SETÚBAL
JORNAL MUNICIPAL.julho | agosto 2011.ano 11.n.º 41
Mais escolas
a caminho
págs. 12 e 13
Sardinha
nas brasas
da glória
págs. 4 e 5
Bairro Afonso Costa ganha
centro escolar para 300
alunos. Quinta da Caiada
e Vale de Cerejeiras são
áreas em estudo
Obras do Fórum Luísa Todi em setembro
Sant’Iago garante
carreira de êxito
pág. 11
Férias refrescam
aprendizagem
págs. 16 e 17
Avenida despida
de preconceitos
pág. 18
Pentatlo
moderno
aponta
à vitória
pág. 19
págs. 6 e 7
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2SETÚBALjulho|agosto11
Acordo Ortográfico
O “Setúbal – Jornal Municipal” é escrito de acordo com as regras
do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aprovado em 1990,
que tem de entrar em vigor no País até ao início de 2014. Pedimos
a compreensão por qualquer lapso resultante da adaptação e das
dúvidas que ainda subsistem.
págs. 12 e 13
SETÚBAL
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pág. 19
sumário
4 PRIMEIRO PLANO Os investimentos no reforço e requalificação do parque escolar foram retomados com
benefícios para a população. Nas grandes obras destaque ainda para a remodelação do Fórum Luísa Todi.
8 LOCAL A renovação das redes de águas prossegue a bom ritmo. Isto num concelho com mais capacidade
de resposta a acidentes industriais, com a abertura do Caminho de Fuga da Mitrena.
10 TURISMO Uma viagem pelo esplendor da cidade, da serra e de Azeitão, com a baía em pano de fundo,
é feita em autocarro panorâmico. Outro fator de promoção turística esteve em alta, a Feira de Sant’Iago.
12 PLANO CENTRAL Sabe bem, faz bem e tem em Setúbal a morada que a torna a melhor entre iguais.
A sardinha assada navega no corredor da fama que a pode levar a ser uma das 7 Maravilhas da Gastronomia.
14 FREGUESIA S. Simão continua a receber novos equipamentos, tendo instalado um campo de basquetebol
de rua. As freguesias da Anunciada e do Sado apostam na recuperação de espaços públicos.
15 AMBIENTE A Autarquia está a abraçar as energias renováveis, com a instalação de soluções alternativas
em edifícios municipais. E continua a reassumir as tarefas de higiene e limpeza urbana na cidade.
16 INCLUSÃO Ateliers para os mais novos e, nalguns casos, igualmente para idosos são uma alternativa
para ocupação dos tempos livres. A proteção de crianças e jovens também é uma preocupação constante.
18 CULTURA O Carnaval de Verão garantiu animação no centro da cidade com um cheirinho a samba.
O canto lírico nacional conta com novas vozes graças a um concurso inspirado na diva Luísa Todi.
19 DESPORTO O Núcleo de Pentatlo Moderno da Escola Municipal de Desporto de Setúbal soma êxitos
aquém e além fronteiras. Mas a formação de jovens é o mais importante nesta fábrica de campeões.
20 EDUCAÇÃO A Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras disponibiliza
atividades para os alunos da zona. Nas escolas, os estudantes recebem fruta gratuitamente.
21 ACADEMIA A otimização da recolha seletiva foi desenvolvida com o apoio de investigadores da Escola
Superior de Tecnologia. Alunos da Escola Superior de Saúde adaptam a atividade física à diabetes.
22 RETRATOS Há mais de meio século que Mário Cruz remenda as redes que a faina esburaca. O fado
é a música de fundo que embala o trabalho paciente deste artesão que tem no Vitória a grande paixão.
23 INICIATIVA O Grupo Desportivo Setubalense “Os 13” marchou para a glória aos 90 anos de uma vida que
começou pela mão de um conjunto de rapazes. Pelo caminho, contam-se sucessos em várias modalidades.
24 PLANO SEGUINTE As Comemorações Bocagianas exaltam o poeta-maior de um município que está
em festa. A postos está ainda a campanha “Setúbal Mais Bonita”, que conta com o contributo de todos.
informações úteis
Câmara Municipal
Setúbal - Jornal Municipal
Propriedade:
Câmara Municipal de Setúbal
Diretora: Maria das Dores Meira,
Presidente da CMS
Edição: DICI/Divisão de Comunicação
e Imagem
Coordenação Geral: Sérgio Mateus
Coordenação de Redação: João Monteiro
Redação: Hugo Martins, Manuel Cordeiro,
Marco Silva, Susana Manteigas
Fotografia: Mário Peneque, Rui Minderico
Paginação: Humberto F.
Impressão: PROS-Promoções e Serviços
Publicitários, Lda
Redação: DICI - Câmara Municipal
de Setúbal, Paços do Concelho,
Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal
Telefone: 265 541 500
E-mail: [email protected]
Tiragem: 60.000 exemplares
Distribuição Gratuita
Depósito Legal N.º 183262/02
O Jornal Municipal é distribuído domiciliariamente
no concelho de Setúbal pelos CTT. Em caso
de deteção de alguma anomalia na distribuição,
é favor contactar a nossa redação pelo telefone
265 541 500.
Sugestões e informações dirigidas a este jornal
podem ser enviadas ao cuidado da redação
para o endereço indicado nesta ficha técnica.
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Av. Bento Gonçalves, 30 – D
Rua José Augusto Coelho, 27
265 550 200
212 180 729
Museu Sebastião da Gama
Balcão CMS: 265 550 228/29/30
Rua de Lisboa, 11
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Piquete de água 265 529 800
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Eletricidade 800 505 505
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espaços culturais
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Urgências
Rua do Corpo Santo, 7
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SOS 112
Serviços Centrais
Intoxicações
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217 950 143
equipamentos
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SOS Criança
desportivos
808 242 400
Polo da Bela Vista
Linha Saúde 24
Complexo Piscinas das Manteigadas
Av. da Bela Vista, 10
808 242 424
Via Cabeço da Bolota
265 751 003
Hospital S. Bernardo
265 729 600
265 549 000
Polo Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra
Hospital Ortopédico do Outão
Estrada Nacional 10, Pontes
Piscina Municipal das Palmeiras
265 543 900
265 706 833
Av. Independência das Colónias
Companhia Bombeiros Sapadores
265 542 590
Polo de S. Julião
265 522 122
Pct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)
Linha Verde CBSS
Piscina Municipal de Azeitão
265 552 210
800 212 216
Rua Dr. Agostinho Machado Faria
Bombeiros Voluntários de Setúbal
212
199
540
Polo Sebastião da Gama
265 538 090
Rua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão
Proteção Civil
Complexo
Municipal
212 188 398
265 739 330
de Atletismo de Setúbal
Proteção à Floresta
Estrada Vale da Rosa
Fórum Municipal Luísa Todi
117
265
793
980
Av. Luísa Todi, 61-67
Capitania do Porto de Setúbal
265 522 127
265 548 270
Pavilhão Municipal das Manteigadas
Comissão Proteção Crianças
Cinema Charlot – Auditório Municipal Via Cabeço da Bolota
e Jovens de Setúbal
265 739 890
Rua Dr. António Manuel Gamito
265 550 600
265 522 446
PSP
Pavilhão João dos Santos
Museu de Setúbal/Convento de Jesus
265 522 018
Rua Batalha do Viso
Galeria de Pintura Quinhentista
GNR
265 573 212
Rua do Balneário Dr. Paula Borba
265 522 022
265 537 890
editorial
3SETÚBALjulho|agosto11
Um símbolo
cultural
As obras do Fórum Municipal Luísa Todi vão recomeçar em setembro e, de acordo com
o calendário estabelecido pela empresa vencedora do concurso público para a reabilitação
da sala de espetáculos, no primeiro semestre de 2012 Setúbal já pode contar com a sua sala
de eleição em pleno funcionamento.
Importa, neste momento, assumir que este foi um processo complexo e mais moroso
do que a Câmara Municipal alguma vez desejou. Foi também um processo em que quisemos
assumir, plenamente, os riscos associados: riscos políticos, técnicos, administrativos,
organizacionais e financeiros.
O maior risco que assumimos foi, porém, o da forte possibilidade de, na eventualidade
de se verificarem atrasos na reabilitação da sala, ganharmos uma forte incompreensão
dos setubalenses perante uma obra parada, perante um Fórum Luísa Todi, símbolo cultural
do nosso concelho, que parecia abandonado e esquecido.
A adjudicação da obra, em julho passado, por 4,279 milhões
de euros, comprova que nunca o Fórum Luísa Todi foi esquecido
e que esteve sempre no centro das nossas preocupações.
A sala, como se pode ler nas páginas 6 e 7 desta edição
do Jornal Municipal, ficará dotada das mais modernas
condições de conforto para os espetadores e de realização
de iniciativas culturais. Setúbal fica, assim, com um espaço
cultural capaz de receber o melhor cinema, os melhores espetáculos que percorrem
o território nacional e as iniciativas dos nossos artistas e coletividades.
O Fórum Luísa Todi
esteve sempre no centro
das nossas preocupações
Nesta edição relata-se mais um investimento municipal na área da educação, o Centro
Escolar do Bairro Afonso Costa. Como é explicado na página 4, trata-se de uma obra,
orçada em 1,332 milhões de euros, que comprova o que escrevi há um ano, neste espaço,
a propósito da inauguração de outro equipamento escolar, a Escola da Brejoeira. Assegurei,
na altura, que aquela escola seria, “provavelmente, o maior investimento feito na melhoria
das condições de educação no nosso concelho nas últimas décadas”. Tal investimento refletia,
“com clareza, a opção municipal de priorizar, também, a educação e a preparação das nossas
crianças para que sejam capazes de enfrentar com melhores qualificações o futuro”.
O Centro Escolar do Bairro Afonso Costa é a continuação desta política municipal
de criação de mais e melhores condições para a educação das nossas crianças.
Para que o futuro seja melhor.
O caráter assistencialista do Plano de Emergência Social recentemente apresentado pelo
Governo e a “focalização” nas autarquias da concretização de algumas das medidas nele
previstas constituem um motivo de preocupação para todos os autarcas.
Perante um quadro de redução dos meios financeiros à disposição das Câmaras Municipais,
quer por via legislativa, quer por via do corte de receitas imposto pelo arrefecimento
global da economia, não deixa de ser estranho que o Governo se proponha a alijar mais
responsabilidades para Câmaras Municipais que já têm dificuldades em assegurar algumas
das suas responsabilidades mais imediatas.
O Plano de Emergência Social representa, por outro lado, uma visão do mundo que já
se julgava extinta no Portugal de Abril. A visão de um mundo de cidadãos de primeira
e de cidadãos de segunda, em que o que é necessário é dar uma esmola aos mais pobres,
em vez de apostar em políticas sérias e coerentes de combate à exclusão social.
As propostas contidas neste plano, entre outras, de oferecer aos idosos os medicamentos
em fim de vida, cuja venda é proibida por lei se estiverem a menos de seis meses do fim do
prazo de consumo, e a redução da fiscalização económica e alimentar nos refeitórios
a que os mais desprotegidos podem recorrer, demonstram uma visão do mundo em que
aos pobres apenas estão reservados os restos e a pobreza eterna.
Esta não é a nossa visão do mundo.
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
4SETÚBALjulho|agosto11
Novos investimentos
no parque escolar
A progressiva melhoria das condições de ensino no Concelho e a atenuação
das assimetrias socioeconómicas continuam a ser imperativos da Autarquia.
Um novo centro escolar vai nascer no município. A construção e a ampliação
de outras escolas também estão programadas
primeiro
plano
A
recente adjudicação da empreitada que permite criar o Centro Escolar do Bairro Afonso Costa, com capacidade para 300 crianças,
marca o regresso dos grandes investimentos
da Autarquia no parque escolar.
A obra, a iniciar em breve, inclui três novos
edifícios com oito salas de aula, um ginásio
polidesportivo e a recuperação de um imóvel
centenário, aumentando a oferta educativa
para as crianças da freguesia de S. Sebastião.
As intervenções que permitem criar o futuro
Centro Escolar do Bairro Afonso Costa, adju­
dicadas pela Autarquia pelo valor de 1 milhão,
332 mil e 365,96 euros, apresentam um prazo
de execução máximo de nove meses. A empreitada, a pagar no período de três anos, é
realizada no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Educação Pré-Escolar na
Área Metropolitana de Lisboa.
Esta intervenção, dividida em duas etapas,
encerra o primeiro ciclo de investimentos
da Câmara Municipal no parque escolar do
­Concelho (ver peça à parte), cujo objetivo
máximo visa a aplicação de escola a tempo
inteiro, em regime normal, em todos os estabelecimentos de ensino.
As obras na EB1/JI do Bairro Afonso Costa
incluem a construção de três novos edifícios,
com oito salas de aula, divisões para arrumos
e instalações sanitárias, que vão servir os
­alunos do ensino básico.
Para a parte exterior do recinto escolar está
prevista a remodelação total da área, com a
criação de novas áreas de recreio ao ar livre
e de um ginásio polidesportivo coberto, que
pode ser utilizado pelos alunos do ensino
­básico e pelas crianças em idade pré-escolar.
Posteriormente, a Autarquia vai avançar para
a recuperação do edifício centenário onde
atualmente decorrem aulas do 1.º ciclo do
ensino básico. Para a zona térrea está programada a instalação de um centro de recursos
educativos e uma biblioteca, enquanto para o
piso superior o projeto visa a criação de duas
salas de aula, mais amplas, e com novas condições de ensino.
Em funcionamento já está o pré-escolar do
Bairro Afonso Costa, equipamento construído no mesmo recinto, que custou cerca de um
milhão de euros, valor comparticipado em 117
mil e 600 euros pela DRELVT – Direção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo.
As intervenções neste estabelecimento de
ensino incluíram a construção de um novo
edifício de raiz para o pré-escolar, com duas
salas de atividades e uma terceira polivalente,
com capacidade para 50 crianças.
Espaços de serviços de apoio geral, nomea­
damente um refeitório e uma cozinha, comuns aos alunos da escola do 1.º ciclo situa­
da no mesmo recinto escolar, para mais de
230 crianças, foram igualmente construídos,
­assim como vários anexos e ainda uma área
de arrumos para a Divisão de Educação da
Autarquia.
O futuro Centro Escolar do Bairro Afonso
Costa, com uma tipologia que assenta numa
escola básica do 1.º ciclo com jardim de infância, tem capacidade para 12 salas de aula
– dez para o primeiro ciclo e duas para o jardim de infância – para um número máximo
de 300 alunos, e permite aplicar o conceito de
escola a tempo inteiro, com funcionamento
em regime normal.
Escola a tempo inteiro
O projeto de construção do Centro Escolar
do Bairro Afonso Costa é realizado em consonância com a Carta Educativa da Câmara
Municipal, tendo o programa e o dimensionamento deste estabelecimento escolar sido
definidos de acordo com os critérios de planeamento da rede educativa e com base nos
valores da pirâmide etária, visando a satisfação das necessidades futuras, para um funcionamento em regime normal.
As intervenções a realizar no estabelecimento de ensino permitem o aumento da oferta
naquela área habitacional da freguesia de
S. Sebastião, a mais assimétrica em termos
de ensino no Concelho, que conta, ainda,
com algumas escolas a funcionar em regime
­duplo, situação que a Autarquia espera vir a
resolver brevemente.
A concretização desta vontade municipal é
materializada, por exemplo, na EB1 n.º 11 do
Bairro Humberto Delgado, estabelecimento
de ensino que conta, atualmente, com quatro
turmas e somente duas salas de aula. A entrada em funcionamento do Centro Escolar do
Bairro Afonso Costa vai permitir que aquela
escola passe a lecionar em regime normal,
com apenas duas turmas.
Fases programadas
A aposta na melhoria do parque escolar do
Concelho continua a ser um dos eixos orientadores da Câmara Municipal de Setúbal, que
tem novas fases de investimento programadas.
A segunda fase inclui a edificação da EB1/JI da
Quinta da Caiada, equipamento com dez ­salas
de aula – sete para o 1.º ciclo e três para o pré­
‑escolar – cujo investimento deve rondar os
quatro milhões de euros.
5SETÚBALjulho|agosto11
Melhoria das condições de ensino
Um conjunto de intervenções de remodelação e apetrechamento em vários estabelecimentos de ensino que integram a rede escolar
do Concelho está a ser executado pela Câmara
Municipal de Setúbal e juntas de freguesia, no
âmbito do protocolo de delegação de competências, aumentando as condições de ensino
já no início do ano letivo.
Na Escola Básica de Vila Nogueira de Azeitão
as obras incluem a construção de uma copa e
um refeitório e a remodelação total da instalação elétrica. Neste estabelecimento de ensino, além de pequenos trabalhos de pintura,
está também a ser instalado um monobloco
que vai acolher uma biblioteca e um centro de
­recursos educativos.
Já na Escola Básica n.º 1 do Faralhão as intervenções visam a substituição integral da cobertura e, à semelhança daquele estabelecimento de ensino de Azeitão, a construção de
uma copa e um refeitório, a remodelação da
rede elétrica e trabalhos ao nível de pintura.
Na EB1 n.º 4 dos Pinheirinhos e na Escola
­Básica de Casal de Bolinhos, em Azeitão, a
Câmara Municipal está a avançar, igualmente,
com intervenções de substituição da cobertura dos edifícios.
Os trabalhos para instalação de uma unidade de apoio especializado para crianças com
multideficiência estão também a decorrer na
EB1 n.º 5 do Peixe Frito. As obras consistem
na adaptação e no apetrechamento de uma
sala com materiais didáticos e lúdicos necessários para o ensino especial e a criação de
instalações sanitárias adaptadas.
Um monobloco climatizado para a criação
de uma área destinada às atividades de enriquecimento curricular está a ser instalado na
EB1 n.º 8 do Bairro da Conceição, enquanto
na Escola Básica e Jardim de Infância da Bela
Vista decorrem trabalhos de adaptação de
instalações sanitárias para crianças portadoras de deficiência.
A melhoria das condições dos estabelecimentos de ensino inclui ainda, além de pequenas
reparações pontuais, a remodelação das instalações elétricas nas escolas básicas n.º 1 das
Areias, de São Gabriel, n.º 3 do Montalvão, da
Azeda, n.º 6 do Monte Belo, n.º 8 do Bairro da
Conceição, n.º 1 do Faralhão e n.º 9 do Casal
das Figueiras e na Escola Básica e Jardim de
Infância do Montalvão.
Equipamentos potenciam educação
Localizada na freguesia de S. Sebastião, a
­escola vai servir as áreas da Azeda e do Monte Belo Norte, além do Alto da Guerra, zonas
de potencial crescimento demográfico e com
muitas zonas comerciais.
Intervenções de ampliação, que permitem
colocar as turmas em funcionamento de regime normal, estão também previstas para a
EB1/JI do Viso e EB1 n.º 9 do Casal das Figueiras, obras cujo valor global deve rondar os 2,6
milhões de euros.
As intervenções na EB1/JI do Viso afiguram­
‑se mais complexas por exigirem a demolição
do edifício onde atualmente funciona a unidade de pré-escolar e a construção, de raiz, de
uma copa e um refeitório, além de novas salas
de aula.
Na EB1 n.º 9 do Casal das Figueiras o projeto
incide, essencialmente, na ampliação da escola, com a edificação de quatro novas salas
de aula. A melhoria geral do recinto é outro
aspeto em consideração.
Numa terceira fase de investimentos, a Autarquia tem em estudo a construção da EB1/
JI de Vale de Cerejeiras, que permitirá colocar
em regime normal a EB1 dos Pinheirinhos e a
EB1/JI das Amoreiras.
Da intenção à realidade, o ano de 2010 ficou
marcado pela entrada em funcionamento de
novos estabelecimentos de ensino do 1.º ciclo
e de pré-escolar, permitindo a integração de
mais 825 crianças no sistema escolar do Concelho.
Os novos equipamentos, todos já em pleno
funcionamento, permitem o aprofundamento do conceito de escola a tempo inteiro
e constituem uma aposta ímpar na educação
em Setúbal, com obras qualificadoras para
tornar a região mais atrativa e com melhores
condições de vida.
Na cidade, intervenções na antiga EB 2,3
­Luísa Todi permitiram dotar esta escola com
1.º ciclo e pré-escolar, nascendo a Escola
­Básica Integrada/Jardim de Infância Luísa
Todi, a primeira em Setúbal com esta tipologia. Este equipamento, localizado na freguesia de S. Sebastião, constituiu mesmo uma
das áreas prioritárias de intervenção do Concelho em termos educacionais, em virtude
dos desequilíbrios existentes entre a oferta e
a procura educativa.
A nova escola, que permitiu a integração de
275 crianças no parque escolar, representou
um investimento superior a dois milhões
de euros, verba suportada pela Câmara Mu-
nicipal, com um financiamento de 676 mil
e 999,58 euros dos fundos comunitários,
ao abrigo do Programa de Requalificação da
Rede Escolar do 1.º Ciclo do Ensino Básico e
da Educação Pré-Escolar, no âmbito do QREN
– Quadro de Referência Estratégico Nacional.
O novo edifício da atual EBI/JI Luísa Todi
conta com 11 salas de aula – três para o pré­
‑escolar e oito para o ensino básico –, refeitório, cozinha e áreas administrativas. Salas
de trabalho para os educadores e polivalente
para pequenos grupos, quatro espaços de
educação plástica e uma sala de informática
integram também este espaço escolar.
O apetrechamento da escola estendeu-se
ainda ao nível de exteriores, com a instalação
de diversos equipamentos lúdicos na zona de
recreio, criação de zonas verdes e montagem
de mobiliário, como mesas e bancos.
Em Azeitão, o Centro Escolar da Brejoeira,
erguido de raiz, também recebe alunos em
idade de pré-escolar e 1.º ciclo. Instalado
numa zona carenciada de um equipamento
escolar, serve 375 crianças das duas freguesias de Azeitão – S. Lourenço, onde fica localizada, e S. Simão.
Esta escola, num investimento superior a 3,5
milhões de euros, foi igualmente candidatada
pela Câmara Municipal ao programa de Requalificação da Rede Escolar do 1.º Ciclo do
Ensino Básico e da Educação Pré-Escolar, no
âmbito do QREN, sendo financiada em 800
mil euros.
O Centro Escolar da Brejoeira é composto por
12 salas para 1.º ciclo e três para pré-escolar,
cozinha e zona de refeitório, um ginásio e um
auditório multiusos. Possui ainda um centro
de recursos educativos, uma área de expressões plásticas e informática e uma sala polivalente, que, entre outros usos, se destina à
componente de apoio à família no pré-escolar.
Uma outra sala de aula, que inicialmente não
estava incluída no projeto, adaptada para alunos de uma unidade de ensino especial, com
multideficiência, também funciona neste estabelecimento de ensino.
Alargamento do pré-escolar
Além da construção destas escolas, a Autarquia apostou fortemente na componente do
pré-escolar, executando obras de adaptação
em três estabelecimentos de ensino básico
– Vendas de Azeitão, Bairro Afonso Costa e
Gâmbia – que assim ficaram aptos a receber
um total de mais 175 crianças.
A construção dos pré-escolares constituiu
num investimento superior a dois milhões
de euros, comparticipados em cerca de 300
mil euros pela DRELVT – Direção Regional de
Educação de Lisboa e Vale do Tejo.
O primeiro ciclo de investimentos da Câmara Municipal de Setúbal no parque escolar
do Concelho, que rondou os nove milhões de
euros, é agora encerrado com a construção do
Centro Escolar do Bairro Afonso Costa.
Paralelamente a estas intervenções, pautadas
pelo uso constante de critérios de eficiência
na gestão do parque escolar, a Câmara Municipal continua a apoiar a dinâmica dos projetos e atividades pedagógicos, com várias ações
em diversas vertentes educativas, e a reforçar
as parcerias com a comunidade educativa.
6SETÚBALjulho|agosto11
Fase final
nas obras
do Fórum
primeiro
plano
A fase derradeira da obra de requalificação
do Fórum Municipal Luísa Todi arranca
em setembro. As intervenções abrangem
a beneficiação total do equipamento,
criando um espaço moderno que perpetua
a tradição setubalense. A principal sala
de espetáculos da cidade abre portas no
segundo semestre de 2012
A
s
intervenções no Fórum Municipal Luísa Todi, equipamento que constitui uma das grandes memórias coletivas dos setubalenses, estão prestes a entrar na fase final,
numa empreitada superior a quatro milhões de euros.
As profundas obras de ampliação e modernização, que
permitem criar novas dinâmicas culturais, são retomadas
já em setembro, com a adjudicação da empreitada “Ampliação e Modernização do Fórum Municipal Luísa Todi”,
aprovada em julho pela Autarquia, devendo a principal
sala de espetáculos da cidade abrir portas no segundo
­semestre de 2012.
As obras de requalificação do imóvel urbano foram
atribuí­das à empresa Alexandre Barbosa Borges, S.A.,
classificada em primeiro lugar no grupo de 16 concorrentes, pelo valor de 4 milhões, 279 mil e 461,71 euros, que
dispõe de um prazo máximo de execução de sete meses.
A beneficiação geral de todo o edifício contempla a ampliação do palco para 12 metros de profundidade, através
da demolição da empena nascente, intervenção que permite a realização de um conjunto mais variado de espetáculos do que anteriormente.
A criação de uma sala polivalente a construir por cima do
palco, a edificação de novos camarins e o alargamento da
zona técnica da cabina de projeção e da régie são operações também previstas na execução da empreitada.
A melhoria das condições do equipamento a nível de conforto, acústica e visionamento é outro dos imperativos
deste projeto, que envolve, igualmente, o incremento da
segurança dos utilizadores, nomeadamente através da
instalação de compartimentação corta-fogo e de portas
antipânico.
A eliminação de barreiras arquitetónicas, com a construção de uma rampa de acesso ao edifício e à sala de espetáculos, e a criação de instalações sanitárias para cidadãos
portadores de deficiência são outras ações programadas.
A modernização do Fórum Municipal Luísa Todi é um dos
projetos do ReSet – Programa de Regeneração Urbana
do Centro Histórico de Setúbal, executado no âmbito de
uma candidatura liderada pela Autarquia aprovada pelo
­PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa,
ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico
Nacional.
Modernidade
na tradição
O Fórum Municipal Luísa Todi, inaugurado
a 24 de julho de 1960 e desde 1990 propriedade da Câmara Municipal, prepara­‑se para
viver uma nova vida, depois de um percurso
histórico conturbado.
O espaço sucedeu ao Cine-Teatro Luísa Todi
que, por sua vez, substituiu o Teatro Rainha
D. Amélia, edifício do final do século XIX,
considerado uma joia da arquitetura de interiores e um marco da história teatral local
e nacional.
Após a implantação da República, o Teatro
D. Amélia, em 1911, passou a designar-se
Teatro Avenida. O edifício degradou-se e,
em 1915, a Academia Sinfónica de Setúbal,
instalada no equipamento, rebatizou-o de
“Luísa Todi”.
Em maio de 1918, depois de um período de
encerramento, o “Luísa Todi” reabriu modernizado com eletricidade e transformou­
‑se, desse modo, num equipamento adap-
tado a cinema, um cine-teatro. O espaço
entrou em fase de decadência e passou por
diferentes proprietários, até que, adquirido
pela Companhia União Fabril, foi demolido
para se construir o edifício atual, de traça
modernista por oposição à antiga sala, de
inspiração italiana.
O imóvel, desenhado pelo arquiteto Fernando Silva, começou a ser erguido em
1958. Foi inaugurado dois anos depois numa
cerimónia com a presença de duas figuras
cimeiras do Estado Novo – Américo Tomás,
então chefe de Estado, que presidiu ao ato, e
o cardeal Cerejeira.
Trinta anos depois, o equipamento cultural
foi adquirido pela Câmara Municipal. Desempenhando um papel insubstituível na
vida cultural e recreativa da comunidade
­local, ao acolher iniciativas de todo o género, tornou-se um dos espaços de encontro
privilegiado dos grandes momentos da vida
social e artística da cidade, e uma das grandes memórias coletivas dos setubalenses.
A necessidade de travar o processo de degradação do imóvel e de modernizar o edifício, aumentando-lhe as valências e as
capacidades de uso, justifica as obras que a
Autarquia decidiu lançar.
7SETÚBALjulho|agosto11
Estrutura
robusta
As obras de remodelação têm decorrido em várias frentes, tendo
começado pela remoção das cadeiras da plateia e do balcão, bem
como dos adereços e peças de interesse museológico.
Posteriormente, foram prefabricadas, em estaleiro, duas estruturas para suportar o edifício durante os trabalhos de demolição
e reconstrução, tanto ao nível do
apoio das fachadas como do teto.
A demolição da fachada nascente viabilizou o prolongamento do
edifício e permitiu o arranque das
obras do palco, que vai crescer cerca de cinco metros para facilitar a
capacidade cénica na realização de
espetáculos.
O piso da cave aumentou cerca de
dez metros para albergar as instalações elétricas, um depósito de
água para combate a incêndios e
equipamentos de ar condicionado, sendo o novo revestimento das
paredes em madeira para melhoria
do desempenho acústico da sala.
As obras contemplam, igualmente,
o reforço da estrutura com a implementação de fundações especiais,
que conferem maior capacidade
antissísmica ao edifício. O reforço
foi feito na cave já existente e na
nova, assim como ao nível da cobertura do equipamento. No total,
25 toneladas de perfis metálicos
garantem que não haja um colapso
do edifício perante um terramoto.
O reforço antissísmico também
contempla os pilares, envolvidos
por uma estrutura metálica em
que foi injetada uma resina entre
o metal e o betão para uma absoluta consolidação. Uma vez que os
terrenos envolventes ao Fórum são
constituídos predominantemente
por areias e lodo, foi necessário
fixar estacas em solo firme, que se
encontra a 18 metros de profundidade.
O teto do auditório do Fórum Luísa
Todi é uma parte que ficará preservada. Para que esta recuperação
fosse possível, houve a necessidade de montar um andaime a todo
o tamanho da sala. Um trabalho
de alguma complexidade, uma vez
que tanto o pavimento como o teto
são inclinados. E foi preciso ter em
conta os vários trabalhos a decorrer em simultâneo.
Foram várias as peças retiradas
antes do início das obras de remodelação do Fórum, que, pelo seu
valor histórico e patrimonial, vão
ter um acolhimento museológico,
nomea­damente um projetor Philips de 70 mm, que tecnicamente
não foi possível recuperar.
Iluminação pública
aposta na poupança
A Câmara Municipal de Setúbal apresentou uma candidatura a fundos comunitários para a instalação de iluminação de espaços públicos à base de tecnologia LED,
uma medida que, caso seja aprovada, representa uma
poupança superior a 20 mil euros por ano.
O projeto implica a substituição das habituais lâmpadas
a vapor de sódio pelas económicas LED nas avenidas 5
de Outubro, Alexandre Herculano, Manuel de Arriaga e
Mariano de Carvalho, na Praça do Vitória Futebol Clube
e nas ruas Alferes Pinto Vidigal, Baluarte do Socorro e
Joaquim Brandão.
A candidatura contempla também os jardins de Vanicelos e da Algodeia, neste
último espaço verde com
vista ao reforço dos postes
de iluminação LED, uma vez
que o local já se encontra
dotado desta tecnologia no
âmbito de outra candidatura
do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Outra zona verde beneficiada pela intervenção é o
Jardim do Bonfim, onde, independentemente da apro­
vação do atual processo de
candidatura, a Câmara Municipal já instalou esta solução de iluminação pública.
Caso seja aprovada, a candidatura que a Autarquia apresentou ao PORLisboa –
Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito
do eixo “Sustentabilidade Territorial”, ao abrigo do
QREN, conta com financiamento comunitário de 50 por
cento do valor considerado elegível, sendo que o total
do ­investimento se cifra em 210 mil e 519,96 euros.
Existem ainda outras vias contempladas nesta candidatura, nomeadamente as avenidas 22 de Dezembro,
Dr. António Rodrigues Manito, Manuel Maria Portela e
República da Guiné-Bissau, onde, em vez de lâmpadas
LED serão colocados balastros eletrónicos.
Esta opção técnica deve-se ao facto de naquelas vias,
com tráfego rodoviário significativo, os postes de iluminação terem oito metros de altura, o que reduz a eficiência das lâmpadas LED, mais eficazes até cerca de
cinco metros.
Os balastros eletrónicos permitem poupanças da ordem dos 40 por cento durante o arranque das lâmpadas
convencionais, período em que o consumo de energia
sobe vertiginosamente.
Já as lâmpadas de tecnologia LED, sigla inglesa para
diodo emissor de luz, reduzem de forma assinalável o
consumo de energia, pois, em vez das habituais potências de 100, 125 e 150 watts
atualmente utilizadas na
cidade, necessitam apenas de 26 watts em média,
chegando, pontualmente,
aos 60.
No total do projeto está
prevista a intervenção em
531 candeeiros públicos de
Setúbal.
Sinal verde
à redução
Fora do âmbito dos apoios
comunitários, a Câmara
Municipal está a estudar
a instalação de lâmpadas
LED em todos os semáforos da rede viária do Concelho.
A finalidade é a troca de todas as lâmpadas convencionais, com 100 watts de potência, por LED de apenas 9
watts.
Além de esta medida representar um reforço na segurança rodoviária, pois a tecnologia LED aumenta a visibilidade dos sinais, a Autarquia, num investimento na
ordem dos 280 mil euros, conta reduzir a fatura energética em cerca 80 mil euros por ano.
Existem atualmente cerca de 1500 lâmpadas de semáforos em todo o concelho de Setúbal.
Programa da Bela Vista avança
A instalação de um equipamento
infantil numa área do Bairro das
Manteigadas é a principal intervenção de um dos vários projetos
que a Câmara Municipal está a fazer
avançar no âmbito do RUBE – Programa de Regeneração Urbana da
Bela Vista e Zona Envolvente.
Este programa, catalisador de novas dinâmicas sociais, engloba um
total de 18 projetos, financiados
por fundos comunitários através do
PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito
do QREN – Quadro de Referência
Estratégico Nacional. A empreitada
“Instalação de Equipamento Infantil e Requalificação de Zona Envolvente no Bairro das Manteigadas”,
a decorrer desde o final de junho,
constitui um investimento global no valor de 95 mil e 229 euros,
verba comparticipada em 47 mil e
614,50 euros.
A realização de obras necessárias
à requalificação e adaptação de um
dos espaços públicos do bairro, em
concreto nas traseiras da Rua João
Augusto Rosa, é um dos objetivos
desta ação, que envolve um conjun-
to de intervenções ao nível do mobiliário urbano, com a instalação de
um equipamento de lazer infantil e
de bancos de jardim.
A implementação deste projeto
permite também melhorar as condições de atratividade desta área de
convívio e lazer, através de intervenções que incluem a substituição
de pavimentos, a colocação de nova
arborização, o reforço da iluminação pública e a introdução de elementos que impeçam o estacionamento desorganizado.
A realização de cinco documentários audiovisuais sobre a Bela ­Vista,
com diferentes abordagens da rea­
lidade do bairro, com o intuito de
eliminar alguns estereótipos consolidados, é outro dos projetos já
iniciados.
Os documentários, que pretendem
constituir-se como instrumentos
de reflexão, em virtude dos vários,
e por vezes inesperados, pontos de
vista, são realizados por jovens cineastas. O projeto representa um
investimento de 100 mil euros, valor comparticipado em 50 por cento
por fundos comunitários.
8SETÚBALjulho|agosto11
Exposição mostra obras
Intervenção
reforça
redes
A atividade do Departamento das Obras Municipais da Câmara
Municipal está patente, até ao final de setembro, no Parque Urbano de Albarquel, no Quiosque do Conhecimento. Cinco painéis informativos e um filme divulgam o trabalho feito pelas seis
divisões daquela unidade da Autarquia. A mostra disponibiliza
dados comparativos desde 2008 em áreas como a frota municipal
de veículos, os equipamentos culturais construídos ou remodelados, os estabelecimentos de ensino e trabalhos na rede viária.
Um conjunto de intervenções de melhoria das redes de abastecimento e drenagem de águas
está a decorrer no Concelho. As empreitadas em curso, em Setúbal e Azeitão, constituem
um investimento global superior a 300 mil euros. As obras incluem a criação e a reabilitação
de vários troços deste tipo de infraestruturas urbanas
A Câmara Municipal dá continuidade
ao trabalho desenvolvido na beneficiação das redes de abastecimento e
drenagem de águas, tendo avançado
com um conjunto de empreitadas que
dão uma resposta direta às necessidades dos munícipes.
A execução das infraestruturas necessárias ao abastecimento de água à
Gâmbia, a partir do sistema do Faralhão, numa extensão superior a dois
quilómetros, é a principal ação de
uma das empreitadas que a Autarquia
tem em curso.
A operação, orçada em cerca de 120
mil euros, com conclusão prevista
para o final de agosto, é concretizada
pelo prolongamento da rede de distribuição de água no Bairro da Bonita até ao ponto de ligação na Rua da
Gâmbia.
Dado que as pressões mínimas de
serviço não poderiam ser asseguradas por um sistema gravítico, a Autarquia optou pela instalação de uma
central hidropressora, colocada num
pequeno edifício prefabricado, em
conjunto com tubagem e acessórios
complementares e um quadro elétrico.
Em execução está ainda, nas ruas da
Morgada e Chamburginha, uma empreitada, no valor a rondar os 44 mil
euros, de prolongamento da rede de
abastecimento de água, enquanto
numa área junto do Parque de Vanicelos, uma obra no valor de cerca de
14 mil euros, está a instalar um novo
coletor de desvio, corrigindo uma
situação verificada na rede daquela
área.
Em Brejos de Azeitão, na Rua de Lisboa e na Praceta do Impasse, trabalhos inerentes ao prolongamento da
rede de drenagem de águas residuais
domésticas, que inclui a colocação de
coletores gravíticos numa extensão de
cerca de 420 metros, estabelece a ligação à ETAR da Quinta do Conde.
Esta empreitada, orçada em cerca de
102 mil euros, com conclusão prevista
para setembro, inclui ainda a reabilitação de um troço de conduta da rede
de águas e respetivos ramais, numa extensão de 55 metros, e ligação à rede na
Rua da Antiga Fábrica do Tomate e Rua
de Lisboa.
Já na Rua de São Gonçalo, também em
Brejos de Azeitão, estão em execução
trabalhos de reabilitação da rede de
abastecimento de água. A empreitada,
no valor de 25 mil euros, é realizada
entre as ruas Brejos de Clérigos e Sociedade Musical Brejos de Clérigos,
devendo estar concluída também em
setembro.
local
Paços do Concelho
motivam proteção
O edifício dos Paços do Concelho consta da lista de Imóveis em Vias de Classificação
do IGESPAR – Instituto de
Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, de
acordo com anúncio publicado em julho em Diário da
República.
Até à divulgação final da classificação, que pode incidir
numa das três tipologias de
interesse – nacional, público ou municipal –, o imóvel
passa a integrar uma zona
geral de proteção com 50
metros, imposição determinada através da Lei de Bases
da Política e do Regime de
Proteção e Valorização do Património Cultural.
Os edifícios localizados na
zona geral de proteção, área
estabelecida a partir dos limites externos dos Paços do
Concelho, ficam ao abrigo
das disposições legais em vigor, que determinam, entre
outras, o dever de comunicação de situações de perigo
Autarquia adapta edifício
A Câmara Municipal está a preparar um conjunto de obras de
adaptação de um espaço nas instalações camarárias na Rua Camilo Castelo Branco, onde funcionam os serviços de Higiene e
Limpeza, com o intuito de melhorar as condições de trabalho dos
funcionários. As intervenções, com a duração de cerca de dois
meses, são realizadas por uma empreitada orçada em perto de 55
mil euros, e incluem a criação de novos balneários e vestiários,
melhorias no refeitório e a reabilitação total das redes técnicas.
Novos acessos pedonais
A criação de novos acessos pedonais num troço com cerca de 170
metros na Avenida do Alentejo, na zona do Monte Belo, é o principal objetivo de uma obra realizada por administração direta,
ou seja, com recurso a meios próprios da Câmara Municipal. As
intervenções, com conclusão prevista para setembro, incluem a
criação de passeios, a elevação de lancis e a definição de caldeiras
para as árvores existentes. A obra melhora as condições de acessibilidade e garante a segurança pedonal dos transeuntes.
Pavilhão ganha condições
A instalação de paredes no pavilhão utilizado pelo destacamento
de Azeitão da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal foi
a principal ação de uma empreitada, no valor superior a 15 mil
euros. A intervenção, já finalizada, e que permitiu melhorar as
condições de trabalho dos bombeiros e o serviço prestado às
populações, incluiu ainda a execução de pilares e lintéis de travamento em betão armado, o fornecimento e assentamento de
portão de correr e a substituição das chapas da cobertura.
que ameacem ou possam afetar o seu interesse como bem
cultural e o pedido de autorização de obras e intervenções
nos bens imóveis.
A abertura do procedimento
administrativo de classificação por parte do IGESPAR
resulta de uma proposta
apresentada pela Câmara
Municipal de Setúbal, que
teve em consideração a relevância histórica, arquitetónica e artística deste exemplar
de arquitetura pública.
Cemitério mais condigno
O cemitério de Nossa Senhora da Piedade foi alvo de um conjunto
de obras de beneficiação, promovidas pela Câmara Municipal. A
empreitada, no valor de cerca de 11 mil euros, finalizada no início
de julho, consistiu no reforço da iluminação geral do espaço e na
construção de muros e de um telheiro na zona de ampliação do
cemitério. A implementação de troços de tubagem para reforço
da rede de águas foi outra das ações executadas na empreitada,
que dá continuidade ao trabalho de beneficiação do cemitério.
9SETÚBALjulho|agosto11
Caminho dá segurança à Mitrena
O aumento das condições de
segurança e de acesso à península
industrial de Setúbal em situações
de emergência é consolidado com o
Caminho de Fuga da Mitrena. A via é
de utilização exclusiva para veículos
envolvidos em intervenções de socorro
e operações de evacuação
A península industrial de Setúbal está mais segura com a
­entrada em funcionamento do Caminho de Fuga da Mitrena,
uma via com 4,2 quilómetros, de acesso exclusivo a veículos de
proteção e socorro em cenários de emergência e que permite
executar operações de evacuação.
“Até agora a única via de acesso à Mitrena, a partir do cruzamento
das Praias do Sado, junto da central termoelétrica, era a Estrada
Nacional 10-4. Em caso de acidente ou bloqueio desta via, a evacuação da zona e a entrada dos meios de socorro seriam seriamente
comprometidas”, frisou a presidente da Câmara Municipal de
Setúbal na abertura oficial da estrada, no final de ­julho.
Maria das Dores Meira, reforçando que o ­“caminho de fuga é
crucial para a segurança de milhares de pessoas que trabalham na
zona industrializada e garante a segurança e uma melhor prestação do socorro de toda a zona urbana de Setúbal”, adiantou que o
caminho é o “exemplo perfeito do que deve ser a atividade da proteção civil como estrutura de prevenção e planeamento de riscos”.
As obras de construção do caminho de fuga, via com um total de 4,2 quilómetros e uma largura mínima de 3,5 metros,
constituíram um investimento da Autarquia da ordem dos 60
mil euros. Foram executadas por elementos do Regimento de
Engenharia n.º 1 do Exército.
“Só este apoio e colaboração possibilitou que ­tenhamos conseguido executar este caminho por um tão baixo preço, assegurado pelo
protocolo que assinámos com o Exército Português e que assim quis
pôr os seus meios ao serviço da segurança e da prevenção de riscos”,
destacou a presidente da Câmara Municipal.
Já o comandante das Forças Terrestres do Exército, o general
Amaral Vieira, manifestou o sentimento de dever cumprido.
“As intervenções foram um contributo importante para o aumento
de segurança em prol da comunidade. Foi uma missão de caráter
de interesse público realizada de forma eficiente”, evidenciou o
oficial.
O Caminho de Fuga da Mitrena, cuja gestão, no futuro, é assegurada pela Proteção Civil Municipal, surgiu de uma sinergia
gerada entre Câmara Municipal de Setúbal, CP, Refer, Portucel
e Sapec, empresa responsável pela elaboração do projeto da
nova via, construída com parecer favorável da Reserva Natural
do Estuário do Sado.
Observatório
valoriza seniores
Visitas terminam em S. Sebastião
O trabalho de terreno do projeto “Ouvir a População, Construir
o Futuro”, que leva Executivo e
técnicos municipais a percorrer,
minuciosamente, as freguesias do
Concelho num conjunto de visitas
de levantamento de necessidades
das populações, é finalizado em
setembro.
Após a conclusão desta fase do
projeto desenvolvido pela Câmara
Municipal de Setúbal, que atualmente decorre em S. Sebastião,
uma das freguesias urbanas mais
populosas do País, realiza-se uma
série de reuniões públicas com os
munícipes.
Os encontros com a população, já
efetuados nas freguesias de S. Simão, de S. Lourenço e de Gâmbia,
Pontes e Alto da Guerra, permitem
mostrar as conclusões do trabalho
de terreno e apresentar possíveis
soluções às necessidades identificadas.
Esta iniciativa, iniciada em 2010, é
realizada no âmbito da sigla “Município Participado” e assenta no
envolvimento dos munícipes na
tomada de decisão autárquica, com
o lema ouvir as populações, partilhar problemas e encontrar soluções.
O contributo para a criação de novas estratégias e políticas que
visem a promoção da qualidade de vida e um envelhecimento
ativo é a principal meta do Observatório Social de Setúbal (OSS),
projeto multidisciplinar apresentado à população em julho.
A necessidade de introdução de mudanças tendo em vista o desenvolvimento e a valorização do papel social do idoso é ­outro
objetivo desta iniciativa, dinamizada pela Uniseti – Universidade Sénior de Setúbal, em parceria com a Câmara ­Municipal e o
Instituto Politécnico de Setúbal.
O levantamento e a caracterização da população com mais de 60
anos residente no Concelho são o ponto de partida deste trabalho, iniciado no primeiro trimestre deste ano. Em execução está
também a recolha das respostas sociais adequadas à ­população
sénior já existentes.
A criação de linhas estratégicas e a apresentação de propostas
práticas, numa lógica de voluntariado e solidariedade, o acompanhamento periódico e a atualização das medidas de ação identificadas integram também as prioridades de intervenção do
Observatório.
Uma equipa de intervenção, composta por voluntários das áreas­
de sociologia, psicologia e serviço social, com coordenação a
cargo da Uniseti, vai executar os objetivos definidos de acordo
com a metodologia estabelecida para as fases distintas.
turismo
10SETÚBALjulho|agosto11
Apetite real
em noites
seiscentistas
À descoberta
dos encantos
Momentos únicos de contemplação das maravilhas naturais e do património do Concelho
são proporcionados no “Bus Tour Arrábida”. Numa simbiose entre o rural e o urbano,
o circuito turístico em autocarro percorre cantos e recantos de Setúbal, Arrábida e Azeitão.
As potencialidades da região estão à descoberta todos os sábados até 17 de setembro
Das belezas naturais e paisagísticas à atividade vitivinícola e ao fabrico artesanal do
azulejo, são vários os pontos de interesse
que podem ser observados na terceira edição deste percurso turístico, promovido
pela Câmara Municipal de Setúbal em parceria com as empresas “Mil Andanças” e
TST.
O “Bus Tour”, realizado em autocarro com
vista panorâmica, com partida em frente do
Esperança Centro Hotel, às 10h00, percorre
a zona ribeirinha da cidade rumo a Azeitão,
com passagem pela Arrábida, abrangendo
as praias, os pinhais, as vinhas e as aldeias
históricas.
Da observação do Parque Urbano de Albarquel, a partir do sopé da serra, seguem-se
passagens pela Comenda, pelo Vale da Rasca,
propício à agricultura e à pastorícia, e pela
coudelaria Xavier de Lima, dedicada à criação
do cavalo lusitano.
À chegada a Azeitão, a São Simão Arte é paragem obrigatória. Na oficina de fabrico artesanal de azulejos, com cerca de 30 anos, são
mostradas as várias etapas do fabrico deste
artefacto que constitui um património da região.
Já no centro de Vila Nogueira de Azeitão, o interesse é focado nas Caves José Maria da Fonseca, fundada em 1835. A visita à sala-museu,
que expõe fotografias, documentos e muitas
medalhas, como a primeira ganha em 1855,
em Paris, com o conhaque moscatel, que permitiu, a partir daí, a exportação, é imperativa.
Concelho vive animação
O regresso a Setúbal é complementado pelo
verde da Serra da Arrábida, pelo extenso
areal das praias banhado pelo oceano, pela
renovada península de Troia e pela deslumbrante baía de Setúbal, considerada uma das
mais belas do mundo.
As viagens turísticas, com cerca de três horas, em funcionamento todos os sábados até
17 de setembro, têm um custo de dez euros
para adultos e de cinco para crianças dos 7
aos 11 anos.
As reservas para as viagens em autocarro turístico podem ser feitas através do número
telefónico 265 532 979 ou do correio eletrónico [email protected], contactos que
servem ainda para obter informações sobre
este serviço.
Música, gastronomia e artesanato
marcam as diversas festas que, no
período de verão, promovem o convívio e a interação entre as pessoas.
Qualquer que seja o motivo, de cariz
meramente popular ou por devoção
ao sagrado, o Concelho respira animação.
Em Vendas de Azeitão, as Festas de
S. Simão assinalaram os 441 anos
da freguesia. Tasquinhas, animação
musical e feiras do livro e de artesanato estiveram presentes no certame, entre os dias 5 e 7 de agosto.
No calendário deste mês consta
ainda a Festa de Nossa Senhora da
Conceição, de 12 a 15, festejos que
O ambiente da outrora vila de Setúbal no ano
de 1641, no reinado de D. João IV, é revivido
no Forte de S. Filipe, o cenário escolhido para
as “Ceias Seiscentistas”, que junta gastronomia, artes circenses e demonstrações militares.
O ciclo de um conjunto de quatro recriações
históricas iniciadas em junho, que ocorrem
num período após a Restauração da Independência, conta ainda com sessões a 27 de agosto e 24 de setembro.
Um piqueiro e um mosqueteiro encaminham
os visitantes para o comandante da guarnição,
oficializando as boas-vindas, momento em
que é feita uma breve contextualização histórica do momento a recriar.
Sempre com música seiscentista a acompanhar o serão histórico, um faustoso banquete,
em que os utensílios utilizados à refeição são
réplicas dos usados na época, é servido.
Os sabores do século XVII, experienciados em
pratos como codornas com espécies de longe,
costados de porco com adoba, laparotos assados e perna de vitela mamona, são acompanhados de momentos de animação, onde um
elenco de atores, em interação com o público,
recria personagens populares da época.
Saciados os caprichos alimentares, as atenções centram-se no terraço do baluarte do
Forte de S. Filipe, onde decorrem várias demonstrações militares, que incluem disparos
de mosquete e simulações de ataque e defesa
com diversas armas do século XVII.
Dança e artesanato, com artífices a trabalharem ao vivo prata, azulejos e cerâmica, fazem
também parte das “Ceias Seiscentistas”, organizadas pela Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal, em parceria com as Pousadas de
Portugal e com apoio da Câmara Municipal.
Os bilhetes custam, para os adultos, 45 euros,
enquanto a entrada das crianças fica pelos
32. Existem ainda pacotes especiais para casais, a 86 euros, e para famílias, a 146. Mais
informações sobre as “Ceias Seiscentistas”,
realizadas no âmbito do programa municipal “Noites com... estória”, encontram-se na
­página de internet www.passadovivo.com.
renovam sempre a devoção na Aldeia da Piedade. De Azeitão para
Setúbal, a religião é também motivo
de celebração na Festa de Nossa Senhora do Rosário de Troia, entre os
dias 13 e 15, evento das Festas Populares de S. Sebastião que oferece círios fluviais no Sado com centenas
de barcos.
Já a Festanima, entre os dias 12 e
21, nas Escarpas de Santos Nicolau,
aposta forte na gastronomia e nos
sabores locais, à semelhança das
Festas do Moinho de Maré da Mourisca, entre 26 e 28, onde a ostra é
um dos produtos em destaque.
A completar o período festivo, em
Vila Fresca de Azeitão realiza-se, de
9 a 11 de setembro, a Festa de Nossa
Senhora da Saúde, que mantém viva
a tradição das cavalhadas à antiga
portuguesa.
Antes, as Festas da Arrábida e Azeitão, de 30 de junho a 3 de julho, animaram a população de Vila Nogueira. Em Setúbal, o Largo José Afonso,
entre 1 e 10 de julho, foi palco da
SetFesta, certame das freguesias de
Santa Maria e da Anunciada. A devoção a Nossa Senhora da Arrábida
motivou, com as Festas do Novo
Círio, entre 3 e 11, na Anunciada,
com diversas atividades de caráter
religioso.
11SETÚBALjulho|agosto11
Feira de Sant’Iago bate recordes
Mais de 400 mil pessoas passaram este ano pela Feira de Sant’Iago, afluência recorde de público desde que se realiza nas Manteigadas. O aumento de cerca
de 12,5 por cento de visitantes em relação ao ano passado comprova a relevância do certame como polo expressivo de oferta de cultura e lazer
Os números confirmam. A mítica marca de
mais de 400 mil pessoas presentes na Feira
de Sant’Iago foi ultrapassada e a edição ­deste
ano registou a maior afluência de sempre
desde que o certame se realiza nas Manteigadas. A marca alcançada comprova que o certame é o grande evento de Setúbal e da região
e uma das maiores festas populares que têm
lugar no País.
Em relação ao ano passado, em que foram
contabilizadas perto de 360 mil entradas, há
um aumento de visitantes na ordem dos 12,5
por cento. A afluência de 405.196 pessoas no
total dos 16 dias de certame em 2011 constitui um recorde absoluto desde 2004, altura
em que o certame se mudou para o Parque
Sant’Iago.
A edição deste ano averba, igualmente, a
marca diária de maior afluência de público
ao recinto nas Manteigadas. Com um total de
47.980 pessoas, o último dia de feira suplantou um recorde que pertencia às edições de
2008 e 2010, com cerca de 44 mil visitantes.
De salientar, ainda, que a edição de 2011,
com exceção de um dos 16 dias de certame,
em virtude das condições meteorológicas
adversas, bateu todos os registos diários de
afluência comparativamente a 2010. O primeiro dia, 27 de julho, e os dois últimos, 6 e
7 de agosto, foram aqueles que mais público
registaram.
“Bombeiros: um passado presente e uma referência de futuro”, numa homenagem aos
Sapadores, companhia criada há 225 anos, e
aos Voluntários de Setúbal, com 129 anos de
história, foi o tema desta edição, que destacou a atividade e a importância destas duas
instituições de socorro na comunidade setubalense no pavilhão da Câmara Municipal.
A reorganização espacial, com a preocupação
de conferir maior visibilidade às atividades,
e a abertura de novas áreas para usufruto dos visitantes foram apostas da Feira de
Sant’Iago. A criação de uma área institucional, com pavilhões de artesanato, numa das
entradas do recinto, foi uma das novidades
deste ano, assim como o projeto Summer
Dream Festival.
Outras novidades foram a Tenda Eletrónica, espaço vocacionado para o público mais
jovem, instalado no miradouro, área privilegiada do Parque Sant’Iago, que acolheu,
também, o Espaço Kids, a Feira do Livro, um
restaurante lounge com vista para o palco
principal e o Pátio Regional, destinado à promoção dos produtos de excelência.
A juntar-se à lista de novidades está ainda a
criação do hino da Feira de Sant’Iago, cantado pelo coro municipal “Afina Setúbal”.
Já o cartaz de espetáculos, que se desenvolveu
em dois palcos – Mundo e Setúbal –, este ano
afastados consideravelmente, o que permitiu
o funcionamento em simultâneo, apostou no
conceito de música para todos os gostos.
Tony Carreira, Linda Martini, Hands on Approach, Zeca Sempre, Canta Brasil, Mind da
Gap, Quim Gouveia, Jorge Nice, Ana Moura,
Chave d’Ouro, Clã e Homens da Luta foram
nomes que passaram pela Feira de Sant’Iago.
plano
central
12SETÚBALjulho|agosto11
Gorda. Nem muito grande, nem muito pequena. E assada no ponto.
Esta é a imagem que faz muitos salivar pela sardinha. A qualidade da de Setúbal
destaca-se. Parte do segredo está na Arrábida. Outra, na sabedoria popular.
A sardinha pertence à cultura portuguesa e também deve fazer parte da saúde
humana. Por estes e outros motivos é candidata a maravilha
Maravilha
a pingar no pão
C
andidata a maravilha gastronómica, protagonista de recordes mundiais, fonte de riqueza
económica e bálsamo para o coração, a sardinha é rainha em Portugal e a sua corte está em
Setúbal.
Até 10 de setembro a sardinha assada é um
dos 21 pratos finalistas do concurso “7 Maravilhas da Gastronomia”, competindo na
categoria “Peixe”. Após essa data é bem natural que passe a ser uma das sete maravilhas
eleitas, fazendo justiça a um vasto conjunto de
méritos que a deliciosa refeição reúne.
Em termos económicos, em 2010 foi, de longe, a espécie mais vendida na lota de Setúbal,
com quase 1300 toneladas transacionadas.
A cavala, a título comparativo, foi a segunda
neste pódio, com pouco mais de 620 toneladas comercializadas. Só em junho deste ano,
a Docapesca de Setúbal registou a passagem
na lota de cerca de 67 toneladas de sardinha.
Rematando o campo das estatísticas, a Sesibal
– Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e
Sines, com 15 embarcações associadas e cerca
de 250 pescadores matriculados no total dos
três portos, é responsável pela captura anual
de sete mil toneladas.
Cada quilo proveniente da costa de Setúbal
representa, para muitos, a melhor sardinha
do País e até do mundo. Mais do que paixão,
os defensores deste “galardão” usam a ciência
para justificar a fama.
Com a sardinha portuguesa, na generalidade, a marcar padrões de qualidade, a da costa
setubalense sobressai pelo que come, pois,
alimentando-se de plâncton, encontra-o em
abundância nestas águas, em particular devido à Arrábida, rica em biodiversidade.
Com o plâncton “gourmet” preparado pela
13SETÚBALjulho|agosto11
Na boca
do povo
Este é um peixe com lugar cativo não
apenas na barriga, mas também na cultura
dos portugueses.
A presença nos pratos tornou-se de tal
forma habitual que, “puxando a brasa à
nossa sardinha”, recordamos algumas
das expressões populares que fazem do
saboroso peixe uma personagem comum
nas conversas de rua.
Sem querermos apresentar provérbios
“como sardinha em lata”, não deixam de
ser curiosas algumas comparações com a
mulher entre os dizeres do povo. É assim
que surgem as expressões “a mulher e a
sardinha, quanto maior, mais daninha” ou
“a mulher e a sardinha, quer-se pequenina”.
Questão de experiências ou de gostos,
talvez, mas o que importa lembrar é que
“sardinha sem pão é comer de ladrão”.
Para não falar que, em época de crise, “a
como se vende a sardinha é como se encontra
a tolinha”, até porque é preciso ter
cuidado com quem “tira a sardinha com a
mão do gato”.
De norte a sul, do litoral ao interior, as
referências são persistentes. O mirandês,
por exemplo, costuma dizer “com
castanhas assadas e sardinhas salgadas,
não há ruim vinho”.
Ainda assim, porque tudo o que é de mais
também enjoa, tenha em mente que “nem
sempre galinha, nem sempre sardinha”.
serra e as águas tipicamente frias, habitualmente a 18 ou 19 graus, é com naturalidade que a Sardina pilchardus (nome científico
da espécie) de Setúbal esteja entre os pratos
eleitos do concurso “7 Maravilhas da Gastronomia”. Em síntese, é a melhor entre as melhores sardinhas.
Captura e brasas com arte
A sardinha só é capturada ao final da tarde,
pelo pôr do sol, ou ao romper da manhã, uma
vez que os cardumes não dispersam como
acontece perante a luz solar.
A pesca, sempre por cerco, é seletiva, não
predadora, com as malhas a permitir a fuga
dos espécimes juvenis.
Todos estes fatores contribuíram para que a
sardinha nacional fosse certificada, sendo­
a sua pesca considerada ambientalmente­
sustentável a nível mundial pela Marine
Steward­ship Council.
A qualidade da sardinha setubalense enriquece ainda com o facto de, depois de capturada, ser conservada em caixas isotérmicas,
as dornas, logo após o desenvase, ou seja, o
desenrolar da rede para bordo da traineira.
Os animais morrem por choque térmico,
através de água salgada e gelo a zero graus
centígrados, enrijecendo-os e, com isso,
mantendo-lhes todas as propriedades. A sardinha nunca recebe água doce, precisamente
para manter estas características.
Já no fogareiro dos restaurantes sadinos, truques não faltam para que seja assada à imagem de Setúbal.
A brasa, bem distribuída, nunca pode fazer
chama, evitando-se este “desastre” espalhando cinzas ou areia sobre o carvão.
Além disso, as sardinhas, salgadas 30 minutos antes de cozinhar, devem estar a cerca
de 15 centímetros do lume e não devem ficar
mais do que três minutos, de cada lado, em
cima das brasas.
Mas por mais truques que se aprendam, a
“mão” e o “olho” é que fazem a diferença e
estas são virtudes que só se ganham com a experiência.
O prémio surge a pingar, com a gordura da
sardinha, dourada e de pele estaladiça, a ensopar o pão, frequentemente torrado no fim e
a servir como um bónus depois de se ter comido a melhor sardinha do mundo.
Só não faz os olhos bonitos
A sardinha assada contém cerca de 12 por
cento de lípidos, sendo os mais importantes
os ácidos gordos polinsaturados, em especial
os da série ómega 3, benéfico
para a saúde cardiovascular.
Os ácidos gordos
polinsaturados
ajudam a equilibrar os níveis
do
colesterol
“mau” (LDL),
diminuem
os
triglicéridos e
promovem o aumento do colesterol “bom” (HDL). Contribuem igualmente para a regulação da tensão
arterial e da coagulação sanguínea, tornando
a circulação do sangue mais fluída.
Recorde de fartura
A importância da sardinha em Setúbal ficou também patente a 29 de maio de 2010 quando a
cidade foi palco do novo recorde mundial de um produto de mar cozinhado ao ar livre.
A anterior marca de 5810 quilos, que pertencia à cidade norte-americana de Miami, foi suplantada pelos 6340,72 quilos cozinhados naquela que é a Maior Sardinhada do Mundo.
O recorde, homologado pela Guinness World Records, partiu de uma iniciativa da Câmara
­Municipal e da empresa MCG e foi batido entre as 12h30 e as 20h30 no Largo José Afonso.
A estrutura preparada para esse dia envolveu a colocação de 2500 lugares e a distribuição de 23
mil pratos de plástico, ficando, mesmo assim, aquém das necessidades das 25 mil pessoas que
marcaram presença no evento.
Para o recorde contribuíram 40 assadores, que usaram três toneladas de carvão e um ­fogareiro
com cem metros de cumprimento.
Estudos apontam efeitos benéficos da Sardina pilchardus em doenças como a psoríase,
doença da pele, e a artrite reumatoide, em
particular se consumida fresca, ao invés de
enlatada.
Este é um peixe igualmente rico em proteínas, vitamina B12, ferro e zinco, entre outros
nutrientes importantes, mas destaca-se, ainda, pela particularidade de ser uma importante fonte de cálcio.
Esse elemento encontra-se na espinha, pelo
que o nutricionista Nuno Nunes, do Hospital
de S. Bernardo, sublinha que é habitual aconselhar “pessoas com problemas de falta de cálcio
e que não podem
beber leite, por serem intolerantes
à lactose, a comer
as sardinhas por
inteiro”, ou seja,
espinha incluída.
O especialista
salienta que não
existe dose diária recomendada (DDR) para a
sardinha, “mas sim para os macro e micronutrientes. Porém, se se consumir 150 gramas de
sardinha uma a duas vezes por semana, bem
como outros peixes gordos, com toda a certeza que
Finalista a votos
A sardinha assada de Setúbal é um dos 21 finalistas do concurso
“7 Maravilhas da Gastronomia”, de divulgação e promoção da rica
cozinha portuguesa.
O prato setubalense concorre na categoria “Peixe”, com o bacalhau
à Gomes de Sá, pela região de Entre Douro e Minho, e o polvo assado
no forno, dos Açores.
A votação decorre até 7 de setembro, podendo ser feita através da
internet, na página oficial do concurso, em www.7maravilhas.pt,
bastando indicar o nome e o endereço de correio eletrónico, ou pelo
os efeitos benéficos para a saúde se manifestarão”.
Nuno Nunes ressalva, todavia, que é desaconselhável o excesso de sal no tempero, assim
como comer a pele demasiado queimada.
A escolha de uma boa sardinha depende de
alguns pormenores, como guelras vermelhas
e sem muco, corpo firme, escamas luminosas
e em tom uniforme, tal como os olhos, com a
córnea transparente e a pupila negra e circular.
Independentemente dos valores nutricionais, o peixe, para ser mais saboroso, deve ter
um tamanho médio e os lombos volumosos,
sinal de boa alimentação.
Em caso de uso doméstico, as sardinhas devem ser transportadas num saco térmico,
sendo ideal consumi-las no próprio dia.
Quando o objetivo é guardá-las para dias mais
tarde, devem ser lavadas antes de congelar e
acomodadas em sacos indicados para embalar, evitando que estejam em contacto com o
ar. É importante acondicionar o peixe lado
a lado, para não esmagar, e não é necessário
descongelar para ser confecionado.
Mas de todas as regras a lembrar, a que deve
ficar na memória é que a sardinha atinge o
seu período de maturação entre junho e setembro. Esta é a altura ideal para espalhar as
brasas, preparar o pão e ver esta maravilha
gastronómica a pingar sabor.
Facebook, em www.facebook.com/7MGastronomia. O contributo
para eleger a sardinha assada pode também ser dado por telefone,
através do número 760 302 712, ou por SMS, para o número 68933,
escrevendo no campo de mensagem o código 712.
A chamada tem um preço de 60 cêntimos, mais IVA, enquanto
o custo do voto por mensagem de texto é de 50 cêntimos.
O evento, organizado pela New 7 Wonders Portugal, que começou
com um total de 70 candidatos, divide-se ainda nas categorias
“Entradas”, “Sopa”, “Marisco”, “Caça”, “Carne” e “Doces”, cada uma
com três finalistas a concurso.
Os vencedores das “7 Maravilhas da Gastronomia” são conhecidos
a 10 de setembro, numa cerimónia a realizar em Santarém.
14SETÚBALjulho|agosto11
Basquetebol de rua
em Casas de Azeitão
A união fez a força e mais uma obra nasceu em S. Simão. Depois de um
campo de voleibol de praia, a urbanização de Casas de Azeitão tem agora
uma zona para a prática de basquetebol. A criançada agradece
freguesia
O
Anunciada
reforça atratividade
Do mato e do barro nasce uma nova
zona para usufruto da população. A
Junta de Freguesia da Anunciada dá
continuidade ao trabalho de melhoramento urbanístico daquele território
do Concelho, encontrando-se a executar, numa área junto da Ludoteca “O
Moinho”, um conjunto de investimentos de beneficiação do espaço urbano.
As intervenções urbanísticas, que devem estar concluídas até ao final de
agosto, constituem um investimento da
ordem dos 45 mil euros e revestem-se
de particular importância quer para os
moradores daquela zona, quer para os
visitantes que diariamente se deslocam
até aquela instituição para crianças.
“Esta é uma área que esperava por melhorias há mais de 40 anos. Era um espaço
descaracterizado, cheio de mato e entulho,
que necessitava de uma intervenção profunda”, assinala o presidente da Junta
de Freguesia da Anunciada, José Manuel Silva. “É uma obra que tanto beneficia os moradores como as muitas pessoas
que vêm à ludoteca”, reforça.
As intervenções incluíram a limpeza
total da área e a criação de novos aces-
investimento em equipamentos nas Casas de Azeitão prossegue, tendo, no início de julho, sido inaugurado um campo de
street basket que já faz as delícias de crianças e jovens desta
urbanização situada entre Vendas e Brejos.
A obra é o resultado de mais uma parceria entre a Junta de Freguesia de S. Simão e a Associação de Moradores da Urbanização
Casas de Azeitão – Núcleo Poente I, que, a poucas dezenas de
metros, levou, há um ano, à instalação de um campo de voleibol
de praia. A criação desse equipamento foi divulgada na edição
de agosto/setembro do Jornal Municipal, num texto que anunciava a intenção de instalar uma zona para street basket.
Com a concretização do investimento anunciado, o basquetebol de rua assume-se agora como a modalidade de eleição de
miúdos, principalmente dos 8 aos 10 anos, em animadas jogatanas e em demonstrações de habilidades.
“Esta parceria com a associação de moradores está a ser muito boa,
com vantagens para todos. É a forma de ter mais espaços melhorados e potenciados”, salienta o presidente da Junta de Freguesia
de S. Simão, João Carpelho.
Esforço de todos
A obra, com um custo da ordem dos dois mil euros, contou
ainda com o envolvimento da Câmara Municipal de Setúbal e
de uma empresa local de construção civil, a Joaquim Arquinha.
Todos juntos, com materiais e pessoal, foi possível dar um uso
útil a mais um espaço público que se encontrava disponível.
Em apenas duas semanas foi possível fazer nascer o campo de
street basket, procedendo à remoção de terras, abertura de
­caixa e enchimento, aplicação do pavimento, em tout-venant,
e construção de fundação e afixação da tabela. O campo está
­ainda dotado de vedação e de um acesso pedonal em calçada
com quatro metros de comprimento e dois de largura.
Depois foi só inaugurar a obra. A ocasião justificou uma festa
para celebrar a criação de mais um equipamento de interesse
público, na qual participou a presidente da Câmara Municipal,
Maria das Dores Meira.
“Esta urbanização, além de um parque infantil e de um campo de
volei, tem agora um de street basket, o que vem aumentar a oferta e
melhorar as condições na zona”, assinala João Carpelho.
sos rodoviários e pedonais, a instalação
de sumidouros para a drenagem de
águas pluviais, a beneficiação de passeios e a definição de novos lugares de
estacionamento.
As beneficiações naquela área da freguesia da Anunciada englobaram ainda a criação de vários espaços verdes,
ações que permitem melhorar a atratividade e também aumentar a qualidade
de vida da população, à semelhança de
outras obras que também se encontram em fase de execução.
“Esta é apenas uma de quatro intervenções que espero ver concretizadas até ao
final do mandato”, indica José Manuel
Silva, destacando a criação de um novo
miradouro, com áreas verdes, junto das
Torres da Reboreda.
Trabalhos de beneficiação numa rotunda no Bairro da Reboreda e a construção de um pequeno jardim junto do
infantário “O Comboio”, localizado,
igualmente, na mesma área das intervenções mencionadas, fazem parte do
referido conjunto de obras, cujo valor
de investimento total ultrapassa os 260
mil euros.
Praias do Sado
ganham verde
O investimento na melhoria dos espaços de recreio e lazer para usufruto
das populações é um dos imperativos
da Junta de Freguesia do Sado, que,
recentemente, executou duas intervenções de requalificação neste tipo
de espaços, nas Praias do Sado.
No Largo Tomás Ribeiro, as intervenções, concluídas em julho, visaram a
recuperação de uma área ajardinada
que “se encontrava vandalizada e com
poucas condições de utilização”, avança
o presidente da Junta de Freguesia do
Sado, Manuel Véstias.
A criação de novas áreas verdes, com a
plantação de herbáceas, e a reparação
de mobiliário urbano, em concreto
oito bancos, foram algumas das intervenções realizadas naquele espaço,
assim como o reforço da iluminação
pública, operação a cargo da Câmara
Municipal de Setúbal. Ainda neste
âmbito, nas traseiras de uns imóveis próximos deste jardim, a Junta
de Freguesia do Sado recuperou uma
área que se encontrava abandonada.
Aqui, as obras consistiram em trabalhos de pavimentação e criação de
lugares de estacionamento.
Um outro espaço de recreio, na Quinta do Meio, foi também alvo de ações
de beneficiação que incluíram a requalificação de um parque infantil,
o melhoramento da área ajardinada
e o restauro de 12 bancos. “Do velho
fizemos novo”, sublinhou Manuel Véstias, explicando que os trabalhos de
recuperação do mobiliário urbano
de ambos os espaços intervencionados foram executados “nas oficinas
da Junta”, o que permitiu “uma maior
rentabilização de recursos”.
15SETÚBALjulho|agosto11
Aposta na energia solar
ambiente
A aposta nas energias
renováveis é cada vez mais
uma constante.
A Autarquia prepara-se
para receber de braços
abertos os benefícios do
Sol. Está a caminho a
energia solar nos edifícios
camarários. Reduzem­
‑se custos, aumentam-se
receitas e, o melhor de tudo,
preserva-se o planeta
A Câmara Municipal de Setúbal pretende
abraçar as energias renováveis, com a instalação de soluções de minigeração, microgeração e de painéis solares térmicos nos edifícios da Autarquia.
O objetivo do projeto, ainda em fase embrionária, estando todo o trabalho técnico já concluído, passa pela redução significativa dos
gastos diretos das faturas associadas ao consumo energético nas instalações camarárias
e, em simultâneo, por gerar receitas a partir
da venda do excesso de produção de energia à
rede pública nacional.
Uma das soluções para que a Câmara Municipal torne a energia solar uma realidade nas
instalações camarárias é a procura de parcerias com Empresas de Serviços Energéticos,
entidades que exercem atividade no ramo das
energias renováveis.
A finalidade destas parcerias é a celebração
de contratos-programa, com duração de cinco a 12 anos, em que o investimento inicial
fica a cargo das empresas, sendo que no final
do contrato o equipamento entretanto adquirido reverte a favor da Autarquia.
Enquanto a solução dos painéis solares térmicos visa apenas o aquecimento de águas sanitárias, a mini e microgeração pressupõe já a
produção de energia, que, em excesso, pode
ser vendida à rede elétrica nacional.
Os serviços técnicos da Autarquia estimam
que estas duas últimas soluções possam gerar
receitas na ordem dos 15 mil euros por edifício, por ano.
A instalação de qualquer uma das três propostas, que resulta na redução de emissão de
gases nocivos para a atmosfera, implica a implementação de várias medidas de adaptação
dos edifícios, como a substituição de coberturas ou vãos envidraçados. Estes ajustes irão
contribuir consideravelmente para a melhoria do desempenho energético das instalações, reduzindo os gastos de consumo.
A Câmara Municipal já tem em funcionamento painéis solares térmicos no Parque Verde
da Bela Vista e no Centro Multicultural, este
também apetrechado com um sistema de microgeração.
O equipamento foi instalado no âmbito do
segmento destinado a energias renováveis do
RUBE – Programa de Regeneração Urbana da
Bela Vista e Zona Envolvente, financiado com
fundos comunitários através do PORLisboa –
Programa Operacional Regional de Lisboa, ao
abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Recolha de lixo
mais eficiente
A recolha de resíduos sólidos urbanos (RSU) na freguesia da Anunciada é feita
diretamente pela Câmara Municipal de Setúbal desde 16 de agosto, numa medida que garante mais qualidade de serviço e menos custos ao Município.
A solução, anteriormente entregue à empresa EGEO, deve-se à entrada em funcionamento de uma nova viatura municipal de recolha de lixo, de grande capacidade, equipada com um contentor com 20 metros cúbicos de volume.
O circuito, após a transição para a Câmara Municipal, mantém a periodicidade
diária e em regime noturno, funcionando entre as 22h00 e as 04h00.
Ecologia
a banhos
Um conjunto de atividades de educação ambiental decorreu entre junho e julho na Praia
da Figueirinha, no âmbito do Programa Bandeira Azul 2011, este ano subordinado ao tema
“Mar, História e Recursos”.
Perto de duas mil crianças participaram nas
iniciativas promovidas pela Câmara Municipal, que contaram com o patrocínio do Grupo
Accor – Novotel.
O projeto teve como principal objetivo promover junto da população o uso sustentável
das zonas balneares para recreio e turismo.
A campanha teve como eixos quatro critérios-base, focando a sensibilização ambiental, através da distribuição de material informativo, a participação passiva do público, por
meio de exposições, a participação ativa, por
intermédio de jogos didáticos, e atividades de
formação, para a aquisição de conhecimentos.
“Estuário do Sado – Cultura e História”, “Mar,
Estuário e Golfinhos”, “Estuário e o Mar”,
“Reciclar a Praia” e “As mais loucas jangadas
de PET” foram as quatro ações desenvolvidas
no areal da Figueirinha.
Entre as várias iniciativas, realizaram-se diversos jogos didáticos com os mais novos,
ateliers sobre golfinhos e pesca à rede, a exposição “Biodiversidade na Serra e no Mar” e
jangadas feitas em material reciclado.
A distribuição pelos banhistas de folhetos
informativos sobre a Bandeira Azul e a reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos, a colocação de um painel informativo de
uma campanha contra o tabagismo e a distribuição de 500 cinzeiros de praia foram outras
das ações desenvolvidas.
O percurso tem uma extensão de 60 quilómetros e serve uma população de cerca
de 16 mil habitantes, abrangendo 86 pontos de recolha e 200 contentores, cada
um com 800 litros de capacidade.
Este serviço é complementado por circuitos de recolha de monos e de lavagem
de contentores, sem que nenhuma destas três soluções implique qualquer alteração na rotina diária dos munícipes. Para o conjunto destes circuitos é utilizada
uma equipa de nove funcionários da Autarquia.
A Câmara Municipal está redimensionar todo o sistema de recolha de RSU,
­introduzindo melhorias de forma progressiva, com o objetivo de implementar
medidas que permitam garantir a flexibilidade, o dinamismo e a redução de custos na gestão dos circuitos.
Até ao final do ano o Município prevê alargar este tipo de serviço a outras áreas
do Concelho, nomeadamente a zonas em que a recolha é assegurada pela empresa EGEO, no âmbito da estratégia de reassumir gradualmente a gestão dos
serviços de higiene urbana.
Em paralelo, dando continuidade à política de otimização dos recursos, desde 1
de julho que a recolha de RSU nas freguesias do Sado e de Gâmbia, Pontes e Alto
da Guerra se realiza no período diurno, à imagem do que se verifica há mais tempo em S. Simão e S. Lourenço, sendo que, nestes casos, os munícipes daquelas
áreas do Concelho devem depositar os detritos nos contentores durante a noite.
A zona nascente do Concelho, com mais de 9500 habitantes, é servida por três
circuitos de recolha de RSU indiferenciados, em regime de administração
­direta, com 479 pontos de recolha e 753 contentores, numa área total superior a
180 quilómetros.
16SETÚBALjulho|agosto11
Ocupar o tempo das férias dos mais novos é, muitas vezes, um problema para os pais. A Câmara Municipal, em parceria
com várias entidades do Concelho, proporciona, gratuitamente, um verão diferente, seja a fazer natação, a jogar ténis
ou a aprender a tocar um instrumento musical. Ou os três. Difícil é escolher entre os 40 ateliers disponíveis
Verão que é tempo de apr
inclusão
J
esus garante que sabe nadar, mas
a estrutura franzina do rapaz de 10
anos aconselha a brincadeira em
águas pouco profundas. A tremer
de frio e com a pele engelhada, sai
da piscina para se aquecer ao sol. A
vontade de brincar com os outros,
os amigos dos Ateliers de Verão,
que continuam a banhos, ajuda a
vence os tremores. Num ápice, desaparece e volta a emergir à tona da
água.
Na extremidade, com pouca profundidade, de um dos tanques das
Piscinas Municipais das Manteigadas estão mais cinco crianças, que,
ao contrário de Jesus, não sabem
nadar.
Seguem com toda a atenção as indicações da monitora Arlete Rego,
que orienta este atelier de natação,
um dos mais concorridos entre as
cerca de 40 atividades proporcionadas gratuitamente pela Câmara
Municipal de Setúbal em colaboração com duas dezenas de entidades
do Concelho.
Em altura de férias grandes, mais
do que para aprender a nadar, estar
dentro de água é pura diversão para
a Ana Rita e a Inês, ambas de 9 anos.
Ainda não sabem nadar crawl nem
mariposa, mas demonstram, com
estilos muitos próprios, como nadam o golfinho e o cavalo-marinho,
com a ajuda do “chouriço” e sob o
olhar atento da monitora.
Enquanto as duas crianças aprendem as técnicas de adaptação ao
meio aquático, na piscina ao lado
outras seis, um pouco mais velhas,
todas utentes dos Ateliers de Verão,
divertem-se.
Neste grupo, o que já sabe nadar,
está João Dinis, de 10 anos, que
tanto gosta de praia como de piscina. Ele e o irmão inscreveram-se
no atelier de natação, dinamizado
pelo Centro de Cidadania Ativa,
frequentado por amigos que João
conhece da escola.
Cada participante, entre os 6 e os 18
anos, pode frequentar, no máximo,
até três ateliers. Inês está inscrita
também nos de expressão dramática e de informática.
Este ano, os Ateliers de Verão, que
decorreram entre os dias 29 de
junho e 12 de agosto, registaram
mais de 600 inscrições, e tal como
nas edições anteriores a adesão foi
maior nas atividades desportivas,
como natação, canoagem, capoeira
e ténis.
Desporto favorito
Além do complexo municipal das
piscinas das Manteigadas, que recebe durante seis semanas este
grupo de crianças, entre os 6 e os 12
anos, e outros dois de jovens entre
os 12 e os 16, também as Piscinas
Municipais de Azeitão acolhem
duas turmas dos 6 aos 16 anos.
Do desporto à música, das artes
plásticas à dança, passando pela
costura e pela jardinagem, as oficinas decorrem em vários locais,
como a Capricho Setubalense, a­
Artiset e os pavilhões gimnodesportivos do Viso e de Aranguês,
além das escolas básicas de 1.º ciclo
dos Pinheirinhos e do Monte Belo.
O court de ténis do Jardim de Vanicelos recebeu, durante mês e meio,
três grupos de crianças e jovens,
num atelier da responsabilidade da
Associação de Ténis de Setúbal.
Um a um, os nove alunos das terças
e quintas-feiras, de manhã, batem a
bola ao passe do monitor Armando,
do Clube Portais da Arrábida, num
exercício que treina os movimentos
de esquerda e de direita. Esta é a
base dos treinos de iniciação, a que
acresce a prática do “serviço”.
Se para estes jovens passar as férias
a praticar desporto é divertido, para
os pais esta é a melhor forma de os
manter ocupados e gratuitamente.
O professor de ténis, que participa há quatro anos nos Ateliers de
­Verão, confessa que trabalhar com
os mais novos, entre os 6 e os 12
anos, é “mais complicado”. Mas há
dois participantes que se destacam
pelo “talento natural”.
Jorge, de 10 anos, um dos habilidosos com a raquete, fã do tenista
espanhol Rafael Nadal, tem por este
desporto especial apreço. “Já me desenrasco”, conta o rapaz, que participa pelo segundo ano nos ateliers,
sempre, como primeira opção, na
modalidade de ténis. Bateria e gui-
tarra vêm logo a seguir na ordem de
preferências.
A duas gerações
A particularidade destes Ateliers
de Verão é estarem vocacionados
não só para os mais novos como
também para a população sénior do
Concelho. Neste encontro de gerações tão diferentes, a aproximação
faz-se pela partilha dos saberes.
Os ateliers de música, seja canto
ou instrumento, são exemplo dessa
17SETÚBALjulho|agosto11
prender
convivência. No Arena – Criatividades Musicais, encontrámos duas
gerações a trabalhar em conjunto.
Os dedos, embora menos ágeis do
que outrora foram, do maestro Mário Coelho saltitam pelas teclas do
piano sob a atenção do jovem Filipe.
Com a possibilidade de tocar bateria ou guitarra, Filipe optou pelo
piano. “É um dos instrumentos que
estava curioso em aprender.”
A música une qualquer diferença
que as muitas décadas possam, à
partida, estabelecer.
Aos 86 anos, o músico, apesar de
reformado, partilha a sua sabedoria através do ensino. “Atendendo à
idade, os dedos não giram com facilidade”, lamenta, à medida que vai
dedilhando a escala
“Têm de aprender primeiro os tempos e
as notas”, explica Mário Coelho, homem dos sete instrumentos e mais
alguns.
Segue-se aprender a tocar com a
mão direita e só depois com a esquerda, para mais tarde ajustar as
duas ao mesmo tempo.
Abel Moinho, de 70 anos, está na
primeira aula do atelier de música.
O artesão reformado, que ganhava a
vida a reparar violas de caixa, optou
pelo instrumento de cordas para
acabar com o desgosto: “É triste saber reparar e não saber tocar.”
Apesar de considerar “um bocadinho” difícil, Abel, que afinal é
músico – tocou reque-reque no
conjunto Xico da Cana –, vai continuar as aulas, depois de terminado
o atelier.
Proteger os mais
desprotegidos
Os desenhos em exposição, as peças Lego espalhadas
sobre a mesa e os livros para colorir denunciam que
a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ)
de Setúbal é porto de abrigo para os mais novos e respetivas famílias.
Mais do que o próprio nome da instituição possa indicar, a Comissão trabalha, a nível concelhio, fundamentalmente na salvaguarda da proteção da criança e
do jovem até aos 18 anos, em alguns casos até aos 21, e
na promoção dos seus direitos.
Direitos que muitas vezes são negligenciados pelos
próprios pais ou pelo representante legal pondo em
perigo a segurança, a saúde, a formação, a educação ou o desenvolvimento. Coisas tão simples como
o cumprimento do plano nacional de vacinação e a
aquisição do material escolar.
A psicóloga clínica Carla Roberto, representante da
Autarquia na CPCJ de Setúbal, aponta o abandono
ou o estar entregue a si própria como situações que
identificam uma criança em perigo. Cenários que
podem corresponder ao abandono efetivo, “quando
a criança é deixada nalgum sítio sem que haja algum
adulto responsável que assuma o seu cuidado”, ou fica
sozinha todo o dia em autogestão.
Os maus tratos físicos e psíquicos ou os abusos sexuais, a negligência ao nível da alimentação, da higiene
ou dos afetos, e a imposição de atividades ou trabalhos excessivos e inadequados são outras situações
que legitimam a intervenção da Comissão, instituição oficial não judiciária.
Carla Roberto exemplifica o papel da CPCJ com a participação de crianças em telenovelas: “É solicitada à
Comissão autorização para se monitorizar os horários
das gravações sem prejudicar o normal desenvolvimento
e percurso formativo da criança.”
Outra situação que coloca a criança em perigo é a sujeição, direta ou indiretamente, de comportamentos,
como a violência doméstica.
Se até aqui as situações de perigo foram promovidas
por terceiros, também as próprias crianças e os jovens se colocam perante comportamentos desviantes
ou se entregam a atividades ou consumos de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas. Preocupante continua a ser a gravidez na adolescência.
A Comissão só tem um papel interveniente quando se
verifica o insucesso dos pais ou representantes legais
em demover o jovem da situação de perigo.
Pirâmide de atuação
O sistema de promoção e proteção português é ilustrado por Carla Roberto como uma pirâmide, em que
na base está a família. “Se cumprir as suas funções em
articulação com as entidades com competência em matéria de infância e juventude, como os infantários, as escolas, os centros de saúde e os hospitais, não há necessidade
sequer de chegar à Comissão”, clarifica a técnica.
Não havendo o cumprimento das necessidades da
criança e estando esgotados os recursos de intervenção destas entidades, sempre com base na lei de pro-
teção de crianças e jovens em perigo, os casos seguem
para o patamar seguinte, ou seja, para a Comissão.
“A Comissão avalia a situação e solicita o consentimento
dos intervenientes e a não oposição do jovem se este já tiver
idade igual ou superior a 12 anos”, explica Carla Roberto, mencionando ainda que, sem o consentimento
por qualquer um dos intervenientes, como os pais,
a CPCJ não tem legitimidade para intervir e o caso
transita para o tribunal.
Enquanto instituição, a Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens integra vários elementos da comunidade, como representantes do Município, da Segurança Social e do Ministério da Educação, passando
por associações de pais e instituições particulares de
solidariedade social.
É neste modelo alargado de funcionamento que a
CPCJ se afirma como instituição e não como serviço,
desenvolvendo ações de promoção dos direitos e de
prevenção das situações de perigo para a criança e o
jovem.
A intervenção multidisciplinar requer a atuação de
técnicos nas áreas de psicologia, sociologia, saúde e
direito, vocacionados principalmente para os problemas da infância e da juventude.
Dever do cidadão
Em 2010, a CPCJ de Setúbal, que funciona na Rua de
Damão, n.º 12, trabalhou 1380 processos, tendo arquivado 385. O volume de processos que transita de
um ano para o outro é preocupante, uma vez que 995
casos passaram para 2011. Até julho deste ano já deram entrada 190 novos processos.
É numa das duas salas que dois técnicos de diferentes áreas do saber fazem o atendimento, de segunda
a sexta-feira, das 09h00 às
12h30 e das 14h00 às 17h30.
Fora deste horário, Carla Roberto apela a que o munícipe
ou a própria criança ou jovem
se dirija junto das autoridades
policiais ou à urgência pediátrica do Centro Hospitalar de
Setúbal.
É com o dever de cidadania
que todos, sejam vizinhos,
amigos ou familiares, podem
ter um papel interventivo na
desocultação da violência, na
salvaguarda dos direitos das
crianças e jovens e na denúncia de situações de perigo.
18SETÚBALjulho|agosto11
Carnaval brinca ao calor
A folia carnavalesca
voltou em julho para
animar a zona da
Avenida Luísa Todi,
desta feita fora de
horas e com espetáculos
musicais. O inédito
Carnaval de Verão
contou com centenas
de foliões, carros
alegóricos iluminados e
dois trios elétricos, um
acompanhado de uma
escola de samba, que
contagiaram as mais
de 15 mil pessoas que
assistiram aos dois dias
de desfiles
O
Carnaval de Verão, realizado pela
primeira vez em Setúbal, valeu a
pena. A iniciativa, que reuniu centenas de foliões, deu um novo brilho
aos desfiles dos carros alegóricos
das coletividades, e agora também,
dos trios elétricos, que decorreram
à noite e ao final de tarde, nos dias
16 e 17 de julho.
Um desfile noturno, com a presença de mais de 1500 foliões, entre
participantes das coletividades e
figurantes da ABAS – Associação
Bares Avenida e Similares, e sete
carros alegóricos, num percurso
entre o Largo José Afonso e a área
poente da Avenida Luísa Todi, deu
início ao primeiro dia da iniciativa.
Seguiu-se um concerto de Jaimão,
no Auditório José Afonso.
Festa distingue promessas
Vinte jovens setubalenses que se destacaram
no último ano nas áreas de música, teatro,
televisão, moda, desporto, associativismo,
ciência, tecnologia, arquitetura, artes plásticas, literatura e dança foram homenageados
no final de junho, pela Câmara Municipal. A
segunda edição da “Festa Jovens Revelação de
Setúbal”, realizada no Auditório José Afonso,
incluiu ainda o espetáculo de moda “Bordado
em Ponto de Rebuçado”, de Filipe Blanquet,
um desfile com modelos feitos com apetecíveis peças de pastelaria.
Marchas recebem prémios
Os dois trios elétricos, compostos
por veículos pesados apetrechados de sistemas de som e luz, com
a atua­ção de bandas, foram atrativos dos dois dias de desfiles, com
“Tripa” e “Trepa no Coqueiro”, este
constituído por uma escola de samba com cerca de cem elementos.
No segundo dia, a música voltou a
ser um elemento mobilizador, com
Jorge Nice, num concerto no Auditório José Afonso, a fazer o aquecimento dos foliões que depois desfilaram na avenida.
Participaram nos desfiles a Associação de Moradores do Bairro da
Anunciada, com o tema “Os Visigodos”, a ACTAS – Academia Cultural
de Teatro e Artes de Setúbal, com
“Em tempos de crise ainda há Ga-
linhas dos Ovos de Ouro”, e a União
Desportiva e Recreativa das Pontes,
que retratou o “Facebook – a Quinta
do Farmville”.
A Associação de Comerciantes do
Mercado do Livramento, com “A
Música e os Músicos”, e o Clube
Desportivo e Recreativo Águias de
S. Gabriel, com o tema “No Reino
da Fantasia”, também integraram
o evento, assim como cerca de mil
figurantes da ABAS.
A iniciativa, organizada pela ACOES
– Associação do Carnaval e Outros
Eventos de Setúbal, composta por
coletividades, Câmara Municipal e
juntas de freguesia, e com a colaboração especial da ABAS, decorreu
no âmbito do programa municipal
AJA Eventos.
cultura
Canto lírico revela talentos
A soprano Raquel Camarinha e o
tenor Carlos Cardoso foram os vencedores do Concurso Nacional de
Canto Luísa Todi, prova que, entre
os dias 20 e 25 junho, revelou, em
Setúbal, alguns dos melhores cantores líricos portugueses da atualidade em início de carreira.
Os premiados foram conhecidos no
dia 25, no Salão Nobre dos Paços do
Concelho, no concerto de encerramento deste evento bienal organizado pela Câmara Municipal, que
já contribuiu para impulsionar as
carreiras de vários cantores líricos
desde a primeira edição, em 1990.
Os principais prémios dividem-se
em voz feminina e masculina, recebendo os primeiros classificados
cinco mil euros cada, atribuídos
pelo Ministério da Cultura. Já os
segundos classificados, a soprano
Carla Simões e o barítono Job Tomé,
foram distinguidos com quatro mil
euros, num apoio da Fundação
Luso-Americana para o Desenvolvimento. Os terceiros, a soprano
Liliana Sebastião e o barítono Hugo
Oliveira, receberam, da Fundação
Montepio, três mil euros.
Job Tomé foi também premiado
com o galardão “Interpretação de
Obra Portuguesa”, atribuído pela
Entidade Regional de Turismo de
Lisboa e Vale do Tejo, enquanto o
prémio “Bocage”, de estímulo a novas carreiras, apoiado pela Fundação Oriente, foi entregue à soprano
Anna Neves. Foram ainda atribuí­
das Menções Honrosas à soprano
Cristiana Oliveira e ao baixo Rui
Silva.
O Concurso Nacional de Canto Luí­
sa Todi contou ainda com mais uma
atuação, no dia 28 de junho, no
­Teatro Nacional de S. Carlos, em
Lisboa.
A Autarquia premiou as coletividades participantes na última edição das Marchas Populares em cerimónia realizada a 9 de julho, na
Praça de Touros Carlos Relvas. O grupo “Os
13” foi o grande vencedor do concurso, arrecadando ainda os prémios de melhor cenografia, figurino e apreciação global. A ACTAS
ganhou na coreografia, enquanto os galardões
nas categorias de letra e de música foram para
o Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau. A melhor madrinha foi Sara Margarida,
do Independente.
Filarmónicas dão música
O “VII Festival de Bandas Filarmónicas da Cidade de Setúbal”, com concertos no Auditório José Afonso e no Parque do Bonfim, entre
1 e 3 de julho, contou com a participação de
11 grupos de vários pontos do País. A banda
de música da Sociedade Musical Capricho
Setubalense abriu o evento, onde não faltou
o tradicional desfile dos grupos pelas ruas
da Baixa da cidade. Ritmos diferentes numa
“Noite de Jazz” a cargo dos Zuulnation pautaram também o programa da sétima edição do
festival filarmónico.
Festival divulga artes
Concertos e sessões de cinema marcaram o
FUMO – Festival de Urbano de Música e Outras Coisas, realizado entre 12 e 26 de junho,
em vários espaços de interesse histórico.
Dead Combo e a Royal Orquestra das Caveiras, B Fachada e Norberto Lobo foram alguns
dos artistas que passaram pelo Forte de S. Filipe e Convento de Jesus. Os documentários
as “Cordas de Amália”, “On the Road to Femina” e “Punk is Not Daddy”, comentados pelos
realizadores, foram exibidos na Casa Bocage.
Uma mão cheia de atividade
desporto
19SETÚBALjulho|agosto11
A formação de caráter e de atletas é a principal finalidade do Núcleo de Pentatlo Moderno. Mas ganhar nunca
fez mal a ninguém e, ali, ganha-se bastante. Ao ponto de se sonhar com as Olimpíadas. Para já, só se sonha.
Entretanto, vão-se somando medalhas
Desde que foi criado, há oito anos, que o Núcleo de Pentatlo Moderno da Escola Municipal de Desporto de Setúbal tem como principal objetivo a formação de jovens, mas os
bons resultados desportivos começam já a
aparecer.
Ricardo Arrifano, ex-atleta da modalidade
e atual treinador dos jovens envolvidos no
projeto, sublinha que o que está principalmente em causa não são as medalhas, mas
mais propriamente a formação em “termos
pedagógicos”. Ganhar traz felicidade, mas não
a qualquer preço.
A verdade é que o currículo desportivo do Núcleo está cada vez mais recheado de façanhas,
entre as quais muitas premiadas com ouro,
prata e bronze.
Uma das frases recorrentes nos treinos e nos
períodos pós-competição é que, “quem arrisca a fazer alguma coisa, habilita-se ao sucesso e
insucesso”. É sensatez de treinador para gerir
emoções competitivas naturais nos mais novos, mas, coincidência ou não, os sucessos
são cada vez mais frequentes.
Vasco Coelho, 10 anos, e João Valido, 11, são
alguns dos exemplos do Núcleo já familiarizados com os degraus dos pódios. Em 2011, o
jovem Vasco, apenas há um ano na escola, ganhou em benjamins o Circuito Superjovem,
espécie de campeonato nacional da modalidade.
João Valido já conta com várias medalhas no
mesmo circuito, embora, entre risos de embaraço, confessa que não se lembra quantas
foram. “Já perdi a conta também”, ouve-se
­Ricardo Arrifano ao tentar ajudar nas estatísticas da glória.
Vasco Coelho, com não mais do que metro e
meio de altura de permanente energia e inquietude, já sabe onde reside o segredo do
êxito: “Não é difícil. Desde que haja calma e concentração é tudo mais fácil.”
Receita que faltou a ambos em experiências
mais exigentes, como o Torneio Internacional
Vila de Sant Boi, em Barcelona, onde o nervosismo falou mais alto. “Até de mais”, completa
Vasco, mais para ele mesmo do que para a entrevista, revendo o passado ao baloiçar os pés
na cadeira demasiado alta para a sua estatura.
Tudo águas passadas transformadas em vivência adquirida. No final, o que conta para
ambos é a alegria que o pentatlo e o desporto
presenteiam.
“Posso estar tranquilo, pois vejo que há companheirismo entre todos. Os pais também ajudam
muito. Há competição entre os miúdos, mas
é extremamente saudável”, salienta Ricardo
­Arrifano.
Sonho olímpico
As coroas de louros do Núcleo de Pentatlo
Moderno assentam neste momento nas cabeças de Pedro Valido, irmão de João Valido, e de
João Pedro Soares.
Pedro, 15 anos, já foi por duas vezes vice­
‑campeão no torneio catalão e primeiro clas-
sificado numa etapa internacional do circuito
espanhol, em Santander.
João, 16, saiu vitorioso no Campeonato Nacional de Juvenis e também foi ouro no Challenge Pentajovem. Notável é ainda o bronze
no Campeonato Nacional em YA (equivalente
aos juniores A), para atletas com 17 e 18 anos.
Estas são apenas algumas das medalhas, pois
“os armários já estão um bocado cheios com troféus”, diz o João.
Ambos conseguiram as marcas necessárias
para participar, em meados de julho, na Hungria, no Campeonato da Europa de Juvenis.
Os resultados não corresponderam às expectativas, mas a força psíquica dos dois já lhes
permitiu superar o percalço.
Serenidade é o principal tempero por trás das
palavras com que se exprimem. A paixão pelo
pentatlo e pelo Núcleo é o termo que usam
para o desporto. Os Jogos Olímpicos são o
suspiro que soltam, em simultâneo, quando
Porta aberta
A época desportiva do Núcleo de
Pentatlo Moderno da Escola Municipal
de Desporto de Setúbal decorre entre 1
de setembro e 31 de julho, sendo que as
inscrições podem ser feitas ao longo de
todo o ano, com exceção de agosto, mês
de encerramento ao público.
A secretaria da Piscina Municipal
de Azeitão recebe as candidaturas,
bastando entregar, a nível burocrático,
uma foto tipo passe e uma cópia do
cartão de identificação de cidadania.
Os atletas pagam uma taxa de inscrição
anual (por época) de 28,85 euros, um
seguro no valor de 3,5 euros e uma
mensalidade de 35,65 euros.
A secretaria está aberta aos utentes das
08h45 às 18h30, sem interrupção, nos
dias úteis, e das 09h15 às 12h30 nos dois
primeiros fins de semana de cada mês.
olham para o futuro. E medalhas olímpicas?
“Isso já é para lá do sonho”, remata Pedro Valido com um sorriso, ainda assim a transbordar
de fé.
Nessa caminhada, João Soares sublinha que
“é difícil conjugar os estudos com o pentatlo”,
principalmente ao confessar alguma contrariedade em se agarrar aos manuais, o oposto
do amigo Pedro, mais atento às necessidades
da escola e a quem já ocorreu vir a ser médico.
No núcleo de Setúbal, que funciona na Piscina Municipal de Azeitão, em Vila Nogueira,
os atletas treinam aos sábados, das 10h00 às
13h00 e das 14h00 às 17h00.
O treinador Ricardo Arrifano, há 20 anos na
Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno e
arquiteto de profissão, aposta na corrida, no
tiro, na natação e na esgrima. O Núcleo não
possui equitação, até porque tal só é pedido a
atletas com mais de 17 anos e escola de Setúbal só acompanha os jovens até aos 16.
Mente sã em corpo são
Pierre de Coubertain, criador dos Jogos Olímpicos da era moderna, impulsionou o pentatlo moderno há um século, nas Olimpía­das de
1912.
A modalidade inspirou-se na lenda de um
soldado napoleónico que, encarregado de entregar uma mensagem, atravessou as linhas
inimigas a cavalo, em corrida e a nado, usando uma pistola e uma espada pelo caminho.
O pentatlo, de resto, tem fortes antepassados
militares.
A primeira prova, esgrima, o único desporto
de contacto, exige tática e flexibilidade, a segunda, natação, técnica e físico e a terceira,
hipismo, adaptabilidade e coragem, uma vez
que os cavalos são sorteados entre os atletas.
A quarta prova, numa variante introduzida
recentemente, é um combinado de tiro, que
requer concentração, e de corrida, que puxa
pela resistência.
Todas as disciplinas, nos escalões superiores,
são disputadas no mesmo dia.
20SETÚBALjulho|agosto11
Criada para apoiar as crianças da comunidade local, a Associação de Professores e Amigos
das Crianças do Casal das Figueiras, passados 25 anos, desdobrou-se em múltiplas valências.
Tudo começou com um pioneiro ATL. Hoje, a crise tem gabinete próprio
Na sombra refletida pela copa frondosa da árvore, Joana, Iuri e David jogam matraquilhos
com outros tantos rapazes e raparigas que, em
tempo de férias, se divertem no ATL da Associação de Professores e Amigos das Crianças
do Casal das Figueiras.
Não se importam que as férias sejam passadas
no recinto partilhado com a escola que frequentam, a EB 1 n.º 9 do Casal das Figueiras,
na Anunciada. Até porque têm consciência de
quando é para estudar e quando é para brincar.
“A criança sai da escola e sabe que entrou num
mundo diferente, onde o tipo de exigência é outro”, explica o professor Alexandre Diegues,
presidente e fundador da Associação, apontando: “Essa é uma das particularidades dos
tempos livres.”
Embora funcionem no mesmo sítio e em articulação, a APACCF proporciona um contexto
bem diferente do escolar.
A funcionar todo o ano, o ATL programa atividades bem diferentes, especialmente durante
as férias letivas, e do agrado das 150 crianças
inscritas, entre os 6 e os 12 anos, residentes
noutras áreas do Concelho.
Joana, 9 anos, está feliz com as idas à Praia da
Figueirinha, ao longo de duas semanas. Mais
novo dois anos, Iuri adorou o acampamento
no Camping da Galé, durante quatro dias e
três noites, com direito a piscina. Já David, 9
anos, gosta mais das Piscinas das Manteigadas.
As famílias das crianças é que vão para os seus
empregos “completamente descansadas”. Alexandre Diegues garante que as crianças que
ali entram ficam em segurança, num ambiente acolhedor.
Além de todas as atividades ali desenvolvidas,
todas as crianças, provenientes de famílias
umas mais carenciadas do que outras, têm
direito aos lanches da manhã e da tarde e ao
almoço.
A funcionar num edifício que beneficiou de
obras de renovação e ampliação, no ano pas-
sado, a APACCF já tem duas salas prontas de
jardim de infância para receber, em setembro, 50 novos utentes, com idades entre os 3
e os 5 anos.
Solidariedade social
Há 25 anos, nasceu na antiga escola primária do Casal das Figueiras uma associação de
professores com o intuito de dar respostas na
área social às crianças e famílias do bairro.
A criação de um ATL, em 1986, foi a pedra de
toque para o projeto da Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das
Figueiras, instituição particular de solidariedade social, que pretendia acompanhar as
crianças nos tempos fora das aulas de forma a
prepará-las para as exigências não só da escola como da vida em sociedade.
Ao longo de mais de duas décadas, à medida
que as necessidades da população foram sendo identificadas, a própria instituição capacitou-se de novas valências destinadas a crianças dos 3 aos 13 anos. Em breve, está previsto
a APACCF receber novos utentes em idade de
berçário. Até lá, os pais podem contar com o
serviço de amas que a associação oferece.
Aos serviços como o de tratamento e de reinserção social de toxicodependentes, além
do apoio social que acompanha as famílias e
beneficiários de Rendimento Social de Inserção, juntou-se, recentemente, o Gabinete de
Crise, adaptado à realidade de cada vez mais
setubalenses.
Nesta nova aposta da associação em ajudar
as famílias mais carenciadas e que ali pedem
­auxílio é necessário recorrer ao espírito voluntário para que se possa angariar recursos
para posterior distribuição. Qualquer um
pode ser voluntário sem ter de prescindir do
seu tempo. Basta que no local de trabalho ou
entre vizinhos e amigos reúna bens alimentares, em fim de validade por exemplo, vestuá­
rio, mobílias ou material ­escolar.
Banana, pera, maçã, clementina, pêssego, cenoura e tomate foram distribuídos,
gratuitamente, aos alunos do 1.º ciclo do
ensino básico do Concelho, ao longo do
passado ano letivo, programa que regressa
agora com novos produtos.
Dois dias por semana, durante 30 semanas
escolares, cada criança recebeu uma peça
de fruta ou uma porção, como as cerejas e
as uvas, frutos de época.
Esta iniciativa da Câmara Municipal, integrada no programa europeu de Fruta
Escolar, regressa no próximo ano letivo,
mas agora com outros produtos hortofrutícolas.
Consumo diversificado, valorização das
produções e mercados locais, além da promoção de hábitos alimentares saudáveis,
sobretudo com vista à luta contra a obesidade, são os objetivos deste projeto que
promove várias atividades pedagógicas.
Neste âmbito, outras medidas acompanham a distribuição de fruta na sala de
aula ao longo do ano letivo. Alunos e professores desenvolvem ações com os produtos hortofrutícolas, como a confeção de
espetadas, saladas e sumos. Visitas a quintas, elaboração de cartazes e plantação de
sementeiras e hortas são outras atividades
didáticas.
A promoção do Programa de Fruta Escolar
tem a comparticipação do Instituto Português de Agricultura e Pescas, em cerca de
95 por cento, quer na compra de fruta e
hortícolas certificados, quer nas medidas
de acompanhamento.
educação
Professores amigos
das famílias
Alunos
comem fruta
sem pagar
Uma tecnologia que otimiza o sistema de gestão integrada da recolha seletiva foi desenvolvida com o apoio
de investigadores da Escola Superior de Tecnologia. A investigação já está concluída e o projeto testado nos veículos
deste serviço urbano. Alunos da Escola Superior de Saúde mostram como a atividade física pode ser eficaz, lúdica
e com custos reduzidos ao serviço do tratamento e da prevenção da diabetes
Técnica otimiza recolha seletiva
A melhoria da eficiência do sistema de
gestão integrada de recolha seletiva esteve na génese de uma tecnologia inovadora, desenvolvida por uma equipa
de investigadores que integra docentes
da Escola Superior de Tecnologia do
Instituto Politécnico de Setúbal. A otimização deste serviço urbano permite
uma gestão mais eficaz na periodicidade e nas rotas de recolha dos ecopontos
e minimiza os custos associados.
O projeto, promovido pela Amarsul,
é desenvolvido no âmbito do Sistema
de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, programa no
âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, contando
com as parcerias da Escola Superior de
Tecnologia do Instituto Politécnico de
Setúbal e do IDMEC – Instituto de En-
genharia Mecânica, um polo do Instituto Superior Técnico.
“A redução de custos” é apontada por
Filipe Didelet, docente na área de
Engenharia Mecânica, como uma das
principais vantagens da tecnologia,
desenvolvida ao longo de 18 meses,
que assentou em várias fases de intervenção.
A primeira, relacionada com o tratamento e a análise da informação existente, com recurso a dados do histórico fornecido pela Amarsul, permitiu
conhecer as rotinas de enchimento
dos contentores e criar um dispositivo
de automatização da recolha e registo
de dados de execução do serviço urbano, que possibilita otimizar as rotas de
recolha.
“A informação, concentrada numa base
de dados, funciona como uma importante ferramenta de apoio à decisão”,
salienta Filipe Didelet.
Identificados os níveis de enchimento
dos contentores e as velocidades a que
os recipientes são enchidos, é possível
adequar as periodicidades à necessidade de recolha de cada ecoponto, resultante da densidade populacional da
zona onde estes estão instalados.
Alexandre Magrinho, outro dos docentes envolvidos nesta investigação,
também da área da Engenharia Mecânica, revela que o “que se pretende é
que a recolha só seja realizada quando
os contentores estejam totalmente cheios,
evitando gastos desnecessários”, dando
como exemplos as despesas relaciona-
das com combustíveis, o desgaste dos
equipamentos e a gestão das próprias
equipas.
Sistemas automáticos
A aplicação da tecnologia que visa a
melhoria da eficiência do sistema de
gestão integrada de recolha seletiva
incluiu a criação de dois softwares,
um para identificação de contentores,
que assegura, igualmente, a localização
georreferenciada dos mesmos, e outro
para tratar a informação relativa ao enchimento dos contentores.
Ao nível de hardware, o novo sistema
envolve a colocação de dispositivos de
reconhecimento automático de contentores e também de medição do nível de enchimento dos contentores de
vidro, só possível neste tipo de matéria
pois os outros resíduos depositados
nos ecopontos – embalagens e papel
e cartão – não permitem realizar uma
leitura correta em termos de volume.
Na grua que acompanha os veículos de
recolha é colocada uma antena que vai
rececionar os dados e proceder à identificação automática da informação,
transmitida, posteriormente, para um
dispositivo móvel dentro do camião.
O custo total desta tecnologia, excluindo o dispositivo de leitura de dados,
ronda os 300 euros. “A retoma do investimento na aplicação deste sistema é
de menos de dois anos, ou seja, os custos
associados a esta tecnologia, em virtude
das vantagens apresentadas, são facilmente recuperados”, reforça Alexandre
Magrinho.
Exercício físico
trata diabetes
A promoção da atividade física como uma forma de tratamento da diabetes, uma doença crónica que já afeta cerca de 12 por
cento da população portuguesa, está na base de um projeto
pioneiro dinamizado por três jovens estudantes da Escola Superior de Saúde.
Num programa-piloto, desenvolvido ao longo de oito semanas
com um grupo de 13 diabéticos, os alunos, da licenciatura de
Fisioterapia, integraram a prática de exercício físico na rotina
diária da população, adaptando atividades desportivas às condições de cada pessoa.
“Desenvolvemos um conjunto de atividades em virtude das necessidades da população da península de Setúbal [apuradas num
estudo prévio] e de acordo com as diretrizes indicadas no Plano
Nacional de Saúde”, refere André Nicha, um dos estudantes
envolvidos no projeto.
“Não basta prescrever exercício físico. É preciso sensibilizar mentalidades, adaptar o quotidiano das pessoas e fazê-las sentir que
o exercício é fundamental na condição de diabético”, sustenta o
jovem fisioterapeuta, explicando que a vertente pedagógica,
transversal a todo o projeto, é um “elemento caracterizador da
profissão”.
Uma hora de exercício físico três vezes por semana faz parte
do calendário definido pelos jovens fisioterapeutas, onde atividades de fortalecimento muscular e aeróbio marcam o ritmo
do programa, através da realização de aulas de hidroginástica,
ginásio ao ar livre e caminhadas, tudo antecedido de sessões
academia
21SETÚBALjulho|agosto11
Construído ao longo de vários meses, o projeto apresenta uma
base sólida e obteve “resultados extremamente positivos”, refere
André Nicha, que acalenta a esperança de continuar a trabalhar neste programa, que pode ser adaptado para o tratamento
de outras condições crónicas como a hipertensão, o colesterol
e a obesidade.
“É uma ambição forte. Neste momento temos tudo para avançar de
uma forma sustentável, até porque já começa a haver um despertar de consciências para as populações com estas condições, com a
vantagem de os custos de implementação deste projeto serem mínimos”, refere o estudante.
Resultados inesperados
de esclarecimento. “Tentámos dotar as pessoas de conhecimentos
que lhes permitissem a realização desta atividade terapêutica de
uma forma autónoma e natural. Cada um tem as capacidades e
habilidades para contribuir para o próprio tratamento, após acompanhamento profissional”, salienta Ana Rosado.
O projeto, realizado no âmbito de uma unidade curricular do
4.º ano da licenciatura de Fisioterapia na Escola Superior de
Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, revelou também
­resultados inesperados para o grupo ao nível da área educativa
e social.
“A reação das pessoas aos planos de treino foi uma total surpresa,
até porque não esperávamos que a mudança [introdução de rotinas de exercícios] fosse tão fácil. Sentimo-los sempre motivados”,
recorda Ana Rosado.
A aceitação e a adoção das metodologias implementadas pelos
jovens fisioterapeutas foram de tal forma que, mesmo após a
finalização desta fase do projeto, os participantes continuaram com o programa de atividade física.
“As pessoas formaram um grupo autónomo e continuam a fazer
exercício físico de uma forma regular. É importante sentir que pudemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, realça Isa Pinheiro. “É um sentimento de dever cumprido e
que a mensagem passou”, conclui.
Ponto atrás de ponto
as redes voltam a
ganhar poder para
regressarem ao fundo
do mar. A arte do
remendo das redes
de pesca já não tem
muitos seguidores.
Mário Cruz é dos
poucos que dão uso
à agulha de atar.
Como companhia,
tem o fado, o peixe e o
Vitória
Nas malhas do mar
ontem
ninguém interessado. A malta nova não quer saber disto”, desabafa em tom de compreensão,
percebendo que a pesca não promete um futuro risonho.
O filho, na casa dos 30 e numa passagem rápida pelo armazém, atesta que chegou a descobrir o ofício com esses homens. “Se fosse
hoje já não aprendia nada”, diz, enquanto o pai
remata que não é por falta de vontade, mas
porque “já ninguém sabe nada disto”.
À medida que roda minuciosamente a malha,
avaliando o tamanho dos buracos e os cose
com uma naturalidade mecânica, Mário Cruz
garante que “a rede tem muito saber e os seus
porquês”.
O principal medo é que se os pontos não forem os acertados, a ratoeira marinha não fica
direita quando lançada ao mar. “E depois não
pesca nada.”
Ao longo dos anos, as redes apanharam não
apenas toneladas de peixe, mas, principalmente, o próprio destino de Mário Cruz. “Estou nisto desde os 11 anos e tenho 63. Faça agora
as contas ao tempo que ando no mar.”
Feita a subtração, os 52 anos, divididos entre
a pesca e o remendo de redes, são equivalentes ao cansaço que se nota nas curtas frases de
Mário Cruz quando fala do ofício.
Já pensou em mudar o rumo profissional, mas
a introspeção diz-lhe que não se iria adaptar a
outra vida. “Fui criado no mar e hei-de morrer
no mar”, conclui.
O rádio liberta agora a voz de Ana Moura e a
agulha de atar a rede dá voltas e voltas, selando possíveis fugas da presa através da malha.
“O fadinho é a minha companhia”, confessa
numa expressão alegre e enrugada. O fado
do mar descreve-o um pouco mais taciturno.
“Preparar redes não dá trabalho. Dá um trabalhão!”, lembrando-se de que, há anos, chegou
a fazer redes inteiras à mão.
Hoje, são todas industriais, mas ainda assim
perde horas a prepará-las quando ainda estão
por estrear, pois é preciso coser-lhes as boias
para flutuarem, numa ponta, e o chumbo para
afundarem, na outra. Isto sempre com a cumplicidade do amigo fado.
Numa tentativa vã de perceber os pontos que
Mário Cruz vai dando nas redes, somos desarmados pelo sorriso e a constatação: “Quanto
mais olhas, menos vês.”
O processo repetiu-se, agora mais devagar,
para leigo aprender, e ainda assim a ignorância venceu. Não é acaso que a palavra arte ande
tantas vezes de mão dada com este ofício.
Filho de peixe
Mário Cruz é “filho e criado em família de pescadores” e as redes que arranja são as suas,
As velas cederam aos motores e a
navegação já não é comercial mas sim
de recreio. O contraste, com mais de 80
anos de diferença, espelha, em vários
planos, a mutação da cidade a partir
da Doca do Comércio. Ao fundo, a
Igreja de S. Sebastião e a chaminé da
antiga fábrica de conservas Perienes, hoje, Museu do Trabalho Michel
Giacometti, indicam que as coordenadas estão certas. Sinais dos tempos
retratados por Américo Ribeiro, em
1928, antes das obras do porto, e por
Mário Peneque, na atualidade.
hoje
Enquanto Camané ecoa do fundo do pequeno
armazém pelos altifalantes radiofónicos, Mário Cruz, sentado num banco pigmeu, remenda pacientemente os buracos da rede marcada pela faina da sardinha.
Mário Cruz é dos poucos homens que atualmente ainda se dedicam a esta arte do mar.
“Nos tempos ‘da outra senhora’ cheguei a ter mais
quatro homens a arranjar redes. Hoje, já não há
retratos
22SETÚBALjulho|agosto11
pois também tem um barco, o “Dois Amores”.
“Vem da altura da cantiga do Marco Paulo, mas
também dos meus dois verdadeiros amores, os
­filhos. Um rapaz e uma rapariga”, diz com a cara
como que iluminada.
No mar já apanhou “uma boa centena de sustos,
nada de sério, mas foram valentes sustos”.
Passado tanto tempo a lançar e a colher redes,
diz que ainda gosta da profissão, mas di-lo
em resignação. “Tenho de gostar. Que hipótese
tenho? Sempre fiz isto.”
Das redes que decoram as paredes à espera
de remendo não faz ideia dos metros que tem
pela frente. “Sei lá eu quantos são. Nem ajuda
pensar nisso. É preciso arranjar e pronto”, afirma
com sorriso determinado.
As redes das balizas também o fazem sorrir.
Vitoriano, é sócio desde 1963, “porque é a
equipa da terra”. O plantel da época de Jordão
resiste já pálido num quadro emoldurado e
pendurado na parede e, como a esperança é
a última a morrer, “parece que este ano até há
uma equipa jeitosa”.
Mas se o Vitória de Setúbal é paixão, o peixe
é quase uma religião. À mesa quase só aceita algo que tenha tido barbatanas e guelras.
“Quem me tira o peixe, tira-me tudo”, sublinha,
reforçando que “carne, só quando não tiver o
que comer”. Bem que Mário Cruz nos tinha
dito antes que foi criado no mar.
23SETÚBALjulho|agosto11
Para os mais supersticiosos, esta equipa poderia estar destinada ao fracasso.
Para outros, a equipa dos 11 titulares e dos dois suplentes – “Os 13” – trouxe prestígio
desportivo que foi além do futebol. Hoje, a sorte bateu à porta das marchas populares
Longe vão os tempos em que o Grupo
Desportivo Setubalense “Os 13” registava 700 sócios e atingia uma vitalidade invejável na prática desportiva.
Passados quase 90 anos da fundação,
“Os 13”, que só encontram fortuna nas
marchas populares, contam apenas
com 354 sócios. Contagem que não
corresponde à realidade, uma vez que
a base de dados não está atualizada. Na
verdade, o número de sócios deve rondar os 170.
É na sala de jogos, que ganhou o nome
do sócio-fundador Carlos J. S. Gomes,
numa homenagem da direção dos biénios 1984/86 e 1986/88, que os poucos
frequentadores do Grupo Desportivo Setubalense “Os 13” se encontram
com o passado glorioso da coletividade
quase centenária.
Taças, troféus e medalhas decoram as
paredes daquele espaço de convívio,
com serviço de bar, testemunhando a
participação em torneios e campeo­
natos, uns ganhos outros perdidos,
sobretudo nas modalidades de futebol
e atletismo.
Agora, o grupo “Os 13”, que começou como equipa de futebol, em 1921,
resume-se a jogos de tabuleiro e de
mesa permitidos só aos sócios com as
quotas “em dia”. Os avisos, espalhados
pela sala, não deixam dúvidas. Mesmo
com um valor mensal de, no mínimo,
um euro, muito sócios não regularizam
o pagamento.
Sócio há 24 anos, Carlos Ribeiro, atual
vice-presidente da direção e tesoureiro do grupo desportivo, confessa que
pouco há a fazer em matéria de quotas.
O que fazer aos sócios que ali passam
o dia, como o sócio mais antigo, de 82
anos, que não dispensa a leitura diária
dos jornais? Fecham-se os olhos. Sócios ou não sócios o certo é que é à noite que “se juntam para jogar às cartas”.
As estratégias para gerar receita
ficam­‑se pelas ideias, já que as atuais instalações não permitem grandes
aventuras. “Temos uma despesa fixa de
1050 euros por mês”, conta, desanimado. Embora a coletividade não tenha
gastos com empregados, pois “todos
são colaboradores”, o bar não tem fins
lucrativos e o aluguer da sala “muito
quente” do primeiro piso, destinada aos
ensaios das marchas, não compensa.
Ciente de que só a boa vontade não
chega, a presidente da direção do grupo, Paula Carmelo, que se voluntariou
para liderar a coletividade durante
uma crise diretiva, há três anos, em
comissão de gestão, não tem “a mínima dúvida” de que se o GDS “Os 13” for
entregue a outras pessoas “fica em risco
de fechar”.
Apesar de os esforços em proporcionar às mais jovens a prática desportiva,
os resultados têm sido inglórios pelas
dificuldades financeiras e de espaço
físico do grupo. “Tem de haver algum
incentivo para os miúdos, o que acarreta
custos”, lamenta Carlos Ribeiro.
Mudança de rumo
Paula Carmelo e Carlos Ribeiro recordam as antigas instalações, ali mesmo
ao lado, na Rua General Gomes Freire,
na chamada “rua dos 13”, e o campo de
jogos nas traseiras.
“Chegou-se a treinar salto em altura na
sala antiga da coletividade”, lembra o
tesoureiro. A mudança da sede para a
Rua Camilo Castelo Branco e o encerramento do campo da coletividade ditaram o fim do futebol de “Os 13”. Já lá
vão 20 anos.
Também a participação do grupo nas
marchas populares teve o seu interregno em 1996, uma vez mais pela falta
de espaço. “Era impossível estar com os
ensaios das marchas e o ténis de mesa”,
justifica Paula Carmelo.
Se, naquela altura, o ténis de mesa levou a melhor, e com resultados alcançados nos distritais da modalidade,
desde 2009 são as marchas que têm
estado em maré de sorte.
O regresso foi com um tímido terceiro
lugar e no ano seguinte o grupo ficou­
‑se pelo quinto. À terceira foi de vez e,
na edição de 2011, “Os 13” arrecadaram
o primeiro lugar do pódio. Com o retorno das marchas e uma direção mais
jovem, a coletividade renovou­‑se e ganhou novo fôlego, registando a entrada
de sócios, o mais novo com 22 anos. O
sentimento é de “sangue novo”.
Poucos são aqueles que se lembram ou sabem a razão de a
­coletividade ter no nome o número do azar. José Manuel
­Pires, sócio número 17 e membro do Conselho Fiscal da atual
direção, é um desses sortudos que dá voz às palavras escritas e
proferidas por um dos fundadores, Carlos José da Silva ­Gomes,
no 39.º aniversário da coletividade.
Diz o documento: “Foi no dia 1 de dezembro de 1921 que um
punhado de rapazes, tendo à frente Francisco Biscaia da Silva, José
Augusto Pereira e Silva e Artur Ferreira Leal, se lembrou de fundar
um clube de futebol, a que designaram por Grupo Os Treze.”
“Os 13” porque eram 13 rapazes, na casa dos 16 anos, “que
­faziam parte do clube e compunham a categoria de futebol, jogavam
nos infantis do Vitória”, o número suficiente para formar “uma
linha de futebol com 11 elementos efetivos e dois suplentes”.
Na época, os jogadores do Vitória, de todas as categorias,
treinavam no Campo dos Arcos. A “fome de dar pontapés na
bola” não era saciada com apenas um dia de treino, neste caso,
ao sábado.
Assim nasceu o Grupo “Os Treze” que reunia no café Brasileira,
na Praça de Bocage, e treinava no Bonfim, tal como as centenas
de outros rapazes de 16 anos. A primeira sede do clube ficava
no primeiro andar do número 15 da Rua do Romeu, em frente
da famosa Ginginha.
A Associação de Futebol de Lisboa, único organismo oficial
para a prática do futebol na altura, não consentiu a filiação por
causa da denominação Grupo “Os 13”. Na primeira reunião
da Assembleia Geral, “Os 13” foi antecedido por Grupo
Desportivo Setubalense, tal como o conhecemos hoje.
Entre 1922 e 1926, a coletividade viveu grandes momentos
no âmbito desportivo, destacando-se atletas em modalidades
como atletismo, natação, boxe, luta greco-romana e, claro,
futebol.
rosto
A força decisiva
da nova geração
Superstições à parte, um incidente no
desfile de 2010 com um marchante de “Os
13” acabou por ditar a sorte este ano. Em
“homenagem” ao infeliz episódio do marchante com um “grão na asa”, o ensaiador,
Fábio Carmelo, decidiu levar, nesta última
edição, o tema “Velhas tabernas, jogos e as
suas tradições”. E não é que ganhou?
Dividido entre o Bairro Santos Nicolau e
“Os 13”, o ensaiador, de 26 anos, diz ter
crescido a marchar: “Em pequenino ensaiava com cadeiras partidas a fazerem de arcos.”
Ao retomar uma velha tradição, além de
levar a vitória para casa, Fábio Carmelo,
sócio 324 e secretário da direção, devolveu jovialidade e alento à coletividade. A
maior parte dos 52 marchantes é de outros
bairros.
“Ajudo no que é possível. Hoje em dia não há
disponibilidade para vir para aqui”, confessa o jovem, vigilante de profissão, que
trabalha por turnos. As diferenças entre a
nova e a velha geração de sócios são grandes, mas não amedrontam Fábio: “As pessoas têm de fazer com que isto continue.”
iniciativa
Titulares e suplentes
vingam nas marchas
Rapazes do Vitória
no pontapé de saída
24SETÚBALjulho|agosto11
A festa da cidade
plano
seguinte
As Comemorações
Bocagianas são já
uma tradição para
os setubalenses,
com atividades que
refletem a temática do
poeta sadino. Outras
iniciativas acontecem
porque se celebra o Dia
da Cidade e há que
homenagear homens
e mulheres que se
dedicam a Setúbal
A abertura da exposição que assinala os 50 anos do
Museu de Setúbal é um dos pontos altos das Comemorações Bocagianas, que promovem iniciativas
musicais, literárias e de homenagem ao poeta e aos
setubalenses.
O programa abre com uma exposição coletiva dos
artistas plásticos da Artiset. Entre 10 e 16 de setembro, obras baseadas no soneto de Bocage “Nascemos para amar” podem ser vistas no Clube Militar
de Oficiais de Setúbal.
Embora o Dia de Bocage e da Cidade seja assinalado
a 15 de setembro, as comemorações acontecem ao
longo do mês. A música é outra área abrangida neste
programa, com a iniciativa “Há Jazz nos Jardins” a
fazer-se ouvir nos dias 11, no Jardim da Algodeia, e
18, no Parque do Bonfim, às 18h00.
E porque Setúbal desperta um sentimento de pertença há que assistir ao que oito jovens dizem
da cidade, entre os dias 11 e 18. No total, são oito
curtas-metragens do “Projeto BI – Sentimento de
Pertença”, da produtora Vende-se Filmes, exibidas,
uma por dia, às 21h30, antes da sessão cinematográfica em exibição no Cinema Charlot – Auditório
Municipal.
A tertúlia anual “Eis Bocage... Conversas de Botequim” está marcada para dia 14, às 21h00, na Casa
da Baía. Este encontro, que conta já com 12 edições,
é uma iniciativa da Câmara Municipal e do jornal
digital Setúbal na Rede.
E eis que chega o Dia de Bocage e da Cidade, a 15,
com a manhã dedicada às homenagens. A primeira
é dirigida a Bocage, junto da estátua, às 09h15, seguindo-se a sessão solene evocativa da efeméride,
às 09h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
Aqui, são também homenageados os funcionários
municipais aposentados e condecoradas com a medalha de honra da cidade personalidades e entidades (ver caixa).
A cerimónia conta ainda com dois momentos musicais, com a participação dos Tódicos, do Agrupamento Vertical de Escolas Luísa Todi, e do Grupo
Coral da Casa dos Professores.
Ao longo do dia, entre as 10h00 e as 18h00, a Casa
da Baía abre as portas aos artistas que ali queiram
manifestar a sua arte, na iniciativa “Na Rota de Bocage... Encontro com talentos”.
Depois da inauguração dos arranjos exteriores
da Praceta Interior à Avenida Avelar Brotero, às
15h00, e do concerto da Banda da Sociedade Musical Capricho Setubalense, às 16h00, no coreto da
Avenida Luísa Todi, outro ponto alto do programa
das comemorações do Dia de Bocage e da Cidade realiza-se às 17h00, nas antigas instalações do
­Banco de Portugal.
Trata-se da inauguração da exposição que assinala
os 50 anos do Museu de Setúbal/Convento de Jesus,
que dá a conhecer as coleções do acervo e o trabalho desenvolvido, como pesquisa, conservação e
restauro, e as atividades dirigidas ao público. No
programa do dia 15 consta ainda a cerimónia de entrega de prémios do XIII Concurso Literário Manuel
Maria Barbosa du Bocage. Esta iniciativa da LASA –
Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, com o apoio
da Autarquia, está marcada para as 18h00, no Salão
Nobre dos Paços do Concelho.
O Dia de Bocage e da Cidade encerra já à noite, com
o espetáculo “... no meio de mil dores...”, pelo Teatro Animação de Setúbal, nos Claustros do Convento de Jesus, que se inicia às 21h30.
Na noite seguinte, a 16, à mesma hora, o Coro Feminino TuttienCantus e o Coro Municipal Afina Setúbal atuam no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A
Praça de Bocage recebe, a 17, também às 21h30, um
concerto do projeto “Fado em Setúbal”.
Igualmente no dia 17 realiza-se a 19.ª edição do
Open Nacional de Damas Clássicas – Cidade de Setúbal, na Sociedade Musical Capricho Setubalense,
e é inaugurada a exposição “Os Anti-Monumentos.
Prefácio a uma exposição”, de Virgílio Domingues,
às 18h00, na Casa da Baía.
Condecorações
Helen Hamlyn, Hugo O’Neill, Rui Nabeiro e o
Exército Português – Regimento de Engenharia
são homenageados com a Medalha de Prata
da Cidade, pelo apoio prestado em projetos
desenvolvidos em prol do Concelho nas áreas
da cultura, turismo e proteção civil.
Já a Medalha de Honra da Cidade, na classe
Atividades Culturais, é atribuída ao artista
dinamarquês Neils Fisher, autor do projeto
“Hans Christian Andersen”, e ao músico
setubalense Pedro Carneiro, vencedor do
Prémio Gulbenkian Arte 2011. Na mesma área,
são distinguidos o maestro Rui Serodio, o pintor
naïf José Miguel da Fonseca e o poeta popular
António Maria Eusébio, o “Calafate”, no ano em
que se assinala cem anos da sua morte.
Também a título póstumo, o médico Ireneu
Cruz é agraciado na classe Ciência e Tecnologia,
enquanto a fábrica de pasta de papel Portucel
e o empresário e chef de cozinha Mário Brito
Pinheiro são reconhecidos pelo mérito na classe
Comércio e Indústria.
Em Associativismo e Sindicalismo, a Medalha
de Honra da Cidade é atribuída à Sociedade
Filarmónica Providência, ao Clube Recreativo
Palhavã e à SEIES – Sociedade de Estudos e
Intervenção em Engenharia Social.
Na classe Paz e Liberdade, o Município presta
homenagem póstuma a Carmelindo Vitorino
Elias, falecido em 2009, setubalense que se
destacou pela intervenção cívica.
Campanha
põe Setúbal
mais bonita
O desafio e o apelo para que todos possam vir colaborar, dentro das suas possibilidades, numa causa que visa aumentar
a qualidade de vida no Concelho estão
lançados. A pintura de um mural com o
logotipo da campanha “Setúbal Mais Bonita”, a realizar entre 23 e 25 de setembro, iniciou esta ação dinamizada pela
Câmara Municipal de Setúbal, em parceria com as juntas de freguesia.
Limpeza de jardins, plantação de árvores, pintura de bancos e de paredes,
recuperação de mobiliário, recolha de
lixo, pequenas reparações e outras intervenções sugeridas pelos munícipes
são tarefas desta campanha, que apela a
uma participação ativa e empenhada dos
cidadãos.
O primeiro dia, 23 de setembro, é dedicado às escolas que necessitam de
pequenas remodelações ou reparações,
sendo as ações desenvolvidas, primordialmente, por alunos e professores. Os
dias seguintes, 24 e 25, são dedicados a
intervenções de caráter geral.
Os interessados em participar podem
inscrever-se pelo correio eletrónico
­[email protected] ou
na página da Autarquia no Facebook, em
www.facebook.com/municipiodesetubal.
Informações adicionais podem ser obtidas pelo telefone 910 008 581.
Graffiti apela à população
A pintura de um mural com cerca de cem
metros quadrados, em graffiti, na fachada de um prédio localizado na Avenida
General Daniel de Sousa, junto de um
posto de abastecimento de combustíveis,
foi a primeira intervenção da campanha.
O trabalho, realizado em julho, durante
quatro dias, contou com a participação de
três artistas especializados em graffiti.
Slap, artista de projeção internacional,
Dez e Ioa, ambos de Setúbal, concretizaram a ideia lançada pelo presidente da
Academia do Largo – Clube Radical de
Setúbal, João Ilhéu.
A pintura do logotipo da campanha “Setúbal Mais Bonita”, para a qual foram
usadas 88 latas, o correspondente a mais
de 35 litros de tinta, pretende divulgar
este projeto, mostrando, ao mesmo tempo, que o graffiti, devidamente enquadrado, pode contribuir para a melhoria
da imagem urbana da cidade.
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Sant`Iago garante carreira de êxito Pentatlo moderno aponta à