os n a 15 Juntos Somos Fortes Lançamos a semente de um mundo melhor e alimentamos essa ideia a cada dia SISTEMA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO RURAL COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA CENTRAL BASER Juntos Somos Fortes No sorriso de nossas crianças está plantada a esperança de um novo cooperativismo. A Agricultura Familiar cresce e se desenvolve com a certeza de um futuro cada vez mais promissor para o crédito solidário. Índice Central Cresol Baser Rua Nossa Senhora da Glória, 52 A, Bairro Cango, Francisco Beltrão - PR Cep 85604-090 - Fone/Fax: 46 3520 1981 [email protected] - www.cresol.com.br Direção Executiva Presidente: Vanderley Ziger Vice-Presidente: Flávio Marcos da Silva; Diretor Financeiro: Alzimiro Thomé; Diretor-Secretário: Luiz Ademar Panzer; Primeiro Secretário: Edson Vieira. Conselho de Administração: Nilceu Evanir Kempf, Denilson Luiz Rodighero, Osni Ramos, Jose Soares, Wilson Camargo, Nivaldo Pinheiro Da Rocha Conselho Fiscal 2010/11: Ivo Oscar Schneider, Paulo Dalek, Adriano Briatori, Paulo De Souza, Pedro Perehouski Filho, Nilson Machado Dos Santos Relações Institucionais: Assessoria Institucional: Adriano Michelon, Arni D. Hall Comunicação e Marketing: Aline Fragata, Analice Lourenci e Marcos Chiapetti Assessoria Jurídica: Andressa Castro e Débora Glenda B. de Castro (estagiária) Assistente da Diretoria: Leonette Alves Netto Controladoria e Finanças: Roberson Artifon Fieira, Iraci Biankati de Souza, Rosalino Luis Alba e Delcio Tozetto Apoio Administrativo: Italita Pierina Marafon, Ivete Bueno De Macedo, Ivonete Terezinha Da Silva, Renato Socolovski Verlindo, Adriana Ramazotti Alves. Recursos Humanos: Andriele Aparecida Lazarotto, Cinthia Regina Bosse, Flaviana Tubin, Rosane Da Silva Gestão Filiadas: Adinan Francisco Kielb, Ana Karina L.Toledo, Andreia M. Cecagno, Fabio Anderson Sangaletti, Ingrid Milan, Jackson Joaquim, Pablo Jose Guancino, Rafaela Santos Lima Gestão de Risco: Jeferson Claudio Signor, Everton Jose Do Nascimento, Lucas Reichembach, Rosangela De Fatima Borges Produtos e Serviços: Claiquer Carneiro e Vanice C. Da Costa Sistema Colméia: Alcemar Luiz Candiotto e Volber Sangaletti Gestão das Informações: Janio de Souza Informática: Andrei Brancalione, Marcelo Marcon De Vargas Markus Anater Scheid, Jackson Wilian Garcia Neto Cresol Tec: Débora Machado e Alano Freire Auditoria Interna: Ana Paula Maximowski, Eliana Vedovatto, Giovanni Ronchi, Hans Cristian Koch, Lilian Smaniotto, Valdecir Martins, Viviane Kayser Carteira de Crédito: Cleiton M. De Toni , Jose A. Padilha, Delazir Mascarello, Antonio Luiz Processo Ações Estratégicas: Ari D David, Hildegard Maria Reichert, Nivalda Soster, Aline Moraes, Reinaldo A. De Oliveira Jornalista responsável: Analice Lourenci - MTb 8456/PR Arte/projeto gráfico: Marcos Chiapetti Nasce a Cresol Desafios dos Primeiros Anos Evoluções do Sistema Crescem as conquistas Avanços e Inovações Agosto/Setembro de 2010 Ouvidoria Cresol 0800 643 1981 06 07 08 09 Pioneiros do Cooperativismo de Crédito Solidário 10 Cresol em Números 12 Políticas Públicas Pronaf Políticas Públicas Complementares Formação Habitação Rural Programa dos Agentes Programa de Gênero e Geração 14 16 18 20 22 24 ATER 26 Parceiros 28 Inovações Gerando Inclusão Impressão e Acabamento: Grafisul Tiragem: 8 mil exemplares 04 Comemoração dos 15 anos da Cresol 30 32 Nasce a Cresol O surgimento do Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária há 15 anos, deu origem à construção de outro cooperativismo, diferente do cooperativismo chamado empresarial. No lugar de estruturas centralizadas e grandes unidades, optou-se por estruturas descentralizadas, com forma de rede e unidades pequenas, mas articuladas entre si e com a comunidade local, contribuindo assim para a democratização do crédito rural e para o efetivo controle social. O conceito de 'interação solidária' expressa a idéia de responsabilidade compartilhada entre cooperados e dirigentes, que devem acompanhar e ter controle sobre seu funcionamento. O embrião desta nova proposta surge da experiência dos Fundos de Crédito Rotativo, que desde 1989 era desenvolvido na região Sudoeste do Paraná, fruto de convênio entre a Misereor, organização religiosa da Alemanha, e a Associação de Estudos, 04 Orientação e Assistência Rural Assesoar, organização não-governamental sediada em Francisco Beltrão, fundada em 1966. Este fundo era gerido por um Conselho de Entidades Populares no Sudoeste do Paraná que incluía também a CPT (Comissão O conceito de 'interação solidária' expressa a idéia de responsabilidade compartilhada entre cooperados e dirigentes, que devem acompanhar e ter controle sobre seu funcionamento. Pastoral da Terra), a CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil) e o MST (Movimento Sem Terra). Por meio deste fundo eram financiados pequenos investimentos junto a diversos grupos informais de agricultores familiares da região. Mas era preciso fazer com que o crédito retornasse, baixando os índices de inadimplência. Para isso, era necessário promover o controle social, ampliar a captação e a disponibilidade de recursos, bem como amparar juridicamente os contratos. Tudo indicava a necessidade de uma instituição financeira, contudo, que fosse diferenciada do sistema financeiro tradicional. E assim, os primeiros passos foram dados pra concretizar este objetivo. Várias experiências contribuíram para consolidar o projeto de um sistema de cooperativas de crédito independentes e autônomas, administradas pelos próprios agricultores, com crescimento horizontal e inclusão social. Após avaliações, entendeu-se que poderia ser criado um sistema de cooperativas de crédito partindo de cinco cooperativas singulares - duas na região Centro- Oeste e três no Sudoeste do Paraná, e uma Central de Serviços para centralizar as normatizações e contabilidade, reduzindo custos para as filiadas. Em meados de 1995 foi solicitado junto ao Banco Central (Bacen) autorização para o funcionamento da primeira Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária – Cresol. Assim, surge no Sudoeste do Paraná, uma nova proposta de cooperativismo e crédito rural, coordenado pelos próprios agricultores familiares, em parceria com outras entidades da agricultura familiar, articulando ações locais e regionais. O objetivo inicial era estruturar um sistema alternativo com a participação das organizações da agricultura familiar já existentes, que deveriam ser sócias, podendo integrar os conselhos administrativo e fiscal. Nesse sentido, foi acrescentado nos estatutos das primeiras cooperativas um artigo que vinculava ao quadro social membros dessas entidades, o que não foi aceito pelo Bacen. Da constituição das primeiras cooperativas até a sua abertura, passaram-se seis meses, período em que se buscou acertar os detalhes para o início dos trabalhos, sob a coordenação de um grupo de idealizadores formado por Valdemiro Kreush, Assis Miguel do Couto, Adriano Michelon e Christophe de Lannoy. Ainda, é justo mencionar a coragem e dedicação de dezenas de agricultores familiares, que mesmo sem conhecimento específico ou experiência na área, encararam o desafio de compor as primeiras diretorias das cooperativas. A data de 10 de janeiro de 1996 marca a história do Sistema Cresol. Neste dia, abrem-se as portas da primeira Cresol, em Dois Vizinhos, chegando ao final do expediente com R$ 20 mil em depósitos, um valor muito significativo para a época. A partir daí foram noventa dias de acompanhamento contínuo para ajustes operacionais. Assembleia de inauguração da Cresol Dois Vizinhos a primeira cooperativa do sistema 05 Desafios dos Primeiros Anos N os meses seguinte da abertura da Cresol Dois Vizinhos foi inaugurada a Cresol Marmeleiro, Cresol Laranjeiras do Sul, Pinhão e Capanema, fechando o ano de 1996 com cinco cooperativas e 1.639 sócios, número bem superior aos 100 sócios fundadores. O ano de nascimento do Sistema Cresol é também o ano de criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf , importante ferramenta para estruturação das cooperativas e das famílias agricultoras, e em 1996 foi então realizado o primeiro convênio com o Banco do Brasil e a liberação de 710 contratos de Pronaf Custeio. Foram realizadas ainda mais 1856 operações de crédito e as cooperativas chegaram ao final deste ano com saldo positivo. O acesso a linha de crédito do Pronaf Investimento se concretizou em 1997, com um convênio assinado com o Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Ainda em 1996 foi criada a primeira Base de Serviços (Baser), em Francisco Beltrão, para auxiliar os trabalhos realizados pelas cooperativas singulares. Mais tarde esta base tornou-se a primeira cooperativa central do Sistema. Desde a sua concepção o Sistema teve o conhecimento como um dos pilares e missão, tanto na gestão das cooperativas, como na aplicação do crédito nas atividades agrícolas dos cooperados. Nesse sentido, já no primeiro semestre de 1997 os conselheiros fiscais das cooperativas singulares participaram do primeiro curso de formação, ministrado por Valdemiro Kreusch. Os primeiros anos do Sistema Cresol são tidos como um período experimental, de construção, de teste e ajustes, considerando a pouca experiência das pessoas envolvidas no processo. Pouco se sabia sobre o cooperativismo de crédito, menos ainda nos moldes que se propunha. Mas seguramente o início foi um período de muito aprendizado e acima de tudo de amadurecimento da proposta do Sistema Cresol quanto a missão, projetos, princípios e finalida- Sócio Fundadores da Cresol Pinhão. de. A superação das dificuldades iniciais sinalizou que seria possível dar continuidade ao projeto desse novo cooperativismo. A existência de um sistema cooperativo de crédito rural voltado aos interesses dos agricultores familiares foi aos poucos se expandindo. Cruzou divisas e chegou a Santa Catarina e Rio Grande do Sul, marcando uma nova fase de desenvolvimento do Sistema Cresol. A história fora do Paraná começa em 1999, com o contato das cooperativas de crédito dos municípios de Abelardo Luz, Quilombo e Seara, no oeste catarinense, que na época faziam parte do Sistema Sicoob-Bancoob. Em 1999 foi firmado o primeiro Convênio com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES), garantindo repasses de Pronaf Investimento e Microcrédito aos cooperados das Cresol. 06 Evoluções do Sistema O utro marco na trajetória do Sistema foi a criação, em 2000, do Programa de Agentes Comunitários de Desenvolvimento e Crédito, com o objetivo de multiplicar o conhecimento acumulado, capacitando um grupo de cooperados para atuar como interlocutores nas suas comunidades de origem, buscando difundir cada vez mais a essência do cooperativismo, bem como, as decisões tomadas nas cooperativas e conhecer as expectativas e demandas do quadro social. Também em 2000, atendendo a uma solicitação do Bacen, a primeira base de serviços do Sistema Cresol foi transformada em Cooperativa Central, denominada Central Cresol Baser. Nesse mesmo ano a Caravana da Cidadania do então pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou a Cresol em Francisco Beltrão. Um momento de grande emoção para a agricultura familiar, mais tarde reconhecida como categoria pelo já Presidente Lula, com a sanção da Lei 11.326/2006, que é de autoria de um dos membros do grupo de idealizadores do Sistema Cresol – Assis Miguel do Couto, eleito deputado federal em 2002, 2006 e 2010, hoje Jantar de comemoração dos 5 Anos da Cresol Lula em visita a Cresol Francisco Beltrão, durante a passagem da Caravana da cidadania em 2000. nacionalmente reconhecido como representante da agricultura familiar no parlamento brasileiro. Cinco anos após a abertura das primeiras cooperativas, o Sistema comemorava os expressivos e crescentes números. As cooperativas, de cinco passaram para 46, e o número de cooperados ultrapassava a marca dos 20 mil em 2001. O total de repasse de crédito somava R$31,5 milhões, os depósitos chegavam a R$15,6 milhões e a carteira de recursos próprios atingia a marca de R$ 8,6 milhões. Ainda em 2001 foram firmados os primeiros convênios com a Secretaria da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), para o fortalecimento da área de capacitação e formação do Sistema Cresol. Os anos de 1999 a 2001 foram muito significativos para o Sistema, fortalecendo, ampliando e dando maior visibilidade e credibilidade à proposta de um novo cooperativismo. Nesse período, ganhou visibilidade tanto entre o público alvo, como entre órgãos governamentais e não governamentais, nacionais e do exterior. Na medida em que se fortalece como instituição financeira da agricultura familiar, o Sistema Cresol passou a receber maior reconhecimento por parte do Governo Federal, dos movimentos sociais da região Sul e a estreitar relações de parceria com o Banco do Brasil. Com o crescimento surgiram novas demandas, diferentes realidades a serem atendidas e com isso uma necessidade ainda maior de capacitação de funcionários e diretores das cooperativas. Tal constatação levou o Sistema a uma reavaliação das ações estratégicas. 07 Crescem as conquistas Inauguração da Central Cresol Baser em 2003 E m 2003 foi inaugurada a sede própria da Central Cresol Baser, em Francisco Beltrão/PR. No mesmo ano a posição assumida pelo Governo Federal de apoiar e promover o cooperativismo foi decisiva para o crescimento e ampliação do Sistema. Ainda em 2003 foi realizado o primeiro Fórum das Cooperativas de Economia Solidária, importante espaço de discussão e negociação de políticas e programas junto ao Bacen, Banco do Brasil e demais órgãos governamentais. Num ritmo constante de reavaliação e inovação, focado nas necessidades dos cooperados e na sustentabilidade econômica e financeira das cooperativas, a Central Cresol Baser criou, em 2004, o Programa de Habitação Solidária - HabitaSol, oportunizando aos cooperados o acesso a moradias dignas no campo, parte subsidiadas pelo Governo Federal e parte financiadas por recursos próprios das cooperativas, em condições facilitadas. A transformação promovida no cenário rural com a construção de boas moradias despertou governos e outros agentes financeiros para uma realidade até então ignorada. Esse importante passo do Sistema Cresol revelou que a permanência das famílias agricultoras no campo requer mais que crédito para produção. Em 2004, nova conquista. A Central Cresol Baser torna-se agente financeiro do BNDES - a primeira central de crédito cooperativo do Brasil credenciada pelo banco. Também neste ano, amplia-se a discussão do cooperativismo de crédito no País com a criação da Associação Nacional do Coopera-tivismo de Crédito da Economia Familiar e Solidária (Ancosol). Com isso, necessidades operacionais do Sistema Cresol, como a construção de um software livre para gestão das cooperativas, passou a integrar a pauta de um conjunto de sistemas cooperativos que tinham demandas comuns. Também neste ano, tendo como pauta um novo arranjo institucional, foi criada mais uma cooperativa central do Sistema Cresol, denominada Cresol Central, com sede em Chapecó/SC. Com isso, parte das cooperativas situadas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul filiaram-se à nova central e parte de Santa Catarina e as situadas no Paraná permaneceram filiadas à Cresol Baser. A criação da nova central duplicou as estruturas de apoio, possibilitando melhor organização interna e o acompanhamento das cooperativas singulares, com o apoio indispensável das Bases Regionais. Nesse período são criadas cinco novas Bases, acompanhando o processo de expansão em novas regiões de atuação, como o norte e o centro-sul paranaense e o litoral catarinense. Entre 2005 e 2006 foram criadas as Bases Litoral/SC, MeioOeste/SC, Fronteira/PR, Norte/PR e Vale do Ribeira/PR. As novas áreas de atuação agregaram quadro social do Sistema Cresol comunidades de pescadores e indígenas, também excluídos do acesso ao crédito e serviços financeiros. Assembleia Geral da Central Cresol Baser em Março de 2001 08 Avanços e Inovações N a área de formação, as cooperativas filiadas à Cresol Baser dão um importante passo e constituem em 2005 o Instituto de Formação do Cooperativismo Solidário (Infocos), possibilitando a capacitação de agricultores familiares, diretores e colaboradores de toda a área de abrangência da Cresol Baser. Também em 2005, a articulação das cooperativas de economia solidária, encabeçada pela Ancosol, fortaleceu uma rede nacional de cooperativas que levou à constituição da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Unicafes, agregando os diversos ramos cooperativos. Ao celebrar a primeira década, em 2006, já como referência nacional no cooperativismo de crédito rural solidário, o Sistema Cresol comemorou o crescimento do quadro social, a ampliação das linhas de financiamento, o fortalecimento institucional e o desenvolvimento local impulsionado pela agricultura familiar. Acompanhando a evolução do mercado financeiro, foi lançado um novo produto - o Cartão de Crédito Cresol. O Sistema continuou trilhando um caminho de conquistas. Em 2007 foi realizada a primeira opera-ção de Pronaf Custeio via BNDES, fruto de uma luta histórica de oito anos. Com Abertura da primeira turma de Pós-graduação do cooperativismo solidário, parceria Cresol/Infocos e Unioeste isso os cooperados tive-ram acesso a uma nova fonte de re-cursos para desenvolver seus proje-tos produtivos. Ainda neste ano foi criada a Cooperativa de Tecnologia da Cresol - CresolTec, responsável pelo desenvolvimento inicial do software de gestão de cooperativa de crédito, denominado Projeto Colméia. Outro fato marcante em 2007 foi o reconhecimento do Sistema Cresol no cenário latino-americano de microfinanças, difundindo a experiência em inúmeros intercâmbios internacionais. Em 2008, a Cresol Baser cria a Cresol Seguros, corretora que atua junto às cooperativas filiadas. Em todas as singulares, os cooperados e a população em geral podem aderir ao Programa Superproteção Cresol, nas diferentes modalidades - casa, carro, vida e investimento agrícola. Outro marco para o cooperativismo neste ano foi a criação da Confederação Nacional das Cooperativas de Economia Solidária (Confesol), fortalecendo ainda mais o cooperativismo de crédito solidário no País. Ainda, a Cresol Baser alcançou a 29ª posição do ranking de operações indiretas do BNDES, tornando-se a principal instituição paranaense neste ranking, ficando atrás somente dos bancos e instituições financeiras do Brasil. Em 15 anos de trajetória o Sistema Cresol acumulou conquistas e superou muitos desafios para alcançar seu objetivo principal, o fortalecimento da agricultura familiar. O Sistema Cresol é hoje a soma de conhecimento e dedicação de centenas de pessoas ao longo dos anos, num constante movimento de renovação e aprendizado. 09 Pioneiros do Cooperativismo de Crédito Solidário Assis do Couto A força da Agricultura Familiar em Brasília Assis Miguel do Couto Deputado Federal Idealizador e primeiro presidente do Sistema Cresol Assis Miguel do Couto nasceu na comunidade Santa Cruz, em Santo Antônio do Sudoeste, hoje município de Pranchita, no Sudoeste do Paraná. É casado com Maria Helena Libarde e tem quatro filhos: Francisco, Helena, Luiz Henrique e Ana Maria. “ 10 Cresol, um orgulho para muitos agricultores que assim como o Deputado Assis acreditam na força do trabalho na terra, escrevendo mais uma parte desses 15 anos na história do cooperativismo s olidário da Cresol. ” O agricultor familiar Assis Miguel do Couto tem uma visão muito clara dos desafios do início da caminhada na construção do Sistema Cresol. Idealizador e o primeiro presidente do Sistema, ele aponta três elementos que foram decisivos no processo de constituição desse sistema cooperativo de crédito: a necessidade dos agricultores em ter uma cooperativa para ajudar seu próprio desenvolvimento; o papel dos dirigentes e assessores e sua vontade de trabalhar, de acertar, que foram gradativamente superando as dificuldades; e as parcerias com entidades, sejam elas ONGs, sindicatos de trabalhadores rurais, bancos e governos. Através desses desafios juntamente com outros pioneiros e agricultores que acreditaram e lutaram por um cooperativismo solidário, foram em busca de mais oportunidades, e assim ano a ano construíram e conquistaram um Sistema de Cooperativismo de Crédito que em 15 anos de trajetória acumulou conquistas e superou muitos desafios para alcançar seu objetivo primordial, o fortalecimento da Agricultura Familiar. Contudo a Cresol nesses 15 anos conquistou muito mais, em 2002, o agricultor familiar Assis do Couto, é eleito com mais de 43 mil votos para o seu primeiro mandato como Deputado Federal, onde desde os primeiros anos muitas conquistas foram realizadas, como a aprovação da Lei da Agricultura Familiar (11.326/2006), com autoria do próprio Deputado Assis, que garante de maneira diferenciada políticas públicas que abrangem o crédito, a habitação rural, cooperativismo, assistência técnica entre outros diferenciais, e ainda a representação no mandato trouxe benefícios através das emendas para diversas associações, entidades, organizações, sindicatos e cooperativas. O segundo desafio estava na decisão de concorrer a um novo mandato, e para essa eleição Assis cresceu 50% no número de votos, novamente se elegendo como um representante da Agricultura Familiar na Câmara, avançando seu trabalho e apoio com recursos prestados a essas associações, casas familiares rurais, APAES e comunidades, que foram beneficiadas com máquinas, equipamentos, benfeitorias, com recursos também destinados para capacitação, educação, assistência técnica entre outros. Para Assis o segundo mandato foi de crescimento, com a experiência adquirida no primeiro momento como Deputado e tendo em vista que o governo do Presidente Lula também se desenvolveu nesse processo e as políticas públicas realizadas serviram para um progresso ainda maior. Neste ano de 2010, a Cresol que comemorou 15 anos de luta pela agricultura familiar, trabalhou mais uma vez para que seu primeiro Presidente fosse sua representação na Câmara dos Deputados Federais, elegendo Assis para seu terceiro mandato federal. Um orgulho para muitos agricultores que assim como o Deputado Assis acreditam na força do trabalho na terra, escrevendo mais uma parte desses 15 anos na história do cooperativismo solidário da Cresol. Valdemiro Kreusk Um entusiasta do Cooperativismo de Crédito Valdemiro Kreusch, um dos grandes entusiastas do cooperativismo e um dos idealizadores do modelo financeiro do Sistema Cresol. Sua história tem início no fim da década de 50, com a criação da cooperativa de bancários de Itajaí, onde foi o primeiro presidente. Logo após sua vinda para o Paraná, em virtude da venda do banco em que trabalhava em Santa Catarina, foi convidado para auxiliar o sistema de cooperativas de crédito do Estado. Em 1989 Valdemiro assumiu um grande desafio: recuperar uma cooperativa de crédito em Itapiranga, a Credi Itapiranga, que tinha 132 associados e estava no vermelho e não havia recursos para devolver aos sócio. Valdemiro foi nomeado pela assembleia geral para assumir a gestão da cooperativa na tentativa de recuperá-la. Ficou por quatro anos e não apenas saneou a cooperativa em menos tempo do que o previsto inicialmente, mas fez crescer o seu “ O sistema cooperativo é a única alternativa para a agricultura familiar, desde que a filosofia de trabalho para o desenvolvimento dos associados seja posta em prática, dia após dia ” patrimônio. Para Valdemiro, a formação dos associados com base nos princípios do cooperativismo e do crédito rural são essenciais para o desenvolvimento e consolidação das cooperativas. Seu Valdemiro iniciou sua história na Cresol com a visita do então Agricultor Familiar da região Sudoeste do Paraná, hoje Deputado Federal Assis Miguel do Couto, em 1993. Valdemiro lembra que naquela época ele estava realizando um trabalho para reestruturar uma cooperativa de Itapiranga, Santa Catarina (uma das mais antigas do País, fundada em 10 de outubro de 1932), onde através dessa atividade ele o deputado Assis do Couto começaram a fomentar juntamente com os agricultores da região a idéia de uma cooperativa de crédito alternativo, com princípios e orientações voltados ao cooperativismo. “Inspiramos-nos para criar a Cresol, no primeiro ato cooperativista que se tem relato que ocorreu ainda na pré-história, da luta entre a fera (animal) X o homem, onde com a interação solidária, e a junção de força dos homens, já conseguiam resultados, buscando sempre o foco do cooperativismo, reafirmando a ideia de que juntos somos fortes, nasce a Cresol”, afirma senhor Valdemiro. Senhor Valdemiro, relembra nessa visita algumas situações encontradas no início da criação da cooperativa, “... muitas vezes, enfrentamos situações como a de abrir estradas, passagem por áreas alagadas...”. No início eram cinco coopera- Valdemiro Kreusch Idealizador do Sistema Cresol tivas mais uma base, onde através de muito trabalho, buscando apoio junto aos agricultores e a sociedade, fortaleceu-se a Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária, fazendo com que hoje o sistema que compreende dez bases regionais e mais 80 cooperativas seja sólido, respeitado, expandindo o princípio da interação solidária da Cresol. Para este especialista em cooperativismo de crédito, que tem atuado na constituição de outros sistemas cooperativos de diferentes ramos, compete ao governo dar condições de operacionalizar os créditos para agricultura familiar. “O sistema cooperativo é a única alternativa para a agricultura familiar, desde que a filosofia de trabalho para o desenvolvimento dos associados seja posta em prática, dia após dia”, conclui Valdemiro. 11 Cresol em Números 80.281 80.000 70.000 60.000 50.000 Cooperados 34.340 40.000 30.000 15.175 20.000 1.639 10.000 0 1996 2000 2005 2010* Dados atualizados até outubro de 2010 173 168 170 160 140 Unidades de Atendimento 120 100 80 60 31 40 5 20 0 1996 2000 2005 2010* Dados atualizados até outubro de 2010 115,4 EM R$ MILHÕES 120 100 80 Patrimônio 60 32,3 40 20 0 12 0,1 1996 3,1 2000 2005 2010 Dados atualizados até outubro de 2010 700 EM R$ MILHÕES 700,00 600,00 Total de Crédito Liberado 500,00 400,00 300,00 156,2 200,00 100,00 39 1,1 1996 2000 2005 2010* Dados atualizados até outubro de 2010 267 EM R$ MILHÕES 250 200 Depósitos Total 150 100 50 0,2 1996 9,8 2000 33,8 2005 2010* Dados atualizados até outubro de 2010 13 Políticas Públicas PRONAF O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF é um programa do Governo Federal criado em 1995, com o intuito de atender de forma diferenciada os pequenos produtores rurais que desenvolvem suas atividades mediante emprego direto de sua força de trabalho e de sua família. O programa tem como objetivo o fortalecimento das atividades desenvolvidas pelo agricultor familiar, de forma a integrá-lo à cadeia de agronegócios, proporcionando-lhe aumento de renda e agregando valor ao produto e à propriedade, mediante a modernização do sistema produtivo, valorização do produtor rural e a profissionalização dos produtores familiares. O Pronaf foi uma das primeiras políticas públicas que surgiram em benefício a Agricultura Familiar, e a partir do Pronaf desencadearam-se as demais ações visando o fortalecimento e crescimento da Agricultura Familiar. Ao longo dos anos o Programa sofreu adaptações e melhorias, algumas melhorias possibilitaram um aumento significativo dos créditos para a 14 Agricultura Familiar e uma menor taxa de juros. Tudo isso, atrelado ao crédito justo e de qualidade fez com que os cooperados da Cresol tivessem uma melhoria na qualidade e na agilidade da contratação dos recursos, tanto de investimento como de custeio. Outro ponto positivo são as diferentes linhas de crédito que o Pronaf abrange como o do Programa Mais Alimentos, onde através deles os cooperados da Cresol tem acesso a linhas de investimento específicas para ...muitos agricultores conseguiram ter acesso ao crédito, e através dele mudar a sua vida. estruturarem sua produção. O Programa ainda possui linhas diferenciadas como o Pronaf Mulher, Pronaf Jovem, Pronaf Eco e Agroecologia. Todas essas linhas têm objetivo de facilitar os investimentos de determinadas parcelas da população e financiar atividades que incentivem práticas ecologicamente corretas. Para atender a demanda da Agricultura Familiar surgiram as cooperativas, e mais especificamente as cooperativas de crédito, que através de uma visão de inclusão social, desenvolvimento local e incentivo a esse público acreditou e investiu em um crédito bem orientado. A partir das Cooperativas de Crédito, instituições financeiras voltadas ao microcrédito com o foco na Agricultura Familiar e nos pequenos municípios, muitas políticas públicas foram instituídas, alargando o leque de programas, linhas de crédito e financiamentos do microcrédito. Esses programas visam atingir os agricultores familiares descapitalizados e dispersos nas regiões mais pobres, ampliando o acesso ao crédito e incluindo-os como beneficiários do Sistema Financeiro Nacional. Com o início da Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária, os muitos agricultores conseguiram ter acesso ao crédito, e através dele mudar a sua vida. Uma das primeiras cooperativas a operar financiamentos foi a unidade de atendimento de Marmeleiro no Sudoeste do Paraná. Há 15 anos acessando o PRONAF O Coooperado Armindo Deon com sua esposa, que há15 anos acreditam no Crédito Solidário O cooperado Armindo Deon, um dos sócios fundadores da Cresol Marmeleiro destaca os desafios enfrentados e os benefícios trazidos pela cooperativa, “sempre trabalhei com a agricultura, há 15 anos estou junto com a Cresol, acreditamos que seria possível criar essa cooperativa e juntamos forças. No começo foi difícil como em tudo, mas até hoje vemos a diferença de outras instituições financeiras, desde o primeiro ano até hoje cada safra estou financiando com o Pronaf, hoje são meus filhos que cuidam da lavoura e se associaram para poder utilizar os benefícios do financiamento.” “Desde o momento em que foi convidado a participar do quadro social da cooperativa , sempre me dediquei para o desenvolvimento dos agricultores familiares da região, sabemos da importância de uma cooperativa de crédito que fale com o agricultor, identificando-se com as necessidades e ajudando a cada cooperado de maneira diferenciada. O crédito unido as ações sociais que a cooperativa desempenha ajudou a transformar a realidade de cada agricultor, hoje sabemos que os desafios vencidos consolidaram o nome da nossa cooperativa”, finaliza Seu Deon 15 Políticas Públicas Complementares Na história de conquistas da Agricultura Familiar, as políticas públicas são referências de crescimento e desenvolvimento, dando incentivo e uma nova visibilidade ao meio rural. Incentivos e diferentes programas para a Agricultura Familiar começam a surgir a partir das lutas dos agricultores, ações focadas no desenvolvimento da Agricultura Familiar e fomento ao homem do campo. Podemos destacar também a amplitude dos programas, abrangendo diferentes áreas da Agricultura Familiar brasileira, como ações voltadas a Habitação Rural, dignificando a moradia do campo e trabalhando para a permanência do agricultor em suas propriedades. Surgem também programas que facilitam e dão novos caminhos a Assistência Técnica, com incentivos e novos direcionamentos ao trabalhador rural, apoiados agora no ATER. Os produtos da Agricultura Familiar foram os grandes beneficiados com as políticas públicas. Com o surgimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que tem como objetivo principal garantir a comercialização dos alimentos da Agricultura Familiar, através da aplicação de um preço mínimo a serem praticados como garantia de compra. Com o PAA surgiram outras iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o qual determina que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da 16 Fonte: Portal MDA A Agricultura Familiar é uma grande geradora de riquezas, além de produzir os alimentos a Agricultura é hoje um ator social importante. São milhares de famílias que dependem e vivem da Agricultura Familiar, e mais do que isso são milhões de brasileiros que consomem o que é produzido através do trabalho do campo. Educação) para alimentação escolar, sejam destinados à compra de produtos da Agricultura Familiar, diretamente do produtor ou através de suas organizações. O Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), é uma das ações de apoio à Agricultura Familiar que compõe o Pronaf, surge com o objetivo de garantir a sustentação de preços dos produtos, estimular a diversificação da produção agropecuária e articular as diversas políticas de crédito e de comercialização agrícola. Através destas e de outras ações que permeiam a Agricultura Familiar, o crédito tem um papel fundamental para o crescimento e desenvolvimento do agricultor e da economia local. As Cooperativas de Crédito da Cresol, acreditam e fomentam a utilização de um crédito bem orientado para os seus cooperados, gerando crescimento e renda as propriedades. As Cooperativas Cresol são um canal de incentivo às políticas públicas criadas pelo Governo Federal. “Estamos vivendo um momento na Agricultura Familiar que com certeza ficará marcado por conta das conquistas, dos avanços e das políticas Cooperada da Cresol Coronel Vivida Sirlei da Silva PAA - Programa de Aquisição de Alimentos que estão se consolidando para o setor. A Agricultura Familiar é uma grande geradora de riquezas, além de produzir os alimentos a Agricultura é hoje um ator social importante. São milhares de famílias que dependem e vivem da Agricultura Familiar, e mais do que isso são milhões de brasileiros que consomem o que é produzido através do trabalho do campo. Os avanços que aconteceram, a organização das entidades, o surgimento de novos atores e o cooperativismo como uma grande força, além das políticas públicas que surgiram nesse período são fatores que garantem um futuro promissor para a Agricultura Familiar”, destaca o Presidente da Central Cresol Baser, Vanderley Ziger. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem por objetivo garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações e promover a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da Agricultura Familiar. Os alimentos adquiridos pelo Programa são destinados às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por programas sociais locais e demais cidadãos em situação de risco alimentar. Fonte: Portal MDA PNAE – Programa Nacional da Alimentação Escolar O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas. O objetivo do Programa é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, ajudando também a promover a formação de hábitos alimentares saudáveis. A Lei 11.947/2009 determina que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para alimentação escolar, sejam destinados à compra de produtos da Agricultura Familiar, diretamente do produtor ou através de suas organizações. PGPAF – Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar O Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 2006, possibilita que o agricultor familiar pague os financiamentos de custeio e investimento com um bônus, que corresponde a diferença entre os preços garantidores e o preço de mercado, nos casos em que o valor do produto financiado esteja abaixo do preço de garantia. O programa é uma garantia a mais aos agricultores familiares de que seus financiamentos de custeio e/ou investimento, no momento de serem pagos, terão valor compatível com o custo de produção. PROAGRO - Programa de Garantia da Atividade Agropecuária Proagro oferece cobertura que, ao mesmo tempo, atendam ao produtor e à sua produção, à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores, parceiros de negócios, todos interessados na maior diluição possível dos riscos. 17 Formação A Central Cresol Baser está sempre preocupada com a formação e a capacitação de seus diretores, conselheiros, cooperados e demais colaboradores que compõem o Sistema de cooperativas Cresol. Para isso em 2005 criou o Instituto de Formação do Cooperativismo Solidário (Infocos), para oferecer a públicos distintos, formação em cooperativismo, orientando o desenvolvimento sustentável e solidário. O desafio é por meio de processos educativos, revitalizar a participação das pessoas, ampliando na prática cotidiana, os valores e princípios do cooperativismo, forta-lecendo e consolidando a agricultura familiar, alicerçados na solidariedade, na intercooperação, na inclusão socioeconômica, cultural, ambiental e política. Nesse período em que o Infocos está atuando na formação dos atores das Cooperativas Cresol Encontro de formação de novos colaboradores em Francisco Beltrão muitos desafios foram vencidos e experiências foram vivenciadas. Alguns trabalhos podem ser destacados nessa caminhada, que hoje são referência na formação e qualificação dos colaboradores Cresol, como o Programa de Gênero e Geração, com 4ª etapa do Cooperativa Escola realizada em Gurapuava com as Bases Centro e Norte 18 objetivo de resgatar princípios cooperativistas tanto nos jovens, quanto nas mulheres, idosos e crianças, fomentando o desenvolvimento da Agricultura Familiar em todas as instâncias. Outra ação importante nas Cooperativas é o incentivo ao Programa dos Agentes Comunitários de Desenvolvimento e Crédito, com objetivo de promover a participação de mais pessoas no processo de gestão das cooperativas, os agentes fomentam discussões sobre o papel do crédito na agricultura e orientam outros agricultores a desenvolverem projetos em harmonia com a natureza. Dentro desse contexto de capacitação surgiu também o Curso Qualificação Profissional em Gestão Cooperativa que tem por objetivo principal oportunizar ao quadro social, diretores, funcionários e agricultores Aula Inaugural da 2ª turma de Pós graduação no Cooperativismo Solidário_Base Sudoeste formação em cooperativismo e qualificação profissional somado ao projeto de desenvolvimento entendido como processo social que atenda as mais diversas exigências e necessidades da vida da Agricultura Familiar. O Infocos em parceria com a Central Cresol Baser também atua com o Programa Cooperativa Escola, na perspectiva de emancipação e fomento ao cooperativismo solidário, tendo como foco a capacitação de conselheiros, diretores, colaboradores que compõe o quadro social das cooperativas visando melhoria na prática de gestão e atendimento as exigências legais. Através do Programa “Cooperativa Escola” pretende-se sistematizar, reorganizar e aprofundar as práticas já realizadas e, ainda, ” propor outras experiências que se somam às necessidades da Agricultura Familiar e do Cooperativismo Solidário. O Instituto também incentivou as parcerias com outras entidades que nesse período também puderam organizar um curso de especialização em Gestão do Cooperativismo Solidário que possibilita o enfoque nas discussões, de questões relacionadas à realidade das organizações cooperativas de economia solidária, considerando os aspectos econômicos e de gestão, na perspectiva solidária. A missão do Infocos é de buscar novas ferramentas para a capacitação dos atores do cooperativismo, e acima de tudo divulgar e difundir os princípios cooperativistas, incentivando cada vez mais a Agri- cultura Familiar. O curso de especialização em Gestão do Cooperativismo Solidário possibilita o enfoque nas discussões, de questões relacionadas à realidade das organizações cooperativas de economia solidária, considerando os aspectos econômicos e de gestão, na perspectiva solidária. O principal papel do Infocos é atuar junto ao quadro social e de diretores e funcionários das cooperativas oferecendo cursos de capacitação, educação e pesquisa. Conhecendo e compreendendo como se faz o cooperativismo solidário, os agricultores familiares podem participar mais fortemente de sua cooperativa e tornando-se sujeitos de mudança na sociedade em que vivem. “A democratização do conhecimento é uma das bandeiras que o Infocos e a Cresol Baser carregam nesses 15 anos de cooperativismo de crédito rural realizado pelas Cooperativas Cresol, buscando a cada dia uma educação cooperativa, solidária e participativa. A grande missão do Infocos é a de organizar os processos educativos de forma diferenciada primando sempre pela participação e cooperação de todos os atores da Agricultura Familiar ”,destaca Adyr Fioreze, Presidente do Infocos. ... A grande missão do Infocos é a de organizar os processos educativos de forma diferenciada primando sempre pela participação e cooperação de todos os atores da Agricultura Familiar Adyr Fioreze, Presidente do Infocos. ” 19 Habitação Rural Para muitas famílias de cooperados da Cresol, o sonho de construir uma casa nova, já está sendo realizado. Valorizar a habitação rural é uma prática da Cresol, buscando uma maior auto-estima do trabalhador do campo e atuando para a diminuição do êxodo rural. Nesses 15 anos de caminhada muitas atividades já foram realizadas com esse foco, uma delas é o Programa Habitasol que surgiu em 2004 e desde então foram mais de 3111 habitações financiadas através do Programa de Habitação Rural da Cresol - Habitasol. A habitação rural de boa qualidade serve como estímulo à permanência dos agricultores no campo, primando pela qualidade de vida e desenvolvimento da Agricultura Familiar. Pensando dessa forma é que a Cresol buscou através do Habitasol dignificar as famílias agricultoras, atendendo seus cooperados, contribuindo com o crescimento e desenvolvimento da Agricultura Familiar e sua inclusão social. “Agora toda noite deito e durmo tranquila, me sinto segura. Agora até gosto de escutar o barulhinho da chuva que antes me amedrontava. Sempre sonhei com isso, mas sem a Cresol nada seria possível” Antes Depois 20 A paisagem do campo está mudando. Hoje a partir do incentivo dos Programas de Habitação muitas famílias de agricultores estão realizando o sonho de uma boa moradia. Com recursos do Governo Federal e financiado através do Programa de Habitação Solidária da Cresol (Habitasol), muitas famílias já tem acesso a um financiamento para sua casa nova. O Programa de Habitação Solidária da Cresol atua em diferentes modalidades de financiamentos como o Programa Minha Casa Minha Vida, para municípios com menos de 50mil habitantes, em parcerias com o Poder Público e com Instituições Financeiras, com recursos subsidiados do Orçamento Geral da União. Outra grande parceira da Cresol na área habitacional é a Caixa Econômica Federal, que financia casas através de recursos do FGTS. O Habitasol está ajudando muitas famílias a chegarem mais próximo do sonho de uma casa nova, um exemplo é a família do senhor Luiz Alves do Nascimento, que através do financiamento da Cresol começou a construir a sua casa. “Através da Cresol consegui o financiamento para comprar as minhas vacas e começar a trabalhar com a produção de leite, é isso que sustenta a minha família, e conhecendo as facilidades da Cooperativa acreditamos que seria possível construir a nossa casa que esperamos por tanto tempo, e agora vamos conseguir”, conta Seu Luiz . O sonho de uma casa nova é uma realidade para essa e muitas famílias de cooperados da Cresol, que podem desfrutar de mais conforto, comodidade e segurança, na sua propriedade. O campo agora tem uma paisagem mais feliz. “Agora toda noite deito e durmo tranquila, me sinto segura. Agora até gosto de escutar o barulhinho da chuva que antes me amedrontava. Sempre sonhei com isso, mas sem a Cresol nada seria possível”, diz a esposa Dona Noemi do Nascimento na nova moradia. Antes Depois 21 Programa dos Agentes Encontro de Agentes Base Litoral 22 Quinze anos após o surgimento do Sistema Cresol, pode-se afirmar que muito se avançou na organização dos agricultores familiares e nas possibilidades de acesso ao crédito. A compreensão que os agricultores têm em relação às cooperativas de crédito e ao cooperativismo foi um dos trabalhos que sempre estiveram presentes no dia a dia da caminhada da Cresol. A construção de uma nova organização de crédito com conhecimento, capaz de dar conta das diferentes necessidades dos associados e, sobretudo, que fosse construída e assumida de forma coletiva pelos agricultores familiares, era a proposta Uma realidade a serviço do agricultor ão é um programa que acaba nele mesmo, mas sim uma proposta de formação e desenvolvimento que articula cultura, informação e conhecimento dos agricultores e sua relação com o mundo exterior, despertando para as lutas maiores e as necessidades de visualizar ações integradas entre os diversos atores da sociedade. O programa de formação de N da Cresol, e para isso foi fundamental integrar os agricultores nas decisões da cooperativa, fortalecer a organização de base, ampliar os debates nas comunidades e municípios, desmistificando a imagem da Cresol de ser apenas mais um agente financeiro que vinha oferecer dinheiro sem qualquer comprometimento com a aplicação correta e com o desenvolvimento da agricultura familiar. Com essas reflexões, foi definido a necessidade de capacitar os associados, dirigentes e técnicos para construir novos canais de interlocução e metodologias adequadas, para aproximar o cooperado na gestão da cooperativa. Nasce então o programa dos Agentes. O programa tem como meta incentivar nos agentes o interesse pelos valores culturais da família e da comunidade, a busca permanente por conhecimento, a participação nos espaços sociopolíticos, a gestão da produção e da cooperativa, a leitura crítica dos projetos de produção e desenvolvimento, entre outras, fortalecendo a organização e a identidade da agricultura familiar. Cada contexto, cada tempo, cada pessoa ou grupo social constitui- Agentes Comunitários de Desenvolvimento e Crédito ganha cada dia mais importância no Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária. Desafiadas a operar com menores margens de ganho e com diminuição nos gastos operacionais, as cooperativas para se manterem competitivas, devem avançar na construção de mecanismos de controle social e de instrumentos se de uma multiplicidade de experiências, de percepções e de sentidos, fruto da forma como vivencia as experiências e dos significados que atribui a essa dinâmica. A esses processos denominamos “conhecimentos situados nas experiências de vida”, os quais passam inúmeras vezes por novos processos de debates e (re)construções, adquirindo outras significações e sentidos. Esse movimento dinâmico e rico são elementos fundamentais a serem considerados no percurso do Programa dos Agentes. Portanto, as pessoas escolhidas para serem agentes se encontram em constante formação agregando e qualificando a cada dia seus conhecimentos. Agentes fazendo o trabalho de proteção de fontes em Pinhão Paraná “ Em cada reunião descobrimos mais motivos para ficarmos na terra e cuidar dela cada vez melhor, os exemplos que aprendemos e trocamos nos encontros dos agentes, de como cuidar a propriedade, é o que nos motiva a continuar. Flor de Liz Bernardi - Agente São João. ” que melhorem a relação com os associados bem como diminuam os riscos de inadimplência. Construir uma nova relação entre cooperativa, agricultor e crédito, que seja ética, recíproca e preocupada com a sustentabilidade econômica e social, não é só uma necessidade, mas, sobretudo, uma maneira de evitar problemas futuros, tanto para a cooperativa quanto para o agricultor. 23 Programa de Gênero e Geração O Programa consiste no desenvolvimento de ações para a inclusão social e bem estar familiar O desenvolvimento alternativo e sustentável é possível quando as relações sociais constituídas e suas estruturas organizativas fazem parte de um projeto no qual a valorização social das pessoas está voltada principalmente às mulheres e aos jovens. Partindo desse pressuposto, o Programa de Gênero e Geração do Cooperativismo Solidário quer aproximar e envolver cada vez mais a família em todo o processo da Cooperativa. O Programa Gênero e Geração busca a inclusão social, no qual o relacionamento homem/mulher é fundamental para desenvolver as ações. Porém, se faz necessário criar políticas públicas direcionadas às mulheres e aos jovens, oportunizando geração de renda, lazer, formação, saúde e educação que vão garantir o desenvolvimento social sustentável. O Bem Estar Familiar é um dos obejetivos do Programa que também prima por tornar o cooperativismo um instrumento popular de desenvolvimento local sustentável, articulando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, de distribuição de renda, de produção de alimentos e melhoria de qualidade de vida, com participação de jovens e mulheres de maneira ativa. “ é um grande incentivo, uma nova esperança. Tenho certeza que assim como eu as mulheres da minha comunidade estão cheias de vontade de crescer e agora conhecendo suas qualidades que estavam escondidas não vamos parar por aqui ” Palestra e encontro sobre Gênero e Geração em Santa Catarina 24 Gênero e Geração DO COOPERATIVISMO SOLIDÁRIO O Programa está sendo executado pela Central Cresol Baser em parceira com o Infocos, com a Unicafes Paraná, com o TRIAS, com as Bases Regionais e ainda conta com as parcerias locais. O Programa Gênero e Geração abrangerá 10 regiões, sendo oito no Estado do Paraná e duas em Santa Catarina na área de abrangência dos municípios nos quais está inserido o Sistema Cresol e outras entidades vinculadas à Unicafes Paraná. Hoje em dia, muitas vezes a palavra “gênero” aparece em contextos onde esperávamos encontrar a palavra “sexo”. Em vez de se falar de diferença entre os sexos, fala-se de diferença entre os gêneros. Em vez de discriminação por causa de sexo, fala-se em discriminação por causa de gênero. As pessoas desavisadas podem achar que o termo “gênero” é inofensivo. Seria apenas um sinônimo de sexo. No entanto tal palavra esconde toda uma ideologia: a “ideologia de gênero”. Não existe um homem natural nem uma mulher natural. O ente humano nasce sexualmente neutro. A sociedade é que constrói os papéis masculinos ou femininos. “Gêneros” são papéis socialmente construídos. O Programa Gênero busca a inclusão social, no qual o relacionamento homem/mulher é fundamental para desenvolver as ações. Porém, se faz necessário criar políticas públicas direcionadas às mulheres e aos jovens, oportunizando geração de renda, lazer, formação, saúde e educação que vão garantir o desenvolvimento social sustentável. “Os encontros são de grande Primeiro encontro do programa de Gênero e Geração realizado na Central Cresol Baser ajuda para todos, despertou ideias e vontades. Agora pretendo montar um negócio que gere renda e bons frutos para mim e para minha família, comecei a descobrir o meu potencial e valor”, comenta Julieti Beckmann Cavallini Ribeiro participante do encontro de Gênero. Adelina Moreira Batista, outra participante dos encontros de Gênero, enfatiza, “é um grande incentivo, uma nova esperança. Tenho certeza que assim como eu as mulheres da minha comunidade estão cheias de vontade de crescer e agora conhecendo suas qualidades que estavam escondidas não vamos parar por aqui”. A importância da compre- ensão de processos que afetam as relações de gênero, de geração e de família exige uma atenção especial que permita desvendar algumas questões em busca de resultados para um envolvimento constante e cada vez mais pró-ativo desses atores. O Programa Gênero e Geração quer tornar o cooperativismo um instrumento popular de desenvolvimento local sustentável, articulando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, de distribuição de renda, de produção de alimentos e melhoria de qualidade de vida, gestão social, e com participação de jovens e mulheres de maneira ativa. 25 ATER Assistência Técnica e Extensão Rural ...orientar as ações para o desenvolvimento das famílias e comunidades rurais, priorizando ações técnicas produtivas com tecnologias sustentáveis e estimulando a organização social dos agricultores. 26 Técnico da Cresol Ituporanga, Eder Petri em visita a propriedade de Daniel Staroshi O resgate do Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) pública, desencadeado pelos movimentos sociais, ainda na década de noventa e consolidada com a criação da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) no início de 2004, recoloca na pauta das políticas de governo a importância desse serviço para a agricultura familiar. A crise sócio-ambiental gerada pelos modelos convencionais de desenvolvimento e de desenvolvimento rural passaram a exigir diferentes estratégias, tanto por parte da sociedade, quanto das políticas públicas, capaz de reverter não só o êxodo e as diferenças sociais, que foram crescentes ao longo das últimas quatro décadas, como também a forma de encarar o desenvolvimento rural, de maneira mais integrado e com visão global das necessidades e das diferenças. Torna-se então, evidente a necessidade de um novo serviço de ATER, não apenas na sua concepção enquanto proposta tecnológica, mas também na sua nova organização social, política e institucional, que combinado com o crédito rural e demais políticas públicas para o meio rural brasileiro, busquem orientar as ações para o desenvolvimento das famílias e comunidades rurais, priorizando ações técnicas produtivas com tecnologias sustentáveis e estimulando a organização social dos Técnico da Cresol Pinhão, Joecir dos Reis prestando assistência ao cooperado João Carlos Izaton Técnico da Cresol Francisco Beltrão Dair Ferron em visita a propriedade do cooperado Nelson Parizotto agricultores. Na prática, com a promulgação da nova PNATER, abre-se outras possibilidades de organização do serviço de assistência técnica e extensão rural, entre elas, podemos citar: a) prestação do serviço ATER por organizações da sociedade civil, constituídas para essa finalidade, sendo pago inclusive com recursos públicos, b) participação das entidades e dos beneficiários na gestão desse serviço. Várias articulações surgiram buscando dar forma a essa proposta. Entre as opções está a organização dos serviços de ATER cooperativada, como alternativa entre a ATER oficial (estatal) e a ATER privada, com caráter público, porém não governamental. Para o Sistema Cresol, que muito tem estimulado a organização cooperativista na agricultura familiar e economia solidária, o fortalecimento do cooperativismo de ATER significa, não só, superar as dificuldades de acesso ao conhecimento, auxiliar na elaboração dos projetos de financiamento, no planejamento das propriedades e no acompanhamento da aplicação, mas, sobretudo, fortalecer o grande projeto cooperativista que a agricultura familiar e a economia solidária estão construindo. Acompanhamento técnico no dia de campo dos cooperados da Cresol Salto do Lontra 27 PARCEIROS PARCEIROS 28 A Cresol éa soma de muitas mãos parceiras que acreditaram no cooperativismo de crédito solidário e na força da Agricultura Familiar. A s parcerias têm como objetivo somar esforços na integração das organizações, no fortalecimento de iniciativas de desenvolvimento das cooperativas. Nesses 15 anos de crescimento da Cresol, as parcerias foram fundamentais para a superação dos desafios e a construção de novos caminhos. A Cresol é hoje sem dúvida a soma de muitas mãos parceiras que acreditaram no cooperativismo de crédito solidário e na força da agricultura familiar. Manter bom relacionamento com parceiros do Sistema Cresol Baser faz parte dos princípios do cooperativismo vivido pela Cresol. As cooperativas buscam manter canais de diálogo permanentemente abertos ou na busca de alternativas que ofereçam condições necessárias para o desenvolvimento dos diferentes projetos de vida e de produção das famílias agricultoras. Muitos parceiros financeiros foram ano a ano construindo a história da Cresol. Hoje o Sistema tem operações e parcerias com o Banco Central do Brasil, BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BB – Banco do Brasil, além de Bancos Privados como o BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Banco Safra, Banco Bradesco, Bansicredi e outros. Crescemos... E com isso nossos números, contratos, financiamentos também se expandiram, fazendo com que a Cresol se tornasse a primeira cooperativa de crédito rural com interação solidária credenciada pelo BNDES, como agente financeiro para contratar todas as linhas de crédito existentes. Além das parceiras financeiras o Sistema Cresol Baser reconhece a importância e apóia a participação de seus funcionários e diretores nas atividades das associações e entidades de classe em que esteja filiada, visando não apenas a defesa dos interesses da instituição, mas também a integração. Algumas Entidades e Instituições parceiras ajudam cada dia a escrever parte da história da Cresol. Infocos – Instituto de Formação do Cooperativismo Solidário é uma instituição ligada a Central Cresol Baser, tem como desafio atuar junto ao quadro social oferecendo capacitação e educação. Ancosol - Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito da Economia Familiar e Solidária tem como objetivo ampliar os poderes políticos e jurídicos, contribuindo para a dinamização sócioeconômica da agricultura familiar. Unicafes - União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária tem como missão tornar o cooperativismo um instrumento popular de desenvolvimento sustentável e social dos produtos e agricultores familiares, articulando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, distribuição de renda, de produção de alimentos e melhoria na qualidade de vida. Confesol – Confederação das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária tem como objetivo difundir o cooperativismo de crédito, através da promoção da educação cooperativista e organizando os serviços de interesse das associadas. Complementam as parcerias dos Sistemas Cooperativos: Central das Cooperativas de Leite – Sisclaf, Coorlaf, Cooplaf, Cooperativas de Comercialização – Coopafi e Cooperiguaçu. As cooperativas de crédito também se articulam com os Fóruns Regionais de entidades da Agricultura Familiar, movimentos sindicais dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar, Conselhos de Desenvol- vimento Territorial, Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Cedraf). Atualmente a Cresol possui assento nos Conselhos Estaduais e Nacional de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar, órgãos de representatividade do cooperativismo familiar. O Sistema Cresol também man- tém parcerias com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agricultura (MAPA), das Cidades, com Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB), EMATER, EMBRAPA, IAPAR, SEBRAE, EPAGRI, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Escola técnica UFPR, universidades estaduais, institutos de pesquisa, entre outros. Parcerias Internacionais: A parceria com organizações internacionais faz parte da história da Cresol Baser. O Fundo de Crédito Rotativo, com recursos oriundos da ONG alemã Misereor, foi responsável pelos primeiros financiamentos feitos para agricultores familiares nas regiões Sudoeste e CentroOeste do Paraná. O desdobramento deste Fundo deu origem às primeiras cooperativas Cresol, em 1996. A parceria com o governo belga também é de longa data, inicialmente através da ACT e depois por Trias. Também da Bélgica, o banco BRS apoiou, no ano 2004, o projeto de estruturação de auditorias, classificação das cooperativas e desenvolvimento do sistema de Intranet. Da Holanda, através do banco cooperativo Rabobank, veio o apoio para o desenvolvimento de sistemas de controle e gestão nas cooperativas singulares, além do desenvolvimento de novos produtos para atender a demanda do quadro social. A cooperação internacional foi decisiva para a construção da Cresol e importante fonte de recursos para o desenvolvimento de ações de fundamental importância para a estruturação das cooperativas a médio e longo prazo. 29 Inovações Gerando Inclusão Com o objetivo de atender novas demandas do quadro social e das unidades Cresol com finalidades de prestação de serviços bem como de gerar rentabilidade, e inclusão dos agricultores familiares ao Sistema Financeiro, nesses 15 anos de Cresol muitos produtos e serviços foram desenvolvidos. A criação, implementação e adequação constante de produtos e serviços é meta estratégica, para um maior acesso dos agricultores familiares as inovações do cenário financeiro. Para atender a necessidade do quadro social são oferecidos produtos e serviços diferenciados e específico ao público da Cresol como os Financiamentos com Recursos Próprios, (Cré- dito Investimento, Crédito Custeio Agropecuário, Crédito Pessoal), Créditos Pessoais ou Conveniados, Financiamentos com Recursos Oficiais, Pronaf, Conta Corrente, Cheque, Poupança, Cartão de Crédito, Pagamento de Aposentados, Recebimentos de Títulos, Seguros, Recargas de Celulares, dentre outras facilidades para o agricultor familiar. Cartão Cresol O Cartão Cresol é uma ferramenta que traz inúmeros benefícios e melhorias aos associados e para as cooperativas. Ele surge em 2006 tornando a Cresol uma das únicas instituições brasileiras emissoras de Cartões de Crédito com uma rede de credenciadas e bandeira própria. O cartão possibilita benefícios e maior comodidade aos cooperados. Ele não tem custo e garante um prazo maior ao pagamento das contas, permitindo à movimentação de valores através desse meio eletrônico de pagamento. Uma forma fácil, segura e rápida para os cooperados pagarem ou financiarem suas compras. Hoje são mais de 16 mil usuários do Cartão Cresol com mais de dois mil e quinhentos estabelecimentos conveniados no Paraná e Santa Catarina. Outros Produtos e Serviços das Cooperativas Cresol Conta Corrente - Movimentação financeira com menos burocracia no atendimento e mais rapidez nas operações. próprios para o custeio da safra, com juros especiais e atendimento técnico especializado. Investimento Agrícola - Crédito através de recursos Poupança - Aplicação com rendimento diário ou mensal, jeito seguro de poupar e garantir um futuro tranquilo. próprios e com juros especiais para investimento nas propriedades rurais. Microcrédito - Crédito rápido, fácil e sem burocracia Cheque - Pagamento facilitado de compras no 30 para as necessidades do dia a dia. comércio em geral com o Cheque Cresol, aceito em estabelecimentos de todo o Brasil. Habitasol - Programa de financiamento para Habi- Custeio Agrícola - Repasses de crédito de recursos tação Rural que oportuniza melhoria na qualidade de vida no campo. Corretora de Seguros Preocupada com o bem estar familiar e a segurança de seus cooperados aliados a práticas como transparência, democracia nas decisões e ética para um cooperativismo forte e com responsabilidade social surge em 2008 a Cor- retora Cresol Seguros, com o objetivo de auxiliar ainda mais a agricultura familiar da Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária na proteção de suas conquistas. Pensando na proteção da família, assegurando a produção e garantindo os investimentos, a Cresol investe nos seguros como forma de oferecer proteção adequada aos seus cooperados e familiares com a Corretora Cresol Seguros. A Corretora Cresol Seguros atua juntamente com as Cooperativas filiadas a Central Cresol Baser e em parceira com outros sistemas de cooperativas. Em todas as singulares, agricultores cooperados e a população em geral podem encontrar atendimento no Programa Superproteção Cresol, que oferece proteção para casa, carro, vida e investimentos agrícolas. Os objetivos da Corretora Cresol Seguros é desenvolver políticas adaptadas ao quadro de associados da Cresol, trabalhando juntos aos cooperados um aumento da cultura ao seguro, sempre protegendo o patrimônio dos associados dando mais garantia para os financiamentos das cooperativas e com um destaque especial para o Microsseguro e Seguro Popular. A missão da Cresol Seguros é beneficiar os agricultores familiares cooperdos da Cresol e ajudálos a viver vidas mais tranquilas e seguras, protegendo o sócio e sua família de qualquer dano que venha ocorrer. Pronaf - Repasse de custeio e investimento agrícola Recebimento de Títulos e Contas - Pagamento de com recursos de instituições financeiras que operam no PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). contas é mais fácil na Cresol, recebemos títulos e convênios (água, luz, telefone, IPVA, etc) com código de barra. Crédito com Recursos Próprios - Financiamento de Recarga de Celulares - Recarga de celulares Pré- eletrodomésticos, computadores, telefonia rural, celulares, terras, veículos e casa própria, com recursos financeiros da cooperativa local. pagos de todas as operadoras que atuam nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Crédito Agroecológico - Baseado nos princípios da agroecologia, com o objetivo de apoiar práticas ambiental e economicamente sustentáveis. Pagamento de Aposentados - Pagamento de benefício do INSS diretamente nos caixas das cooperativas, com atendimento especial e preferencial dos nossos colaboradores, sem complicação e sem filas. 31 Comemoração dos 15 anos da Cresol “Encontro do Cooperativismo Solidário” Mais de 3000 Agricultores Familiares, participaram dos três dias de evento, no Parque de Exposições em Francisco Beltrão A união das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes Paraná) e a Central Cresol Baser promoveram em parceria o “Encontro do Cooperativismo Solidário e da Agricultura Familiar” em comemoração aos 15 anos do Sistema de Crédito com Interação Solidária, com o objetivo de aprofundar temas de importância do cooperativismo solidário e trocar experiências com outras organizações cooperativas do Brasil e países da Europa, América Latina, América Central e Caribe. O Encontro disponibilizou aos 32 dirigentes, colaboradores, gestores públicos, estudantes, agricultores, informações e propostas, que poderão contribuir no fortalecimento de uma nova visão de organização social, econômica e cultural. O cooperativismo Solidário passa por um momento político e estrutural importante, com perspectivas de um cenário promissor, cheio de novas oportunidades e desafios. Mesmo com os avanços dos últimos anos, o Brasil deverá continuar se fortalecendo e as ações de desenvolvimento de governo em favor do cooperativismo de economia solidária se justificam na medida em que visam a promoção da democracia econômica, o combate às desigualdades e a pobreza presentes na sociedade e a garantia da reprodução dos projetos de vida e de produção dos indivíduos. A programação do Encontro contou com a presença com um dos principais personagens no cenário do cooperativismo do sudoeste, Valdemiro Kreusch idealizador do Sistema Cresol e um dos primeiros cooperados da Unicafes Paraná. O Deputado Federal e primeiro Presidente do Sistema Cresol Assis do Couto, também esteve presente e destacou algumas conquistas os n a 15 Juntos Somos Fortes 1º Bispo da Diocese de Duque de Caxias Dom Mauro Morelli fala no primeiro dia do evento do cooperativismo, como acesso ao crédito, desenvolvimento local e sustentável, articulação com movimentos sociais e unificação dos ramos. Os participantes do evento acompanharam palestras, oficinas e debates com temas pertinentes ao cooperativismo de crédito e a economia solidária. Um dos painéis tratou a sobre a Agricultura Familiar, Segurança Alimentar e Nutricional e a missão do Cooperativismo Solidário, mediado pelo presidente da Unicafes Paraná, Olivo Dambros e com a participação de Dom Mauro Morelli, O 1º Bispo da Diocese de Duque de Caxias e Presidente do CONSEA-MG, que abordou a importância da formação da família e o desafio que a Agricultura Familiar enfrenta para manter a família unida. Outro painel discutiu sobre a Interiorização do Desenvolvimento, Territorialidade e o Novo Rural, com a participação do mediador Vanderley Ziger, Presidente da Central Cresol Baser e dos painelistas Eriberto Buchmann, Coordenador Geral de Apoio às Organizações Associativas d o M DA , A d o n i r a m Pe r a c c i , Secretário da Agricultura FamiliarMDA/SAF, Valter Bianchini, Secretário da Agricultura e do Abastecimento e a mexicana, Izabel Cruz Hernandéz, Presidente do Forolacfr. Como marco dos 15 anos do Sis- tema Cresol, e também com o início da Safra 2010/2011 o Ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel esteve no Encontro do Cooperativismo Solidário e assinou a primeira liberação da Safra para um dos cooperados da Cresol. Cassel destacou a importância da Agricultura Familiar para a alimentação da produção brasileira, “a Agricultura Familiar prova mais uma vez que é essencial para nós brasileiros, responsável pela maior parte da produção de alimentos de consumo no País ela deve ser cada vez mais enaltecida, como ocorre nesse evento do Sudoeste do Paraná, consagrando o cooperativismo e a agricultura”. Nos três dias de comemorações dos 15 anos do Sistema Cresol a presença de várias autoridades, entre elas, o governador Orlando Pessuti (PMDB), os ministros Altemir Gregolin (Pesca e Aquicultura) e Guilherme Cassel (Desenvolvimento segue Ministro do MDA, Guilherme Cassel assina a liberação do Pronaf aos cooperados da Cresol no 2º dia do evento 33 Agrário), deputados, prefeitos e lideranças de movimentos sociais, marcaram o encontro. “Essas conquistas são frutos incansáveis da parceria do Governo do Paraná com o Governo Lula. É uma satisfação trabalhar para o crescimento da agricultura familiar, me orgulho com as parceiras da economia, do crédito solidário, do cooperativismo que nós estamos construindo em todo o mundo. As experiências do Cooperativismo Solidário aqui no Sudoeste são referência para todos que buscam um mundo mais justo”, conclui Pessuti. Governador do Paraná - Orlando Pessuti em sua fala, no terceiro dia em Comemoração aos 15 anos da Cresol Encerramento marcado por emoção e homenagens Encerrando as atividades do Encontro do Cooperativismo Solidário, os participantes se dirigiram até ao prédio da Central Cresol Baser, onde foi realizado o lançamento de três livros comemorativos aos 15 anos da Cresol. Um dos momentos mais especiais e emocionantes do Encontro foi à homenagem ao ex-presidente da Unicafes Paraná Ademir Dalazen, que faleceu em um acidente de carro no dia 5 de fevereiro de 2010, quando voltava de Brasília. “Eu vivi com o Dalazen muitos sonhos, vimos nossos filhos nascer, nossas conquistas serem alcançadas, nossos desafios superados. O primeiro sonho do Dalazen era de ter um pedaço de terra, e através de muita luta ele realizou esse sonho, mas não parou na sua caminhada e sempre ajudou os outros companheiros a alcançarem também esses sonhos, onde além da terra, ter qualidade Público presente em frete ao prédio da Central Cresol Baser na Comemoração dos 15 anos do Sistema 34 de vida nessa terra”, lembra Assis do Couto, Deputado Federal e primeiro Presidente do Sistema Cresol. Muitas mãos ajudaram a construir essa caminhada de 15 anos da Cresol. O Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária é fruto da luta dos agricultores familiares por acesso ao crédito e por uma vida digna e sustentável no campo, para a homenagem o monumento comemorativo traz a caracterização simbolizada através das mãos de uma agricultura familiar unida, que coopera e cresce, uma família que com o cooperativismo conseguiu vencer os desafios e se tornar referência. Inauguração do Monumento dos 15 anos do cooperativismo solidário da Cresol As sementes da vida precisam ser semeadas com paz e amor, e assim, poder gerar o alimento que precisamos pra viver. Viver com alegria, coragem e determinação de seguir adiante. Viver o presente com sabedoria e plenitude para que o ontem seja um sonho de felicidade e cada amanhã uma visão de esperança. Feliz Natal e um Ótimo 2011 NATAL Central Cresol Baser Rua Nossa Senhora da Glória, 52 A, Bairro Cango, Francisco Beltrão - PR Cep 85604-090 - Fone/Fax: 46 3520 1981 - [email protected] www.cresol.com.br