UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
DOUGLAS RAFAEL VIEIRA DA SILVA
RENATO FEIJÓ MAGALHÃES
SIGNIFICADOS DAS PERDAS DENTÁRIAS E DA REABILITAÇÃO
ORAL, COM AUXÍLIO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL, PARA
OS PACIENTES ATENDIDOS NAS CLÍNICAS DO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UNIVALI.
Itajaí (SC) 2007
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DOUGLAS RAFAEL VIEIRA DA SILVA
RENATO FEIJÓ MAGALHÃES
SIGNIFICADOS DAS PERDAS DENTÁRIAS E DA REABILITAÇÃO
ORAL, COM AUXÍLIO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL, PARA
OS PACIENTES ATENDIDOS NAS CLÍNICAS DO CURSO DE
ODONTOLOGIA DA UNIVALI.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do título de
Cirurgião-Dentista, do Curso de Odontologia da
Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadores: Profª. Elisabete Rabaldo Bottan
Prof. Roberto Carvalho Barros Júnior
Itajaí (SC) 2007
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................05
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................07
3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................19
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................21
4.1 Caracterização dos sujeitos e do tipo de perda dental..................................21
4.2 Significados da perda dentária e impacto sobre a qualidade de vida................26
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................32
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................33
7 APÊNDICE ............................................................................................................36
8 ANEXOS................................................................................................................39
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SIGNIFICADOS DAS PERDAS DENTÁRIAS E DA REABILITAÇÃO ORAL, COM
AUXÍLIO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL, PARA PACIENTES ATENDIDOS NAS
CLÍNICAS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.
Acadêmicos: Douglas Rafael Vieira da SILVA e Renato Feijó MAGALHÃES
Orientadores: Profª. Elisabete Rabaldo BOTTAN
Prof. Roberto Carvalho BARROS JÚNIOR
Resumo
O objetivo deste trabalho foi levantar motivos e significados das perdas dentárias e
expectativas com relação ao tratamento restaurador protético, junto aos pacientes das
clínicas do curso de Odontologia da UNIVALI. Foram entrevistados 40 sujeitos, sendo a
maioria (26) do sexo feminino, com idades que variaram de 31 a mais de 60 anos. O
instrumento para coleta de dados constou de um questionário estruturado em três partes.
As duas primeiras partes foram compostas por 6 questões fechadas e tinham por objetivo
caracterizar os sujeitos e o tipo de perda dental. A terceira parte foi constituída por 3
questões abertas, que tinham por objetivo identificar os motivos e as conseqüências das
perdas dentárias, bem como, as expectativas com relação ao tratamento a que seriam
submetidos. A análise das respostas emitidas para as questões da terceira parte foi
efetuada com base na abordagem qualitativa, através da técnica de análise de conteúdo
de Bardin. Os principais resultados indicaram que a perda dentária ocorreu em função da
doença cárie, a qual, em decorrência do modelo de atenção odontológica hegemônico à
época era tratada mediante procedimento de exodontia. As conseqüências apontadas
pelos pesquisados foram dificuldades na mastigação e problemas estéticos e de
relacionamento pessoal. As expectativas de recuperação da qualidade de vida, através da
colocação de prótese removível, foram bastante positivas. Concluiu-se que é importante
que o cirurgião-dentista, quando de um tratamento de reabilitação protética, conheça as
expectativas do seu paciente e oriente-o, quanto às possibilidades e limitações da
reabilitação pela prótese removível.
Palavras-chave: prótese removível, reabilitação bucal, saúde bucal.
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INTRODUÇÃO
Para a população de um país, como o Brasil, cujo índice de edentulismo
parcial e total é significativo e que grande parte da população não tem poder
aquisitivo, a prótese removível deveria receber um maior destaque no tratamento
odontológico de pacientes parcialmente desdentados. (PIUVEZAN et al., 2006;
VARGAS; PAIXÃO, 2005)
De acordo com os dados do levantamento epidemiológico realizado em
2003 (BRASIL, 2004a), o CPO-D médio para a faixa etária de 35 a 44 anos foi de
20,1 e de 27,8 para a faixa etária de 65 a 74 anos. Além de ser um índice
extremamente alto, revelando uma baixa qualidade de saúde oral, destaca-se que
o elemento perdido é o fator que mais influencia na determinação dessa baixa
qualidade.
A opção pela prótese removível deve-se a sua relativa facilidade de
tratamento e do seu baixo custo, em relação aos outros tipos de tratamentos
reabilitadores bucais, o que a torna, por vezes, o único meio reabilitador eficaz e
indicado para determinadas situações clínicas. Considerando-se que a prótese
removível é uma alternativa viável para a realidade brasileira, é necessário
destacar que o processo clínico deste procedimento depende de um planejamento
e de uma confecção com rigor técnico, que é de responsabilidade do cirurgiãodentista e do protético.
Além do aspecto técnico, é fundamental, também, a participação ativa do
paciente que é considerada como uma importante variável para o alcance do
sucesso da reabilitação oral. O paciente deve ser esclarecido em linguagem clara
e compreensível sobre os cuidados decorrentes da instalação de uma prótese
removível, bem como estar motivado para a reabilitação oral. No entanto, como
explicitado por Vargas e Paixão (2005), até recentemente, no campo da pesquisa
clínica, pouca ênfase foi dada à relação entre as condições de saúde oral e
impacto na vida das pessoas.
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Na área odontológica, a utilização de dados clínicos, tais como o número de
dentes cariados, restaurados e perdidos, necessidade de prótese, para
diagnosticar as condições de saúde oral, ainda é priorizada. Esses achados são
limitados, pois, não informam o impacto que a condição oral gera na qualidade de
vida dos indivíduos. Desta forma, além da pesquisa epidemiológica, o estudo da
autopercepção é relevante, pois, demonstra como a pessoa avalia sua condição
oral, importância atribuída e o seu comportamento. (BORTOLI et al., 2003;
RODRIGUES et al., 2005)
A partir da última década, a compreensão dos aspectos biopsicosociais
relacionados ao cotidiano dos sujeitos com perdas dentárias e o impacto do
conjunto destes fatores sobre a qualidade de vida destas pessoas vem sendo
enfocada com mais destaque, porque os significados expressos pela população
ampliam as possibilidades de oferta de serviços públicos e de sucesso dos
tratamentos viabilizados.
Diante da importância da participação ativa do paciente, quando da
recuperação através da prótese removível, definiu-se como objeto desta
investigação levantar os motivos das perdas dentárias e as expectativas dos
pacientes, das clínicas do curso de Odontologia, com indicação para confecção de
prótese removível, quanto ao procedimento a que serão submetidos.
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2
REVISÃO DE LITERATURA
Bezzon et al. (1992) salientaram a necessidade de um programa de
manutenção continuada para pacientes submetidos a PPR para o sucesso do
prognóstico. O programa de manutenção deve incluir orientações sobre higiene
oral para se evitar lesões periodontais, que podem ocorrer em função do acúmulo
de placa bacteriana, e que comprometem o tratamento por mais criterioso que
tenha sido o planejamento.
Giampaolo et al. (1993) afirmaram que diversos fatores levam a perdas
dentais. Estes fatores vão desde questões econômicas, culturais a até mesmo
iatrogênicas. As perdas dentais ocasionam, além de deficiências funcionais e
estéticas, o desequilíbrio dos componentes do sistema estomatognático.
De acordo com Cucci et al. (1997), para que ocorra o sucesso de uma
reabilitação oral, por meio de uma prótese parcial removível (PPR), é necessário
um correto diagnóstico e um excelente plano de tratamento. Desse modo, a PPR
irá restabelecer função e estética de forma adequada, deixando paciente e
profissional satisfeitos.
Bonachela e Telles (1998) salientaram que com o objeitvo de simplificar a
descrição das possíveis combinações de áreas edentulas, assim como, para
facilitar o ensino e a comunicação entre odontólogos e profissionais da área
protética, Kennedy criou uma classificação dividindo as arcadas parcialmente
edentadas em quatro diferentes classes. A classe I representa as arcadas que
apresentam espaços edentados posteriores bilaterais, a classe II se adequa ao
espaço edentado posterior, a classe III define espaço ou espaços edentados
intercalados, a classe IV representa espaço edentado anterior que cruza a linha
média. Estas classes criadas por Kennedy (Anexo 1) receberam modificações
que as adequam quanto ao números de espaços edentados existentes, além
daqueles que determinam a classe e regras propostas por Applegate, que estão
relacionados ao uso das classificações.
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Segundo Wolf (1998), a perda dos dentes pode implicar em alterações com
conseqüências para a vida emocional do paciente. Estas mudanças podem ser de
cunho psíquico e cultural, principalmente no que diz respeito à aceitação social.
Com o objetivo de investigar como as pessoas vivenciam a situação de extração
dos dentes para colocação de próteses ou de implantes, foram realizadas
entrevistas com 10 pessoas (4 portadores de prótese, 2 de implante e 4 em
tratamento para colocação da prótese). Também, foram entrevistados 18 clientes,
em tratamento, em clínicas particulares na cidade de São Paulo, e 5 dentistas
sobre as reações com seus clientes. Dentre os pesquisados, 90% afirmaram que a
perda dos dentes teve influência na vida afetiva e sexual; isso demonstra que a
ausência dos dentes leva a sentimentos de insegurança, impotência, não
completitude e vazio. Os dentes são uma forma de apresentar-se de acordo com
os padrões desejados pela sociedade, portanto, a falta dos dentes é uma ameaça
à identidade individual, social e familiar, fazendo com que a pessoa se retraia. Um
dos dados que mais se repetiu nas respostas emitidas pelos sujeitos da pesquisa
foi a associação da perda dos dentes com falta de cuidado, trazendo vergonha.
Logo, a perda dos dentes traz uma sensação de angústia e a utilização de prótese
ou implante visa um retorno à aparência anterior. Foi identificado que a
preocupação com a estética é maior do que com a função dos dentes. Então, o
profissional deve ser mais sensível ao fato de que a perda dos dentes é uma
vivência mais ampla e abrangente, o que deve ser cuidadosamente considerado,
sob pena de provocar conseqüências graves ao paciente.
Pupin et al. (1999) avaliaram o grau de satisfação de 20 pacientes
submetidos à reabilitação oral através de implantes osseointegrados em suas
fases cirúrgica e protética. Os pacientes foram avaliados quanto a sua satisfação
nos requisitos: estético, funcional e psicológico, através de um questionário com
respostas abertas. No grupo investigado, houve a prevalência do sexo feminino
(91,6%) quanto à procura por reabilitação e a idade média foi de 46 anos. A
grande maioria dos pacientes relatou que a perda dos dentes exerceu influência
na sua vida social, afetiva, profissional e auto-estima. As principais razões para a
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procura do tratamento reabilitador oral foram: a função, função⁄estética
combinados, estética e dor. Em pacientes que já haviam instalado as próteses, a
satisfação foi muito alta, considerando que o tratamento ficou melhor que o
esperado. Os aspectos negativos citados foram: o alto custo, dor trans e pósoperatória, medo de infecção, perda de implantes, falta de conhecimento quanto
ao custo total do tratamento, tempo de espera e necessidade de faltar no trabalho.
Todos os pacientes relataram que realizariam o tratamento novamente e
indicariam a familiares e amigos.
Braga et al. (2002) caracterizaram as condições dos idosos usuários do Centro
de Reabilitação Regional do SUS, de Araraquara (São Paulo), portadores de
próteses totais quanto às condições das próteses e satisfação com o seu uso. A
coleta de dados foi através de entrevista e aplicação de questionário com
questões abertas e exame clÍnico. As próteses foram avaliadas de acordo com
estabilidade, retenção, oclusão e dimensão vertical. Os resultados do estudo
demonstram que a maioria dos pacientes não procurava auxílio odontológico a
mais de 20 anos. A pesquisa também demonstrou que próteses superiores
apresentavam-se melhores que as inferiores quanto ao grau de estabilidade. Com
relação à oclusão, 56% das próteses apresentavam-se desfavoráveis e quanto à
dimensão vertical, havia perdas em 46% das próteses. Sessenta e quatro por
cento das próteses não apresentavam condições de uso. Quanto ao grau de
satisfação dos pacientes, 54% estavam insatisfeitos e os motivos mais citados
foram: próteses soltas, sem corte, gastas, traumatizando tecidos, fraturadas e
estética. Estes resultados demonstram que a população idosa possui sérios
problemas no que se refere aos cuidados com a saúde bucal.
De acordo com Brunetti et al. (2002), o edentulismo deve ser considerado
como resultado de traumas e doenças bucais, combinados a deficiências na
higiene oral, alimentação inadequada e doenças sistêmicas. Suas causas mais
comuns são a cárie dental e a doença periodontal, as quais podem ser
perfeitamente prevenidas, graças à tecnologia e estudos atuais.
Segundo Mori e Cardozo (2002), os pacientes não se preocupam somente com
a função mastigatória, mas também com a estética e a aparência facial. Isto se
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deve ao fato de que pessoas bonitas são consideradas mais inteligentes e
competentes, tendo assim maior facilidade para se inserir socialmente. Uma
pessoa com aparência comprometida possui baixa auto-estima; isto demonstra a
importância dos tratamentos restauradores estéticos, pois, qualquer mudança
corporal pode modificar o indivíduo. Assim o resultado final imaginado pelo
paciente nem sempre é clinicamente viável, o que pode gerar problemas ao
término do tratamento. Esta pesquisa identificou como os pacientes e os
profissionais entendem a estética facial. Foram elaborados dois questionários, um
para os pacientes e outro para os profissionais, com 24 perguntas iguais e outras
específicas para cada grupo. A população foi composta por 38 pacientes e 38
profissionais
dos
cursos
do
centro
de
aperfeiçoamento
profissional
e
especialização do Sindicato dos Odontologistas do estado de São Paulo. Os
pacientes elegeram como o aspecto mais negativo considerado no sorriso de
outras pessoas a má higiene bucal (69%), seguida por restaurações manchadas
em dentes anteriores (15%) e mau alinhamento dos dentes (12%). Já, os
profissionais afirmaram que as reclamações mais freqüentes, por parte de seus
pacientes, são quanto à cor das restaurações estéticas (54%), alinhamento
dentário (33%) e insatisfação com as próteses (13%). As próteses removíveis
tiveram uma baixa aceitação (47,3%), fato relacionado à presença dos grampos
retentores, cor dos dentes e cor da gengiva artificial. Uma das grandes causas de
insatisfação do paciente está relacionada aos esclarecimentos sobre as limitações
dos tratamentos estéticos, no entanto, a maioria dos profissionais relatou fornecer
tais informações. Fica clara a relação existente entre estética dentária e autoestima e autoconfiança. Portanto, os profissionais devem escutar as necessidades
e vontades do paciente, ter um bom relacionamento com ele e saber explicar as
limitações do tratamento não criando falsas esperanças.
Para Pucca Júnior (2002), o edentulismo leva a conseqüências físicas e
fisiológicas importantes, tais como: redução do tônus da musculatura, produzindo
deformação da face, dificuldades com a fala, deglutição e mastigação, o que, por
sua vez, compromete o início do processo digestivo.
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Segundo Alves e Gonçalves (2003), a prótese é definida como uma peça que
substitui os dentes perdidos, devolvendo ao paciente a função mastigatória,
restaurando a estética, normalizando sua fonética e oferecendo comodidade. Uma
pessoa sem essas funções é considerada uma pessoa inativa. Foi realizado um
estudo para avaliar pacientes submetidos à reabilitação oral total na Clínica
Odontológica da Universidade de Marília (UNIMAR), verificando a etiologia da
perda dentária, as dificuldades encontradas após sua ocorrência e as expectativas
em relação à nova prótese total. Foi aplicado um questionário a 58 pacientes. Os
resultados mostraram uma predominância de pacientes pertencentes ao gênero
feminino (56,9%), com idades entre 38 e 86 anos, com uma média de 32,37 anos.
O principal fator citado pelos pacientes entrevistados como motivo da perda
dentária foi a cárie (38%). Em relação às dificuldades encontradas após as perdas
dentárias, foram: mastigação, estética e fonação. Quanto à expectativa, alguns
pacientes relataram mais de uma expectativa em relação à prótese, sendo
mastigação e estética (24,1%) as mais citadas; somente mastigação foram 14% e
somente estética foram 10,3%. Deste modo, programas de saúde bucal devem ser
realizados com o objetivo de promoção de saúde, para que se possa diminuir o
número de pessoas incapacitadas de realizar funções básicas no seu dia-a-dia.
Pereira e Bonachela (2003) afirmaram que, no Brasil, o número de
desdentados que não possuem condições para tratamentos mais complexos,
como implantes osteointegrados ainda é muito grande, e com isso o uso de
próteses totais ainda ocorre na maioria dos casos. Um dos grandes problemas
que os pacientes portadores de próteses totais, ou aqueles que necessitam destes
aparelhos, enfrentam é a falta de instruções quanto à utilização, cuidados e hora
certa de sua substituição. Esta falta de orientação leva os pacientes a não manter
cuidados adequados com suas próteses e o seu uso prolongado. Este trabalho
utilizou fichas clínicas com perguntas relacionadas sobre as próteses totais, como:
freqüência de troca e motivo para a troca, entre eles báscula, estética, ou
extrações recentes, por exemplo. Um maior número de mulheres procurou
atendimento, na proporção de 3 mulheres para cada homem. Os principais
motivos para a troca da prótese foram, para ambos os sexos: próteses antigas ou
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fraturadas, próteses com báscula ou sem retenção/mastigação e em terceiro lugar
estética. O uso de próteses totais por longos períodos variou de 5 anos a 20 anos
ou mais. Apenas um dos 221 pacientes participantes da pesquisa relatou que
estava efetuando a troca da prótese para melhorar sua saúde.
Matos et al. (2004), com um estudo baseado na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios, evidenciou que, na população brasileira de 60 ou mais
anos, 55% das mulheres realizaram consulta odontológica, no intervalo de um
ano, enquanto que 53,2% dos homens nunca em suas vidas haviam realizado
consulta odontológica.
Conforme Unfer (2004), 84% dos idosos possuem algum tipo de prótese
dentária. Os motivos principais para as perdas dentais são: falta de condições de
acesso ao serviço de saúde, como falta de locomoção ou necessidade de ajuda
de terceiros, além de condições econômicas, culturais e sociais. A falta de dentes
traz problemas funcionais e psicológicos aos pacientes, mas que parecem ser
compensados pela resolução do problema estético. O edentulismo em idosos
demonstra a grande falha no modelo de atenção à saúde bucal vivido por estes
sujeitos, pois, à época, predominavam tratamentos reabilitadores em detrimento
de programas de educação e prevenção. Portanto, as ações educativas devem
ser intensificadas, proporcionando orientações específicas, enfatizando a adoção
de comportamentos compatíveis com uma boa saúde e estimulando o auto-exame
bucal. O modelo de saúde bucal empregado há décadas, também, influenciou
para as condições atuais de saúde bucal em idosos. No passado, as intervenções
em dentes fraturados, ou com mobilidade, implicavam em exodontia e colocação
de prótese parcial, evoluindo para a colocação de uma prótese total.
Principalmente em serviços públicos, as extrações em massa se constituíram em
única forma de atendimento oferecido. Quanto à influência, na saúde geral, a
perda significa condições desfavoráveis de mastigação, deglutição, fonação, autoestima, implicando em mudança de hábitos alimentares que acarreta diminuição
de nutrientes e até desnutrição. A preocupação com a reposição dos dentes
perdidos é maior quando a estética está envolvida, e menor quando o
restabelecimento da função dentária é necessário. Esta auto-imagem relaciona-se
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a um padrão ideal imposto pelas exigências sociais. A maioria dos pacientes
idosos não apresenta conhecimento quanto às causas das suas doenças bucais e
formas de prevenir ou controlar suas manifestações, além de não possuírem
orientações quanto ao correto uso e manutenção de suas próteses e necessidade
de avaliações periódicas.
Quadros e Machado (2004) investigaram junto a um grupo de pacientes das
clínicas do curso de Odontologia da UNIVALI, no ano de 2004, as expectativas
destes pacientes quanto à reabilitação através de prótese total. A principal causa
do edentulismo, relatada pelos pacientes, foi o descuido com a sua dentição e ou
falta de instrução adequada. As principais mudanças em decorrência do
edentulismo, na vida destes pacientes, foram: dificuldade na mastigação,
problemas de relacionamento pessoal e comprometimento estético. O gênero
feminino relatou maior incômodo em relação à estética, enquanto o masculino se
concentrou nos problemas mastigatórios. As expectativas quanto ao tratamento
reabilitador ligado à decisão de procura pelo tratamento se manteve pela estética,
para os sujeitos do gênero feminino, e pela função mastigatória para o masculino.
Vargas e Paixão (2005) estudaram os problemas causados pela perda
dentária e a falta de acesso a próteses para uma população adulta, usuária de
uma unidade de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Este
estudo utilizou a metodologia qualitativa por meio de entrevistas com questões
abertas, semi-estruturadas, envolvendo 20 pacientes adultos com idade entre 25 e
65 anos. A entrevista continha um roteiro de perguntas abordando o centro de
saúde, a perda dentária e a saúde bucal. Dos 20 pacientes entrevistados, 12 eram
do sexo feminino e 8 do masculino, 15 possuíam o 1º grau incompleto, 2
possuíam o 1º grau completo, 1 tinha o 2º grau incompleto e 2 possuíam o 2º grau
completo. A maioria dos entrevistados possuía casa própria e o rendimento médio
dos entrevistados era de 3 salários mínimos. As principais causas de perdas
dentárias relatadas foram pela falta de informações e de condições financeiras
para o tratamento e o tratamento inadequado recebido. Nenhuma correlação foi
feita entre as doenças bucais e suas condições de vida, apenas questionaram os
cirurgiões-dentistas por extraírem dentes por qualquer motivo. Os problemas
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decorrentes da perda dentária, na vida diária, foram de ordem funcional e social.
Os problemas de ordem funcional mais citados foram: comer, mastigar ou falar e
os de natureza social foram mudanças de comportamento, como esconder a boca
ao falar ou sorrir, insatisfação com a aparência, prejuízos na aceitação social e
dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.Os entrevistados freqüentemente
relataram dificuldades de comer alimentos duros e fibrosos e a falta de prazer com
a mastigação. Pacientes que já utilizam próteses relataram ter dificuldades de
adaptação e desconforto, mas continuavam a usar em função da aparência. Em
relação às próteses muitos entrevistados revelaram não usar ou improvisar
alternativas por não possuírem condições financeiras para a sua confecção em
CD. O trabalho demonstrou que a política pública para o tratamento dentário de
pacientes adultos, nesse centro municipal de saúde pública, é insuficiente e
ineficaz para pacientes que necessitem de tratamentos reabilitadores mais
complexos, ocorrendo, desta forma, extrações desnecessárias. Os sentimentos
relacionados com a perda dental foram bastante negativos.
Ferreira e Alves (2006) afirmaram que as pessoas possuem diferentes
sentidos para a boca, devido a experiências, vivências e devido à importância que
ela representa em seu cotidiano. Esta é uma constatação importante para a
odontologia. Este estudo foi realizado no bairro de Cidade da Esperança, NatalRN, e trata-se de um estudo descritivo fundamentado no conceito de
representações sociais. Para participar do estudo, era necessário que o indivíduo
tivesse mais do que 18 anos, residisse no bairro e fosse usuário dos serviços da
Unidade Integrada de Saúde. A amostra foi constituída por 30 pessoas todas
voluntárias, sendo 70% mulheres. Em relação à idade, o maior percentual foi na
faixa de 30 a 39 anos. A coleta de dados se deu em dois momentos; uma
entrevista que partia de uma questão: “Como é a sua boca?”. Em um segundo
momento,
foi
utilizado
um
questionário
socioeconômico
para
fazer
a
caracterização dos pacientes; além disso, foi realizado um exame clínico da boca,
seguido de orientações e técnicas de higiene. As categorias se organizaram em
torno de três sentidos para a boca: saúde da boca, as dores de dente e o resgate.
A categoria mais identificada foi saúde da boca com 42,5%; isto se deve ao fato
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dela estar relacionada com questões afetivas, já que a falta dos dentes representa
uma imperfeição em seus corpos. Com 33,5%, a categoria dores de dente
mostrou-se um fato corriqueiro na vida das pessoas. Já, na categoria resgate da
identidade da boca, a prótese aparece como um instrumento de resgate da autoestima e funcionalidade do indivíduo. A ausência dos dentes é lamentada, tanto
pelos efeitos biológicos, como pelo desprestígio que essa ausência representa no
meio social. Os pesquisadores concluíram que a extração dentária e o acesso
ilimitado a próteses trazem conseqüências desastrosas aos indivíduos. A saúde
bucal tem o seu sentido constituído por aspectos biológicos, mas também pelas
relações sociais, afetivas e profissionais.
Raitz e Seibert (2006) realizaram um levantamento do índice de
edentulismo, em indivíduos de terceira idade, que participavam de sete grupos de
vivência, na cidade de Brusque (SC) e avaliaram a autopercepção destes sujeitos
com relação a sua saúde bucal. Integraram a pesquisa 306 idosos com 60 anos
ou mais. Para o levantamento do índice de edentulismo, foi utilizado o índice CPOD, levando-se em conta os critérios da OMS. Para a autopercepção, foi aplicado
um questionário, com base no Índice Geriatric Oral Health Assessment Index
(GOHAI). Os resultados indicaram que 69,60% dos sujeitos eram edêntulos totais,
28,44% edêntulos superior, 0,33%, edêntulos inferior e 1,63% não apresentavam
edentulismo apesar de utilizarem prótese parcial removível ou prótese fixa. No que
diz respeito ao índice GOHAI, 40,19% dos sujeitos classificaram sua saúde bucal
como boa, 20,26% relataram ter saúde bucal regular e 39,54% saúde bucal
precária.
As questões que mais influenciaram no resultado do índice GOHAI
foram as relacionadas à função mastigatória o que revelou que o conforto e a
qualidade da adaptação e estabilidade das próteses totais têm influência
significativa na autopercepção de saúde bucal dos idosos. As pesquisadoras
concluíram afirmando que é necessária uma mudança de comportamento no que
tange aos cirurgiões-dentistas, que precisam adotar conhecimentos, recursos e
estratégias em busca da promoção e educação em saúde para o controle e
tratamento das doenças bucais.
16
Piuvezan et al. (2006) explicaram que, na dimensão psicossocial, a boca
ocupa um lugar de importância para as pessoas, que expressa, através do sorriso,
os sentimentos de alegria, sedução, e, também, está vinculada a uma idéia de
sobrevivência e bem-estar pessoal. A boca desdentada, então, adquire
significados que são interdependentes de fatores históricos, sociais, culturais,
psicológicos e fisiológicos. Os pesquisadores realizaram um estudo com 120
idosos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, desdentados
em no mínimo um dos arcos dentários, pertencentes aos grupos de idosos
Conviver para viver melhor e Unati. A coleta de dados ocorreu a partir de um
questionário, contendo, dados sócioeconômicos, questões sobre saúde bucal e
teste de associação livre de palavras. Os resultados relativos às condições de
saúde demonstraram que estes sujeitos pertencem a uma geração que sofreu as
conseqüências de uma odontologia extracionista e elitista. Quanto ao teste de
evocação livre de palavras, no grupo Conviver, a palavra mais lembrada foi a dor,
seguida de dificuldade de comer. No grupo Unati, a palavra mais relatada, em
todas as evocações, foi estética, seguida de dificuldade de comer. Para o grupo
Conviver, o tema dificuldade de comer evidenciou a limitação quanto às condições
essenciais à vida, dificultando a digestão e facilitando o aparecimento de
determinadas doenças, alem de privar estes sujeitos do “prazer de comer”, o que
reflete a situação sócioeconômica deste grupo, sem acesso a próteses
adequadas. O grupo Unati evidenciou que mesmo o indivíduo que apresenta
condições sócioeconômicas de utilizar próteses bem adaptadas, este traz um
desconforto em seu ambiente social, remetendo a palavra estética pelo fato de
estes sujeitos se enxergarem desdentados, como os que estão abaixo do seu
nível sócioeconômico. Isto demonstra como estes sujeitos enfrentam o seu meio
social diante das limitações emocionais e físicas decorrente das ausências
dentárias. A ausência dos dentes traduz, ainda, um outro sentimento, que é a dor.
A dor, enquanto sintoma biológico, reflete uma condição individual e subjetiva com
repercussão na qualidade de vida dos indivíduos, suscitando modos de
enfrentamento, receio de um novo episódio, que podem justificar para si e para o
contexto social a perda dentária. As perdas dentárias revelam toda a história da
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relação do indivíduo com o acesso de serviço de saúde, em que o modelo
tradicional o expôs a uma prática que solucionou pontualmente a dor. A
dificuldade de falar representa mais um dos comprometimentos sentidos pelo
sujeito em relação a uma boca desdentada, o que causa limitação fonética
vivenciada através da dificuldade, e por vezes impossibilidade, de pronunciar
corretamente as palavras. A ausência dos dentes prejudica a interação social do
indivíduo com o seu grupo e compromete substancialmente a sua qualidade de
vida. A categoria estética, o outro constituinte do núcleo central da representação,
remete os sujeitos ao comprometimento do aspecto físico promovido pela
mutilação dentária que se constitui como manifestação da expressividade
corporal. As perdas dentárias assinalam mudanças físicas, biológicas e
emocionais, uma vez que a ausência dos dentes produz uma autopercepção de
estranhamento bucal, de mudança de hábitos bucais e cotidianos. As perdas
dentárias, então, para os sujeitos estudados, e inseridos em grupos sociais
distintos, representam um amálgama de formas como eles enfrentam este
problema.
Unfer et al. (2006) analisaram as percepções de sujeitos adultos sobre a
perda de dentes, através de um estudo qualitativo. Foram entrevistadas 23
pessoas de 50 ou mais anos de idade, de ambos os sexos, que participavam de
um evento de saúde e lazer na Universidade Federal de Santa Maria. O
instrumento constou de entrevista semi-estruturada, que foi gravada e,
posteriormente, analisada pela abordagem do Discurso do Sujeito Coletivo. As
causas das perdas dentárias apontadas por estes sujeitos foram organizadas em
três categorias: falta ou dificuldade de acesso a serviços odontológicos;
desconhecimento sobre as causas e controle das doenças bucais; modelo de
atenção em saúde bucal. Quanto às conseqüências da perda de dentes, as
respostas foram agrupadas em sete blocos: influência na saúde; prejuízo à
mastigação; problemas na fonação; problemas psicológicos; implicações estéticas;
problemas causados pelas próteses; compensação pelo uso de prótese. Os
pesquisadores concluíram que os sujeitos não possuem conhecimento das causas
das doenças bucais e as formas de prevenir e controlar suas manifestações,
18
anteriormente à intervenção cirúrgica, reabilitadora ou restauradora. Destacaram,
também, sobre a necessidade de o dentista considerar os aspectos psicológicos
que envolvem os sujeitos que sofreram perdas dentárias e do papel do Estado
como provedor da saúde, proporcionando qualidade de vida a todos os cidadãos.
19
3
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa desenvolvida caracteriza-se como um estudo exploratóriodescritivo, com análise quali-quantitativa. A população-alvo foi constituída por
todos os pacientes selecionados, pelo serviço de triagem, para atendimento nas
Clínicas do Curso de Odontologia da UNIVALI, em março de 2007.
A partir desta população foi constituída uma amostra não probabilística,
obtida por conveniência, isto é, integraram a amostra todos os sujeitos que, por
livre e espontânea vontade aceitaram participar da pesquisa. Por se tratar de uma
pesquisa qualitativa, a amostragem seguiu o critério de esgotamento das
categorias nas falas dos entrevistados, tendo sido entrevistados 40 sujeitos.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário, aplicado pelos
pesquisadores. O questionário constou de três partes. A primeira parte,
caracterizou o paciente; a segunda enfocou o tipo de perda dental e a terceira
abordou a relação entre perda dentária e qualidade de vida do paciente. Nas
partes I e II, o total foi de seis questões fechadas e, na terceira parte, foram três
questões abertas (Apêndice A).
O questionário foi aplicado pelos pesquisadores, sob a forma de entrevista,
na sala de espera das clínicas, após a assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido por parte do entrevistado. Um dos pesquisadores efetuava a
leitura de cada questão, explicando em linguagem acessível, e o outro registrava
as respostas emitidas, sem exercerem qualquer tipo de influência no entrevistado.
A análise dos dados das partes I e II foi efetuada através da tabulação das
respostas e cálculo da freqüência relativa para cada questão. As questões da
terceira parte foram analisadas através da abordagem da pesquisa qualitativa,
mediante técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1979), em que a
análise temática ocorre em três etapas: pré-análise, exploração do material e
tratamento dos resultados e interpretação. Na pré-análise, procedeu-se à leitura
exaustiva do material para identificação dos depoimentos que atendessem às
categorias e subcategorias pré-estabelecidas com base na literatura revisada,
20
bem como para registro de categorias emergentes, isto é, diferentes daquelas prédefinidas. A etapa de exploração do material consistiu no recorte dos textos em
frases (unidades de registro) que expressassem as diferentes categorias. As
unidades de registro foram, então, agregadas por categoria e respectivas
subcategorias, quando se procedia a leitura de cada entrevista, coletando-se as
idéias centrais e, posteriormente, organizando-se as categorias temáticas, para
cada questão.
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da
UNIVALI sob o nº 156/07
21
4
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização dos sujeitos e do tipo de perda dental
O edentulismo acarreta conseqüências físicas e fisiológicas importantes, tais
como: redução do tônus da musculatura, produzindo deformação da face,
dificuldades com a fala, deglutição e mastigação, o que, por sua vez, compromete
o início do processo digestivo. Suas causas mais comuns são a cárie dental e a
doença periodontal, as quais podem ser perfeitamente prevenidas, graças à
tecnologia e estudos atuais. (BRUNETTI et al.,2002; CABRERA, 2004;
CAMARGO, 2000; DIAS et al., 2006; FERREIRA; ALVES, 2006; PEREIRA;
BONACHELA, 2003; PUCCA JÚNIOR, 2002)
As causas do edentulismo, também, estão relacionadas a situações
psicológicas, sociais e econômicas muito mais abrangentes, como: a falta de
programas de saúde bucal, fatores econômicos, culturais e iatrogênicos, acesso
aos serviços de saúde bucal e atitude em relação aos cuidados dentários.
(BRUNETTI et al.,2002; FERREIRA; ALVES, 2006; GIAMPAOLO et al., 1993;
PIUVEZAN et al., 2006; QUADROS; MACHADO, 2004; RAITZ; SEIBERT, 2006;
SILVA et al., 2005; UNFER, 2004; UNFER et al., 2006; VARGAS; PAIXÃO, 2005)
A perda dos dentes pode implicar em alterações com conseqüências para a
vida emocional do paciente. Estas mudanças podem ser de cunho psíquico e
cultural, principalmente no que diz respeito à aceitação social. As perdas dentais
ocasionam, além de deficiências funcionais e estéticas, o desequilíbrio dos
componentes do sistema estomatognático. (GIAMPAOLO et al., 1993; MORI;
CARDOZO, 2002; PIUVESAN et al., 2006; RAITZ; SEIBERT, 2006; UNFER, 2004;
UNFER et al., 2006; WOLF, 1998)
Para que o sucesso de uma reabilitação oral, por meio de uma prótese
removível , ocorra é necessário um correto diagnóstico e um excelente plano de
22
tratamento. Desse modo, a prótese removível irá restabelecer função e estética de
forma adequada. (ALVES; GONÇALVES, 2003; BRAGA et al., 2002; BEZZON et
al., 1992; CUCCI et al., 1997; GIAMPAOLO et al., 1993; PEREIRA; BONACHELA,
2003)
Tendo em vista a importância do significado da perda dental e as
expectativas dos sujeitos frente à recuperação desta perda, mediante o uso de
prótese, investigamos 40 sujeitos que estavam em atendimento nas clínicas do
curso
de
Odontologia
da
UNIVALI,
para
realização
de
procedimentos
reabilitadores protéticos. O grupo foi constituído por 63% de sujeitos do sexo
feminino e 38% do sexo masculino (Gráfico 1). Parece que as mulheres se
preocupam mais com os cuidados em relação à saúde bucal, mediante procura de
serviços especializados, o que foi observado neste estudo e em diversos outros
trabalhos relatados na literatura. (ALVES; GONÇALVES, 2003; FERREIRA;
ALVES, 2006; PEREIRA; BONACHELA, 2003; PUPIN et al., 1999; QUADROS;
MACHADO, 2004; UNFER et al., 2006; VARGAS; PAIXÃO, 2005;).
O estudo de Matos et al. (2004), baseado na Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios, evidenciou que, na população brasileira de 60 ou mais anos, 55%
das mulheres realizaram consulta odontológica, no intervalo de um ano, enquanto
que 53,2% dos homens nunca, em suas vidas, haviam realizado consulta
odontológica.
%
70
60
50
40
30
20
10
0
63
38
FEMININO
MASCULINO
Gráfico 1: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a
pesquisa, segundo o gênero.
23
No entender de Matos et al. (2004), fatores como escolaridade, renda,
cobertura de plano odontológico e região influem determinando baixas taxas de
uso de serviços odontológicos e, conseqüentemente, baixa condição de saúde
bucal.
A baixa escolaridade está presente em grande parte dos pacientes
pesquisados, pois, a maioria (35%) possui, apenas, primeiro grau (Gráfico 2),
assim como em outras pesquisas (VARGAS; PAIXÃO, 2005; FERREIRA; ALVES,
2006).
40
35
%
35
32,50
27,50
30
25
20
15
10
5
5
0
PRIMEIRO GRAU
INCOMPLETO
PRIMEIRO GRAU
COMPLETO
SEGUNDO GRAU
COMPLETO
NÍVEL SUPERIOR
Gráfico 2: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a
pesquisa, segundo o grau de escolaridade.
Quanto à faixa etária, a categoria com maior índice foi a de 51 a 60 anos
com 40% dos pacientes (Gráfico 3), o que se explica em função do modelo de
atenção odontológica predominante até algumas décadas atrás, quando o
tratamento eletivo era a extração dos elementos dentais. (PIUVESAN et al., 2006;
UNFER, 2004; UNFER et al., 2006; VARGAS; PAIXÃO, 2005)
24
45
%
40
40
35
30
30
25
20
20
15
10
10
5
0
DE 31 A 40
ANOS
DE 41 A 50
ANOS
DE 51 A 60
ANOS
MAIS DE 60
ANOS
Gráfico 3: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a
pesquisa, segundo à faixa etária.
Em relação ao tipo de perda dental, com base na classificação de Kennedy,
as perdas dentais do tipo classe I, foram as mais freqüentes. (Gráfico 4). Estudos
demonstraram que no Brasil no estado do Rio de Janeiro, em 1996, a classe mais
prevalente foi a classe III, com quase 45%, seguido pela classe I, com
aproximadamente 30%, seguidas pelas classe II e IV respectivamente.
70
60
50
40
30
20
10
0
%
58,54
21,95
9,76
2,44
CL
AS
SE
I
CL
AS
S
EI
I
CL
AS
S
4,88
EI
IC
2,44
CL
AS
SE
OM
MO
DI
FIC
III
AÇ
ÃO
CL
AS
SE
I
CL
AS
II C
OM
MO
SE
I
V
DI
FIC
AÇ
Ã
O
Gráfico 4: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a
pesquisa, segundo o tipo de perda dental.
25
A maioria dos pacientes que procurou reabilitação oral, por meio de
prótese, procurava reabilitar a região inferior, com 57,50%. (Gráfico 5), assim
como em estudo realizado por Bonachela e Telles em 1998, que demonstrou a
prevalência de 33,5% de perdas dentais na região inferior, em classe I de
Kennedy.
70
57,50
60
50
40
30
22,50
20
20
10
0
SUPERIOR
INFERIOR
AMBAS
Gráfico 5: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a pesquisa,
segundo ao tipo de reabilitação.
Já em relação de uso prévio, ou não, de próteses pelos pacientes,
observou-se que 61,90% dos pacientes já utilizavam algum tipo de prótese
(Gráfico 6) e que estes sujeitos relataram usá-las há vários anos, sem
proservação. Pesquisas demonstraram que a maioria dos pacientes, que faz uso
de prótese, não costuma fazer acompanhamento odontológico, por longos
períodos de anos, o que implica em falta de instruções quanto à utilização,
cuidados e hora certa da substituição da prótese. Esta falta de orientação leva os
pacientes a não manter cuidados adequados com suas próteses e o seu uso
prolongado. (BRAGA et al., 2002; PEREIRA; BONACHELA, 2003; UNFER, 2004;
QUADROS; MACHADO, 2004).
26
70,00
61,90
60,00
50,00
38,10
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
SIM
NÃO
Gráfico 6: Distribuição da freqüência relativa dos sujeitos que integraram a pesquisa,
segundo ao uso ou não de prótese.
4.2 Significados da perda dentária e impacto sobre a qualidade de vida
4.2.1 Significados da perda dentária para os pesquisados
Os dentes são uma das formas dos sujeitos se apresentarem de acordo
com padrões desejados pela sociedade, portanto, a falta dos dentes é uma
ameaça à identidade individual, social e familiar, fazendo com que a pessoa se
retraia, por sentir vergonha da sua aparência. Isto se deve ao fato de que pessoas
bonitas são consideradas mais inteligentes e competentes, tendo assim maior
facilidade para se inserir socialmente. Logo a boca desdentada adquire
significados que são interdependentes de fatores históricos, sociais, culturais,
psicológicos e fisiológicos. (FERREIRA; ALVES, 2006; MORI; CARDOZO, 2002;
27
PIUVEZAN et al., 2006; RAITZ; SEIBERT, 2006; UNFER et al., 2006; VARGAS;
PAIXÃO, 2005; WOLF, 1998)
Na população estudada, as causas apontadas para as perdas dentárias
podem ser agrupadas em dois importantes aspectos socioeconômicoculturais, a
saber: modelo hegemônico de atenção à saúde e falta de informação sobre
hábitos e modos de vida saudáveis. Estas, também, foram causas identificadas
em pesquisas mais recentes conduzidas por Ferreira e Alves (2006), Piuvezan et
al. (2006), Vargas e Paixão (2005), Unfer (2004) e Unfer et al. (2006).
As perdas dentárias revelam a história vivenciada por estes sujeitos em
relação ao modelo de odontologia praticada e ao acesso aos serviços públicos de
saúde, em especial à época de infância e adolescência. Algumas das falas dos
pesquisados que traduzem estes aspectos:
Era bem difícil naquela época. Qualquer problema nos
dente o dentista arrancava. (Mulher, mais de 60 anos)
Cariava. Então o dentista lá no interio falava que devia
tirá os dentes. (Homem, mais de 60 anos)
A genti morava no interior. Aqueles anos em vez do
dentista arrumar. Os dentistas não eram instruídos
naquela época para preservar os dentes. (Mulher, faixa
etária de 51 a 60 anos)
Fui arrancando. Quando a gente era pequeno o dente
doía e o pai levava para arrancar. A gente não tinha
condição de pagá o tratamento. (Mulher, faixa etária de
31 a 40 anos)
Antigamente era assim. Os dentes estragados o
dentista arrancava. A gente não dava valor pros
dentes. Doía, extraía. (Homem, faixa etária de 41 a 50
anos)
No passado, a prática odontológica mutiladora era hegemônica, em
especial nos serviços públicos, a qual se manifesta pela realização, em massa, da
exodontia como procedimento de solução para a dor. A confirmação desta
afirmativa dá-se pelo alto índice de sujeitos edêntulos (parciais ou totais), na faixa
28
etária adulta, conforme dados do Projeto SB Brasil 2003. (BRASIL, 2004a;
BRUNETTI et al., 2002; PIUVEZAN et al., 2006; PUCCA JÚNIOR, 2002; UNFER
et al., 2006)
A falta de informação sobre hábitos e higiene adequados, fazendo com que
os sujeitos não cuidassem de seus dentes, também, foi apontada pelos sujeitos
integrantes desta pesquisa como causa das perdas dentárias. Neste sentido,
observa-se a importância de um processo educativo, que oriente e estimule a
adoção de comportamentos saudáveis, como destacaram Unfer et al. (2006).
No entanto, o reconhecimento de que o processo educativo é fundamental
à promoção da saúde só assumiu dimensões significativas, no Brasil, a partir da
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, no final da década de
1980. As diretrizes do SUS, como afirmaram Roncalli et al. (1999), puseram em
cheque os modelos vigentes. E, mais recentemente, a nova Política Nacional da
Saúde Bucal (BRASIL, 2004b) enfocou a necessidade da reorganização da
atenção à saúde, em todos os níveis, e apontou a linha do cuidado como eixo de
norteador para a mudança.
Muitos dos pesquisados expressaram que as extrações dentárias a que
foram submetidos refletem suas atitudes quanto aos cuidados que deveriam ter
tido para com a boca. Muitos responsabilizavam a si próprios ou aos seus pais,
atribuindo ao relaxamento, à má-higiene, ao medo do dentista, que os fazia fugir
da consulta odontológica, procurando-a somente em situação de dor extrema.
Algumas das falas que expressam estes sentimentos:
... a genti só se arrepende de não ter arrumado, de não
ter cuidado...Se eu tivesse escovado o dente quando
era pequena, com quatro, cinco anos... A mãe tem que
ficar em cima pra escova... (Mulher, faixa etária entre 31 e
40 anos)
Depois que eu perdi que eu dei valor... eu não sabia
como cuidá... então deu nisso. (Homem, faixa etária de
50 a 60 anos)
Perdi porque era relaxado, não dava valor prá essas
coisas de que tem escová direitinho, como hoje se
29
ensina já prás crianças. (Homem, faixa etária de 60 ou
mais anos)
Era descuidado e também por causa do fumo...
(Homem, faixa etária de 41 a 50 anos)
Perdi pelo cigarro, a doçura que eu comia e também
pelo relaxamento. (Homem, faixa etária de 41 a 50 anos)
4.2.2 Impactos da perda dentária sobre a qualidade de vida e
expectativas quanto à reabilitação
O termo qualidade de vida é freqüente, na literatura da área da saúde,
sendo adotado para definir o impacto de uma enfermidade. Seidl e Zannon (2004),
tendo por base diferentes autores, enfatizaram que a qualidade de vida só pode
ser avaliada pela própria pessoa, quando ela refere os vários aspectos afetados
por mudanças, no seu estado de saúde, e que são significativos para a sua
qualidade de vida.
Portanto, quando questionamos os sujeitos sobre as limitações que
decorreram das perdas dentárias, tínhamos esta expectativa, qual seja, a de que
eles identificassem quais foram as mudanças mais significativas que aconteceram
em suas vidas em função das perdas dentárias sofridas. Assim, as principais
conseqüências apontadas pelos pesquisados foram agrupadas em três categorias:
mastigação, estética, relacionamento interpessoal.
Todos os entrevistados reportaram-se às dificuldades para realizarem a
mastigação e a conseqüente mudança de hábitos alimentares e/ou impactos sobre
o processo de digestão; estas situações, também, foram identificadas em outros
estudos. (ALVES; GONÇALVES, 2003; PIUVEZAN et al., 2006; QUADROS;
MACHADO, 2004; UNFER, 2004; UNFER et al., 2006; VARGAS; PAIXÃO, 2005)
30
Vargas e Paixão (2005) afirmaram que mastigar e sentir o gosto dos
alimentos são essencialmente prazerosos e emocionalmente necessários para o
bem-estar do indivíduo e de sua qualidade de vida, percepções estas identificadas
nas seguintes falas dos sujeitos que integraram esta pesquisa.
A mastigação ficou difícil. Parece que se perde um
pouco do gosto dos alimentos. (Homem, faixa etária entre
41 e 50 anos)
A alimentação é difícil. Ao mastigar dói. (Mulher, faixa
etária entre 31 e 40 anos)
... quase nunca tive dentes, queria poder mastigar
melhor. (Mulher, faixa etária entre 41 a 50 anos)
Agora me alimento mal, deixei de comer carne,
legumes cozido, só como massa. (Mulher, faixa etária
entre 31 a 40 anos)
... dependendo da comida a gente mastiga a gengiva,
uma carne assada, daí machuca. (Mulher, faixa etária de
31 a 40 anos)
A categoria estética, assim como a dificuldade para mastigar, foi muito
destacada pelos pesquisados. Portanto, as dificuldades decorrentes das perdas
dentárias, tanto são de natureza funcional quanto social. (FERREIRA; ALVES,
2006; WOLF, 1998; PIOVEZAN et al., 2006; PUPIN et al., 1999; QUADROS;
MACHADO, 2004; UNFER et al., 2006)
A ausência dos dentes pode gerar sentimentos de insegurança,
impotência, vazio. Uma boca com dentes é uma das formas de o sujeito se
apresentar de acordo com os padrões desejados pela sociedade, portanto, a falta
dos dentes é uma ameaça à identidade individual, social e familiar, fazendo com
que a pessoa se retraia, acarretando dificuldades quanto ao relacionamento
interpessoal. (UNFER et al., 2006; VARGAS; PAIXÃO, 2005; WOLF, 1998)
Entre os relatos do grupo analisado, encontramos alguns que revelam os
impactos estéticos e de relacionamento interpessoal sofridos por estes sujeitos,
como os que destacamos a seguir:
31
Meu Deus! Um processo de mutilação, horrível! Tem
horas que nem me olho no espelho. (Mulher, faixa etária
entre 51 e 60 anos)
Fiquei chateada. Mas no fim a gente nem liga prá
nada. Eu não saio muito. (Mulher, faixa etária acima de 60
anos)
Fico com vergonha de dar risada. (Homem, faixa etária
31 a 40 anos)
Pra genti é a mesma coisa que perde um braço, um
membro da genti... (Homem, faixa etária 31 a 40 anos)
Fica meio ruim, perde chances de emprego e
fisicamente fica feio. (Homem, faixa etária de 41 a 50
anos)
A superação das dificuldades decorrentes das extrações dentárias, para os
pesquisados, poderá ocorrer com o uso de uma prótese bem elaborada. Daí
porque os sujeitos depositarem suas expectativas neste tipo de tratamento
reabilitador, através de expressões como:
Minha prótese quebrava muito, então, agora, aqui, eu
tenho a esperança de pode mastigar direito, de ter
dentes de uma cor só, de ter saúde. (Homem, faixa
etária acima de 60 anos)
Eu espero melhorá a minha comunicação. Eu falo
pouco. Melhorá a minha imagem. (Homem, faixa etária
50 a 60 anos)
Eu espero tudo di bom! (Mulher, faixa etária 41 a 50 anos)
Tudo vai melhorá. Eu espero. (Mulher, faixa etária 51 a
60 anos)
...quero fazer um regime, engordei muito com os antidepressivos, e se não estou comendo direito não
adianta fazer dieta. (Mulher, faixa etária d 31 a 40 anos)
Portanto, para o grupo investigado, o uso da prótese favorecerá a
recuperação da auto-estima e a melhora das relações interpessoais.
32
5
CONCLUSÃO
A partir da análise dos dados coletados, pode-se concluir que, no grupo
investigado:
-as mulheres foram as que mais procuraram tratamento;
-a maioria dos indivíduos entrevistados não haviam completado o primeiro
grau
-a faixa etária com maior prevalência foi a de 51 a 60 anos;
-o tipo de perda dental mais prevalente foi classe I de Kennedy;
-a arcada inferior foi a mais acometida pelas perdas;
-a grande maioria dos pesquisados já faziam uso de prótese removível
-a principal causa da perda dentária foi cárie dentária;
-os principais fatores motivadores da reabilitação foram estética e
mastigação.
Como pode ser visto nesse trabalho, o principal culpado pela atual condição
dos pacientes adultos é o cirurgião-dentista, devido ao modelo seguido a décadas
atrás que visava principalmente procedimentos restauradores e não preventivos.
Observou-se, também, que as expectativas de melhora das atividades
funcionais, em especial a mastigação, e do padrão estético são grandes, portanto,
é importante que o cirurgião-dentista conheça estas expectativas e oriente o
paciente quanto às possibilidades e limitações da reabilitação pela prótese parcial
removível. Portanto, os responsáveis por um novo quadro da saúde bucal são os
profissionais atualizados e nós futuros ofissionais, agindo de forma correta para
fazer com que a saúde bucal seja parte constituinte
organismo saudável.
e fundamental de um
33
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7
APÊNDICE A: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
I - Caracterização do paciente
1. Gênero de paciente: (
) masculino
(
) feminino
2. Idade do paciente:
(
) menos de 30 anos ( ) de 31 a 40 anos
(
) de 51 a 60 anos ( ) mais de 60 anos
( ) de 41 a 50 anos
3. Nível de escolaridade:
( ) 1º grau incompleto
( ) 1º grau completo
(
) 2º grau completo
( ) nível superior
II – Caracterização da perda dental
4. Tipo de perda dental: ( ) classe I ( ) classe II ( ) classe III ( ) classe IV
modificações ( )1 ( )2 ( )3 ( )4
5. A perda ocorreu em qual arcada: ( ) superior ( ) inferior ( ) ambas
6. Já utiliza prótese parcial removível? ( ) sim. Indicar o tempo _____ ( ) não
III - Relação entre perda dentária e qualidade de vida do paciente
7. Como você perdeu os dentes?
8. Quais as conseqüências da perda dos seus dentes na sua vida?
9. O que você acha que vai mudar na sua vida após a colocação da prótese
parcial removível?
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ANEXO 1
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