FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Bruno do Vale Silva Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Orientadora: Profa. Dra. Mônica Pinto Barbosa Ilha Solteira Estado de São Paulo - Brasil 2010 Bruno do Vale Silva Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (UNESP), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Área de concentração: Processos de Fabricação. Materiais e Orientadora: Profª. Drª. Mônica Pinto Barbosa. Ilha Solteira Estado de São Paulo - Brasil 2010 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira. V149i Vale Silva, Bruno do. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto / Bruno do Vale Silva. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2010 178 f. : il. Dissertação (mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Área de Conhecimento: Materiais e Processos de Fabricação, 2010 Orientadora: Mônica Pinto Barbosa 1. Aderência aço-concreto. 2. Tensão de aderência. 3. Resistência a compressão do concreto. CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA CERTIFICADO DE APROVAÇÃO Título: Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto. AUTOR: BRUNO DO VALE SILVA ORIENTADORA: Profa. Dra. MÔNICA PINTO BARBOSA Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Mecânica, Área: MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO, pela Comissão Examinadora: Profa. Dra. MONICA PINTO BARBOSA Departamento de Engenharia Civil / Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira Prof. Dr. ANDRÉ LUÍS GAMINO Faculdade de Engenharia Civil / Universidade Estadual de Campinas Prof. Dr. LUIZ CARLOS PINTO DA SILVA FILHO Departamento de Engenharia Civil / Universidade Federal do Rio Grande do Sul Data de realização: 14 de maio de 2010. À minha família e a Priscila de Cássia P. Castilho que amo tanto Agradecimentos Primeiramente a Deus que me tem proporcionado todas as condições de trabalho e saúde, e que creio ser o responsável pelo sucesso em todas as etapas desse trabalho. Ao meu pai, Arcênio P. da Silva Neto, minha mãe, Vânia Maria do Vale P. da Silva (in memorian) e ao meu irmão Fabrício do Vale Silva pelo amor incondicional, ajuda e compreensão. Aos meus queridos avós Agenor do Vale e Augusta Martins do Vale pela ajuda e ensinamentos preciosos. Ao grande amor da minha vida, Priscila de Cássia P. Castilho, que me apóia e auxilia em todos os aspectos da minha vida. À minha orientadora Profª. Drª Mônica Pinto Barbosa, que vem acompanhando meus passos de pesquisador desde minha iniciação científica até o mestrado, pela amizade, dedicação, paciência e sobretudo pela confiança adquirida ao longo do tempo. Ao Prof. Dr. André Gamino, Prof. Dr. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho e Prof. Dr. Michel Lorrain pelas sugestões para o enriquecimento deste trabalho nas bancas de qualificação e defesa. À UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) mais precisamente aos laboratórios: LEME (Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais) e ao LSdM (Laboratório de Design e Seleção de Materiais), especialmente a Luciane Caetano, Lara Gomes, Prof. Dr. Luiz Carlos P. Silva Filho e ao Prof. Dr Wilson Kindlein Jr. que ajudaram a realizar a caracterização geométrica com scanner a laser nas barras de aço. Ao Prof. Dr. Walter Veriano Valério Filho pela ajuda na realização da análise estatística, a Profª. Drª Maria Teresa Gomes Barbosa pelo fornecimento de material de pesquisa, ao Técnico Gilberto Antonio de Brito e Prof. Dr. Flávio Hiochio Sato pelos trabalhos prestados na manutenção da célula de carga. Ao engenheiros Flávio Moreira Salles e Camilo Mizumoto do LCEC - Laboratório CESP de Engenharia Civil pelo ajuda e apoio na realização dos ensaios. Aos técnicos do LCEC - Laboratório CESP de Engenharia Civil: Anderson, Michelan, Lana, Flávio, Marcos, Joaquim, Gilmar, Ademir (Branco), Jorge, Sergio, Euclides, Francisco (Chico), Vicente, Edgar, Lourival, Pascoalim, Bertolucci, Sumie, Rosângela, Aparecida (Cidinha) pela amizade adquirida, ajuda e apoio na realização dos ensaios desenvolvidos neste trabalho. Aos técnicos do Laboratório de Engenharia Civil da UNESP, Gilson, Ronaldo, Mario, Cavassano e Rodrigo pelas sugestões e pelo auxilio de grande valia para o desenvolvimento deste trabalho. Aos colegas de trabalho: Alysson Tavares, Felipe Bertolucci, Lucas Girotto, João Felipe Reis, Felipe Mansur, Igor Santana, Liane dos Santos e todos aqueles que contribuíram de alguma maneira para a realização deste trabalho. Especialmente a Marcos Onofre de Vita que foi de vital importância no desenvolvimento desta pesquisa. À República PKF: William H. K. Pereira, Alysson J. Tavares, Tiago A. Alves, Marcos O. de Vita, Lucas Girotto, Tiago Costa. , Rogério H. Z. Scheolin, Eduardo Moisés, Rogério S. Garcia e Kleber A. Lemos, onde morei durante minha estada em Ilha Solteira e fiz grandes amigos. Aos queridos amigos de graduação: Antônio R. G. L. de Souza, Marcos O. de Vita, Everton J. da Silva, Murilo R. da Costa, Camila S. Zoilo, Marina Girardo. À todos amigos que fiz em Ilha Solteira, que colaboraram de maneira direta ou indiretamente neste trabalho. À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo auxilio do projeto temático intitulado: "Investigação teórica-experimental de uma nova proposta de controle de qualidade de obras na construção civil: ensaio de aderência açoconcreto" no qual este trabalho esta inserido. Ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pela bolsa concedida. À Empresa Holcim do Brasil, que forneceu o cimento utilizado na fabricação dos concretos. A Grace Concrete Products, pelo fornecimento do superplastificante utilizado na pesquisa. A AcerlorMittal de Piracicaba, que forneceu as barras de aço, utilizadas nesta pesquisa. “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende” Guimarães Rosa em Grande serão: veredas. Resumo VALE SILVA, B. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, UNESP, 2010. O concreto armado fundamenta-se quase que essencialmente no trabalho conjunto do concreto e do aço, sendo a aderência entre estes um dos principais responsáveis pelo bom desempenho do concreto armado. Vários tipos de ensaios de aderência foram propostos ao longo dos anos. O mais usado, dada a sua simplicidade e eficiência, é o chamado pull-out test, proposto pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983). Vários pesquisadores têm estudado o fenômeno da aderência e aplicado este ensaio com sucesso, e tornou-se claro que a resistência à compressão de concreto é um parâmetro fundamental para determinar a tensão de aderência. Considerando satisfatória esta relação entre a resistência à compressão e tensão de aderência e, diante dos problemas conhecidos de confiabilidade associados com a moldagem, cura e ruptura dos corpos-de-prova de concreto para os ensaios de compressão, foi verificado e proposto por Lorrain e Barbosa (2008) uma inversão na forma de obtenção da resistência do concreto: a utilização do ensaio de arrancamento pull-out test enquanto ensaio de controle de qualidade do concreto, em situações previstas de ruptura. Este ensaio modificado a partir do pull-out test foi denominado de ensaio APULOT, e foi idealizado como uma alternativa simples e de baixo custo para os ensaios tradicionais de resistência à compressão, podendo ser realizado no próprio canteiro de obras, utilizando para fins de redução de custos, garrafas plásticas PET como moldes para os corpos-de-prova. Este trabalho prioriza a investigação da proposta feita por Lorrain e Barbosa (2008), controlando parâmetros em laboratório e comparando os dois tipos de ensaios de aderência aço-concreto: o ensaio padronizado pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) (pull-out test) e o pull-out test modificado (APULOT). Para isto utilizou-se duas classes de resistência de concreto, barras de aço de diâmetros 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm e idades de ruptura dos dois ensaios aos 3, 7 e 28 dias. Os resultados obtidos indicam que a correlação entre a tensão média de aderência e a resistência à compressão do concreto são satisfatórias e próximas nos dois ensaios, e a relação entre tensão última de aderência e a resistência à compressão é satisfatória com casos prédeterminados. Palavras chaves: Aderência aço-concreto. Tensão de aderência. Resistência à compressão do concreto. Abstract VALE SILVA, B. Investigation of the potential of tests APULOT and pull-out in estimating the compressive strength of concrete. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, UNESP, 2010. The reinforced concrete works as a structural material basically because there is a suitable bond mechanism between steel and concrete, which is the responsible for the good performance of a reinforced concrete. Various types of bonding tests have been proposed a long this years. The most widely used, given its simplicity and efficiency, is the so-called Pull-Out Test, proposed by RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983). Several researchers have applied and studied this test, and it has become clear that concrete compressive strength is a fundamental parameter in order to determine the bond stress. Considering the well-documented relation between compressive strength and bond stress, and aware of the well-known reliability issues associated with the casting, curing and testing of concrete specimens for concrete compressive tests, it was verified and proposed by Lorrain and Barbosa (2008) an inversion in the form of obtainment of the resistance of the concrete: the use of a modified Pull-Out test to estimate compressive strength, the main control parameter used in concrete technology control, in foreseen situations of rupture. This modified Pull-Out test procedure, denominated APULOT, was conceived as a simple and low-cost alternative to traditional compressive strength measurements, these could be carried out in loco, the test uses recycled PET bottles as moulds for reduce cost. This work prioritizes the research proposal by Lorrain, fixing parametres and comparing the two types bonding tests steel-concrete: the standardized test by RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) (pull-out test) and pull-out test modified (APULOT). For this using two classes concrete compressive strength, steel bars of diameter 8.0 mm, 10.0 mm and 12.5 mm and ruptures of two tests were conducted at ages 3, 7 and 28 days. The results indicate that the correlation between the and middle bond stress and compressive strength of concrete are satisfactory and in the relation between ultimate bond stress and concrete compressive strength is satisfactory with pre-determined.cases. Word Keys: Bond steel and concrete. Bond stress. Compressive strength of concrete. Sumário 1. Introdução .............................................................................................................................. 19 1.1 Contextualização do tema ..................................................................................................... 19 1.2 Objetivos e Justificativas ....................................................................................................... 25 1.3 Estratégia Experimental ........................................................................................................ 25 1.4 Restrições da Pesquisa......................................................................................................... 27 1.5 Estrutura do Trabalho ............................................................................................................ 28 2. Controle de Qualidade dos Concretos Estruturais. .......................................................... 29 2.1 Definições sobre Controle de Qualidade .............................................................................. 29 2.2 O ensaio de resistência à compreensão ............................................................................... 31 2.3 O ensaio de aderência aço-concreto .................................................................................... 35 3. Aderência Aço-Concreto: Conceito, Definições e Funcionalidades. .............................. 38 3.1 Conceitos preliminares e suas definições ............................................................................. 38 3.2 Parcelas da aderência. .......................................................................................................... 47 3.3 Parâmetros que influem na aderência .................................................................................. 49 3.4 Ensaios de aderência ............................................................................................................ 56 3.4.1 Ensaio de Arrancamento Direto (pull-out test). .................................................................. 56 3.4.2 Ensaio de aderência pull-out test modificado (APULOT). ................................................. 59 4. Programa Experimental ........................................................................................................ 63 4.1 Constituintes do Concreto ..................................................................................................... 63 4.1.1 Cimento .............................................................................................................................. 63 4.1.2 Agregado Miúdo ................................................................................................................. 64 4.1.3 Agregado Graúdo ............................................................................................................... 66 4.1.4 Água ................................................................................................................................... 67 4.1.5 Aditivo ................................................................................................................................. 67 4.2 Caracterizações das Barras de Aço ...................................................................................... 67 4.2.1 Analise geométrica com auxílio do scanner tridimensional a “laser”. ................................ 68 4.2.2 Análise das Barras segundo a NBR 7480 (ABNT, 1996a). .............................................. 71 4.3 Ensaios de caracterização do concreto ................................................................................ 73 4.3.1 Estado Fresco .................................................................................................................... 73 4.3.2 Estado Endurecido ............................................................................................................. 73 4.4 Composição do Concreto ...................................................................................................... 74 4.5 Ensaios de Arrancamento ..................................................................................................... 76 4.5.1 Convencional (pull-out test)................................................................................................ 76 4.5.2 Modificado (APULOT) ........................................................................................................ 80 4.5.3 Sistema de Arrancamento e Aquisição de Dados. ............................................................ 85 5. Apresentação dos Resultados ............................................................................................. 89 5.1 Caracterização das Barras de Aço ....................................................................................... 89 5.1.1 Análise geométrica. ............................................................................................................ 89 5.1.2 Análise das Barras Padrão................................................................................................. 93 5.2 Caracterização do concreto. ................................................................................................. 94 5.2.1 Estado Fresco .................................................................................................................... 94 5.2.2 Estado Endurecido ............................................................................................................. 95 5.3 Resultados dos ensaios de Aderência. ................................................................................. 97 5.3.1 Análise da tensão de aderência versus deslizamento ..................................................... 100 5.3.2 Análise da tensão média de aderência versus resistência a compressão. ..................... 108 5.3.3 Análise da tensão última de aderência versus resistência a compressão. ..................... 119 5.3.4 Considerações sobre os coeficientes de variação. .......................................................... 131 5.3.5 Comparação entre os resultados obtidos com a curva de correlação de Lorrain e Barbosa (2008). ....................................................................................................................................... 133 5.4 Análise estatística dos ensaios de aderência ..................................................................... 136 5.4.1 Análise Estatística para a Tensão Última de Aderência .................................................. 136 5.4.2 Análise Estatística para a Tensão Média de Aderência .................................................. 141 6. Conclusões .......................................................................................................................... 147 7. Referências .......................................................................................................................... 152 ANEXO A - Investigação das características geométricas das barras de aço. ................ 161 ANEXO B - Ensaio APULOT com garrafas PET diferentes ................................................. 163 ANEXO C - Curvas de Tensão de Aderência versus Deslizamento ................................... 167 Lista de Figuras Figura 1.1 - Desastre do Edifício Palace II (1998). Imagem: Folha.com (27/02/98)................... 19 Figura 1.2 - Desastre do Edifício Areia Branca (2004). Fonte: Almeida e Costa (2006) ............ 20 Figura 1.3 - Desabamento das vigas do Rodoanel (2009). Imagem: Felipe Rau (14/11/2009). 20 Figura 1.4 - Capa da Revista Téchne, evidenciando o problema de concretos não conformes. Fonte: Revista Téchne, Nº152, Novembro/2009. ........................................................ 22 Figura 1.5 - Fluxograma da estratégia experimental .................................................................. 27 Figura 2.1 - Relação entre a resistência à compressão e a tensão última de aderência. (PNBHP, 2000) apud (LORRAIN; BARBOSA, 2008). ....................................................... 36 Figura 2.2 - Novo principio de aplicação da lei de correlação entre a resistência à compressão simples e a tensão última de aderência. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) .................... 37 Figura 3.1 - Desenvolvimento das trajetórias das tensões principais junto a uma barra de armadura. (LEONHARDT; MONNIG, 1979) ................................................................ 40 Figura 3.2 - Aderência por adesão (FUSCO, 1995).................................................................... 48 Figura 3.3 - Aderência por atrito. (FUSCO, 1995) ..................................................................... 48 Figura 3.4 - Aderência mecânica. (baseada em Fusco, 1995). .................................................. 49 Figura 3.5 - Ilustração dos termos das Equações 3.1 e 3.2. ...................................................... 53 Figura 3.6 – Desenho esquemático com os termos da fórmula da área relativa das nervuras, ACI (2003). ................................................................................................................... 54 Figura 3.7 - Formação de espaços vazios ou poros sob as barras concretadas em posição horizontal devida à segregação e ao acúmulo de água (LEONHARDT; MONNIG, 1979). ........................................................................................................................... 55 Figura 3.8 - Detalhes do ensaio de arrancamento direto POT. (LEONHARDT; MÖNNIG, 1979 apud ALMEIDA FILHO, 2006) ..................................................................................... 57 Figura 3.9 - Exemplo de curva de ensaio de arrancamento direto. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) ..................................................................................................................................... 59 Figura 3.10 - Esquema do ensaio APULOT................................................................................ 60 Figura 3.11 - (a) Preenchimento do corpo-de-prova de garrafa PET; (b) Ensaio de arrancamento APULOT. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) ............................................. 60 Figura 3.12 - Curva de correlação Lorrain e Barbosa (2008). .................................................... 62 Figura 4.1 - Curva Granulométrica da Areia Média. ................................................................... 65 Figura 4.2 - Curva Granulométrica da Brita. ............................................................................... 66 Figura 4.3 - (a) Vista geral do equipamento de scanner a laser; (b) Detalhe do Ensaio da barra de 16 mm. .................................................................................................................... 69 Figura 4.4 – Peça finalizada com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. ........................ 69 Figura 4.5 - Corte no plano XY com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. .................... 70 Figura 4.6 - Corte no plano XZ com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. .................... 70 Figura 4.7 – Vistas dos cortes realizados da barra confeccionada no Brasil de 16mm. ............ 70 Figura 4.8 - (a) Corte no plano XY (ângulo 1); (b) corte no plano XZ (ângulo 2). ...................... 71 Figura 4.9 – Projeção da área da nervura .................................................................................. 71 Figura 4.10 - (a) Barra de aço posicionada na prensa universal; (b) Detalhe da barra de aço rompida. ....................................................................................................................... 72 Figura 4.11 – Avaliação da massa linear. ................................................................................... 72 Figura 4.12 – Avaliação do alongamento. ................................................................................... 73 Figura 4.13 - (a) Prensa hidráulica realizando ensaio de compressão; (b) Prensa hidráulica realizando ensaio de módulo de elasticidade. ............................................................. 74 Figura 4.14 - Corpos-de-prova cilíndricos (10 x 20 cm) .............................................................. 76 Figura 4.15 - Dimensão dos corpos-de-prova utilizados no ensaio pull-out test (cm). Figura baseada na RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983). ......................................................... 77 Figura 4.16 - (a) Suporte para vibração do POT; (b) Óleo para deforma; (c) POT pronto para moldagem. ................................................................................................................... 77 Figura 4.17 - (a) POT sendo moldado; (b) POT sendo nivelado. ............................................... 78 Figura 4.18 - (a) Formas de POT prontas; (b) Formas de POT após concretagem. .................. 78 Figura 4.19 - (a) e (b) Desmoldagem das formas POT............................................................... 78 Figura 4.20 - (a) e (b) Estocagem dos moldes POT na câmara úmida. ..................................... 79 Figura 4.21 - Esquema da garrafa PET para o traço T1. ............................................................ 80 Figura 4.22 - Esquema da garrafa PET para o traço T2. ............................................................ 80 Figura 4.23 - (a) Tipo de garrafa; (b) e (c) Furos nas extremidades da garrafa, com auxílio de uma furadeira de bancada. .......................................................................................... 81 Figura 4.24 - Cortes em uma das extremidades da garrafa, com auxílio de uma serra fita. ...... 81 Figura 4.25 (a) e (b) - Demarcação do comprimento de ancoragem, com auxílio de fitas adesivas e tubos plásticos. .......................................................................................... 82 Figura 4.26 (a) e (b) - Encaixe da barra preparada na garrafa PET. .......................................... 82 Figura 4.27 (a) e (b) - Suporte projetado para as garrafas PET serem concretadas. ................ 83 Figura 4.28 (a) e (b) - Suporte projetado para guardar as garrafas pets até o desmolde. ......... 83 Figura 4.29 (a) Corpos-de-prova prontos para serem ensaiados; (b) Garrafas sendo cortadas. ..................................................................................................................................... 83 Figura 4.30 (a) Produtos utilizados; (b) Teste com barra imersa na solução. ............................ 84 Figura 4.31 (a) e (b) Barras de aço em processo de oxidação; (c) Barras imersas na solução. 85 Figura 4.32 (a) Barras sendo lavadas; (b) e (c) Barras limpas e secando a temperatura ambiente. ..................................................................................................................... 85 Figura 4.33 - Visão geral do sistema de arrancamento e medição. ........................................... 86 Figura 4.34 - Croqui do ensaio de arrancamento APULOT, utilizando garrafas pets. ............... 87 Figura 4.35 - Ensaio de arrancamento APULOT, utilizando garrafas pets. ................................ 87 Figura 4.36 - Croqui do ensaio de arrancamento POT (RILEM). ............................................... 87 Figura 4.37 - Ensaio de arrancamento POT (RILEM). ................................................................ 88 Figura 5.1 - Relação da altura pelo diâmetro nominal em (%) das barras de aço. .................... 91 Figura 5.2 - Relação do espaçamento pelo diâmetro nominal em (%) das barras de aço. ........ 91 Figura 5.3 - Ângulo 1 das barras de aço. .................................................................................... 92 Figura 5.4 - Ângulo 2 das barras de aço. .................................................................................... 92 Figura 5.5 - Área Projetada das barras de aço. .......................................................................... 92 Figura 5.6 - Área relativas das nervuras. .................................................................................... 93 Figura 5.7 (a) e (b) - Ensaio do abatimento do tronco de cone do traço T1 e T2 respectivamente. .......................................................................................................... 94 Figuras 5.8 (a) Termômetro digital; (b) Avaliação do ar incorporado; (c) Determinação da massa específica. .................................................................................................................... 95 Figura 5.9 - Evolução da curva de resistência a compressão para os traços T1 e T2. .............. 96 Figura 5.10 - Evolução da curva de resistência a tração (diametral) para os traços T1 e T2. ... 97 Figura 5.11 - Evolução da curva módulo de elasticidade para os traços T1 e T2. .................... 97 Figura 5.12 - Fluxograma mostrando a distribuição dos 144 ensaios APULOT realizados. ..... 98 Figura 5.13 - Fluxograma mostrando a distribuição dos 108 ensaios POT(RILEM) realizados. ..................................................................................................................................... 99 Figura 5.14 – Nomenclatura adotada. ....................................................................................... 100 Figura 5.15 - Ensaios APULOT – Ø=8,0 mm - Deslizamento (D), Fendilhamento (F) e Ruptura do aço (R). ................................................................................................................. 102 Figura 5.16 - Ensaios APULOT - Ø=10,0 mm - Deslizamento (D). .......................................... 102 Figura 5.17 - Ensaios APULOT - Ø=10,0 mm - Fendilhamento (F) e Ruptura do aço (R). ...... 102 Figura 5.18 - Ensaios APULOT - Ø=12,5mm - Fendilhamento (F). .......................................... 103 Figura 5.19 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=8mm - Deslizamento (D) .......................................... 103 Figura 5.20 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=10mm - Deslizamento (D) e Ruptura do aço (R). .... 103 Figura 5.21 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=12,5mm - Deslizamento (D). .................................... 104 Figura 5.22 - (a) Barra de aço antes do ensaio (APULOT); (b) Deslizamento da barra de aço. ................................................................................................................................... 104 Figura 5.23 - (a) Barra de aço antes do ensaio de arrancamento (POT - RILEM); (b) Deslizamento da barra de aço. .................................................................................. 105 Figura 5.24 (a) e (b) Fendilhamento do concreto...................................................................... 105 Figura 5.25 - (a) , (b) e (c)- Comportamentos de ruptura do ensaios APULOT. ...................... 106 Figura 5.26 - (a) , (b) e (c) - Comportamentos de ruptura do ensaios POT (RILEM). .............. 107 Figura 5.27 - Variação da tensão média de aderência com a Resistência (APULOT-T1). ...... 109 Figura 5.28 - Variação da tensão média de aderência com a Resistência (APULOT-T2). ...... 110 Figura 5.29 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (APULOT-T1). ........... 111 Figura 5.30 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (APULOT-T2). ........... 111 Figura 5.31 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT RILEM -T1). ..... 112 Figura 5.32 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT RILEM -T2). ..... 112 Figura 5.33 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT - RILEM -T1).... 113 Figura 5.34 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T2)... 113 Figura 5.35 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm)..... 114 Figura 5.36 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm)..... 115 Figura 5.37 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT -T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................................... 116 Figura 5.38 - Regressões lineares (τm x fc) (POT RILEM -T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................................... 117 Figura 5.39 - Regressões lineares (τm x fc) (POT RILEM - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................................... 117 Figura 5.40 - Regressões lineares (τm x fc) (POT RILEM - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................... 118 Figura 5.41 - Variação da tensão última de aderência com a Resistência a compressão (APULOT-T1). ............................................................................................................ 121 Figura 5.42 - Variação da tensão última de aderência com a Resistência a compressão (APULOT-T2). ............................................................................................................ 121 Figura 5.43 - Variação da tensão última de aderência com o diâmetro (APULOT-T1). ........... 122 Figura 5.44 - Variação da tensão última de aderência com o diâmetro (APULOT-T2). ........... 122 Figura 5.45 - Variação da tensão última de aderência com a resistência a compressão (POT RILEM -T1)................................................................................................................. 123 Figura 5.46 - Variação da tensão última de aderência com a resistência a compressão (POT RILEM -T2)................................................................................................................. 124 Figura 5.47 - Variação da Tensão última de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T1).. 124 Figura 5.48 - Variação da Tensão última de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T2).. 125 Figura 5.49 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ... 126 Figura 5.50 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). .... 126 Figura 5.51 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................................... 127 Figura 5.52 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). 128 Figura 5.53 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). 129 Figura 5.54 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). ................................................................................................................... 130 Figura 5.55 - Valores obtidos de coeficientes de variação para os ensaios APULOT. ............ 132 Figura 5.56 - Valores obtidos de coeficientes de variação para os ensaios POT(RILEM). ...... 132 Figura 5.57 - Comparação dos Ensaios APULOT (τu ) com Lorrain e Barbosa (2008). ........... 133 Figura 5.58 - Comparação dos Ensaios POT(RILEM) ( τu ) com Lorrain e Barbosa (2008). .... 134 Figura 5.59 - Comparação dos Ensaios APULOT (τm ) com Lorrain e Barbosa (2008). ........... 135 Figura 5.60 - Comparação dos Ensaios POT(RILEM) (τm ) com Lorrain e Barbosa (2008). .... 135 Figura 5.61 (a) e (b) - Interação de 3ª ordem fixando o tipo ensaio (τu ). ................................. 138 Figura 5.62 (a) e (b) - Interação de 3ª ordem fixando o tipo de traço (τu ). ............................... 139 Figura 5.63 - Interação de 2ª ordem fixando o tipo ensaio (τu). ................................................ 141 Figura 5.64 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de ensaio com T1 (τm ).............................. 143 Figura 5.65 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de ensaio com T2 (τm ).............................. 143 Figura 5.66 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de traço com APULOT (τm ). ..................... 145 Figura 5.67 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de traço com POT(RILEM) (τm). ............... 145 Figura A.1 - Exemplificação dos Modelos das Barras de Aço .................................................. 161 Figura B.1 – Tipos de garrafas PET. ......................................................................................... 163 Figura B.2 - Fluxograma dos ensaios realizados. ..................................................................... 163 Figura B.3 - Resultados dos ensaios de aderência. ................................................................. 164 Figura C.1 - APULOT - T1 - 8 mm - 3d. .................................................................................... 167 Figura C.2 - APULOT - T1 - 10 mm - 3d. .................................................................................. 167 Figura C.3 - APULOT - T1 - 12,5 mm - 3d. ............................................................................... 167 Figura C.4 – APULOT - T1 - 8 mm - 7d. ................................................................................... 168 Figura C.5 – APULOT - T1 - 10 mm - 7d. ................................................................................. 168 Figura C.6 – APULOT - T1 - 12,5 mm - 7d. .............................................................................. 168 Figura C.7 – APULOT - T1 - 8 mm - 28d. ................................................................................. 169 Figura C.8 – APULOT - T1 - 10 mm - 28d. .............................................................................. 169 Figura C.9 – APULOT - T1 - 12,5 mm - 28d. ............................................................................ 169 Figura C.10 – APULOT - T2 - 8 mm - 3d. ................................................................................. 170 Figura C.11 – APULOT - T2 - 10 mm - 3d. ............................................................................... 170 Figura C.12– APULOT - T2 - 12,5 mm - 3d. ............................................................................. 170 Figura C.13 – APULOT - T2 - 8 mm - 7d. ................................................................................. 171 Figura C.14 – APULOT - T2 - 10 mm - 7d. ............................................................................... 171 Figura C.15 – APULOT - T2 - 12,5 mm - 7d. ............................................................................ 171 Figura C.16 – APULOT - T2 - 8 mm - 28d. ............................................................................... 172 Figura C.17 – APULOT - T2 - 10 mm - 28d. ............................................................................ 172 Figura C.18 – APULOT - T2 - 12,5 mm - 28d. .......................................................................... 172 Figura C.19 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 3d. ....................................................................... 173 Figura C.20 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 3d. ..................................................................... 173 Figura C.21 – POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 3d. .................................................................... 173 Figura C.22 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 7d. ...................................................................... 174 Figura C.23 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 7d. .................................................................... 174 Figura C.24 – POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 7d. .................................................................... 174 Figura C.25 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 28d. .................................................................... 175 Figura C.26 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 28d. ................................................................... 175 Figura C.27– POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 28d. ................................................................... 175 Figura C.28 – POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 3d. ...................................................................... 176 Figura C.29 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 3d. .................................................................... 176 Figura C.30 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 3d. .................................................................... 176 Figura C.31– POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 7d. ....................................................................... 177 Figura C.32 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 7d. .................................................................... 177 Figura C.33 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 7d. .................................................................... 177 Figura C.34 – POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 28d. ..................................................................... 178 Figura C.35 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 28d. .................................................................. 178 Figura C.36 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 28d. .................................................................. 178 Lista de Tabelas Tabela 3.1 – Valores mínimos de fr (CEB, 1999a e o CEB, 1999b). ........................................ 54 Tabela 3.2 - Legenda da Figura 3.12 .......................................................................................... 62 Tabela 4.1 - Análise física do cimento CP V ARI. ....................................................................... 63 Tabela 4.2 - Análise química do cimento CP V ARI.................................................................... 64 Tabela 4.3 - Análise mecânica do cimento CP V ARI. ................................................................ 64 Tabela 4.4 - Análise granulométrica da areia ............................................................................. 65 Tabela 4.5 - Demais características da areia .............................................................................. 65 Tabela 4.6 - Análise granulométrica brita ................................................................................... 66 Tabela 4.7 - Demais características da brita. .............................................................................. 67 Tabela 4.8 - Dados Técnicos do Aditivo. .................................................................................... 67 Tabela 4.9 - Especificações exigíveis - NBR 7480 (ABNT, 1996a). ........................................... 72 Tabela 4.10 - Composição dos Concretos. ................................................................................. 75 Tabela 4.11 - Disposição dos materiais na betoneira. ................................................................ 75 Tabela 5.1 – Relação das medidas das barras estudadas ......................................................... 90 Tabela 5.2 – Desvios padrões e coeficientes de variações das barras. ..................................... 90 Tabela 5.3 – Relação dos cálculos de área relativa de nervuras. .............................................. 90 Tabela 5.4 – Porcentagens mínimas NBR 7480 (ABNT, 1996a)................................................ 90 Tabela 5.5 – Resultados obtidos da alturas e distâncias. ........................................................... 91 Tabela 5.6 - Resultados da caracterização das barras de aço. .................................................. 94 Tabela 5.7 - Resultados da caracterização do concreto no estado fresco. ................................ 95 Tabela 5.8 - Resistência a compressão média (fcm). ................................................................... 95 Tabela 5.9- Resistência a tração média (compressão diametral) (fctm). ...................................... 96 Tabela 5.10 - Módulo de Elasticidade (Ec) .................................................................................. 96 Tabela 5.11 - Tipos de ruptura dos corpos de prova ensaiados............................................... 101 Tabela 5.12 - Ensaios APULOT - tensão média de aderência. ................................................ 108 Tabela 5.13 - Ensaios POT (RILEM) - tensão média de aderência.......................................... 109 Tabela 5.14 - Regressões Lineares (τm x fc) - Ensaio APULOT -T1 e T2 separados. .............. 115 Tabela 5.15 - Regressões Lineares (τm x fc) - APULOT - T1 e T2 juntos. ................................ 116 Tabela 5.16 - Regressões Lineares (τm x fc) - POT (RILEM) - T1 e T2..................................... 118 Tabela 5.17 - Regressões Lineares (τm x fc) - POT (RILEM) .................................................... 119 Tabela 5.18 - Ensaios APULOT- tensão última de aderência. ................................................. 120 Tabela 5.19 - Ensaios POT (RILEM) - tensão última de aderência. ......................................... 120 Tabela 5.20 - Regressões Lineares (τu x fc) -APULOT T1 e T2. ............................................... 126 Tabela 5.21 - Regressões Lineares (τu x fc) - APULOT. ........................................................... 127 Tabela 5.22 - Regressões Lineares (τu x fc) - POT (RILEM) - T1 e T2 ..................................... 129 Tabela 5.23 - Regressões Lineares (τu x fc) - POT (RILEM). .................................................... 130 Tabela 5.24 - Análise de variância da tensão última de aderência. ......................................... 137 Tabela 5.25 - Tabela de comparação da Figura 5.61. .............................................................. 138 Tabela 5.26 - Tabela de comparação da Figura 5.62. .............................................................. 140 Tabela 5.27 - Tabela de comparação da Figura 5.63. .............................................................. 141 Tabela 5.28 - Análise de variância da tensão média de aderência. ......................................... 142 Tabela 5.29 - Tabela de comparação da Figura 5.64. .............................................................. 143 Tabela 5.30 - Tabela de comparação da Figura 5.65. .............................................................. 144 Tabela 5.31 - Tabela de comparação da Figura 5.66. .............................................................. 145 Tabela 5.32 - Tabela de comparação da Figura 5.67 ............................................................... 146 Tabela A.1 - Medidas características geométricas das barras de diferentes países. .............. 162 Tabela A.2 - Determinação dos fatores de forma segundo as normas. ................................... 162 Tabela B.1 - Características das Garrafas PET. ....................................................................... 163 Tabela B.2 – Resultados dos ensaios de aderência (Ensaio APULOT) ................................... 164 Tabela B.3 – Tabela ANOVA (PET 1, 2 , 3 e 4). ....................................................................... 165 Tabela B.4 – Tabela ANOVA (PET 4 e 5). ................................................................................ 165 Lista de Símbolos e Siglas ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; ASTM - American Society for Testing and Materials; ISO - International Organization for Standardization; CEB - Comité Euro-International du Béton; RILEM - Réunion Internationale des Laboratoires et Experts des Matériaux, systèmes de construction et ouvrages; Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial SBAC - Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade LdSM - Laboratório de Design e Seleção de Materiais ; LEME - Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais ; UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande o Sul; APULOT - ensaio pull-out-test modificado; POT - pull-out test (ensaio de arrancamento); CAD - concreto de alto desempenho; CC - concreto convencional; LVDT - Linear variable differential transformer Ec - módulo de elasticidade do concreto; Eci - módulo de elasticidade inicial; fbd - tensão de aderência (de cálculo) adotada pela norma brasileira; fc - resistência à compressão do concreto; fcm - resistência média à compressão do concreto; fct - resistência à tração do concreto; fctm - resistência média à tração do concreto; fy - resistência de escoamento do aço à tração; fR - área relativa da nervura; hs - altura máxima da nervura; L - comprimento de ancoragem; Lb - comprimento de ancoragem (normalização brasileira); F - força de arrancamento; Fmax - força máxima de arrancamento; Sn - distância entre nervuras transversais centro a centro; s - desvio padrão adotada pela norma brasileira; β - ângulo de inclinação da nervura; ∅ - diâmetro da barra; τ - tensão de aderência; τm - tensão média de aderência; τu - tensão última (máxima) da aderência; DP - desvio padrão; CV - coeficiente de variação; R2 - coeficiente de determinação; An = área da seção longitudinal da nervura, k = numero de nervuras transversais em torno do perímetro da barra. 1. Introdução O objetivo deste capítulo é introduzir o tema da investigação experimental proposta, primeiramente inserindo o tema no espaço e tempo, subseqüentemente descrevendo os objetivos da pesquisa, e por fim os procedimentos experimentais. 1.1 Contextualização do tema Na atualidade, as organizações empresariais vêm buscando, incessantemente, por novas tecnologias que visem diminuir custos e aumentar a produtividade e competitividade da empresa. Com intuito de atingir tal objetivo, o controle de qualidade dos materiais é essencial, principalmente no que tange as obras de construção civil efetuadas em concreto armado. Entretanto quando o controle de qualidade não é devidamente empregado ocorrem casos de catástrofes na engenharia, como exemplo o Edifício Palace II localizado no Rio de Janeiro (RJ) que desabou parcialmente em 1998, sendo implodido dias depois. (Figura 1.1). 1 Figura 1.1 - Desastre do Edifício Palace II (1998). Imagem : Folha.com (27/02/98). 1 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u374741.shtml>. Acesso em: 15 maio 2010. Capítulo 1 | 20 O Edifício Areia Branca localizado em Jaboatão dos Guararapes (PE), que veio a desabar em 2004, como ilustra a Figura 1.2. Figura 1.2 - Desastre do Edifício Areia Branca (2004). Fonte: Almeida e Costa (2006) Mais recentemente o desabamento das vigas no Trecho Sul do Rodoanel, no km 279 da rodovia Régis Bittencourt. (Figura 1.3). 2 Figura 1.3 - Desabamento das vigas do Rodoanel (2009). Imagem : Felipe Rau (14/11/2009). Em se tratando do concreto armado, o controle de qualidade utilizado atualmente repousa quase que, exclusivamente na realização de ensaios de ruptura à compressão de corpos-de-prova de concreto, cilíndricos ou cúbicos, moldados na hora do lançamento do concreto nas formas. Este tipo de ensaio é padronizado e especificado pela NBR 5739 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA NORMAS TÉCNICAS - ABNT, 2007a ), recebendo o nome de Ensaio de 2 Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,empreiteira-do-rodoanel-mudouvigas-para-reduzir-custos,466577,0.htm>. Acesso em: 15 maio 2010. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 21 Compressão de Corpos-de-prova Cilíndricos de Concreto. Por meio deste ensaio é possível encontrar a resistência a compressão do concreto. O uso do ensaio de compressão simples é justificável, pois com o seu resultado é possível chegar a relações com outros parâmetros do cálculo estrutural do concreto armado, como: resistência a tração média, módulo de elasticidade inicial, resistência ao cisalhamento, aderência, armadura do concreto. Para realização deste ensaio faz-se necessário o uso de equipamentos apropriados segundo a NBR NM ISO 7500-1 (ABNT, 2004c) e de técnicos especializados. Estes equipamentos e técnicos não são encontrados facilmente em canteiros de obras, havendo a necessidade da contratação de laboratórios especializados por parte da construtora. Além disto, este ensaio apresenta alguns inconvenientes quanto sua interpretação, pois na sua execução não se leva em consideração a questão da uniformidade do campo de tensões no corpo-de-prova, pois a carga é aplicada somente nas faces de apoio opostas, haja vista que o concreto é um material heterogêneo. Outro fator incidi no fato de que o ensaio de compressão do material concreto é conduzido somente sobre um dos materiais constituintes da associação "íntima e democrática", que é, o concreto armado, onde o aço e o concreto trabalham juntos "ligados", o ensaio de compressão se esquece da condição fundamental para o bom funcionamento das estruturas de concreto armado, a saber, a aderência aço-concreto. O controle da resistência a compressão do concreto em canteiros de obras nos dias atuais é um assunto discutido com veemência. Na reportagem de capa da revista Téchne Nº152 de Faria (2009), ilustrada na Figura 1.4, podemos observar a importância do tema envolvendo os concretos fornecidos em obras não estarem atingindo a resistência à compressão solicitada nos projetos estruturais, nesta mesma reportagem o autor explana sobre os possíveis problemas que podem estar envolvidos a este fato, assim como: Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 erros na | 22 dosagem do concreto, materiais constituintes do concreto inadequados, atrasos no transporte do concreto, falhas na moldagem e identificação dos corpo-de-prova nos canteiro de obras, transporte inadequado dos corpos-de-prova até o laboratório, equipamentos dos laboratórios com calibração inadequada aliada a falta de capacitação técnica dos laboratoristas. Figura 1.4 - Capa da Revista Téchne, evidenciando o problema de concretos não conformes. Fonte: Revista Téchne, Nº152, Novembro/2009. Em reportagem da revista Concreto e Construções, o jornalista Pedroso (2009) discorre sobre um dos painéis do 51º IBRACON (Congresso Brasileiro do Concreto) ocorrido em outubro de 2009 o qual se intitulava “Quando não se atinge o fck especificado em obra: razões, conseqüências e prevenção”. Nesta reportagem o autor descreve a discussão envolvendo vários especialistas sobre o tema da resistência a compressão do concreto estar fora da especificação previamente solicitada e seus possíveis erros de interpretação, no final da matéria deixa a seguinte conclusão: focar no controle de qualidade é o primeiro passo para evitar erros de conformidade do concreto. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 23 Entretanto a conveniência do controle de qualidade não pode e não deve ser colocada em questão, pode-se, todavia, interrogar sobre a eficácia efetiva dos procedimentos atuais. Diante deste panorama, propõe-se uma alternativa para o controle de qualidade do concreto armado: o ensaio de aderência açoconcreto. A aderência entre os materiais aço e concreto vem sendo estudada com afinco desde a década de 40 até os dias atuais. Realizaram-se durante este período muitas investigações experimentais para tentar mensurar como a aderência seria considerada nos cálculos estruturais. Os trabalhos de Watstein (1941), Clark (1946), Mains (1951), foram de grande importância nos primeiros passos no estudo da aderência. A capacidade de carga em estruturas de concreto armado está intrinsecamente atrelada com o comportamento da aderência “ligação” açoconcreto. Para a correta compreensão das regras de cálculo do comprimento de ancoragem e emendas por traspasse das barras de armaduras, para o cálculo das deflexões, considerando o efeito de enrijecimento por tração, o controle de fissuração e a quantidade mínima de armadura, o conhecimento do comportamento da aderência é imprescindível. (DUCATTI, 1993; BARBOSA; MARTINS, 1999). Existem vários fatores que influenciam na aderência tais como: o tipo de configuração das nervuras da barra; o diâmetro da barra; o estado em que se encontra a superfície da barra (deterioração); a disposição da barra na hora do lançamento do concreto: horizontal ou vertical, a relação água cimento (a / c), as resistências mecânicas do concreto, as adições minerais, tais como os materiais pozolânicos, as características físico-químicas dos materiais empregados no concreto, o adensamento e a Idade de ruptura, entre outros discutidos com mais ênfase no capítulo 2. Um dos ensaios mais conhecidos e tradicionais de aderência é o de arrancamento direto denominado de POT Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto (pull-out test), conhecido Capítulo 1 | 24 mundialmente por sua relativa facilidade de aplicação e interpretação dos resultados. Este ensaio que é normalizado RILEM/CEB/FIP RC6 (COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON - CEB, 1983) e AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS – ASTM (1991) leva em consideração a aderência dos dois materiais constituintes do concreto armado: o aço e o concreto. Esta aderência é mensurada a partir da determinação da tensão de aderência, obtida pela divisão da força de arrancamento aplicada pela superfície de ancoragem da barra de aço. Algumas vantagens do ensaio de aderência encontram-se no fato de que este ensaio é considerado como sendo um ensaio “real”, verdadeiro, sobre o material composto concreto armado. Lorrain e Barbosa (2008), descrevem a correlação entre a resistência a compressão e a tensão máxima de aderência. Diante disto e ciente dos problemas com o ensaio de compressão, propõe a utilização do pull-out test para estimar a resistência a compressão, assegurando a qualidade do concreto estrutural a partir dos resultados dos ensaios de aderência. Mediante suas pesquisas com pull-out test, Lorrain e Barbosa (2008), apresentaram uma alternativa simplificada para este ensaio, denominada de ensaio APULOT, ou pull-out test modificado. Os procedimentos deste novo ensaio estão sendo estudados, aprimorados e discutidos pelos grupos de pesquisa do Brasil, França e Tunísia3. Acredita-se que com a validação deste ensaio, pode-se proporcionar uma alternativa de controle de qualidade importante nas construções civis, pois o mesmo pode ser realizado “in loco". 3 Grupo de Pesquisa certificado pelo CNPq e pela UNESP: Ensaios APULOT Este grupo de pesquisa é liderado pelos professores Mônica P. Barbosa (UNESP/Ilha Solteira) e Luis Carlos P. da Silva Filho. (UFRGS/LEME) contando com a participação de outras universidades brasileiras (PUC-Campinas, UFRJ, IME, UFF, UNICAMP, UERJ, UFJF e o CEFET-MG), que investigam as várias linhas de pesquisas no tema. O Grupo está ligado a uma rede internacional integrada por laboratórios de pesquisa (INSAT-França, ENIG-Tunísia e UPV-Espanha), liderados pelo Prof. Dr. Michel Lorrain do INSA de Toulouse-França Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 25 Uma das características interessantes da configuração do ensaio APULOT, usadas neste trabalho é que, para reduzir custos e reduzir a geração de resíduos, o ensaio usa garrafas plásticas de politereftalato de etileno (PET) como moldes para os corpos-de-prova. Considerando que existem no mercado vários tipos de garrafas PET, com diferentes formas e dimensões, foi necessário realizar um estudo para verificar se a geometria da garrafa teria uma influência significativa sobre a tensão última de aderência. 1.2 Objetivos e Justificativas Fundamentado nos argumentos expostos no item anterior, o objetivo principal desta pesquisa de mestrado é uma tentativa de melhor avaliar o ensaio de aderência APULOT, procurando abrir caminho para novas investigações sobre o mesmo e ao mesmo tempo verificar o potencial deste ensaio e do pull-out test como uma alternativa na estimativa da resistência a compressão do concreto. E por fim, dando uma contribuição para a proposta debatida no item anterior, na qual discute a probabilidade dos ensaios de aderência aço-concreto se tornarem ensaios de controle de qualidade do concreto armado. Diretamente ligados ao objetivo principal, estão às investigações ligadas às propriedades geométricas das barras de aço nervuradas de aço CA-50, utilizadas na construção civil, fabricadas em países diferentes (Brasil, Tunísia, França); a investigação para verificação da influência do formato da garrafa PET na tensão última de aderência no ensaio APULOT. 1.3 Estratégia Experimental A estratégia experimental foi dividida em cinco partes, ilustradas no fluxograma da Figura 1.5 e descritas a seguir: A primeira etapa executou-se uma caracterização dos constituintes do concreto: cimento CPV ARI fácil, sílica, areia média, brita e superplastificante. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 26 Com estes resultados obteve-se as composições dos concretos. Foi realizado também, ensaios padronizados no aço CA-50. Na segunda etapa foi realizada a caracterização das barras de aço nervuradas CA-50. Para isso, foi feito um mapeamento tridimensional com auxílio de um scanner a laser obtendo assim uma caracterização geométrica das nervuras, levando em consideração os seguintes itens: medidas de alturas, os espaçamentos, os ângulos de inclinações e as áreas projetadas. As barras utilizadas eram provenientes do Brasil, Tunísia e França, com diâmetros de 8, 10, 12,5 e 16 mm. Estes ensaios foram realizados no Laboratório de Design e Seleção de Materiais (LdSM) em trabalho conjunto com o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (LEME), ambos da Universidade Federal do Rio Grande o Sul (UFRGS)4. Na terceira etapa moldou-se corpos-de-prova para o ensaio APULOT e pull-out test para armaduras com os diâmetros nominais de 8, 10 e 12,5 mm, concretos com duas classes resistência (T1 para o concreto com fcm=28,0 MPa aos 28 dias e T2 para o segundo concreto com fcm=49,9 MPa aos 28 dias) e ruptura nas idades de 3, 7 e 28 dias. Foram realizados ensaios de aderência aço-concreto utilizando-se do método de ensaio APULOT, em que todos os corpos-de-prova foram moldados utilizando-se um concreto de mesma classe (T1) e mesmo diâmetro (8mm) na idade de (7 dias), utilizando 5 diferentes tipos de garrafas PET. Os corpos-de-prova para os ensaios das propriedades mecânicas do concreto (fc, fct e Ec) foram moldados por ocasião da moldagem dos moldes para ensaios de aderência. 4 A partir desse estudo foram desenvolvidos dois artigos científicos intitulados: “Aderência açoconcreto: Análise geométrica experimental das armaduras de aço para construção civil com auxílio do scanner tridimensional a laser”, apresentado no 51º Congresso Brasileiro do Concreto – IBRACON, em Curitiba, 06 a 10 de outubro de 2009, citado no quarto capítulo dessa dissertação, e “Bond strength and rib geometry: A comparative study of the influence of deformation patterns on anchorage bond strength”, apresentado 3rd fib International Congress, em Washington, D.C., do dia 29 de maio a 01 de junho de 2010. As barras estudadas neste trabalho de Ø=12,5 mm foram utilizadas neste artigo, o qual contou a parceria do laboratório LEME da UFRGS. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 27 A quarta etapa se deu mediante uma análise estatística através da teoria da análise de variância com todos os resultados obtidos nos ensaios descritos acima, com o objetivo de verificar se a diferença entre as médias dos grupos amostrais é significativa. Por fim, a quinta etapa compõe-se das conclusões e discussões sobre os resultados obtidos, e sobretudo, a abertura de vários aspectos que merecem e devem ser investigados para a continuação da pesquisa. Figura 1.5 - Fluxograma da estratégia experimental 1.4 Restrições da Pesquisa O estudo da aderência aço-concreto não é um assunto novo no âmbito de pesquisa sobre o comportamento do concreto armado. Entretanto, as limitações existentes desta pesquisa estão relacionadas com a nova metodologia utilizada para promover os ensaios de arrancamento arrancamento pull-out, ou seja, o ensaio APULOT. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 1 | 28 Em se tratando de um ensaio de arrancamento onde são utilizados garrafas PET como moldes, a limitação específica existente diz respeito tanto a influência da geometria da garrafa como a determinação do comprimento de ancoragem em função do diâmetro da barra de aço. Além disso, este trabalho de investigação traz à tona o tema do emprego do ensaio APULOT sendo realizado em laboratório de pesquisa de forma cuidadosa e centrada, fixando-se parâmetros como a composição do concreto, diâmetro das barras de aço, assim como a procedência dos materiais e idade de ruptura dos corpos-de-prova, e sobretudo, comparando esses resultados com aqueles obtidos pelo ensaio tradicional pull-out, seguindo as recomendações do RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983). No entanto, os resultados obtidos nessa pesquisa de Mestrado servirão de alicerce para novas pesquisas que surgirão sobre o emprego dessa nova metodologia de ensaio, e principalmente vem para esclarecer quais são os novos parâmetros a serem investigados. 1.5 Estrutura do Trabalho O capítulo 1 apresenta a contextualização do tema da pesquisa em questão, considerando os objetivos gerais e específicos, metodologia e restrições da pesquisa. O capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica dos conceitos de controle de qualidade executados atualmente e uma nova proposta para controle de qualidade baseado na aderência aço-concreto. O capítulo 3 apresenta uma revisão bibliográfica dos conceitos de aderência açoconcreto e os respectivos ensaios para mensurá-la. O capitulo 4 detalha os procedimentos experimentais empregados nessa pesquisa. O capítulo 5 apresenta todos os resultados encontrados nesta investigação experimental. E também análises dos dados obtidos. E por fim no capítulo 6 estão as conclusões sobre os resultados obtidos, as discussões sobre a viabilização deste tipo de ensaio, e também sugestões sobre os aspectos que merecem serem investigados, assim como os temas para trabalhos futuros que surgirão. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 2. Controle de Qualidade dos Concretos Estruturais. O objetivo deste capítulo é discutir a questão do controle de qualidade na construção civil, trazendo breves definições e aplicações técnicas e descrevendo como o mesmo é realizado atualmente. 2.1 Definições sobre Controle de Qualidade A qualidade de um produto pode ser entendida como a habilidade de atender a determinadas exigências nas condições de uso previstas. Desta forma o controle de qualidade abrange um conjunto de técnicas operacionais e atividades desenvolvidas, cuja finalidade é assegurar que o produto final atenda aos padrões da qualidade pré-determinados. (BRANDÃO, 1998). Nos últimos anos o termo “qualidade” tem sido utilizado de modo recorrente em várias áreas. A criação das Normas Internacionais ISO (International Organization for Standardization) série 9000 teve por objetivo estabelecer requisitos mínimos para um sistema que garanta a qualidade. No Brasil essas normas surgem a partir da criação e aprovação do Código de Defesa do Consumidor, em março de 1991. Tradicionalmente, o controle de qualidade no setor da construção identifica-se com a fiscalização de trabalhos e com a realização de alguns ensaios. Para Brandão e Pinheiro (1999) a expressão controle da qualidade significa hoje algo muito mais complexo e elaborado, englobando todo o processo construtivo, inclusive estabelecendo um compromisso entre todos os envolvidos − promotores, projetistas, fornecedores, construtores e usuários − na busca de um nível satisfatório de desempenho das construções. Outra definição dada por Juran e Gryna (1980) apud Brandão e Pinheiro (1999) é que a qualidade é a adequação ou conveniência do produto ao uso pretendido. Capítulo 2 | 30 Ao discutir sobre o controle de qualidade na construção civil, Laranjeiras (1993) afirma que os serviços de controle da qualidade de projetos devem ser realizados antes da fase de construção e durante a fase de projeto, como condição essencial, para que seus resultados se tornem efetivos e conseqüentes. Deste modo, o desenvolvimento e o controle do projeto devem caminhar paralelamente, evidenciando a existência de uma relação íntima entre os dois processos. Andriolo e Sgarboza (1993) afirmam que os objetivos do controle de qualidade são garantir que a construção civil seja executada de acordo com o previsto nos projetos e especificações, ao menor custo e assegurando qualidade e uniformidade suficientes para assegurar um desempenho satisfatório durante toda sua vida útil. No Brasil, o controle de qualidade realizado nas construções civis é orientado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que fornece diretrizes e bases para a execução das construções. Essas normas são atualizadas frente necessidades atuais e também pela evolução da engenharia em razão das pesquisas nos centros tecnológicos. Porém a aplicação do controle de qualidade na construção civil pode ser passivo de erros, dos quais se destacam: • Erros de projetos, de modo especial, na parte estrutural. Isso se dá porque as empresas que contratam as construtoras, muitas vezes, partem do enfoque gastos, deixando a qualidade em segundo plano; • Prazos limitados, em outras palavras, o tempo estipulado pelo contratante é colocado acima dos princípios de controle, o que deixa os projetistas impossibilitados de buscarem a melhor solução; • Ausência de qualidade dos produtos utilizados e a falta de ensaios padronizados para estes produtos. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 31 Segundo Andriolo e Sgarboza (1993), não adianta adotar critérios de projetos comprovados e especificações dos melhores materiais, se não houver um efetivo controle da construção. Sabe-se que o processo construtivo envolve vários itens, tais como: planejamento, projeto, produção de materiais e componentes, execução, utilização e manutenção. A qualidade da execução depende dos materiais colocados nos canteiros de obras, sendo uma condição necessária, senão importante, para a garantia de segurança da estrutura em função dos riscos naturais que podem atingi-la e torná-la imprópria à sua destinação. A NBR 6118 (ABNT, 2007b) enumerou alguns requisitos de qualidade da estrutura e avaliação da conformidade do projeto: • Capacidade resistente: consiste na segurança à ruptura; • Desempenho em serviço: embasado na capacidade da estrutura manter-se em condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada; • Durabilidade: fundamenta-se na capacidade que a estrutura tem que ter para resistir às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante. Depois dessa sucinta revisão, nota-se que o assunto "controle de qualidade" é de grande importância na construção civil nos dias atuais. Portanto, no tópico a seguir será apresentado e discutido como é executado atualmente o controle de qualidade nas obras de concreto armado. 2.2 O ensaio de resistência à compreensão Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 32 O ensaio mais conhecido e aplicado para o controle de qualidade nas obras de concreto armado é o de resistência a compressão do concreto, o qual é normalizado pela NBR 5739 (ABNT, 2007a). Este ensaio consiste na utilização de corpos-de-prova cilíndricos ou cúbicos, cujas dimensões estão especificadas na NBR 5738 (ABNT, 2003c). Estes corpos-de-prova são moldados no próprio canteiro de obra assim que o concreto é colocado nas formas. Após essa etapa esses corpos-de-prova são levados para laboratórios devidamente cadastrados que possuem os materiais apropriados de acordo com a NBR NM ISO 7500-1 (ABNT, 2004c). Se a quantidade de corpos-de-prova ensaiada é suficientemente expressiva, os resultados podem ser tratados estatisticamente e conduzidos a uma avaliação da resistência característica do concreto ( f ck ), através de uma distribuição normal de probabilidade onde o " s " é o desvio padrão. Na ausência disso, os laboratórios avaliam uma resistência média ( f cm ), utilizada para julgar a conveniência do material da estrutura. (Equação 2.1) f ck = f cm − 1,65.s Equação 2.1 O ensaio de compressão simples apresenta algumas vantagens, pois além de ser considerado de fácil execução, com seu resultado é possível calcular, através de correlações normalizadas, a resistência a tração média (Equação 2.2), módulo de elasticidade inicial (Equação 2.3), resistência ao cisalhamento e aderência, armadura do concreto. As duas correlações apresentadas abaixo estão na NBR 6118 (ABNT, 2007b). f ctm = 0,3 f ck 2 Equação 2.2 3 Eci = 5600 f ck 1 2 Equação 2.3 Porém este ensaio contém alguns inconvenientes, comentados seguir: Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 • | 33 Moldagem dos corpos-de-prova Os moldes podem ser cilíndricos ou prismáticos, sendo que no Brasil, o mais utilizado é o cilíndrico, com altura o dobro do diâmetro da base, como por exemplo: 10x20 cm ou 15x30 cm. O concreto para o preenchimento dos exemplares deve ser retirado do trecho médio da betonada. A normalização específica que as dimensão do corpo-de-prova não devem exceder a 1% do diâmetro e 2% da altura, o que na prática, na maioria das vezes não acontece, devidos aos maus tratos dos moldes. O adensamento dos corpos-de-prova, que pode ser realizado por haste manual ou vibrador mecânico, por meio de camadas sobrepostas de concreto, é de fundamental importância, pois sua falta pode provocar "bicheiras" buracos nos corpos-de-prova, e o excesso pode vir a promover a segregação dos materiais. Estes dois fatos são prejudiciais a resistência final do concreto. • Regularização dos corpos-de-prova A regularização ou nivelamento do topo do corpo-de-prova é fundamental para evitar que haja concentradores de tensões que podem vir a falsear o resultado. A regularização pode ser feita com retificador (desgaste mecânico) ou capeamento (enxofre, pasta de cimento). Porém, alguns pesquisadores notaram diferenças nestes processos. Scandiuzzi e Andriolo (1986) compararam os resultados entre os capeamentos com enxofre e pasta de cimento e observaram melhores resultados e menores variações para os corpos-de-prova capeados com enxofre. Segundo Bezerra (2007) as propriedades do material de capeamento podem influenciar significativamente os resultados do ensaio de resistência à Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 34 compressão em concretos. Barbosa et al. (2009) realizaram estudos com diferentes procedimentos para preparação de topos de corpos-de-prova, e concluíram que os melhores desempenhos ainda são obtidos com a utilização de pasta de enxofre. • Equipamento específicos para ruptura. Com a necessidade crescente de obter resistências cada vez maiores, ocorre a necessidade de ter equipamentos específicos para mensurá-la, cada vez mais sofisticados. Segundo a NBR 5739 (ABNT, 2007a), a estrutura de aplicação da carga deve ter capacidade compatível com os ensaios a serem realizados, permitindo a aplicação controlada de carga sobre o corpo-de-prova colocado entre os pratos de compressão. Na maioria das vezes, não existe prensa adequada para o ensaio de resistência a compressão no canteiro de obra, necessitando assim da obrigatoriedade da contratação de serviços laboratórios cadastrados, algumas vezes distantes do local da obra. Esses agravantes são mais evidentes em países economicamente mais pobres, onde normalmente a demanda de construir é maior e urgente. • Aderência aço-concreto desconsiderada O ensaio de resistência a compressão não considera a ligação açoconcreto que é fundamental para o bom desempenho das estruturas. Após desta breve exposição sobre o ensaio de resistência a compressão do concreto, e reconhecendo-o como referência de controle de qualidade desde o início das normalizações para o cálculo estrutural. Conclui-se que o mesmo possui falhas e nada justifica seu caráter de referência exclusiva. Diante deste cenário, propõe-se uma alternativa, para o ensaio de controle do Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 35 material concreto: o ensaio de aderência aço-concreto, que será discutido a seguir. 2.3 O ensaio de aderência aço-concreto Existem muitos modos de realizar o ensaio de aderência aço-concreto. Entretanto o ensaio mais tradicional é o de arrancamento pull-out test (POT), normalizado pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) e ASTM (1991). O POT consiste em extrair uma barra de aço posicionada no centro de um corpo-deprova cúbico de concreto. Medindo-se assim, a força de arrancamento aplicada a um dos extremos e os escorregamentos no outro extremo. O Brasil não possui normas consolidadas de ensaios de aderência. O ensaio de aderência possui benefícios, pois se trata de um ensaio que leva em consideração os dois materiais constituintes do concreto armado: o aço e o concreto. Sem deixar de considerar que os esforços exercidos são moderados, são cerca de 10 a 20 vezes menores que aqueles necessários à ruptura de um cilindro normalizado de 15x30 cm, mesmo no caso de concretos de alta resistência. Também tem-se uma correlação entre a resistência à compressão simples e a tensão última de aderência (LORRAIN; BARBOSA, 2008), conforme pode ser observada na Figura 2.1. É esta correlação que permite estimar com boa precisão a resistência à aderência a partir da resistência do concreto à compressão. Entretanto o ensaio de arrancamento pull-out test apresenta alguns inconvenientes: na realização do ensaio as placas de apoio colocam o concreto sob compressão, criando restrições às deformações transversais do corpo-deprova, levando a uma possibilidade de superestimar o resultado obtido.= Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 36 35 30 25 20 τu CAD 15 MPa CC 10 5 0 0 20 40 60 Resistência à compressão, fc 80 100 120 MPa Figura 2.1 - Relação entre a resistência à compressão e a tensão última de aderência. (PNBHP, 2000) apud (LORRAIN; BARBOSA, 2008). Mesmo assim, este ensaio é de significativa importância nas pesquisas, Barbosa (2002), entre outros, ressaltam suas vantagens: um ensaio de baixo custo, corpo-de-prova relativamente simples de ser preparado, e que possibilita a visualização do comprimento de ancoragem mínimo (zona aderente). Além disso, trata-se de um ensaio que possibilita isolar as variáveis que influenciam a aderência, e obter uma visualização objetiva do próprio conceito de comprimento mínimo de ancoragem. Diante das assertivas sobre o ensaio de aderência pull-out test listadas anteriormente e considerando satisfatória a relação entre resistência à compressão e tensão última de aderência, e conscientes dos problemas conhecidos de confiabilidade associados ao ensaio de compressão simples, foi proposto por Lorrain e Barbosa (2008) uma alternativa para o ensaio de controle de qualidade do concreto: o ensaio de aderência aço-concreto, que pretende assegurar a qualidade do concreto estrutural a partir dos resultados dos ensaios de aderência. Para tal verificação torna-se propício utilizar a lei de correlação entre a resistência à compressão e a tensão última de aderência, mas fazendo um procedimento no sentido inverso, A Figura 2.2, traçada a partir da lei de correlação ilustra esta maneira de raciocínio. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 2 | 37 35 30 25 20 τu CAD 15 MPa CC 10 5 0 0 20 40 Resistência à compressão, fc 60 80 100 120 MPa Figura 2.2 - Novo principio de aplicação da lei de correlação entre a resistência à compressão simples e a tensão última de aderência. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) Com o propósito de facilitar o ensaio POT, tornando-o realizável em um canteiro de obras, Lorrain e Barbosa (2008) propuseram o ensaio APULOT ou POT modificado. O APULOT tem o mesmo princípio do POT, que é o arrancamento de uma barra de aço inserida no concreto. Para este fim conta com a utilização de um macaco hidráulico, equipamento comum em um canteiro de obras e, além disto, usa como molde de corpo-de-prova uma garrafa de plástico PET. O ensaio APULOT E POT serão detalhados nos capítulos 3 e 4. No próximo capitulo será realizado uma breve revisão bibliográfica sobre aderência aço-concreto, assim como os fatores que influenciam em sua avaliação, e por fim o detalhamento dos ensaios de aderência POT e APULOT. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 3. Aderência Aço-Concreto: Conceito, Definições e Funcionalidades. O objetivo deste capítulo é apresentar uma sucinta revisão bibliográfica sobre o assunto, desde suas origens até estudos mais recentes, apresentar os diferentes tipos de aderência, os fatores que influenciam no seu comportamento, expondo ainda os ensaios disponíveis na literatura para calcular a tensão de aderência. 3.1 Conceitos preliminares e suas definições Para iniciar é interessante, senão essencial, trazer a definição de aderência comum a vários autores que é o mecanismo de transferência de tensões que existe na interface da barra de aço e o concreto que a circunda. Este vínculo pode ser entendido como um fenômeno que impede a movimentação entre suas partes (aço-concreto). Para endossar as afirmativas acima, Tassios (1979) e posteriormente Ducatti (1993), descrevem a aderência como uma tensão de cisalhamento entre a superfície de uma barra de aço e o concreto que a envolve. Vale ressaltar que a aderência aço-concreto é um dos principais requisitos para o bom funcionamento do concreto armado. A razão da existência do concreto armado fundamenta-se na ação conjunta entre a armadura e o concreto. Esse resultado só é possível em razão da aderência entre os dois materiais, uma vez que para absorver os esforços solicitantes, os dois materiais atuam em conjunto. Essa “ligação” entre a armadura e o concreto é uma das razões básicas pela qual tal material composto é considerado uma solução viável e com boas características enquanto material de construção.(LEONHARDT; MONNIG, 1979; VIEIRA, 1994; FERNADES, 2000; BARBOSA, 2002). Capítulo 3 | 39 Segundo Clímaco (2005) a associação aço-concreto tem como objetivo primário superar a deficiência das estruturas de concreto simples nas regiões de tração, ao mesmo tempo que o concreto de boa qualidade e com espessura adequada da camada de cobrimento fornece um meio alcalino que protege o aço da corrosão, garantindo a durabilidade da estrutura. O autor define ainda que o "concreto armado é um material composto pela associação do concreto com barras de aço nele inseridas, de modo que constituam um sólido único, do ponto de vista mecânico, quando submetido às ações externas". A forma usual de consideração dessa ligação acontece por meio da “tensão de aderência” que, através do conhecimento do comportamento da aderência entre a barra da armadura e concreto que a envolve, pode-se avaliar a capacidade de carga das estruturas de concreto armado, sendo a condição básica para o controle da fissuração das estruturas, da definição das regras de projeto de ancoragens e das emendas por traspasse nas estruturas de concreto. (DUCATTI, 1993; FERNANDES, 2000). Segundo Tassios (1979) a eficiência da ligação aço-concreto pode ser favoravelmente quantificada mediante a relação tensão de aderência versus deslizamento, expressando a variação da tensão que surge na interface do aço com o concreto, relacionada ao deslocamento relativo entre a barra de aço e o concreto que a envolve. Deslizamentos pequenos sugerem danos locais ou acomodações da interface. Quando se incrementam, ou seja, quando o deslizamento atinge valores máximos, indicam a destruição da aderência, o que pode ser associados a certo estado de deformações e fissuração. Alguns valores limites de deslizamento são apresentados nas normas e procedimentos de projeto estrutural, sendo estes geralmente associados a um estado de deformação e fissuração inaceitável. (CAETANO, 2008) O deslizamento, no início do carregamento, é causado em parte pela deformação elástica do concreto; entretanto, para cargas mais altas, ele é causado pelo esmagamento do concreto frente às nervuras da barra. Nas barras sem nervuras (conhecidas como barras lisas) a aderência ocorre, a Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 40 priori, em razão da adesão química entre a pasta de cimento e a barra. Quando a adesão química se rompe, surge uma resistência aos deslizamentos devido ao atrito. Quando esta resistência se esgota, o fendilhamento não é total, mas a barra é arrancada, deixando atrás de si um orifício quase intacto dentro do concreto. (GOTO, 1971) Nas barras nervuradas, desenvolvidas para produzir maior aderência do que as lisas, o fenômeno da aderência acontece de modo fundamentalmente diferente. Ainda que nessas barras se desenvolvam a adesão e o atrito, a resistência aos deslizamentos nas barras nervuradas depende, sobretudo, da ação mecânica entre o concreto e as nervuras. A conseqüência da adesão química é pequena e o atrito não ocorre até que haja escorregamento entre a barra e o concreto. (BARBOSA, 2002; FRANÇA, 2004). Segundo Leonhardt e Monnig (1979), a tensão de aderência ocasiona tensões principais de tração e compressão no concreto cujos rumos estão ilustrados na Figura 3.1. Trajetória de Tração Trajetória de Compressão C T C Figura 3.1 - Desenvolvimento das trajetórias das tensões principais junto a uma barra de armadura. (LEONHARDT; MONNIG, 1979) A armadura e o concreto que a envolve possuem deformações iguais antes da fissuração, tanto na compressão quanto na tração. Mesmo que haja fissuração no concreto, essas deformidades, na proximidade das fissuras, passam a ser diferentes, pois a armadura alonga mais que o concreto. A diferença de alongamento dos materiais alude a existência do deslizamento da Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 41 armadura em relação ao concreto. No primeiro caso em que há igualdade de deformidades, tem-se a chamada aderência rígida em virtude da ausência de deslizamentos; no segundo caso, que os alongamentos diferem entre si, temse a aderência deslizante ou móvel. (FRANÇA, 2004) O fenômeno da aderência aço-concreto, desde o surgimento do concreto armado, sempre despertou interesse em muitos pesquisadores. O desenvolvimento dessas pesquisas permitiram avanços no desenvolvimento de métodos e modelos de cálculo para estruturas de concreto armado. A seguir temos alguns dos estudos do fenômeno da aderência obtidos na literatura. Abrams (1913), foi um dos precursores no estudo da aderência açoconcreto, publicou um boletim informativo descrevendo suas experiências sobre ensaios de arrancamento simples e ensaios com vigas. Por fim realizou considerações importantes sobre o incremento da aderência com barras nervuradas e referências sobre a área relativa das nervuras. Watstein (1941) a partir do ensaio de arrancamento direto analisou a distribuição da tensão de aderência, quantificando o alongamento e a tensão ao longo do comprimento de ancoragem. Umas de suas conclusões que o autor chegou é que havia uma maior concentração de tensão na região próxima ao apoio do bloco de concreto. Mains (1951) analisou o efeito dos ganchos no comprimento de ancoragem através de ensaios de arrancamento direto (pull-out) e de ensaios com vigas. Observou os efeitos das fissuras dentro de barras instrumentadas. Rehm (1961) apud Barbosa (1998) estudou sobre a influência da posição das barras durante a concretagem na aderência. Para o pesquisador, o desempenho da aderência é mais eficaz quando a carga é aplicada em direção contrária àquela da sedimentação do concreto (tratando-se das barras verticais). Na situação inversa, ou seja, carga aplicada na mesma direção do lançamento do concreto, a aderência pode notar valores mais pobres ainda do Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 42 que em caso das barras horizontais no topo da formas. O esclarecimento para isto está no acúmulo de argamassa porosa na metade inferior das primeiras e embaixo das nervuras das outras. Ngo e Scordelis (1967) aplicaram métodos numéricos baseados nos elementos finitos para estudarem os efeitos da aderência aço-concreto em vigas de concreto armado. Desenvolveram um elemento finito de ligação adimensional denominado bond link (mola) para representar a aderência. Esses autores contribuíram para a desenvolvimento dos métodos numéricos no estudo da aderência aço-concreto. Goto (1971) mostrou através de ensaios como ocorre o desenvolvimento e o comportamento das fissuras com o incremento das tensões na interface aço-concreto, decorrentes das nervuras das barras. Ribeiro (1985) analisou as barras nervuradas na ligação aço-concreto através. Seu programa experimental constou com a realização de ensaios pullout test e do tipo extremo de viga; os parâmetros investigados foram: diâmetro da barra, recobrimento e a porcentagem de estribos. As conclusões do autor foram: o aumento do recobrimento é proporcional à resistência última de aderência, com o acréscimo de estribos percebe-se um aumento na resistência de ancoragem, e por fim, quando se investe na qualidade do concreto, alcançase um acréscimo na resistência última de aderência. Ducatti (1993) realizou estudos comparativos entre o concreto convencional e o concreto de elevado desempenho, no âmbito da aderência aço-concreto mediante ensaios de arrancamento. Entre os parâmetros analisados estava a determinação da curva de deslizamento, juntamente com a quantificação de distintos fatores nesta relação. Os resultados de uma maneira geral mostraram que o comportamento das curvas era semelhante, tomada suas devidas proporções. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 43 Vieira (1994) estudou o comportamento da aderência aço-concreto no concreto de alta resistência com adição de sílica. O ensaio escolhido pela autora foi o pull-out test, levando em consideração que a finalidade de seu trabalho não foi a quantificação exata dos valores de tensões de aderência, mas sim a obtenção de resultados de tensões de aderência para fins comparativos e analíticos sobre a influência da sílica na aderência. Os resultados obtidos mostram aumento na tensão de aderência em 20% com a adição de sílica. Barbosa (1998) quantificou a influência de alguns parâmetros sobre a relação tensão de aderência e deslizamentos, dentre eles a posição das barras, tendo em vista o lançamento do concreto, utilizando para esse fim o concreto de elevado desempenho. Dos resultados alcançados, a autora pode concluir que a resistência de aderência é menos sensível ao posicionamento da barra, do que no concreto convencional; existe uma baixa variação da tensão de aderência devida à posição da barra, podendo-se simplificar certos procedimentos que justificam a segurança da ligação aço-concreto, outra conclusão foi que o uso de estribos pode influenciar na força de arrancamento da barra vertical. Spacone e Limkanyu (2000) dissertaram sobre a relevância da modelagem numérica da aderência aço-concreto e o comportamento da curva de deslizamento sob carregamento estático e dinâmico, expondo uma implementação em modelos de elementos finitos. Fernandes (2000), mediante ensaios de arrancamento direto (pull-out test) sob cargas repetidas (cíclicas) e monotônicas, analisou as influências de alguns parâmetros na interface aço-concreto, como: diâmetro da armadura nervurada, tipo e amplitude de carregamento. Os resultados dos ensaios monotônicos foram comparados com as recomendações do RILEM. Os resultados calculados de acordo com normas significativas. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto obtiveram diferenças Capítulo 3 | 44 Zuo e Darwin (2000) estudaram a influência da área relativa da nervura (fr) na aderência aço-concreto, realizaram ensaios com carregamentos cíclicos. Os resultados obtidos mostraram que um aumento no "fr" de 0,085 para 0,119 reduzirá o deslizamento final.em 50 a 70%. Barbosa (2002) realizou uma avaliação do comportamento da aderência para concretos de classes de resistência à compressão de 20, 40, 60, 80 e 100 MPa; Barras de fabricação nacional de seção circular com diâmetros de 6,3; 8,0; 10,0; 12,5; 16,0; 20,0 e 25,0 mm e barras de seção quadrada com 6,3; 8,0 e 10,0 mm de lado. Realizaram-se dois tipos de ensaio de aderência: ensaio de tirantes (tração simétrica) e ensaio de arrancamento pull-out test. Com a realização destes ensaios a autora chegou às seguintes conclusões: à medida que aumenta a resistência do concreto, a tensão de aderência também aumenta; a presença de sílica no traço do concreto aumenta a resistência de aderência; à medida que aumenta o diâmetro da barra, a tensão de aderência aumenta. Constatou-se que a aderência das barras de seção quadrada possuem um comportamento similar à de seção circular, apesar de possuírem uma tensão de aderência (média e máxima) ligeiramente inferior; o ensaio de arrancamento superestima os valores da tensão de aderência, quando comparado aos resultados obtidos no ensaio de tirantes; os modelos teóricos propostos ao estudo da aderência aço-concreto, de maneira geral, não são adequados aos materiais brasileiros. França (2004) trabalhou com ensaios de tração direta, segundo a NBR 7477 (ABNT, 1982) e de arrancamento direto normalizado pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983), usando concreto convencional e com concreto contendo 10% de resíduo de borracha em substituição a areia, em volume, nas idades de 28 e 90 dias. As barras de aço utilizadas foram do tipo nervuradas e com os diâmetros variando entre 10, 12,5 e 16 mm. Os resultados obtidos pelo autor mostram que o concreto com incorporação de resíduos de borracha ocorre um decréscimo na tensão de aderência, quando comparado ao concreto convencional. Porém salienta que os comportamentos durante os ensaios são muito semelhantes, confirmando a viabilidade da Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 45 utilização do resíduo de borracha em substituição ao agregado miúdo em concreto, seguindo a composição adotada. Santos (2005) realizou um estudo desenvolvido sobre a aderência em concretos de alto desempenho (CAD), através de ensaios à flexão de vigas de concreto armado. Usando três tipos de modelos das vigas, conforme as barras fossem transpassadas. Para cada modelo, foram avaliados os parâmetros de: resistência do concreto, diâmetro das barras, comprimento de emenda, cobrimentos das barras e o comportamento das variadas emendas. Os resultados encontrados apontaram as semelhanças e dessemelhanças da aderência entre concretos de baixa à elevada resistência à compressão. O autor ainda faz uma ressalva de que as normas de cálculo, baseadas nos conhecimentos em concretos convencionais de até 50 MPa, não contemplam satisfatoriamente as características do concreto de alto desempenho no desenvolvimento de projetos. Fang et al. (2006) realizou estudos sobre os efeitos da corrosão do aço no comportamento da aderência aço-concreto. Realizou ensaios experimentais de arrancamento. Os resultados mostram uma perda na ordem de 73% na tensão de aderência residual para uma taxa de corrosão de 6%. Almeida Filho (2006) estudou a aderência aço-concreto utilizando concretos auto-adensáveis e convencionais, para isto realizou ensaios em vigas e de arrancamento direto e simulações numéricas. Os resultados obtidos mostraram que nos ensaios em vigas e de arrancamento, o comportamento dos concretos são semelhantes, mostrando assim a vantagens dos autoadensáveis no estado fresco. Marins Neto (2007) analisou o comportamento da ligação aço-concreto através da modelagem numérica de vigas de concreto armado, mediante o método dos elementos finitos. Realizou análises comparando a modelagem numérica desenvolvida em seu trabalho com outras encontradas na literatura e Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 46 também com ensaios experimentais. Os resultados da modelagem numérica apresentaram-se coesos, quando comparados com resultados experimentais. Caetano (2008) propôs um modelo matemático que representa o comportamento de aderência de peças submetidas à corrosão de armadura e à exposição a elevadas temperaturas. Para isto utilizou: temperaturas de 200°C, 400°C, 600°C, 800°C e ambiente; taxas de corrosão d e 0, 3, 6, 9 e 12% de perda de massa; diâmetros da barra de 8, 12,5, 16, 20 e 25 mm; e resistência característica do concreto de 25, 45 e 65 MPa. Os ensaios utilizados para determinação da aderência aço-concreto foram: ensaio de arrancamento direto (pull-out test), ensaio de arrancamento excêntrico (cantilever bond test), ensaio de viga (beam test). Os resultados obtidos mostram que os ensaios de arrancamento direto e de viga fornecem, respectivamente, valores de tensão de aderência, em torno de, 70% e 150% superiores aos obtidos em ensaios de arrancamento excêntrico. A autora descreve ainda que os efeitos de deterioração são extremamente importantes para avaliação do desempenho final da aderência, notando que, para temperaturas mais baixas, até aproximadamente 300°C, a temperatura não provoca al teração no desempenho da aderência, mas, a partir de 550°C, a redução é superior a 50%, para concretos de resistências maiores (acima de 50 MPa). Também chegou a conclusão de que a corrosão apresenta comportamento diferenciado, resultando em acréscimos na ordem de 17%, da tensão de aderência para baixas taxas de perda de massa e posterior perda de desempenho com o aumento desta. Garzón Reyes (2009) estudou o comportamento do concreto convencional, concreto auto-adensável e o concreto auto-adensável com adição de fibras de aço na aderência aço-concreto quando submetida a ações monotônicas e cíclicas utilizando para isso o ensaio de arrancamento normalizado pela RILEM. O pesquisador chegou à conclusão que os ensaios de arrancamento, sob ações cíclicas e monotônicas são eficazes na avaliação da aderência nas condições analisadas. Salienta que os modelos de arrancamento no concreto auto-adensável e no concreto auto-adensável com Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 47 adição de fibras de aço apresentaram comportamento similar ao concreto convencional. Lorrain et al. (2010) analisaram diferentes tipos de geometrias de barras de aço, de fabricações e países distintos no comportamento da aderência açoconcreto. Foi utilizado o ensaio de arrancamento direto (pull-out test) e para a análise geométrica das barras de aço um scanner a lazer. Com os resultados constataram que a geometria da barra de aço tem uma influência significativa sobre a aderência aço-concreto. 3.2 Parcelas da aderência. Na literatura encontram-se vários autores que concordam na divisão esquemática da aderência em parcelas. Entretanto, é importante ressaltar que a separação do fenômeno de aderência é meramente didática, não sendo possível determinar cada uma delas separadamente. Os autores Lutz e Gergely (1967), Tassios (1979), Leonhardt e Monnig (1979), Fusco (1995), dentre outros, dividem as parcelas da aderência aço-concreto da seguinte forma: • Aderência por adesão Ocorre em função das ligações físico-químicas entre aço e concreto que ocorrem na pega do cimento. Esse tipo de aderência depende da limpeza da superfície e da rugosidade das barras, o que não é suficiente para uma boa aderência, pois é destruída no caso de pequenos deslocamentos da barra. A Figura 3.2 apresenta um tipo de ensaio para determinar esta parcela. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 48 R1 Concreto Placa de Aço R1 Figura 3.2 - Aderência por adesão (FUSCO, 1995). • Aderência por atrito Esta aderência é devida a forças de atrito existentes entre o concreto e o aço, desde que existam pressões transversais às armaduras. Surge quando um material tende a se deslocar em relação ao outro, onde a aderência por atrito depende do coeficiente de atrito entre o aço e o concreto, o qual é função do estado superficial da barra às armaduras, conforme Figura 3.3. Pt Pt R2 tb Figura 3.3 - Aderência por atrito. (FUSCO, 1995) • Aderência mecânica Também conhecida com efeito de pino, esta parcela é a interação mecânica entre o aço e concreto, decorrente da presença das nervuras (saliências) na superfície da barra. Este tipo de aderência é o tipo de ligação mais efetiva e confiável, pois contribui de maneira significativa para a solidarização dos dois materiais, Figura 3.4. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 49 R3 Figura 3.4 - Aderência mecânica. (baseada em Fusco, 1995). 3.3 Parâmetros que influem na aderência Existem diversos fatores que podem intervir na quantificação da aderência aço-concreto e influenciar no seu comportamento. Abaixo estão alguns fatores que devem ser levados em consideração no dimensionamento e análise, indicando com que importância eles agem sobre a aderência. Adensamento A deficiência do adensamento prejudica a aderência nas regiões de maiores concentrações de armaduras, pois são maiores as dificuldades de concretagem. Este fato possibilita o aparecimento de vazios, tornando esta região mais fraca quando solicitada. Sobretudo quando se tratar de concretos com baixo teor de água/cimento. Resistência mecânica do concreto Este é um dos fatores que influência de maneira mais agravante à resistência de aderência. De modo geral, quanto maior a resistência mecânica do concreto, maiores serão os esforços de aderência que o concreto poderá suportar na interface aço-concreto. Soroushian et al. (1991) utilizando barras com diâmetro de 25 mm, realizou estudos sobre os efeitos da resistência a compressão na tensão de aderência, encontrando uma correlação linear entre estes fatores. Segundo Ducatti (1993) as curvas obtidas em seu estudo para tensão de aderência (τu) em função da resistência à compressão demonstram que a resistência última da aderência aumenta quase proporcionalmente com a raiz quadrada da resistência à compressão do concreto. Esfahani e Rangan (1998) mostraram que o aumento da tensão de aderência está relacionado com Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 50 o acréscimo da resistência do concreto, e é fortemente influenciado pela relação cobrimento/diâmetro da barra. Barbosa e Santos (2009), relatam que a tensão de aderência entre o aço e o concreto tende a se aproximar de uma curva exponencial, constatando que a tensão de aderência apresenta um comportamento diretamente proporcional à resistência do concreto e ao diâmetro das barras. Composição do concreto: Como regra geral poderia ser estabelecido que qualquer alteração no traço, desde que não altere a resistência à compressão nem a resistência à tração do concreto, também não alterará seu comportamento na aderência. Em contraste com essa regra Mauline e Astrova (1965) citado por Ribeiro (1985), verificaram quanto menor a relação água cimento, juntamente com a quantidade de agregado miúdo menor melhor o comportamento na aderência. Outro fato importante verificado por Martin e Noakowski (1981) citado por França (2004) foi que com a utilização de agregados de diâmetro maior e pequena quantidade de água observa-se um definido acréscimo no comportamento de aderência. Uma explicação para estas observações seria que em misturas com agregados muito finos, as partículas finas e também a água acumulam-se nas circunvizinhanças da barra. Idade de Carga Martin e Noakowski (1981) citado por Ribeiro (1985), afirmam que a influência da idade de carga sobre a aderência é a mesma que sobre a resistência à compressão ou à tração do concreto. Chapman e Shah (1987) citado por Vieira (1994) constataram que nas barras nervuradas a idade influencia de forma significativa as características da aderência. Entretanto, o mesmo não foi observado para as lisas. Que com o aumento da resistência à compressão a resistência de aderência permanece a mesma. Para os autores tal fato é justificável através da interação mecânica da barra nervurada e da resistência à compressão do concreto, que são responsáveis pela aderência. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 51 Fu e Chung (1998), registraram reduções na aderência entre o concreto e o aço com o aumento da idade, a partir do sétimo dia até os 28 dias, ocorrendo, principalmente, entre os 7 e 14 dias. Segundo os autores, este comportamento pode ser explicado pelo aumento de vazios na interface, atribuído à retração de secagem do concreto. Características Geométricas das barras A presença de nervuras em barras de aço aumenta, e muito, a parcela da aderência mecânica, devido à formação de “consoles” de concreto. Este incremento de desempenho varia com a forma e a inclinação das nervuras, com a altura e a distância livre entre elas, além destes parâmetros ainda podemos destacar a importância da superfície relativa da nervura ( fr ). Buscando garantir um desempenho mínimo, muitas normas demandam que alturas e espaçamentos mínimos sejam respeitados. O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) especifica que as barras e fios de aço destinados a armadura para concreto armado das categorias CA-50 e CA-60 que têm a conformidade avaliada dentro do SBAC (Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade), são fabricados de acordo com a NBR 7480 (ABNT, 1996a), que especifica os limites para o espaçamento entre nervuras deve estar entre 0,5 φ a 0,8 φ e a altura média superior a 0,04 φ , para barras de diâmetros maiores do que 10 mm esta relação deve ser maior ou igual a 0,02 φ , para barras de diâmetro menores do que 10 mm. Estes valores vêem ao encontro das conclusões feitas por Clark (1946), que analisou 17 configurações de barras e sugeriu que o espaçamento médio entre nervuras fosse igual a 70% do diâmetro e que a altura fosse igual a 4% do diâmetro, para barras de diâmetro menor ou igual a 13 mm. Para barras de 16 mm os valores de altura deveriam ficar entre 4,5% e 5% do diâmetro. Num estudo mais recente, realizado por Hamad (1995) foram analisadas diferentes configurações geométricas das nervuras. O estudo teve como Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 52 variáveis o espaçamento entre nervuras, variando a mesma entre 35 e 60% do valor do diâmetro; a altura de nervura, que variou num intervalo de 5 a 12.5% do diâmetro; e a inclinação da face da nervura, sendo contemplados valores para esta variável no intervalo de 30° a 90°. Anali sando os resultados deste estudo, verifica-se que a configuração que resultou no maior desempenho de aderência foi a angulação da face da nervura igual a 60°, espaçamento de 50% e altura da nervura de 10% do diâmetro da barra. Em relação a influencia do ângulo das nervuras Lutz e Gergeley (1967) observaram que angulações entre 40° e 105° são sufi cientes para que não haja movimentações relativas entre a interface da barra de aço e o concreto, ocorrendo deslizamento por ruptura do console de concreto. Já para ângulos inferiores a 30° esta movimentação não é impedida, o que muda o comportamento da curva tensão-deslizamento. Entretanto, cabe ressaltar, que estas conclusões foram obtidas através de análises de concretos com resistências inferiores às atualmente utilizadas. Portanto, é necessário cautela na utilização destes dados, visto que, em concretos mais resistentes, o comportamento da aderência em relação à angulação das nervuras pode ser distinto do registrado nestes estudos mais antigos, pois os concretos mais novos são mais resistentes, mas tem comportamento mais frágil. Alguns pesquisadores ressaltam a importância de outro parâmetro, a superfície relativa das nervuras ( fr ). De acordo com Leonhardt e Monnig (1979), o valor da fr pode fornecer uma boa medida de comparação entre barras de perfis diferentes. Este parâmetro se caracteriza por ser uma relação entre a superfície das nervuras ( fr ), que é igual à área de contato dos consoles de concreto existente entre nervuras com as mesmas, e a superfície lateral (FM) do cilíndrico de concreto a ser “cortado” para liberar a barra ao deslizamento. Analisando a literatura, verifica-se que uma definição mais sofisticada da área efetiva de nervura fr , efetuada através da Equação 3.1, é considerada Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 53 como uma medida adequada para a verificação da contribuição das nervuras por vários autores, tais como Soretz e Holzenbein (1979). A expressão representa um quociente entre a área da nervura e a área lateral entre nervuras, relacionando, em última análise, a altura da nervura e o seu espaçamento. A Figura 3.5 especifica os termos. fr = k × An × senβ π × φ × Sn (Equação 3.1) Onde: fr = área relativa nervura, k = número de nervuras transversais em torno do perímetro da barra, An = área da seção longitudinal da nervura, β = ângulo de inclinação da nervura, φ = diâmetro da barra e Sn = espaçamento entre as nervuras. Sn hs ß Ø An Figura 3.5 - Ilustração dos termos das Equações 3.1 e 3.2. A Equação 3.1 exposta acima também está descrita no CEB (1982). Seguindo a mesma linha, porém com intuito de simplificar o CEB (1999a) e o CEB (1999b) propuseram uma fórmula simplificada para calcular a área relativa da nervura, a Equação 3.2. A Figura 3.5 especifica os termos. fr = γ × hs Sn (Equação 3.2) Onde o fr = área relativa da nervura, γ = constante que depende da geometria da barra (casos usuais = 0,5), hs = altura máxima da nervura transversal e Sn = espaçamento entre as nervuras transversais, ou seja, distância centro a centro entre duas nervuras consecutivas. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 54 As normalizações CEB (1999a) e o CEB (1999b) especificam os valores mínimos requeridos para a área relativa da nervura, mostrados na Tabela 3.1. Tabela 3.1 – Valores mínimos de fr (CEB, 1999a e o CEB, 1999b). φ (mm) 5-6 6,5 – 8,5 9 – 10,5 11 – 40 fr 0,039 0,045 0,052 0,056 O "American Concrete Institute" (ACI) também enfoca a importância da determinação da superfície relativa das nervuras, no ACI (2003), entretanto, de uma forma um pouco distinta. Neste é considerado a “Shearing area” e a “Bearing area” especificada no desenho esquemático da Figura 3.6. A área relativa da nervura é definida pela Equação 3.3, a qual aproxima esta relação de áreas para uma relação simples de altura por espaçamento de nervuras. Sr hr Rib Angle db Bearing Area (Ar) Shearing Area Figura 3.6 – Desenho esquemático com os termos da fórmula da área relativa das nervuras, ACI (2003). Onde: Bearing area = Ar = hr.π .d b e Shearing area = Sr.π .d b Assim com a Equação 3.3 definiram-se a área relativa da nervura como sendo o Rr . Rr = Bearing area hr ≈ Shearing area Sr (Equação 3.3) O próprio ACI (2003) corrige esta relação com uma constante que varia de 0,8 a 0,9 mostrado na Equação 3.4.: Rr = Bearing area hr ≈ (0,8 a 0,9) × Shearing area Sr Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto (Equação 3.4) Capítulo 3 | 55 Lorrain et al. (2010), realizou estudos com diferentes barras de aço, diferentes ( fr ) fabricadas em países diferentes e constatou que a geometria da nervura tem uma influência significativa sobre a aderência aço-concreto. Posição das barras na concretagem: Ribeiro (1985) afirma que as barras concretadas na posição horizontal no topo da forma apresentam pior comportamento do que aquelas concretadas no fundo da forma. Isto se deve ao fato de que as barras inferiores situam-se numa zona em que o adensamento é mais acentuado e, portanto, a existência de argamassa porosa na metade inferior das barras é menor. Observando a Figura 3.7, nota-se que a segregação do concreto fresco faz com que haja um acúmulo de água sob as barras; posteriormente, no processo de cura do concreto, a água é absorvida pelo concreto endurecido, deixando vazios ou inúmeros poros na sua face inferior, com isto prejudicando de modo considerável a aderência, pois compromete a zona de interface existente entre o aço e o concreto. Espaços Vazios Poros Figura 3.7 - Formação de espaços vazios ou poros sob as barras concretadas em posição horizontal devida à segregação e ao acúmulo de água (LEONHARDT; MONNIG, 1979). Ducatti (1993) realizou ensaios de arrancamento com concreto de alto desempenho que mostraram uma maior aderência das barras horizontais inferiores, comparados às barras horizontais superiores e às verticais. Segundo o autor, a menor aderência para as barras verticais em relação às outras pode ser justificada, pois o sentido das forças de arrancamento concordava com o sentido da sedimentação do concreto nos moldes. Barbosa (1998) que estudou Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 56 o comportamento da aderência em concreto de elevado desempenho mostrou que a influência da posição da barra de armadura durante a concretagem sobre a aderência diminui quando a resistência do concreto aumenta. A autora verificou nos ensaios realizados que as barras concretadas na posição vertical e carregadas no sentido contrário da direção de concretagem obtiveram uma melhor aderência que as barras concretadas na direção horizontal. O ACI (2003) afirma que a posição da barra dentro de um elemento de concreto pode ter um papel importante na capacidade de aderência. Foi demonstrado que barras posicionadas na parte superior de uma viga tendem a apresentar comportamento menos eficiente, em termos de aderência, do que aquelas colocadas na parte inferior 3.4 Ensaios de aderência Na literatura são encontrados vários ensaios que determinam os valores da tensão de aderência entre a armadura de aço e o concreto, alguns deles estão mencionados a seguir: • Ensaio de Arrancamento Direto: “pull-out test (POT)”; • Ensaio de Arrancamento excêntrico (cantilever bond test), • Ensaio de Arrancamento com Anel Circunferencial – “ring pull – out test”; • Ensaios de Flexão – “beam best (Bt)”; • Ensaio de Extremo de Viga – “beam end test”; • Ensaio de Aderência do Tipo “push-out test”; • Ensaios das Quatro Barras; • Ensaio de Tração Direta. Este trabalho optou-se pela realização do o Ensaio de Arrancamento direto, pull-out test, o qual será descrito a seguir. 3.4.1 Ensaio de Arrancamento Direto (pull-out test). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 57 Um dos mais tradicionais ensaios de aderência, o pull-out test consiste em arrancar uma barra de aço posicionada no centro de um corpo-de-prova de concreto, colocado sobre placas de apoio de uma máquina de ensaio. As duas extremidades da barra são projetadas para fora do corpo de prova, medindo-se a força de tração aplicada a um dos extremos e os escorregamentos no outro extremo. Este ensaio de arrancamento direto é normalizado pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) e também está referido na ASTM (1991). A Figura 3.8 ilustra o ensaio de arrancamento direto, com as trajetórias de tensões de tração e compressão. Medição Deslizamento Zona Aderente Corpo-de-prova de Concreto Trajetórias de Tração Trajetórias de Compressão Deformação do concreto na zona aderente Zona não Aderente Pressão Lateral causada pela deformação transversal impedida Placa de Apoio Barra de Aço F Figura 3.8 - Detalhes do ensaio de arrancamento direto POT. (LEONHARDT; MÖNNIG, 1979 apud ALMEIDA FILHO, 2006) Dentro do estudo da aderência, o ensaio de arrancamento direto tem sido um dos mais utilizados, e antes da década de 50 era praticamente o único utilizado (MACGREGOR, 1988 apud DUMÊT, 2003). No começo dos estudos com este ensaio, relata a literatura, não havia zona não aderente; todo o comprimento de barra de aço que passava pelo prisma de concreto ficava em contato com o mesmo e não existia controle sobre o deslizamento entre o aço e o concreto. Com o passar do tempo, as leituras de deslizamento começaram a serem medidas e uma zona não aderente foi adicionada na extremidade próxima ao carregamento. A função desta zona não aderente era evitar que a reação da placa de apoio que coloca o concreto sob compressão, criando assim, restrições às deformações transversais do corpo-de-prova, superestimáse as tensões de aderência no concreto. Essa medida também colaborava Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 58 para que a ruptura se desse, de modo efetivo, pela falha da ligação açoconcreto. Este tipo de ensaio é considerado de fácil execução, pois é ralizado com corpos-de-prova de pequenas dimensões, facilitando assim seu manuseio e realização. Todavia, os resultados desse tipo de ensaio não conseguem reproduzir as tensões complexas de estruturas como vigas, por exemplo. Uma a vez rompida a ligação aço-concreto, a barra se desloca com mais ou menos facilidade dentro do bloco de concreto dependendo da rugosidade da sua superfície envolvida (armadura lisa ou armadura nervurada). O valor do pico de resistência permite de calcular convencionalmente a tensão de última (máxima) da ligação (τu), obtida pela pela divisão da força máxima aplicada pela superfície nominal de ancoragem. Almeida Filho et al. (2008) salienta que os testes de arrancamento direto “pull-out test” e o ensaio de viga “beam test” apresentaram baixa variabilidade de resultados, tornando estes confiáveis, no entanto, o “beam test” é um ensaio muito difícil de ser realizado e, como recomendação, deve ser reservada para casos especiais . Assim, os ensaios de arrancamento direto devem ser utilizados em casos costumeiros, devido à sua simplicidade e boa precisão, desde que alguns cuidados devem ser tomados para os parâmetros usuais (comprimento de ancoragem, diâmetro de barras, entre outros) para uma correta avaliação do caso real. O resultado típico de um ensaio de aderência de arrancamento direto é exemplificado na Figura 3.9, sob a forma de curva de variação do deslizamento medido na extremidade livre da barra solicitada, em função da força de arrancamento. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 59 120 100 F (kN) 80 CAD 60 40 CC 20 0 0 5 10 15 Deslizamento (mm) Figura 3.9 - Exemplo de curva de ensaio de arrancamento direto. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) 3.4.2 Ensaio de aderência pull-out test modificado (APULOT). Lorrain e Barbosa (2008) com o propósito de facilitar o ensaio de arrancamento direto POT, e objetivando aplicá-lo em canteiro de obra sugeriu uma modificação no funcionamento do ensaio pull-out test, o qual denominou de ensaio APULOT, O ensaio APULOT usa como molde de corpo-de-prova garrafas de plástico PET cilíndricas, as quais devem possuir um diâmetro mínimo de 8 cm e se possível um formato mais homogêneo na zona aderente. A Figura 3.10 ilustra o ensaio de arrancamento modificado "APULOT", com a localização da zona aderente e as trajetórias de tensões de tração e compressão. Uma alteração introduzida nesse ensaio é o fato do corpo de prova se manter dentro do invólucro de plástico da garrafa PET, o que leva a uma diminuição da deformação lateral do mesmo. No ensaio APULOT o comprimento de ancoragem (zona aderente), vai depender da resistência a compressão do concreto (fcm) e do diâmetro da barra de aço ( φ ), baseando-se no conceito de equilíbrio das tensões necessária para ancorar uma barra de aço no concreto. As Equações 3.5 e 3.6, mostram a tensão última de aderência e a tensão de escoamento do aço, respectivamente. Através do balanceamento destas duas equações, chega-se a Equação 3.7. Neste ensaio outra característica é que possui duas zonas não aderentes , no começo e final do corpo-de-prova. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 60 Cunha Macaco Hidraúlico Zona Aderente Garrafa PET Barra de Aço Zonas Não Aderentes Cunha Chapas de Apoio Trajetórias de Compressão Derformação do concreto na zona aderente restringida F Trajetórias de Tração Curso do Macaco Figura 3.10 - Esquema do ensaio APULOT. A Figura 3.11 (a) ilustra a moldagem da garrafa PET e a Figura 3.11(b) ilustra o método para o arrancamento mostrado por Lorrain e Barbosa (2008). Figura 3.11 - (a) Preenchimento do corpo-de-prova de garrafa PET; (b) Ensaio de arrancamento APULOT. (LORRAIN; BARBOSA, 2008) Conforme mencionado acima, o comprimento de ancoragem foi calculado usando a Equação 3.7, admitindo o equilíbrio da equações 3.5 e 3.6, necessário para ancorar uma barra de aço no concreto. τu = F π .φ .L ..........Equação 3.5 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 61 Fy = L= Onde: F π .φ 2 4 ..........Equação 3.6 Fy.φ ..........Equação 3.7 4.τ u τu =Tensão última de aderência (MPa); arrancamento (N); F= Força de φ = diâmetro da barra (mm); Fy =Tensão de escoamento do aço (MPa); L= Comprimento de ancoragem (mm). Para a determinação de L (comprimento de ancoragem), o valor da tensão última de aderência é obtido pela curva de correlação adotada por Lorrain e Barbosa (2008) (Figura 3.12, com legenda na Tabela 3.2). Assim sendo, considerando que a tensão de escoamento do aço CA-50 alcança valores superiores a 500 MPa e considerando os valores de tensão última de aderência sugeridos por Lorrain e Barbosa (2008) (Figura 3.12, com legenda na Tabela 3.2), obteve-se para esta pesquisa, através da Equação 3.7, um comprimento mínimo de ancoragem para o concreto com resistência a compressão média (fcm) de 27,8 MPa aos 28 dias o valor de aproximadamente de 10 φ e para o concreto com resistência a compressão média (fcm) de 49,3 MPa aos 28 dias o valor de aproximadamente de 6 φ . E importante salientar aqui que estes valores sugeridos de comprimento de ancoragem desta pesquisa experimental são as primeiras tentativas de caracterização do ensaio APULOT, podendo estes valores serem renovados com os avanços das pesquisas com este ensaio. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 3 | 62 Figura 3.12 - Curva de correlação Lorrain e Barbosa (2008). 1 2 Tabela 3.2 - Legenda da Figura 3.12 Pontos encontrados por Lorrain e Barbosa (2008) Regressão linear com os pontos sugeridos por Lorrain e Barbosa (2008) τU=0,33.fC+4,35 2 / R =0,96 Analogamente a norma brasileira NBR 6118 (ABNT, 2007b) define a expressão para o comprimento de ancoragem basico "lb" (Equação 3.8), que busca assegurar que a armadura entre em escoamento antes que seja superada a tensão de aderência. lb = φ . f yd 4. f bd Equação 3.8 Onde: φ = diâmetro da barra de aço; lb = comprimento de ancoragem básico; f yd = Resistência de escoamento do aço, valor de cálculo; fbd = Tensão de aderência de cálculo. Encerrado este capítulo, cujo objetivo foi fazer um levantamento bibliográfico e explanar as fundamentações teóricas do projeto abordado, prosseguimos para o próximo capítulo aonde será abordado os procedimentos experimentais adotados. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 4. Programa Experimental Este capítulo descreve a composição dos constituintes do concreto, a caracterização geométrica das barras de aço, a geometria dos corpos-de-prova ensaiados e os detalhamentos do ensaio de arrancamento direto (pull-out test) e o ensaio de arrancamento direto modificado denominado APULOT. 4.1 Constituintes do Concreto Neste item será apresentada a caracterização dos materiais utilizados na composição do concreto. Estes ensaios foram realizados no Laboratório CESP de Engenharia Civil (LCEC), em Ilha Solteira – SP. 4.1.1 Cimento O cimento utilizado foi um cimento Portland de Alta Resistência Inicial, tipo CP V ARI da Holcim. Para utilização do mesmo realizou-se uma analise físico, química e mecânica, sendo que a determinação da finura foi efetuada através de peneiramento segundo a NBR 12826 (ABNT, 1993) e NBR 11579 (ABNT, 1991), a determinação da finura – método de Blaine de acordo com a NBR NM 76 (ABNT, 1996b); a massa específica de acordo com a NBR NM 23 (ABNT, 2000b), a perda ao fogo segundo a NBR NM 18 (ABNT, 2004a), a análise química acompanhando a NBR NM 21 (ABNT, 2004b), e a resistência à compressão do cimento de acordo com a NBR 7215 (ABNT, 1996c). As Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3 apresentam os resultados obtidos da caracterização do cimento empregado na pesquisa. Tabela 4.1 - Análise física do cimento CP V ARI. Resultados Descrição Obtidos Finura Peneira 200 (% retida) 0,37 Finura Peneira 325 (% retida) 1,67 Superfície Específica - Blaine 4768 cm²/g Densidade aparente 0,90 g/cm³ Densidade absoluta 3,05 g/cm³ Capítulo 4 | 64 Tabela 4.2 - Análise química do cimento CP V ARI. Resultados Descrição Obtidos (%) Perda ao fogo Insolúveis SiO2 Fe2O3 Al2O3 CaO MgO SO3 Na2O K2O Equivalente alcalino em Na2O Cal livre em CaO 2,84 0,61 22,57 2,17 6,81 59,85 1,91 2,05 0,20 0,77 0,71 1,41 Tabela 4.3 - Análise mecânica do cimento CP V ARI. Resistência à Compressão Axial Resultados Idade (dias) Obtidos (MPa) 3 37,2 7 47,6 28 52,2 4.1.2 Agregado Miúdo Para a determinação do traço experimental do concreto utilizou-se a areia média vinda do Porto de Areia Nossa Senhora Aparecida localizado na cidade de Três Lagoas - MS, proveniente do rio Paraná. Na Figura 4.1 e a Tabela 4.4 ilustram a curva granulométrica obedecendo a NBR NM 248 (ABNT, 2001a). A massa específica na condição saturada superfície seca (s.s.s.) segundo a NBR NM 52 (ABNT, 2003a), o ensaio de absorção usou a NBR NM 30 (ABNT, 2000a), o de materiais pulverulentos a NBR 7219 (ABNT, 1987) e matéria orgânica foi a NBR NM 49 (ABNT, 2001b). As demais características do areia estão exemplificadas na Tabela 4.5. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 65 Tabela 4.4 - Análise granulométrica da areia Peneiras Normais e Auxiliares Material % Retida Denominação Abertura (mm) Acumulada 1" 25 0,00 3/4" 19 0,00 5/8" 16 0,00 1/2" 12,50 0,00 3/8" 9,50 0,00 1/4" 6,30 0,00 N.º 4 4,75 0,20 N.º 8 2,36 5,80 N.º 16 1,18 16,50 N.º 30 0,60 31,00 N.º 50 0,30 67,60 N.º 100 0,15 94,30 Fundo 0,075 100,00 100 90 80 % que 60 50 40 30 Especificação Zona Utilizável 20 Especificação Zona Ótima Areia 10 0 0,01 0,1 1 10 abertura (mm) Figura 4.1 - Curva Granulométrica da Areia Média. Tabela 4.5 - Demais características da areia Determinações Valores Obtidos Ø Máximo (mm) 4,75 Módulo de Finura 2,15 S.S.S. (g/cm³) 2,615 Massa Seca (g/cm³) 2,624 Específica Aparente (g/cm3) 2,610 Solta (g/cm³) 1,580 Massa Unitária Solta 4% Umidade (g/cm³) 1,150 Absorção (%) 0,20 Teor de Material Pulverulento (%) 0,21 Matéria Orgânica + clara Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto % retida acumulada 70 Capítulo 4 | 66 4.1.3 Agregado Graúdo O agregado graúdo utilizado nesta pesquisa foi oriundo de uma pedreira localizada nos arredores da cidade de Icem - SP, uma brita de origem basáltica. A Figura 4.2 e a Tabela 4.6 ilustram a curva granulométrica. A Tabela 4.7 a seguir, mostra os demais detalhes da caracterização. Que foi realizada de acordo com a NBR NM 248 (ABNT, 2001a), a massa específica na condição saturada superfície seca (s.s.s.) e ensaio de absorção seguindo a NBR NM 53 (ABNT, 2003b) e o ensaio de materiais pulverulentos de acordo com a NBR 7219 (ABNT, 1987). Tabela 4.6 - Análise granulométrica brita Análise Granulométrica da Brita Peneiras Normais e Auxiliares Material Abertura % Retida Denominação (mm) Acumulada 1" 25,0 0,0 3/4" 19 0,0 5/8" 16 0,0 1/2" 12,50 13,70 3/8" 9,50 51,30 1/4" 6,30 89,2 N.º 4 4,75 97,0 N.º 8 2,36 100 N.º 16 1,18 100 N.º 30 0,60 100 N.º 50 0,30 100 N.º 100 0,15 100 Fundo 0,075 100 100 90 80 % retida acumulada 70 % que 60 50 40 30 Especificação 9,5/25 20 Brita 10 0 1 10 abertura (mm) Figura 4.2 - Curva Granulométrica da Brita. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 100 Capítulo 4 | 67 Tabela 4.7 - Demais características da brita. Determinações Valores Obtidos Ø Máximo (mm) 19,00 Módulo de Finura 6,48 Massa Específica Massa Unitária S.S.S. (g/cm³) 2,900 Seca (g/cm³) 2,872 Aparente (g/cm³) 2,902 Solta (g/cm³) 1,567 Absorção (%) 0,95 Teor de Material Pulverulento (%) 0,99 4.1.4 Água A água incorporada no concreto desta pesquisa foi a mesma encontrada na rede pública de abastecimento de água potável da cidade de Ilha Solteira SP, seguindo recomendações da NBR 15900-1 (ABNT, 2009). 4.1.5 Aditivo O aditivo empregado nesta investigação foi o ADVA 190 da Grace Concrete Products, cuja Tabela 4.8 fornecida pelo fabricante, representa alguns dados técnicos. Tabela 4.8 - Dados Técnicos do Aditivo. Avaliações Aparência (Visual) pH (20ºC) Densidade (g/cm3) Especificações Líquido Âmbar 4,40 - 4,90 1,07 - 1,09 Valor obtido ok 4,42 1,08 4.2 Caracterizações das Barras de Aço Neste item será apresentada a caracterização das barras de aço utilizadas nesta pesquisa. Foram usadas as barras de aço CA-50 com os diâmetros de 8, 10, 12,5 e 16 mm, fabricadas na AcerlorMittal de PiracicabaSP. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 68 Os ensaios de caracterização foram divididos em duas partes: Na primeira parte realizou-se os ensaios de análise tridimensional para avaliar a geometria das barras. Estes foram realizados no Laboratório de Design e Seleção de Materiais (LdSM) em trabalho conjunto com o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (LEME), ambos da Universidade Federal do Rio Grande o Sul (UFRGS). Na segunda etapa executou-se a caracterizarão padrão das barras de aço segundo a NBR 7480 (ABNT, 1996a), no Laboratório CESP de Engenharia Civil (LCEC), em Ilha Solteira – SP. 4.2.1 Analise geométrica com auxílio do scanner tridimensional a “laser”. Como detalhado no capítulo 3, o Inmetro especifica que as barras e fios de aço para concreto armado das categorias CA-50 e CA-60 que têm a conformidade avaliada dentro do SBAC, são fabricados de acordo com a NBR 7480 (ABNT, 1996a). Para esta análise recorreu-se à técnica de redimensionamento em três dimensões utilizando para tanto o scanner tridimensional a laser usando uma resolução entre pontos no eixo X : 0,1 mm e no eixo Y: 0,1 mm, com uma lente de 100 mm foram escaneadas várias nuvens de pontos. Na Figura 4.3 (a), temse uma visão geral do equipamento que foi utilizado nos escaneamentos, na Figura 4.3 (b), o detalhe da barra de 16 mm sendo escaneada. Foram analisadas barras nervuradas de aço CA-50, com diâmetros nominais 8,0; 10; 12,5 e 16 mm. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 69 (a) (b) Figura 4.3 - (a) Vista geral do equipamento de scanner a laser; (b) Detalhe do Ensaio da barra de 16 mm. Utilizando-se o software “Geomagic studio 10” foram mescladas várias nuvens de pontos obtidas, por fim, montada a peça, como ilustra a Figura 4.4. Figura 4.4 – Peça finalizada com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. Após a peça ser montada, efetuaram-se cortes transversais com intuito de realizar as medidas, ilustrados segundo as Figuras 4.5 e 4.6. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 70 Figura 4.5 - Corte no plano XY com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. Figura 4.6 - Corte no plano XZ com o auxílio do software “Geomagic Studio 10”. A Figura 4.7 mostra, com mais detalhes, as vistas que foram utilizadas para as medidas. Vista Superior Y X Vista Lateral Direita X Z Vista Lateral Esquerda Z X Figura 4.7 – Vistas dos cortes realizados da barra confeccionada no Brasil de 16mm. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 71 Depois de realizado os cortes o arquivo foi salvo para o software “Auto Cad 6”. A Figura 4.8 (a) e (b) mostra como ficaram os cortes no plano XY e XZ, representando as medidas de alturas, as distâncias entre nervuras, os ângulos 1 e 2 e a Figura 4.9 mostra a área projetada da barra. Nestes cortes realizaram-se as medidas com mais facilidade das alturas máximas das nervuras, das distâncias de centro a centro das nervuras, das inclinações das mesmas, das áreas projetadas, assim com as áreas relativas das nervuras, conforme as normas descritas no capitulo 3. 11,08 mm 150,20° (a) (b) 1,14 mm 49.00° Figura 4.8 - (a) Corte no plano XY (ângulo 1); (b) corte no plano XZ (ângulo 2). Figura 4.9 – Projeção da área da nervura 4.2.2 Análise das Barras segundo a NBR 7480 (ABNT, 1996a). A norma utilizada para caracterização do aço no Brasil é a NBR 7480 (ABNT, 1996a) que fixa as condições exigíveis na encomenda, fabricação e fornecimento de barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado. Diante disto foram feitos ensaios para encontrar os valores da tensão Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 72 de escoamento e ruptura do aço ilustrada na Figura 4.10 (a) e (b), massa específica linear (Figura 4.11) e alongamento após a ruptura em um pedaço de 10Ø da barra em questão (Figura 4.12). A Tabela 4.9 mostra as especificações exigíveis da NBR 7480 (ABNT, 1996a). Tabela 4.9 - Especificações exigíveis - NBR 7480 (ABNT, 1996a). Diâmetro Tensão Tensão de Massa Alongamento Nominal Escoamento Ruptura por metro (%) (mm) (MPa) (MPa) (kg/m) 8,0 500 550 8 0,371 a 0,418 10,0 500 550 8 0,580 a 0,654 12,5 500 550 8 0,906 a 1,021 16,0 500 550 8 1,484 a 1,673 (a) (b) Figura 4.10 - (a) Barra de aço posicionada na prensa universal; (b) Detalhe da barra de aço rompida. Figura 4.11 – Avaliação da massa linear. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 73 Figura 4.12 – Avaliação do alongamento. 4.3 Ensaios de caracterização do concreto Neste item descreve todos os ensaios realizados com o concreto no estado fresco como no endurecido. Vale ressaltar que todos foram realizados no LCDC. 4.3.1 Estado Fresco Buscou-se através do ensaio de abatimento do tronco de cone avaliar a consistência do concreto, de acordo com a NBR NM 67 (ABNT, 1996d). Também foram averiguados os teores de ar incorporado, a partir de um medidor de pressão, em acordo com a NBR NM 47 (ABNT, 2002). A massa específica, conforme a NBR 9833 (ABNT, 2008a) e a temperatura, sendo controlada após a retirada do concreto fresco da betoneira. 4.3.2 Estado Endurecido Para o concreto endurecido foram determinadas as propriedades mecânicas do concreto, a saber: resistência à compressão segundo a NBR 5739 (ABNT, 2007a), resistência a tração por compressão diametral conforme a NBR 7222 (ABNT, 1994) e o módulo de elasticidade seguindo a NBR 8522 (ABNT, 2008b). Estes ensaios foram feitos em prensa hidráulica com capacidade máxima de 100 toneladas (resistência à compressão), apresentada na Figura 4.13(a). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 74 Foram rompidos 3 corpos-de-prova em cada idade (1, 3, 7, 28 e 56 dias) para a resistência a compressão e tração, porém o modulo de elasticidade foram ensaiados em 2 corpos-de-prova nas idades de 3, 7, e 28 dias. Nos ensaios de resistência à compressão os corpos-de-prova foram capeados com composto de enxofre, a fim de tornar suas faces planas e paralelas. Realizou-se o ensaio de módulo de elasticidade na prensa da Figura 4.13(b), o limite de carregamento no ensaio de módulo de elasticidade correspondeu a 30% da carga de resistência à compressão. O ensaio de resistência à tração foi feito por compressão diametral. Figura 4.13 - (a) Prensa hidráulica realizando ensaio de compressão; (b) Prensa hidráulica realizando ensaio de módulo de elasticidade. 4.4 Composição do Concreto Nesta pesquisa foram utilizados duas diferentes composições de resistência de concretos, chamados: T1 e T2. Os concretos tiveram seus traços construídos de acordo com a dosagem do Laboratório CESP de Engenharia Civil, que seguem sugestões de Helene e Terzian (1992). Na tabela 4.10 estão demonstrados os 2 traços: Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 75 Tabela 4.10 - Composição dos Concretos. Traço T1 Traço T2 3 3 Material Consumo (kg/m ) Material Consumo (kg/m ) Cimento 318,33 Cimento 502,99 Superplastificante 0,83 Superplastificante 1,31 Brita 958,09 Brita 977,01 Areia 933,65 Areia 777,76 Água 200,64 Água 192,38 O traço T1 teve um teor de argamassa de 57%, o traço fixado em (1: 5,97), com relação água/cimento igual a 0,61 e aditivo superplastificante fixado em 0,26% da massa do cimento. O traço T2 teve um teor de argamassa de 57%, o traço fixado em (1: 3,51), com relação água/cimento igual a 0,37 e aditivo superplastificante fixado em 0,26% da massa do cimento. O abatimento de tronco de cone fixado em 9 cm ± 2 cm, para os dois traços. Nota-se que os dois traços foram confeccionados com os mesmos materiais e mesmo abatimento de tronco de cone, com isso se mantiveram os parâmetros importantes para uma posterior comparação. Os materiais foram dispostos de acordo com a Tabela 4.11. Tabela 4.11 - Disposição dos materiais na betoneira. Tempo Materiais (min) Brita + Areia + ½ Água 1 Cimento + ½ Água 3 Betoneira desligada 3 Betoneira ligada 1 Superplastificante (Betoneira ligada) 6 Total 14 Após esta etapa foi feita a moldagem dos corpos-de-prova cilíndricos, conforme a NBR 5738 (ABNT, 2003c), todos os corpos de prova foram adensados com o auxílio de mesa vibratória. Foram moldados corpos-de-prova cilíndricos: 10 x 20 cm (diâmetro x altura), para realização dos ensaios de Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 76 resistência à compressão, resistência à tração, módulo de elasticidade. (Figura 4.14). Após preenchimento das formas colocou-se filme plástico para evitar a perda da água de amassamento. Após 24 horas aproximadamente, os corposde-prova foram desmoldados e colocados em câmara úmida com umidade e temperatura controlada segundo a NBR 5738 (ABNT, 2003c), ficando até a data da realização dos respectivos ensaios. Os primeiros testes mostraram que a composição denominada de "T1" obteve uma resistência a compressão média de 27,8 MPa aos 28 dias e a T2 de 49,3 MPa aos 28 dias. Figura 4.14 - Corpos-de-prova cilíndricos (10 x 20 cm) 4.5 Ensaios de Arrancamento Foram confeccionados dois moldes para os ensaios de arrancamento direto, o primeiro molde foi seguindo as recomendações da RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983), o pull-out test. O segundo foi o APULOT que utiliza garrafas PET como moldes. 4.5.1 Convencional (pull-out test) As confecções destes ensaios seguiram as recomendações da RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983), ilustrada pela Figura 4.15. Salienta-se que, Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 77 segundo a norma, a seção transversal dos moldes é de 200 mm, para barras de aço com diâmetro nominal igual ou inferior a 20,0 mm e de 10Ø, para as barras com diâmetro superior a 20,0 mm. E o comprimento de ancoragem efetivo é de 5Ø. Comprimento de Ancoragem Corpo-de-Prova de Concreto Tubo Plástico Barra de Aço Ø (cm) 5Ø 5 10Ø 30 Figura 4.15 - Dimensão dos corpos-de-prova utilizados no ensaio pull-out test (cm). Figura baseada na RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983). A Figura 4.16 (a), (b) e (c), mostram a preparação para moldagem do POT segundo RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983); A Figura 4.17 (a) demonstra o POT sendo moldado a Figura 4.17 (b) este sendo nivelado. (a) (b) (c) Figura 4.16 - (a) Suporte para vibração do POT; (b) Óleo para deforma; (c) POT pronto para moldagem. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 78 (a) (b) Figura 4.17 - (a) POT sendo moldado; (b) POT sendo nivelado. A Figura 4.18 (a) mostra as formas POT prontas para concretagem e a Figura 4.18 (b) mostra estas preenchidas com concreto. Após um dia de cura, as formas POT foram desmoldadas, conforme ilustra a Figura 4.19 (a) e (b). A Figura 4.20 exibe a estocagem na câmara úmida. (a) (b) Figura 4.18 - (a) Formas de POT prontas; (b) Formas de POT após concretagem. (a) Figura 4.19 - (a) e (b) Desmoldagem das formas POT. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto (b) Capítulo 4 | 79 (a) (b) Figura 4.20 - (a) e (b) Estocagem dos moldes POT na câmara úmida. Com a realização do ensaio de “pull-out test” foi possível obter os valores de carga para cada valor de deslocamento. Com estes valores de cargas, utilizando a Equação 4.1 obtém-se a tensão de aderência. F π .φ .L τ= Equação 4.1 em que: τ - tensão de aderência (MPa); φ - diâmetro da barra (mm); F – carga aplicada (N); L – comprimento de ancoragem (mm). A tensão última de aderência ( τ u ) é calculada com base na força máxima de arrancamento ( F max ). Conforme mostra a Equação 4.2. τu = Fmax π .φ .L Equação 4.2 No calculo da tensão média de aderência (τm) emprega-se os valores de tensão de aderência correspondentes aos deslizamentos 0,01 mm; 0,1 mm e 1,0 mm (Equação 4.3). Se a tensão máxima de aderência acontece antes de 1,0 mm deve-se substituir o valor de τ 1mm pelo valor da τu. τm = τ 0, 01mm + τ 0 ,1mm + τ 1mm 3 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Equação 4.3 Capítulo 4 | 80 4.5.2 Modificado (APULOT) Para o ensaio APULOT, que é o ensaio POT da RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) modificado, foram feitos moldes com garrafas plásticas PET, com o intuito de facilitar os ensaios de aderência, e também pensando na questão de reutilização das garrafas plásticas destinadas ao descarte. Para tanto recolheu-se uma grande variedade de garrafas, escolhendo o mais cilíndrico dentre os tipos. Para o T1, o comprimento de ancoragem foi de 10Ø e para o T2 foi de 6Ø ilustrados nas Figuras 4.21 e 4.22. Comprimento de Ancoragem Tubo Plástico Tubo Plástico 10 Barra de Aço Ø Corpo-de-prova de Concreto 19-10Ø 10Ø 10 (cm) 5 34 Figura 4.21 - Esquema da garrafa PET para o traço T1. Tubo Plástico Comprimento de Ancoragem Tubo Plástico 10 Barra de Aço Ø Corpo-de-prova de Concreto 19-6Ø 6Ø 10 5 (cm) 34 Figura 4.22 - Esquema da garrafa PET para o traço T2. Antes de ocorrer a concretagem, foi feito o preparo das garrafas PET. Escolheu dentre os diversos tipo de garrafas PET (2L) encontrados no Brasil aquele que apresentou maior uniformidade na seção transversal (Figura 4.23 (a)). Um estudo sobre alguns dos diferentes tipos de garrafa PET encontra-se no anexo A. Furos foram feitos em suas extremidades, como mostra a Figura Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 81 4.23 (b) e (c) e cortes foram realizados como exemplifica a Figura 4.24. Deixouse nas barras de aço os respectivos comprimentos de ancoragens e vedou-se o restante com a ajuda de fita adesiva e tubos plásticos, conforme a Figura 4.25. Após esta etapa encaixou-se a barra preparada na garrafa PET (Figura 4.26). Assim o molde estava pronto para receber o concreto. (a) (b) (c) Figura 4.23 - (a) Tipo de garrafa; (b) e (c) Furos nas extremidades da garrafa, com auxílio de uma furadeira de bancada. Figura 4.24 - Cortes em uma das extremidades da garrafa, com auxílio de uma serra fita. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 82 (a) (b) Figura 4.25 (a) e (b) - Demarcação do comprimento de ancoragem, com auxílio de fitas adesivas e tubos plásticos. (a) (b) Figura 4.26 (a) e (b) - Encaixe da barra preparada na garrafa PET. A concretagem foi realizada com ajuda de um suporte metálico projetado para a garrafa PET ilustrado na Figura 4.27 (a) e (b) e outro para guardá-las por 24 h até o desmolde, como mostra a Figura 4.28 (a) e (b), para posterior colocação em câmara úmida, como mostrado na Figura 4.20 (b). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 83 (a) (b) Figura 4.27 (a) e (b) - Suporte projetado para as garrafas PET serem concretadas. (a) (b) . Figura 4.28 (a) e (b) - Suporte projetado para guardar as garrafas pets até o desmolde. Chegando a data da ruptura, retiraram-se os corpos de prova da câmara úmida, cortou-se a parte da garrafa que deixava centralizada o corpo de prova Figura 4.29 (a) e (b). (a) (b) Figura 4.29 (a) Corpos-de-prova prontos para serem ensaiados; (b) Garrafas sendo cortadas. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 84 Vale salientar que o método de calculo para a tensão de aderência; tensão média de aderência e tensão última de aderência foram os mesmos do ensaio pull-out-test. 4.5.2.1 Limpeza das barras de aço com resquícios de oxidação Foi observado nas barras de aço um processo de oxidação provocado por intempéries da sua estocagem. Com a preocupação dessa oxidação influencia-se na aderência aço-concreto, decidiu-se eliminar essa possível interferência que poderia acarretar em resultados incoerentes. As barras de aço foram imersas numa solução de 3,5g de hexametileno tetramina diluídos em 500ml de ácido clorídrico e 500 ml água destilada, procedimento baseado na ASTM (2003). As barras eram mantidas na solução por 10 minutos, para completa remoção dos produtos de corrosão e após esse período, eram lavadas em água corrente para a eliminação do ácido clorídrico. As barras ficaram guardadas para secagem em salas com temperatura de 25°C pra serem utilizadas no dia posterior para os ensaios de aderência. A seqüência de fotos das Figuras 4.30, 4.31, 4.32 ilustram os procedimentos para limpeza das barras. (a) (b) Figura 4.30 (a) Produtos utilizados; (b) Teste com barra imersa na solução. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 85 (a) (c) (b) Figura 4.31 (a) e (b) Barras de aço em processo de oxidação; (c) Barras imersas na solução. (a) (b) (c) Figura 4.32 (a) Barras sendo lavadas; (b) e (c) Barras limpas e secando a temperatura ambiente. 4.5.3 Sistema de Arrancamento e Aquisição de Dados. O sistema de arrancamento e medição, conforme ilustrado da Figura 4.33, foi montado sobre um carrinho, devidamente nivelado, e ilustrado na Figura 4.34 e Figura 4.35 para o ensaio APULOT. Os ensaios POT (RILEM) também foram realizados no mesmo carrinho, como ilustra as Figuras 4.36 e 4.37. Para aplicação da carga foi utilizado um macaco hidráulico de pistão vazado com capacidade de 60 Toneladas, conectado a uma bomba manual de pressão. As leituras das deformações ocorridas na célula de carga e as de deslocamento linear acontecidas no LVDT (Linear variable differential Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 86 transformer), foram realizadas pelo sistema de aquisição de dados "QuantumX" e manipuladas através do software “CatmanEasy 3.0”. Foi aplicada uma força de tração em um dos extremos da barra, pelo macaco hidráulico, que reagiu contra o corpo-de-prova. Uma placa de aço de 10 mm foi introduzida entre o macaco e o corpo-de-prova, para que a compressão fosse distribuída em toda a face. Como forma de capeamento, a face que recebeu a carga foi revestida com chapa em couro de 3 mm, com a função de eliminar qualquer concentração de tensão. Software Aquisição de Dados Sistema Aquisição de Dados Macaco Vazado Corpo-de-prova (APULOT) LVDT Bomba Hidráulica Figura 4.33 - Visão geral do sistema de arrancamento e medição. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 87 Célula de Carga Apoio Célula de Garga Macaco Hidraúlico Placa de Apoio Apoio Célula de Garga Braço Mecânico Apoio Cunha Cunha LVDT F Garrafa PET Suporte para Nivelar Curso do Macaco Figura 4.34 - Croqui do ensaio de arrancamento APULOT, utilizando garrafas pets. Figura 4.35 - Ensaio de arrancamento APULOT, utilizando garrafas pets. Célula de Carga Apoio Célula de Garga Macaco Hidraúlico Apoio Célula de Garga Placa de Apoio POT (RILEM) Braço Mecânico Apoio Cunha Cunha LVDT F Suporte para Nivelar Curso do Macaco Figura 4.36 - Croqui do ensaio de arrancamento POT (RILEM). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 4 | 88 Figura 4.37 - Ensaio de arrancamento POT (RILEM). Após esta descrição sobre o programa experimental desta pesquisa, o próximo capitulo versará sobre os resultados de tais procedimentos. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 5. Apresentação dos Resultados Este capítulo expõe e discute todos os resultados experimentais obtidos neste trabalho. Primeiramente apresenta-se os resultados de caracterização geométrica com scanner a laser das barras de aço, seguido dos resultados normalizados para as mesmas barras. Em segundo os ensaios da caracterização do concreto no estado fresco e endurecido. Em terceiro os resultados gerais de tensão de aderência encontrados a partir do ensaio APULOT e pull-out test da RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983) para os traços T1 e T2 nos diâmetros de 8,0 mm e 10,0 mm e 12,5 mm. E por fim uma análise de variância realizada sobre os resultados de aderência obtidos. 5.1 Caracterização das Barras de Aço 5.1.1 Análise geométrica. Mediante as considerações realizadas no capítulo 3 e 4, foram realizadas as medições das barras de aço, sempre mantendo o mesmo padrão a fim de evitar erros nas mesmas (Tabela 5.1). Foram realizadas 10 medidas de cada parâmetro, para se obter uma quantidade satisfatória de amostras para posterior análise estatística básica. Depois foi calculada a média das medidas, juntamente com o desvio padrão e o coeficiente de variação, apresentados na Tabela 5.2. Em seguida, foi realizado o calculo da superfície relativa das nervuras (Tabela 5.3) separadas por modelos com o auxílio das Equações 3.1, 3.2 e 3.4, explicadas no capítulo 3. O coeficiente de variação é uma ferramenta estatística que mede a variabilidade das observações, fornece a percentagem de variação dos dados de uma amostra. Esta análise é interessante quando se quer comparar as variabilidades de várias amostras com médias diferentes. Para se calcular o coeficiente de variação é necessário obter o desvio padrão e a média da amostra, deste modo, para o cálculo do coeficiente de variação utilizou-se a Equação 5.1. As medidas encontradas das barras francesas, tunisianas e de outra fabricação brasileira, conforme comentado no capítulo 3, estão nas Tabelas A.1 e A.2 do Anexo A. Capítulo 5 | 90 = ܸܥெéௗ × 100 (Equação 5.1) Onde: =ܸܥCoeficiente de Variação, =ܲܦDesvio Padrão, ܯé݀݅ܽ= Média dos valores obtidos. Tabela 5.1 – Relação das medidas das barras estudadas Diâmetro Área Altura Distância Ângulo 1 Ângulo 2 Nominal Projetada o o (mm) (mm) ()* ( ) ** 2 (mm) (mm ) 8,0 0,49 5,53 155,18 52,05 9,44 10,0 0,75 6,71 149,65 51,86 16,44 12,5 0,97 9,03 148,98 51,89 28,26 16,0 1,18 11,07 150,98 50,08 41,42 * Ângulo 1 = Ângulo da nervura no plano XY. ** Ângulo 2 = Ângulo de inclinação da nervura no plano XZ. Tabela 5.2 – Desvios padrões e coeficientes de variações das barras. Diâmetro Desvio Padrão Coeficiente de Variação Nominal Altura Distância Ângulo 1 Ângulo 2 Altura Distância Ângulo 1 Ângulo 2 (mm) 8,0 0,01 0,02 0,50 0,63 2,77 0,44 0,30 1,21 10,0 0,03 0,03 1,03 0,34 3,66 0,40 0,69 0,65 12,5 0,02 0,03 1,43 0,23 2,17 0,36 0,96 0,44 16,0 0,02 0,06 2,15 0,37 1,51 0,51 1,43 0,75 Tabela 5.3 – Relação dos cálculos de área relativa de nervuras. Diâmetro “ fr ” ” fr ” ” Rr” Nominal (Eq. 3.1) (Eq. 3.2) (Eq. 3.4) (mm) 8,0 0,054 0,071 0,044 10,0 0,061 0,089 0,056 12,5 0,063 0,086 0,054 16,0 0,057 0,085 0,053 Conforme citado anteriormente, a NBR 7480 (ABNT, 1996a) fornece alguns valores mínimos para a altura e distância entre nervuras com relação ao diâmetro nominal, exemplificados na Tabela 5.4 e na Tabela 5.5 estão os valores obtidos nas medições, em (%) da altura e do espaçamento (distância entre nervuras) pelo diâmetro das barras de modelo 1. Tabela 5.4 – Porcentagens mínimas NBR 7480 (ABNT, 1996a). Diâmetro Altura Altura Distância Distância Nominal (min) (min) (min) (min) (mm) (%) (mm) (%) (mm) 8,0 2 0,16 50 a 80 4,0 a 6,4 10,0 2 0,20 50 a 80 5,0 a 8,0 12,5 4 0,50 50 a 80 6,25 a 10,0 16,0 4 0,64 50 a 80 8,0 a 12,8 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 91 Tabela 5.5 – Resultados obtidos da alturas e distâncias. Diâmetro Altura Distância Nominal (%) (%) (mm) 8,0 6,13 69,18 10,0 7,50 67,06 12,5 7,76 72,22 16,0 7,38 69,19 Foram confeccionados gráficos, com intuito de melhorar a visualização dos comportamentos das características geométricas das barras em estudo. (Figuras 5.1 a 5.5) Figura 5.1 - Relação da altura pelo diâmetro nominal em (%) das barras de aço. Figura 5.2 - Relação do espaçamento pelo diâmetro nominal em (%) das barras de aço. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 92 Figura 5.3 - Ângulo 1 das barras de aço. Figura 5.4 - Ângulo 2 das barras de aço. Figura 5.5 - Área Projetada das barras de aço. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 93 Nota-se que, as barras brasileiras estudadas, não apresentaram diferenças significativas quanto aos parâmetros analisados, a saber: as alturas ficaram na ordem de 6 a 8 % do diâmetro; as distâncias entre nervuras ficaram entre 67 e 72 % do diâmetro; o ângulo 1 na ordem de 148º a 157º e o ângulo 2 de 48º a 52º. E como esperado a área projetada seguiu o aumento do diâmetro. Os valores das superfícies relativas relativas das nervuras da Equação 3.1 do CEB (1982) e Equação 3.2 do CEB (1999a) e CEB (1999b) ficaram todos superiores aos valores mínimos fornecidos pelas normas, sendo que, os valores da Equação 3.1 foram inferiores aos da Equação 3.2. Isso se deve ao fato de que na equação 3.1 leva-se em consideração o ângulo 2 definido no capítulo 3. Os valores obtidos utilizando a Equação 3.4 do ACI (2003), foram os menores. A Figura 5.6 ilustra a diferença de formulações para encontrar a área relativa das nervuras das barras de aço. Ø (mm) Figura 5.6 - Área relativas das nervuras. 5.1.2 Análise das Barras Padrão Na Tabela 5.6 encontra-se relacionadas as características especificadas na NBR 7480 (ABNT, 1996a) das armaduras nervuradas de aço CA-50. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 94 Tabela 5.6 - Resultados da caracterização das barras de aço. Diâmetro Tensão Tensão de Massa Alongamento Nominal Escoamento Ruptura por metro (%) (mm) (MPa) (MPa) (kg/m) 8,0 625,0 777,0 16,3 0,398 10,0 620,0 782,0 17,0 0,610 12,5 580,0 743,0 17,6 0,956 16,0 560,1 710,6 16,9 1,601 Observa-se que as barras utilizadas nesta pesquisa atenderam todos os requisitos da normalização brasileira, descritos no capítulo 4. 5.2 Caracterização do concreto. As propriedades no estado fresco e endurecido do concreto conforme descrito no capítulo 4, para os traços T1 e T2, são apresentadas a seguir. 5.2.1 Estado Fresco Os resultados do ensaio de abatimento de tronco de cone, obtidos para as composições T1 e T2, estão ilustrados nas Figuras 5.7 (a) e (b), respectivamente. O abatimento do concreto, previamente fixado em 9 cm ± 2 cm, foi plenamente satisfeito. A Tabela 5.7 apresenta os valores obtidos nos ensaios para os dois traços. 8,5 cm 9,5 cm (a) (b) Figura 5.7 (a) e (b) - Ensaio do abatimento do tronco de cone do traço T1 e T2 respectivamente. Foi medida a temperatura ambiente e a temperatura do concreto logo após ser retirado da betoneira usando-se um termômetro digital (Figura 5.8 (a)). O teor de ar incorporado no concreto foi obtido com aparelho medidor de Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 95 pressão ilustrado na Figura 5.8 (b). Para a determinação da massa especifica utilizou-se do mesmo recipiente padronizado (Figura 5.8 (c)), utilizado no ensaio anterior. A Tabela 5.7 apresenta os resultados obtidos. (a) (b) (c) Figuras 5.8 (a) Termômetro digital; (b) Avaliação do ar incorporado; (c) Determinação da massa específica. Tabela 5.7 - Resultados da caracterização do concreto no estado fresco. Traço Slump Teor de Ar Densidade Temperatura Temperatura 3 (cm) (%) (Kg/cm ) Ambiente Concreto T1 8,5 4 2,36 29,5ºC 30,5ºC T2 9,5 4 2,41 25,6ºC 27,1ºC 5.2.2 Estado Endurecido Para o concreto no estado endurecido foram obtidos os resultados das propriedades mecânicas, tais como: resistência a compressão (fcm) e resistência a tração ( fctm) (compressão diametral) aos 1, 3, 7, 28 e 56 dias e módulo de elasticidade (Ec) aos 3, 7 e 28 dias. As tabelas 5.8, 5.9 e 5.10 mostram os valores médios obtidos, juntamente com o desvio padrão e coeficiente de variação para essas propriedades, respectivamente. Tabela 5.8 - Resistência a compressão média (fcm). Traço T1 Traço T2 Resistência à Coeficiente Resistência à Coeficiente Idade Desvio Desvio Compressão de Variação Compressão de Variação (dias) Padrão Padrão (MPa) (%) (MPa) (%) 1 13,1 0,47 3,59 26,6 1,98 7,44 3 17,1 1,01 5,91 34,5 1,41 4,08 7 21,2 1,70 8,01 40,1 1,62 4,03 28 27,8 1,66 5,99 49,3 1,58 3,21 56 31,4 0,96 3,05 52,8 1,39 2,63 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 96 Tabela 5.9- Resistência a tração média (compressão diametral) (fctm). Traço T2 Traço T1 Resistência Coeficiente Resistência Coeficiente Idade Desvio Desvio à Tração de Variação à Tração de Variação (dias) Padrão Padrão (MPa) (%) (MPa) (%) 1 2,07 0,09 4,35 3,24 0,10 3,06 3 2,54 0,04 1,70 3,75 0,17 4,59 7 2,72 0,06 2,23 4,10 0,12 2,82 28 3,28 0,23 7,00 4,60 0,22 4,67 56 3,69 0,21 5,62 4,96 0,32 6,42 Tabela 5.10 - Módulo de Elasticidade (Ec) Traço T2 Traço T1 Módulo de Coeficiente Módulo de Coeficiente Idade Desvio Desvio Elasticidade de Variação Elasticidade de Variação (dias) Padrão Padrão (MPa) (%) (MPa) (%) 3 31600 9,17 40090 1654,63 4,13 2899,14 7 32640 459,62 1,41 41100 530,33 1,29 28 36100 2821,36 7,82 46850 275,77 0,59 Nas Figuras 5.9, 5.10 e 5.11 estão representados a evolução desses valores (fcm, fctm, Ec).em função da idade de ruptura (dias), respectivamente, para as duas classes de concreto utilizadas (T1 e T2). Figura 5.9 - Evolução da curva de resistência a compressão para os traços T1 e T2. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 97 Figura 5.10 - Evolução da curva de resistência a tração (diametral) para os traços T1 e T2. Figura 5.11 - Evolução da curva módulo de elasticidade para os traços T1 e T2. 5.3 Resultados dos ensaios de Aderência. Os resultados dos ensaios de aderência aço-concreto foram realizados mediante arrancamento direto pull-out test (POT) e ensaio APULOT, nas idades de 3, 7 e 28 dias, utilizando armaduras de aço de diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm e duas composições de concretos denominadas de T1 e T2, são apresentados e discutidos a seguir. Para cada idade e tipo de armadura foram ensaiados um total de oito (8) corpos-de-prova para o ensaio APULOT e um total de seis (6) corpos-de-prova para o ensaio POT, os fluxogramas das figuras 5.12 e 5.13 ilustram a dimensão da quantidade de ensaios realizados. Vale salientar que em todos os ensaios de aderência açoconcreto foram acompanhados do controle da resistência a compressão do Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 98 concreto, realizados com corpos-de-prova cilíndricos (10x20 cm), obtendo resistências a compressão médias (fcm) não exatamente iguais a dos primeiros testes, contudo com diferenças não significativas. Ø 8,0 mm T1 Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 3 dias 8 CPs 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs 3 dias 8 Cps 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs 3 dias 8 CPs 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs 3 dias 8 CPs 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs 3 dias 8 CPs 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs 3 dias 8 CPs 7 dias 8 CPs 28 dias 8 CPs APULOT Ø 8,0 mm T2 Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Figura 5.12 - Fluxograma mostrando a distribuição dos 144 ensaios APULOT realizados. Com o intuito de facilitar a identificação dos ensaios adotou-se a nomenclatura da Figura 5.14. Assim sendo, a partir desse capitulo os ensaios serão referenciados, conforme se segue, onde o primeiro par designa o tipo da de ensaio de arrancamento utilizado (APULOT ou POT - RILEM), o segundo designa o tipo de composição composição do concreto (T1 para o concreto com fcm=28,0 MPa aos 28 dias e T2 para o segundo concreto com fcm=49,9 MPa aos Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 99 28 dias); o terceiro designa o diâmetro da armadura de ensaio (8,0; 10,0 e 12,5 mm) e o quarto, a idade da ruptura do ensaio de arrancamento (3, 7 e 28 dias). Ø 8,0 mm T1 Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm POT (RILEM) Ø 8,0 mm T2 Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 3 dias 6 CPs 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs 3 dias 6 Cps 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs 3 dias 6 CPs 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs 3 dias 6 CPs 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs 3 dias 6 CPs 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs 3 dias 6 CPs 7 dias 6 CPs 28 dias 6 CPs Figura 5.13 - Fluxograma mostrando a distribuição dos 108 ensaios POT(RILEM) realizados. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 100 Traço de Concreto Idade de Ruptura (dias) APULOT - T1 - 8mm - 3d Tipo de Ensaio Diâmetro da Barra de Aço (mm) Figura 5.14 – Nomenclatura adotada. Nos próximos tópicos realizou-se uma análise com os resultados do deslizamento em função da tensão de aderência. Após, realizou-se uma análise sobre a tensão média de aderência em função da resistência a compressão do concreto e por fim uma análise da tensão última de aderência em função da resistência a compressão do concreto. 5.3.1 Análise da tensão de aderência versus deslizamento Na análise da curva de tensão de aderência versus deslizamento realizou-se por meio da observação dos corpos-de-prova após os ensaios de arrancamento e do comportamento de suas respectivas curvas. Montou-se a Tabela 5.11 que apresenta o tipo de ruptura dos corpos-de-prova empregados nos ensaios de arrancamento, nesta Tabela 5.11 a letra "F" significa que ocorreu fendilhamento do corpo-de-prova de concreto, a letra "D" significa que ocorreu deslizamento da barra de aço em relação ao concreto, a letra "R" significa que ocorreu ruptura da barra de aço e a letra "X" significa que a leitura falhou, o número antes das letras significa a quantidade de ensaios que foi observado o fenômeno. Salienta-se que todos os corpos-de-prova do ensaio POT-RILEM sofreram deslizamento da barra de aço em relação ao concreto, entretanto no ensaio APULOT a ruptura ocorreu de forma distinta: nas barras de aço com diâmetro de 8,0 mm observa-se que a grande maioria (95 %) sofreu deslizamento da barra de aço em relação ao concreto, nas barras de 10,0 mm Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 101 houve uma divergência quanto ao comportamento da ruptura, pois alguns corpos-de-prova sofreram deslizamento (75 %) da barra de aço em relação ao concreto e outros (23 %) fendilhamento do concreto e nas barras de 12,5 mm todos os corpos-de-prova sofreram ruptura por fendilhamento do concreto. Todos resultados obtidos nos ensaios de arrancamento estão nos gráficos do ANEXO B. A título de demonstração de seus comportamentos, algumas curvas foram mostradas neste item "5.3.1". As Figuras 5.15 a 5.18, ilustram as diferenças entre tensões de aderência com o deslizamento para o ensaio APULOT com as barras de aço de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm respectivamente, o comportamento da barra de aço de 10,0 mm foi mostrado em dois gráficos, pois apresentava o maior numero de comportamentos de arrancamento. As Figuras 5.19 a 5.21 mostram as diferenças entre tensões de aderência com o deslizamento para os ensaios POT (RILEM) com as barras de aço de 8,0 mm, 10 mm e 12,5 mm respectivamente. Vale salientar que as Figuras 5.15 a 5.21 ilustram a diferença de comportamento para o mesmo diâmetro e o mesmo tipo de ensaio, mostrando a evolução da tensão de aderência em função da classe de resistência do concreto e a idade de ruptura. Tabela 5.11 - Tipos de ruptura dos corpos de prova ensaiados. Traço / Idade de ruptura POT (RILEM) APULOT Tipo de ensaio Ø (mm) T1 3dias T1 7dias T1 28dias T2 3dias T2 7dias T2 28dias 8,0 1F 7D 8D 8D 7D 1X 8D 7D 1R 10,0 2F 6D 1F 7D 4F 4D 1F 7D 1F 7D 2F 5D 1R 12,5 7F 1X 8F 8F 8F 8F 7F 1X 8,0 5D 1X 6D 6D 5D 1X 6D 6D 10,0 5D 1X 6D 6D 6D 6D 5D 1R 12,5 6D 6D 6D 6D 6D 6D F = fendilhamento do corpo-de-prova de concreto; D = deslizamento da barra de aço; R = ruptura da barra de aço; X = leitura falhou. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 102 Tensão de Aderência (MPa) 30 T1-3d-CP1-D 25 T1-3d-CP7-F 20 T1-7d-CP2-D 15 T1-28d -CP4-D 10 T2-3d-CP2-D T2-7d-CP4-D 5 T2-28d-CP5-D 0 T2-28d-CP1-R 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.15 - Ensaios APULOT – Ø=8,0 mm - Deslizamento (D), Fendilhamento (F) e Ruptura do aço (R). Tensão de Aderência (MPa) 30 25 T1-03d-CP1-D 20 T1-07d-CP7-D 15 T1-28d-CP8-D 10 T2-03d-CP1-D 5 T2-07d-CP4-D 0 T2-28d-CP6-D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.16 - Ensaios APULOT - Ø=10,0 mm - Deslizamento (D). Tensão de Aderência (MPa) 30 25 T1-3d-CP5-F 20 T1-7d-CP6-F 15 T1-28d-CP6-F 10 T2-3d-CP4-F T2-7d-CP5-F 5 T2-28d-CP1-F 0 T2-28d-CP4-R 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.17 - Ensaios APULOT - Ø=10,0 mm - Fendilhamento (F) e Ruptura do aço (R). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 103 Tensão de Aderência (MPa) 30 25 T1-3d-CP6-F 20 T1-7d-CP4-F 15 T1-28d-CP8-F 10 T2-3d-CP1-F 5 T2-7d-CP7-F 0 T2-28d-CP2-F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.18 - Ensaios APULOT - Ø=12,5mm - Fendilhamento (F). Tensão de Aderência (MPa) 30 25 T1-3d-CP3-D 20 T1-7d-CP3-D 15 T1-28d-CP6-D 10 T2-3d-CP3-D 5 T2-7d-CP5-D 0 T2-28d-CP3-D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.19 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=8mm - Deslizamento (D) Tensão de Aderência (MPa) 35 30 25 T1-3d-CP4-D 20 T1-7d-CP1-D T1-28d-CP5-D 15 T2-3d-CP3-D 10 T2-7d-CP3-D 5 T2-28d-CP6-D 0 T2-28d-CP2-R 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.20 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=10mm - Deslizamento (D) e Ruptura do aço (R). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 104 Tensão de Aderência (MPa) 35 30 25 T1-3d-CP5-D 20 T1-7d-CP1-D 15 T1-28d-CP1-D 10 T2-3d-CP2-D 5 T2-7d-CP6-D T2-28d-CP4-D 0 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura 5.21 - Ensaios POT (RILEM) - Ø=12,5mm - Deslizamento (D). A análise visual dos corpos-de-prova também é importante para analisar o comportamento do arrancamento. A Figura 5.22 (a) e (b) ilustra o deslizamento da barra de aço em relação ao concreto para o ensaio APULOT e a Figura 5.23 (a) e (b) mostra o mesmo comportamento para o ensaio POT (RILEM) e a Figura 5.24 (a) e (b) ilustra o fendilhamento do corpo-deprova de concreto para o ensaio APULOT, no ensaio POT (RILEM) não foi observado o fendilhamento do corpo-de-prova de concreto. (a) (b) Figura 5.22 - (a) Barra de aço antes do ensaio (APULOT); (b) Deslizamento da barra de aço. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 105 (a) (b) Figura 5.23 - (a) Barra de aço antes do ensaio de arrancamento (POT - RILEM); (b) Deslizamento da barra de aço. (a) (b) Figura 5.24 (a) e (b) Fendilhamento do concreto. Barbosa descreve que: a ruptura por fendilhamento é característica de corpos-de-prova ou que não possuem dimensões adequadas para suportar as tensões geradas durante a execução do ensaio e ou oriunda da fragilidade do material concreto.(BARBOSA, 2002 apud TASSIOS, 1979) Acredita-se que a explicação dos fendilhamentos ocorridos seja característica do corpos-de-prova que não apresentam dimensões adequadas. Nota-se que o fendilhamento ocorreu nos ensaios APULOT para 100 % das barras com diâmetro de 12,5 mm e em 23 % das barras com diâmetro de 10,0 mm e apenas 2 % das barras de 8,0 mm. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 28d 3d 7d T1 87,50% 0,00% 12,50% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 100,00% 7d 0,00% 0,00% 3d 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 87,50% 12,50% 0,00% | 106 Porcentagem do Total Capítulo 5 T2 3d 7d T1 62,50% 25,00% 12,50% 87,50% 87,50% 12,50% 0,00% 28d 7d F (22,92%) R (2,08%) T2 28d 3d T1 (b) 7d T2 Traço / idade (dias) - Ø12,5mm 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% Porcentagem do Total 3d D (75,00%) 28d Traço / idade (dias) - Ø10,0mm 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% R (2,08%) (a) 12,50% 0,00% 7d 50,00% 50,00% 0,00% 87,50% 12,50% 0,00% 75,00% 25,00% 0,00% Porcentagem do Total 3d F (2,08%) 28d Traço / idade (dias) - Ø8,0mm 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% D (95,83%) D (0,00%) F (100,00%) R (0,00%) 28d (c) Figura 5.25 - (a) , (b) e (c)- Comportamentos de ruptura do ensaios APULOT. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 100,00% 3d 7d T1 D (100,00%) 0,00% 0,00% 100,00% 100,00% 28d 0,00% 0,00% 7d 0,00% 0,00% 100,00% 3d 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 100,00% | 107 0,00% 0,00% Porcentagem do Total Capítulo 5 T2 (a) 3d 7d T1 83,33% 0,00% 16,67% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 28d 0,00% 0,00% 100,00% 7d 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% Porcentagem do Total 3d R (2,78%) 3d 7d T1 100,00% (b) 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 100,00% 28d 0,00% 0,00% 7d F (0,00%) T2 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% Porcentagem do Total 3d D (97,22%) 28d Traço /idade (dias) - Ø10,0mm 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% R (0,00%) 28d Traço /idade (dias) - Ø8,0mm 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% F (0,00%) D (100,00%) F (0,00%) R (0,00%) 28d T2 Traço /idade (dias) - Ø12,5mm (c) Figura 5.26 - (a) , (b) e (c) - Comportamentos de ruptura do ensaios POT (RILEM). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 108 A Figura 5.25 (a), (b) e (c) mostram os comportamentos observados nas rupturas dos ensaios APULOT, evidenciando os diâmetros das barras e a composição do concreto (traço) e a idade de ruptura. A Figura 5.26 (a), (b) e (c) apresenta os comportamentos observados nas rupturas dos ensaios POT (RILEM), evidenciando os diâmetros das barras e a composição do concreto (traço) e a idade de ruptura 5.3.2 Análise da tensão média de aderência versus resistência a compressão. As Tabelas 5.12 e 5.13 apresentam-se os resultados obtidos da tensão média de aderência (τm) para os ensaios APULOT e POT (RILEM) respectivamente, especificando a idade de ruptura, traço, resistência a compressão do concreto, diâmetro, comprimento de ancoragem, desvio padrão e coeficiente de variação. Idade Ruptura (dias) Tabela 5.12 - Ensaios APULOT - tensão média de aderência. Diâmetro Comprimento fc τm Desvio Traço Nominal Ancoragem (MPa) (MPa) Padrão (mm) (mm) Coeficiente de variação 3 T1 16,7 8,0 80,0 8,14 1,28 15,69 3 T1 16,7 10,0 100,0 9,31 1,19 12,76 3 T1 16,7 12,5 125,0 8,40 0,70 8,28 7 T1 21,1 8,0 80,0 8,97 0,89 9,87 7 T1 21,1 10,0 100,0 10,38 1,55 14,96 7 T1 21,1 12,5 125,0 8,95 1,23 13,79 28 T1 28,0 8,0 80,0 11,26 1,53 13,55 28 T1 28,0 10,0 100,0 11,98 1,35 11,27 28 T1 28,0 12,5 125,0 9,39 1,06 11,33 3 T2 33,1 8,0 48,0 14,30 1,91 13,38 3 T2 33,1 10,0 60,0 16,06 2,17 13,53 3 T2 33,1 12,5 75,0 12,84 1,93 15,05 7 T2 40,5 8,0 48,0 16,33 1,37 8,37 7 T2 40,5 10,0 60,0 16,70 1,37 8,22 7 T2 40,5 12,5 75,0 16,00 1,61 10,06 28 T2 49,9 8,0 48,0 18,06 1,60 8,83 28 T2 49,9 10,0 60,0 18,64 2,17 11,65 28 T2 49,9 12,5 75,0 18,29 2,01 11,00 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 109 Tabela 5.13 - Ensaios POT (RILEM) - tensão média de aderência. Idade Ruptura (dias) Traço fc (MPa) Diâmetro Nominal (mm) Comprimento Ancoragem (mm) τm (MPa) Desvio Padrão Coeficiente de variação 3 T1 3 T1 16,7 8,0 40,0 6,63 1,36 20,44 16,7 10,0 50,0 9,16 1,05 11,51 3 T1 16,7 12,5 62,5 11,35 0,92 8,09 7 T1 21,1 8,0 40,0 8,32 0,91 10,99 7 T1 21,1 10,0 50,0 12,16 1,19 9,76 7 T1 21,1 12,5 62,5 13,63 1,80 13,20 28 T1 28,0 8,0 40,0 9,51 1,16 12,15 28 T1 28,0 10,0 50,0 13,92 0,90 6,49 28 T1 28,0 12,5 62,5 16,66 1,33 7,99 3 T2 33,1 8,0 40,0 11,44 1,35 11,83 3 T2 33,1 10,0 50,0 16,06 1,86 11,57 3 T2 33,1 12,5 62,5 18,65 1,96 10,49 7 T2 40,5 8,0 40,0 16,89 2,42 14,31 7 T2 40,5 10,0 50,0 20,43 2,17 10,62 7 T2 40,5 12,5 62,5 22,74 3,16 13,88 28 T2 49,9 8,0 40,0 18,02 2,07 11,51 28 T2 49,9 10,0 50,0 21,72 2,07 9,55 28 T2 49,9 12,5 62,5 22,86 1,70 7,44 A Figura 5.27 e 5.28 ilustram a variação da tensão média de aderência (MPa) versus a resistência à compressão do concreto (MPa), para o ensaio APULOT com os traços T1 e T2 respectivamente. Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.27 - Variação da tensão média de aderência com a Resistência (APULOT-T1). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 110 Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.28 - Variação da tensão média de aderência com a Resistência (APULOT-T2). Nota-se nas Figuras 5.25 e 5.26 que nos ensaios APULOT a variação da tensão média para o traço T1 teve comportamento diferente daquele obtido para o traço T2. Nota-se que para o traço T1 nas duas primeiras resistências (16,7 e 21,1 MPa) os comportamentos dos diâmetros foram parecidos e na última resistência (28,0 MPa) houve uma diferença maior entre os diâmetros. Para o T2 esta maior diferença ocorreu na primeira resistência (33,1 MPa) e nas duas últimas (40,5 e 49,9 MPa) houve uma diferença menor. Observando-se os gráficos das Figuras 5.27 e 5.28 de uma perspectiva diferente, fixou-se a resistência a compressão e obteve-se uma curva de tensão média de aderência em função do diâmetro para os ensaios APULOT, como mostrado nas Figuras 5.29 e 5.30. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 111 Tensão média de aderência (MPa) 35 30 25 20 fcm (MPa) 16,7 15 21,1 10 28 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da barra de aço Figura 5.29 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (APULOT-T1). Tensão média de aderência (MPa) 35 30 25 fcm (MPa) 33,1 20 15 40,5 10 49,9 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da barra de aço Figura 5.30 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (APULOT-T2). Verifica-se, a partir das Figuras 5.29 e 5.30, que a tensão média de aderência apresenta uma queda acentuada dos diâmetros de 10,0 mm para 12,5mm para resistências no limitar de 28 a 35 MPa , ou seja para o traço T1 aos 28 dias e para o traço T2 aos 3 dias. Nas demais resistências do concreto a queda é bem menos acentuada, chegando quase que a uma reta linear para a resistência próxima de 50 MPa. A Figura 5.31 e 5.32 mostram a variação da tensão média de aderência (MPa) versus a resistência à compressão do concreto (MPa), para o ensaio POT (RILEM) com os traços T1 e T2 respectivamente. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 112 Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.31 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT RILEM -T1). Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.32 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT RILEM -T2). Para os ensaios POT (RILEM) nota-se que com o aumento do diâmetro aumenta-se a tensão média de aderência, este fato pode ser observado em todos os resultados. Observando-se os gráficos das Figuras 5.31 e 5.32 de uma perspectiva diferente, fixou-se a resistência a compressão e obteve-se uma curva de tensão média de aderência em função do diâmetro para os ensaios POT (RILEM), como mostrado nas Figuras 5.33 e 5.34. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 113 Tensão média de aderência (Mpa) 35 30 25 fcm (MPa) 20 16,7 15 21,1 10 28 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da Barra de Aço Figura 5.33 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT - RILEM -T1). Tensão média de aderência (Mpa) 35 30 25 fcm (MPa) 20 33,1 15 40,5 10 49,9 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da Barra de Aço Figura 5.34 - Variação da tensão média de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T2). A partir dos gráficos das Figuras 5.33 e 5.34, constata-se que a tensão média de aderência cresce em função do diâmetro, porém esse crescimento não é igual para todas as resistências, ou seja, dependendo da idade do ensaio de aderência e do diâmetro da barra existe variação nos coeficientes angular da reta. Isso pode ter ocorrido devido ao fato, das concretagens dos corpos-deprova terem obedecido a idade do ensaio. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 114 Regressões lineares5 (τm x fc). Realizou-se regressões lineares com os resultados obtidos de tensões médias de aderência nos ensaios APULOT com os diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm para os traços T1 e T2. Nas Figuras 5.35 e 5.36 foram considerados os dois traços de forma isolada e na Figura 5.37 os dois traços foram acoplados na mesma curva. A Tabela 5.14 mostra as expressões obtidas das regressões lineares das Figuras 5.35 e 5.36 e a Tabela 5.15 ilustra as expressões obtidas das regressões lineares da Figura 5.37. Nas Tabelas 5.14 e 5.15 encontram-se também os valores dos coeficientes de determinação6 (R2). Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.35 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). 5 Neste estudo, todas as regressões lineares, assim como o coeficiente de determinação foram calculados com o auxílio do software "Microsoft Excel". 6 2 O coeficiente de determinação (R ) é uma medida que estabelece o nível da relação entre duas variáveis. Esse coeficiente varia de 0 a 1, sendo zero (0) nenhuma correlação entre as diferenças das variáveis em questão e um (1) o oposto disto. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 115 Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.36 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.14 - Regressões Lineares (τm x fc) - Ensaio APULOT -T1 e T2 separados. Traço Diâmetro (mm) Regressão Linear Coeficiente de determinação T1 8,0 τ m = 0,28. fc + 3,29 R 2 = 0,98 T1 10,0 τ m = 0,24. fc + 5,39 R 2 = 1,00 T1 12,5 τ m = 0,09. fc + 7,04 R 2 = 0,96 T2 8,0 τ m = 0,22. fc + 7,08 R 2 = 0,99 T2 10,0 τ m = 0,16. fc +10,72 R 2 = 0,95 T2 12,5 τ m = 0,32. fc + 2,51 R 2 = 0,97 Nota-se na Tabela 5.14 e Figuras 5.32 e 5.33 que as regressões foram satisfatórias, pois obtiveram coeficientes de determinação próximos de 1. Entretanto nota-se divergências entre as curvas obtidas, pois para o traço T1 o coeficiente angular diminui com o aumento do diâmetro e o coeficiente linear aumenta com o aumento do diâmetro. Entretanto no traço T2 este fato ocorre de forma diferente, pois o maior coeficiente angular juntamente com o menor coeficiente linear é no diâmetro de 12,5 mm e o menor coeficiente angular juntamente com o maior coeficiente linear é no diâmetro de 10,0 mm. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 116 Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.37 - Regressões lineares (τm x fc) (APULOT -T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.15 - Regressões Lineares (τm x fc) - APULOT - T1 e T2 juntos. Regressão Linear Coeficiente de determinação 8,0 τm = 0,32. fc + 2,69 R2 = 0,97 10,0 τm = 0,30. fc + 4,43 R2 = 0,94 12,5 τm = 0,32. fc + 2,07 R2 = 0,95 Diâmetro (mm) Observa-se que quando agrupa-se todos pontos de tensão média de aderência dos ensaios APULOT em um mesmo gráfico, como mostra a Figura 5.37 e a Tabela 5.15, a diferença entre os coeficientes angulares diminui, ficando praticamente iguais, juntamente com os coeficientes lineares, onde a diferença também diminui. Este fato pode ser observado na Figura 5.37, onde as três retas praticamente se agrupam em uma única reta. Além destes fatos observados, nota-se que os coeficientes de determinação obtidos estão próximos de um (1), evidenciando um boa correlação entre as variáveis estudadas. Utilizando-se dos mesmos procedimentos anteriores realizou-se regressões lineares com os resultados obtidos de tensões médias de aderência nos ensaios POT (RILEM) com os diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 117 para os traços T1 e T2. Nas Figuras 5.38 e 5.39 foram considerados os dois traços de forma isolada e na Figura 5.40 os dois traços foram acoplados na mesma curva. A Tabela 5.16 mostra as expressões obtidas das regressões lineares das Figuras 5.38 e 5.39 e a tabela 5.17 ilustra as expressões obtidas das regressões lineares da Figura 5.40. Nas Tabelas 5.16 e 5.17 encontram-se também os valores dos coeficientes de determinação (R2). Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.38 - Regressões lineares (τm x Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm fc) (POT RILEM -T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.39 - Regressões lineares (τm x fc) (POT RILEM - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 118 Tabela 5.16 - Regressões Lineares (τm x fc) - POT (RILEM) - T1 e T2. Regressão Linear Coeficiente de determinação 8,0 τ m = 0,25. fc + 2,73 R 2 = 0,95 T1 10,0 τm = 0,41. fc +2,84 R 2 = 0,93 T1 12,5 τ m = 0,47. fc + 3,63 R 2 = 1,00 T2 8,0 τ m = 0,38. fc −0,18 R 2 = 0,83 T2 10,0 τ m = 0,33. fc +5,37 R 2 = 0,97 T2 12,5 τ m = 0,24. fc +11,00 R 2 = 0,89 Traço Diâmetro (mm) T1 Nota-se na Tabela 5.16 e Figuras 5.35 e 5.36 que as regressões foram mais satisfatórias para o traço T1 do que o traço T2, mesmo assim os coeficientes de determinação ficaram próximos de 1, na maioria dos casos. Contudo notou-se também divergências entre as curvas obtidas, pois para o traço T1 o coeficiente angular e linear crescem com o aumento do diâmetro. Todavia no traço T2 este fato ocorre de forma diferente, pois o coeficiente angular diminui com o aumento do diâmetro e o coeficiente linear aumenta com a ampliação do diâmetro. Tensão média de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.40 - Regressões lineares (τm x fc) (POT RILEM - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 119 Tabela 5.17 - Regressões Lineares (τm x fc) - POT (RILEM) Regressão Linear Coeficiente de determinação 8,0 τm = 0,37. fc + 0,19 R 2 = 0,95 10,0 τm =0,37. fc +3,61 R2 = 0,98 12,5 τm = 0,36. fc + 6,18 R2 = 0,96 Diâmetro (mm) Observa-se que quando agrupa-se todos pontos de tensão média de aderência dos ensaios POT (RILEM) em um mesmo gráfico, como mostra a Figura 5.40 e a Tabela 5.17, a diferença entre os coeficientes angulares diminui, ficando praticamente iguais. Porém os coeficientes lineares aumentam com o crescimento do diâmetro, ficando as retas obtidas das regressões lineares praticamente paralelas entre si, este fato pode ser observado na Figura 5.40. Além destes fatos, nota-se que os coeficientes de determinação obtidos estão próximos de um (1), evidenciando um boa correlação entre as variáveis estudadas. Vale salientar que em todas as regressões lineares obtidas os coeficientes angulares foram positivos, ou seja, independente do tipo de ensaio realizado, APULOT ou POT (RILEM), o aumento da tensão média de aderência é diretamente proporcional ao acréscimo da resistência à compressão do concreto, independente do diâmetro da barra. 5.3.3 Análise da tensão última de aderência versus resistência a compressão. As Tabelas 5.18 e 5.19 apresentam-se os resultados obtidos da tensão última de aderência (τu) para os ensaios APULOT e POT (RILEM) respectivamente, especificando a idade de ruptura, traço, resistência a compressão do concreto, diâmetro, comprimento de ancoragem, desvio padrão e coeficiente de variação. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 120 Tabela 5.18 - Ensaios APULOT- tensão última de aderência. Idade Diâmetro Comprimento Carga Desvio fc τu Ruptura Traço Nominal Ancoragem Ruptura Padrão (MPa) (MPa) (dias) (mm) (mm) (Tf) 3 T1 16,7 8,0 80,0 2,29 11,16 0,92 Coeficiente de variação (%) 8,27 3 T1 16,7 10,0 100,0 3,73 11,66 0,53 4,57 3 T1 16,7 12,5 125,0 4,63 9,25 0,25 2,75 7 T1 21,1 8,0 80,0 2,73 13,34 1,00 7,48 7 T1 21,1 10,0 100,0 4,25 13,27 0,37 2,80 7 T1 21,1 12,5 125,0 5,27 10,53 0,34 3,19 28 T1 28,0 8,0 80,0 3,19 15,55 0,76 4,87 28 T1 28,0 10,0 100,0 4,62 14,43 0,47 3,29 28 T1 28,0 12,5 125,0 5,98 11,94 0,95 7,93 3 T2 33,1 8,0 48,0 2,80 22,73 1,66 7,32 3 T2 33,1 10,0 60,0 4,42 23,02 0,90 3,91 3 T2 33,1 12,5 75,0 6,51 21,69 1,09 5,01 7 T2 40,5 8,0 48,0 3,01 24,48 0,83 3,39 7 T2 40,5 10,0 60,0 4,61 23,98 0,77 3,21 7 T2 40,5 12,5 75,0 6,94 23,11 0,78 3,37 28 T2 49,9 8,0 48,0 3,20 26,06 1,16 4,45 28 T2 49,9 10,0 60,0 4,93 25,65 1,12 4,35 28 T2 49,9 12,5 75,0 7,48 24,91 1,41 5,64 Tabela 5.19 - Ensaios POT (RILEM) - tensão última de aderência. Idade Ruptura (dias) Traço fc (MPa) Diâmetro Nominal (mm) Comprimento Ancoragem (mm) Carga Ruptura (Tf) τu Média (MPa) Desvio Padrão Coeficiente de variação 3 T1 16,7 8,0 40,0 1,05 10,21 2,07 20,25 3 T1 16,7 10,0 50,0 2,21 13,82 0,68 4,94 3 T1 16,7 12,5 62,5 4,40 17,58 1,35 7,67 7 T1 21,1 8,0 40,0 1,41 13,78 1,44 10,42 7 T1 21,1 10,0 50,0 2,68 16,74 1,26 7,55 7 T1 21,1 12,5 62,5 4,81 19,24 1,07 5,54 28 T1 28,0 8,0 40,0 1,74 16,96 1,13 6,66 28 T1 28,0 10,0 50,0 3,24 20,25 1,57 7,75 28 T1 28,0 12,5 62,5 5,84 23,36 2,27 9,71 3 T2 33,1 8,0 40,0 1,81 17,69 1,06 5,98 3 T2 33,1 10,0 50,0 3,37 21,04 0,53 2,51 3 T2 33,1 12,5 62,5 6,04 24,15 0,53 2,21 7 T2 40,5 8,0 40,0 2,18 21,24 0,57 2,70 7 T2 40,5 10,0 50,0 3,77 23,53 1,17 4,97 7 T2 40,5 12,5 62,5 6,74 26,92 0,69 2,55 28 T2 49,9 8,0 40,0 2,50 24,36 3,08 12,63 28 T2 49,9 10,0 50,0 4,36 27,26 1,88 6,88 28 T2 49,9 12,5 62,5 7,57 30,24 1,14 3,78 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 121 As Figuras 5.41 e 5.42 ilustram a variação da tensão última de aderência (MPa) versus a resistência à compressão do concreto (MPa), para o ensaio APULOT com os traços T1 e T2 respectivamente. Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.41 - Variação da tensão última de aderência com a Resistência a compressão (APULOT-T1). Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.42 - Variação da tensão última de aderência com a Resistência a compressão (APULOT-T2). Nota-se nas Figuras 5.41 e 5.42 que a tensão última de aderência é menor para o diâmetro de 12,5 mm enquanto que nos outros dois diâmetros (8,0 mm e 10,0 mm) a diferença é menos acentuada, porém com uma leve Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 122 diminuição da a tensão última de aderência com o aumento do diâmetro, estes fatos foram observados independente do traço. Observando-se os gráficos das Figuras 5.41 e 5.42 de uma perspectiva diferente, fixou-se a resistência a compressão e obteve-se uma curva de tensão última de aderência em função do diâmetro para os ensaios APULOT, Tensão última de aderência (MPa) como mostrado nas Figuras 5.43 e 5.44. 35 30 25 fcm (MPa) 20 16,7 15 21,1 10 28 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da barra de aço Tensão última de aderência (MPa) Figura 5.43 - Variação da tensão última de aderência com o diâmetro (APULOT-T1). 35 30 25 fcm (MPa) 20 33,1 15 40,5 10 49,9 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da barra de aço Figura 5.44 - Variação da tensão última de aderência com o diâmetro (APULOT-T2). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 123 Verifica-se, a partir das Figuras 5.43 e 5.44, que a tensão última de aderência apresenta um ligeira queda para os diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm para resistência acima de 30 MPa , ou seja para o traço T2. No entanto, para o traço T1, onde as resistências do concreto variam de 16 a 28 MPa a variação da tensão em função dos diâmetros das barras é bem mais acentuada, sofrendo uma maior queda no diâmetro de 12,5 mm. A Figura 5.45 e 5.46 mostram a variação da tensão última de aderência (MPa) versus a resistência à compressão do concreto (MPa), para o ensaio POT (RILEM) com os traços T1 e T2 respectivamente. Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.45 - Variação da tensão última de aderência com a resistência a compressão (POT RILEM -T1). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 124 Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.46 - Variação da tensão última de aderência com a resistência a compressão (POT RILEM -T2). Observando-se os gráficos das Figuras 5.45 e 5.46 de uma perspectiva diferente, fixou-se a resistência a compressão e obteve-se uma curva de tensão última de aderência em função do diâmetro, com mostra as Figuras Tensão última de aderência (MPa) 5.47 e 5.48. 35 30 25 fcm (MPa) 20 16,7 15 21,1 10 28 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da Barra de Aço Figura 5.47 - Variação da Tensão última de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T1). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Tensão última de aderência (MPa) Capítulo 5 | 125 35 30 25 fcm (MPa) 20 33,1 15 40,5 10 49,9 5 0 Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm Diâmetro da Barra de Aço Figura 5.48 - Variação da Tensão última de aderência com o diâmetro (POT - RILEM - T2). A partir dos gráficos das Figuras 5.47 e 5.48, constata-se que a tensão última de aderência cresce de forma contínua em função do aumento diâmetro,formando retas praticamente paralelas entre si. Vale salientar que o comportamento dos corpos-de-prova no ensaio APULOT ocorreu o contrario dos corpos-de-prova no ensaio POT(RILEM), ou seja, com o aumento do diâmetro ocorreu um decréscimo da tensão última de aderência, este fato esta intimamente ligado aos fendilhamentos ocorridos nos ensaios APULOT,nos quais quanto maior o diâmetro barra, maior o numero de fendilhamentos. Regressões lineares (τu x fc). Assim como foi feito com as tensões médias de aderência realizou-se regressões lineares com os resultados obtidos de tensões últimas de aderência nos ensaios APULOT com os diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm para os traços T1 e T2. Nas Figuras 5.49 e 5.50 foi considerado os dois traços de forma independente e na Figura 5.51 os dois traços foram unidos na mesma curva. A Tabela 5.20 mostra as expressões obtidas das regressões lineares das Figuras 5.49 e 5.50 e a Tabela 5.21 ilustra as expressões obtidas das regressões lineares da Figura 5.51. Nas Tabelas 5.20 e 5.21 encontram-se também os valores dos coeficientes de determinação (R2). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 126 Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.49 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.50 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.20 - Regressões Lineares (τu x fc) -APULOT T1 e T2. Traço Diâmetro (mm) Regressão Linear Coeficiente de determinação T1 8,0 τu = 0,38. fc + 4,95 R2 = 0,98 T1 10,0 τ u = 0,24. fc + 7,88 R2 = 0,95 T1 12,5 τ u = 0,24. fc + 5,40 R2 = 0,99 T2 8,0 τu = 0,20. fc +16,32 R2 = 0,99 T2 10,0 τu = 0,16. fc +17,74 R2 = 0,99 T2 12,5 τ u = 0,19. f c +15,35 R2 = 1,00 Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 127 Nota-se na Tabela 5.14 e Figuras 5.32 e 5.33 que as regressões foram satisfatórias, pois obtiveram coeficientes de determinação próximos de 1. Entretanto nota-se alguns fatos interessantes entre as curvas obtidas, pois para o traço T1 o coeficiente angular é o mesmo para os diâmetros de 10,0 e 12,5 mm e sofre um aumento com a diminuição do diâmetro para 8,0 mm. Entretanto no traço T2 este fato ocorre de forma diferente, pois o coeficiente angular é o mesmo para os diâmetros de 8,0 e 12,5 mm e sofre uma ligeira queda para o diâmetro de 8,0 mm, entretanto os coeficientes lineares são mais próximos que os do traço T1. Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 Salto 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.51 - Regressões lineares (τu x fc) (APULOT - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.21 - Regressões Lineares (τu x fc) - APULOT. Diâmetro (mm) Regressão Linear Coeficiente de determinação 8,0 τu = 0,49. fc + 3,46 R2 = 0,91 10,0 τu = 0,47. fc +3,84 R2 = 0,88 12,5 τu = 0,54. fc + 0,01 R2 = 0,88 Observa-se que quando agrupa-se todos pontos de tensão última de aderência dos ensaios APULOT em um mesmo gráfico, como mostra a Figura 5.51 e a Tabela 5.21, os coeficientes angulares e lineares das retas dos diâmetros de 8,0 e 10,0 mm ficam muito parecidos, porém o diâmetro de Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 128 12,5 mm ficam distintos. Todavia nota-se que o coeficiente de determinação diminui (obtendo valores abaixo de 0,9). Observando a Figura 5.51 nota-se ainda que na mudança de traço, onde a resistência a compressão passa 28,0 MPa para 33,1 MPa, ocorre um “salto” no valor da tensão de aderência, independente do diâmetro das barras. Este fato pode ser justificado pela utilização de comprimentos de ancoragem diferentes, pois para o T1 foi de 10Ø e para o T2 foi de 6Ø, que são calculados neste tipo de ensaio, em função da resistência do concreto e do diâmetro das barras, conforme apresentados nos capítulos 3 e 4. Empregando-se dos mesmos procedimentos anteriores realizou-se regressões lineares com os resultados obtidos de tensões médias de aderência nos ensaios POT (RILEM) com os diâmetros de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm para os traços T1 e T2. Nas Figuras 5.52 e 5.53 foi considerado os dois traços de forma isolada e na Figura 5.54 os dois traços foram unidos na mesma curva. A Tabela 5.22 mostra as expressões obtidas das regressões lineares das Figuras 5.52 e 5.53 e a Tabela 5.23 ilustra as expressões obtidas das regressões lineares da Figura 5.54. Nas Tabelas 5.22 e 5.23 encontram-se também os valores dos coeficientes de determinação (R2). Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.52 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T1 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 129 Tensão última de aderência (MPa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (MPa) Figura 5.53 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.22 - Regressões Lineares (τu x fc) - POT (RILEM) - T1 e T2 Diâmetro Coeficiente Traço Regressão Linear (mm) de determinação T1 8,0 τu = 0,58. fc + 0,82 R2 = 0,97 T1 10,0 τu = 0,56. fc + 4,58 R2 = 0,99 T1 12,5 τu = 0,52. fc + 8,68 R2 = 0,99 T2 8,0 τu = 0,39. fc + 4,88 R2 = 0,99 T2 10,0 τu = 0,37. fc + 8,65 R2 = 1,00 T2 12,5 τu = 0,36. fc +12,18 R2 = 1,00 Nota-se na Tabela 5.22 e Figuras 5.52 e 5.53 que as regressões foram satisfatórias, pois os coeficientes de determinação ficaram próximos de 1,como obtido nos ensaios APULOT. Contudo o coeficiente angular diminui ligeiramente com o aumento do diâmetro e o coeficiente linear aumenta com a ampliação do diâmetro, formando retas quase que paralelas entre si. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 130 Tensão última de aderência (Mpa) Ø 8,0 mm Ø 10,0 mm Ø 12,5 mm 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 Resistência a compressão (Mpa) Figura 5.54 - Regressões lineares (τu x fc) (POT RILEM - T1 e T2 - 8,0 mm; 10,0 mm e 12,5 mm). Tabela 5.23 - Regressões Lineares (τu Diâmetro (mm) x fc) - POT (RILEM). Regressão Linear Coeficiente de determinação 8,0 τu = 0,41. fc + 4,59 R2 = 0,98 10,0 τu = 0,38. fc +8,37 R2 = 0,98 12,5 τu = 0,38. fc +11,64 R2 = 0,99 Ressalta-se que quando reúne-se todos pontos de tensão última de aderência dos ensaios POT(RILEM) em um mesmo gráfico, como mostra a Figura 5.54 e a Tabela 5.23, os coeficientes angulares diminuem ligeiramente com o aumento do diâmetro, ficando iguais para os diâmetros de 10,0 e 12,5 mm e o coeficiente linear aumenta com a ampliação do diâmetro, ficando retas paralelas entre si para os diâmetros de 10,0 e 12,5 mm e quase paralelas para o diâmetro de 8,0 mm também. Todavia nota-se que o coeficiente de determinação obteve valores próximos de 1, evidenciando boa correlação entre as variáveis, fato que não foi observado nos ensaios APULOT. Este fato pode ser explicado devido ao "salto" observado na Figura 5.51 que não aparece na Figura 5.54, pois em se tratando de ensaio recomendado pela RILEM/CEB/FIP RC6 (CEB, 1983), não Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 131 ocorre variação do comprimento de ancoragem (fixado em 5Ø), conforme apresentados e discorridos no capítulos 3 e 4. Portanto o comportamento das tensões em função das resistências é mais uniforme nos ensaios POT (RILEM) devido ao comprimento de ancoragem ser igual para os dois traços. Este fato reforça, a nosso ver, a necessidade da realização de uma análise numérica detalhada e, a necessidade de mais ensaios experimentais variando ou fixando o comprimento de ancoragem do ensaio APULOT. Vale salientar que em todas as regressões lineares obtidas os coeficientes angulares foram positivos, ou seja, independente do tipo de ensaio realizado, APULOT ou POT (RILEM), o aumento da tensão última de aderência é diretamente proporcional ao acréscimo da resistência à compressão do concreto, independente do diâmetro da barra, assim como concluído para a tensão média de aderência. De uma maneira geral nota-se que os pontos do ensaio POT(RILEM)-T1 são superiores em relação aos pontos do ensaio APULOT-T1, contudo observa-se que os pontos dos ensaios POT (RILEM) -T2 para os diâmetros de 8,0 e 10,0 mm são inferiores aos dos pontos dos ensaios APULOT-T2 e que esse fato inverte-se para os diâmetros de 12,5 mm. 5.3.4 Considerações sobre os coeficientes de variação. Estas considerações tem o intuito de vislumbrar uma diferença ocorrida ente os valores obtidos da tensão média de aderência e os de tensão última de aderência, no que tange o coeficiente de variação, que trata-se de um valor que avalia a variabilidade dos dados em relação à média, ou seja, quanto menor o coeficiente de variação mais homogêneo é o conjunto de dados. As Figuras 5.55 e 5.56 mostram os valores obtidos para as tensões médias de aderência e tensões últimas de aderência para os dois tipos de ensaios juntamente com os respectivos valores de coeficiente de variação. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 132 APULOT-Tensão Última APULOT-Tensão Média Tensão de aderência (MPa) 35 30 25 20 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 Coeficiente de variação (%) Figura 5.55 - Valores obtidos de coeficientes de variação para os ensaios APULOT. POT(RILEM)-Tensão Última POT(RILEM)-Tensão Média Tensão de aderência (MPa) 35 30 25 20 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 Coeficiente de variação (%) Figura 5.56 - Valores obtidos de coeficientes de variação para os ensaios POT(RILEM). Observando a Figura 5.55 nota-se claramente que as tensões médias de aderência obtiveram valores de coeficiente de variação maiores do que as tensões últimas de aderência, o mesmo fato ocorre na Figura 5.56, porém nesta figura alguns valores de tensão ultima de aderência também alcançaram valores de coeficientes de variação altos. Acredita-se que este fato está ligado ao modo como são calculados as tensões, pois a tensão média de aderência é calculada considerando os valores de tensão de aderência em determinados pontos de deslizamentos e a Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 133 tensão última de aderência, como o próprio nome diz, leva em consideração somente a tensão máxima de arrancamento. Deste modo, em determinadas condições de ensaio acontecia o fato do corpo-de-prova sofrer algum tipo de acomodação da face plana de concreto na chapa de aço, podendo assim falsear as medidas de tensões de aderência dos primeiros pontos de deslizamentos, ou seja, como a tensão média de aderência leva em consideração esses valores de deslizamentos aos 0,01 mm; 0,1 mm e 1 mm ela pode ter sido alvo destes desvios de valores de deslizamentos na acomodação, justificando assim os valores altos de coeficientes de variação. 5.3.5 Comparação entre os resultados obtidos com a curva de correlação de Lorrain e Barbosa (2008). Lorrain e Barbosa (2008) apresentaram em seu trabalho uma curva que correlaciona os pontos de tensão última de aderência versus resistência a compreensão do concreto (Figura 3.12). Mediante essa curva de correlação, cujo coeficiente de determinação é próximo de 1, e na qual se encontram dados oriundos de diversas pesquisas realizadas na França, no Brasil e na Tunísia, assim como obtidos na literatura, foi baseada a análise dos resultados encontrados nessa pesquisa, mostrada nas Figuras 5.57 e 5.58. Tensão Última de Aderência (MPa) APULOT - T1 e T2 Lorrain e Barbosa (2008) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Resistência a Compressão (MPa) Figura 5.57 - Comparação dos Ensaios APULOT (τu ) com Lorrain e Barbosa (2008). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 134 Tensão Última de Aderência (MPa) POT (RILEM) - T1 e T2 Lorrain e Barbosa (2008) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Resistência a Compressão (MPa) Figura 5.58 - Comparação dos Ensaios POT(RILEM) ( τu ) com Lorrain e Barbosa (2008). Com base nas Figuras 5.57 e 5.58 nota-se visualmente que os valores que melhor se encaixam na curva sugerida por Lorrain e Barbosa (2008) são os valores do APULOT-T1 e os valores POT(RILEM)-T1-8,0 mm e POT(RILEM)-T2-8,0 mm e , os demais valores estão mais afastados da curva. Entretanto vale salientar que os valores obtidos que estão mais afastados não podem ser considerados descartáveis, porém ocorre a necessidade de mais investigações para uma melhor interpretação das curvas de correlação. Através da variação de alguns parâmetros, como o comprimento de ancoragem, o valor do cobrimento de concreto e uma análise numérica dos fenômenos aliada as práticas experimentais. A título de comparação fez-se um gráfico com os pontos obtidos da tensão média de aderência juntamente com os pontos de Lorrain e Barbosa (2008), as Figuras 5.59 e 5.60 ilustram o resultado. Vale Salientar que os pontos comparados são de mesma unidade de medida (MPa), porém não são os mesmos, os de Lorrain e Barbosa (2008) são para a tensão última de aderência e os desta pesquisa são os valores de tensão média de aderência. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 135 APULOT - T1 e T2 Lorrain e Barbosa (2008) Tensão de Aderência (MPa) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Resistência a Compressão (MPa) Figura 5.59 - Comparação dos Ensaios APULOT (τm ) com Lorrain e Barbosa (2008). POT (RILEM) - T1 e T2 Lorrain e Barbosa (2008) Tensão de Aderência (MPa) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Resistência a Compressão (MPa) Figura 5.60 - Comparação dos Ensaios POT(RILEM) (τm ) com Lorrain e Barbosa (2008). Observando-se as Figuras 5.59 e 5.60 nota-se visualmente que os valores se encaixam muito melhor na curva sugerida por Lorrain e Barbosa (2008) do que os valores obtidos nas Figuras 5.57 e 5.58. Entretanto vale salientar novamente que esta análise foi comparativa de tensões de grandezas distintas, ocorrendo a necessidade de mais investigações experimentais e numéricas. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 136 5.4 Análise estatística dos ensaios de aderência O objetivo deste item é realizar uma análise estatística, através da metodologia análise de variância (ANOVA) nos resultados obtidos dos ensaios de aderência aço-concreto, a fim de se verificar a influência dos fatores: Tipo de ensaio, idade de ruptura, tipo de classe de resistência do concreto (traço) e diâmetro da barra na variável resposta tensão última de aderência e tensão média de aderência. Esta análise estatística foi realizada através do programa computacional SAS7 e o SISVAR8. A tabela ANOVA apresenta os seguintes resultados: o tipo de fator, assim como a interação entre os fatores, os graus de liberdade, valores das somas dos quadrados, médias quadradas e o valor de F calculado. Podemos denominar um efeito significativo, se o valor de "Pr>Fc" for menor que 0,05 o que significa dizer que existe 5% de chance de não ser significativo, ou seja, 95% de chance de ser significativo o fator ou a interação. 5.4.1 Análise Estatística para a Tensão Última de Aderência Vale ressaltar que a tensão última de aderência para os ensaios APULOT e POT (RILEM), foi considerada com sendo a máxima tensão obtida no ensaio de arrancamento. Na Tabela 5.24 pode ser visto o grau de significância atribuído para cada um dos fatores de influência. Podemos observar que todos os fatores se mostraram significantes, quando analisados de forma isolada. Nota-se que o fator de maior influência na tensão última de aderência é a classe de resistência do concreto (traço), porém ao realizar uma análise com apenas um fator isolado, prejudica-se o resultado, pois os fatores se interagem. Pode-se observar interações de segunda e terceira ordem significativas, entretanto não foi observado o efeito de quarta ordem. Assim sendo realiza-se a análise estatística a partir da interação de 3ª ordem, e 7 Programa de análise estatística: SAS Istitute Inc. SAS/STAT USER´S GUIDE. Version 9.1.3/2004. 8 Programa de análise estatística: SISVAR Versão 5.0 (Build 67)/2003, desenvolvido na Universidade Federal de Lavra/MG. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 137 descarta-se as interações que se encontram dentro desta, como por exemplo as interações de 2ª ordem: Ensaio*Traço, Ensaio*Diâmetro e Traço*Diâmetro que estão embutidas dentro da interação de 3ª ordem "Ensaio*Traço*Diâmetro". Todavia nota-se que na interação de 2ª ordem (Traço*Idade) existem fatores que influenciam na tensão última de aderência e não estão no efeito de 3ª ordem mencionado (Ensaio*Traço*Diâmetro), assim sendo realizou-se uma análise para o esse efeito de 2ª ordem também. Tabela 5.24 - Análise de variância da tensão última de aderência. Graus de Soma dos Médias Variáveis Fc Liberdade Quadrados Quadradas Ensaio 1 329,84 329,84 241,01 Traço 1 5935,53 5935,53 4336,99 Idade 2 861,14 430,57 314,61 Diâmetro 2 108,33 54,16 39,58 Ensaio*Traço 1 304,65 304,65 222,60 Ensaio*Idade 2 103,05 51,53 37,65 Ensaio*Diâmetro 2 698,63 349,31 255,24 Traço*Diâmetro 2 9,83 4,92 3,59 Traço*Idade 2 0,18 0,09 0,06 Idade*Diâmetro 4 8,95 2,24 1,63 Ensaio*Traço*Diâmetro 2 11,15 5,57 4,07 Ensaio*Traço*Idade 2 0,77 0,39 0,28 Ensaio*Idade*Diâmetro 4 2,72 0,68 0,50 Traço*Idade*Diâmetro 4 3,58 0,89 0,65 Ensaio*Traço* 4 1,55 0,39 0,28 Idade*Diâmetro erro 216 295,61 1,37 Pr>Fc 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,029 0,938 0,166 0,018 0,754 0,738 0,625 0,889 Efeito de 3ª ordem As interações de terceira ordem correspondem aquelas que possuem 3 fatores que influenciam ao mesmo tempo. A Figura 5.61 (a) e (b) ilustra o efeito "Ensaio*Traço*Diâmetro" evidenciando o tipo de ensaio (APULOT ou POT RILEM) e a Tabela 5.25 mostra os valores das médias obtidas, as médias com a letras iguais "a/a" ao lado significam que estas são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade e as médias com letras distintas "a/b" ao lado dos pontos, significam que as médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Nota-se que o valor da tensão última de aderência para o traço T1 e diâmetro de 8,0 mm (T1-8,0 mm) e traço T2 e diâmetro de 10,0 mm (T2-10,0 mm) se mostraram estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade, enquanto que os demais valores: (T1-10,0 mm), (T1-12,5 mm), Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 138 (T2-8,0 mm) e (T2-12,5 mm) se mostraram diferentes estaticamente ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se, a partir do exposto acima, que para o T18mm e T2-10mm o tipo de ensaio não tem influência estatística significativa no valor da tensão última de aderência, ou seja, os valores da tensão última de aderência são iguais estatisticamente para os dois ensaios. 30 25 20 15 10 (a) APULOT POT Tensão última de aderencia (MPa) Tensão última de aderência (MPa) APULOT 5 POT 30 25 20 15 10 5 0 0 8,0 10,0 12,5 (b) 8,0 10,0 12,5 T1 T2 Traço / Diâmetro (mm) Traço / Diâmetro (mm) Figura 5.61 (a) e (b) - Interação de 3ª ordem fixando o tipo ensaio (τu ). Tabela 5.25 - Tabela de comparação da Figura 5.61. T1 8 mm APULOT POT (RILEM) 10 mm T2 12,5 mm 8 mm 10 mm 12,5 mm 13,35 a 13,12 a 10,57 a 24,42 a 23,94 a 23,24 a 13,65 a 16,93 b 20,06 b 21,10 b 24,22 a 27,10 b A Figura 5.62 (a) e (b) ilustra o efeito "Ensaio*Traço*Diâmetro" evidenciando o tipo de classe de resistência do concreto (traço) e a Tabela 5.26 mostra os valores das médias obtidas, as médias com a letras iguais "a/a" ao lado significam que estas são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade e as médias com letras distintas "a/b" ao lado dos pontos, significam que as médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Nota-se que todos os valores de tensão última de aderência APULOT-8,0 mm, APULOT-10,0 mm, APULOT-12,5 mm, POT-8,0 mm, POT- Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 139 10,0 mm, POT-12,5 mm se mostraram estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se, a partir do exposto acima, que o tipo de classe de resistência do concreto (traço) tem influência estatística significativa no valor da tensão última de aderência, ou seja, os valores da tensão última de aderência são diferentes estatisticamente para as duas classes de resistência do concreto (traços). Observa-se ainda que os valores de tensão última de aderência dos ensaios APULOT nos diâmetros de 8,0 e 10,0 mm diminuem com o aumento do diâmetro da barra, acentuando-se esta diminuição para o diâmetro de 12,5 mm. Este fato ocorre pois os corpos-de-prova de garrafa PET não suportam as tensões geradas por barras com diâmetros maiores. Observou-se que os corpos-de-prova do ensaio APULOT que utilizavam barras de 8,0 mm nenhum sofreu fendilhamento, nos corpos-de-prova que utilizavam barras de 10 mm alguns sofreram fendilhamento enquanto que todos os corpos-de-prova que utilizavam barras de 12,5 mm sofreram fendilhamento, o que explica a queda mais acentuada no diâmetro de 12,5 mm. Em contrapartida os valores de tensão última de aderência dos ensaios POT (RILEM) aumentam com o aumento do diâmetro da barra. Este fato pode ser explicado pois nenhum dos corpos-de-prova do ensaio POT (RILEM) sofreu fendilhamento, ou seja, em todos eles ocorreram deslizamento da barra de aço em relação ao concreto envolvente. T2 T1 30 Tensão última de aderência (MPa) Tensão última de aderência (MPa) T1 25 20 15 10 (a) 5 0 8,0 10,0 12,5 T2 30 25 20 15 10 5 0 (b) 8,0 10,0 12,5 APULOT POT Ensaio / Diâmetro (mm) Ensaio / Diâmetro (mm) Figura 5.62 (a) e (b) - Interação de 3ª ordem fixando o tipo de traço (τu ). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 140 Tabela 5.26 - Tabela de comparação da Figura 5.62. APULOT 8 mm 10 mm POT (RILEM) 12,5 mm 8 mm 10 mm 12,5 mm T1 13,35 a 13,12 a 10,57 a 13,65 a 16,93 a 20,06 a T2 24,42 b 24,22 b 23,24 b 21,10 b 23,94 b 27,10 b Efeito de 2ª ordem Os efeitos de segunda ordem correspondem quando as variáveis são analisadas em pares, observando-se a Tabela 5.24 nota-se que as interações que tem influência significativa na tensão última de aderência, são as interações: Ensaio*Idade, Ensaio*Traço e Ensaio*Diâmetro, todas com (Pr>Fc) = 0,000 e o Traço*Diâmetro com (Pr>Fc) = 0,029. Entretanto as interações: Traço*Idade e Idade*Diâmetro não se mostraram significativas, pois (Pr>Fc) > 0,050. Entretanto vale salientar que discutiremos apenas a interação Ensaio*Idade, pois as outras (Ensaio*Traço, Ensaio*Diâmetro e Traço*Diâmetro) já estão inseridas na interação de 3ª ordem discutida anteriormente. O gráfico da Figura 5.63 apresenta as interação de segunda ordem "Ensaio*Idade" e a Tabela 5.27 mostra os valores das médias obtidas, as médias com a letras iguais "a/a" ao lado significam que estas são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade e as médias com letras distintas "a/b" ao lado dos pontos, significam que as médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Observa-se que o valor da tensão última de aderência para todas as idades se mostraram diferentes estatisticamente ao nível de probabilidade de 5%, contudo nota-se que esta diferença sofre um aumento da tensão última de aderência com o acréscimo da idade 3, 7 e 28 dias e ainda observa-se que no ensaio POT obtêm-se valores maiores de tensão última de aderência do que o ensaio APULOT. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 141 Tensão última de aderência (MPa) Capítulo 5 APULOT POT 30 25 20 15 10 5 0 3 7 28 Idade (dias) Figura 5.63 - Interação de 2ª ordem fixando o tipo ensaio (τu). Tabela 5.27 - Tabela de comparação da Figura 5.63. 3 dias APULOT 7 dias 28 dias 16,58 a 18,12 a 19,76 a POT(RILEM) 17,41 b 20,24 b 23,74 b 5.4.2 Análise Estatística para a Tensão Média de Aderência Vale ressaltar que a tensão média de aderência (τm) para os ensaios APULOT e POT (RILEM), emprega-se os valores de tensão de aderência correspondentes aos deslizamentos 0,01 mm; 0,1 mm e 1,0 mm (Equação 4.3). Se a tensão máxima de aderência acontece antes de 1,0 mm deve-se substituir o valor de τ 1mm pelo valor da τu. Na Tabela 5.28 pode ser visto o grau de significância atribuído para cada um dos fatores de influência. Podemos observar que todos os fatores se mostraram significantes, quando analisados de forma isolada. Nota-se que o fator de maior influência na tensão média de aderência é a classe de resistência do de concreto (traço), porém ao realizar uma análise com apenas um fator isolado, prejudica-se o resultado, pois os fatores se interagem. Deste modo observou-se que a interação de quarta ordem foi significativa. Assim realiza-se a análise estatística a partir da interação de 4ª ordem, e descarta-se as interações que se encontram dentro desta, como por exemplo, as interações de 1ª, 2ª e 3ª ordem que estão embutidas dentro da interação de 4ª ordem (Ensaio*Traço*Idade*Diâmetro). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 Tabela 5.28 - Análise de variância da tensão média de aderência. Graus de Soma dos Médias Variáveis Fc Liberdade Quadrados Quadradas Ensaio 1 248,69 248,69 95,64 Traço 1 3131,82 3131,82 1204,35 Idade 2 635,29 317,65 122,15 Diâmetro 2 269,79 134,89 51,87 Ensaio*Traço 1 9,33 9,33 3,59 Ensaio*Idade 2 53,15 26,57 10,22 Ensaio*Diâmetro 2 420,97 210,48 80,94 Traço*Diâmetro 2 0,15 0,07 0,03 Traço*Idade 2 33,62 16,81 6,46 Idade*Diâmetro 4 1,25 0,31 0,12 Ensaio*Traço*Diâmetro 2 0,81 0,41 0,16 Ensaio*Traço*Idade 2 7,81 3,91 1,50 Ensaio*Idade*Diâmetro 4 5,99 1,50 0,58 Traço*Idade*Diâmetro 4 10,35 2,59 0,99 Ensaio*Traço* 4 35,24 8,81 3,39 Idade*Diâmetro erro 216 561,69 2,60 | 142 Pr>Fc 0,000 0,000 0,000 0,000 0,059 0,000 0,000 0,972 0,002 0,975 0,855 0,225 0,680 0,411 0,010 Efeito de 4ª ordem A interação de quarta ordem corresponde quando as variáveis são analisadas com os 4 fatores que influenciam ao mesmo tempo. As Figuras 5.64 e 5.65 ilustram o efeito "Ensaio*Traço*Idade*Diâmetro" evidenciando o tipo de ensaio para os traços T1 e T2 respectivamente. A Tabela 5.29 e a 5.30 mostram os valores das médias obtidas, as médias com as letras iguais "a/a" ao lado significam que estas são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade e as médias com letras distintas "a/b" ao lado dos pontos, significam que as médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Nota-se que os valores de tensão média de aderência para o traço T1 aos 3 dias com os diâmetros de 8,0 e 10,0 mm (T1 - 8 mm - 3d e T1 10 mm - 3d), assim como os valores aos 7 dias com diâmetro de 8,0 mm (T1 8 mm - 7d) bem como para o traço T2 os valores aos 3 dias com diâmetro de 10,0 mm (T2 - 10 mm - 3d) e os valores aos 7 dias e 28 dias com diâmetro de 8,0 mm (T2 - 8 mm - 7d e T2 - 8 mm- 28d) se mostraram estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade. Os demais valores se mostraram diferentes estaticamente ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se, a partir do exposto acima, que para o (T1 - 8 mm - 3d, T1 - 10 mm - 3d, T1 - 8 mm - 7d, T2 10 mm - 3d, T2 - 8 mm - 7d e T2 - 8 mm- 28d) o tipo de ensaio não tem influência estatística significativa no valor da tensão média de aderência, ou Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 143 seja, os valores da tensão média de aderência são iguais estatisticamente para Tensão ùltima de aderência (MPa) os dois ensaios. APULOT POT (RILEM) 25 20 15 10 5 0 8 10 12,5 8 10 3 12,5 8 10 7 12,5 28 T1 Traço / Idade (dias) / Diâmetro (mm) Figura 5.64 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de ensaio com T1 (τm ). Tabela 5.29 - Tabela de comparação da Figura 5.64. T1 3 dias 8 mm APULOT POT (RILEM) 7 dias 10 mm 12,5 mm 8,40 8 mm 28 dias 10 mm 12,5 mm 8,14 a 9,31 a a 8,97 a 10,38 a 8,95 6,63 a 9,16 a 11,35 b 8,32 a 12,16 b 13,63 b Tensão ùltima de aderência (MPa) APULOT 8 mm 10 mm a 11,26 a 11,98 a 9,51 POT (RILEM) 20 15 10 5 0 10 3 12,5 8 10 12,5 8 7 10 12,5 28 T2 Traço / Idade (dias) / Diâmetro (mm) Figura 5.65 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de ensaio com T2 (τm ). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 9,39 a b 13,92 b 16,66 b 25 8 12,5 mm Capítulo 5 | 144 Tabela 5.30 - Tabela de comparação da Figura 5.65. T2 3 dias 8 mm 10 mm 7 dias 12,5 mm 8 mm 10 mm 28 dias 12,5 mm 8 mm 10 mm 12,5 mm APULOT 14,30 a 16,06 a 12,84 a 16,33 a 16,70 a 16,00 a 18,06 a 18,64 a 18,29 a POT 11,44 b 16,06 a 18,65 b 16,89 a 20,43 b 22,74 b 18,02 a 21,72 b 22,86 b (RILEM) A Figura 5.66 e a 5.67 ilustram o efeito "Ensaio*Traço*Idade*Diâmetro" evidenciando o tipo de classe de resistência do concreto (traço) para os ensaios APULOT e POT (RILEM) respectivamente. A Tabela 5.31 e a 5.32 mostram os valores das médias obtidas, as médias com as letras iguais "a/a" ao lado significam que estas são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade e as médias com letras distintas "a/b" ao lado dos pontos, significam que as médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Observa-se que todos os valores de tensão média de aderência se mostraram estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Conclui-se, a partir do exposto acima, que o tipo de classe de resistência do concreto (traço) tem influência estatística significativa no valor da tensão média de aderência, ou seja, os valores da tensão média de aderência são diferentes estatisticamente para as duas classes de resistência do concreto (traços). Como observado para a tensão última de aderência, na maioria dos casos os valores de tensão média de aderência dos ensaios APULOT nos diâmetros de 8,0 e 10,0 mm diminuem com o aumento do diâmetro da barra, acentuando-se esta diminuição para o diâmetro de 12,5 mm. Nota-se que o comportamento da tensão média de aderência também está atrelado ao fato dos corpos-de-prova de garrafa PET não suportam as tensões geradas por barras com diâmetros maiores. Observou-se que os corpos-de-prova do ensaio APULOT na ocasião do arrancamento que utilizavam barras de 8,0 mm não sofreram fendilhamento, nos corpos-de-prova que utilizavam barras de 10 mm alguns sofreram fendilhamento enquanto que todos os corpos-de-prova que utilizavam barras de 12,5 mm sofreram fendilhamento. Entretanto os valores de tensão média de aderência dos ensaios POT (RILEM) aumentam com o acréscimo do diâmetro da barra. Este fato pode ser explicado pois nenhum dos corpos-de-prova do ensaio POT (RILEM) sofreu fendilhamento, ou seja, em todos eles ocorreram Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 145 deslizamento da barra de aço em relação ao concreto envolvente, o que significa que as tensões geradas foram suportadas pelo corpo-de-prova do ensaio POT(RILEM). Tensão ùltima de aderência (MPa) T1 T2 25 20 15 10 5 0 8 10 12,5 8 10 3 12,5 8 7 10 12,5 28 APULOT Ensaio / Idade (dias) / Diâmetro (mm) Figura 5.66 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de traço com APULOT (τm ). Tabela 5.31 - Tabela de comparação da Figura 5.66. APULOT 3 dias 8 mm T1 8,14 10 mm a 9,31 a 7 dias 12,5 mm 8,40 a 8 mm 8,97 10 mm a 10,38 a 28 dias 12,5 mm 8,95 8 mm 10 mm a 11,26 a 11,98 a 12,5 mm 9,39 a T2 14,30 b 16,06 b 12,84 b 16,33 b 16,70 b 16,00 b 18,06 b 18,64 b 18,28 b Tensão ùltima de aderência (MPa) T1 T2 25 20 15 10 5 0 8 10 3 12,5 8 10 12,5 8 7 10 12,5 28 POT (RILEM) Ensaio / Idade (dias) / Diâmetro (mm) Figura 5.67 - Interação de 4ª ordem fixando o tipo de traço com POT(RILEM) (τm). Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 5 | 146 Tabela 5.32 - Tabela de comparação da Figura 5.67 POT (RILEM) 3 dias 8 mm T1 6,63 10 mm a 9,16 7 dias 12,5 mm a 11,35 a 8 mm 8,33 10 mm 28 dias 12,5 mm a 12,16 a 13,63 a 8 mm 9,51 10 mm 12,5 mm a 13,92 a 16,66 a T2 11,44 b 16,06 b 18,65 b 16,89 b 20,43 b 22,74 b 18,02 b 21,72 b 22,86 b Após estas apresentações e análises dos resultados obtidos nos procedimentos experimentais desta pesquisa, o próximo capítulo abordará sobre as conclusões deste trabalho e as sugestões para possíveis trabalhos futuros. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 6. Conclusões Retomando o objetivo principal deste trabalho, pode-se destacar algumas conclusões e, sobretudo varias sugestões para as próximas pesquisas sobre o mesmo tema. Destaca-se: • Os resultados de tensão de aderência versus o deslizamento obtidos para as armaduras de 8,0 mm e 10 mm e 12,5 mm obtidos com os concretos de classe de resistência aqui denominados de T1 e T2 aos 3, 7 e 28 dias, mostraram que para ensaios APULOT com diâmetros de 8,0 mm o tipo de ruptura observada foi sistematicamente o deslizamento da barra de aço em relação ao concreto. Todavia para o diâmetro de 10,0 mm, o deslizamento ocorreu em 75% dos casos e no diâmetro de 12,5 mm o tipo de ruptura observada foi sistematicamente o fendilhamento do corpo-deprova, não sendo observado o deslizamento. Acredita-se que este fato está relacionado com as garrafas PET não apresentarem dimensões adequadas para suportar as tensões provocadas com o aumento do diâmetro das barras ou ao fato do comprimento de ancoragem usado nos ensaios estarem inadequados. Fica evidente a necessidade de uma análise numérica detalhada, que possa avaliar a distribuição de tensões que ocorre neste caso e um estudo mais aprimorado acerca das dimensões do modelo e também do comprimento de ancoragem adotado, para as barras de 10,0 mm e 12,5 mm. Nos ensaios POT (RILEM) o tipo de ruptura observada foi sistematicamente o deslizamento, para todos os diâmetros. • Os resultados obtidos da tensão média de aderência para as armaduras de 8,0 mm, 10 mm e 12,5 mm com os concretos de classe de resistência T1 e T2 aos 3, 7 e 28 dias, para os ensaios APULOT, apresentaram uma correlação satisfatória com a resistência à compressão do concreto quando agrupa-se todos pontos em um mesmo gráfico as três retas (cada reta é de um Capítulo 6 | 148 diâmetro distinto) praticamente se agrupam em uma única reta. Nos ensaios POT(RILEM) também ocorre este fato porém as retas obtidas das regressões lineares praticamente ficam paralelas entre si. Além destes fatos dentro da proposta de Lorrain e Barbosa (2008). quer seja para os ensaios APULOT, quer seja para os ensaios POT (RILEM), os pontos obtidos nesta pesquisa visualmente se encaixam na curva de correlação sugerida pelos autores. Outro fato encontrado foi que a na maioria das vezes a tensão média de aderência obteve valores de coeficiente de variação maiores do que os valores obtidos da tensão última de aderência. Podemos chegar a conclusão que a partir dos resultados obtidos neste trabalho, que o crescimento da tensão média de aderência é linearmente proporcional ao crescimento da resistência a compressão do concreto. • Os resultados obtidos da tensão última de aderência para as armaduras de 8,0 mm, 10,0 mm e 12,5 mm com os concretos de classe T1 e T2 aos 3, 7 e 28 dias, para os ensaios APULOT e POT (RILEM), apresentaram uma correlação satisfatória com a resistência a compressão, porém diferentemente da tensão média de aderência estas correlações ocorreram de formas isoladas. No ensaio APULOT os resultados podem ser divididos em dois, pois dependendo do traço, T1 ou T2, sua correlação com a resistência a compressão aconteceu de maneira diferente. Nos ensaios POT(RILEM), como observado na tensão média de aderência também ocorre o fato das retas obtidas das regressões lineares praticamente ficam paralelas entre si. Além destes fatos dentro da proposta de Lorrain e Barbosa (2008), os ensaios APULOT-T1 se encaixaram melhor na curva de correlação. e nos ensaios POT(RILEM) os diâmetro de 8,0 mm. Podemos chegar a conclusão que a partir dos resultados obtidos neste trabalho, que o crescimento da tensão última de aderência assim como constatado na tensão média de aderência é linearmente proporcional ao Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 6 | 149 crescimento da resistência a compressão do concreto, porém ocorre de forma distinta no ensaio APULOT. • Na análise estatística dos resultados obtidos nos ensaios de aderência observa-se que quando comparado os dois ensaios na análise da tensão última de aderência verificamos que os dois ensaios são iguais na classe de resistência do concreto (traço) T1 somente para o diâmetro de 8,0 mm e na classe de resistência do concreto (traço) T2 somente para o diâmetro de 10,0 mm, independente da idade de ruptura nos dois casos. Na análise da tensão média de aderência mostra que os ensaios são iguais para as seguintes situações: (T1 - 8 mm - 3d, T1 - 10 mm - 3d, T1 - 8 mm - 7d, T2 - 10 mm - 3d, T2 - 8 mm - 7d e T2 - 8 mm- 28d), nota-se que o diâmetro de 8 mm obteve maiores casos de valores iguais. Observa-se que em nenhum dos casos o diâmetro de 12,5 mm obteve valores iguais nos dois ensaios, este fato pode estar ligado ao comportamento observado no arrancamento, nos diâmetros de 12,5 mm foi sistematicamente o fendilhamento. • Os resultados obtidos nesta pesquisa experimental indicam que os ensaios de aderência possuem a capacidade de estimar a resistência a compressão do concreto, porém de forma prédeterminada nos ensaios controlados deste trabalho. Esta conclusão vem fortalecer a proposta da pesquisa exemplificada inicialmente de que os ensaios de aderência podem se tornar ensaios de qualificação do concreto armado. Entretanto, é necessário reavaliar alguns parâmetros de ensaio, como por exemplo, o comprimento de ancoragem, assim como realizar mais pesquisas experimentais considerando outros parâmetros que afetam o comportamento da aderência aço-concreto. Retomando os objetivos secundários, que estão correlacionados ao objetivo principal, conclui-se: Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 6 | 150 Os resultados obtidos na investigação das características geométricas com scanner a laser das diferentes barras de aço, encontrado no ANEXO A, mostraram que as armaduras utilizadas nesta pesquisa se enquadram dentro dos padrões nacionais e internacionais mencionados no capitulo 3 e 4 e o fator de forma f R calculado está dentro dos limites aceitáveis pelas normas descritas no capitulo 3. As análises das armaduras oriundas de outros países (França e Tunísia) e a outra armadura brasileira de fabricação diferente da utilizada neste estudo mostraram que as barras de entretanto fabricação as brasileiras francesas e as são praticamente tunisianas são iguais, distintas apresentando fator de forma f R inferiores as barras brasileiras. Os resultados obtidos na investigação para verificação da influência do formato da garrafa PET na tensão última de aderência no ensaio APULOT, encontrado no ANEXO B, mostram que o formato da garrafa PET não tem influência estatística significativa na tensão última de aderência, porém mudanças bruscas no volume da garrafa PET tem uma influência significativa. Entretanto, é necessário cautela, em alguns parâmetros do ensaio APULOT. A realização de outras pesquisas experimentais e numéricas considerando o tipo de formato de outras garrafas PET devem ser considerados assim como outros parâmetros que afetam o comportamento da aderência açoconcreto. Como sugestões para as a continuidade desta pesquisa especificamente destaca-se: Pesquisar a influência de diferentes tipos de composições de concretos, e sua influência sobre o comportamento da aderência aço-concreto. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Capítulo 6 | 151 Analisar com maior rigor a metodologia do ensaio APULOT, principalmente no que tange o comprimento de ancoragem e seu posicionamento no corpo-de-prova. Pesquisar diferentes tipos de ensaio de aderência aço-concreto e os fatores que influenciam no seu comportamento, buscando assim, parâmetros que correlacionem as diferentes metodologias de ensaios. Simular numericamente o ensaio de aderência APULOT, e compará-lo com as diferentes metodologias encontradas para o ensaio de aderência aço-concreto. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto 7. Referências ABRAMS, D.A. 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Vista Superior (Modelo 1) Y X Vista Superior (Modelo 2) Y X Vista Lateral Direita (Modelo 1) X Z Vista Lateral Direita (Modelo 2) X Z Vista Lateral Esquerda (Modelo 1) Z X Vista Lateral Esquerda (Modelo 2) Z X Figura A.1 - Exemplificação dos Modelos das Barras de Aço Ângulo* 2 (°) | 162 Ângulo* 1 (°) Fornecedor Anexo A Modelo Diâmetro Nominal (mm) França Tunísia Brasil País Relação Distância Relação Altura Área Altura / Entre Distância / Das Projetada Diâmetro Nervuras* Diâmetro 2 Nervuras* (mm ) (%) (mm) (%) (mm) A 8,0 1 0,49 6,13 5,53 69,18 155,18 52,05 9,44 A 10,0 1 0,75 7,50 6,71 67,06 149,65 51,86 16,44 A 12,5 1 0,97 7,76 9,03 72,22 148,98 51,89 28,26 A 16,0 1 1,18 7,38 11,07 69,19 150,98 50,08 41,42 B 8,0 1 0,55 6,93 5,80 72,50 157,17 52,00 10,64 B 10,0 1 0,77 7,70 6,75 67,46 156,72 50,78 17,94 B 12,5 1 1,01 8,08 8,71 69,66 148,39 49,67 30,36 B 16,0 1 1,10 6,88 11,23 70,21 148,94 48,53 42,05 C 8,0 1 0,82 10,25 6,44 80,50 151,08 44,23 12,17 C 10,0 2 0,82 8,20 6,92 69,20 141,56 62,46 18,39 C 12,5 1 1,18 9,44 6,92 55,36 135,38 55,99 27,51 C 16,0 2 1,29 8,06 10,85 67,81 148,68 48,52 43,64 D 8,0 2 0,63 7,88 6,20 77,50 157,77 48,66 10,09 D 10,0 2 0,88 8,80 6,31 63,10 151,82 60,78 13,83 D 12,5 2 0,94 7,52 7,25 58,00 149,39 57,12 23,90 D 16,0 2 1,22 7,63 10,10 63,13 149,56 53,10 43,30 Tabela A.1 - Medidas características geométricas das barras de diferentes países. * A medida foi realizada na vista lateral direta, onde as barras se assemelham, como ilustra a Figura A.1. Tabela A.2 - Determinação dos fatores de forma segundo as normas. França Tunísia Brasil País Fornecedor Diâmetro Nominal (mm) CEB (1982) fr CEB (1999) fr ACI (2003) Rr A A A A B B B B C C C C D D D D 8,0 10,0 12,5 16,0 8,0 10,0 12,5 16,0 8,0 10,0 12,5 16,0 8,0 10,0 12,5 16,0 0,054 0,061 0,063 0,057 0,058 0,066 0,068 0,056 0,052 0,075 0,084 0,060 0,049 0,061 0,070 0,068 0,071 0,089 0,086 0,085 0,076 0,091 0,093 0,078 0,102 0,059 0,136 0,059 0,051 0,070 0,065 0,060 0,044 0,056 0,054 0,053 0,048 0,057 0,058 0,049 0,064 0,095 0,085 0,095 0,081 0,112 0,104 0,097 CEB (1999) (min) fr 0,045 0,052 0,056 0,056 0,045 0,052 0,056 0,056 0,045 0,045 0,056 0,056 0,045 0,052 0,056 0,056 Maiores detalhes podem ser encontrados nos artigos publicados, como informa a 2ª nota de rodapé do capítulo 1 . Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto ANEXO B - Ensaio APULOT com garrafas PET diferentes Como já mencionado e descrito nos capítulos anteriores o ensaio APULOT utiliza garrafas PET como moldes. Diante disto, estudou-se a interferência do formato da garrafa PET na tensão última de aderência. Para isto utilizou-se 5 tipos de garrafas PET, conforme ilustra a Figura B.1, a Tabela B.1 mostra alguns valores característicos característicos de cada garrafa, vale salientar que o diâmetro foi medido em torno do comprimento de ancoragem e o volume foi medido com a garrafa já cortada e a barra de aço posicionada. Usando barras com diâmetro de 8 mm, classe de resistência do concreto (traço) T1 e idade de ruptura aos 7 dias, moldou-se 5 corpos-de-prova. para cada formato de PET, o fluxograma da Figura B.2 exemplifica a quantidade de ensaios. 1 2 3 4 Figura B.1 – Tipos de garrafas PET. Tabela B.1 - Características das Garrafas PET. Tipo Volume (mL) Diâmetro (mm) PET1 PET2 1674 1661 96 94 PET3 1597 99 PET4 1610 98 PET5 528 68 Figura B.2 - Fluxograma dos ensaios realizados. Anexo B | 164 Na Tabela B.2 e Figura B.3 estão os resultados das cargas máximas de arrancamento, juntamente com as tensões últimas de aderência para os ensaios APULOT, especificando a idade de ruptura, resistência a compressão do concreto, comprimento de ancoragem, desvio padrão e coeficiente de variação. Tabela B.2 – Resultados dos ensaios de aderência (Ensaio APULOT) Idade Garrafa Ruptura PET (dias) Resistência a compressão axial Carga Tensão última de aderência C. A.* Ruptura fcm τu C.V.* (mm) C.V.* (Tf) D.P.* D.P.* (MPa) (%) (MPa) (%) PET 1 7 23,5 1,42 6,00 80,0 2,94 14,33 0,17 1,16 PET 2 7 23,5 1,42 6,00 80,0 3,07 14,96 0,82 5,48 PET 3 7 23,5 1,42 6,00 80,0 3,16 15,40 0,40 2,59 PET 4 7 23,5 1,42 6,00 80,0 2,95 14,40 1,19 8,27 Tensão última de aderência (MPa) PET 5 7 23,5 1,42 6,00 80,0 2,24 10,93 1,16 10,62 *C.A. = comprimento de ancoragem; D.P. = desvio padrão e C.V. = coeficiente de variação. 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 PET1 PET2 PET3 PET4 PET5 Tipo de Garrafa PET Figura B.3 - Resultados dos ensaios de aderência. Vale salientar que em todos os corpos-de-prova a ruptura ocorreu por deslizamento da barra de aço em relação ao concreto. Realizou-se uma análise estatística, através da metodologia análise de variância (ANOVA), trata-se de um método que baseia-se fundamentalmente em averiguar se existe diferença significativa entre as médias e se o fator exerce influência em alguma variável resposta. Assim verificou-se a influência do tipo de formato de PET na variável resposta tensão última de aderência. Esta análise estatística foi realizada através do programa computacional Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Anexo B | 165 SISVAR . A tabela ANOVA apresenta os seguintes resultados: o tipo de fator, assim como a interação entre os fatores, os graus de liberdade, valores das somas dos quadrados, médias quadradas e o valor de F calculado (Fc). Para a análise dos resultados obtidos foi adotado um nível de significância de 5%. Deste modo podemos considerar que o efeito é significativo, se o valor de "Pr>Fc" for menor que 0,05. A análise de variância foi dividida em duas partes, a primeira mostrada na Tabela B.3 evidência a comparação das PET1, PET2, PET3 e PET4, todas garrafas PET de 2L, porém com formatos distintos. A segunda análise mostrada na Tabela B.4 enfatiza a comparação das PET4 e PET5, estas duas são de mesmo formato e com volumes distintos. Vale salientar que a variável resposta foi a tensão última de aderência. Tabela B.3 – Tabela ANOVA (PET 1, 2 , 3 e 4). Variável Tipo de PET erro Graus de Soma dos Médias Liberdade Quadrados Quadradas 3 3,78 1,26 16 9,11 0,57 Fc Pr>Fc 2,21 0,127 A Tabela B.3 mostra que o formato de garrafa PET não tem influência significativa na variável tensão última de aderência, isto significa dizer que suas médias são estaticamente iguais ao nível de 5% de probabilidade. Tabela B.4 – Tabela ANOVA (PET 4 e 5). Variável Tipo de PET erro Graus de Soma dos Médias Liberdade Quadrados Quadradas 1 30,17 30,17 8 11,07 1,38 Fc Pr>Fc 21,81 0,002 A Tabela B.4 mostra que o volume de garrafa PET tem influência significativa na variável resposta foi a tensão última de aderência, isto significa dizer que suas médias são estaticamente diferentes ao nível de 5% de probabilidade. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto Anexo B | 166 Nota-se a partir da análise estatística (ANOVA), que quando a garrafa PET tem volume próximos o seu formato não tem influência significativa na tensão última de aderência e volumes distintos geram diferenças. Este fato esta intimamente ligado ao volume de concreto que circunda a barra de aço, que nas garrafas de 2L era praticamente o mesmo, pois seus diâmetros e volumes eram próximos e na garrafa de 600 mL diferente. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto ANEXO C - Curvas de Tensão de Aderência versus Tensão de Aderência (MPa) Deslizamento 14,00 12,00 CP1 - D 10,00 CP2 - D 8,00 CP3 - D 6,00 CP4 - D 4,00 CP5 - D 2,00 CP6 - D 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.1 - APULOT - T1 - 8 mm - 3d. 14,00 12,00 CP1 - D 10,00 CP2 - D 8,00 CP3 - D 6,00 CP4 - D 4,00 CP5 - F 2,00 CP6 - F 0,00 CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.2 - APULOT - T1 - 10 mm - 3d. 12,00 10,00 CP1 - F 8,00 CP2 - F 6,00 CP3 - F 4,00 CP4 - F 2,00 CP5 - F 0,00 CP6 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.3 - APULOT - T1 - 12,5 mm - 3d. CP8 - F | 168 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP7 - D CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.4 – APULOT - T1 - 8 mm - 7d. 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - F 0 1 2 3 4 5 6 CP7 - D CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.5 – APULOT - T1 - 10 mm - 7d. 12,00 10,00 CP1 - F 8,00 CP2 - F CP3 - F 6,00 CP4 - F 4,00 CP5 - F 2,00 CP6 - F 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.6 – APULOT - T1 - 12,5 mm - 7d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto CP8 - F | 169 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP7 - D CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.7 – APULOT - T1 - 8 mm - 28d. 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 CP1 - F CP2 - F CP3 - D CP4 - D 4,00 2,00 0,00 CP5 - F CP6 - F CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.8 – APULOT - T1 - 10 mm - 28d. 16,00 14,00 CP1 - F 12,00 CP2 - F 10,00 CP3 - F 8,00 6,00 CP4 - F 4,00 CP5 - F 2,00 CP6 - F 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.9 – APULOT - T1 - 12,5 mm - 28d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto CP8 - F | 170 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 30,00 25,00 CP2 - D 20,00 CP3 - D 15,00 CP4 - D 10,00 CP5 - D 5,00 CP6 - D 0,00 CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.10 – APULOT - T2 - 8 mm - 3d. 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - F CP5 - D 5,00 CP6 - D 0,00 0 1 2 3 4 5 6 CP7 - D CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.11 – APULOT - T2 - 10 mm - 3d. 25,00 CP1 - F 20,00 CP2 - F 15,00 CP3 - F 10,00 CP4 - F CP5 - F 5,00 CP6 - F 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.12– APULOT - T2 - 12,5 mm - 3d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto CP8 - F | 171 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D CP3 - D 15,00 CP4 - D 10,00 CP5 - D 5,00 CP6 - D 0,00 CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.13 – APULOT - T2 - 8 mm - 7d. 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D CP3 - D 15,00 CP4 - D 10,00 CP5 - F 5,00 CP6 - D 0,00 CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.14 – APULOT - T2 - 10 mm - 7d. 30,00 25,00 CP1 - F 20,00 CP2 - F CP3 - F 15,00 CP4 - F 10,00 CP5 - F 5,00 CP6 - F 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.15 – APULOT - T2 - 12,5 mm - 7d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto CP8 - F | 172 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 30,00 25,00 CP1 - R 20,00 CP2 - D CP3 - D 15,00 CP4 - D 10,00 CP5 - D 5,00 CP6 - D 0,00 CP7 - D 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.16 – APULOT - T2 - 8 mm - 28d. 30,00 25,00 CP1 - F 20,00 CP2 - D CP3 - D 15,00 CP4 - R 10,00 CP5 - D 5,00 CP6 - D 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 CP8 - D Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.17 – APULOT - T2 - 10 mm - 28d. 30,00 25,00 CP1 - F 20,00 CP2 - F 15,00 CP3 - F 10,00 CP5 - F 5,00 CP6 - F 0,00 CP7 - F 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.18 – APULOT - T2 - 12,5 mm - 28d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto CP8 - F | 173 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 14,00 12,00 10,00 CP1 - D 8,00 CP2 - D 6,00 4,00 CP3 - D 2,00 CP4 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.19 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 3d. 16,00 14,00 12,00 10,00 CP1 - D 8,00 CP2 - D 6,00 CP3 - D 4,00 CP4 - D 2,00 CP5 - D 0,00 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.20 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 3d. 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.21 – POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 3d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 174 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.22 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 7d. 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.23 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 7d. 22,00 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.24 – POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 7d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 175 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 CP1 - D CP2 - D CP3 - D CP4 - D CP5 - D CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.25 – POT (RILEM) - T1 - 8,0 mm - 28d. 25,00 20,00 CP1 - D 15,00 CP2 - D 10,00 CP3 - D CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.26 – POT (RILEM) - T1 - 10,0 mm - 28d. 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.27– POT (RILEM) - T1 - 12,5 mm - 28d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 176 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 24,00 21,00 18,00 15,00 CP2 - D 12,00 CP3 - D 9,00 CP4 - D 6,00 CP5 - D 3,00 CP6 - D 0,00 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.28 – POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 3d. 24,00 21,00 18,00 CP1 - D 15,00 CP2 - D 12,00 9,00 CP3 - D 6,00 CP4 - D 3,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.29 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 3d. 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.30 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 3d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 177 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 25,00 20,00 CP1 - D 15,00 CP2 - D 10,00 CP3 - D CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.31– POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 7d. 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.32 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 7d. 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.33 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 7d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto | 178 Tensão de Aderência (MPa) Anexo C 35,00 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.34 – POT (RILEM) - T2 - 8,0 mm - 28d. 35,00 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - R 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Tensão de Aderência (MPa) Figura C.35 – POT (RILEM) - T2 - 10,0 mm - 28d. 35,00 30,00 25,00 CP1 - D 20,00 CP2 - D 15,00 CP3 - D 10,00 CP4 - D 5,00 CP5 - D 0,00 CP6 - D 0 1 2 3 4 5 6 Deslizamento (mm) Figura C.36 – POT (RILEM) - T2 - 12,5 mm - 28d. Investigação do potencial dos ensaios APULOT e pull-out para estimativa da resistência a compressão do concreto