício. No estudo atual, houve atenção para
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evitar a realização da manobra de Valsalva, mantendo respiração controlada, que,
possivelmente, impediu o aparecimento da manobra de Valsalva e que possivelmente não
afetou o aumento pressórico.
Yakut e Arikan
(18)
mostraram que o uso do conceito de FNP aumenta as variáveis
pressóricas com o aumento do número de repetições durante uma sessão de exercício, tanto
nos exercícios com os membros inferiores como nos exercícios com os membros superiores.
O estudo avaliou o efeito hemodinâmico após uma repetição, cinco repetições e dez
repetições, sendo que na décima repetição foi o que teve maior aumento nas variáveis
pressóricas. Outra vez, a metodologia aplicada no estudo de Yakut e Arikan
(18)
utilizaram a
resistência manual para a realização dos exercícios. A dificuldade de regulação e avaliação
da resistência utilizada pode superestimar os verdadeiros efeitos do FNP sobre as variáveis
pressóricas.
Pereira
(19)
avaliou o efeito de diferentes técnicas de FNP nos exercícios dos membros
inferiores de idosas saudáveis. Neste estudo, o autor não visualizou qualquer aumento nas
variáveis PAS e PAD após uma sessão de exercício. O autor descreve que a resposta
hemodinâmica visualizada no estudo é devido utilização de uma repetição na sessão de
exercíco, entretanto, o estudo de Gultekin et al.,(17) observaram, em apenas uma repetição,
aumentos significativos em todas as variáveis hemodinâmicas avaliada. Além disso, vale
ressaltar que todos os estudos que avaliaram os efeitos hemodinâmicos durante os
exercícios com FNP usaram o esfigmomanômetro simples. Atualmente, sabe-se que a
avaliação hemodinâmica dos membros inativos e imediatamente após a interrupção do
exercício pode subestimar os valores de pressão em 13% e 30%, respectivamente.
(23)
Devido a isso, são necessários futuros estudos para avaliar os efeitos hemodinâmicos
através de metodologias mais precisas.
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Respostas cardiovasculares e da percepção de esforço no uso do FNP associado a polia.
Os estudos tradicionais sobre exercícios resistido descrevem que a maior quantidade
de músculos envolvidos na atividade de resistência aumentam a resposta pressórica. Esta
resposta é, devido ao maior número de artérias comprimidas pelo exercício e por um maior
número de receptores periféricos estimulados.
(20,24)
Mesmo que envolvam grandes
quantidades de músculos, os exercício utilizados no nosso estudo não produziu grandes
efeitos pressóricos, exigindo estudos futuros comparando exercícios com conceitos de FNP e
exercício tradicional.
Outro resposta importante observado em nosso estudo foi o aumento da FC e DP
durante as séries. Estudos têm demonstrado que o exercício resistido, independente do tipo,
produzem influência direta sobre o sistema autônomo cardíaco e favorece ao aumento da
FC.
(25 – 27)
A principal explicação para esse fenômeno é um mecanismo reflexo do sistema
nervoso causado pela atividade de receptores musculares que aumentam a sua atividade
devido a estimulação mecânica, chamado de mecanorreceptor ou receptor do tipo III e, por
meio de estímulo metabólicos, chamado metaboreflexo ou receptores tipo IV.
(25 – 27)
Em
nosso estudo, as possíveis atividades desses receptores produziu efeitos significativos sobre
FC e sobrecarga cardíaca por aumento no DP.
Além disso, é possível que os mesmos receptores possam influenciar o aumento da
percepção do esforço exercido no membro por estimulação de receptor de tipo IV, o qual
também tem ligação nociceptiva.
(28,29)
de ativação do comando central.
(30)
A PSE é determinada como uma estimativa do nível
Borg
(31)
descreveu que a FC está diretamente
relacionada ao PSE e com a produção local de lactato muscular. Esse efeito pode especular
que o metabolismo local durante o exercício seja um fator importante no aumento da FC e
da PSE no nosso estudo, entretanto, o mesmo não foi avaliado. No estudo de Gültekin et
al.,(16) foi demostrado que o exercício utilizando a técnica de FNP aumenta a concentração
de lactato após os exercícios, sendo que possivelmente, nosso estudo, o aumento da FC e
da PSE possa ser causado pelo mesmo acúmulo de lactato.
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Alessandra A Silva, Arianne N Lobato, Elder N Pereira, Flávio S Silva, Renato C Freire Jr, Fernando ZS Arêas, et al.
Limitações do estudo
A principal limitação do estudo é a quantidade de voluntários que participaram do
estudo, o que pode ter subestimado o poder do estudo. Outras limitação é que não foi
comparado os efeitos hemodinâmicos com polia e resistência manual, além de não ter sido
utilizada metodologia cega e controlada.
CONCLUSÃO
Não foi visto nenhuma mudança significativa na pressão arterial com a carga fixa
utilizada associada a técnica de FNP nos membros, o que pode ser seguro em uso dos
distúrbios cardiovasculares e saudáveis, mas há uma necessidade de melhores estudos
sobre o efeito de alterações no comportamento autonômico em pacientes com distúrbios
cardiovasculares.
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