O Livro Sagrado de Arceus
Livro I
I
Sabedoria de Arceus Todo-poderoso aos seus
amados seres, o Dual
Pureza é força, a inocência é adorno. O bom coração é a madre de todo o ser
Dual.
Pelo poder de minha vontade, trouxe à existência o Divino Dual. Disse ao
poder: Vinde. E à sabedoria: Aproxima-te. Vinde vós até mim, criemos o Divino Dual,
construamos o ser que louvará a mim, porque sou digno.
Chamei à existência um jardim e pus ali o Divino Dual. Dei-lhes capacidade
de escolher. Ordenei: Espalhai-vos por toda a extensão do jardim, formai áreas
conforme vossa vontade, movei, aumentai, diminui, dai, tirai, construí como lhes bem
parecer.
O Divino Dual foi para onde a Pura Inocência os guiava; um ascendeu ao
firmamento, alojando-se entre as formas brancas celestes, seu bater de asas causavam
grandes relâmpagos. Outro mergulhou ao pó da terra fazendo-a aumentar, criando as
grandes montanhas e formações rochosas. Outro mergulhou ao profundo da terra,
fazendo jorrar águas, formando os grandes oceanos, indo à frente das correntezas,
mostrando às muitas águas seu percurso e seus limites. Outro tomou da areia e a
semeou na rocha, da qual brotou toda a sorte de vegetação, criando florestas e matas.
Eu, o infinito, observei todo o trabalho feito pelo Divino Dual. Eis que a Pura
Inocência os ensinara bem. Subi à mirar o jardim e provar do fruto de minha vontade.
Disse ao Divino Dual: Vinde, formemos o ser Dual e coloquemos no jardim. Façamos
com que cuide e desfrute da obra de meu desejo.
Para cumprimento e louvor de minha vontade, o Divino Dual criou o ser Dual
dos elementos presentes no jardim. O Divino Dual soprou seu hálito no ar e formou o
Dual do ar. O Divino Dual mexeu sua mão nas fontes de águas e criou o Dual
Marinho. O Divino Dual tomou da rocha incandescente e espremeu-a, dando forma ao
Dual que flameja. O Divino Dual que habitava entre as formas brancas celestes bateu
suas asas, e das faíscas formou o Dual que lampeja. Chamei a existir o Dual terrestre e
o Dual de rochas, o som de minha voz fez com que o pó da terra os formasse. O
Divino Dual tomou das folhas verdejantes, juntando-as em suas mãos, formando o Dual
da flora.
Subi a mirar meu jardim após por nele o ser Dual que havia criado. De minha
morada Eu, o Altíssimo, decretei: Oh ser Dual, misturai-vos, andai por até as
extremidades do jardim, adquiri poder, não apenas o que vos foi concedido no
momento de tua criação, mas adquiri o poder do Divino Dual, aprendei junto dEle. E
assim foi feito: O Dual passou a peregrinar por todo o jardim, adquirindo mais poder,
conforme o Divino Dual lhes concedia. Alguns mudaram de forma ao se aproximar do
Divino Dual. Contemplei tudo o que minha vontade havia realizado vi como o Dual se
locomovia junto ao Divino Dual.
A Pura Inocência apresentou-se diante do Todo-Poderoso dirigindo-me
súplicas e dizendo: Oh universo, oh infinita bondade, beleza e misericórdia sem fim.
Concede o pedido de tua serva. Aquele que é infinito em bondade respondeu: Falai. A
Pura Inocência prosseguiu:
Tu deste, oh grande mentor ao Divino Dual o formar o Dual, bem como
mudar sua natureza e seu poder, mas à tua serva não concedeste tal dádiva.
Arceus responde: Qual a tua petição? A Pura Inocência respondeu: Concede
à tua serva o criar uma forma de ser Dual, diferente das formas que, pela tua infinita
vontade, o Divino Dual criou.
Aquele cujo poder é infinito respondeu: Vai e faze conforme o teu desejo.
A Pura Inocência apareceu onde o Divino Dual repousava adormecido, e
retirou uma fração de seus pensamentos e misturando com os seus desejos, formou o
Dual do espírito. Arceus, vendo o ser Dual que a Pura Inocência havia formado,
concedeu que eles se misturassem com os demais Dual.
Todavia, a Pura Inocência havia se corrompido, vendo e excelência do ser
Dual que criou segundo o meu querer, seu coração se encheu de inveja e soberba. Pelo
poder do pensamento do Dual do espírito, a Pura Inocência corrompeu o coração de
todo o Dual, tornando-o agressivo, instigando-os a guerrear entre si, transtornando o
jardim. Vendo todo o projeto da Pura Inocência, o Divino Dual clamou a Mim,
dizendo: Oh poder imensurável, guerreai por nós.
Arceus Todo-Poderoso, de cujo nome não se zomba, desfez os planos da Pura
Inocência, lançou para longe seus iníquos desígnios, tirando-lhe o poder, dividindo sua
força, juntamente com a força do ser Dual, que havia sido corrompido.
À Pura Inocência, tirei-lhe a divindade, selando-a junto a Mim, ficando
somente escuridão e maldade selvagem. Quanto ao ser Dual, foi-lhe dividido o intelecto
em duas partes, a parte racional, na qual reside as trevas, isento de poder divino, a qual
pus o nome de ser Soma. A parte divina, na qual reside a essência de minha vontade,
permiti permanecer na forma Dual original, mantendo nela a bondade e parte de meu
poder, pus o nome de Mon. Esses, formados a partir do ser Dual, são afetados pela
influência da antes chamada Pura Inocência, e que luta através dos séculos, opondo-se à
minha suprema vontade.
Permiti que todos permanecessem no jardim e, juntamente com o Divino
Dual, subi à minha morada de luz a observar o ser Soma e o ser Mon. Há uma
memorial diante do Todo-Poderoso, no qual está escrito:
O ser Soma e o ser Mon voltarão a ser Dual, no dia em que seus corações
tornarem-se um, expulsando toda a fase deixada pela fonte má. O caminho da redenção
consiste em Soma encontrar o Mon, unir seus corações e expulsar o mal do jardim.
Espírito Soma e espírito Mon, coração Soma e coração Mon. Juntos no jardim,
aproximam-se do Dual.
Download

O Livro Sagrado de Arceus