LUCIANA MATTA DE ANDRADE E SILVA
RODRIGO JARDIM GONÇALVES
“INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO OBJETO NA FREQUÊNCIA DE ALCANCES
MANUAIS EM LACTENTES COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO AOS 3, 4 E 5
MESES DE IDADE”
JUIZ DE FORA
2009
2
LUCIANA MATTA DE ANDRADE E SILVA
RODRIGO JARDIM GONÇALVES
“INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO OBJETO NA FREQUÊNCIA DE ALCANCES
MANUAIS EM LACTENTES COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO AOS 3, 4 E 5
MESES DE IDADE”
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Fisioterapia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora,
como requisito para a obtenção da aprovação na
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II.
Área de concentração: Desenvolvimento motor típico
e atípico.
Orientadora: Profa. Dra. Jaqueline da Silva Frônio
JUIZ DE FORA
2009
3
ATA DE APROVAÇÃO DA BANCA
4
AGRADECIMENTOS
À nossa orientadora Profª. Jaqueline Frônio, pela orientação, dedicação e por despertar
em nós o desejo de buscarmos cada vez mais novos desafios
Aos nossos familiares, pelo apoio incondicional e incentivo ao longo desses 5 anos
Às mães e responsáveis pelos lactentes que se dispuseram a participar durante os 3
meses de coleta do nosso estudo
O nosso: Muito Obrigado!
Este é só o começo...
5
RESUMO
Objetivos: Verificar a freqüência de alcances e se há influência da posição de
apresentação do objeto aos 3, 4 e 5 meses de idade. Métodos: Estudo longitudinal com
13 lactentes com desenvolvimento típico avaliados aos 3, 4 e 5 meses. O alcance foi
avaliado em supino, sendo o objeto apresentado na linha média e nas linhas axilares
direita(D) e esquerda(E). O procedimento foi filmado e posteriormente analisado para
registro da freqüência de alcances. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade. Os dados foram analisados pelos testes de Friedman e
Wilcoxon, sendo considerado um nível de significância de 5%. Resultados: As
freqüências médias totais de alcances aumentaram ao longo dos meses, sendo
encontrada diferença estatisticamente significativa entre o terceiro e quinto (p=0,011) e
entre o quarto e quinto meses (p=0,008). O número de alcances na linha média
aumentou significativamente do terceiro para o quinto (p=0,011) e do quarto para o
quinto meses (p=0,025) e houve uma tendência de diferenciação entre o terceiro e
quarto mês (p=0,058). Aos 3 meses a freqüência de alcances foi maior na linha axilar
(D ou E) do que na linha média, havendo uma tendência de diferenciação (p=0,06). Aos
4 e aos 5 não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as posições.
Conclusões: A freqüência de alcances aumenta significativamente de 3 a 5 meses e a
posição de apresentação do objeto parece influenciá-la na fase inicial de aquisição
desta habilidade (3 meses).
Palavras-chaves: Desenvolvimento infantil. Lactente. Alcance
6
ABSTRACT
Objectives: Evaluate the frequency of reaching and if the object presentation position
has an influence on it at 3, 4 and 5 months of age. Methods: Longitudinal study with 13
typically developing infants assessed at 3, 4 and 5 months of age.
Reaching was
evaluated with the infants in the supine position, with the object presented at midline,
right axillary line and left axillary line. The procedure was recorded in video and further
analyzed for determination of frequency of reaching. This study was approved by the
Research Ethics Committee of the University. Friedman`s and Wilcoxon`s tests were
used for data analysis, and a 5% significance level was considered. Results: The mean
reaching frequencies at 3, 4 and 5 months increased significantly along the study period,
a statistically significant difference being found between the third and the fifth (p=0.011)
and between the fourth and the fifth months (p=0.008). The amount of reaching at
midline also increased significantly between the third and the fifth (p = 0.011), the fourth
and the fifth months (p=0,025) and a trend towards differentiation was identified between
the third and the fourth month (p=0,058). At 3 months, reaching frequency was higher at
the axillary lines (right or left) than at the midline, showing a trend towards differentiation
(p=0.06). No significant difference between the positions was identified at 4 and 5
months. Conclusions: The frequency of reaching increases significantly from 3 to 5
months, and the object presentation position seems to influence the initial stage of
acquisition of this skill (3 months).
KEY-WORDS: Child development. Infant. Reaching.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................08
2 OBJETIVO......................................................................................................10
3 METODOLOGIA.............................................................................................12
3.1 Seleção dos sujeitos..................................................................................13
3.1.1 Critérios de inclusão..................................................................................13
3.1.2 Critérios de exclusão................................................................................13
3.1.3 Critérios de descontinuação do estudo..................................................13
3.2
Participantes............................................................................................14
3.3 Materiais e procedimentos.......................................................................15
3.4 Análise dos dados....................................................................................20
REFERÊNCIAS................................................................................................. 22
ARTIGO CIENTÍFICO.........................................................................................24
ANEXOS.............................................................................................................45
Anexo A - Parecer do CEP...............................................................................45
Anexo B - Autorização da Secretaria Municipal de Saúde............................46
Anexo C - Normas para publicação de manuscrito: Revista Brasileira de
Fisioterapia........................................................................................................47
APÊNDICES........................................................................................................56
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)............56
Apêndice B - Cartão de registro dos dados individuais coletados..............58
8
1 - INTRODUÇÃO:
A compreensão do processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades
motoras no primeiro ano de vida, em especial o alcance manual, tem sido alvo de
muitos estudos na área de desenvolvimento motor, pois este é o período de maior e
mais rápido desenvolvimento infantil, quando importantes habilidades são adquiridas.
Entre estas habilidades, está o alcance, que, junto com a preensão e manipulação de
objetos, permite a exploração ambiental pelo lactente1,2. Portanto, a aquisição do
alcance constitui um importante marco no desenvolvimento motor e cognitivo no
primeiro ano de vida dos lactentes.
O alcance manual pode ser definido como o movimento direcionado do membro
superior a um objeto, sendo finalizado quando a mão toca o objeto, não sendo
necessária a sua preensão, podendo ser uni ou bimanual3,4. O desenvolvimento desta
habilidade caracteriza-se pelo aprendizado de como coordenar e ajustar os movimentos
dos membros superiores para alcançar e se posicionar de modo a permitir a preensão
dos objetos. Esta é uma etapa essencial para que o lactente seja capaz de explorar o
ambiente e, desse modo, aprender sobre ele, conseguindo realizar tarefas com maior
precisão e incorporar conhecimentos, aprendendo também a resolver os problemas
contidos nele, como o de manipular objetos de diferentes tamanhos em atividades
diversificadas5.
Thelen et al.3, constataram que em lactentes típicos, o alcance manual de objetos
surge por volta dos 3-4 meses de idade, inicialmente de forma imprecisa, apresentando
9
pobre controle de trajetória. Com o desenvolvimento, o alcance passa a ser mais
habilidoso e o lactente é capaz de ajustar seus movimentos de acordo com o ambiente
e a tarefa3,6,7.
Segundo a perspectiva dos Sistemas Dinâmicos, atualmente acredita-se que o
curso do desenvolvimento motor não é apenas guiado pela maturação do SNC, mas
também pelas características do ambiente, do organismo e exigências da tarefa, que
são fatores que podem condicionar a aquisição e controle de uma habilidade4,8.
Segundo Newell9, esses fatores podem ser considerados como restrições da ação e
são classificados como restrições do organismo, do ambiente e da tarefa. Como
restrições do organismo, podemos citar características físicas, neurológicas e
comportamentais da criança. Já as restrições da tarefa9 estão relacionadas ao objetivo
da ação e à dinâmica do movimento, como os ajustes necessários para alcançar
objetos a diferentes distâncias. As restrições do ambiente10 envolvem fatores
relacionados às leis da natureza, como força da gravidade e temperatura e a aspectos
sócio-culturais11, como os costumes da sociedade na qual o lactente se insere.
Há na literatura estudos que investigaram a influência de algumas dessas restrições
no desenvolvimento da habilidade de alcançar objetos. Rocha et al.6 ao avaliarem os
ajustes proximais e distais no movimento de alcance relacionados com as propriedades
físicas dos objetos, verificaram que essas propriedades (consideradas restrições da
tarefa) influenciam os dois tipos de ajustes e que objetos maleáveis favorecem a
realização de alcances seguidos de preensão quando comparados a objetos rígidos.
Coelho12 pesquisou a influência da movimentação do alvo e de contrastes de cor
(restrições da tarefa e ambiente) na realização do alcance em lactentes típicos dos 4
aos 6 meses de vida, sugerindo que alvos com contraste de cor e estáticos promovem
maior número de alcances do que os sem contraste e em movimento.
Outros estudos verificaram que restrições do organismo também influenciam os
ajustes necessários para realizar o alcance no primeiro ano de vida3,13. Nestes estudos,
os autores investigaram o alcance manual ao longo do primeiro ano de vida, sem
alterações da tarefa e ambiente, e observaram uma evolução no movimento de alcance
com o passar dos meses, evidenciando o papel das restrições do organismo na
10
execução do alcance.
Fatores como a posição corporal (restrição do ambiente) durante o movimento de
alcance também foram investigados em diversos estudos. Carvalho14, ao estudar a
relação entre freqüência de alcances e diferentes posturas corporais em lactentes de 4
meses de idade, verificou que as posturas supina, reclinada e sentada influenciam o
desempenho do alcance nessa idade. Fallang et al15 avaliaram a relação entre posição
corporal e alcance na postura supina em lactentes de 4 e 6 meses de idade, e
sugeriram que uma melhora na performance do alcance está relacionada em parte a
uma melhora no controle postural. Rochat et al16, observaram que um controle postural
mais desenvolvido modifica a maneira com que lactentes de 5 e 6 meses de idade
alcançam os objetos na posição sentada.
Distância, localização e orientação do objeto também são fatores considerados de
restrição da tarefa e podem influenciar a trajetória do braço em direção ao objeto17,
assim como a freqüência de alcances. Os estudos recentes18-20 encontrados na
literatura que apresentaram o objeto em diferentes posições tiveram como objetivo
avaliar a preferência manual e não a relação desta posição com a freqüência de
alcance. Outro estudo encontrado que faz referência a diferentes posições de
apresentação do objeto data de 196421, mas o mesmo não utiliza metodologia
específica para verificar a influência destas no alcance, e sim em um conjunto de
comportamentos motores, dentre eles o alcance. Desta forma, a influência da
apresentação do objeto em diferentes posições sobre o alcance manual foi pouco
estudada até o momento.
O alcance é uma habilidade que freqüentemente é difícil de ser obtida em crianças
com distúrbios neuromotores. Sendo assim, este tipo de estudo pode contribuir para a
elaboração de estratégias de intervenção fisioterapêutica, uma vez que através do
conhecimento dos fatores que podem facilitar ou dificultar a realização do alcance,
como por exemplo, a posição de apresentação do objeto, pode-se orientar condutas e
técnicas para que esta habilidade seja adquirida nos casos onde a mesma estiver
dificultada.
11
2- OBJETIVO:
O presente estudo teve como objetivo verificar a freqüência de alcances manuais e
se houve influência da posição de apresentação do objeto durante a aquisição dessa
habilidade em lactentes com desenvolvimento típico.
12
3- METODOLOGIA:
Foi realizado estudo longitudinal, prospectivo, de lactentes avaliados aos 3, 4 e 5
meses de idade. Parte dos dados também foi analisada em cortes seccionais nas
referidas idades (estudo transversal).
3.1 – SELEÇÃO DOS SUJEITOS:
Foi composta uma amostra de conveniência e o tamanho da nossa amostra condiz
com os estudos encontrados, nos quais a mesma variou de 4 a 12 lactentes6,14,15.
Através do prontuário da UBS, foram inicialmente selecionados todos os usuários
das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Nossa Senhora das Graças, São
Pedro e Jóquei Clube II da cidade de Juiz de Fora (MG) que, no período de
recrutamento dos participantes (três meses), satisfizeram os critérios de inclusão e
exclusão. Nos casos onde não havia um telefone de contato, foi feito um convite por
escrito para o comparecimento à UBS em data programada para a primeira avaliação
do lactente, entregues aos pais/responsáveis pelos agentes comunitários da UBS. Para
13
os casos onde havia um contato telefônico, os próprios pesquisadores ligavam e
realizavam este convite. Para os casos onde os pais/responsáveis responderam ao
convite e mostraram-se dispostos a participar do estudo, foram esclarecidas todas as
dúvidas e verificado novamente quais contemplavam os critérios de inclusão e exclusão
do estudo, através da análise da caderneta da criança e informações obtidas
diretamente com os pais.
Os pais dos lactentes que concordaram em participar da pesquisa assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – Apêndice A), onde foram
voluntários na participação da pesquisa. Este projeto (protocolo:1361.052.2008) foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFJF, no dia 07
de agosto de 2008, sob o parecer nº :093/2008 (Anexo A), e autorizado pela Secretaria
Municipal de Saúde de Juiz de Fora (Anexo B).
A seleção dos participantes foi realizada pelos próprios pesquisadores e não foi
aleatória, seguindo os seguintes critérios:
3.1.1. Critérios de inclusão:
Foram incluídos no estudo lactentes típicos que estavam com 3 meses de idade
(permitindo uma variação de 7 dias – 2 meses e 23 dias a 3 meses e 7 dias) no período
de recrutamento do estudo.
3.1.2. Critérios de exclusão:
Foram excluídos do estudo os lactentes nascidos com idade gestacional inferior a
37 ou superior a 42 semanas, com baixo peso ao nascimento (menor que 2500g), com
índice Apgar inferior a 8 no primeiro e/ou quinto minutos de vida ou, ainda, que
apresentassem comprometimento neurológico (hidrocefalia, hemorragia intra-craniana,
lesão de plexo braquial,...), má-formação congênita (mielomeningocele, agenesias,
focomielias,...), desnutrição, Síndromes Genéticas, infecções congênitas e/ou neonatais
(TORCH, sepse, meningite,...), alterações sensoriais ou outra intercorrência/alteração
14
que possa comprometer o desenvolvimento e a movimentação do tronco e dos
membros superiores5 (descritas no prontuário e/ou caderneta da criança).
3.1.3. Critérios de descontinuação do estudo:
Foram considerados critérios de descontinuação do estudo: lactentes que
apresentaram sinais de comprometimento no desenvolvimento neuropsicosensóriomotor durante a realização dos procedimentos do estudo ou que choraram nos testes
de modo a não permitir a realização dos mesmos5.
3.2 - PARTICIPANTES:
Foram convidados a participar deste estudo 43 pais de lactentes típicos, dos quais
apenas 16 compareceram à primeira avaliação (aos 3 meses). Destes, 2 foram
excluídos por serem prematuros (IG < 37 semanas) e 1 por chorar durante o
procedimento de modo a não permitir a realização do teste. Sendo assim, na primeira
avaliação, aos 3 meses de idade, 13 lactentes participaram do estudo. Do total de 13
lactentes, 4 não compareceram às avaliações subseqüentes. Dessa maneira, para o
estudo transversal em cada mês, participaram respectivamente aos 3, 4 e 5 meses, 13,
9 e 9 lactentes. Para o estudo longitudinal, foram considerados os 9 lactentes que
compareceram às três avaliações programadas.
As características dos participantes do estudo estão ilustradas na Tabela 1.
15
Tabela 1 – Caracterização dos participantes
LACTENTES
SEXO
IG (sem)
PN (kg)
APGAR 5’
ABEP
1
F
38
3,025
10
2
F
38
2,835
10
B2
C1
3
M
40
3,480
9
B2
4
M
39
3,030
9
C2
5
M
38
3,565
8
C1
6
M
38
2,960
9
C1
7
F
42
3,435
10
C2
8
F
40
2,795
10
C1
9
M
38
3,415
10
A1
10
F
39
2,865
10
C1
11
F
40
3,150
9
C1
12
F
40
3,250
10
C2
13
F
38
3,030
10
B2
MÉDIA
39,08
3,141
9,54
DP
1,25
0,262
0,66
Sexo (F = feminino, M = masculino), Idade gestacional (IG), Peso ao nascimento (PN)
Índice Apgar no 5º minuto, ABEP (Critério de Classificação Econômica Brasil)
3.3- MATERIAIS E PROCEDIMENTOS:
Para a realização deste estudo foram utilizados um objeto maleável pequeno e
colorido (“pompom” de lã antialérgica, 5 cm de diâmetro6 , nas cores laranja, verde e
amarelo - figura 1), uma câmera filmadora digital (JVC- DV Camcorder GY-DV 300),
16
um tripé, uma maca e um cronômetro. O pompom foi escolhido como objeto do estudo,
devido a pesquisas anteriores5,6,12 que verificaram que objetos maleáveis, pequenos e
coloridos facilitam o alcance. Este objeto foi padrão para todos lactentes durante todas
as avaliações.
Figura 1: Imagem do objeto (pompom de lã)
As avaliações foram realizadas por dois pesquisadores treinados, em uma sala de
consultas de cada uma das UBS participantes da pesquisa, com boa iluminação e com
o mínimo de interferências visuais e/ou auditivas possíveis. Os lactentes foram
posicionados na maca pelas mães em decúbito supino, as quais se afastaram para fora
do campo visual do lactente antes do início do teste. Pretendeu-se investigar a
freqüência de alcance em supino, por esta ser a postura que lactentes de culturas
ocidentais permanecem a maior parte do tempo em casa nesta faixa etária, e, por isso,
é nela que normalmente eles adquirem experiência nessa habilidade15.
A câmera filmadora foi posicionada póstero-superiormente ao lactente e fixada em
um tripé, de forma a permitir a melhor visualização simultânea dos MMSS e do objeto
apresentado (figuras 2 e 3).
17
Figura 2 - Esquema ilustrativo do procedimento de teste. A= tripé e câmera, B= lactente,
C= pesquisador, D= objeto, E= maca
Figura 3 – Posicionamento dos materiais e equipamentos.
Para que a ordem de apresentação do objeto não interferisse nos resultados,
houve uma variação pré-determinada na seqüência de apresentação do mesmo
segundo a ordem de realização dos testes (tabela 2)5. Desta forma, o primeiro teste
agendado foi realizado com a seqüência 1, o segundo com a seqüência 2, o terceiro
com a seqüência 3, o quarto com a seqüência 4, o quinto com a seqüência 5, o sexto
18
com a seqüência 6, o sétimo com a seqüência 1, e assim sucessivamente. Assim, para
cada lactente, a cada avaliação, o objeto foi apresentado com uma ordem aleatorizada
segundo a tabela abaixo.
Tabela 2- Ordem de apresentação dos objetos por teste: D = linha axilar direita, E =
linha axilar esquerda, M = linha média
SEQÜÊNCIA
POSIÇÕES
1
DEM
2
EDM
3
4
5
6
MDE
MED
DME
EMD
O objeto foi apresentado por um dos pesquisadores, em três diferentes posições
(linha axilar direita, linha axilar esquerda e linha média – figura 4), a uma distância
correspondente ao comprimento do membro superior do lactente (distância entre o
ombro e o punho, que foi mensurada antes do início do teste – figura 5), na altura do
seu manúbrio, e por um período de 2 minutos em cada uma das posições programadas.
Este procedimento foi definido com base em estudos anteriores que investigaram o
alcance em lactentes2,6,22. Caso o lactente não demonstrasse interesse pelo objeto, o
mesmo era agitado no seu campo visual. Quando o lactente fixava o olhar para o
objeto, este permanecia imóvel. Caso o lactente apreendesse o objeto ou ficasse em
contato com ele por mais de 5 segundos, este era retirado de sua mão e novamente
apresentado na mesma posição até que se atingisse o tempo de 2 minutos, previsto
para aquela posição de apresentação. Um tempo de 10 segundos foi dado para que o
lactente se adaptasse quando colocado na postura supina e um intervalo de 5
segundos foi dado entre uma posição de apresentação do objeto e outra, totalizando o
tempo do procedimento em aproximadamente 6 minutos e 20 segundos. Todo o
procedimento foi filmado e cronometrado por outro pesquisador.
As avaliações coincidiram com a data de aniversário dos lactentes, aceitando uma
variação de sete dias antes ou após essa data. Antes da realização dos testes, o
19
pesquisador avaliava o estado comportamental do lactente e se informava sobre o
horário da última amamentação. O teste foi realizado preferencialmente entre as
mamadas e o lactente deveria estar em estado de alerta ativo (estado 4 segundo a
escala comportamental de Brazelton23). Caso o lactente estivesse inquieto, não
colaborativo ou apresentando choro, o teste era interrompido e o lactente acalmado, até
que fosse possível o reinício do procedimento. Se não fosse possível sanar o
desconforto e o lactente permanecesse inquieto, era marcada nova data para a
realização do teste, respeitando o prazo estabelecido para aquela idade.
Nos primeiros meses do presente estudo foi realizado um estudo piloto para
treinamento da equipe e ajustes da metodologia antes do início da coleta de dados.
Figura 4 – Posições de apresentação do objeto (linha axilar esquerda, linha média,
linha axilar direita).
20
Figura 5 – Medida do comprimento do braço.
3.4- ANÁLISE DOS DADOS:
A freqüência de alcance foi calculada para cada posição de apresentação do objeto
através da análise dos vídeos. Dois pesquisadores fizeram esta análise de forma
independente. Foi realizado estudo piloto para atingir índice de concordância entre os
pesquisadores, onde foi obtido o valor de 0.93. Os dados individuais coletados foram
registrados no cartão individual de registro dos dados (Apêndice B) e posteriormente
arquivados no programa SPSS 13.0. Como os dados não satisfaziam aos critérios de
normalidade, para a análise estatística foram utilizados os testes não paramétricos de
Friedman e Wilcoxon, considerando um nível de significância α = 0,05.
O teste de Friedman foi aplicado para comparar as freqüências de alcances totais e
as freqüências na linha média ao longo dos meses, onde foram utilizados os dados dos
nove participantes que compareceram às três avaliações programadas (estudo
longitudinal). Para detectar entre quais meses ocorreram as diferenças encontradas
pelo teste de Friedman, foi usado o teste de Wilcoxon. Para a comparação das
freqüências médias de alcance em cada posição (linha axilar e linha média), aplicou-se
o teste de Wilcoxon, utilizando os dados de todos os participantes que compareceram a
pelo menos uma das avaliações programadas (estudo transversal). Estudos
anteriores22-24 sugerem que já existe uma possível preferência manual nessa faixa
etária, o que indicaria preferência por uma das linhas axilares. Sendo assim, para
análise da influência da posição do objeto, optou-se por considerar apenas a linha axilar
21
(D ou E) de maior freqüência de alcances de cada participante em cada mês, anulando
a possível interferência de uma preferência manual precoce.
Os resultados, a discussão e a conclusão serão apresentados em formato de artigo
(Capítulo 5), que foi enviado para publicação na Revista Brasileira de Fisioterapia e, por
este motivo, encontra-se no formato das normas exigidas por esta revista (Anexo C), à
exceção das figuras que foram inseridas no corpo do texto para facilitar a leitura.
22
4- REFERÊNCIAS:
1. Carvalho RP. Influência de restrições intrínsecas e extrínsecas no alcance manual
de lactentes [Tese]. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos; 2007.
2. Carvalho RP, Tudella E, Savelsbergh GJP. Spatio-temporal parameters in infant’s
reaching movements are influenced by body orientation. Infant Behav Dev.
2007;30(1):26-35.
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role of movement speed. J Exp Psychol Hum Percept Perform. 1996;22(5):1059-76.
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dynamic perspective. J Exp Psychol Hum Percept Perform. 1996;22: 502-522.
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alcance em lactentes saudáveis de 4 a 6 meses de idade [Tese]. São Carlos (SP):
Universidade Federal de São Carlos; 2006.
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em crianças nascidas a termo, na faixa etária de 4 a 6 meses: uma abordagem
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movements and reaching. Dev Psychobiol. 1999;34(4):237-55.
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23. Brazelton, TB. Neonatal assessment scale. Spastics Inter Med Publications; 1981:777.
24
5- ARTIGO CIENTÍFICO:
“INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO OBJETO NA FREQUÊNCIA DE ALCANCES
MANUAIS EM LACTENTES COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO AOS 3, 4 E 5
MESES DE IDADE”
RESUMO:
Objetivos: Verificar a freqüência de alcances aos 3, 4 e 5 meses de idade e se há influência da
posição de apresentação do objeto. Métodos: Estudo longitudinal com 13 lactentes com
desenvolvimento típico avaliados aos 3, 4 e 5 meses. O alcance foi avaliado em supino, sendo o
objeto apresentado na linha média e nas linhas axilares direita(D) e esquerda(E). O procedimento
foi filmado e posteriormente analisado para registro da freqüência de alcances. Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. Os dados foram analisados pelos
testes de Friedman e Wilcoxon, sendo considerado um nível de significância de 5%. Resultados:
As freqüências médias totais de alcances aumentaram ao longo dos meses, sendo encontrada
diferença estatisticamente significativa entre o terceiro e quinto (p=0,011) e entre o quarto e
quinto meses (p=0,008). O número de alcances na linha média aumentou significativamente do
terceiro para o quinto (p=0,011) e do quarto para o quinto meses (p=0,025) e houve uma
tendência de diferenciação entre o terceiro e quarto mês (p=0,058). Aos 3 meses a freqüência de
alcances foi maior na linha axilar (D ou E) do que na linha média, havendo uma tendência de
25
diferenciação (p=0,06). Aos 4 e aos 5 não foi encontrada diferença estatisticamente significativa
entre as posições. Conclusões: A freqüência de alcances aumenta significativamente de 3 a 5
meses e a posição de apresentação do objeto parece influenciá-la na fase inicial de aquisição
desta habilidade (3 meses).
Palavras-chaves: Desenvolvimento infantil, lactente, alcance
TITLE: INFLUENCE OF OBJECT POSITION ON THE FREQUENCY OF MANUAL
REACHING IN TYPICALLY DEVELOPING INFANTS AT 3, 4 AND 5 MONTHS OF AGE.
SHORT TITLE: Frequency of reaching in infants at 3, 4 and 5 months months of age.
ABSTRACT:
Objectives: Evaluate the frequency of reaching at 3, 4 and 5 months of age and if the object
presentation position has an influence on it. Methods: Longitudinal study with 13 typically
developing infants assessed at 3, 4 and 5 months of age. Reaching was evaluated with the infants
in the supine position, with the object presented at midline, right axillary line and left axillary
line. The procedure was recorded in video and further analyzed for determination of frequency
of reaching. This study was approved by the Research Ethics Committee of the University.
Friedman`s and Wilcoxon`s tests were used for data analysis, and a 5% significance level was
considered. Results: The mean reaching frequencies at 3, 4 and 5 months increased significantly
along the study period, a statistically significant difference being found between the third and the
fifth (p=0.011) and between the fourth and the fifth months (p=0.008). The amount of reaching at
midline also increased significantly between the third and the fifth (p = 0.011), the fourth and the
26
fifth months (p=0,025) and a trend towards differentiation was identified between the third and
the fourth month (p=0,058). At 3 months, reaching frequency was higher at the axillary lines
(right or left) than at the midline, showing a trend towards differentiation (p=0.06). No significant
difference between the positions was identified at 4 and 5 months. Conclusions: The frequency
of reaching increases significantly from 3 to 5 months, and the object presentation position seems
to influence the initial stage of acquisition of this skill (3 months).
KEY-WORDS: Childhood development, infant, reaching.
1 - INTRODUÇÃO:
A compreensão do processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades motoras no
primeiro ano de vida tem sido alvo de muitos estudos na área de desenvolvimento motor. Entre
estas habilidades, o alcance manual assume considerável importância, pois, junto com a preensão
e manipulação de objetos, permite a exploração do ambiente pelo lactente1-3.
Thelen et al.4, constataram que, em lactentes típicos, o alcance surge por volta dos 3-4
meses de idade. O alcance pode ser definido como o movimento direcionado do membro superior
a um objeto, podendo ser uni ou bimanual, sendo finalizado quando a mão toca o objeto, não
sendo necessária a sua preensão4,5. O desenvolvimento desta habilidade caracteriza-se pelo
aprendizado de como coordenar e ajustar os movimentos dos membros superiores para alcançar e
se posicionar de modo a permitir a preensão dos objetos.
Ao longo do desenvolvimento, características do ambiente, do organismo e exigências da
27
tarefa são fatores que podem condicionar a aquisição e controle de uma habilidade5,6. Segundo
Newell7, esses fatores podem ser considerados como restrições da ação e atualmente são
classificados como fatores de restrição intrínsecos e extrínsecos ao organismo8.
Há na literatura estudos que investigaram a influência de algumas restrições extrínsecas
no desenvolvimento da habilidade de alcançar objetos. Rocha et al9 verificaram que as
propriedades físicas do objeto influenciam os ajustes necessários para realizar o alcance e que
objetos maleáveis favorecem a realização de alcances seguidos de preensão quando comparados a
objetos rígidos. Coelho10 sugeriu em seu estudo que alvos com contraste de cor e estáticos
promovem maior número de alcances do que os sem contraste e em movimento. Fatores como a
posição corporal durante o movimento de alcance também foram investigados em outros estudos.
Carvalho et al11 verificaram que a postura reclinada propicia maior frequência de alcances em
lactentes de 4 a 6 meses quando comparada com as posturas supina e sentada. Fallang et al12
avaliaram a relação entre posição corporal e alcance na postura supina em lactentes de 4 e 6
meses de idade, e sugeriram que uma melhora na performance do alcance está relacionada em
parte a uma melhora no controle postural. Rochat et al13 observaram que um controle postural
mais desenvolvido modifica a maneira com que lactentes de 5 e 6 meses de idade alcançam os
objetos na posição sentada.
Distância, localização e orientação do objeto também são fatores considerados de
restrição extrínseca e podem influenciar a trajetória do braço em direção ao objeto14, assim como
a freqüência de alcances. Os estudos recentes15-17 encontrados na literatura que apresentaram o
objeto em diferentes posições tiveram como objetivo avaliar a preferência manual e não a relação
desta posição com a freqüência de alcance. Outro estudo encontrado que faz referência a
28
diferentes posições de apresentação do objeto data de 196418, mas o mesmo não utiliza
metodologia específica para verificar a influência destas no alcance, e sim em um conjunto de
comportamentos motores, dentre eles o alcance.
O alcance é uma habilidade que freqüentemente é difícil de ser obtida em crianças com
distúrbios neuromotores. Sendo assim, a realização de estudos que investiguem o alcance podem
contribuir para a elaboração de estratégias de intervenção fisioterapêutica, uma vez que, através
do conhecimento dos fatores que podem facilitar ou dificultar a realização desta habilidade, podese orientar condutas e técnicas para que ela seja adquirida nos casos onde estiver dificultada.
Com base nestas informações, o presente estudo teve como objetivo verificar a freqüência
de alcances manuais e se houve influência da posição de apresentação do objeto durante a
aquisição dessa habilidade em lactentes com desenvolvimento típico.
Ao ser investigada a freqüência de alcances manuais em lactentes com desenvolvimento
típico aos 3, 4 e 5 meses de vida, apresentando o objeto em diferentes posições (linha média e
linhas axilares direita e esquerda), as seguintes hipóteses foram estabelecidas: no início da
aquisição dessa habilidade a apresentação nas linhas axilares facilitará a ocorrência desse
movimento por exigir menos ajustes, menos coordenação e pela menor influência da gravidade
do que quando este for apresentado na linha média. Com o passar dos meses, ao praticarem essa
atividade e através do mecanismo de percepção-ação19, os lactentes aprimorarão o alcance
permitindo a realização de maior freqüência de alcances, independente da posição de
apresentação do objeto.
2 - MATERIAIS E MÉTODOS:
29
2.1 - Participantes:
Foi realizado estudo longitudinal, prospectivo, de lactentes avaliados aos 3, 4 e 5 meses
de idade. Parte dos dados também foi analisada em cortes seccionais nas referidas idades (estudo
transversal). Os participantes e o tamanho da amostra foram escolhidos por conveniência. O
tamanho da amostra condiz com os estudos semelhantes encontrados na literatura9,11,12.
Foram convidados a participar deste estudo 43 lactentes típicos (por intermédio de seus
responsáveis), dos quais apenas 16 compareceram à primeira avaliação (aos 3 meses). Destes, 2
foram excluídos por serem prematuros (IG < 37 semanas) e 1 por chorar durante o procedimento
de modo a não permitir a realização do teste. Sendo assim, na primeira avaliação, aos 3 meses de
idade, 13 lactentes participaram do estudo, desses, 4 não compareceram às avaliações
subseqüentes. Dessa maneira, para o estudo transversal, em cada mês, participaram
respectivamente aos 3, 4 e 5 meses, 13, 9 e 9 lactentes. Para o estudo longitudinal, foram
considerados para a análise dos dados os 9 lactentes que compareceram às três avaliações
programadas. Dos 13 lactentes, 8 eram do sexo feminino e 5 do sexo masculino, nascidos a termo
(39,08 ± 1,25) e com índice de Apgar igual ou superior a 8 no primeiro e quinto minutos. Os
lactentes foram selecionados através da análise de prontuários de três Unidades Básicas de Saúde
da cidade.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, parecer nº 093/2008
e os pais ou responsáveis pelos lactentes assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido.
30
2.2 - Materiais e procedimentos:
As avaliações foram realizadas em uma sala de consultas de cada uma das UBS
participantes da pesquisa, com boa iluminação e com o mínimo de interferências visuais e/ou
auditivas possíveis. Os lactentes foram posicionados na maca pelas mães em decúbito supino, e
estas permaneciam na sala em um local onde os lactentes não pudessem vê-las. Pretendeu-se
investigar a freqüência de alcance em supino, por ser esta a postura que lactentes de culturas
ocidentais permanecem, nesta faixa etária, a maior parte do tempo em casa e, por isso, é nela que
normalmente eles adquirem experiência nessa habilidade12.
Para a realização deste estudo foram utilizados um objeto maleável pequeno e colorido
(“pompom” de lã antialérgica, 5 cm de diâmetro9 , nas cores laranja, verde e amarelo), uma
câmera filmadora digital (JVC®- DV Camcorder GY-DV 300), um tripé, uma maca e um
cronômetro. O pompom foi escolhido como objeto do estudo, devido a pesquisas anteriores que
verificaram que objetos maleáveis, pequenos e coloridos facilitam o alcance9,10.
O objeto foi apresentado por um dos pesquisadores, em três diferentes posições (linha
axilar direita, linha axilar esquerda e linha média), a uma distância correspondente ao
comprimento do membro superior do lactente (distância entre o ombro e o punho, que foi
mensurada antes do início do teste), na altura do seu manúbrio, e por um período de 2 minutos
em cada uma das posições programadas. Este procedimento foi definido com base em estudos
anteriores que investigaram o alcance em lactentes9,11,20. Para que a ordem de posicionamento do
objeto não influenciasse nos resultados, este foi apresentado em diferentes seqüências
aleatoriamente pré-determinadas para cada lactente. Caso o lactente não demonstrasse interesse
pelo objeto, o mesmo era agitado no seu campo visual. Quando o lactente fixava o olhar para o
31
objeto, este permanecia imóvel. Caso o lactente apreendesse o objeto ou ficasse em contato com
ele por mais de 5 segundos, este era retirado de sua mão e novamente apresentado na mesma
posição até que se atingisse o tempo de 2 minutos, previsto para aquela posição de apresentação.
Um tempo de 10 segundos foi dado para que o lactente se adaptasse quando colocado na postura
e um intervalo de 5 segundos foi dado entre uma posição de apresentação do objeto e outra,
totalizando o tempo do procedimento em aproximadamente 6 minutos e 20 segundos.
Todo o procedimento foi filmado e cronometrado por outro pesquisador. A câmera
filmadora foi posicionada póstero-superiormente ao lactente e fixada em um tripé, de forma a
permitir a melhor visualização simultânea dos MMSS e do objeto apresentado (figura 1).
Figura 1 - Esquema ilustrativo do procedimento de teste. A= tripé e câmera, B= lactente, C=
pesquisador, D= objeto, E= maca.
As avaliações coincidiram com a data de aniversário dos lactentes, aceitando uma
variação de sete dias antes ou após essa data. O teste foi realizado preferencialmente entre as
32
mamadas e o lactente deveria estar em estado de alerta ativo (estado 4 segundo a escala
comportamental de Brazelton21). Caso o lactente se mostrasse inquieto, não colaborativo ou
apresentando choro, o teste era interrompido e o lactente acalmado, até que fosse possível o
reinício do procedimento. Se não fosse possível sanar o desconforto e o lactente permanecesse
inquieto, era marcada nova data para a realização do teste, respeitando o prazo estabelecido para
aquela idade.
2.3 - Análise dos dados:
A freqüência de alcance foi calculada para cada posição de apresentação do objeto através
da análise dos vídeos. Dois pesquisadores fizeram esta análise de forma independente. Foi
realizado estudo piloto para atingir índice de concordância entre os pesquisadores, onde foi
obtido o valor de 0.93. Os dados individuais coletados foram registrados no cartão individual de
registro dos dados e posteriormente arquivados no programa SPSS 13.0. Como os dados não
satisfizeram aos critérios de normalidade, para a análise estatística foram utilizados os testes não
paramétricos de Friedman e Wilcoxon, considerando um nível de significância α = 0,05.
O teste de Friedman foi aplicado para comparar as freqüências de alcances totais e as
freqüências na linha média ao longo dos meses, onde foram utilizados os dados dos nove
participantes que compareceram às três avaliações programadas (estudo longitudinal). Para
detectar entre quais meses ocorreram as diferenças encontradas pelo teste de Friedman, foi usado
o teste de Wilcoxon. Para a comparação das freqüências médias de alcance em cada posição
(linha axilar e linha média), aplicou-se o teste de Wilcoxon, utilizando os dados de todos os
participantes que compareceram a pelo menos uma das avaliações programadas (estudo
33
transversal). Estudos anteriores15,16,17 sugerem que já existe uma possível preferência manual
nessa faixa etária, o que indicaria preferência por uma das linhas axilares. Sendo assim, para
análise da influência da posição do objeto, optou-se por considerar apenas a linha axilar (D ou E)
de maior freqüência de alcances de cada participante em cada mês, anulando a possível
interferência de uma preferência manual precoce.
3 – RESULTADOS:
Os treze lactentes avaliados aos 3 meses de idade realizaram um total de 202 alcances e os
nove lactentes avaliados aos 4 e 5 meses realizaram um total de 283 e 522 alcances,
respectivamente. Considerando apenas os nove lactentes que compareceram às três avaliações
programadas, um total de 945 alcances foram realizados pelos participantes.
Freqüência total de alcances
A figura 2 ilustra a freqüência média total de alcances, e seus respectivos desvios-padrão,
realizados nas idades de 3, 4 e 5 meses. Observa-se que o número de alcances aumentou
progressivamente com o passar dos meses e o teste de Friedman revelou diferença
estatisticamente significativa ao longo dos meses (p=0,003). Estas diferenças foram identificadas
pelo teste de Wilcoxon entre o terceiro e quinto mês (p=0,011) e entre o quarto e quinto mês
(p=0,008).
34
p=0,003
60
58,00 (24,28)
50
40
31,44 (23,33)
30
20
16,33 (10,12)
10
0
Três meses
Quatro meses
Cinco meses
Figura 2 – Freqüência média total de alcances, desvio-padrão e p-valor (Friedman) aos 3, 4 e 5
meses
Freqüência de alcances na linha média
A figura 3 ilustra a freqüência média de alcances, e seus respectivos desvios-padrão,
realizados na linha média. Nesta figura, pode ser observado que o número de alcances na linha
média aumentou progressivamente ao longo dos meses. O teste de Friedman revelou diferença
significativa entre as idades (p=0,013), sendo que o teste de Wilcoxon indicou que estas
diferenças ocorreram entre o terceiro e quinto mês (p=0,011) e entre o quarto e quinto mês
(p=0,025). Entre o terceiro e quarto mês foi encontrada tendência de diferenciação (p=0,058).
35
p=0,013
25
20,56 (8,38)
20
15
12,33 (7,89)
10
5
4,56 (4,66)
0
Três meses
Quatro meses
Cinco meses
Figura 3 – Freqüência média de alcances na linha média, desvio-padrão e p-valor (Friedman) aos
3, 4 e 5 meses
Frequência de alcances na linha axilar e média
Aos 3 meses, foi encontrada maior freqüência de alcances na linha axilar em relação à
linha média e o teste de Wilcoxon indicou uma tendência de diferenciação (p=0,066). Um dado a
ser destacado é que, dos treze lactentes avaliados, cinco não realizaram alcance na linha média
nesta idade, mas todos realizaram alcances nas linhas axilares D ou E.
Não foram observadas diferenças significativas entre as linhas axilar e média aos 4 e 5
meses (p= 0,953 e p= 0,944, respectivamente). Aos 4 meses, dos nove lactentes avaliados, apenas
um não realizou alcance na linha média e todos realizaram nas linhas axilares D ou E.
A figura 4 ilustra as médias e desvios-padrão em cada mês.
36
3 meses
(p=0,066)
10
8,00 (4,98)
5
3,69 (4,28)
0
Linha axilar
Linha média
4 meses
(p=0,953)
15
12,33 (7,89)
11,56 (9,35)
10
5
0
Linha axilar
Linha média
5 meses
(p=0,944)
25
21,67 (8,68)
20,56 (8,38)
Linha axilar
Linha média
20
15
10
5
0
Figura 4 – Freqüência média de alcances na linha axilar e na linha média, desvio-padrão e pvalor (Wilcoxon) aos 3, 4 e 5 meses de idade.
37
4 - DISCUSSÃO:
Este estudo acrescenta importantes considerações em relação ao período de aquisição de
habilidades motoras no primeiro ano de vida, no caso, o alcance manual, e aspectos que podem
interferir neste processo.
Para analisar a influência da posição de apresentação do objeto na freqüência de alcances
em lactentes típicos, este foi apresentado em diferentes posições e os lactentes foram avaliados
aos 3, 4 e 5 meses de idade. Não foram encontrados na literatura estudos que tiveram como
objetivo investigar a influência da posição do objeto na freqüência de alcances em lactentes nesta
ou em qualquer outra faixa etária. Os estudos encontrados, nos quais o objeto foi apresentado em
diferentes posições (linha média e laterais), objetivavam analisar a preferência manual15,16,22. Já
os estudos que investigaram freqüência de alcances não utilizaram diferentes posições de
apresentação do objeto (somente linha média), investigando outros fatores influenciadores dessa
habilidade (posição corporal, estabilidade postural, tamanho, rigidez e movimentação do objeto,
dentre outros)9,12,13,23,24-26. Desta forma, os dados aqui encontrados não puderam ser diretamente
comparados com outros estudos.
No presente estudo, aos três meses de idade foi encontrada uma média de
aproximadamente 17 alcances por lactente, número este que quase dobrou aos quatro meses,
sendo que todos realizaram alcances nos meses estudados. Esses dados não corroboram com a
literatura onde a maioria dos estudos investiga o alcance em idades posteriores, por considerar
que esse se inicia só aos quatro meses e que, mesmo nessa idade, uma quantidade significativa de
lactentes ainda não o realiza4,8,12,27,28. Um dos aspectos que pode ter contribuído para esta
38
diferença é a apresentação do objeto nas linhas axilares direita e esquerda. Apesar da grande
diferença entre as médias de alcances entre o 3° e o 4° mês, isto não representou significância
estatística, o que pode estar relacionado à grande variabilidade encontrada entre os participantes
na fase de aquisição da habilidade, verificada pelos altos valores de desvio padrão. Esta
variabilidade também pode ter influenciado os achados com relação aos alcances na linha média
entre estes meses.
Apesar de todos os lactentes avaliados aos 3 meses (treze) terem realizado o alcance nas
linhas axilares direita ou esquerda, cinco não o fizeram na linha média. Sendo assim, ainda que a
análise estatística tenha encontrado apenas tendência de diferenciação entre a linha axilar (D ou
E) e a linha média, é possível perceber que para os lactentes que ainda não eram capazes de
realizar o alcance na linha média, a linha axilar facilitou o alcance no início da sua aquisição. Isto
reforça a primeira hipótese do presente estudo, que sugere que a apresentação nas linhas axilares
facilita este movimento por exigir menos ajustes, menos coordenação e por oferecer uma ação
menor da gravidade do que na linha média.
Aos 4 meses, dos nove lactentes avaliados, apenas um não realizou o alcance na linha
média e todos realizaram nas linhas axilares D ou E. Como já abordado anteriormente, este dado
difere dos estudos citados4,8,12,27,28, que relataram que há um número significativo de lactentes
nessa faixa etária que ainda não realizam alcance na linha média. Este fato pode estar relacionado
ao objeto usado no estudo (maleável pequeno e colorido), que, segundo estudos anteriores9,10,
facilita o movimento de alcance, ou ainda devido ao fato de que, como essas crianças foram
avaliadas primeiramente aos 3 meses de idade, na presença das mães/responsáveis, pode ter
ocorrido um incentivo adicional à prática espontânea em suas casas, muitas vezes encorajada
39
pelos pais. Segundo Gibson e Pick19, os pais mudam o ambiente social assim que percebem que
os lactentes estão respondendo aos seus estímulos. Sendo assim, se os lactentes demonstram
interesse ou intenção de alcançar um brinquedo, os pais tendem a mostrá-lo mais freqüentemente
ou ainda apresentar novos objetos.
Aos 5 meses de idade, todos os lactentes avaliados realizaram alcances nas três posições
de apresentação, não havendo diferença estatisticamente significativa de freqüência entre elas.
Este achado confirma a segunda hipótese do estudo, que supõe que com o avançar da idade e o
treino da habilidade a freqüência de alcances aumenta independente da posição de apresentação
do objeto. Esta hipótese também é reforçada pelo aumento progressivo, estatisticamente
significativo, que ocorreu dos 3 aos 5 meses na freqüência total de alcances e da linha média.
Este achado está de acordo com diversos autores4,9,25,29,30 que sugeriram que os lactentes
melhoram suas habilidades de alcançar e realizam um maior número de alcances com o avançar
da idade.
Apesar da posição corporal utilizada neste estudo (supina) ser considerada, segundo
estudos anteriores8,11,29, como um fator que poderia dificultar o alcance em lactentes mais novos,
principalmente por exigir maior estabilidade postural e um maior torque muscular, os lactentes do
presente estudo foram capazes de realizar os ajustes necessários para vencer a gravidade e
realizar um torque muscular suficiente.
O presente estudo possui algumas limitações, como o diferente número de participantes
em cada mês (devido a desistências) e o fato de não terem sido investigadas outras posições
corporais (sentado e reclinado). Apesar disso, oferece informações importantes para possível
embasamento de técnicas de intervenção precoce e para o aprofundamento de investigações
40
acerca do período inicial de aquisição dessa habilidade.
Concluindo, os resultados indicaram que esta habilidade já está presente aos três meses
em lactentes típicos e que, nessa idade, a posição de apresentação do objeto parece influenciar a
frequência de alcances na postura supina, facilitando a ocorrência do mesmo quando apresentado
nas linhas axilares em sua fase inicial de aquisição. Indicam ainda que há um aumento
progressivo no número de alcances com o passar dos meses, independente da posição de
apresentação do objeto.
41
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45
ANEXOS
ANEXO A: Parecer do CEP
46
ANEXO B: Autorização da Secretaria Municipal de Saúde
47
ANEXO C: Normas para publicação de manuscrito na Revista Brasileira de
Fisioterapia
A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy(RBF/BJPT)
publica relatos originais de pesquisa concernentes ao objeto principal de estudo da
Fisioterapia e ao seu campo de atuação profissional, veiculando estudos básicos sobre
a motricidade humana e investigações clínicas sobre a prevenção, o tratamento e a
reabilitação das disfunções do movimento. Será dada preferência de publicação
àqueles manuscritos originais que contribuam significativamente para o
desenvolvimento conceitual dos objetos de estudo da Fisioterapia ou que desenvolvam
procedimentos experimentais novos.
Os artigos submetidos à Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical
Therapy devem preferencialmente enquadrar-se na categoria de Artigos Originais
(novas informações com materiais e métodos e resultados sistematicamente relatados).
Artigos de Revisão (síntese atualizada de assuntos bem estabelecidos, com análise
crítica da literatura consultada e conclusões) são publicados apenas a convite dos
editores e devem conter, no mínimo, 50 (cinqüenta) referências bibliográficas; Artigos
de Revisão Passiva submetidos espontaneamente não serão aceitos;
Artigos de Revisão Sistemática e Metanálises, Artigos Metodológicos apresentando
aspectos metodológicos de pesquisa ou de ensino e Estudos de Caso (apresentando
condições patológicas ou métodos/procedimentos incomuns que dificultem a execução
de um estudo científico) são publicados num percentual de até 20% do total de
manuscritos.
Os artigos submetidos são analisados pelos editores e pelos revisores das áreas de
conhecimento, que estão assim divididas: Fundamentos e História da Fisioterapia;
Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia e Biomecânica; Controle Motor, Comportamento e
Motricidade; Recursos Terapêuticos Físicos e Naturais; Recursos Terapêuticos
Manuais; Cinesioterapia; Prevenção em Fisioterapia/Ergonomia; Fisioterapia nas
Condições Musculoesqueléticas; Fisioterapia nas Condições Neurológicas; Fisioterapia
nas Condições Cardiovasculares e Respiratórias; Fisioterapia nas Condições
Uroginecológicas e Obstétricas; Ensino em Fisioterapia; Administração, Ética e
Deontologia; Registro/Análise do Movimento; Fisioterapia nas Condições Geriátricas e
Medidas em Fisioterapia.
Cada artigo é analisado por, pelo menos, três revisores, os quais trabalham de maneira
independente e fazem parte da comunidade acadêmico-científica, sendo especialistas
em suas respectivas áreas de conhecimento. Os revisores permanecerão anônimos aos
autores, assim como os autores não serão identificados pelos revisores por
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recomendação expressa dos editores.
Os editores coordenam as informações entre os autores e os revisores, cabendo-lhes a
decisão final sobre quais artigos serão publicados com base nas recomendações feitas
pelos revisores. Quando aceitos para publicação, os artigos estarão sujeitos a
pequenas correções ou modificações que não alterem o estilo do autor. Quando
recusados, os artigos são acompanhados por justificativa do editor.
A RBF/BJPT publica ainda: Seção Editorial; Cartas ao Editor; Resenhas de Livros (por
solicitação dos editores); Resumos de eventos como Suplemento após submissão e
aprovação de proposta ao Conselho Editorial. (A submissão de proposta será anual e
realizada por edital, atendendo às "Normas para publicação de suplementos" que
podem ser obtidas no site <http://www.rbf-bjpt.org.br> e eventualmente, Agenda de
Eventos Científicos próximos.
A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy apóia as
políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS)
(<http://www.who.int/ictrp/en/>) e do International Committee of Medical Journal Editors
e
(ICMJE)
(<http://www.wame.org/resources/policies#trialreg>
<http://www.icmje.org/clin_trialup.htm>), reconhecendo a importância dessas iniciativas
para o registro e a divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em
acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação, a partir de 2007,
os artigos de ensaios clínicos que tenham recebido um número de identificação em um
dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e
ICMJE,
cujos
endereços
estão
disponíveis
no
site
do
ICMJE:<http://www.icmje.org/faq.pdf>.
Instruções aos autores
INFORMAÇÕES GERAIS
A submissão dos manuscritos deverá ser efetuada pelo site <http://www.scielo.br/rbfis>
e implica que o trabalho não tenha sido publicado e não esteja sob consideração para
publicação em outro periódico. Quando parte do material já tiver sido apresentada em
uma comunicação preliminar, em Simpósio, Congresso, etc., deve ser citada como nota
de rodapé na página de título e uma cópia deve acompanhar a submissão do
manuscrito.
Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista Brasileira de
Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy, e é vedada tanto a reprodução,
mesmo que parcial em outros periódicos, como a tradução para outro idioma sem a
autorização dos Editores.
A partir de janeiro de 2008, todos os artigos publicados na RBF/BJPT terão também a
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sua versão em inglês, disponibilizados na base de dados Scientific Electronic Library
Online-SciELO. Os artigos submetidos e aceitos em português deverão ser traduzidos
para o inglês por tradutores indicados pela RBF/BJPT. Os artigos submetidos em inglês
e aceitos também deverão ser encaminhados aos revisores de inglês indicados pela
RBF/BJPT para revisão final.
De acordo com a reunião do Conselho de Editores, realizada em 11 de outubro de
2007, é de responsabilidade dos autores os pagamentos dos custos de tradução e
revisão do inglês dos manuscritos aceitos, sendo que a RBF/BJPT poderá subsidiar, de
acordo com sua disponibilidade orçamentária, até 50% dos custos desse processo.
FORMA E PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS
É de responsabilidade dos autores a eliminação de todas as informações (exceto na
página do título e identificação) que possam identificar a origem ou autoria do artigo.
Como exemplo, na versão inicial deve-se mencionar o número do parecer, mas o nome
do Comitê de Ética deve ser mencionado de forma genérica, sem incluir a Instituição ou
Laboratório, bem como outros dados no texto e no título. Esse cuidado é necessário
para que os assessores que avaliarão o manuscrito não tenham acesso à identificação
do(s) autor(es). Os dados completos sobre o Parecer do Comitê de Ética devem ser
incluídos na versão final em caso de aceite do manuscrito.
Os manuscritos devem ser submetidos por via eletrônica pelo site
<http://www.scielo.br/rbfis> preferencialmente em inglês, e devem ser digitados em
espaço duplo, tamanho 12, fonte Times New Roman com amplas margens (superior e
inferior = 3 cm, laterais = 2,5 cm), não ultrapassando 21 (vinte e uma) páginas
(incluindo referências, figuras, tabelas e anexos). Estudos de Caso não devem
ultrapassar 10 (dez) páginas digitadas em sua extensão total, incluindo referências,
figuras, tabelas e anexos. (Adicionar números de linha no arquivo).
Ao submeter um manuscrito para publicação, os autores devem enviar por correio ou
por via eletrônica como documento(s) suplementar(es):
1) Carta de encaminhamento do material, contendo as seguintes informações:
a)
Nomes
completos
dos
autores
e
titulação
de
cada
um;
b) Tipo e área principal do artigo (ver OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA);
c) Número e nome da Instituição que emitiu o parecer do Comitê de Ética para
pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais. Para as pesquisas
em seres humanos, incluir também uma declaração de que foi obtido o Termo de
Consentimento
dos
participantes
do
estudo;
d) Conforme descrito em OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA os manuscritos com
resultados relativos aos ensaios clínicos deverão apresentar número de identificação
que deverá ser registrado no final do Resumo/Abstract (Sugestão de site para
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registro:<http:// www.anzctr.org.au>);
2) Declaração de responsabilidade de conflitos de interesse. Os autores devem declarar
a existência ou não de eventuais conflitos de interesse (profissionais, financeiros e
benefícios diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa;
3) Declaração assinada por todos os autores com o número de CPF indicando a
responsabilidade do(s) autor(es) pelo conteúdo do manuscrito e transferência de
direitos autorais (copyright) para a Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of
Physical Therapy, caso o artigo venha a ser aceito pelos Editores.
Os modelos da carta de encaminhamento e das declarações encontram-se disponíveis
no site da Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy:
<http:// www.rbf-bjpt.org.br>
FORMATO DO MANUSCRITO
O manuscrito deve ser elaborado com todas as páginas numeradas consecutivamente
na margem superior direita, com início na página de título, na seqüência abaixo:
•
Página de título e Identificação (1ª. página)
A página de identificação deve conter os seguintes dados:
a) Título do manuscrito em letras maiúsculas;
b) Autor: nome e sobrenome de cada autor, em letras maiúsculas, sem titulação,
seguido por número sobrescrito(expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo
(Unidade/Instituição/ Cidade/Estado/País); Para mais que um autor, separar por vírgula;
ATENÇÃO: A RBF/BJPT aceita no máximo, 6 (seis) autores em um artigo. Outras
pessoas que contribuíram para o trabalho podem ser incluídas no final do texto.
c) Nome e endereço completo (incluindo número de telefone e e-mail do autor para
envio de correspondência). É de responsabilidade do autor correspondente manter
atualizado o endereço e e-mail para contatos;
d) Título para as páginas do artigo: indicar um título curto para ser usado no cabeçalho
das páginas do artigo (língua portuguesa), não excedendo 60 caracteres;
e) Palavras-chave: uma lista de termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis)
deve ser incluída. A RBF/BJPT recomenda o uso do DeCS - Descritores em Ciências
da Saúde para consulta aos termos de indexação (palavras-chave) a serem utilizados
no artigo <http://decs.bvs.br/>.
51
•
Resumo (2ª. página)
Para autores brasileiros, o resumo deve ser escrito em língua portuguesa e língua
inglesa. Para os demais países, apenas em língua inglesa. Uma exposição concisa,
que não exceda 250 palavras em um único parágrafo digitado em espaço duplo, deve
ser escrita em folha separada e colocada logo após a página de título. O resumo deve
ser apresentado em formato estruturado, incluindo os seguintes itens separadamente:
Contextualização (opcional), Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusões.
Notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas. Se for preciso
citar uma referência, a citação completa deve ser feita dentro do resumo, uma vez que
os resumos são publicados separadamente pelos Serviços de Informação, Catalogação
e Indexação Bibliográficas e eles devem conter dados suficientemente sólidos para
serem apreciados por um leitor que não teve acesso ao artigo como um todo.
•
Abstract (3ª. página)
Em caso de submissão em língua portuguesa, o título, o título curto, o resumo
estruturado e as palavras-chave do artigo devem ser traduzidos para o inglês sem
alteração do conteúdo.
• Após o Abstract, incluir, em itens destacados, a Introdução, Materiais e Métodos,
Resultados e a Discussão:
Introdução - deve informar sobre o objeto investigado e conter os objetivos da
investigação, suas relações com outros trabalhos da área e os motivos que levaram
o(s) autor(es) a empreender a pesquisa.
Materiais e Métodos - descrever de modo a permitir que o trabalho possa ser
inteiramente repetido por outros pesquisadores. Incluir todas as informações
necessárias – ou fazer referências a artigos publicados em outras revistas científicas –
para permitir a replicabilidade dos dados coletados. Recomenda-se fortemente que
estudos de intervenção apresentem grupo controle e, quando possível, aleatorização da
amostra.
Resultados - devem ser apresentados de forma breve e concisa. Tabelas, Figuras e
Anexos podem ser incluídos quando necessários (indicar, no texto, onde devem ser
incluídos) para garantir melhor e mais efetiva compreensão dos dados, desde que não
ultrapassem o número de páginas permitido.
Discussão - o objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos
conhecimentos já existentes e disponíveis, principalmente àqueles que foram indicados
na Introdução do trabalho. As informações dadas anteriormente no texto (na Introdução,
Materiais e Métodos e Resultados) podem ser citadas, mas não devem ser repetidas
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em detalhes na discussão.
• Após a Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão, incluir:
a) Agradecimentos
Quando apropriados, os agradecimentos poderão ser incluídos, de forma concisa, no
final do texto, antes das Referências Bibliográficas, especificando: assistências
técnicas, subvenções para a pesquisa e bolsa de estudo e colaboração de pessoas que
merecem reconhecimento (aconselhamento e assistência). Os autores são
responsáveis pela obtenção da permissão documentada, das pessoas cujos nomes
constam dos Agradecimentos;
b) Referências Bibliográficas
O número recomendado é de no mínimo: 50 (cinqüenta) referências bibliográficas para
Artigo de Revisão; 30 (trinta) referências bibliográficas para Artigo Original, Metaanálise, Revisão Sistemática e Metodológico e 10 (dez) referências bibliográficas para
Estudos de Caso. As referências bibliográficas devem ser organizadas em seqüência
numérica, de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no
texto, seguindo os Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais
Biomédicos, elaborado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas
(International
Committee
of
Medical
Journal
Editors
ICMJE
<http://www.icmje.org/index.html>).;
Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com a List
of Journals do Index Medicus <http://www.index-medicus.com>. As revistas não
indexadas não deverão ter seus nomes abreviados.
As citações das referências bibliográficas devem ser mencionadas no texto em
números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das referências bibliográficas
constantes no manuscrito e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s)
autor(es)
do
manuscrito;Ver
exemplos
no
site:
<http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html>.
c) Notas de Rodapé
As notas de rodapé do texto, se imprescindíveis, devem ser numeradas
consecutivamente em sobrescrito no manuscrito e escrita em folha separada, colocada
no final do material após as Referências;
d) Tabelas e Figuras
- Tabelas. Todas as tabelas devem ser citadas no texto em ordem numérica. Cada
tabela deve ser digitada em espaço duplo, em página separada. As tabelas devem ser
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numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e inseridas no final do texto.
Um título descritivo e legendas devem tornar as tabelas compreensíveis, sem
necessidade de consulta ao texto do artigo.
As tabelas não devem ser formatadas com marcadores horizontais nem verticais,
apenas necessitam de linhas horizontais para a separação de suas sessões principais.
Usar parágrafos ou recuos e espaços verticais e horizontais para agrupar os dados.
- Figuras. Digitar todas as legendas em espaço duplo. Explicar todos os símbolos e
abreviações. As legendas devem tornar as figuras compreensíveis, sem necessidade
de consulta ao texto. Todas as figuras devem ser citadas no texto, em ordem numérica
e identificadas.
Figuras - Arte Final. Todas as figuras devem estar no formato .tiff. Não é recomendado
o uso de cores. Figuras de baixa qualidade podem resultar em atrasos na aceitação e
publicação do artigo.
Usar letras em caixa-alta (A, B, C, etc.) para identificar as partes individuais de figuras
múltiplas. Se possível, todos os símbolos devem aparecer nas legendas. Entretanto,
símbolos para identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de
uma figura, desde que isso não dificulte a análise dos dados.
Cada figura deve estar claramente identificada. As figuras devem ser numeradas,
consecutivamente, em arábico, na ordem em que aparecem no texto. Não agrupar
diferentes figuras em uma única página;
e) Tabelas, Figuras e Anexos - inglês
Um conjunto adicional em inglês das tabelas, figuras, anexos e suas respectivas
legendas deve ser anexado como documento suplementar, para artigos submetidos em
língua portuguesa. Este conjunto adicional não será contabilizado no total de páginas
do manuscrito.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Unidades. Usar o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas para as medidas e
abreviações das unidades.
Artigos de Revisão Sistemática e Meta-análises. Devem incluir uma seção que
descreva os métodos empregados para localizar, selecionar, obter, classificar e
sintetizar as informações.
Estudos de Caso. Devem ser restritos às condições de saúde ou
métodos/procedimentos incomuns, sobre os quais o desenvolvimento de artigo original
seja impraticável. Dessa forma, os relatos de casos clínicos não precisam
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necessariamente seguir a estrutura canônica dos artigos originais, mas devem
apresentar um delineamento metodológico que permita a reprodutibilidade das
intervenções ou procedimentos relatados. Recomenda-se muito cuidado ao propor
generalizações de resultados a partir desses estudos. Desenhos experimentais de caso
único serão tratados como artigos científicos e devem seguir as normas estabelecidas
pela Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy.
Cartas ao Editor. Críticas às matérias publicadas, de maneiras construtivas, objetivas e
educativas, consultas às situações clínicas e discussões de assuntos específicos à
Fisioterapia serão publicados a critério dos editores. Quando a carta se referir a
comentários técnicos (réplicas) aos artigos publicados na RBF/BJPT, esta será
publicada junto com a tréplica dos autores do artigo objeto de análise e/ou crítica.
Conflitos de Interesse: Os autores são responsáveis pela declaração de qualquer tipo
de conflitos de interesse na realização da pesquisa, tanto de ordem financeira como de
qualquer outra natureza.
O relator deve comunicar aos editores quaisquer conflitos de interesse que possam
influenciar na emissão de parecer sobre o manuscrito e, quando couber, deve declararse não qualificado para revisá-lo.
Considerações Éticas e Legais. Evitar o uso de iniciais, nomes ou números de registros
hospitalares dos pacientes. Um paciente não poderá ser identificado em fotografias,
exceto com consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original. As
tabelas e/ou figuras publicadas em outras revistas ou livros devem conter as
respectivas referências e o consentimento, por escrito, do autor ou editores.
Estudos realizados em humanos devem estar de acordo com os padrões éticos e com o
devido consentimento livre e esclarecido dos participantes (reporte-se à Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata do Código de Ética para Pesquisa em
Seres Humanos). Para as pesquisas em humanos, deve-se incluir o número do Parecer
da aprovação das mesmas pela Comissão de Ética em Pesquisa, que deve ser
devidamente registrada no Conselho Nacional de Saúde do Hospital ou Universidade
ou o mais próximo da localização de sua região.
Para os experimentos em animais, considerar as diretrizes internacionais (por exemplo,
a do Committee for Research and Ethical Issues of the International Association for the
Study of Pain, publicada em PAIN, 16: 109-110, 1983).
A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy reserva-se o
direito de não publicar trabalhos que não obedeçam às normas legais e éticas para
pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais.
É recomendável que estudos relatando resultados eletromiográficos sigam os
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"Standards for Reporting EMG Data" recomendados pela ISEK.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se o artigo for encaminhado aos autores para revisão e não retornar à RBF/BJPT
dentro de 6 (seis) semanas, o processo de revisão será considerado encerrado. Caso o
mesmo artigo seja reencaminhado, um novo processo será iniciado, com data
atualizada. A data do aceite será registrada quando os autores retornarem o
manuscrito, após a correção final aceita pelos Editores.
As provas finais serão enviadas por e-mail aos autores, no endereço indicado na
submissão, para revisão final (dúvidas e/ou discordâncias de revisão), não sendo
permitidas quaisquer outras alterações. Manuscrito em prova final não devolvido em
48 horas, poderá a critério dos editores, ser publicado na forma em que se apresenta
ou ter sua publicação postergada para um próximo número.
Após publicação do artigo ou processo de revisão encerrado, toda documentação
referente ao processo de revisão será incinerada.
Contato:
Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy
Secretaria
Geral
Universidade
Federal
de
São
Carlos
Rodovia
Washington
Luís,
km
235,
Caixa
Postal
676
CEP
13565-905,
São
Carlos,
SP,
Brasil
[email protected]
Email:
Tel.: +55(16) 3351-8755
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APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome do responsável: _________________________________________________________
Endereço: _____________________________________________ Tel: __________________
Nome da criança: ________________________________________ D.N: ___/___/______
Prezados Pais ou Responsáveis:
O seu filho(a) está sendo convidado(a) a participar como voluntário(a) da pesquisa “INFLUÊNCIA
DA POSIÇÃO DO OBJETO NA FREQÜÊNCIA DE ALCANCES MANUAIS EM LACTENTES TÍPICOS
COM 3, 4 E 5 MESES DE IDADE”, que tem como objetivo verificar o número de vezes que um bebê
normal consegue alcançar um objeto quando ele é apresentado na sua frente e à sua direita e à sua
esquerda, ao longo dos 3, 4 e 5 meses de idade. O estudo pretende identificar possíveis fatores que
facilitam ou dificultam que o bebê faça essa atividade, permitindo, se necessário, adoção de medidas
adequadas para melhorar essa habilidade em crianças com dificuldades motoras.
Para o estudo adotaremos os seguintes procedimentos: o bebê será posicionado por você
(mãe/responsável) em uma maca para que o teste comece. A partir daí o pesquisador apresentará um
objeto de interesse do bebê de três formas: na sua frente, à sua direita e à sua esquerda. O
procedimento terá duração aproximada de 10 minutos e será filmado para que os integrantes da
pesquisa possam registrar e posteriormente contar o número de alcances feitos pelo bebê. O teste não
apresenta procedimento que ofereça risco à integridade física e psíquica do bebê, além dos riscos que
ele já está sujeito durante o tempo que brinca em casa. Apesar disto, havendo acidentes
comprovadamente relacionados à realização dos testes,os pesquisadores se comprometem a tomar as
devidas providências.
A equipe será previamente treinada, sob orientação da Dra. Jaqueline Frônio (Profª do
Departamento de Fisioterapia da UFJF).
Concordando em participar desse estudo, será necessário que seu filho(a) compareça ao local de
realização do teste (UBS onde são realizados os atendimentos habituais do bebê) uma vez por mês,
durante 3 meses seguidos, sendo que, quando possível, serão aproveitados os momentos em que o
mesmo irá à UBS para realização de atendimentos de rotina (vacinação, consulta com a enfermagem ou
pediatra,...). Para participar, você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira.
Você será esclarecido(a) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar
ou recusar-se a participar e poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer
momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou
57
modificação na forma em que ele é atendido na UBS.
O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Seu nome ou o
material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. O menor não será
identificado diretamente, sendo que em possíveis publicações resultantes deste trabalho, se necessário,
seu filho será citado apenas pelas iniciais de seu nome ou por seu número de registro na pesquisa. Os
resultados da pesquisa estarão à sua disposição sempre que desejar, pensando assim retribuir, em
parte, a colaboração que estão prestando. O material será mantido em local seguro sob a
responsabilidade do pesquisador e arquivado por um período de 5 (cinco) anos, após o qual será
destruído.
A equipe responsável coloca-se à disposição para qualquer esclarecimento sobre o que está
sendo ou será realizado com a criança e sobre a pesquisa, podendo esta ser contatada pessoalmente no
endereço: Departamento de Fisioterapia - Faculdade de Medicina/ Centro de Ciências da SaúdeCampus Universitário da UFJF- Bairro Martelos, CEP: 36036-330, ou pelos seguintes telefones: 88419597 (Luciana), 8837-2009 (Rodrigo) ou 9197-0333/4009-5318 (Drª Jaqueline), ou ainda através da UBS
onde está sendo realizada a pesquisa.
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será
arquivada pelo pesquisador responsável, no Departamento de Fisioterapia da UFJF, e a outra será
fornecida a você.
Eu,_________________________________________________________,portador
do
RG____________________ fui informado(a) dos objetivos do estudo “INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO
OBJETO NA FREQÜÊNCIA DE ALCANCES MANUAIS EM LACTENTES TÍPICOS COM 3, 4 E 5 MESES
DE IDADE”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento
poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro
que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e
esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.
Juiz de Fora, _____de _______________ de 2008.
Nome
Assinatura participante
Data
Nome
Assinatura pesquisador
Data
Nome
Assinatura testemunha
Data
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o
CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UFJF CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFJF PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
CEP 36036.900 FONE:32 3229 3788
58
APÊNDICE B : CARTÃO DE REGISTRO DOS DADOS INDIVIDUAIS COLETADOS
Cartão de registro dos dados individuais coletados:
IDENTIFICAÇÃO:________
NOME: _____________________________________________________
DATA DE NASCIMENTO: ____________________________________
RESPONSÁVEL: ____________________________________________
Avaliação/data
1ª
Seqüencia apresentação
objeto
Freqüência de alcances (análise do vídeo)
D
M
E
Observações:
2ª
3ª
Download

luciana matta de andrade e silva rodrigo jardim gonçalves