Projeto Educativo
Educadoras de infância: Joana Lopes, Daniela Ribeiro, Daniela Martins, Sara Soares, Filipa Dias,
Marta Rocha
Educadora Social: Susana Leite
Auxiliares de Ação Educativa: Joana Moura, Carla Miranda, Márcia Miranda, Liliana Oliveira,
Raquel Santos, Juliana Campos, Diana Sousa, Joana Silva, Susana Dias e
Fábio Rodrigues
Coordenadora das Auxiliares: Susana Dias
Pessoal da Manutenção: Emília Ferreira, Elizabete Henriques, Fernanda Santos, Gabriela
Fernandes
Rececionista: Raquel Teixeira
Todas as crianças do Centro Infantil Nova Aurora
Ano letivo 2012/2013
Índice
Introdução
O Projeto Educativo de uma escola – missão…………………………………………………….pág. 3
1. - Identidade – Quem somos?
1.1 - História do Centro Infantil Nova Aurora……………………………………………………..pág. 5
1.2 - Caracterização……………………………………………………………………………………………pág. 7
1.2.1- Meio envolvente………………………………………………………………………………..pág. 8
1.2.1.1 - Resenha Histórica da Freguesia………………………………………………………pág. 14
1.2.2 - Meio físico interno……………………………………………………………………………pág. 14
1.2.3 - Público-alvo……………………………………………………………………………………..pág. 14
1.3 - Enquadramento Jurídico……………………………………………………………………..pág. 15
2. - O que queremos?
2.1 - Breve história da Anarp…………………………………………………………………………….pág. 16
2.2 - O nosso conceito de educação………………………………………………………………….pág. 18
2.3 - Valores, Finalidades e Objetivos Educacionais – Missão e Visão……………..pág. 20
2.3.1- Conceção de Educação……………………………………………………………………..pág. 21
2.3.2- Conceção de Escola………………………………………………………………………….pág. 24
Conclusão………………………………………………………………………………………………………….pág. 25
2
Introdução
O Projeto Educativo de uma escola – Missão
O Projeto Educativo de uma escola é um conjunto de princípios, metas e objectivos que os
vários membros de uma comunidade escolar se propõem levar por diante, enquanto tal, e
que os constituem um todo coerente, refletido e intencional.
Por isso, é o Projeto Educativo que determina os valores que estão subjacentes ao currículo
explícito e oculto, o qual procura a formação integral das crianças, pressupondo modos de
atuação (dos diferentes membros da comunidade educativa) congruentes com a sua
filosofia.
O Projeto Educativo é o grande construtor da autonomia face à norma, desenhando o rosto
próprio de cada escola.
Assim se compreende a sua absoluta necessidade. Na verdade, é ele que estabelece
padrões de referência para a vida da instituição, para as suas iniciativas, projetos,
atividades e ações; ele é fonte de motivação para os elementos da comunidade educativa
(crianças, pais, educadoras, funcionários...) que são imprescindíveis à reflexão, conceção,
execução e avaliação da ação da instituição; ele é o orientador da necessária autoavaliação
de procedimentos e da verificação do grau de cumprimentos de metas e objetivos
estabelecidos em comum.
Qualquer Projeto Educativo coloca e procura responder algumas questões:
− Quem somos e onde estamos?
− O que queremos, para onde queremos ir e como vamos?
− De que meios dispomos?
3
Para a construção do Projeto Educativo pressupõe-se a definição da missão e visão da
instituição.
A missão será a sua razão de ser, aquilo que justifica a sua existência continuada, enquanto
a visão será a imagem desejável e alcançável pela instituição no futuro. Ambas constituem
o modelo, a opção básica e a imagem de uma instituição.
4
Identidade
1. Quem somos?
1.1. História do Centro Infantil Nova Aurora
A ANARP (Associação Nova Aurora na Reabilitação e Reintegração Psicossocial) é
uma Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, reconhecida como
Pessoa Coletiva de Utilidade Pública.
Nasceu em 1994 da junção de esforços de familiares e amigos de pessoas com
doença mental que procuravam uma solução satisfatória ao nível da reabilitação e
integração social destes doentes.
O projeto desenvolveu-se com o apoio de Fundos Estruturais da Comunidade
Europeia (FEDER) e do Estado Português (Ministério do Trabalho e da Solidariedade).
Atualmente o projeto tem o apoio regular do ISSS (Instituto de Solidariedade e
Segurança Social), bem como dos seus associados e de beneméritos particulares e
empresariais.
A Associação Nova Aurora na Reabilitação e Reintegração Psicossocial – ANARP tem
em funcionamento um Centro Infantil num espaço, propriedade da Câmara Municipal do
Porto, inaugurado em 15 de Setembro de 2005 pelo Ex. Mo Sr. Presidente da Câmara
Municipal do Porto, Dr. Rui Rio.
A utilização deste espaço resulta de um Protocolo de Cedência de instalações por
parte da Câmara do Porto à Junta de Freguesia de Paranhos, que as disponibilizou à ANARP,
tendo está implementado nesse espaço três valências de apoio à infância: Creche, Jardimde-Infância e ATL. Tem como objetivo dar respostas às necessidades de acolhimento,
permanência diurna e aprendizagem de crianças dos 3 meses aos 5 anos de idade, de
forma individualizada, apoiando os seus progenitores e elegendo-os como parceiros
fundamentais. Procurando deste modo, contribuir para um salutar desenrolar do processo
formativo e educativo da criança, através da implantação de atividades sócio - educativas
onde esta se sinta valorizada e escutada. Despertar a sua curiosidade e o seu desejo de
5
aprender, proporcionar um melhor desenvolvimento pessoal e social são os objetivos
estatutários da ANARP.
No âmbito da ação social e durante o tempo que a escola deixa livre pretende-se
contribuir para melhorar a resposta educativa proporcionada às crianças, dedicando uma
especial atenção ao projeto educativo global de crianças com idades compreendidas entre
os 6 e 12 anos. Organizar atividades educativas especificas dirigidas às mesmas,
designadamente às oriundas de estratos socioeconómicos e culturais mais baixos, por
modo a ocupar os seus tempos livres de uma maneira salutar e apostando na qualidade da
educação de forma a ser facilitado o desenvolvimento harmónico da personalidade.
6
1.2. Caracterização
1.2.1 Meio Envolvente
O conhecimento do meio envolvente de qualquer instituição educativa reveste-se de
grande importância quando se elabora um Projeto desta índole. Só estando a par dos
meios físicos do local em que o jardim está inserido, se podem planear saídas, convívios e
outros tipos de atividades, ou seja, alargar a ação educativa a quem diz respeito; e não são
só apenas os profissionais de educação que contam com esta tarefa, são também os
familiares, os amigos, os vizinhos e toda a comunidade que rodeia a vida da criança. Da
mesma forma, a sala não é apenas o local de ação educativa é todo o contexto circundante
á criança: espaços de lazer, cultura e trabalho.
Assim, o Centro Infantil Nova Aurora pertence à freguesia de Paranhos e está inserido
na Urbanização de Santa Luzia, na Rua Professor Agostinho da Silva, nº34.
A Urbanização de Santa Luzia, localiza-se na zona oeste da Freguesia de Paranhos, está
delimitada a oeste pela Rua Montes Burgos e a norte por uma urbanização particular.
Existem duas ruas que dividem a urbanização, a Rua Padre Rebelo da Costa, é considerada
a parte mais antiga, e a Rua Armando Laroze Rocha, que é considerada a parte mais
recente.
Nesta urbanização, existem 640 fogos, divididos por nove ruas, destinados a
arrendamento, por 29 prédios de tipo 1,2,3 e 4. Os fogos destinados a venda distribuem-se
por 5 torres de 9 pisos e 1 de 16.
Quando se construiu esta urbanização, não se pensou em construir também certas
infraestruturas que iriam ser necessárias para satisfazer necessidades de novos moradores.
Assim, no que diz respeito a equipamentos sociais de apoio à infância, juventude e 3ª
idade, estas populações teriam que se deslocar para outras zonas próximas.
Quanto a equipamentos educativos formais, os habitantes podem servir-se da
Escola E.B.1 (Escola do Amial nº41), com capacidade para 200 alunos; e a E.B.2. Pêro Vaz de
Caminha, frequentada por alguns jovens que frequentam o Centro Infantil Nova Aurora.
7
O aglomerado populacional dispõe dos seguintes recursos físicos:
- Escola Miosótis
- Parque infantil
- Ringue da Associação de moradores da Urbanização de Santa Luzia
- Soares da Costa
- B.M.W (S. Conrado)
- Parque de Campismo
- Supermercado
- Cafés
- Mercearia
- Cabeleireiro
- Centro de Apoio ao Jovem
- Área de deficientes
1.2.1.1. Resenha Histórica da Freguesia
A freguesia de Paranhos, segundo a monografia de S. Veríssimo de Paranhos,
elaborada por Horácio Marçal, pertencia até 1837 à terra da Maia, da qual foi concelho.
A Maia tornou-se concelho independente em 1834 e Paranhos passou a fazer parte
das freguesias do Porto em 27 de Setembro de 1837.
A Freguesia localiza-se, na cidade do Porto e faz fronteira com a freguesia de
Ramalde, Cedofeita, Stº Ildefonso, Bonfim e Campanhã. Por outro lado, faz fronteira com o
concelho de Matosinhos, sendo designada por freguesia de periferia exterior. (ver anexo 1)
Esta freguesia é a segunda maior freguesia do país com uma extensão de 6,67 Km2,
caracteriza-se pelo seu elevado número de população residente – cerca de 55 mil
habitantes. É também a freguesia que mais se destaca, quer em número de alojamentos
familiares, quer em famílias de indivíduos residentes, representando cerca de 18 a 19% do
total do concelho. Para esta situação contribui a forte concentração de bairros.
A freguesia de Paranhos tem vindo a assistir a grandes mudanças nos últimos anos.
8
São os acessos que estão na base desta mudança, primeiro pela melhoria dos arruamentos
que ligam ao centro do Porto. Segundo, a construção da via de cintura interna e a
construção do polo universitário na Asprela. Para além, de possuir este importante pólo de
ensino, a freguesia é também sede de importantes equipamentos de saúde: o Hospital de S.
João, o Instituto Português de Oncologia e o Conde Ferreira, destinado a deficientes
mentais. No entanto, é do campo desportivo que esta freguesia é referida na comunicação
social.
A imagem de Paranhos está também muito associada à Quinta do Covelo, o mais
importante espaço verde da freguesia. O propósito da freguesia e da Câmara Municipal do
Porto é tornar esta quinta num espaço de fruição e sobretudo de aprendizagem para que
se comece a criar nas gerações mais novas um conceito de Ambiente e Preservação
Ambiental.
Esta freguesia é ainda caracterizada por uma grande dinâmica associativa. O elevado
número de coletividades existentes é responsável por um envolvimento de muitos jovens
em atividades de índole cultural, desportiva e recreativa.
A cultura popular é ainda algo que tem peso em Paranhos, como a dança, cantares e
gastronomia. Quanto a esta tradição gastronómica que Paranhos apresenta podemos falar
das famosas tripas à moda do Porto, mas a freguesia distingue-se por ter uma doçaria que
é só sua, falamos dos doces de Paranhos. (ver anexo 2)
Até meados do séc. XIX, não havia escolas oficiais na freguesia, começando a
primeira a funcionar em 1872. Em 1882 foi aberta uma segunda escola, para meninas e em
1885 foi aberta uma escola masculina. Em 1886, mudaram as meninas para o mesmo
edifício, e no mesmo ano abriu um primeiro curso noturno, mas fechou dois anos depois
por falta de inscrições.
Até ao início do séc. XX, apenas existiam três escolas primárias. Em 1912, eram
quatro, 1916, havia seis e, hoje são dez.
Quanto ao Ensino Particular, são conhecidos desde 1941, o Colégio dos Missionários
Capuchinhos e o Colégio Luso-Francês.
As escolas preparatórias, C+S e Secundárias, são várias: Escola Preparatória de
9
Paranhos, C+S de Pêro Vaz de Caminha, Escola Secundária de António Nobre e Escola
Secundária Filipa de Vilhena.
No campo do Ensino Superior Público e Privado, o cenário mudou drasticamente
para melhor. Falamos das faculdades de Medicina, Medicina Dentária, Economia,
Desporto, Educação Física e Engenharia (FEUP), Instituto de Patologia e Imunologia, a
Universidade Católica (Escola Biotecnologia), a Universidade Portucalense, a Universidade
Fernando Pessoa, o Instituto Superior de Ciências do Desporto e de Educação Física, o
Instituto Politécnico do Porto (Instituto Superior de Engenharia) e Escola Superior de
Educação.
Além das escolas do 1º ciclo do ensino básico, há dois jardins-de-infância públicos,
um perto da Igreja Matriz, outro na Areosa, e muitas instituições particulares. Para crianças
deficientes, a freguesia tem três instituições públicas, uma para o tratamento de crianças
autistas, outra que é o Centro de Paralisia Cerebral e o Centro de Paralisia.
Para além destes espaços pertencentes à freguesia de Paranhos, podemos ainda dar
relevo a mais alguns:
- Zonas verdes:
Quinta do Covelo: como já referimos anteriormente é o espaço verde mais
importante da freguesia e esteve até há bem pouco tempo abandonado.
Foi-lhe atribuído este nome porque no séc. XIX, a quinta foi comprada por um
comerciante, José do Covelo. Depois foi vendida e comprada por uma família de nome
Paranhos, o que levou a que a quinta passasse a ser também chamada por Quinta de
Paranhos.
Jardim de Arca D’Água: foi transformada em jardim público em 1920. É chamada
oficialmente de Praça 9 de Abril.
O nome de Arca D’ Água é devido a nascentes de água e respetivos reservatórios a
que se chamam arcas. Este é um verdadeiro jardim em plena cidade, onde os serviços, as
10
áreas habitacionais e os estabelecimentos de ensino circulam este local, mas não
interferem na sua beleza.
A Praça Marquês de Pombal: antigamente chamavam-lhe o largo de Aguardente e
fez parte de uma quinta. Como jardim, foi inaugurado em 1898, tornando-se peculiar pela
sua forma retangular, cheia de árvores, um pequeno coreto em ferro, um lago com repuxo,
uma fonte, bancos, quiosque e bebedouros públicos
Património Histórico-Cultural:
− Casa da Cultura de Paranhos: foi inaugurada a 11 de Julho de 1993 pelo
presidente da Câmara do Porto. Está situada num edifício antigo mas totalmente
remodelado. Esta tem em vista, a promoção de exposições de arte, exibições de
folclore, palestras e música, estando também prevista a abertura de uma
biblioteca.
− Igreja Matriz de Paranhos: desconhece-se a data de construção desta igreja, tudo
o que se sabe é que em 1845 foi reparada por se encontrar em ruínas e que
quem a reparou foi um morador que vivia na Arca D’ Água. Posteriormente, teve
sucessivos benefícios e melhoramentos.
− Igreja da Areosa: a igreja antiga era pré-fabricada e situava-se na rua da Areosa.
A atual é moderna, tem semelhanças com o aspeto a uma tenda, com um
telhado que vem até quase ao chão. Esta igreja alberga uma paróquia que se
alonga desde a autoestrada até ao Hospital de Conde Ferreira.
− Igreja do Amial ou Igreja dos Capuchinhos: fica situada na Rua Nova do Tronco,
junto do Seminário Ordem. É hoje sede da paróquia do Amial e a maior igreja da
freguesia de Paranhos. Foi inaugurada a 8 de Dezembro de 1958.
Pertence ainda a esta instituição um Centro Social Paroquial com três valências:
Centro de Convívio, Centro de Dia e um Centro de Apoio Domiciliário, na sua maioria
11
acamados e solitários. Todas estas obras são dedicadas à terceira idade.
− Igreja da Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição: está situada na
Praça Marquês de Pombal. Apesar de não pertencer à freguesia, a verdade é que
ocupa um pedaço importante do conjunto da Praça, sendo, além disso um
templo frequentado por muitos fiéis da área de Paranhos (de Costa Cabral ao
Covelo) para quem esta igreja fica muito mais perto que a Igreja Matriz.
- Equipamentos Sociais:
Bairros residenciais: a freguesia de Paranhos integra vários bairros, uns mais simples
que outros, que atestam o desenvolvimento urbano e demográfico de décadas, de forma
constante e crescente.
Os diferentes bairros existentes são: Bairro da Agra do Amial, Bairro da Agrela,
Bairro do Amial, Bairro da Areosa, Bairro da Asprela, Bairro da Azenha, Bairro do Bom
Pastor, Bairro do Carriçal, Bairro do Carvalhido, Bairro Dr. Leonardo Coimbra, Bairro da
Fábrica da Areosa, Bairro do novo Amial, Bairro do Outeiro, Bairro de Paranhos, Bairro do
Regado, Bairro de S. Tomé, Bairro do Vale Formoso e ainda um bairro particular, o Bairro de
Garantia.
Novas vias, como fator de mudança: sendo uma freguesia limítrofe, está servida por
várias vias de comunicação como saídas para Viana do Castelo, Braga e Penafiel, seguindo
pela Arca D’ Água e S. Mamede Infesta pela estrada velha, ou hoje, virando à esquerda,
depois da Arca D’ Água, para a Via de Cintura Interna e apanhando a autoestrada
Porto/Braga/Penafiel. A saída para Guimarães faz-se pela antiga estrada que acompanha,
mais ou menos, a Rua de Costa Cabral ou então pela autoestrada já referida.
Fator dinamizador de Paranhos é também a Estrada da Circunvalação, que liga o
Castelo do Queijo ao Freixo.
12
Polícias, quartéis e bombeiros: há dois postos da Polícia de Segurança Pública em
toda a freguesia, a 8ª Esquadra, no Largo do Campo Lindo e a 13ª Esquadra, na Rua do
Monte Dos Burgos. Situa-se na freguesia o quartel de Escola Prática de Transmissões, na
Rua Vale Formoso. As forças Armadas possuem na freguesia a Estação Militar, na mesma
rua.
Quanto a Bombeiros, não existem, embora seja esta a maior freguesia da cidade e a
segunda do País, não possui uma única corporação de Bombeiros. Quando é necessário,
são chamados os mais próximos.
Instalações desportivas: Estádio Eng. Vidal Pinheiro (Sport Comércio e Salgueiros, na
Rua Augusto Lessa, Clube de projeção nacional, integrado na primeira divisão de futebol.
Na Rua da Constituição, localizam-se as primeiras instalações do Futebol Clube do
Porto, que ainda hoje funcionam como escola de futebol. Constituem uma relíquia na
história da cidade. O F.C.P. possui hoje o conjunto desportivo das Antas, mas o significado
emocional do campo da Constituição continua vivo. Em 1993, o F.C.P. promoveu festejos
comemorativos do seu centenário.
Associações e Coletividades: esta freguesia tem numerosas coletividades
desportivas e de recreio. A mais antiga é o Sport Progresso, fundado em 1907. A mais
representativa é o Sport Comércio e Salgueiros.
O aparecimento de clubes, muitos deles no início do século, ficou a dever-se ao
crescimento desta área da cidade às transformações do espaço rural em espaço urbano.
Algumas das coletividades pertencentes a esta freguesia: Grupo Desportivo e
recreativo do Covelo, Racing Clube Portugal, União Francos Figueirense, Sporting Clube da
Cruz, Sport Progresso, Real Sociedade do Campo Lindo, Grupo Desportivo e Recreativo de
Paranhos, Núcleo Desportivo Bairro Bom Pastor, Sport Comércio e salgueiros, Estrela
Vigorosa Sport, Futebol Clube do Amial e Regado, Associação Recreativa Estrela do Carriçal,
Associação Recreativa Montiagra e Amial, Associação Recreativa Silva Porto, Clube
Desportivo Nun’Álvares, Associação Escuteiros de Portugal, Corpo Nacional, de Escutas,
Rancho Folclórico de Paranhos, Grupo Desportivo Leões de Veneza, Associação Recreativa
13
e Cultural Académica do Monte Pedral, Grupo desportivo Bairro Novo do Amial, Clube
Sargento do Exército,
Associação Recreativa e Cultural “Os Fatigados”, Associação Ocupacional Sadia do
Lazer, Associação dos Moradores dos Combatentes, Clube de Iniciação e Propaganda do
Atletismo, Clube dança de Salão do Porto e Associação de Moradores do Bairro do Outeiro.
Há outras associações sem sede própria como é o caso do Grupo Coral de
Professores do Porto e do grupo de cantares populares.
1.2.2 - Meio Físico Interno
O Centro Infantil Nova Aurora está inserido em quatro blocos, sendo o centro o ponto de
união destes edifícios.
Na área circundante ao edifício do Centro Infantil Nova Aurora existem espaços ao ar livre.
1.2.3 – Público - Alvo
a) Distribuição dos alunos
Creche
Berçário
Sala de 1 Ano
Sala dos 2 Anos
Nº de crianças
8
12
15
Jardim de Infância
Sala dos 3 Anos
Sala dos 4 Anos
Sala dos 5 Anos
Nº de crianças
22
22
22
ATL
Nº de Crianças
40
14
b) Famílias
A caracterização detalhada das famílias das nossas crianças pode ser encontrada no
Projeto Curricular da Instituição, documento este que, pelas suas características e
objetivos, pressupõe um conhecimento aprofundado de cada grupo.
1.3 - Enquadramento Jurídico
O edifício do Centro Infantil Nova Aurora é propriedade da Câmara Municipal do Porto.
É uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que funciona de acordo com os
normativos existentes e a autorização concebida pela Segurança Social.
15
2.
O que queremos?
2.1- Breve história da Anarp
A Associação Nova Aurora na Reabilitação e Reintegração Psicossocial é uma Instituição de
Solidariedade Social sem fins lucrativos, reconhecida como Pessoa Coletiva de Utilidade
Pública.
Nasceu em 1994 da junção de esforços familiares e amigos de pessoas com doença mental
que procuravam uma solução satisfatória ao nível da reabilitação e integração social destes
doentes.
O projeto desenvolveu-se com apoio de Fundos Estruturais da Comunidade Europeia
(FEDER) e do Estado Português (Ministério do Trabalho e da Solidariedade).
Atualmente o projeto tem o apoio regular do ISSS (Instituto da Solidariedade e Segurança
Social), bem como dos seus associados e de beneméritos particulares e empresariais.
Actualmente tem capacidade para 42 clientes, sendo que a maior parte das actividades
ocorrem no Centro Comunitário em funcionamento das 9:00h às 17:30h todos os dias úteis
da semana, sediado na Rua Coronel Almeida Valente 280, 4200-030, Porto. Além disso a
Associação possui a valência do Centro Infantil Nova Aurora, situado em Sta. Luzia.
16
2.2 O nosso Conceito de Educação
Nós diríamos que a educação é «uma conversa entre indivíduos» (Bruner, 1986, cit in
Vasconcelos, 1997). Nós acreditamos nesta máxima e acrescentamos que esta conversa se
faz com palavras, com afetos, com interações produtivas e positivas, ao longo de alguns
anos; nesta conversa andam de mãos dadas a cabeça e o coração. Nesta perspetiva,
defendemos que uma interação educativa de qualidade é sinónimo de uma interação
significativa entre dois indivíduos, um dos quais é mais experiente do que o outro
(Vasconcelos, 1997, p. 19). Na verdade, dentro do Centro Infantil Nova Aurora, estamos
conscientes que somos, sempre e só, alguém mais experiente que, por isso, irá orientar as
aprendizagens e nunca ensinar conceitos.
Todo o trabalho que realizamos enquanto agentes educativos tem inerente um
conceito de educação e a forma como esta deve ser operacionalizada. Deste modo, e numa
perspetiva desenvolvimentalista, temos a crença de que a criança é um ser ativo e
participante na aprendizagem, contribuindo significativamente para o seu desenvolvimento.
Por outro lado, defendemos que a melhor forma de a criança interiorizar conceitos será
através da ação, ou seja, a vivência de experiências diretas e imediatas, retirando delas o
significado através da reflexão (Hohmann & Weikart, 1997, p. 5). Efetivamente, partilhamos
inteiramente a teoria destes autores, quando salientam que são as próprias crianças, ainda
que pequenas, as responsáveis pela construção do seu conhecimento que irá ajudá-las a dar
sentido ao mundo. Nestas situações, o papel do adulto será o de observar e interagir com a
criança, no sentido de descobrir como ela pensa e que tipo de raciocínios elabora.
Na nossa prática educativa estão ainda presentes teorias do desenvolvimento e os
mais variados autores. Perspetivas de desenvolvimento como a de Piaget ou de Vygotsky
aparecem constantemente na forma como programamos a ação educativa, como
realizamos a montagem das salas, como proporcionamos experiências às crianças. Vygotsky
define um conceito para nós importantíssimo que é a Zona de Desenvolvimento Próximo,
ou seja a distância entre o nível real de desenvolvimento e o nível de desenvolvimento
potencial (Vygotsky, 1986, cit. in Vasconcelos, 1997, p. 35). Este conceito obriga-nos a
17
aprofundar conhecimentos acerca das teorias inerentes a cada idade, no sentido de
proporcionar à criança experiências um “degrau” acima das suas competências.
Ao levar a cabo a montagem da sala de atividades, cada educadora preocupa-se com
uma série de fatores, dos quais o mais importante será o de adequar os materiais ao grupo.
O facto de defendermos a máxima de que cada educadora deve seguir o grupo, prende-se
efetivamente com fatores afetivos mas também com o conhecimento que vai tendo do seu
desenvolvimento. Os materiais colocados na sala no início do ano letivo (Setembro)
traduzem o conhecimento que a educadora tem acerca do nível de desenvolvimento do
grupo no final do ano letivo anterior (Julho).
O acompanhamento das atividades de pequeno grupo, nomeadamente o trabalho
nos vários cantinhos da sala, assim como as atividades de grande grupo, são um
instrumento importante no sentido de fornecer à educadora pistas sobre o
desenvolvimento das suas crianças. É a partir deste conhecimento que é possível sugerir
novas atividades e incluir material nas várias áreas de trabalho, para que a criança atinja o
“próximo degrau”, ou seja, o nível de desenvolvimento potencial.
Na verdade, as educadoras do Centro Infantil Nova Aurora olham para o jogo, para
situações de “brincadeira”, como atividades fundamentais ao desenvolvimento da criança.
O jogo em geral é, para a criança em idade pré-escolar, um instrumento fundamental para
privilegiar os aspetos funcionais da aprendizagem, a partir dos seus interesses e desejos
(Mendonça, 1994, p. 37).
O papel do adulto será, então, o de promover atividades que representem para as
crianças situações significativas e interessantes, e simultaneamente adequadas ao seu nível
de desenvolvimento. Temos também a preocupação de levar a criança a refletir acerca das
suas brincadeiras, pois enquanto reflete está a realizar novas aprendizagens.
Não obstante, e como ficou já claro anteriormente, a nossa principal preocupação é
sempre a de olhar para o desenvolvimento como um todo. Promover o espírito de grupo e
de partilha, a regra e o respeito pelo próximo, tentar que a criança olhe para alguns
problemas sociais com o grau de compreensão que a sua idade permite, levá-la a observar
fenómenos e a realizar experiências do mundo que a rodeia, são objetivos sempre
18
presentes. Acima de tudo, pretendemos promover aprendizagens que lhes permitam
adaptarem-se a novas situações ao longo da vida, pois só desta forma poderão ser felizes.
19
2.3. Valores, Finalidades e Objetivos Educacionais – Missão e Visão
A missão do Centro Infantil Nova Aurora consiste assegurar, com qualidade, a satisfação
das necessidades básicas da criança, promovendo uma educação que desenvolva o
potencial que há em cada indivíduo de modo a torná-lo uma pessoa feliz.
Para cumprir a missão a que nos propomos e podermos vir a atingir a visão que tem para
cada criança, o Centro Infantil Nova Aurora elegeu como valores fundamentais na sua
atuação os seguintes:
− Segurança que pressupõe não só a existência de um espaço concebido à medida da
criança, onde o risco de perigo é minimizado, mas também um local onde se sente
protegida, segura e feliz...
− Afetividade que assenta no princípio de que cada criança é única e que a sua
integração no grupo resulta, antes de mais, da compreensão das suas necessidades
individuais e de uma atitude por parte do adulto de disponibilidade para escutar,
compreender, acarinhar...
− Disciplina que considera a necessidade do reconhecimento por parte da criança de
um conjunto de regras que precisam de ser respeitadas para que o seu crescimento
e integração social se processem de forma harmoniosa, de modo a tornar-se uma
pessoa responsável, confiante, equilibrada...
Assim, os momentos de reflexão em conjunto, a necessidade de união entre a teoria e a
prática e a sistematização dos objetivos educativos passaram a ser, para nós, uma
prioridade. Ano após ano fomos sentindo, cada vez mais, que faria todo o sentido colocar as
nossas intenções pedagógicas e educativas e os nossos ideais de educação num documento
escrito, que pudéssemos partilhar com toda a comunidade educativa.
20
2.3.1. Conceção de Educação
Para nós a educação tem uma dimensão e uma finalidade integradora e globalizante, ela
visa a formação e a promoção integral do indivíduo, da pessoa, como ser único. É o seu
crescimento pleno e global, em processo contínuo, que é visado pela nossa comunidade
educativa.
Assim, queremos para todos e cada um o saber, o saber ser, o saber fazer.
Concebemos a educação como a atenção individualizada e personalizada relativamente ao
crescimento de cada criança com a finalidade de promover a sua autonomia e o sentido de
responsabilidade, favorecendo o seu espírito crítico, a sua competência, a sua capacidade
de intervenção e de fazer opções.
Isto supõe a existência de uma comunidade educativa unida, que trabalha de forma
coerente e organizada a partir de valores e regras comuns, para quem o rigor e a existência
são experimentados no dia-a-dia e inseridos numa verdadeira pedagogia do esforço que
procura promover e desenvolver as capacidades e competências de cada um, num processo
contínuo. Cujas formas de relacionamento se baseiam na frontalidade, sinceridade,
lealdade e confiança mútua, onde a partilha de experiências, a competência de trabalhar
em equipa e a efetiva implementação de projetos interdisciplinares são uma realidade,
uma comunidade cujas vivências congregam e adquirem um significado que é o elemento
fundamental da sua própria construção.
Educar supõe, assim, uma atitude particular do educador de:
− Convicção na sua própria ação educativa
− Gosto de educar
− Consciência do seu papel de modelo autêntico e coerente, constituindo assim uma
referência em interação com os outros modelos e referências (família, sociedade,
etc) ou, até, com a sua ausência
− Encorajamento e incentivo a cada um
− Imparcialidade
21
− Sentido de justiça
− Domínio de si, serenidade, respeito
− Disponibilidade e paciência
− Firmeza
− Espírito critico e de iniciativa
Esta visão de educação supõe também uma interação e cooperação particular com as
famílias das crianças. Uma relação de abertura construtiva, na certeza de termos um
“projeto” comum que é a vida de cada criança: uma relação frontal, colaborante, flexível,
de coerência e firmeza, uma relação que privilegia o diálogo, a clareza e a cooperação.
22
2.3.2
Conceção de Escola
Pensar uma escola, projetá-la na sua contínua construção, pressupõe enquadrá-la,
contextualizá-la, ela está inevitavelmente marcada pelo meio em que se insere, pela
comunidade envolvente.
Há, no entanto, uma dimensão, ao nível da perceção e do significado dos construtores
deste Projeto, que importa revelar na medida em que ela determina a sua conceção de
escola e aquilo que dela se propõem fazer.
Assim, a comunidade educativa de Centro Infantil Nova Aurora, enquanto responsável por
uma instituição, ela quer que esta:
− Assegure um percurso educativo completo e integral;
− Respeite a heterogeneidade e a diversidade na convivência com os contrastes;
− Promova um forte intercâmbio cultural, estabelecendo pontes com o que a rodeia;
− Esteja atenta à evolução permanente das novas tecnologias e da informação;
− Seja dinâmica e criativa;
− Se identifique com as suas tradições e património, ligando o passado e o presente;
− Seja genuína, autêntica e simples;
A nossa conceção da escola que projetamos para o futuro e queremos construir é a de uma
escola moderna, em permanente melhoria, atualizada, crítica, dinâmica, inserida no seu
contexto, vocacionada para a formação integral das crianças.
É a de um espaço formador de valores humanos e intelectuais.
− Os seus alicerces devem ser sólidos e profundos, sendo constituídos pelos nossos
valores e convicções, pela relação escola/família.
− As salas de atividades devem ser acolhedoras, espaços de verdadeiro crescimento,
transmitindo confiança e tranquilidade: devem ser um espaço re-inventável em
qualquer momento, de acordo com as necessidades.
23
É a de uma escola/instituição que:
− Acolhe e sabe ouvir;
− Educa no saber, saber ser, saber estar e saber fazer;
− Trabalha em equipa e partilha experiências;
− Se autoavalia, num processo de melhoria e responsabilidade constante
− Procura a competência, o dinamismo, o respeito, a partilha, a compreensão, a
interajuda, a confiança, a esperança.
24
Conclusão
O presente projeto educativo não é, nem pretende ser um documento acabado. Pelo
contrário, assume, como o seu nome indica, a sua qualidade de projeto, de processo em
permanente construção.
Considera-se fundamental que, após a sua análise e aprovação, se constitua como
pertença de toda a Comunidade Educativa.
Cabe, pois, à comunidade desenvolver todos os esforços no sentido de operacionalizar as
orientações definidas para que o trabalho a desenvolver no Centro Infantil Nova Aurora
seja.... POR UMA ESCOLA DE FUTURO.
25
26
Download

projecto educativo 2012